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CAMPUS ARAPIRACA
CURSO DE ENFERMAGEM
ARAPIRACA
2022
Laila Jorrane de Lima
Arapiraca
2022
Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Campus Arapiraca
Biblioteca Campus Arapiraca - BCA
CDU 616-083
Banca examinadora
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora, Profª. Me. Josineide Soares da Silva, por todo apoio e ajuda em
diversos momentos.
As minhas amigas e colegas de graduação Stephany, Lilia e Elisa, por todo carinho e
amizade depositados a mim nesta longa jornada.
Ao meu namorado, Vitor, por estar sempre ao meu lado me apoiando e acreditando no
meu potencial.
Aos meus pais, Lucivaldo e Jaine, por todo esforço e abdicações para me darem um
futuro melhor, á eles devo tudo que sou.
A minha tia, Drª. Maria Jose (in memorian) por ser minha força e combustível. Meu
eterno amor, admiração e saudade.
A todos os amigos e familiares que acompanharam e torceram por mim. Minha gratidão!
LISTA DE SIGLAS
IGA Imunoglobulina A
IGM Imunoglobulina M
IGG Imunoglobulina G
SE Semana Epidemiológica
Introdução: Coronavírus (CoVs), uma família de vírus de RNA de fita simples, na qual
podem infectar animais e também seres humanos, causando doenças respiratórias,
gastrointestinais, hepáticas e neurológicas. Novos coronavírus parecem emergir
periodicamente em humanos, principalmente devido à alta prevalência e vasta distribuição
de coronavírus, esta nova cepa, que até então não tinha sido detectada em seres humanos,
tem provocado uma série de mortes. Diante do alto índice de transmissibilidade e da
magnitude do problema, as medidas de proteção contra a COVID-19 adotadas pela
população, se tornam indispensáveis para controle da doença. Objetivo: Identificar o perfil
de atendimento dos usuários que testaram positivo para COVID-19 através do método
swab, no periodo de janeiro a junho de 2021, na Unidade Sentinela no Município de
Arapiraca, Alagoas, Brasil. Material e métodos: Tratou-se de uma pesquisa descritiva e
exploratória, com abordagem quantitativa, entre indivíduos afetados pela Covid-19 em
acompanhamento na Unidade Sentinela no município de Arapiraca, Alagoas, Brasil, no
período de janeiro de 2021 a junho 2021. A população do estudo foi constituída pelos
pacientes positivados para Covid- 19 através do método Swab, na qual é coletada uma
amostra das secreções respiratórias do paciente e posteriormente identificou-se a presença
do vírus através do material genético viral, atendidos na Unidade Sentinela no município
de Arapiraca/Alagoas. Resultados: Um total de 5493 pacientes foram incluídos no estudo.
A maior prevalência dos casos confirmados de covid-19 foi referente aos indivíduos do
sexo feminino n = 2893 (53%). A idade mediana (IIR) foi de aproximadamente 35 (30,0-
39,0) anos. Sendo observada maior prevalência na população entre 20 a 39 anos de idade
(49,7%). No que se refere à etnia, houve a predominância dos que se autodeclaram pardos
3469 (63,15%). Em relação á profissional de saúde, prevaleceram os que não são
profissionais 5431 (98,87 %). Conclusão: Com base no levantamento de dados, o perfil da
população que apresentou maior prevalência de contaminação foi sexo feminino, na faixa
etária entre 20 e 39 anos, e autodeclaradas pardas. É válido destacar que, por ser um estudo
de acompanhamento, a elucidação e confirmação das conclusões presentes, só serão
possíveis com o avanço dos conhecimentos acerca da temática.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 12
2.1 Objetivo Geral..............................................................................................................12
2.2 Objetivo Específico ...................................................................................................... 12
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 13
3.1 Dados epidemiológicos ................................................................................................ 13
3.2 Agente etiológico .......................................................................................................... 13
3.3 Medidas de controle do vírus ..................................................................................... 15
3.4 Consequências da doença. .......................................................................................... 15
3.5 Exames utilizados para diagnóstico ........................................................................... 16
4 MÉTODO .................................................................................................................... 18
4.1 Desenho de estudo ....................................................................................................... 18
4.2 Casuística e amostra. .................................................................................................. 18
4.3 Local do Estudo. .......................................................................................................... 18
4.4 Sistemática da coleta. .................................................................................................. 18
4.5 Análise estatística. ....................................................................................................... 19
4.6 Considerações éticas .................................................................................................... 19
5 RESULTADOS............................................................................................................ 20
6 DISCUSSÃO ................................................................................................................ 23
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 26
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................27
APÊNDICE A – CARTA DE ANUÊNCIA .............................................................. 31
10
1 INTRODUÇÃO
Coronavírus (CoVs), uma família de vírus de RNA de fita simples, na qual podem
infectar animais e também seres humanos, causando doenças respiratórias, gastrointestinais,
hepáticas e neurológicas. Sendo a segunda principal causa do resfriado comum, o coronavírus
humano (HCoVs) pode ser encontrado em todo o mundo (BELASCO, 2020).
Ao final de 2019, um novo vírus coronavírus (o SARS-CoV-2, causador da doença
COVID-19) foi responsável por inúmeros casos de pneumonia em Wuhan, província de
Hubei, na República Popular da China (OPAS, 2020). Novos coronavírus parecem emergir
periodicamente em humanos, principalmente devido à alta prevalência e vasta distribuição
de coronavírus, à ampla diversidade genética e à frequente recombinação de seus genomas, e
ao aumento das atividades de interface humano-animal (EGYPTO TEIXEIRA, 2020).
Esta nova cepa, que até então não tinha sido detectada em seres humanos, tem
provocado uma série de mortes. E em 30 de janeiro de 2020 a Organização Mundial de Saúde
(OMS), utilizando-se do seu mais elevado grau de alerta, previsto no Regulamento Sanitário
Internacional, decretou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (é a sexta
vez na história que este tipo de emergência é declarada). E em 11 de março de 2020 a COVID-
19 foi identificada como uma pandemia (BRASIL, 2020).
A COVID-19, até o início de maio, foi responsável por mais de três milhões e meio
de infectados em todo o mundo e por mais de duzentas mil mortes (OPAS, 2020). Segundo
a Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas (2020), o primeiro caso no estado se deu em 08
de março de 2020, após dois meses dessa data, os casos ultrapassam a marca de 1.700, com
mais de 90 mortos (SILVA, 2021).
Diante do alto índice de transmissibilidade e da magnitude do problema, as medidas
de proteção contra a COVID-19 adotadas pela população, se tornam indispensáveis para
controle da doença. As principais medidas são as mesmas aplicadas para a prevenção das
demais doenças respiratórias (COELHO JUNIOR; CARVALHO, 2020).
No dia 08 de março de 2020, foi identificado o primeiro caso confirmado de COVID-
19 no Estado de Alagoas, na capital Maceió. E atualmente, segundo o Boletim
Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o estado tem um total de 171.000
casos confirmados do novo coronavírus, estando distribuídos nos 102 municípios alagoanos
(SAÚDE, 2021).
Diante da presença de alto número de casos da doença no Estado de Alagoas e no
Município de Arapiraca que hoje (26/04/2021) já soma 21.226 casos, o presente trabalho tem
11
por objetivo avaliar o perfil dos usuários que testaram positivo para COVID-19 através do
método swab, nos últimos 5 meses (01/01/2021 – 01/06/2021), na Unidade Sentinela e
descrever a proporção da ocorrência da doença nesta população. A fim de traçar, uma análise
sobre a maior incidência desta doença em determinaria faixa etária, sexo, etnia e profissão.
12
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Identificar o perfil de atendimento dos usuários que testaram positivo para COVID-
19 através do método swab, no período de janeiro a junho de 2021 na Unidade
Sentinela no Município de Arapiraca, Alagoas, Brasil.
2.2 Específicos
3 REVISÃO DE LITERATURA
Os coronavírus foram descritos, pela primeira vez, em 1966 por Tyrell e Bynoe, que
cultivavam os vírus de pacientes com resfriados comuns. São uma subfamília de grandes e
14
envelopados vírus contendo morfologia esférica, com cerca de 100 a 160 nm de diâmetro.
Visualizados na microscopia eletrônica como círculos com espículas que se exteriorizam de sua
superfície, formando projeções semelhantes a uma coroa solar (a palavra “corona”, em latim,
tem o significado de coroa). Eles podem ser divididos nos gêneros alfa, beta, gama e delta
coronavírus, dos quais os CoVs alfa e beta infectam humanos. Os beta-coronavírus podem
causar doenças graves e fatais, enquanto os alfa-coronavírus causam infecções assintomáticas
ou levemente sintomáticas. Os alfa e beta-coronavírus são, aparentemente, originários de
mamíferos, em particular de morcegos, enquanto o vírus gama e delta são originários de porcos
e pássaros (VELEVAN; MEYER, 2020).
As proteínas de pico dos coronavírus são divididas em dois domínios; S1 e S2. O
domínio S1 é responsável pela ligação ao receptor, enquanto o domínio S2 é responsável pela
fusão da membrana celular. Assim, o tamanho do genoma do coronavirus varia de 26 kb a 32
kb, tornando-o atualmente o maior tamanho de genoma conhecido como um vírus de RNA de
fita simples, com diferentes números de frames de leitura aberta (ORFs). Ademais, o genoma
SARS-CoV-2 possui 14 ORFs que codificam 27 proteínas (SONG et al, 2019).
Os coronavirus (CoVs) são, tradicionalmente, considerados patógenos não letais para
seres humanos, causando, aproximadamente, 15% dos resfriados comuns. Até o ano de 2019,
seis diferentes espécies de CoV serão conhecidas como causa de doença em seres humanos;
entre as quais, quatro delas, 229E, NL63, OC43, e o HKU1, de alta prevalência e associados a
quadros de resfriados e infecções leves do trato respiratório superior em pacientes
imunocompetentes de todas as faixas etárias. As outras duas espécies, severe acute respiratory
syndrome coronavirus (SARS-CoV) e a Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-
CoV) têm origem zoonótica e estão associadas a quadros graves e, potencialmente, fatais de
insuficiência respiratória (LIMA, 2020).
No ano de 2019, foi encontrado um CoV humano mais infectivo do que o SARS- CoV
e MERS-CoV, um novo coronavirus zoonótico, que cruzou espécies para infectar humanos.
Esse vírus, chamado provisoriamente de 2019-nCoV, foi identificado pela primeira vez em
Wuhan, na província de Hubei, China, em pessoas de um mercado de frutos do mar e de animais
vivos. Devido ao fato de o 2019-nCoV ser altamente homólogo ao SARS-CoV, foi nomeado
SARS-CoV-2 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de fevereiro de 2020, e a
doença associada foi denominada CoV Doença-19 (COVID-19). Portanto, o SARSCoV-2 é
responsável pelo terceiro surto de CoV na história da humanidade (LIMA, 2020).
Em 30 de janeiro de 2020, eram conhecidos 42 genomas, e uma análise filogenética
dessas amostras revelou estarem relacionadas até sete mutações com um ancestral comum,
15
(WALLACE, 2020).
A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da doença sem precisar de tratamento
hospitalar. Uma em cada seis pessoas infectadas por COVID-19 fica gravemente doente e
desenvolve dificuldade de respirar. As pessoas idosas e as que têm outras condições de saúde
como: pressão alta, problemas cardíacos e do pulmão, diabetes ou câncer, têm maior risco de
ficarem gravemente doentes. O Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças relatou
que 5,6% da taxa de letalidade entre os pacientes com COVID-19 eram aqueles com câncer.
No entanto, qualquer pessoa pode pegar a COVID-19 e ficar gravemente doente (AO BRASIL,
2020).
A apresentação clínica da infecção por SARS-CoV-2 é majoritariamente dominada por
sintomas respiratórios, mas podem desenvolver-se complicações cardiovasculares,
eventualmente como causa de morte. Até ao momento foram reportadas como possíveis
manifestações: a miocardite, a síndrome coronária aguda, a insuficiência cardíaca
descompensada, o tromboembolismo pulmonar, o choque cardiogênico e até mesmo infecção
num coração transplantado. Na COVID-19 ocorre um aumento das necessidades metabólicas,
com diminuição progressiva na contração e reserva cardíacas, alterações responsáveis pelas
apresentações cardiovasculares agudas ou descompensação de patologias crônicas. Uma das
características da infecção por SARS-CoV-2 é a inflamação sistêmica grave, capaz de produzir
efeitos pró-coagulantes ou uma disrupção auto-imune, podendo ambos os mecanismos
condicionar a lesão miocárdica aguda (FIGUEIREDO NETO, 2020).
As complicações de longo prazo (normalmente os sintomas com duração> 2 meses) da
infecção por COVID-19 permanecem desconhecidas. À medida que o vírus se prolifera no
tecido pulmonar, induzindo inflamação e edema, a troca gasosa alveolar é interrompida, com
potencial para causar hipóxia, metabolismo anaeróbio e acúmulo de ácido. A acidose pode
aumentar a vasodilatação cerebral e promover edema cerebral (AGHAGOLI, 2021).
Destarte, a quarentena é uma estratégia necessária e implementada por vários governos
em diversos países, no entanto, o isolamento social pode diminuir de forma profunda os níveis
de atividade física e aumentar os níveis de comportamento sedentário em jovens e adultos. Tudo
isso, corrobora para o aumento do risco de ganho de peso, obesidade, ansiedade, depressão e
até modificações na estrutura cerebral da população (FLORÊNCIO JÚNIOR, 2020).
exame físico adequado do paciente, caso este apresente sinais e sintomas característicos da
covid-19. Deve-se considerar o histórico de contato próximo ou domiciliar nos 14 dias
anteriores ao aparecimento dos sinais e sintomas com pessoas já confirmadas para covid-19
(BRASIL, 2020).
A Covid-19 vem sendo detectada através de testes de biologia molecular, sorologia
ou testes rápidos. O exame de detecção do vírus por PCR (Reação em cadeia da Polimerase)
é um método de biologia molecular conhecido como Swab, que amplifica e identifica o
material genético do vírus. Para detectar a doença, é utilizada uma amostra de secreção nasal,
de orofaringe (garganta) ou escarro. Pode ser positivo já nos primeiros dias após o início dos
sintomas, mas tende a ser negativo com o passar dos dias da infecção (mais que sete dias).
Essa metodologia tem como objetivo a amplificação exponencial de material genético. Ou
seja, indicará a presença ou ausência de RNA do vírus que está sendo investigado. Se for
positivo, é confirmada a suspeita de coronavírus (BRASIL, 2020).
Já os testes sorológicos dosam no sangue os anticorpos IgM, IgA e/ou IgG produzidos
pela resposta imunológica do indivíduo em relação ao vírus SARS-CoV-2, podendo
diagnosticar doença ativa ou pregressa. As principais metodologias são: Ensaio
Imunoenzimático (Enzyme-LinkedImmunosorbentAssay – Elisa), Imunoensaio por
Quimioluminescência (Clia) e Imunoensaio por Eletroquimioluminescência (Eclia).
Na COVID-19, os anticorpos aparecem por volta de sete dias após início dos sintomas. Os
anticorpos da classe IgM aparecem primeiro que os da classe IgG, que surgem após cerca de
duas semanas do contágio.Ou seja, IgM positivo significa que a pessoa possui anticorpos do
tipo imunoglobulina M, e daí se deduz que ela já foi exposta e está na fase ativa da COVID-
19, havendo a possibilidade do microrganismo estar circulando no paciente naquele
momento. Um resultado positivo para IgG pode indicar que a pessoa está na fase crônica e/ou
convalescente ou já teve contato com a COVID-19 em algum momento da vida (SAÚDE,
2021).
Estão disponíveis para utilização, dois tipos de testes rápidos: de antígeno e de
anticorpo, por meio da metodologia de imunocromatografia. O teste rápido de antígeno
detecta proteína do vírus em amostras coletadas de naso/orofaringe, devendo ser realizado na
infecção ativa (fase aguda) e o teste rápido de anticorpos detecta IgM e IgG (fase
convalescente), em amostras de sangue total, soro ou plasma (SAÚDE, 2021).
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4 MATERIAIS E MÉTODO
5 RESULTADOS
Figura 1 - Distribuição dos casos confirmados de Covid-19 em relação ao sexo do paciente dentre os meses de
janeiro a junho de 2021 no município de Arapiraca- AL.
Fonte: Elaborado pelo autor com base dos dados da Secretaria Municipal de Saúde, 2021.
Também foi analisada a incidência de casos positivados para Covid-19 por faixa
etária. A idade mediana (IIR) foi de aproximadamente 35 (30,0 - 39,0) anos. Sendo observada
maior prevalência dos casos confirmados na população entre 20 a 39 anos de idade n = 2.730
(49,7%), conforme identifica-se na figura 2.
21
Figura 2 - Distribuição de frequências dos casos confirmados de Covid-19 por faixa etária dentre os meses de
janeiro a junho de 2021 no município de Arapiraca- AL.
Fonte: Elaborado pelo autor com base dos dados da Secretaria Municipal de Saúde, 2021.
No que se refere à etnia, houve a predominância dos que se autodeclaram pardos 3469
(63,15%), em conformidade com a figura 3. Em seguida, também foi realizada a avaliação
de dados conforme profissional de saúde, na qual prevaleceram os que não são profissionais
da saúde 5431 (98,87 %), conforme pode ser observado na figura 4.
Figura 3 - Distribuição de frequências dos casos confirmados de Covid-19 por etnia dentre os meses de janeiro a
junho de 2021 no município de Arapiraca- AL.
Fonte: Elaborado pelo autor com base dos dados da Secretaria Municipal de Saúde, 2021.
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Figura 4 - Distribuição de frequências dos casos confirmados de Covid-19 por profissional de saúde dentre os
meses de janeiro a Junho de 2021 no município de Arapiraca- AL
Fonte: Elaborado pelo autor com base dos dados da Secretaria Municipal de Saúde, 2021.
23
6 DISCUSSÃO
Apesar da chegada e ampla divulgação das vacinas como prevenção da forma grave
da Covid-19, ainda é necessária a adoção de outras estratégias para reduzir a transmissão do
SARS-CoV-2. Sendo o isolamento de pessoas infectadas e o distanciamento social uma das
estratégias mais difundidas pelos organismos de saúde internacionais. No entanto, a
contenção epidêmica tem como principal objetivo reduzir a transmissão da doença,
diminuindo o número de pessoas suscetíveis na população ou o número reprodutivo básico
que propicie um controle da transmissão. Assim, o papel dos testes de detecção e de
diagnóstico realizado de forma correta e em tempo hábil para identificar os infectados pelo
SARS-CoV-2 é central para vigilância e controle da pandemia COVID-19 (VEROTTI,
2020).
Neste sentido, este estudo investigou a prevalência dos casos positivos para Covid-19
através do exame de imunoensaio com amostra secreção swab e os fatores demográficos
associado à sua ocorrência entre pessoas afetadas na Unidade Sentinela de Arapiraca,
Alagoas. Os achados deste estudo demonstram a prevalência dos casos ligados ao sexo
feminino, 53%, mostrando similaridade a outros estudos realizados no Brasil, em
Pernambuco (56,13%) (NASCIMENTO, 2020) e em Minas Gerais (54,06%) (SILVEIRA,
2021), que mostram maior expressão em indivíduos do sexo feminino. Existem diferentes
hipóteses para explicar este fato, no entanto, as características culturais são as mais
perceptíveis para explicar esta taxa desequilibrada entre pacientes do sexo masculino e
feminino (NASCIMENTO, 2020).
No Brasil, a promoção de políticas de saúde para a mulher, aproxima essa população
dos estabelecimentos de saúde. Dados de uma pesquisa realizada em março e abril de 2020
em oito países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
(n = 21.649) demonstrou que houve diferenças de gênero nas crenças e comportamentos
relacionados ao Covid-19. As pessoas do sexo feminino têm maior probabilidade de perceber
a Covid-19 como um problema de saúde muito grave, de concordar com medidas coercitivas
de políticas públicas e de cumpri-las (GALASSO et al., 2020). Além disso, especialmente
em áreas tradicionais como o Nordeste do Brasil, o estereótipo da imagem masculina, que
representa o progenitor familiar que nunca adoece, também pode estar relacionado a esse
aspecto sociocultural (GOMES, 2008).
Diante desses resultados, é possível inferir que mesmo com a disparidade de casos
confirmados entre homens e mulheres, pacientes do sexo masculino apresentam maior risco
24
Uma análise de dados realizada por cientistas do King’s College de Londres concluiu
que, quando são infectadas pelo novo coronavírus, pessoas negras têm risco três vezes maior
de serem internadas, em comparação a brancos. Segundo o estudo, o risco de pacientes negros
permanece maior mesmo após o ajuste de condições socioeconômicas e de acesso a serviços
de saúde (PECHIM, 2020).
A análise da situação da força de trabalho no Brasil tem sido feita em vários estudos,
que apontam os principais problemas, tanto o que diz respeito à disponibilidade e distribuição
das diversas categorias profissionais para atender às necessidades de funcionamento
adequado dos serviços, nos diversos níveis de atenção, quanto os problemas relacionados à
gestão do trabalho, isto é, os mecanismos de contratação, qualificação e valorização da força
de trabalho no setor (TEIXEIRA, 2020). Assim, o risco de contaminação pela doença torna-
se mais evidente em determinadas categorias profissionais, além do que, no presente estudo
observou- se que 98,7 % dos casos positivados foram de não trabalhadores da saúde.
Apesar de que, o principal problema de saúde que afeta os profissionais envolvidos
diretamente no cuidado aos pacientes sintomáticos ou diagnosticados com a infecção
provocada pelo COVID-19 é o maior risco de contaminação pela doença (TEIXEIRA, 2020),
neste estudo a proporção de profissionais de saúde infectados foi de 1,13%, nitidamente
muito inferior aos demais trabalhadores.
Apesar dos esforços, as limitações do presente estudo estão relacionadas à coleta de
dados secundários, que pode gerar viés de informação, pois pode haver dados faltosos ou
inconsistentes no banco de dados disponibilizados pela Secretaria Municipal da Saúde
(SMS). Além do mais, o estudo foi apenas descritivo, sendo assim, há necessidade de mais
estudos elucidativos dos fatores relacionados que podem ser considerados preditores para a
Covid-19.
26
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CHEN, B., et al. Overview of lethal human coronaviruses. Signal transduction and
targeted therapy, v. 5, n. 1, p. 1-16, 2020. Disponível em:
https://www.nature.com/articles/s41392-020-0190-2. Acesso em: 10 de nov de 2021.
CRODA, J, et al. COVID-19 in Brazil: advantages of a socialized unified health system and
preparation to contain cases. Rev. Soc. Bras. Med. Trop, n 53, 2020. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/bwLKCs6ZfGhyFn3mp4RDhdQ/?lang=en. Acesso em: 02 de
dez de 2021.
FIGUEIREDO NETO, J. A., et al. Coronavirus disease 2019 and the myocardium. Arquivos
brasileiros de cardiologia, v 114, n 6, p 1051-1057, 2020. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/abc/a/j7WqKyygcHW6LJKTZ4LVcTw/?lang=pt&format=html.
Acesso em: 05 de dez 2021.
GALASSO, V., et al. Gender differences in COVID-19 attitudes and behavior: Panel
evidence from eight countries. Proceedings of the National Academy of Sciences of the
United States of America, v 117, n 44, p 27285–27291, 2020. Disponível em:
https://www.pnas.org/doi/pdf/10.1073/pnas.2012520117. Acesso em: 10 de jan 2022.
GOMES, R. Sexualidade Masculina, Gênero e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2008. 30.
Gomes R, Nascimento EF, Araújo FC. Por que os homens buscam as menos os serviços de
saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens
com ensino superior [Por que os homens usam menos os serviços de saúde do que as
mulheres? Explicações de homens com baixa escolaridade versus superior]. Cad Saude
Publica, v 23, n 3, p 565-74, 2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/csp/a/rQC6QzHKh9RCH5C7zLWNMvJ/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 10 de jan 2022.
SANTOS, G. R. A. C., et al. Perfil epidemiológico dos casos e óbitos por COVID-19 nos
estados da região nordeste. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v 12, n 12, p e4251-e4251,
2020. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/425. Acesso
30
SONG, Z., et al. From SARS to MERS, thrusting coronaviruses into the spotlight. viruses,
v. 11, n. 1, p. 59, 2019. Disponível em: https://www.mdpi.com/1999-4915/11/1/59. Acesso
em 05 de fev de 2022.
CARTA DE ANUÊNCIA
Declaramos para os devidos fins, que aceitaremos a pesquisadora Laila Jorrane de Lima, a
desenvolver o seu projeto de pesquisa “O perfil de atendimento de indivíduos
positivados para Covid-19, através do método swab em uma área do nordeste
brasileiro.”, que está sob a orientação da Profª. Me Josineide Soares da Silva, docente do
curso de enfermagem da Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca, cujo
objetivo é identificar o perfil de atendimento dos usuários que testaram positivo para
COVID-19 através do método swab, no periodo de janeiro a junho de 2021, na Unidade
Sentinela no Município de Arapiraca, Alagoas, Brasil.
Arapiraca / /