Você está na página 1de 76

Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Sumário
INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS EM FARMACOLOGIA .......... 1 Fatores de Variação do Volume de Distribuição ....................... 15
LIGAÇÃO DOS FÁRMACOS AOS TECIDOS .................................... 15
INTRODUÇÃO ............................................................... 1 DISTRIBUIÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS ............................ 16
Breve Histórico da Farmacologia .................................. 1 Redistribuição de Fármacos ...................................... 16
Alopatia e Homeopatia ............................................. 1 Padrão do Equilíbrio de Distribuição de Fármacos ............ 16
Alopatia ......................................................................... 1 Distribuição Pediátrica ............................................ 16
Homeopatia..................................................................... 1 Velocidade e Extensão da Distribuição.......................... 16
CONCEITOS BÁSICOS ....................................................... 1 Ligação a Proteínas Plasmáticas ................................. 16
ÁREAS DA FARMACOLOGIA .................................................. 2 Principais Proteínas ......................................................... 17
LIGAÇÃO DOS FÁRMACOS COM AS CÉLULAS .................................. 2 Relações com a Ação Farmacológica ..................................... 17
FÓRMULAS FARMACÊUTICAS ................................................ 2 Ligação dos Fármacos com as Proteínas Plasmáticas ................. 17
FORMAS FARMACÊUTICAS ................................................... 2 Deslocamentos por Afinidade à Proteína ............................ 17
Formas Sólidas ....................................................... 2 DISTRIBUIÇÃO EM SÍTIOS ESPECIAIS (BARREIRAS ANATÔMICAS).............. 18
Comprimidos ................................................................... 3 Distribuição de Fármacos no SNC ......................................... 18
Glicoproteína P na BHE ................................................. 18
Formas Líquidas ..................................................... 3
Aprisionamento Iônico .................................................. 18
Formas Semissólidas ................................................ 3
Distribuição de Fármacos na Placenta ................................... 19
Absorção das Diferentes Formas Farmacêuticas por Via Oral . 3 Toxicidade sobre o Feto ................................................ 19
FARMACOCINÉTICA – ABSORÇÃO ............................................ 4 POSSIBILIDADES DE MELHORIAS NO TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS
.......................................................................... 19
INTRODUÇÃO ............................................................... 4
FARMACOCINÉTICA – METABOLIZAÇÃO/BIOTRANSFORMAÇÃO ... 21
ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS ................................................. 4
MECANISMOS PARA PASSAGEM PELAS BARREIRAS ............................ 4 INTRODUÇÃO.............................................................. 21
Fatores Determinantes no Transporte dos Fármacos ................... 4
Conceitos Básicos .................................................. 21
Principais Mecanismos para Passagem por Barreiras .................... 4
Locais de Biotransformação de Fármacos....................... 21
Transporte por Proteínas Transportadoras ............................ 5
Difusão Através de Lipídios .............................................. 5 Principais Efeitos da Metabolização ............................. 21
EFEITOS DO PH NA DIFUSÃO DE FÁRMACOS ................................. 5 Metabolização por Características dos Fármacos .............. 22
Constante de Dissociação (pKa) ................................... 6 PROCESSO DE BIOTRANSFORMAÇÃO DOS FÁRMACOS ........................ 22
VELOCIDADE DE ABSORÇÃO ................................................. 6 REAÇÕES DE FASE I (CATABÓLICAS/NÃO SINTÉTICAS) ...................... 22
VIAS DE ABSORÇÃO ......................................................... 7 Citocromo P450/CYP 450.......................................... 22
Alterações no Padrão de Expressão das CYP ............................ 23
Absorção Gastrointestinal ......................................... 7
Inibição e Indução de CYP .............................................. 23
Absorção e Alimentos ......................................................... 7
Monoxigenases que Contêm Flavina ............................. 23
FATORES QUE INFLUENCIAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS ..................... 7
REAÇÕES DE FASE II (ANABÓLICAS/DE CONJUGAÇÃO) ..................... 23
BIODISPONIBILIDADE ........................................................ 7
Glicuronidação (Enzimas UGTs) .................................. 24
Fatores que Interferem a Biodisponibilidade ................... 8
Subtipos ....................................................................... 24
Bioequivalência ...................................................... 8
Sulfatação (Enzimas SULTs)....................................... 24
EQUIVALÊNCIA TERAPÊUTICA ............................................... 8
Conjugação com a Glutationa (Enzimas GSTs) ................. 24
FARMACOCINÉTICA – VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ......................... 9 Principais Aplicações ........................................................ 25
N-Acetilação (Enzimas NATs) ..................................... 25
INTRODUÇÃO ............................................................... 9
Caso Especial: Metabolismo do Paracetamol e
Critérios para Escolha da Via ...................................... 9
Hepatotoxicidade .................................................. 25
Locais de Absorção .................................................. 9
Possíveis Rotas de Metabolização ......................................... 25
Principais Vias de Administração ................................. 9 Estímulos à Rota Hepatotóxica ............................................ 25
Vias Enterais .................................................................... 9 Principais Aplicações ........................................................ 26
Vias Parenterais ............................................................... 9 Antídoto ....................................................................... 26
Via Parenteral Direta ...................................................... 9
ALTERAÇÃO NO METABOLISMO DOS FÁRMACOS ............................. 26
Via Parenteral Indireta.................................................... 9
Principais Fatores que Modificam a Metabolização dos
VIA ENTERAL.............................................................. 10
Fármacos ............................................................ 26
Via Oral (V.O.) ...................................................... 10
Interações Medicamentosas por Indução e Inibição Enzimática
Via Bucal/Sublingual ............................................... 10
....................................................................... 26
Via Retal............................................................. 10
Indução Enzimática.......................................................... 27
VIAS PARENTERAIS INDIRETAS ............................................. 11 Consequências ............................................................ 27
Via Nasal ............................................................ 11 Principais Fármacos Indutores Enzimáticos ......................... 27
Via Cutânea ......................................................... 11 Inibição Enzimática ......................................................... 27
Via Transdérmica ............................................................ 11 Consequências ............................................................ 27
VIAS PARENTERAIS DIRETAS ............................................... 11 Principais Fármacos Inibidores Enzimáticos ......................... 27
Via Intramuscular .................................................. 11 Álcool x Fármacos ........................................................... 28
Reação Tipo Dissulfiram ................................................ 28
Via Intravenosa/Endovenosa ...................................... 12
Via Subcutânea ..................................................... 12 FARMACOCINÉTICA – EXCREÇÃO........................................... 29
Via Intradérmica ................................................... 12
INTRODUÇÃO.............................................................. 29
Via Epidural/Peridural e Intratecal ............................. 12
Eliminação ≠ Excreção ............................................. 29
COMPARAÇÕES ENTRE AS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ......................... 13
Vias de Excreção de Fármacos .................................... 29
FARMACOCINÉTICA – DISTRIBUIÇÃO .......................................14 Principais Órgãos Envolvidos ............................................... 29
Principais Secreções/Metabólitos Envolvidos ........................... 29
INTRODUÇÃO .............................................................. 14 EXCREÇÃO RENAL DOS FÁRMACOS ......................................... 29
FATORES QUE INTERFEREM A DISTRIBUIÇÃO ................................ 14 Diferenças na Velocidade de Excreção Renal................... 29
Permeabilidade Capilar ........................................... 14 Meia-Vida (t1/2) dos Fármacos .................................... 29
Fluxo Sanguíneo e Perfusão do Tecido-Alvo .................... 14 Os 3 Processos Básicos Envolvidos na Excreção Renal ......... 30
Volume de Distribuição/Aparente ............................... 15

P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Filtração Glomerular ........................................................ 30 FARMACOCINÉTICA DOS BNS ............................................... 52


Principais Características............................................... 30 Tempos de Ação dos BNs .......................................... 52
Mecanismo de Filtração................................................. 30
OUTROS EFEITOS DOS BNS ................................................ 52
Particularidades .......................................................... 30
Antagonismos e Sinergismos dos BNs ............................ 52
Secreção/Reabsorção Tubulares Ativas ................................. 31
Antagonismo (Antídoto) .................................................... 52
Principais Características............................................... 31
Sinergismos ................................................................... 52
Mecanismo ................................................................ 31
Particularidades .......................................................... 31 Efeitos Indesejáveis................................................ 52
Difusão Passiva através do Epitélio Tubular ............................ 31 Dos BNs Competitivos.............................................. 52
Principais Características............................................... 31 Dos BNs Despolarizantes .......................................... 52
Particularidades .......................................................... 32 RELAXANTES MUSCULARES ................................................ 52
Influência da Função Renal ....................................... 32 FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA) ....... 53
Glicoproteína P e Proteína Tipo 2 ........................................ 33
Depuração Renal (Clearence Renal) ............................. 33 REVISÃO DO SNA ......................................................... 53
Depuração da Creatinina ................................................... 33 Sistema Nervoso Parassimpático ................................. 53
Depuração de Fármacos .................................................... 33
Sistema Nervoso Simpático ....................................... 53
Cálculo de Ajuste de Dose por Função Renal ........................... 33
Órgãos com Apenas 1 Inervação .................................. 53
EXCREÇÃO HEPATOBILIAR ................................................. 34
Mediação Química do SNA ........................................ 54
Depuração Hepática ............................................... 34
Acetilcolina ................................................................... 54
Excreção Biliar de Fármacos ...................................... 34 Noradrenalina ................................................................ 54
Principais Características .................................................. 34
Receptores .......................................................... 54
Recirculação Entero-Hepática de Fármacos ............................ 34
Receptores do SN Parassimpático ........................................ 54
Caso da Rifampicina ..................................................... 35
Receptores Nicotínicos (Ionotrópicos) ................................ 54
FARMACODINÂMICA.............................................................38 Receptores Muscarínicos (Metabotrópicos) .......................... 54
Receptores do SN Simpático ............................................... 54
INTRODUÇÃO .............................................................. 38 Vias de Transdução de Sinal ...................................... 55
PRINCIPAIS CONCEITOS .................................................... 38 Efeitos da Via Autonômica ........................................ 55
Receptor/Alvo Farmacológico .................................... 38 DROGAS ADRENÉRGICAS OU SIMPATOMIMÉTICAS ............................ 55
Tipos de Receptores ........................................................ 38
Simpatomiméticos α e β .......................................... 55
Especificidade de Ligação e Efeitos Colaterais ................ 39 Epinefrina/Adrenalina ...................................................... 55
Efeitos Colaterais ............................................................ 39 Norepinefrina/Noradrenalina.............................................. 56
Fármacos Terapeuticamente Úteis ....................................... 39 Dopamina ..................................................................... 56
Ligação do Fármaco com o Receptor ............................ 39 Dobutamina ................................................................... 56
Modelo Chave-Fechadura .................................................. 40 Isoproterenol ou Isoprenalina ............................................. 56
Especificidade de Ligação entre Fármaco e Receptor ................ 40 Efedrina ....................................................................... 56
Termos Importantes......................................................... 41 Simpatomiméticos β2 .............................................. 56
Tipos de Força na Ligação Fármaco-Receptor .......................... 41
Simpatomiméticos α1 .............................................. 56
CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS ............................................ 41 Simpatomiméticos α2 .............................................. 57
Agonista e Antagonista ............................................ 41 Simpatomiméticos Indiretos ...................................... 57
Tipos de Agonistas (3) ............................................. 41 Anfetaminas .................................................................. 57
Tipos de Antagonistas (7) ......................................... 42 Metilfenidato ................................................................. 57
Agonistas Competitivos x Não Competitivos ............................ 43 DROGAS ANTIADRENÉRGICAS OU SIMPATICOLÍTICAS ........................ 57
ASPECTOS QUANTITATIVOS DA INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR ........... 43 Bloqueadores α-Adrenérgicos .................................... 57
Potência e Eficácia de Fármacos ................................. 43 Prazosina ...................................................................... 57
Modelo de Dois Estados............................................ 44 Idoramina ..................................................................... 57
DESSENSIBILIZAÇÃO E TOLERÂNCIA ......................................... 44 Ioimbina ....................................................................... 57
Dessensibilização ................................................... 44 Fenoxibenzamina e Fentolamina ......................................... 57
Tolerância ........................................................... 44 Bloqueadores β-adrenérgicos ..................................... 57
Tipos de Tolerância ......................................................... 44 Propranolol ................................................................... 58
Timolol ........................................................................ 58
Mecanismos para Dessensibilização/Tolerância................ 44
Atenolol ....................................................................... 58
Sensibilização/Tolerância Reversa............................... 45
Acebutolol .................................................................... 58
FARMACODINÂMICA: INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS...............46 Carvedilol ..................................................................... 58
Simpaticolíticos Indiretos ......................................... 58
INTRODUÇÃO .............................................................. 46 Reserpina ..................................................................... 58
Tipos de Interações Medicamentosas ............................ 46 Clonidina ...................................................................... 58
CLASSIFICAÇÕES DAS INTERAÇÕES .......................................... 46 DROGAS COLINÉRGICAS OU PARASSIMPATOMIMÉTICAS ...................... 59
Interações Físico-Químicas ou Farmacêuticas .................. 46 Parassimpatomiméticos Diretos .................................. 59
Interações Terapêuticas ........................................... 46 Principais Drogas............................................................. 59
Interações Farmacocinéticas .............................................. 46 Parassimpatomiméticos Indiretos................................ 59
Interações Farmacodinâmicas ............................................. 47 Carbamatos ................................................................... 59
INTERFERENTES RELEVANTES NAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ........... 47 Organofosforados (Agrotóxicos) ........................................... 59
Álcool ................................................................ 47 Edrofônio ...................................................................... 60
Tabagismo (Nicotina e Vários Alcaloides) ....................... 47 DROGAS ANTICOLINÉRGICAS OU PARASSIMPATOLÍTICAS ..................... 60
ESCALONAMENTO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ...................... 47 Atropina e Escopolamina .......................................... 60
PRINCIPAIS EXEMPLOS DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ................... 48 Atropina ....................................................................... 60
Escopolamina ................................................................. 60
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES (BNS)............................49 Farmacocinética ............................................................. 60
Outros Fármacos Anticolinérgicos ........................................ 60
INTRODUÇÃO .............................................................. 49
FÁRMACOS DO SNC: BENZODIAZEPÍNICOS, ANTIDEPRESSIVOS E
Histórico ............................................................. 49
Principais Aplicações dos BNs..................................... 49 OPIOIDES .......................................................................... 61
Ação .................................................................. 49 INTRODUÇÃO.............................................................. 61
Mecanismo da Contração Muscular ....................................... 49
BENZODIAZEPÍNICOS....................................................... 61
TIPOS DE BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES (BNS) ...................... 50
Efeitos Adversos .................................................... 61
BNs Competitivos (Não-Despolarizantes) ....................... 50
Antagonistas (Antídotos) .......................................... 61
Farmacocinética ............................................................. 51
BNs Despolarizantes ............................................... 51

P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Outros Fármacos com Efeitos Sedativos, Hipnóticos ou


Ansiolíticos .......................................................... 61
ANTIDEPRESSIVOS ......................................................... 62
Classes dos Fármacos .............................................. 62
Características Gerais do Tratamento .......................... 62
Antidepressivos de 1ª Geração ................................... 62
Antidepressivos Tricíclicos ................................................. 62
Inibidores da MAO ........................................................... 63
Antidepressivos de 2ª Geração ............................................ 63
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) ..... 63
Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina............ 63
Outros Antidepressivos de Destaque ............................ 63
ANALGÉSICOS OPIOIDES ................................................... 64
Efeitos ............................................................... 64
Efeitos no SNC................................................................ 64
Efeitos Periféricos ........................................................... 64
Efeitos Indesejados ................................................ 64
Usos Terapêuticos .................................................. 64
Principais Fármacos ................................................ 64
Antagonistas Opioides (Antídotos) ............................... 65
FÁRMACOS DO SNC: ANTIPARKINSONIANOS, NEUROLÉPTICOS,
ANTIEPILÉPTICOS ...............................................................66

FÁRMACOS ANTIPARKINSONIANOS .......................................... 66


Doença de Parkinson ............................................... 66
Tratamento ......................................................... 66
Fármacos Antiparkinsonianos ..................................... 66
Precursores de Dopamina (Levodopa) ................................... 66
Anticolinérgicos (Biperideno) ............................................. 67
Inibidores da MAO (Selegilina) ............................................ 67
Agonistas Dopaminérgicos (Bromocriptina) ............................. 67
NEUROLÉPTICOS .......................................................... 67
Esquizofrenia ....................................................... 67
Fármacos ............................................................ 67
Neurolépticos Clássicos/Típicos .......................................... 67
Neurolépticos Atípicos ...................................................... 68
FÁRMACOS ANTIEPILÉPTICOS .............................................. 68
Epilepsia ............................................................. 68
Fármacos Antiepilépticos ......................................... 69
Principais Mecanismos de Ação ........................................... 69

P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Introdução e Conceitos Básicos em Farmacologia


Introdução Alopatia e Homeopatia
-FARMACOLOGIA: Estudo do modo pelo qual as funções dos Alopatia
sistemas biológicos são alteradas por agentes químicos -As ações das drogas no organismo são possíveis devido às
• OBS: Nenhum medicamento criará uma resposta interações químicas convencionais
diferente da que já existe no organismo → Os -Farmacologia clássica/convencional → O fármaco atua no
fármacos potencializam ou reduzem efeitos que já organismo interagindo com receptores específicos em
existem no organismo proporção equivalente
-É necessária uma quantidade mínima de moléculas
Breve Histórico da Farmacologia farmacológicas para que haja interações com os receptores
-CIÊNCIA RELATIVAMENTE NOVA: Desenvolveu-se apenas → O efeito do fármaco se dá de forma proporcional em
no final do século 19, pois precisou de outras ciências. relação à dose tomada
Destaque para as grandes indústrias na Alemanha Homeopatia
-UTILIZOU DE OUTRAS CIÊNCIAS: Biomedicina, bioquímica,
química, fisiologia, patologia, biologia molecular... -Método terapêutico baseado na prescrição de uma
-IMPORTÂNCIA DA MEDICINA NATURAL: Uso de plantas e substância sob forma diluída e em pequeníssimas doses e
ervas medicinais para a cura já ocorria há milhares de anos dinamizado (agitado) para um doente com a finalidade de
produzir sinais e sintomas semelhantes aos da doença que
• PRODUTOS NATURAIS NÃO DEVEM SER
se pretende combater → “Semelhante cura semelhante”
SUBESTIMADOS: Também são medicamentos e
possuem substâncias químicas. Não é porque • EXEMPLO: Doente com problema hepático →
natural que não pode fazer mal Tratamento utilizando uma droga que seria
hepatotóxica (se em grandes concentrações)
• CHÁS: Nunca devem ser usados como veículo para
extremamente diluída em água e dinamizada
tomar medicamentos, pois os chás também
-Criado no fim do século 18 pelo médico alemão Samuel
possuem muitas substâncias químicas que podem
Hahnemann (1755-1843)
potencializar, dificultar ou anular os efeitos do
-OBS 1: Fitoterapia é ALOPATIA, pois fundamenta-se no
fármaco
princípio da dose proporcional aos efeitos (segue os mesmos
o CAULES E RAÍZES: Devem ser cozinhados
princípios dos fármacos sintéticos)
o FOLHAS E FLORES: Infusão (apenas a
-OBS 2: Homeopatia NÃO é placebo
imersão em água quente ou fria)
-SURGIMENTO DAS BOTICAS: Início da indústria
farmacêutica. Eram uma mistura de médicos com Conceitos Básicos
farmacêuticos (identificavam o problema e preparavam o
-FÁRMACO: Substância que tem ESTRUTURA QUÍMICA JÁ
medicamento a ser utilizado)
DEFINIDA/ISOLADA e tem como finalidade o uso para um
-GRANDE AVANÇO DA FARMACOLOGIA APÓS O
EFEITO/FINALIDADE BENÉFICA no organismo
DESENVOLVIMENTO DA QUÍMICA: Conseguiu-se isolar
-DROGA: Qualquer substância que cause alguma alteração
componentes que possuíam ação farmacológica
no funcionamento do organismo por ações químicas, COM
• INTRODUÇÃO DOS FÁRMACOS SINTÉTICOS (1920): OU SEM INTENÇÃO/FINALIDADE BENÉFICA
Grande avanço na indústria farmacêutica Todo fármaco é uma droga, mas nem toda droga é um fármaco
Finalidade benéfico ou maléfico = Droga
Apenas finalidade benéfico = Fármaco
-MEDICAMENTO: Forma farmacêutica constituída por um ou
vários princípios ativos e excipientes. Pode ser usado para
fins terapêuticos, profiláticos e diagnósticos
• EXCIPIENTES: Demais compostos usados para a
produção do medicamento (espessantes,
emulsificantes, aromatizantes, corantes,
adoçantes, etc.)
o IMPORTÂNCIA DOS EXCIPIENTES: Como o
princípio ativo é uma quantidade muito
pequena, é necessário a adição de
excipientes para facilitar a posologia e a
administração
-REMÉDIO: Conceito mais amplo, abrangendo qualquer
coisa que faça o indivíduo se sentir melhor (medicamento,
massagem, fisioterapia, viagem, caminhada...). Abrange fé
e crenças

1
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-LIGAÇÃO DOS FÁRMACOS: Ligam-se preferencialmente às


Áreas da Farmacologia proteínas e ao DNA
• PRINCIPAIS PROTEÍNAS-ALVO:
-FARMACOCINÉTICA: Avalia o que o organismo faz com o o Enzimas
fármaco. Estuda todo o caminho/percurso que o o Moléculas transportadoras
medicamento faz no organismo. Estuda as etapas que a o Canais de íons
droga sofre desde a administração até a excreção o Receptores proteicos
(absorção, distribuição, biotransformação e excreção, que • “RECEPTOR”: Usado de forma geral para indicar o
são etapas simultâneas), incluindo as interações local de ligação do fármaco na célula. Trata-se do
medicamentosas. NÃO estuda o mecanismo de ação local de ligação de substâncias endógenas para
• DETERMINA: A rapidez e o tempo levado para a droga algum tipo de ativação
aparecer no órgão-alvo
-FARMACODINÂMICA: Avalia o que o fármaco faz no
organismo. Estuda os efeitos fisiológicos dos fármacos nos
organismos e os seus mecanismos de ação, limitando-se à
ligação do fármaco com o receptor e as consequências
disso. Estuda a relação entre concentração do fármaco e os
efeitos
• OBS: A resposta e a sensibilidade determinam a
magnitude do efeito de determinada concentração
• JANELA TERAPÊUTICA: Quantidade do fármaco que é
possível tomar sem que haja intoxicação
• COMPLEMENTA-SE COM A FARMACOCINÉTICA: Uma
farmacocinética efetiva garante uma farmacodinâmica
também efetiva. Se o fármaco não for bem absorvido,
não haverá uma boa farmacodinâmica
-FARMACOTÉCNICA: Estuda o preparo, manipulação e
Fórmulas Farmacêuticas
conservação dos medicamentos (desenvolvimento de novos -FÓRMULAS OFICIAIS: Aquelas cuja fórmula e técnica se
produtos, relação com o meio biológico, técnicas de encontram inscritas e descritas na Farmacopéia ou em
manipulação, doses, formas farmacêuticas, interações Formulários
físicas e químicas entre princípios ativos...). Visa conseguir -FÓRMULAS MAGISTRAIS: Aquelas cuja fórmula é da autoria
o melhor aproveitamento dos efeitos benéficos dos do clínico e que o farmacêutico prepara seguindo essas
fármacos no organismo prescrições
-FARMACOGNOSIA: Cuida da obtenção, identificação e -FÓRMULAS ESPECIALIZADAS: Aquelas que se encontram já
isolamento de princípios ativos a partir de produtos preparadas e embaladas e que se apresentam sob um nome
naturais de origem animal, vegetal ou mineral possíveis de fantasia ou sob uma denominação da substância ativa que
uso terapêutico entra na sua composição. Normalmente são preparadas por
-FARMACOTERAPÊUTICA: Uso de medicamentos para o laboratórios farmacêuticos
tratamento das enfermidades (farmacologia clínica)
• TERAPÊUTICA: Envolve não somente o uso de
medicamentos, mas também outros meios (cirurgia,
Formas Farmacêuticas
radiação, etc.) para prevenção, diagnóstico e tratamento -FORMA FARMACÊUTICA (DEFINIÇÃO DA ANVISA): Estado
das enfermidades final de apresentação que os princípios ativos
-IMUNOFARMACOLOGIA: Área nova que se baseia na farmacêuticos possuem após uma ou mais operações
possibilidade de interferir, pelo uso de drogas, na farmacêuticas → Forma física na qual um fármaco é
realização de transplantes e no uso de substâncias administrado
normalmente participantes da resposta imunológica com -APRESENTAÇÕES:
fins terapêuticos. É mais voltada à supressão do sistema • Forma sólida
imune • Forma semissólida
• Forma líquida
Ligação dos Fármacos com as Formas Sólidas
Células -Preferidas por ser a mais estável, melhor produção,
conservação e administração
-TIPOS: Cápsula, comprimido (pó que sofreu compressão),
-INTERAÇÃO QUÍMICA ENTRE FÁRMACO E CÉLULA: É
adesivo, supositórios, anel, óvulo, DIU, pastilha, granulado,
necessário que as moléculas do fármaco fiquem tão
pó, implante
próximas às moléculas celulares a ponto de alterarem sua
função, gerando um EFEITO FARMACOLÓGICO → Toda ação
farmacológica é uma reação química ocorrendo
• LIGAÇÕES IRREVERSÍVEIS ENTRE FÁRMACO E
RECEPTOR: Geralmente ocorrem por ligação covalente.
Nesses casos, a energia necessária para desfazer a
ligação seria alta demais, fazendo com que seja
energeticamente mais vantajoso que o organismo
produza novos receptores → Omeprazol

2
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• ELIXIR: Forma de extração diferenciada. Pode ser uma


Comprimidos solução hidroalcóolica
-TIPOS: • SUSPENSÃO: Sólido suspenso no líquido (geralmente
• CONVENCIONAIS recomenda-se agitar antes de administrar, para misturar
• MASTIGÁVEIS as fases)
• EMULSÃO: Aspecto leitoso e fases aparentemente
• REVESTIDOS: Buscam, por exemplo, a proteção da
indistinguíveis
substância da acidez estomacal, só sofrendo
• SOLUÇÃO: Fases inseparáveis
desintegração no intestino (pH alcalino) • ESMALTE
• DE LIBERAÇÃO CONTROLADA: Não liberam • COLUTÓRIO: “Gargarejo”. Geralmente usado para
imediatamente todo o fármaco, fazendo-o de limpezas orais
forma gradual e contínua em diferentes tempos e
locais
-TIPOS DE LIBERAÇÃO:
• LIBERAÇÃO SUSTENTADA: Mantém constante a
concentração plasmática do fármaco por um
período (geralmente 8-12h). Garante um intervalo
de tempo maior que a forma convencional
• LIBERAÇÃO RETARDADA (REVESTIMENTO
ENTÉRICO): Prolongam o período de latência
(intervalo de tempo entre a administração e a
detecção do fármaco no sangue). Visam
principalmente:
o Proteger a mucosa gástrica da ação
irritante do fármaco
o Proteger o fármaco da destruição pelo Formas Semissólidas
suco gástrico
-Escolhidas principalmente para uso tópico
o Proteger os fármacos que são melhores
-TIPOS:
absorvidos em regiões bem definidas do
• CREME: Apresenta óleos e gordura em sua formação
intestino • POMADA: Apresenta óleos e gordura em um percentual
• LIBERAÇÃO REPETIDA: Possibilitam a manutenção maior
do efeito terapêutico por um período maior de • GEL: Não apresenta gordura
tempo em relação a forma convencional, • PASTA
substituindo uma nova administração do fármaco • EMPLASTO
o COMO FUNCIONA: Ocorre a liberação de
uma dose individual logo após a sua
administração (que se apresenta na
camada mais externa do comprimido) e
uma segunda ou terceira dose liberada de
4-6h após a ingestão
• LIBERAÇÃO PROLONGADA: Disponibilizadas 2
doses do fármaco.
Absorção das Diferentes Formas
o PRIMEIRA DOSE (DOSE INICIAL DE
LIBERAÇÃO IMEDIATA): Dose necessária Farmacêuticas por Via Oral
para produzir o efeito farmacológico sem -FORMAS LÍQUIDAS: Quando se trata de um mesmo
causar danos ao organismo princípio ativo, provocam respostas mais rápidas que as
o SEGUNDA DOSE (DOSE DE formas sólidas, pois não necessitarão passar pelo processo
MANUTENÇÃO): Liberada de modo de desintegração
gradual para prolongar a extensão da • EXEMPLO: Dipirona gotas provoca efeitos mais rápido do
resposta farmacológica que o dipirona em comprimido
o OBS: Nem sempre as doses serão equivalentes, por -TEMPO DE LATÊNCIA: Tempo entre a tomada da
exemplo 1 comprimido de 180mg pode não ter o
mesmo efeito se tomado 2 comprimidos de 90mg, pois
medicação e a manifestação dos primeiros efeitos
o de 180mg pode ter liberação prolongada e o de
90mg não. Ou seja, tomar 2 comprimidos de 90mg
poderia liberar 180mg de uma vez na circulação
(podendo levar à toxicidade), o que não ocorreria com
1 comprimido de 180mg de liberação prolongada

Formas Líquidas
-Facilita a deglutição em pessoas mais sensíveis (como
crianças e idosos)
-TIPOS:
REFERÊNCIAS
• GOTAS
Aulas e slides da professora Andréa Apolinário + minhas anotações
• XAROPE: Elevada concentração de açúcar para conservar Resumo de Farmacologia Geral – Rodrigo Mendonça
o fármaco ou mascarar o sabor Resumo de Farmacologia Geral – Clara Freitas

3
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Farmacocinética – Absorção
Introdução Mecanismos para Passagem
-PROCESSOS DA FARMACOCINÉTICA: Absorção,
distribuição, metabolismo (biotransformação) e excreção
dos fármacos → Estuda o trajeto do fármaco desde sua
pelas Barreiras
introdução até a absorção, distribuição, redistribuição, -PARA QUE HAJA ABSORÇÃO: É necessário que o fármaco
metabolização e eliminação passe pelas diversas barreiras do corpo para poder chegar
-FRAÇÕES DO FÁRMACO: até a corrente sanguínea
• FRAÇÃO LIGADA AO RESERVATÓRIO TECIDUAL: -O PROCESSO DE ABSORÇÃO RELACIONA-SE COM:
Fração que fica armazenada no tecido. De acordo • Mecanismos com que os fármacos ATRAVESSAM AS
com a característica do medicamento, a BARREIRAS
distribuição nos tecidos é diferente. Fração INERTE • PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS das moléculas e
(não provoca efeito farmacológico) das membranas
• FRAÇÃO LIGADA A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: -PRINCIPAL BARREIRA: Membranas celulares (bicamada
Fração que é transportada por proteínas lipídica)
plasmáticas. Fração INERTE (não provoca efeito -PASSAGEM DE MOLÉCULAS PELAS MEMBRANAS: Pode ser
farmacológico) por transporte ativo ou passivo, mas tende ao transporte
• FRAÇÃO LIVRE: Fração do fármaco que não está passivo por ser energeticamente mais econômico
ligada a nada (está apenas circulando na corrente Fatores Determinantes no Transporte dos
sanguínea). É quem, de fato, irá se ligar ao
receptor e fará o efeito farmacológico, sofrerá Fármacos
metabolização e excreção -PESO MOLECULAR: ↓ Peso molecular = ↑ Facilidade em
Fármaco livre = Fármaco livre para metabolização e atravessar membranas
excreção • MOTIVO DA INSULINA OU DO COLÁGENO NÃO SER
ADMINISTRADO POR VIA ORAL: Por ser uma
proteína grande, ela não é absorvida (precisaria
ser quebrada em aminoácidos)
-GRAU DE IONIZAÇÃO: Moléculas ionizadas interagem com
a água (torna-se hidrossolúvel) e só conseguem atravessar
as membranas por canais
↑ Grau de ionização = ↓ Lipossolubilidade
-LIPOSSOLUBILIDADE: ↑ Lipossolubilidade = ↑ Facilidade em
atravessar

-OBS: Os 3 devem estar em harmonia para que ocorra a


Absorção dos Fármacos passagem do fármaco
-“FÁRMACO IDEAL”: Ser absorvido por difusão passiva, ter
-ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS: Passagem de uma substância baixo peso molecular, ser lipossolúvel (ser semelhante à
de seu local de administração para o plasma (corrente membrana celular) e não ser ionizado
sanguínea) Principais Mecanismos para Passagem por
• OBS 1: Apenas o ato de tomar um comprimido não
garante que ele realizará seus efeitos. Os efeitos Barreiras
só iniciarão quando o fármaco for ABSORVIDO e -TRANSPORTE PARACELULAR: Passagem pelo espaço por
estiver NA CORRENTE SANGUÍNEA entre as células. Fármacos de BAIXO PESO molecular
• OBS 2: Quando se trata de absorção, estuda-se (moléculas pequenas)
principalmente a VIA ORAL, que é a mais usada. -DIFUSÃO POR LIPÍDIOS: Depende da lipossolubilidade do
NAS VIAS INTRAVENOSA E INTRAMUSCULAR NÃO fármaco. A maioria dos fármacos passam pela
OCORRE ABSORÇÃO lipossolubilidade
-BIODISPONIBILIDADE: Fração/porcentagem inalterada do -DIFUSÃO POR POROS AQUOSOS: Há limitação para
medicamento na corrente sanguínea tamanhos pequenos. Ocorre em uma minoria dos fármacos
• VIA INTRAVENOSA: Biodisponibilidade de 100% -PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS: Canal que faz captação
• VIA ORAL: Mais reduzida porque o medicamento ou expulsão de fármacos
precisa passar pelo TGI para sofrer a absorção -PINOCITOSE: Ocorre em fármacos de molécula grande,
• REDUÇÃO DA BIODISPONIBILIDADE: Depende da como a insulina no SNC
estrutura anatômica a partir da qual houve a
absorção, fatores anatômicos, fisiológicos e
patológicos

4
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Difusão Através de Lipídios


-GRANDE IMPORTÂNCIA FARMACOLÓGICA: É o mecanismo
mais importante do ponto de vista farmacológico
-SUBSTÂNCIAS PRECISAM ESTAR NÃO CARREGADAS:
Atravessam membranas mais facilmente (por meio da
difusão passiva)
-FATORES FÍSICO-QUÍMICOS QUE CONTRIBUEM PARA A
PERMEABILIDADE NA MEMBRANA:
• COEFICIENTE DE PARTIÇÃO (SOLUBILIDADE):
Capacidade de ATRAVESSAR lipídios (no caso, a
membrana celular). Quanto ↑ coeficiente de
partição, ↑ lipossolubilidade da substância
• COEFICIENTE DE DIFUSÃO (DIFUSIBILIDADE):
Medida da mobilidade das moléculas no interior do
lipídio. Capacidade da molécula de se difundir
pelo tecido → Capacidade de MOBILIDADE

Efeitos do pH na Difusão de
Fármacos
-MAIORIA DOS FÁRMACOS: São ácidos fracos ou bases
Transporte por Proteínas Transportadoras fracas, podendo existir na forma ionizada (com carga
-ATUAÇÃO DA PROTEÍNA TRANSMEMBRANAR: Liga-se a elétrica) ou não ionizada (sem carga elétrica), a depender
uma ou mais moléculas ou íons, e, modificando sua do pH do meio
conformação, os libera do outro lado da membrana • FÁRMACOS ORAIS: Obrigatoriamente são ácidos ou
-A DIFUSÃO FACILITADA TEM AÇÃO MAIS LIMITADA QUE A bases fracos, pois se forem fortes se tornam
DIFUSÃO SIMPLES: São passíveis de saturação, incompatíveis com a vida
especificidade e competição • FÁRMACOS INJETÁVEIS: Podem ser bases ou
ácidos fortes, mas não são capazes de causar
danos se na dose correta, pois a dose é muito
baixa comparado ao volume total de sangue
-FÁRMACOS ÁCIDOS: Liberam H+, causando formação de
ânion carregado negativamente
• NÃO DISSOCIADO (JUNTO): Neutro → Facilita a
absorção
• DISSOCIADO (SEPARADO): Ionizado/carregado
-PRINCIPAIS LOCAIS DO CORPO ONDE ESTÃO PRESENTES:
Túbulo renal, trato biliar, barreira hematoencefálica, TGI -BASES FRACAS: Também podem liberar H+, entretanto a
-GLICOPROTEÍNA P: Proteína transportadora importante na forma protonada dos fármacos básicos é carregada e a
absorção, distribuição e eliminação de vários fármacos perda de um próton libera a base neutra
• PODE SER PROBLEMÁTICA EM ALGUMAS PESSOAS: • NÃO DISSOCIADA (JUNTA): Ionizado/carregado
Algumas pessoas possuem elevada quantidade de • DISSOCIADA (SEPARADA): Neutro → Facilita a
glicoproteínas P, o que provoca resistência a absorção
múltiplos fármacos antitumorais (não fazem
efeito)
o RESOLUÇÃO: Administração dos antitumorais + -PARA ATRAVESSAR A MEMBRANA: O fármaco precisa estar
bloqueadores de glicoproteína P em sua forma não carregada/não ionizada (↑ lipossolúvel)
• ÁCIDO: Forma associada (HA) pode passar a
membrana, forma dissociada (A-) não
• BASE FRACA: Forma dissociada (B) pode atravessar
a membrana, forma associada (BH+) não
• ESPÉCIES IONIZADAS (BH+ OU A-): Possuem
lipossolubilidade muito baixa, sendo praticamente
incapaz de atravessar membranas, exceto quando
existe um mecanismo de TRANSPORTE ESPECÍFICO
(com GASTO ENERGÉTICO)
-PARA SER ELIMINADO (EXCREÇÃO): O fármaco precisa
estar em sua forma ionizada/carregada (↑ hidrossolúvel) →
Usar o raciocínio oposto ao da passagem da membrana
-LIMITA A ABSORÇÃO ORAL DE MEDICAMENTOS: Expulsa
compostos de volta para o TGI
5
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Constante de Dissociação (pKa)


-CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO (pKa): Medida da força da
interação de um composto com um próton → pH onde a
substância está em um EQUILÍBRIO (50%/50%) entre a sua
FORMA DISSOCIADA E NÃO DISSOCIADA
↑ pKa = ↑ força da BASE
↓ pKa = ↑ força do ÁCIDO
-EFEITOS DA IONIZAÇÃO: afeta não apenas a VELOCIDADE
de atravessamento das membranas, mas também a
DISTRIBUIÇÃO DE EQUILÍBRIO das moléculas dos fármacos
entre os compartimentos aquosos se houver uma diferença
de pH entre eles

ABSORÇÃO = Sempre na forma NÃO IONIZADA (NEUTRA)


AAS é ácido → Ele será mais facilmente absorvido em um
meio ácido PARA ABSORÇÃO DE FÁRMACOS ÁCIDOS (↓pKa) = Forma NÃO
DISSOCIADA (molecular)
Meio muito ÁCIDO com FÁRMACO ÁCIDO → Fármaco tende MELHOR ABSORÇÃO: Meios ácidos
ao equilíbrio, migrando para sua forma NÃO IONIZADA
(forma não dissociada), pois o meio já está ácido → Em PARA ABSORÇÃO DE FÁRMACOS BÁSICOS (↑pKa) = Forma
meios ácidos, há maior absorção de fármacos ácidos DISSOCIADA
MELHOR ABSORÇÃO: Meios básicos
Meio muito BÁSICO com FÁRMACO BÁSICO → Fármaco
tende ao equilíbrio, migrando para sua forma NÃO -A SUPERFÍCIE DE CONTATO É TÃO (OU MAIS)
IONIZADA (forma dissociada), pois o meio já está básico → IMPORTANTE QUANTO O pH: O pH é importante, mas NÃO
Em meios básicos, há maior absorção de fármacos básicos É FATOR DETERMINANTE para que a absorção aconteça
• ABSORÇÃO DO AAS: É preferencialmente no
intestino por conta da sua grande superfície de
contato, mesmo estando mais ionizado do que
estaria no pH estomacal

Velocidade de Absorção
-RAPIDEZ DE AÇÃO DO FÁRMACO: Depende da velocidade
de absorção (transferência do fármaco desde seu local de
administração até a corrente sanguínea)
-VELOCIDADE DE ABSORÇÃO DE ACORDO COM A FORMA
FARMACOLÓGICA: Em ordem decrescente de velocidade de
absorção:
1. Soluções
2. Suspensões
3. Pó
4. Cápsula
5. Comprimido
6. Drágea
-ABSORÇÃO NA VIA ORAL: É mais fácil, porém mais
demorado
-ASPIRINA: Tem um pKa=3.5 → Ao estar em um pH=3.5, 50%
-PERÍODO DE LATÊNCIA: Período entre o momento em que
da aspirina vai estar dissociada e 50% vai estar na forma
o fármaco foi administrado até os efeitos farmacológicos
molecular. Se ela for colocada em um meio alcalino, ela
começarem a surgir → É variável
tende a se dissociar quase que completamente,
prejudicando a absorção

6
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-FÁRMACOS MUITO LIPOSSOLÚVEIS: Possuem absorção


Vias de Absorção AUMENTADA quando ingeridos em conjunto com refeições
gordurosas
-VIAS DE ABSORÇÃO: Vitaminas lipossolúveis são recomendadas de serem
• GASTROINTESTINAL: Bucal, gástrica, intestinal, tomadas em conjunto com alimentos gordurosos
retal -MECANISMO DE INGESTÃO: Deve ser sempre ÁGUA, exceto
• RESPIRATÓRIA: Brônquica, alveolar, nasal, se houver outra recomendação na bula
traqueal • IMPORTÂNCIA DA ÁGUA EM QUANTIDADE
• SUBCUTÂNEA SUFICIENTE: Ajuda a desintegração e dissolução
• INTRAMUSCULAR do medicamento, facilitando sua absorção
• CUTÂNEA -ABSORÇÃO MAIS RÁPIDA: Quando o fármaco é
• CONJUNTIVAL administrado em JEJUM com quantidade suficiente de
• PERITONEAL LÍQUIDO (~250mL)
• GENITURINÁRIA: Vaginal, uretral

Absorção Gastrointestinal
Fatores que Influenciam a
-PODE SER INFLUENCIADA POR VÁRIOS FATORES: Hora,
veículo de ingestão inapropriado, diarreia, estômago cheio
Absorção de Fármacos
ou vazio, paciente edemaciado, etc. -PRINCIPAIS FATORES:
-DISSOLUÇÃO DE COMPRIMIDOS: Ocorre entre a passagem • Concentração
pelo suco gástrico e a ocorrência do esvaziamento gástrico • Peso molecular
(a não ser que ele seja revestido com proteção à nível • Solubilidade
gástrico) • Forma farmacêutica
-ABSORÇÃO DO MEDICAMENTO: Ocorre principalmente no • Área absortiva
DUODENO. Após ele, chega na CIRCULAÇÃO PORTA, passa
• Espessura da membrana
para a CIRCULAÇÃO HEPÁTICA e depois chega na
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA
Duodeno → Circulação porta → Circulação hepática →
Circulação sistêmica

Biodisponibilidade
-BIODISPONIBILIDADE: Fração do MEDICAMENTO
-FATORES DE AFETAM A ABSORÇÃO GASTROINTESTINAL: ADMINISTRADO INALTERADO (igual à forma química que foi
• MOTILIDADE GASTROINTESTINAL ALTERADA: tomada) que tem acesso à CIRCULAÇÃO SISTÊMICA →
o DIARREIA: Motilidade acelerada = ↑ Quantidade de FÁRMACO DISPONÍVEL no organismo para
Velocidade de passagem do medicamento UTILIZAÇÃO
= ↓ Absorção • OBS: A biodisponibilidade considera tanto o fármaco livre
Mulheres em uso de anticoncepcional por via quanto o fármaco ligado a proteínas plasmáticas
oral e com diarreia = Associar com algum • IMPORTÂNCIAS: Influencia a resposta clínica, a
método de barreira, pois o anticoncepcional escolha de doses e as vias de administração
pode ter sido mal absorvido
• VIA INTRAVENOSA: Única via em que há 100% de
o PRISÃO DE VENTRE: ↑ absorção
biodisponibilidade, pois o medicamento é aplicado
• FLUXO SANGUÍNEO: ↓ Fluxo sanguíneo = ↓ diretamente na circulação sistêmica
Absorção
• ABSORÇÃO ADEQUADA NÃO GARANTE
• VELOCIDADE DE ESVAZIAMENTO GÁSTRICO: Se o BIODISPONIBILIDADE: Isso porque alguns fármacos
estômago demorar a esvaziar, o medicamento são biotransformados no fígado antes de atingirem
demora a ser absorvido, interferindo no período de a circulação geral (metabolismo de primeira
latência do medicamento passagem)
Absorção e Alimentos
Administração de um comprimido de 100mg → 70mg
-INTERAÇÕES COM ALIMENTOS: Alguns medicamentos
chegaram na corrente sanguínea → Biodisponibilidade de
podem interagir com alguns alimentos
70%
Leite com tetraciclina interagem, dificultando a absorção
de ambos
-EFEITOS PÓS-PRADIAIS: Absorção é reduzida ou retardada
devido à diminuição na velocidade de esvaziamento
gástrico → Sempre evitar tomar medicamentos junto a
refeições, exceto se houver recomendação pela bula
7
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Fatores que Interferem a Equivalência Terapêutica


Biodisponibilidade -FÁRMACOS TERAPEUTICAMENTE EQUIVALENTES: Se
apresentarem eficácia e segurança comparáveis
-METABOLISMO HEPÁTICO DE PRIMEIRA PASSAGEM: Todo -MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA:
fármaco que é absorvido no INTESTINO desemboca na VEIA • Medicamentos INOVADORES
PORTA HEPÁTICA e sofre com a primeira passagem • Possuem eficácia, segurança e qualidade comprovadas
hepática. Com isso, uma PARTE DO MEDICAMENTO JÁ É cientificamente
METABOLIZADO (já perde uma fração significativa) no • Presentes há bastante tempo no mercado e tem marca
fígado antes mesmo de chegar na circulação sistêmica → comercial conhecida
Isso explica o motivo da VIA ORAL NÃO GARANTIR 100% DE • Patente
• Apresenta registro junto ao Ministério da Saúde, através
BIODISPONIBILIDADE
da ANVISA
• SÓ SOFREM EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM:
• INTERCAMBIÁVEL COM: Medicamento genérico
Fármacos administrados pela via ORAL e RETAL → -MEDICAMENTO GENÉRICO:
Absorção no INTESTINO = Sofre efeito de primeira • Medicamento BIOEQUIVALENTE
passagem • Contém o mesmo fármaco (princípio ativo), mesma dose,
o OBS: Via sublingual não sofre efeito de mesma forma farmacêutica, é administrado pela mesma
primeira passagem via e possui a mesma indicação terapêutica que o
• É ÚTIL EM ALGUNS FÁRMACOS: No caso dos pró- medicamento de referência
fármacos, há necessidade dessa primeira passagem • Trás garantia de que haverá um comportamento “igual”
pelo fígado para poder ocorrer a ativação por meio ao de referência, podendo haver oscilação no nível
da metabolização plasmático, mas em faixas permitidas
Enalapril (pró-fármaco) → Fígado e metabolização → • Genérico obrigatoriamente com um “G” na caixa
• Apresenta registro junto ao Ministério da Saúde, através
Enaprilato (fármaco ativo)
da ANVISA
-SOLUBILIDADE DO FÁRMACO
• INTERCAMBIÁVEL COM: Medicamento de referência
-INSTABILIDADE QUÍMICA: Conversão em outras substâncias • OBS: Nem todo genérico é intercambiável entre si (a
-NATUREZA DA FORMULAÇÃO DO MEDICAMENTO intercambialidade é entre genérico e referência)
-SITUAÇÕES CLÍNICAS: Metabolismo hepático, disfunção • OBS: Desde 2014 a Anvisa publica a lista dos similares
hepática e insuficiência cardíaca congestiva podem intercambiáveis, assim como seus medicamentos de
modificar a biodisponibilidade referência. A lista é atualizada à medida que novos
similares são registrados e renovados com a análise dos
Bioequivalência estudos comparativos.
-MEDICAMENTO SIMILAR:
-BIOEQUIVALÊNCIA: Dois fármacos são considerados • Possui o mesmo fármaco (princípio ativo), mesma
bioequivalentes se apresentam mesmo PRINCÍPIO ATIVO, concentração, forma terapêutica, posologia, via de
BIODISPONIBILIDADES COMPARÁVEIS, mesma VIA DE administração e indicação terapêutica do medicamento
ADMINISTRAÇÃO e tempos para alcançar PICOS DE de referência, mas NÃO HÁ GARANTIA DE
CONCENTRAÇÃO SANGUÍNEA semelhantes → Marca de INTERCAMBIALIDADE entre eles
referência e medicamento genérico • Também não é intercambiável com medicamentos
genéticos
• Identificados por um nome de marca, mas não foi o
primeiro a ser lançado no mercado
• Não são bioequivalentes nem com o medicamento
genérico nem com o de referência
• Apresenta registro junto ao Ministério da Saúde, através
da ANVISA
-EXEMPLO:
• Tylenol = Medicamento de referência
• Paracetamol = Medicamento genérico
• Tyflen = Medicamento similar

-FÁRMACOS NÃO-BIOEQUIVALENTES: Quando ocorre


diferença significativa na biodisponibilidade dos dois
fármacos REFERÊNCIAS
Aulas e slides da professora Andréa Apolinário + minhas anotações
Resumo de Farmacologia Geral – Clara Freitas

8
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Farmacocinética – Vias de Administração


-TRATO RESPIRATÓRIO:
Introdução • Mucosa nasal
• Mucosa traqueal e brônquica
-VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: Estruturas orgânicas com as • Alvéolos pulmonares
quais o fármaco entra em contato para ser absorvido → É o -PELE
local onde o medicamento é administrado e que vai passar -REGIÕES SUBCUTÂNEA, INTRAMUSCULAR E ENDOVENOSA
para a corrente sanguínea -MUCOSA GENITURINÁRIA:
• OBS: A via de administração geralmente ocorre • Mucosa vaginal
longe do efetor, órgão ou tecido que sedia o sítio
• Mucosa uretral
de ação (exceto para fármacos de ação local)
-MUCOSA CONJUNTIVAL
-DIVIDIDAS PRINCIPALMENTE EM:
• VIAS ENTERAIS Principais Vias de Administração
• VIAS PARENTERAIS: Direta (perfuração de pele) ou
indireta (sem perfuração) Vias Enterais
-VIAS ENTERAIS: Fármaco entra em contato com alguma
parte do TGI
-ACESSADA POR: Via sublingual, bucal, oral e retal
Vias Parenterais
-VIAS PARENTERAIS: Todas que NÃO entram em contato
com o tubo digestório
Via Parenteral Direta
-VIA PARENTERAL DIRETA: Via em que há perfuração da
pele → Via acessada por injeções
-ACESSADA PRINCIPALMENTE POR: Injeções intravenosa
(IV)/endovenosa (EV), intramuscular (IM), subcutânea (SC),
intradérmica (ID) e outras
• VIAS DE USO EXCLUSIVO PARA MÉDICOS: Intra-
arterial, intra-óssea, intratecal, intraperitoneal,
Critérios para Escolha da Via intrapleural e intracardíaca
-QUANTO AO PACIENTE: -VANTAGENS:
• Consentimento, assentimento e concordância do • Absorção mais rápida e completa
paciente • Maior precisão em determinar a dose desejada
• Obtenção de resultados mais rápidos e mais seguros
• Patologias existentes
• Possibilidade de administrar drogas que são destruídas
• Nível de consciência
pelos sucos digestivos
• Impedimento físico de acesso -DESVANTAGENS:
-QUANTO AO MEDICAMENTO: Principalmente propriedades • Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela
físico-químicas irritação da droga
• Solubilidade, estabilidade em meio ácido e pKa • Risco de infecção no local de rompimento da pele
• Propriedades organolépticas • Uma vez administrada a droga, é impossível retirá-la
• Farmacocinética • Em casos de erro de administração, pode provocar lesão
-QUANTO AO EFEITO DESEJADO: considerável
• Sistêmico ou localizado Via Parenteral Indireta
• Latência -VIA PARENTERAL INDIRETA: Via em que não há
• Duração necessidade de lesão na pele (não é injetável)
-FATORES QUE DETERMINAM A ESCOLHA DA VIDA: -ACESSADA PRINCIPALMENTE POR: Via cutânea,
• Tipo de ação desejada respiratória, conjuntival, rino e orofaríngea e geniturinária
• Rapidez da ação desejada → São de ação mais local
• Natureza do medicamento

Locais de Absorção
-TRATO GASTROINTESTINAL (TGI):
• Mucosa bucal
• Mucosa gástrica
• Mucosa do intestino delgado
• Mucosa retal

9
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-VANTAGENS:
Via Enteral • Fácil acesso e aplicação
• Ideal para fármacos que possuem instabilidade

Via Oral (V.O.) •


química
Atinge rapidamente a circulação sistêmica
-É A VIA MAIS COMUMENTE UTILIZADA: É um método • Medicamentos de via sublingual geralmente
simples, econômico, com menor risco de contaminação possuem elevada taxa metabólica e tempo de
para o paciente, fácil administração no autocuidado meia-vida curta
-FORMAS FARMACÊUTICAS: Cápsulas, comprimidos, etc. • Permite a redução de dosagens (já que a absorção
-VANTAGENS: é mais rápida e fácil) de um mesmo medicamento
• DISTRIBUIÇÃO LENTA: Evita a ocorrência de níveis em relação à via oral
sanguíneos elevados de uma forma rápida • Latência curta (produz efeitos rápidos) → Via
• FACILIDADE: Autoadministração, econômico, fácil, “emergencial”
confortável, indolor -DESVANTAGENS:
• Menor probabilidade de efeitos adversos • Pacientes inconscientes
• Possibilidade de remover o medicamento do corpo • Irritação da mucosa sublingual
do paciente (por lavagem gástrica ou intestinal) • Dificuldade em pacientes pediátricos
• Efeitos podem ser locais e sistêmicos • Poucos fármacos são adequadamente absorvidos
-DESVANTAGENS:
• Absorção variável (pode ser ineficiente) Via Retal
• Período de latência médio a longo -VIA RETAL: Introdução de medicamentos no reto
• Pode apresentar sabor desagradável -EFEITO: Mecânico, local ou sistêmico
• Pode provocar irritação gástrica • EFEITO MECÂNICO: Desperta o reflexo de
• Pode ter efeito sobre o esmalte dos dentes defecação devido a presença de um corpo estranho
• Pode haver interação com alimentos no reto. Geralmente usado em casos de
• Sofre ação dos sucos digestivos e com o pH do TGI constipação
• Não é possível em pacientes não colaboradores ou • EFEITO LOCAL: Principalmente ação anti-
inconscientes (exceto se estiver com sonda hemorroidal e antiparasitária
nasoenteral) • EFEITO SISTÊMICO: Princípio ativo passa para a
• Sofre com o fenômeno de primeira passagem corrente sanguínea
hepática -ABSORÇÃO: Rápida por conta do fino revestimento do reto
-CONTRAINDICAÇÕES: e a irrigação sanguínea abundante
• Náuseas e vômitos • ABSORÇÃO IRREGULAR, ERRÁTICA E
• Diarreias INCOMPLETA: Não é possível mensurar quanto do
• Pacientes com dificuldade de deglutição fármaco sofre efeito de primeira passagem
o ABSORÇÃO NAS VEIAS HEMORROIDAIS
-MEDICAMENTOS QUE DEVEM SER TOMADOS COM ESTÔMAGO SUPERIORES: Desembocam na veia porta
VAZIO: Em jejum, 1h antes ou 2h depois da refeição. Necessitam e sofrem EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM
do ambiente mais ácido do estômago para melhor absorção.
o ABSORÇÃO NAS VEIAS HEMORROIDAIS
Norfloxacino, Captopril, Omeprazol, Cefalexina, Cefadroxila,
MÉDIA E INFERIORES: Desembocam na
Azitromicina, Doxiciclina, Loratadina, Sulfato ferroso, Rifampicina
-MEDICAMENTOS QUE DEVEM SER TOMADOS COM ALIMENTOS circulação sistêmica e NÃO sofrem efeito
(ESTÔMAGO CHEIO): Cetoconazol, Itraconazol, Hidralazina, de primeira passagem
Pentoxifilina, Prednisona, Valproato de sódio, Carbamazepina
-MEDICAMENTOS QUE PODEM SER TOMADOS COM OU SEM JEJUM:
Alopurinol, Amoxicilina, Amiodarona, Diclofenaco

Via Bucal/Sublingual
-LOCAL DE ABSORÇÃO: Mucosa oral e região sublingual
(região altamente vascularizada), que passa para os
capilares da língua e depois diretamente para a circulação
sistêmica
• NÃO SOFRE METABOLISMO DE PRIMEIRA
PASSAGEM: A absorção ocorre na boca e não no
intestino
-VELOCIDADE DE ABSORÇÃO: Muito rápida → Produz
efeitos sistêmicos em poucos minutos após a administração
(“via de uso emergencial”)
-MAIORIA DOS MEDICAMENTOS NÃO SÃO ADMINISTRADOS
POR ESSA VIA: Sua absorção é, em geral, não mensurável,
incompleta e errática → Via reservada para situações
emergenciais
-FORMAS FARMACÊUTICAS: Comprimidos, pastilhas

10
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-PRINCIPAL USO: Apenas medicamentos que devem ser


Vias Parenterais Indiretas administrados em doses diárias relativamente pequenas
podem ser dados por via transdérmica → Reposições
hormonais, por exemplo
Via Nasal
-ABSORÇÃO NA MUCOSA NASAL: INSTILAÇÃO de
medicamentos → Efeito LOCAL
-ABSORÇÃO NA MUCOSA BRÔNQUICA E ALVÉOLO:
INALAÇÃO de medicamentos → Ação LOCAL OU SISTÊMICA
• EXEMPLOS: Broncodilatadores promovem ação local, mas
anestésicos inalatórios produzem efeito sistêmico
• PULMÃO: Funciona como via de administração e
eliminação
-PRINCIPAIS FORMAS FARMACÊUTICAS USADAS:
Via Cutânea Supositórios e enemas
-VANTAGENS:
-VIA CUTÂNEA: Aplicação de medicamentos na pele • Muito usada em pacientes pediátricos (acesso
venoso é difícil)
• Não produz irritação gástrica
• Tem acesso à circulação sistêmica
• Pacientes colaboradores (semi-conscientes, em
vômito)
• Impossibilidade de via oral
-ABSORÇÃO: Depende de: • Impossibilidade de via parenteral direta
• Área de exposição ao medicamento -DESVANTAGENS:
• Difusão do fármaco na pele (grau de • Pode provocar irritação ou lesão na mucosa anal
lipossolubilidade) (nem toda substância pode ser utilizada)
• Temperatura e estado de hidratação da pele • Incômodo
-EFEITO: Principalmente tópico/local • Expulsão
• PODE PRODUZIR EFEITOS SISTÊMICOS: Sob certas • Absorção irregular e incompleta não permite
circunstâncias, principalmente em casos de via tratamento contínuo ou crônico
transdérmica • Pode desencadear o reflexo de defecação
-FORMAS FARMACÊUTICAS GERALMENTE USADAS: indesejado
Soluções, cremes, pomadas, óleos, loções, unguentos,
• Aversão dos pacientes, principalmente homens
geleias, adesivos transdérmicos
-VANTAGENS:
• Efeito geralmente é local, minimizando a
Vias Parenterais Diretas
ocorrência de efeitos sistêmicos adversos
• Evita o efeito de primeira passagem hepática Via Intramuscular
-DESVANTAGENS:
-VIA INTRAMUSCULAR: No músculo
• Absorção pobre e errática (mensuração não é
• CONSIDERADA “VIA DE DEPÓSITO”: O
possível)
medicamento é depositado no músculo e é
• Pode provocar irritação local e alergias
liberado gradativamente
• Alguns medicamentos são fotossensíveis (perdem -ABSORÇÃO: Rápida (músculo é altamente irrigado)
estabilidade sob a luz) -PRINCIPAIS FORMAS FARMACÊUTICAS: Injeções
Via Transdérmica -VOLUME ADMINISTRADO: Deve ir de acordo com o músculo
escolhido → Músculos maiores comportam maior volume
-COMO É FEITA: Aplicação de um emplasto à pele
-ABSORÇÃO: Atravessa a pele e chega ao sangue → O • DELTOIDE: 3mL
fármaco precisa ser altamente lipossolúvel para poder • VASTO LATERAL: 3mL
penetrar a pele com facilidade • GLÚTEO: 3-5mL
• VIA DE LIBERAÇÃO PROLONGADA E CONTÍNUA: • VENTROGLÚTEA: 5mL
Permite que o medicamento seja fornecido de
forma lenta e contínua durante muitas horas ou
dias
• É LIMITADA POR: Velocidade com que a substância
consegue atravessar a pele
• ANTICONCEPCIONAIS TRANSDÉRMICOS NÃO SÃO
MUITO SEGUROS EM REGIÕES COM CLIMAS
QUENTES: As elevadas temperaturas alteram a
velocidade de absorção pela vasodilatação e pela
sudorese → Pode oferecer riscos de ineficácia
-EFEITOS: Sistêmicos

11
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-VANTAGENS: -DESVANTAGENS:
• Efeito rápido (mas pode ter efeito sustentado a • Efeito farmacológico imediato pode ser fatal em
depender do fármaco) casos de administração errada
• Via de depósito ou efeitos sustentados • Necessita de material esterilizado e pessoal
• Aplicação e acesso mais fáceis que a via competente e treinado
intravenosa • Pode provocar irritação no local da aplicação
-DESVANTAGENS: • Facilidade de intoxicação
• Não suporta grandes volumes (máximo de 5mL) • Acidentes tromboembólicos
• Dolorosa (principalmente medicamentos mais • Riscos de extravasamentos de medicamento,
oleosos) podendo gerar necrose tecidual
• Substâncias irritantes ou com pH muito diferente • Flebites, tromboflebites, acidentes embólicos,
do da pele (levemente básico) podem causar dor hematomas e equimoses
intensa ou irritação • Reações alérgicas
• Absorção sofre influência do tipo de substância (as • Complicações geralmente ocorrem quando a
aquosas possuem melhor absorção) administração é de fármacos oncológicos

Via Intravenosa/Endovenosa Via Subcutânea


-TIPOS DE ACESSO: Definido de acordo com o tipo de -VOLUME MÁXIMO: 1mL
medicação que será administrado -ABSORÇÃO: Constante e lenta
• ACESSO PERIFÉRICO: Veias cefálicas (mediana e -LOCAL DE APLICAÇÃO: Região abdominal, coxa, braços
acessória), basílica (mediana), mediana, (em ordem decrescente de velocidade de ação). Na
metacarpianas (Dorsal), jugular, femoral, pedial aplicação, fazer uma prega cutânea para minimizar riscos
de acessar um músculo
-SÓ PODEM SER USADAS SUBSTÂNCIAS NÃO IRRITANTES: O
subcutâneo possui muitos terminais nervosos, podendo
causar muita dor ao contato com substâncias irritantes
-PRINCIPAIS EXEMPLOS: Administração de INSULINA e
heparina, implante de Pellets

• ACESSO CENTRAL: Veia cava ou femoral. Permite


a rápida distribuição do medicamento → Uso de
drogas vasoativas

Via Intradérmica
-VOLUME MUITO LIMITADO: Só admite pequenos volumes
(0,1 - 0,5mL) → Via muito limitada
o PICC LINE: Acesso central de inserção -EFEITOS: Locais e sistêmicos
periférica. Geralmente usado em -APLICAÇÃO: ~45º de inclinação na agulha
pacientes em internação prolongada, -PRINCIPAIS EXEMPLOS: Vacinas e testes imunológicos →
podendo ficar até 6 meses com o mesmo “Via das vacinas”
acesso (risco de infecção muito menor)

-VANTAGENS: Via Epidural/Peridural e Intratecal


• Efeito farmacológico imediato
-VIA EPIDURAL/PERIDURAL: Administrada no canal medular
• Controle da dose (admite o uso de bombas de
(espaço epidural)
infusão)
-VIA INTRATECAL: Espaço subaracnóidea/raquidiano. Evita
• Admite grandes volumes
a barreira hematoencefálica
• Permite substâncias com pH diferentes da
neutralidade
12
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Comparações entre as Vias de


Administração

-VELOCIDADE DE ABSORÇÃO: Intravenosa > intramuscular >


subcutânea > oral

REFERÊNCIAS
Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações
Resumo de Farmacologia Geral – Clara Freitas

13
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Farmacocinética – Distribuição
Introdução Permeabilidade Capilar
-PERMEABILIDADE CAPILAR: Determinada pela estrutura do
-APÓS A ABSORÇÃO DO FÁRMACO PARA A CORRENTE
capilar e pela natureza química do fármaco
SANGUÍNEA: O medicamento sai dela e vai para os órgãos-
-CARACTERÍSTICAS GERAIS:
alvo para exercer seu efeito
• Grande superfície para transporte
-O PROCESSO DE DISTRIBUIÇÃO É FUNDAMENTAL: É
necessário que o medicamento saia do sangue e migre para • Levam e capturam muitas substâncias para os
o tecido-alvo para que seus efeitos farmacológicos tecidos
aconteçam • Permeabilidade seletiva
• Transporte transcelular e intercelular
• Diferenças de permeabilidade dos diversos tecidos
-DIFERENÇAS NAS ESTRUTURAS DOS CAPILARES:
• CAPILARES PERIFÉRICOS: Passagem de substâncias
hidrofílicas e/ou de baixo peso molecular pelas
FENESTRAS. Substâncias lipossolúveis atravessam
as membranas
• CAPILARES CENTRAIS (BARREIRA HEMATO-
ENCEFÁLICA): Passagem apenas de partículas
extremamente lipossolúveis e, em raros, casos, de
pequeníssimo peso molecular. Substâncias
hidrossolúveis não passam porque esses vasos não
possuem fenestras → Passagem de substâncias só
ocorre por difusão
SUBSTÂNCIAS HIDROSSOLÚVEIS: Só conseguem atravessar
capilares periféricos
-MIGRAÇÃO DO FÁRMACO: Do plasma, o fármaco vai SUBSTÂNCIAS LIPOSSOLÚVEIS: Conseguem atravessar tantos
migrando progressivamente para tecidos suscetíveis, capilares periféricos quando os centrais
tecidos ativos, tecidos indiferentes ou emunctórios, a
depender da natureza do fármaco
• TECIDOS SUSCETÍVEIS: Aqueles que sofrem ação
farmacológica. Varia de acordo com o fármaco
• TECIDOS ATIVOS: Aqueles que metabolizam o
fármaco. Na maioria dos fármacos, é o fígado, mas
não é exclusivo
• TECIDOS INDIFERENTES: Aqueles que funcionam
como reservatório temporário (quando
medicamento está nele, não são gerados efeitos)
• EMUNCTÓRIOS: Aqueles que eliminam o fármaco.
Na maioria dos fármacos, é o rim, mas não é -POSSIBILIDADES DE MOVIMENTO DOS FÁRMACOS:
exclusivo • Compartimento intravascular → Compartimento
extravascular (INTERSTÍCIO)
• Compartimento plasmático → Compartimento
CEFALORRAQUIDIANO
• Compartimento plasmático → Compartimento
PLACENTÁRIO
• Compartimento plasmático → Compartimento TUBULAR
RENAL

Fluxo Sanguíneo e Perfusão do Tecido-


Alvo
Fatores que Interferem a -FLUXO SANGUÍNEO: Quantidade de sangue que passa por
uma secção transversal de um vaso por unidade de tempo
→ Conceito relacionado ao VASO
Distribuição -PERFUSÃO: Razão entre a quantidade de sangue que entra
e a quantidade de sangue que sai de um determinado
-A DISTRIBUIÇÃO DEPENDE DE FATORES: Fisiológicos e
órgão, tecido ou local → Conceito relacionado ao TECIDO
físico-químicos específicos, sobretudo a permeabilidade
capilar, o fluxo sanguíneo e o volume tecidual

14
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-ÓRGÃOS MAIS IRRIGADOS: Rim, cérebro e fígado • CONCENTRAÇÃO DE PROTEÍNAS PLASMÁTICAS


• ESTADOS PATOLÓGICOS
↑ Fluxo sanguíneo e ↑ Perfusão do tecido/órgão = ↑ • GENÉTICA
Distribuição do fármaco = ↑ Concentração do fármaco

-EXEMPLO - CASO DO TIOPENTAL: Muito usado na indução


da anestesia (induz à anestesia para depois entrar com
outro anestésico de manutenção)
Volume de Distribuição/Aparente • EFEITO MUITO RÁPIDO: O paciente dorme muito
rápido, pois em 1 minuto de aplicação 55% dele já
-VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO/APARENTE: Todo o VOLUME
está no SNC, mas após 30 minutos, só restam
LÍQUIDO no qual o fármaco deve se dissolver para que todo
apenas 5% dele no SNC
o fármaco presente nos tecidos esteja na MESMA
• TECIDO ADIPOSO: Como é menos irrigado que o
CONCENTRAÇÃO que no sangue/plasma
SNC, o fármaco demora mais para chegar nele
• TENDÊNCIA: Que as concentrações do fármaco no
plasma e no tecido se equilibrem (mas não
necessariamente se igualem)
o FÁRMACO COM CAPACIDADE DE ATRAVESSAR
MEMBRANAS: Se dilui tanto no interstício
quanto no líquido intracelular
• VOLUME REAL DE DISTRIBUIÇÃO: Toda a água
presente no organismo (homem de 70kg =~40L de
água)
• OBS: A concentração em equilíbrio no tecido e no
sangue nem sempre é na proporção de 50%/50%. A
proporção varia de acordo com a natureza do
fármaco

↑ Lipossolubilidade = ↑ Volume de distribuição


↑ Hidrossolubilidade = ↓ Volume de distribuição
Ligação dos Fármacos aos
Morfina com volume de distribuição = 230 → Seria necessário um
volume hipotético de 230 litros de líquido no corpo para que a
Tecidos
morfina igualasse sua concentração no tecido e no plasma. Na -IMPORTÂNCIA DO TECIDO ADIPOSO: É um importante local
prática, isso é impossível, mas o volume de distribuição dá uma de ligação de fármacos lipossolúveis
ideia do poder de lipossolubilidade do fármaco • SUPRIMENTO SANGUÍNEO DEFICITÁRIO: Limita o
acúmulo e a saída de fármaco do tecido adiposo →
Fatores de Variação do Volume de Distribuição Tanto a entrada quanto a saída do fármaco no
-FATORES DEPENDENTES DA DROGA: tecido adiposo se dão de forma lenta, dada sua
baixa perfusão
• LIPOSSOLUBILIDADE: ↑ Lipossolubilidade = ↑
Volume de distribuição -ACÚMULO NOS TECIDOS POR USO CONTÍNUO DE ALGUNS
MEDICAMENTOS: O uso contínuo de alguns medicamentos
• POLARIDADE E IONIZAÇÃO: Polarização e
pode levar ao acúmulo nos tecidos
ionização dificulta a passagem pela membrana
• BENZODIAZEPÍNICOS: Pode se acumular nos
• LIGAÇÃO A PROTEÍNAS
tecidos e levar ao prolongamento da ação por
-FATORES DEPENDENTES DO PACIENTE:
RECIRCULAÇÃO DO FÁRMACO ou retorno do efeito
• IDADE: Paciente idoso tem menor volume de água
após algum tempo → Mesmo depois de parar o
que um paciente jovem
medicamento, ainda pode haver ação
• PESO E TAMANHO: Peso e volume de tecido
farmacológica dele
adiposo afeta a distribuição do fármaco
• TETRACICLINA: Possui muita afinidade por cálcio,
• HEMODINÂMICA: Insuficiência Cardíaca
acumulando-se nos ossos e nos dentes
Congestiva, por exemplo, reduz a perfusão
tecidual
15
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-TECIDO ADIPOSO COMO “SEQUESTRADOR” DE


Distribuição e Redistribuição MEDICAMENTOS EM INDIVÍDUOS OBESOS: Em obesos, a
quantidade do fármaco (quando ele é lipossolúvel) que vai
para o tecido adiposo é muito grande → Isso faz com que a
de Fármacos quantidade de fármaco que chegue ao tecido alvo seja
reduzida
-RELAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO COM A PERFUSÃO:
• ÓRGÃOS MAIS BEM IRRIGADOS: Recebem maiores Padrão do Equilíbrio de Distribuição
quantidades de fármacos → Cérebro, rim, fígado
• TECIDOS POUCO IRRIGADOS: Pode demorar
minutos ou horas para que o medicamento → Pele,
de Fármacos
músculos, tecido adiposo -ENVOLVE BASICAMENTE 2 COMPARTIMENTOS: Sanguíneo
-VELOCIDADE DE DISTRIBUIÇÃO: Costuma ser maior que a e tecidual
de metabolização e excreção → Isso é importante porque -PADRÃO DE EQUILÍBRIO DEPENDE DE:
se a velocidade de distribuição fosse menor que a de • Permeabilidade através das barreiras teciduais
metabolização e excreção, o fármaco não provocaria • Ligação dentro dos compartimentos
efeitos • Partição pelo pH
-IMPORTÂNCIA DE CONSIDERAR O PESO NA DEFINIÇÃO DA • Partição óleo/água (lipossolubilidade)
DOSE: O peso sempre deve ser considerado devido à
quantidade de fármaco que vai se ligar à proteína
plasmática. Se uma dose X for aplicada em uma pessoa
desnutrida, pode haver intoxicação, pois a fração do
fármaco livre vai ser muito maior do que se essa mesma
dose X fosse aplicada em uma pessoa de peso “normal”

Distribuição Pediátrica
-COMPOSIÇÃO CORPORAL:
• Grande volume de água total e fluido extracelular
• Baixo tecido adiposo e músculo esquelético
-LIGAÇÃO ÀS PROTEÍNAS: Albumina, bilirrubina, alfa1-
ácido glicoproteína
-LIGAÇÃO AOS TECIDOS: Variações da composição

Velocidade e Extensão da Distribuição


-DEPENDE DE:
• Fluxo sanguíneo tecidual
• Propriedades físico-químicas
• Características da membrana de transporte
• Ligação a proteínas plasmáticas
o OBS: Algumas substâncias podem ser levadas
ao seu local de ação ligadas às proteínas,
devido a sua baixa solubilidade no plasma
(vitamina A e E, corticosteroides) → Permite
que o fármaco seja transportado pelo sangue
(já que o fármaco de baixa solubilidade não se
mistura com a água)
Redistribuição de Fármacos
-ACÚMULO DO FÁRMACO NOS TECIDOS: Muitos fármacos se
Ligação a Proteínas Plasmáticas
acumulam em alguns tecidos (ligados a fosfolipídios, -PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
proteínas, íons, etc.) em concentrações maiores que no • As ligações droga+proteína geralmente são
fluido extracelular e outros tecidos reversíveis
• SE A LIGAÇÃO FOR REVERSÍVEL: O local pode ser • A ligação de um fármaco com proteínas limita a
considerado um RESERVATÓRIO, permitindo a ação farmacológica nos tecidos e em seu local de
REDISTRIBUIÇÃO do fármaco de volta para o ação
organismo • A concentração para obter um efeito clínico é
-PRINCIPAL IMPLICAÇÃO DA REDISTRIBUIÇÃO DOS inferior à quantidade necessária para a saturação
FÁRMACOS: Uma ação terapêutica curta pode se tornar das proteínas
longa devido ao processo de redistribuição • Alguns fármacos atuam em concentrações
plasmáticas nas quais a ligação às proteínas
aproxima-se da saturação
16
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-AUMENTO DE FRAÇÃO LIVRE DO FÁRMACO: Provoca


Principais Proteínas aumento dos efeitos, na metabolização e na excreção do
-ALBUMINA: Afinidade por drogas ÁCIDAS FRACAS fármaco. Ocorre em casos de:
(penicilinas, salicilatos, sulfonamidas...) • HIPOALBUMINEMIA: Cirrose, síndrome nefrótica,
• REDUZIDA EM: Muitos estados patológicos, como a desnutrição grave
sepse → Hipoalbuminemia aumenta a fração livre • VELHICE: Capacidade de ligação droga + proteína
do medicamento → Potenciação de efeitos, é reduzida
aumento da velocidade de metabolização e
excreção ↑ Ligação a proteínas plasmáticas = ↓ Fármaco nos tecidos =
-ALFA-1-GLICOPROTEÍNA ÁCIDA: Afinidade por drogas ↓ Distribuição do fármaco
BÁSICAS (propranolol, imipramida, amitriptilina...)
• AUMENTADA EM: Muitos processos patológicos, ↓ Ligação a proteínas plasmáticas = ↑ Fármaco nos tecidos =
como processos inflamatórios agudos → Redução ↑ Distribuição do fármaco
de efeitos farmacológicos, redução de velocidade
de metabolização e excreção
-LIPOPROTEÍNAS: Afinidade por LIPÍDIOS INSOLÚVEIS Ligação dos Fármacos com as Proteínas
(imipramina)
Plasmáticas
-LIGAÇÃO DA DROGA COM A PROTEÍNA: Depende de:
• Afinidade pelos sítios de ligação das proteínas
• Concentração do fármaco livre
• Concentração da proteína
Deslocamentos por Afinidade à Proteína
-DESLOCAMENTOS POR AFINIDADE À PROTEÍNA
PLASMÁTICA: Se um fármaco tiver mais concentração que
outro que está ligado a uma proteína, a ligação é trocada,
Relações com a Ação Farmacológica aumentando a fração livre do medicamento que estava
-RELAÇÃO COM O TEMPO DE MEIA-VIDA: Fármacos ligados anteriormente ligado
a proteína plasmática possuem tempo de meia vida -PRINCIPAL EXEMPLO: Varfarina e cetoprofeno
aumentado, pois quando estão ligados a proteínas, estão • VARFARINA (EM VERDE NA IMAGEM): Fármaco
inertes (“desligados”, não exerce efeito, não é oral anticoagulante que tem muita afinidade por
metabolizado e nem excretado) → Deixa o fármaco mais proteínas plasmáticas (90% fica ligado a proteínas)
tempo na corrente sanguínea • CETOPROFENO (AINE) (EM AMARELO NA
IMAGEM): Tem uma afinidade muito maior pela
proteína que a varfarina de liga, provocando o
deslocamento da varfarina da proteína plasmática
e aumentando sua fração livre → Potencializa o
efeito da varfarina por aumentar sua fração livre

17
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-DEVE-SE EVITAR O USO CONCOMITANTE DE:


• VARFARINA + CETOPROFENO: Risco de -CONDIÇÕES PARA UM FÁRMACO PENETRAR NA BARREIRA
hemorragia HEMATOENCEFÁLICA:
o VARFARINA: • DROGA APOLAR E LIPOSSOLÚVEL
o CETOPROFENO: • TAMANHO MOLECULAR REDUZIDO
• VARFARINA + FENILBUTAOZONA/AAS: Risco de • ELEVADO COEFICIENTE DE PARTIÇÃO
hemorragia ÓLEO/ÁGUA: ↑ Coeficiente de partição = ↑
o VARFARINA: Permeabilidade na membrana celular (exceto
o FENILBUTAZONA/AAS: vimblastina e vincristina, pois possuem alto peso
• SULFAMETOXAZOL + GLIBENCLAMIDA: Risco de molecular)
hipoglicemia
o SULFAMETOXAZOL:
o GLIBENCLAMIDA:
• DIGOXINA + VERAPAMIL: Risco de intoxicação
digitálica
o DIGOXINA:
o VERAPAMIL:
• FENITOÍNA + FENILBUTAZONA: Risco de aumento
da depressão central
o FENITOÍNA:
o FENILBUTAZONA:

Distribuição em Sítios Glicoproteína P na BHE


Especiais (Barreiras -GLICOPROTEÍNA P NA BHE: Dificulta a entrada de
fármacos no SNC
• ANTIBIÓTICOS: Muitos são expulsos do SNC pela
Anatômicas) •
glicoproteína P
ESTRESSE EXTREMO: Pode alterar a
-PRINCIPAIS BARREIRAS ANATÔMICAS: Barreira permeabilidade a algumas drogas
hematoencefálica (BHE), placenta e glândulas mamárias • ADMINISTRAÇÃO DE ANTIRRETROVIRAIS +
• ÚNICA BARREIRA REALMENTE FARMACOLÓGICA: LOPERAMIDA: A loperamida bloqueia a glicoproteína P,
Barreira hematoencefálica (BHE), pois à nível de fazendo com que o medicamento consiga penetrar no
SNC sem ser expulso por ela
SNC só passam medicamentos lipossolúveis
Aprisionamento Iônico
Distribuição de Fármacos no SNC -APRISIONAMENTO IÔNICO: É possível restringir o fármaco
-ESTRUTURA DOS CAPILARES CENTRAIS: As células em determinado local de acordo com o seu pH
possuem junções de oclusão contínuas, não permitindo -PRINCIPAIS EXEMPLOS:
passagem de fármacos ionizados e hidrossolúveis. Só ocorre • REDUÇÃO DE EFEITOS ADVERSOS SEDATIVOS
transporte transcelular (SONO) EM ANTAGONISTAS HISTAMÍNICOS DE 2ª
GERAÇÃO: O aprisionamento iônico explica o
motivo pelo qual existe uma diminuição de efeitos
sedativos dos antagonistas histamínicos (H1) de
segunda geração → Encontram-se ionizados no
plasma sanguíneo fisiológico, ocasionando uma
redução da difusão através da barreira
hematoencefálica, reduzindo sua interação com o
SNC
o ANTAGONISTAS HISTAMÍNICOS DE 1ª
GERAÇÃO: Encontram-se não ionizados no
• CASOS DE ROMPIMENTO DA INTEGRIDADE DA BHE plasma, sendo mais apolares, apresentando um
(INFLAMAÇÕES): Pode haver passagem de fármacos nível de difusão membranar elevado → Podem
hidrossolúveis → Nesses casos, é possível fazer a alcançar o SNC com mais facilidade →
penicilina via intravenosa para chegar até as meninges ao Provocam efeitos adversos sedativos (sono)
invés do acesso medular pela via intratecal na meningite
18
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• CLOROQUINA: Sofre aprisionamento iônico dentro


do vacúolo parasitário da malária (que apresenta
um pH diferente e provoca a ionização do
Possibilidades de Melhorias no
fármaco) → A forma ionizada da cloroquina, uma
vez dentro do vacúolo parasitário, não consegue Transporte e Distribuição de
mais sair dele
Distribuição de Fármacos na Placenta Fármacos
-NÃO É UMA BARREIRA MUITO EFICAZ À NÍVEL
-PRÓ-FÁRMACOS: Precursores inativos metabolizados em
FARMACOLÓGICO: É mais uma barreira mecânica do que
metabólitos ativos. Normalmente, são fármacos mais
farmacológica → Relaciona-se, basicamente ao peso
lipossolúveis que a forma ativa
molecular do fármaco
• PRESENÇA DE ALGUNS TRANSPORTADORES:
Podem atuar transportando moléculas grandes
para dentro da placenta ou eliminando fármacos
(como a GLICOPROTEÍNA P) da circulação
placentária → Limita a exposição do feto
-PRINCIPAL CRITÉRIO PARA PASSAGEM: Tamanho do
fármaco
• ATRAVESSA FACILMENTE: Peso molecular entre 250-500
• ATRAVESSA LENTAMENTE: Peso entre 500-1000
• MUITA DIFICULTADE PARA ATRAVESSAR: Peso >1000
-VASOS SANGUÍNEOS DO FETO: São revestidos por uma
única camada → Atravessam a maioria das drogas
• PRINCIPAIS EXEMPLOS: Enalapril, sinvastatina,
omeprazol, aciclovir...
o ENALAPRIL: Enalaprilato é a forma ativa,
mas como é pouco lipossolúvel, sua
absorção é mais lenta
o LEVODOPA: Dopamina é a forma ativa.
Pode ser administrada por via oral para
ser transformada em dopamina no
cérebro porque a dopamina não atravessa
a barreira hematoencefálica → Usada no
tratamento de Parkinson (redução de
-RETARDO NA TRANSFERÊNCIA PARA O FETO: 10-15 dopamina à nível central)
minutos para equilíbrio mãe/feto (por conta da velocidade
pequena de transferência) → Esse retardo permite a
anestesia raqui na mãe durante a cesárea de modo que o
bebê também não seja anestesiado
-DIFERENÇAS DE pH E RISCO DE APRISIONAMENTO IÔNICO:
Plasma fetal é ligeiramente mais ácido que o materno (7 x
7,4), conferindo risco de aprisionamento iônico para
FÁRMACOS BÁSICOS
-PLACENTA POSSUI ENZIMAS PRÓPRIAS: Pode metabolizar
substâncias (fármacos) e produzir metabólicos tóxicos ou o ZIDOVUDINA: Antiviral usado no
teratogênicos tratamento para HIV. Só é incorporada se
-FÁRMACOS E DROGAS QUE PASSAM COM MAIS for trifosfatada. Ela só é fosforilada
FACILIDADE: Drogas lipossolúveis e com baixo peso (trifosfatado) a sua forma ativa em
molecular (álcool, sedativos, hipnóticos, heroína, nicotina, células que contém transcriptase reversa
etc.) (só está presente em células infectadas
pelo vírus)
Toxicidade sobre o Feto
-PRÓ-FÁRMACOS RECÍPROCOS: “2 pró-fármacos (fármacos
-TALIDOMIDA: Membros deformados. É uma mistura inativos) ligados em 1 transportador”. O transportador
racêmica que se converte em um isômero teratógeno no também possui atividade terapêutica → Pode-se obter pró-
organismo fármacos com atividades terapêuticas diferentes ou
-ANTICOAGULANTES: Hemorragia fetal e neonatal semelhantes, atuando por mecanismo de ação diferentes ou
-TETRACICLINAS: Dentição anormal (dentição iguais
amarronzada)
• EXEMPLO – CRUZIPAÍNA: A cruzipaína atua como
-SULFONAMIDAS: Icterícia neonatal
transportador, carregando os pró-fármacos para
-ÁCIDO RETINOICO/ROACUTAN: Teratógeno, podendo se
dentro do parasita da Doença de Chagas. Dentro
depositar nos tecidos por até 6 meses
da célula, o transportador é quebrado e libera dois
fármacos ativos

19
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-CONJUGADOS ANTICORPO-DROGA: Como hoje já são


conhecidos diversos receptores tumorais, é possível fazer
restrição da atividade do fármaco para uma célula tumoral
específica, reduzindo os efeitos adversos do fármaco →
Tentativa de TERAPIA SELETIVA PARA O CÂNCER (ainda em
pesquisa)

REFERÊNCIAS
Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações
Resumo de Farmacologia Geral – Clara Freitas

20
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Farmacocinética – Metabolização/Biotransformação
Introdução Principais Efeitos da Metabolização
-INATIVAÇÃO DO FÁRMACO: Detoxifica ou inativa
Conceitos Básicos compostos. Não é regra, mas a maioria dos fármacos são
inativados ou transformados em metabólitos menos ativos
-“METABOLIZAR”: Significa BIOTRANSFORMAR um • EXEMPLOS: Morfina, cloranfenicol, propranolol
composto -FACILITAR A EXCREÇÃO: Forma produtos mais polares e
-PRINCIPAL OBJETIVO DA METABOLIZAÇÃO DOS menos lipossolúveis a fim de serem mais facilmente
FÁRMACOS: Transformar compostos lipossolúveis (apolares) excretados pela urina
em hidrossolúveis (polares) a fim de serem excretados -FORMAR DE METABÓLITOS ATIVOS A PARTIR DE UM
• A BIOTRANSFORMAÇÃO AUMENTA A TAXA DE FÁRMACO JÁ ATIVO: O fármaco ativo é metabolizado a um
EXCREÇÃO RENAL E REDUZ O VOLUME DE metabólito também ativo
DISTRIBUIÇÃO DO FÁRMACO: A biotransformação • EXEMPLOS:
torna o fármaco mais hidrofílico e com menos o Transformação de fenacetina em
capacidade de se distribuir pelo corpo paracetamol
• CASO DE MEDICAMENTOS HIDROSSOLÚVEIS: o Transformação de codeína em morfina
Muitas vezes nem sofrem metabolização, saindo
inalterados na urina
-É O PRIMEIRO PASSO DA ELIMINAÇÃO: Um fármaco só é
eliminado se for biotransformado, sobretudo fármacos
altamente lipossolúveis
• PARA A ELIMINAÇÃO DO FÁRMACO DO
ORGANISMO, É ESSENCIAL QUE OCORRA: A
cessação de sua atividade biológica e
farmacológica → Em geral, o fármaco fica na
forma mais hidrofílica para facilitar sua eliminação -ATIVAR FÁRMACOS INATIVOS (PRÓ-FÁRMACOS): Pró-
o OBS: Apesar disso, a função de fármacos precisam ser metabolizados para serem ativados.
metabolizar NÃO é inativar o Alguns pró-fármacos, após serem ativados, tornam-se mais
medicamento, apesar da maioria dos ativos, outros mais tóxicos
fármacos sofrerem inativação → Não é • EXEMPLOS:
regra ser inativado, mas a maioria será o Prednisona em prednisolona (forma ativa)
-NÃO NECESSARIAMENTE HÁ REDUÇÃO DE TOXICIDADE: A o Bacampicilina em ampicilina (forma ativa)
biotransformação existe não para deixar o composto menos
tóxico, mas para torna-lo mais fácil de ser eliminado do
organismo
-NÃO NECESSARIAMENTE HÁ PERDA DE EFEITO: Ao ser
metabolizado, não necessariamente um fármaco irá se
tornar inativo

Locais de Biotransformação de
Fármacos -FORMAR METABÓLITOS ATIVOS: Alguns fármacos são
metabolizados em metabólitos ativos, justificando efeitos
-FÍGADO (>90%): A metabolização ocorre principalmente
mais prolongados ou aumento de toxicidade
no fígado, porque ele possui um complexo enzimático
• CASO DO DIAZEPAM: Benzodiazepínico de ação
bastante eficiente para essa função no retículo
prolongada, pois seus metabólitos são ativos e
endoplasmático liso e microssomas (citocromo P450)
permanecem com ação no SNC
• PACIENTES COM PROBLEMAS HEPÁTICOS: Por
possuírem comprometimento na metabolização dos
fármacos, possuem uma restrição muito maior a
medicamentos, pois o risco de toxicidade é maior
-OUTROS ÓRGÃOS:
• Rim
• Epitélio gastrintestinal
• Pulmões
• Plasma

21
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-AUSÊNCIA DE METABOLISMO: Alguns fármacos são


excretados na forma inalterada, sem sofrer metabolização.
Ocorre principalmente com fármacos hidrofílicos
• EXEMPLO: Penicilinas, pois são mais hidrofílicas

Metabolização por Características dos


Fármacos
-CARACTERÍSTICAS QUE LEVAM A UMA BAIXA EXCREÇÃO Reações de Fase I
RENAL E A UM LONGO TEMPO DE AÇÃO NO ORGANISMO:
Precisam serem biotransformados
• Alta lipossolubilidade (Catabólicas/Não Sintéticas)
• Pouca ionização em pH fisiológico
• Ligação com proteínas plasmáticas
-REAÇÕES DE FASE I (CATABÓLICAS): Quebram a molécula
-FÁRMACOS LIPOSSOLÚVEIS: São mais passíveis de em estruturas mais simples, podendo levar a:
• Inativação do fármaco
sofrerem biotransformação por atravessarem mais
• Ativação do fármaco
facilmente a membrana celular → São absorvidos por
• Potencialização da ação do fármaco
difusão passiva e, para serem excretados, precisarão passar
-PRINCIPAL FUNÇÃO: Preparar a droga para sofrer a reação
por metabolização
de fase II
-FÁRMACOS HIDROSSOLÚVEIS: Geralmente não necessitam
• OBS: Um fármaco pode sofrer várias reações de fase I e
de biotransformação e são excretados normalmente mesmo assim pode não conseguir ser eliminado, sendo
intactos (in natura) → Possuem dificuldade em entrar nas necessárias reações de fase II
células (geralmente necessitam de transportadores) e saem -PRINCIPAIS TIPOS DE REAÇÃO: São reações não
delas rapidamente de forma mais fácil sintéticas/catabólicas:
↑ Facilidade em entrar nas células = ↓ Facilidade em sair (necessita • HIDRÓLISE: Não envolve o complexo enzimático CYP
de biotransformação) • OXIDAÇÃO: Envolve o complexo enzimático CYP

Processo de Biotransformação REDUÇÃO: Menos comuns
-PRODUTOS: Em geral, produzem produtos mais reativos
quimicamente → Algumas vezes são mais tóxicos ou

dos Fármacos carcinogênicos do que a droga original


-PRINCIPAIS ENZIMAS ENVOLVIDAS:
• CITOCROMO P450/CYP 450 (HEMOPROTEÍNA):
-PRESENÇA DE SISTEMAS ENZIMÁTICOS MUITO DIFERENTES
Superfamília de enzimas hepáticas. Conjunto enzimático
ENTRE DIFERENTES ESPÉCIES: Dificulta o estudo em tido como um dos grandes responsáveis pela oxidação e
animais para prever o metabolismo de fármacos em metabolização hepática em geral
humanos • FMOs: Monoxigenases que contêm flavina. Superfamília
-LOCAIS COM MAIOR QUANTIDADE DE ENZIMAS de enzimas de fase I
METABOLIZADORAS: • ENZIMAS HIDROLÍTICAS: Hidrolisam, principalmente, os
• Fígado metabólitos gerados pelo citocromo P450
• Intestino delgado
• Intestino grosso Citocromo P450/CYP 450
-ENVOLVE 2 TIPOS DE REAÇÃO BIOQUÍMICA: Geralmente
-CITOCROMO P450/CYP 450: Conjunto de enzimas
ocorrem sequencialmente e ambas tendem a reduzir a
hepáticas
lipossolubilidade e a aumentar a eliminação renal
• HÁ UMA VARIEDADE DESSAS ENZIMAS: Diferem na
• REAÇÕES DE FASE I: Reações de CATABOLISMO.
sequência de aminoácidos e no substrato-alvo →
Ocorre oxidação, hidroxilação, desalquilação,
Há mais de 50 enzimas CYP identificadas em
desaminação ou hidrólise, quebrando o fármaco → humanos e apenas 12 são responsáveis pelos
O fármaco pode ser INATIVADO (mais comum) ou
medicamentos
permanecer INALTERADO
• METABOLIZAÇÃO DE QUASE TODOS OS
• REAÇÕES DE FASE II: Reações de ANABÓLICAS/DE
FÁRMACOS: Embora existam muitos tipos de CYP,
CONJUGAÇÃO → O fármaco conjugado geralmente
apenas 12 seriam suficientes para metabolizar
é inativo
quase todos os fármacos
o OBS: Alguns fármacos entram diretamente na
o OBS: Algumas substâncias podem ser
fase II e não passam pela fase I
metabolizadas por mais de um subtipo de CYP

22
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-LOCALIZAÇÃO: Retículo endoplasmático liso, • EXEMPLOS: Hormônios esteroides e erva-de-são-


principalmente no fígado (90-95%), mas também no TGI, joão
pulmões, rins e SNC • EXEMPLO – ANTICONVULSIVANTES
-OUTRAS FUNÇÕES: Também são responsáveis pela síntese (FENOBARBITAL/GARDENAL) COM
de compostos endógenos (prostaglandinas, esteroides...) ANTICONCEPCIONAIS ORAIS: Essa associação não é
recomendada porque o fenobarbital é indutor
enzimático, estimulando as enzimas do citocromo
a aumentarem a sua metabolização enzimática
junto com a metabolização dos anticoncepcionais
(reduzindo os efeitos anticoncepcionais e
favorecendo a gravidez)

Alterações no Padrão de Expressão das CYP


-ALTERAÇÕES NO PADRÃO DE EXPRESSÃO DE CYP: Ocorre
alteração de enzimas e influencia diretamente no
metabolismo de alguns fármacos ou substâncias
• PRINCIPAIS CAUSAS: Fatores genéticos como
polimorfismos ou fatores ambientais como o abuso
de substâncias
• EXEMPLO: Asiáticos possuem dificuldade em
metabolizar álcool devido a diferenças em suas
enzimas dos citocromos
-ESPECIFICIDADE DAS CYP: As CYP que se relacionam ao
metabolismo de substâncias endógenas são mais específicas
que aquelas para substâncias exógenas
Inibição e Indução de CYP
-ALGUNS FÁRMACOS CAUSAM INIBIÇÃO DE CYP: Algumas
substâncias competem pelo sítio-alvo do CYP, mas não são
substratos, causando inibição enzimática
• EXEMPLOS: CETOCONAZOL inibe um tipo de CYP,
comprometendo o metabolismo de alguns
antivirais (principalmente se forem pró-fármacos)
• EXEMPLO - CASO DA TERFENADINA: Antigo anti-
histamínico, hoje retirado do mercado pelo alto Monoxigenases que Contêm Flavina
risco de toxicidade de sua forma livre
o INIBIÇÃO DESSA CYP (POR -MONOXIGENASES QUE CONTÊM FLAVINA: Superfamília de
ERITROMICINA, CETOCONAZOL): Ocorre enzimas de fase I
redução do metabolismo da terfenadina e -LOCALIZAÇÃO: Expressas em altos níveis no fígado
aumento da sua forma livre no sangue, -FMO3: Tipo de enzima monoxigenase que contém flavina
que é tóxica (provoca arritmias mais abundante
potencialmente fatais) • FUNÇÃO: Atua no metabolismo da nicotina e anti-
o HOJE: Comercializa-se diretamente seu histamínicos H2
metabólito ativo (fexofenadina/Allegra) • DEFICIÊNCIA GENÉTICA DE FMO3: Causa a
SÍNDROME DO ODOR DE PEIXE pela incapacidade de
metabolizar a trimetilamina

Reações de Fase II
(Anabólicas/De Conjugação)
-REAÇÕES DE FASE II (ANABÓLICAS/DE CONJUGAÇÃO):
Metabólito da fase I (ou diretamente o fármaco) conjuga-se
com uma substância endógena (geralmente derivada de
carboidrato ou aminoácidos) e forma uma substância mais
-ALGUNS FÁRMACOS SÃO INDUTORES DE CYP: Alguns polar para facilitar sua excreção pela urina
fármacos são indutores de CYP e podem aumentar seu -PRODUTOS: Resulta geralmente em compostos inativos
próprio metabolismo e de outras drogas → Geralmente, • EXCEÇÕES - MINOXIDIL: Torna-se ativo após as
fármacos indutores também induz o seu próprio reações de fase II. Ele é um ativador de canais de
metabolismo potássio usado no tratamento da hipertensão

23
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Glicuronidação (Enzimas UGTs)


-ENZIMA DE CATALISAÇÃO: UDP-glicuroniltransferase (UGT)
• CODIFICAÇÃO: Há 19 genes que codificam a UGT,
garantindo diversidade
-MECANISMO: Catalisa a transferência do glicuronil para um
substrato, formando o glicuronídeo → O conjunto fármaco-
glicuronídeo consegue ser mais facilmente excretado

-PRINCIPAIS TIPOS DE REAÇÕES ENVOLVIDAS: Reações


geralmente rápidas e que exigem energia (pois são
anabólicas, ou seja, “construtivas”)
• GLICURONIDAÇÃO: Tipo mais comum de reação,
pois reage com vários substratos
• ACETILAÇÃO
• METILAÇÃO Subtipos
• SULFATAÇÃO
-UGTA1: Enzima responsável pelo metabolismo da
• CONJUGAÇÃO COM A GLUTATIONA
BILIRRUBINA, que é lipossolúvel e precisa ser conjugada
-LOCALIZAÇÃO: Ocorrem no citosol (geralmente não
com o ácido glicurônico para ser excretada
necessitam do fígado), exceto a glicuronidação (que ocorre
• COMPROMETIMENTO NA UGTA1: Pode ser causada
no retículo endoplasmático)
por fatores genéticos ou por alguns fármacos
-PRINCIPAIS SUBSTRATOS:
(antibióticos como a gentamicina, cloranfenicol)
• ÁCIDO GLICURÔNICO: Fármacos ácidos, básicos,
→ Ocorre o comprometimento do metabolismo da
fenóis, álcool, glicuronídeos altamente polares e
bilirrubina, provocando hiperbilirrubinemia ou
excretados como conjugados. Ocorre nos
ICTERÍCIA
esteroides, morfina, cloranfenicol, salicilatos,
propofol
• SULFATO: Ocorre no cloranfenicol, fenóis,
esteroides sexuais
• ACETATO: Ocorre nas sulfas, clonazepam,
isoniazida
• GLUTATIONA: Ocorre no ácido etacrínico,
bromobenzeno
• GLICINA/GLUTAMINA: Ocorre no ácido salicílico,
ácido benzoico, ácido nicotínico

Sulfatação (Enzimas SULTs)


-ENZIMA DE CATALISAÇÃO: Sulfotransferases (SULT)
• SUBTIPOS: Possui 11 isoformas
-LOCAL DE ATUAÇÃO: Ocorre no citosol utilizando
substratos endógenos ou exógenos
-PRODUTOS: Geralmente, resulta em metabólitos ATIVOS
• OBS: A tendência é que os metabólitos produzidos pela
fase II sejam metabólitos inativos, mas alguns fármacos
podem ser ativados por meio das reações de conjugação
da fase II (como o Minoxidil, por exemplo) → Quando os
fármacos são ativados pelas reações de fase II,
geralmente isso se dá por sulfatação
-PRINCIPAL APLICAÇÃO: Catálise do colesterol na pele

Conjugação com a Glutationa


(Enzimas GSTs)
-ENZIMA DE CATALISAÇÃO: Glutationa-S-transferases
(GSTs)
24
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-MECANISMO: Catalisa a transferência de glutationa


• GLUTATIONA: Sua concentração nas células é, Caso Especial: Metabolismo do
geralmente, muito alta
Paracetamol e Hepatotoxicidade
Possíveis Rotas de Metabolização
-POSSÍVEL CAMINHO 1 - GLICURONIDAÇÃO E
SULFATAÇÃO: 90% ser transformado em metabólitos
sulfatados e glucuronizados, ou seja, sofrem processo de
glicuronidação e sulfatação, produzindo METABÓLITOS NÃO
TÓXICOS → ROTA NÃO-TÓXICA
• ESSA ROTA É INIBIDA POR: Jejum ou overdose
-POSSÍVEL CAMINHO 2 - METABOLIZAÇÃO PELO
CITOCROMO P450 (SUBTIPOS 2E1 E 1A2): 8-10% é
metabolizado pelo citocromo P450 (tipos 2E1 e 1A2),
formando BENZOQUINONA, que é HEPATOTÓXICA → ROTA
HEPATOTÓXICA, podendo seguir mais 2 caminhos:
Principais Aplicações • “ROTA DE SALVAÇÃO” PELA GLUTATIONA: A
glutationa é capaz de transformar a benzoquinona
-NÃO EXPRESSÃO DE ALGUMAS GSTs POR CHINESES E em ácido mercaptúrico, neutralizando a
COREANOS: Pode estar relacionado ao desenvolvimento de hepatotoxicidade
alguns cânceres e à gravidade dos efeitos tóxicos de alguns
• “ROTA DA NECROSE HEPÁTICA”: Benzoquinona
fármacos que seriam metabolizados por essas GSTs não
não é neutralizada e causa necrose hepática
expressas
-EXCESSO DE GSTs ESTÁ ASSOCIADO À RESISTÊNCIA A
CERTOS ANTITUMORAIS: GSTs podem inibir cinases
ativadas por quimioterápicos em células tumorais,
conferindo resistência a alguns tipos de antitumorais
• MECANISMO DE AÇÃO DE ALGUNS ANTITUMORAIS:
Geralmente, para que atuem, devem alterar a
reprodução celular, “enganando a célula”, por isso
costumam ser análogos a substâncias necessárias à
síntese proteica de uma determinada célula
o ATIVAÇÃO DOS ANTITUMORAIS POR
CINASES: A maioria dos antitumorais
análogos precisam ser ativados (como se
fossem pró-drogas) por cinases, pois o
antitumoral sozinho não consegue ser
absorvido → Pessoas com grandes
quantidades de GSTs = ↑ Inibição das
cinases = ↑ Resistência ao antitumoral

N-Acetilação (Enzimas NATs) Estímulos à Rota Hepatotóxica


-ENZIMA DE CATALISAÇÃO: N-acetiltransferases (NATs)
-POSSIBILIDADE DE HEPATOTOXICIDADE EM PEQUENAS
• SUBTRATO: Acetil proveniente da coenzima A QUANTIDADES DE PARACETAMOL: É muito pequena, desde
• LOCALIZAÇÃO: Distribuída por vários tecidos que o indivíduo esteja em condições normais de
-PRINCIPAL APLICAÇÃO: alimentação e sem ingestão de álcool
• DEFICIÊNCIA DE NATs E EFEITOS TÓXICOS DA -ESTÍMULOS À ROTA HEPATOTÓXICA:
ISONIAZIDA: Relaciona-se principalmente com os • JEJUM PROLONGADO: Induz à deficiência de
efeitos tóxicos da isoniazida (antibiótico usado na glutationa, que é proveniente da alimentação
tuberculose), que é excretada por n-acetilação • DEFICIÊNCIA DE GLUTATIONA: Por causas
genéticas ou ambientais
• ÁLCOOL E OVERDOSE: Estimula a metabolização
pelo citocromo, reduzindo os efeitos
farmacológicos e aumentando a metabolização do
paracetamol em metabólitos hepatotóxicos
• ISONIAZIDA: Antibiótico de tratamento da
tuberculose que induz a atividade do citocromo,
tendendo a aumentar a rota hepatotóxica do
paracetamol

25
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-FATORES GENÉTICOS: Principalmente doenças genéticas


Principais Aplicações que provocam redução ou aumento de enzimas que
-JEJUM PROLONGADO: Provoca deficiência de glutationa metabolizam substâncias, afetando assim a velocidade de
(que é oriunda da alimentação) → Benzoquinona não sofre biotransformação
conjugação com a glutationa e não é neutralizada em ácido • DIFICULDADE NA METABOLIZAÇÃO DO ÁLCOOL
mercaptúrico → Não ocorre a “rota de salvação” EM ALGUNS ORIENTAIS PELA DEFICIÊNCIA DA
-DENGUE: Por vezes, o paciente não respeita o intervalo ENZIMA ALDEÍDO DESIDROGENASE: São mais
correto entre as doses de paracetamol para o tratamento susceptíveis à intoxicação por álcool pelo acúmulo
da febre intensa (mínimo de 6/6h), além de permanecer do acetaldeído (tóxico). Os sintomas incluem
várias horas em jejum → Elevada concentração de ressaca intensa, rubor facial, aumento da pressão
paracetamol tende a ser metabolizada pelo citocromo, arterial, taquicardia, dor de cabeça, náuseas e
elevando a produção de benzoquinona (hepatotóxica) que vômitos → Essas pessoas criam, naturalmente,
não consegue sofrer conjugação com a glutationa pela uma aversão ao álcool
deficiência desse substrato (por conta do jejum o CAUSAS GENÉTICAS: Há 2 tipos de alelo para a
prolongado) enzima aldeído desidrogenase, o ALDH 2*1 e o ALDH
2*2
-ALCOOLISMO: Estimula o citocromo P450 e faz com que os
▪ ALELO ALDH 2*2: está presente em
medicamentos sejam metabolizados mais rapidamente aproximadamente 50% dos descendentes
(provocando perda mais rápida de efeito) → No caso do de japoneses e chineses. Pessoas com esse
paracetamol, o aumento da metabolização do fármaco leva gene tendem a acumular quantidades
tóxicas de acetaldeído após consumo
à intoxicação por benzoquinona e à necrose hepática
moderado de álcool
Antídoto ▪ PESSOAS COM O ALELO ALDH 2*1
PAREADO COM O ALELO ALDH 2*2:
-N-ACETIL-CISTEÍNA: Xarope que se liga à benzoquinona e Apresentam uma resposta mais amena
produz conjugados cisteínicos (não tóxicos), reduzindo o para esses efeitos

risco de hepatotoxicidade mesmo em situações de jejum -FATORES AMBIENTAIS: Atenção especial às interações
prolongado → Atua como antídoto para a hepatotoxicidade medicamentosas (indução ou inibição enzimática)
do paracetamol
Interações Medicamentosas por
Alteração no Metabolismo dos Indução e Inibição Enzimática
Fármacos -SITUAÇÃO NORMAL: Medicamento mantém-se numa
concentração constante no organismo
-INDUÇÃO ENZIMÁTICA: Provoca redução da concentração
Principais Fatores que Modificam a do fármaco e na maioria das vezes também do seu efeito
• EFEITOS: Ocorre aumento da concentração do
Metabolização dos Fármacos fármaco na corrente sanguínea, podendo levar a
picos máximos tóxicos
-IDADE: Ter cautela em crianças e idosos pelo risco -INIBIÇÃO ENZIMÁTICA: Provoca aumento da concentração
aumentado de intoxicação do fármaco e na maioria das vezes também do seu efeito
• RECÉM NASCIDOS: Não possuem maturidade • EFEITOS: Concentração plasmática do fármaco
hepática e possuem dificuldade em realizar a pode ser tão reduzida que o máximo de efeito que
conjugação (principalmente a glicuronidação) este fármaco conseguirá produzir é equivalente ao
necessária para a eliminação do fármaco, podendo mínimo efeito desse mesmo fármaco antes da
levar à intoxicação por acúmulo indução enzimática
o SÍNDROME DO BEBÊ CINZENTO/SÍNDROME
CINZENTA DO RECÉM-NASCIDO: Causada pelo
uso de cloranfenicol (antibiótico que se liga aos
ribossomos bacterianos), que não é
metabolizado corretamente e passa a se ligar
também aos ribossomos humanos (sobretudo
mitocondriais), podendo culminar em
depressão respiratória, colapso cardiovascular,
cianose e morte
• IDOSOS: Possuem redução da
quantidade/atividade de enzimas, reduzindo a
velocidade de biotransformação e se tornando
mais suscetíveis aos efeitos tóxicos
-PRINCIPAIS ENZIMAS QUE SOFREM INTERFERÊNCIA DE
-DOENÇAS: Especialmente desnutridos graves, hepatopatas
INDUTORES E INIBIDORES ENZIMÁTICOS:
e nefropata
• Citocromo P450
• HEPATOPATAS: Falhas na metabolização
• Colinesterases
prejudicam a excreção do fármaco, levando à
intoxicação • Monoaminoxidase (MAO)
• NEFROPATAS: Sem excreção adequada, ocorre • Aldeído desidrogenase
acúmulo de metabólitos na corrente sanguínea • Álcool desidrogenase
• Xantina oxidase
26
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Indução Enzimática
-INDUÇÃO ENZIMÁTICA: É o aumento da atividade das
enzimas hepáticas e, portanto, aumento da atividade de
biotransformação das substâncias e sua consequente
excreção → Faz com que haja aumento da depuração
plasmática e redução do tempo de ação farmacológica do(s)
fármacos(s) envolvidos
• CITOCROMO P450: É rapidamente induzido por
muitos fármacos
-AUMENTO DA PRODUÇÃO DE METABÓLITOS:
• PRODUÇÃO DE METABÓLITOS INATIVOS: Provoca
redução do efeito farmacológico
• PRODUÇÃO DE METABÓLITOS ATIVOS: O efeito
farmacológico aumenta ou não será muito Inibição Enzimática
alterado. Pode haver acúmulo de metabólitos
-INIBIÇÃO ENZIMÁTICA: Redução da atividade das enzimas,
tóxicos
ou seja, diminuição da atividade de biotransformação das
Consequências substâncias → Ocorre aumento do tempo de ação
-PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS: farmacológica do(s) fármaco(s), levando ao risco de
• Aumenta a velocidade de biotransformação intoxicação
hepática dos fármacos -LEVA AO RISCO DE INTOXICAÇÃO: Com as enzimas
• Reduz a meia-vida sérica do fármaco hepáticas inibidas, o fármaco não é metabolizado e passa
• Favorece a eliminação mais rápida do fármaco mais tempo circulando → Se for uma substância muito
• Provoca a redução dos efeitos farmacológicos (se lipossolúvel, sua solubilização não ocorre e ela entra em um
os metabólitos forem inativos) na maioria das ciclo de reabsorção à nível renal, não sendo eliminada
vezes ↑ Tempo de circulação = ↑ Risco de intoxicação
• Pode provocar a manutenção dos efeitos -INIBIÇÃO ENZIMÁTICA NO CASO DOS PRÓ-FÁRMACOS: O
farmacológicos ou aumentar o risco de toxicidade efeito farmacológico dos pró-fármacos não ocorre, pois
(se os metabólitos forem ativos) precisam sofrer metabolização (que se encontra inibida)
Principais Fármacos Indutores Enzimáticos para serem ativados
-AGENTES INDUTORES: Geralmente, são o próprio Consequências
substrato para a enzima -PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS:
• QUEM INDUZ, TAMBÉM É INDUZIDO: Ou seja, um • Aumenta a meia-vida do fármaco
fármaco provoca indução enzimática em outro • Aumenta os efeitos farmacológicos (se os
fármaco e também nele mesmo metabólitos forem inativados)
• Reduz os efeitos farmacológicos (se o metabólito
-PRINCIPAIS FÁRMACOS INDUTORES ENZIMÁTICOS: for ativo, no caso dos pró-fármacos)
Destacam-se o fenobarbital (anticonvulsivante) e a
rifampicina (antibiótico)
• Alguns anticonvulsivantes (fenobarbital,
carbamazepina)
o USO DE ANTICONVULSIVANTES
(FENOBARBITAL, CARBAMAZEPINA) COM
ANTICONCEPCIONAIS ORAIS: Não é
recomendado, pois há alto risco de
ocorrer gravidez. A maioria dos
anticoncepcionais orais é usado apenas 1x
ao dia, tendo cobertura por 24h. O uso de
anticonvulsivantes atuam como indutores
enzimáticos, aumentando o metabolismo
dos anticoncepcionais orais, fazendo com
que percam o efeito em um período Principais Fármacos Inibidores Enzimáticos
menor que 24h -PRINCIPAIS FÁRMACOS INIBIDORES ENZIMÁTICOS:
• Rifampicina (antibiótico para tratamento de • Omeprazol
tuberculose e endocardite) o OMEPRAZOL COMO INIBIDOR DA
• Ciclofosfamida (antitumoral) VARFARINA: O omeprazol bloqueia a
• Propofol (anestésico) metabolização da varfarina, aumentando
-AGENTES NÃO FARMACOLÓGICOS: o risco de hemorragia pelo acúmulo da
• Alcoolismo crônico varfarina no organismo
• Inseticidas DDT ▪ OBS: O omeprazol pode atuar
• Alimentação tanto como inibidor quanto como
• Tabagismo indutor enzimático

27
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

o OMEPRAZOL COMO INIBIDOR DO • ENZIMA ALDEÍDO DESIDROGENASE PRESENTE NAS


CLOPIDOGREL: O omeprazol inibe a MITOCÔNDRIAS: Convertem o acetaldeído tóxico
ativação do clopidogrel (pró-fármaco), em acetato, que é eliminado sem grandes
fazendo com que sua função problemas
antiagregante plaquetário não ocorra
▪ OBS: Nesses casos, é indicado o uso
do pantoprazol, pois não interfere na
metabolização e ativação do
clopidogrel
• Cimetidina
• Cloranfenicol (antibiótico)
-OUTRAS SUBSTÂNCIAS:
• ALCOOLISMO AGUDO: De forma crônica, induz à
metabolização. De forma aguda, inibe a
-REAÇÃO TIPO DISSULFIRAM:
metabolização
o ÁLCOOL COM DIAZEPAM (DEPRESSOR DO • DISSULFIRAM: Fármaco usado contra o alcoolismo
SNC): Além da potencialização da que atua bloqueando a enzima aldeído
depressão central, o álcool também reduz desidrogenase, provocando ressaca intensa,
a metabolização do Diazepam (que já rubefação, cefaleia, náuseas, vômitos,
possui efeito prolongado) → A depressão taquicardia, levando a uma aversão natural ao
do SNC pode ser tão intensa a ponto de álcool (reação tipo dissulfiram)
gerar uma parada cardiorrespiratória • PODE SER USADO NO MANEJO DE PACIENTES COM
DEPENDÊNCIA ALCÓOLICA: O aumento dos
sintomas desagradáveis após a ingesta de álcool
promove um sentimento de aversão natural ao
álcool → Deve ser usado com cautela e mediante
consciência do paciente
o FOI RETIRADO DO MERCADO: A depender
da quantidade de álcool ingerida, pode
haver necessidade de hospitalização.
Comprovou-se que não havia vantagem no
risco-benefício

Álcool x Fármacos
-INGESTÃO AGUDA DE ÁLCOOL: Atua como INIBIDOR
ENZIMÁTICO, prolongando e intensificando o efeito do
fármaco (especialmente fármacos depressores do SNC)
-INGESTÃO CRÔNICA DE ÁLCOOL: Atua como INDUTOR
ENZIMÁTICO, aumentando o metabolismo de fármacos pelo
aumento do teor hepático de enzimas como MAO e
citocromo P450
ÁLCOOL AGUDO: Atua como INIBIDOR enzimático
ÁLCOOL CRÔNICO: Atua como INDUTOR enzimático

Reação Tipo Dissulfiram


-METABOLIZAÇÃO DO ÁLCOOL: Normalmente, sofre
metabolização por 3 principais mecanismos (peroxissomos,
REFERÊNCIAS
catalase e pela enzima álcool-desidrogenase) que levam à
Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações
produção de um acetaldeído que é extremamente tóxico Resumo de Farmacologia Geral – Clara Freitas
quando acumulado e que é juntamente responsável pela
ressaca, mal-estar e vômito
28
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Farmacocinética – Excreção
-FEZES: Excretam predominantemente fármacos ingeridos
Introdução por via oral que não foram absorvidos e metabólitos de
fármacos excretados na bile ou diretamente no TGI que não
-IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE METABOLIZAÇÃO: A foram reabsorvidos
metabolização é o início do processo de eliminação e -LEITE MATERNO: Normalmente, se dá em pouca
ocorre para facilitar a excreção quantidade, mas tem risco potencial para a criança. A
• FÁRMACOS POLARES/HIDROSSOLÚVEIS: Os órgãos ingestão de leite animal também apresenta risco
excretores excretam mais facilmente compostos • INTERVALO NECESSÁRIO PARA AMAMENTAÇÃO:
polares (com exceção dos pulmões, que Quando é necessário o uso de algum medicamento,
conseguem excretar substâncias lipossolúveis) deve haver intervalo de 3-4h até a amamentação
• FÁRMACOS LIPOSSOLÚVEIS: Não são facilmente • OCORRE EM: Atenolol, fenobarbital, cafeínas,
excretados até se tornassem substâncias polares → metronidazol, diazepam, etc.
O fármaco lipossolúvel é reabsorvido à nível renal -SALIVA, LÁGRIMAS E SUOR: Pouco importante em termos
e é metabolizado até conseguir se tornar quantitativos. Quando ocorre excreção pela saliva, a
hidrossolúvel e ser eliminado substância pode ser novamente absorvida pela mucosa oral
ou via ingestão

-A EXCREÇÃO PODE OCORRER EM PROPORÇÕES


DIFERENTES ATRAVÉS DE DISTINTAS VIAS: A maioria dos
fármacos são excretados principalmente pela urina e pela
bile, mas não há uma regra
• IDOMETACINA: É excretada 60% pela urina e 33%
pelas fezes
• AMILORIDA: É excretada 50% pela urina e 40%
pelas fezes

Excreção Renal dos Fármacos


Eliminação ≠ Excreção Diferenças na Velocidade de Excreção
-ELIMINAÇÃO: Momento em que o fármaco foi inativado (ou
seja, passa a apresentar menor biodisponibilidade),
Renal
perdendo seu efeito terapêutico -DIFERENÇAS NA VELOCIDADE DE EXCREÇÃO RENAL DAS
-EXCREÇÃO: Momento em que o fármaco (inativado ou não) DROGAS: Depende muito das características
deixa o organismo por meio de órgãos (rins, pulmões, farmacocinéticas do fármaco. A maioria dos fármacos
sistema hepatobiliar) ou por secreções e metabólitos encontra-se entre os dois extremos:
(saliva, fezes, urina, lágrimas, suor, leite materno, • PENICILINA (ALTAMENTE HIDROSSOLÚVEL) COMO
secreção biliar, etc.) PRIMEIRO EXTREMO: Praticamente não é absorvida, pois
Excreção = Biotransformação + Eliminação é excretada quase que totalmente depois de uma única
passagem no rim → É absorvida pelo estômago, passa a
Vias de Excreção de Fármacos nível hepático (sofrendo metabolismo de primeira
passagem) e, caso necessário, vai passa a circulação
sistêmica já sendo excretada à nível renal
Principais Órgãos Envolvidos • DIAZEPAM (ALTAMENTE LIPOSSOLÚVEL) COMO
-RINS: Órgão mais importante para a excreção dos SEGUNDO EXTREMO: É excretado de modo muito lento,
fármacos, realizando cerca de 90% da excreção pois possui alta lipossolubilidade, ou seja, precisa de
-SISTEMA HEPATOBILIAR: Segundo mais expressivo na mais tempo para metabolização
excreção dos fármacos -PRODUTOS DO METABOLISMO DE FASE I E II: São, quase
-VIA RESPIRATÓRIA: Excreção de compostos gasosos e sempre, excretados mais rapidamente do que o composto
voláteis, ocorrendo quando a concentração do fármaco no original
ar alveolar é menor que a concentração plasmática desse
fármaco. Possuem a exceção de também conseguir eliminar Meia-Vida (t1/2) dos Fármacos
substâncias lipossolúveis -TEMPO DE MEIA-VIDA: Tempo necessário para a
• OCORRE EM: Etanol, anestésicos inalatórios quantidade do fármaco original no organismo se REDUZIR à
Principais Secreções/Metabólitos Envolvidos metade (1/2) → A cada tempo de uma meia-vida, a
concentração do fármaco decresce em 50% do valor que
-URINA: Maior via de excreção
tinha no início
-SECREÇÃO BILIAR: 2ª maior via de excreção)
• VERIFICAÇÃO DOS VALORES: Pela observação da
concentração no plasma (meia-vida plasmática)

29
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• RELACIONA-SE DIRETAMENTE COM A VELOCIDADE


DE METABOLIZAÇÃO E EXCREÇÃO DO FÁRMACO:
Filtração Glomerular
Quanto mais lipossolúvel um medicamento, maior Principais Características
seu tempo de meia-vida -ÚNICO CRITÉRIO DE LIMITAÇÃO DE PASSAGEM:
-FIM DA ELIMINAÇÃO DE UM FÁRMACO: Basicamente, apenas o PESO MOLECULAR
• TEORICAMENTE: Nunca se elimina 100% do • FÁRMACOS LIVRES: Atravessam a rede capilar para
fármaco o espaço de Bowman como parte do filtrado
• PARA FINS PRÁTICOS: O processo se completa glomerular
após 4 tempos de meias-vidas (4t1/2) o EXCEÇÃO DA HEPARINA: É uma
macromolécula e não consegue atravessar
por filtração
• FÁRMACOS LIGADOS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS:
Não passam pelo glomérulo (ou seja, não se
dirigem aos túbulos, e sim aos capilares
peritubulares). Se a passagem ocorrer, a
proteinúria é indicativa de lesão glomerular
o CONCENTRAÇÃO DO FÁRMACO NO
FILTRADO GLOMERULAR: Será menor que
a concentração plasmática, pois o
fármaco praticamente não passa por
-PRINCIPAIS APLICAÇÕES: filtração
• DURAÇÃO DO EFEITO: A duração do efeito de o EXEMPLOS:
alguns fármacos está relacionada À sua meia-vida ▪ Varfarina (98% ligada à albumina
• POSOLOGIA: O tempo de meia-vida determina a e apenas 2% no filtrado
posologia do medicamento glomerular)
▪ Penicilina
Os 3 Processos Básicos Envolvidos na Mecanismo de Filtração
1. CHEGADA DO FÁRMACO NAS ARTÉRIAS RENAIS E PLEXO
Excreção Renal CAPILAR GLOMERULAR: Fármacos penetram nos rins pelas
-ENVOLVE 3 PROCESSOS BÁSICOS: artérias renais e passam para o plexo capilar glomerular
• Filtração glomerular 2. CHEGADA DO FÁRMACO NOS CAPILARES
• Secreção ou reabsorção tubulares ativas (principal GLOMERULARES: Permitem a difusão de moléculas de
responsável pela excreção dos fármacos) fármacos com peso molecular <20.000 daltons (moléculas
• Difusão passiva através do epitélio tubular (que atua pequenas) no filtrado glomerular
atrapalhando a excreção do fármaco, pois promove sua • FÁRMACOS LIGADOS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS (COMO
reabsorção) A ALBUMINA): Não são filtrados pelo grande peso
molecular
• MAIORIA DOS FÁRMACOS LIVRES NO PLASMA: Cruzam a
barreira livremente e passam a fazer parte do filtrado
glomerular

Particularidades
-GRANDE PARTE SOFRE REABSORÇÃO APÓS A FILTRAÇÃO
NO GLOMÉRULO: Até 20% do fluxo plasmático renal é
filtrado através do glomérulo, mas GRANDE PARTE SOFRE
REABSORÇÃO
-FÁRMACO QUE NÃO FOI FILTRADO (OU SEJA, QUE ESTÁ
NOS CAPILARES PERITIBULARES) AINDA PODE PASSAR
PARA A LUZ TUBULAR: Os fármacos que não conseguiram
ser filtrados, passam para os CAPILARES PERITUBULARES
(vasos) do túbulo proximal, onde ainda podem ser
transferidos para a luz tubular por meio de sistemas
transportadores independentes e seletivos

30
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Particularidades
-A SECREÇÃO TUBULAR ESTIMULA A DISSOCIAÇÃO DO
FÁRMACO COM A PROTEÍNA PLASMÁTICA: Conforme as
moléculas de fármaco livre são retiradas do plasma, sua
concentração plasmática cai, estimulando a dissociação da
porção ligada à proteína plasmática
• EXEMPLO DA VARFARINA: Quando se elimina os 2% de
varfarina livres no plasma, o equilíbrio de 98 para 2 cai
→ Obrigatoriamente, o que está preso na proteína
plasmática é liberado para manter o equilíbrio de forma
dinâmica
• ISSO JUSTIFICA A SECREÇÃO COMO MECANISMO
DE MAIOR EFICÁCIA: Como 80% dos fármacos que
chegam ao rim são apresentados ao transportador,
a secreção tubular se torna o mecanismo de
Secreção/Reabsorção Tubulares Ativas eliminação mais eficaz à nível renal
o EXEMPLO DA PENICILINA: Cerca de 80% da
Principais Características penicilina está ligada a proteínas plasmáticas,
-É O PRINCIPAL E MAIS EFETIVO MECANISMO DA ou seja, ela é depurada lentamente se for
ELIMINAÇÃO DE FÁRMACOS: Responsável por 80% da apenas por filtração. A penicilina é totalmente
excreção renal dos fármacos) devido à alta perfusão removida via secreção tubular proximal, com
sanguínea uma taxa de eliminação muito mais alta devido
à ação dos transportadores
-É UM MECANISMO ATIVO (ATP-DEPENDENTE): Porque
-RISCO DE COMPETIÇÃO ENTRE FÁRMACOS: Muitos
envolve transportadores que utilizam energia
fármacos excretados pelos rins compartilham o mesmo
-INDEPENDE DA LIGAÇÃO DE PROTEÍNAS PLASMÁTICAS:
sistema de transporte, podendo haver competição entre
Como é um processo de gasto energético, consegue
eles (ânion-ânion ou cátion-cátion) e resultando em
também estimular a dissociação com a proteína plasmática
interações farmacológicas → Uma passa a se acumular e o
-É UM PROCESSO SATURÁVEL: Porque tem intermédio de
outro passa a sair mais fácil
transportadores
-PODE HAVER INIBIÇÃO COMPETITIVA: Porque envolve • PROBENICIDA: Desenvolvida com o propósito de
transportadores prolongar a ação da penicilina retardando sua
excreção, pois a probenicida compete com a
Mecanismo penicilina pelo mesmo transportador → Penicilina
-ENVOLVE DOIS TRANSPORTADORES INDEPENDENTES E se acumula e a probenicida sai mais fácil
RELATIVAMENTE NÃO SELETIVOS: As moléculas dos
fármacos são transferidas para o lúmen tubular por 2
sistemas de transportadores independentes entre si,
relativamente não seletivos e que podem ocorrer
simultaneamente:
• TRANSPORTADORES DE ÂNIONS ORGÂNICOS
(OAT): Transporta fármacos ÁCIDOS na sua forma
ANIÔNICA negativa. São capazes de mover
moléculas CONTRA O GRADIENTE DE
CONCENTRAÇÃO, portando apresentam MAIOR
GASTO ENERGÉTICO
• TRANSPORTADORES DE CÁTIONS (OCT):
Transportam BASES orgânicas na forma protonada
CATIÔNICA. Facilitam o transporte A FAVOR DO Difusão Passiva através do Epitélio Tubular
GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO
Principais Características
-HÁ INTENSA REABSORÇÃO APÓS O FILTRADO
ATRAVESSAR O TÚBULO: Com o filtrado glomerular
atravessando o túbulo, a água é reabsorvida, sendo que o
volume de urina correspondendo apenas a 1% desse filtrado
• FÁRMACOS LIPOSSOLÚVEIS (POSSUEM ALTA
PERMEABILIDADE NO TÚBULO RENAL): A
concentração da droga no filtrado permanece
próxima da concentração no plasma, fazendo com
que 99% DO FÁRMACO FILTRADO SEJA
REABSORVIDO PASSIVAMENTE, voltando para a
corrente sanguínea e não sendo eliminado →
Praticamente tudo que for lipossolúvel e for
filtrado pelo glomérulo acaba voltando para a
corrente sanguínea por reabsorção via difusão
passiva
31
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• DO PONTO DE VISTA FARMACOLÓGICO, A • PRINCIPAL APLICAÇÃO – O pH DA URINA


REABSORÇÃO TUBULAR É RUIM: Se do ponto de INFLUENCIA NA ELIMINAÇÃO DO FÁRMACO: Se o
vista fisiológico, a reabsorção é fundamental para pH da urina for alterado, pode haver risco de
não perder substâncias, do ponto de vista intoxicação:
farmacológico é prejudicial porque atrapalha a o URINA MUITO ÁCIDA: Risco de
excreção do fármaco do organismo INTOXICAÇÃO POR FÁRMACOS ÁCIDOS
FRACOS (Pka de 3-7,5), já que esses
fármacos não conseguem ser excretados
(pois não se dissociam e permanecem na
forma molecular/lipossoluvel) e sofrem
reabsorção
▪ COMO RESOLVER: Administração de
bicarbonato (base) por via parenteral
para neutralizar o pH da urina e
favorecer a excreção do fármaco
ácido, que agora será convertido em
formas ionizadas (hidrossolúveis)
o URINA MUITO BÁSICA: Risco de
intoxicação por fármacos básicos, pois
esses fármacos não conseguem ser
excretados e sofrem reabsorção

Facilitar excreção de fármacos ácidos = Alcalinizar a urina,


realizando o aprisionamento iônico do fármaco ácido no túbulo
renal para ser excretado

Facilitar excreção de fármacos básicos = Acidificar a urina,


realizando o aprisionamento iônico do fármaco básico no túbulo
renal para ser excretado

• EXEMPLOS:
Particularidades o RISCO DE INTOXICAÇÃO EM ACIDOSES
METABÓLICAS: Na acidose metabólica, há
-PRINCIPAIS PARTICULARIDADES: A reabsorção sobre
risco de intoxicação por fármacos ácidos,
influência principalmente de:
pois a urina do paciente se torna ácida e
• Propriedades físico-químicas do fármaco
não permite que fármacos ácidos se
• pH urinário
dissociem, fazendo com que sejam
reabsorvidos
-COMPORTAMENTO DOS FÁRMACOS DE ACORDO COM SUAS
o INTOXICAÇÃO POR AAS: Substância que
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS:
não apresenta grandes riscos, mas se for
• FÁRMACOS ALTAMENTE APOLARES
administrada em doses excessivamente
(LIPOSSOLÚVEIS): Possuem ALTA PERMEABILIDADE
altas, pode ser fatal, pois acidifica a urina
TUBULAR, mas são LENTAMENTE EXCRETADOS
→ Como o AAS também é ácido, se a
porque sofrem intensa REABSORÇÃO PASSIVA →
urina estiver ácida sua eliminação será
Justifica a importância da metabolização para
comprometida e há chance de intoxicação
torna-lo hidrossolúvel, impedindo sua reabsorção à


nível renal
FÁRMACOS ALTAMENTE POLARES
Influência da Função Renal
(HIDROSSOLÚVEIS): Possuem BAIXA -INFLUÊNCIA DA FUNÇÃO RENAL: Influencia a excreção dos
PERMEABILIDADE TUBULAR e uma vez filtrados, fármacos pela via renal
PERMANECEM NO TÚBULO (pois não conseguem ser -PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE ALTERAÇÃO NA FUNÇÃO
reabsorvidos) e lá aumentam sua concentração RENAL: Justificam a importância do AJUSTE DE DOSE
(ficando até 100x mais alta na urina que no plasma BASEADO NA FUNÇÃO RENAL de cada paciente
-INFLUÊNCIA DO pH DO MEIO NA ELIMINAÇÃO DO • RECÉM-NASCIDOS E PREMATUROS: Além da
FÁRMACO: O nível de ionização de muitos fármacos (ácido imaturidade hepática (comprometendo a
ou bases fracas) é pH dependente e isso afeta metabolização), a filtração glomerular e o fluxo
profundamente sua eliminação renal plasmático são, aproximadamente, 30-40%
• EFEITO DO APRISIONAMENTO IÔNICO: Uma menores que em um adulto → Somente após os 3
substância fica presa de acordo com seu pH, de meses a cinética renal se aproxima a de um adulto
modo que não sofre reabsorção → Isso implica • IDOSOS: Há um declínio natural da excreção em
dizer que uma base é excretada mais rapidamente decorrência da redução fisiológica de néfrons
em urina ácida, que favorece sua forma carregada funcionantes
e inibe a reabsorção dessa base. Por outro lado, • INSUFICIÊNCIA RENAL: Fármacos e metabólitos
ácidos são eliminados mais facilmente se a urina ativos excretados pelo rim podem se acumular,
estiver alcalina ocasionando efeitos tóxicos

32
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-IMPORTÂNCIA DO AJUSTE DE DOSE DAS MEDICAÇÕES: Em


pacientes com dificuldade de excreção renal, o ajuste de
Depuração de Fármacos
dose visa a reduzir o risco de acúmulo do fármaco e -DEPURAÇÃO DE FÁRMACOS: Varia acentuadamente para
intoxicação. Esses ajustes de dose são muito comuns os mais diversos fármacos, desde um valor desprezível até o
principalmente para antibióticos em pacientes de UTI máximo teórico estabelecido pelo fluxo plasmático renal
• VANCOMICINA: Antibiótico que, geralmente, é (cerca de ~700 mL/min)
administrado 2g por dia (1g/12h) em pacientes com • QUANDO O FÁRMACO É PARCIAL OU
função renal normal. Em pacientes com insuficiência TOTALMENTE ELIMINADO PELOS RINS SEM
renal, pode haver casos em que a dose ajustada seja SOFRER ALTERAÇÕES: A depuração pode ser
equivalente a 500mg a cada 96h, já que o paciente calculada dividindo a velocidade de excreção
excreta de forma mais reduzida o fármaco
urinária pela sua concentração sanguínea
Glicoproteína P e Proteína Tipo 2 -A DEPURAÇÃO DO FÁRMACO DEPENDE DE DIVERSOS
-FUNÇÃO DA GLICOPROTEÍNA P E PROTEÍNA TIPO 2: Atua FATORES:
como bomba de efluxo na membrana celular, expulsando • Função renal
fármacos → É responsável pela excreção de ânions e • pH urinário
metabólitos conjugados (como glicuronídeo, sulfatos e • Ligação do fármaco com proteínas plasmáticas
derivados da glutationa) • Fluxo sanguíneo renal
-POLIMORFISMOS NA GLICOPROTEÍNA P E PROTEÍNA TIPO • PRINCIPAL IMPLICAÇÃO: mesmo em indivíduos
2: Pessoas com excesso de glicoproteína P e proteína tipo 2 com função renal, a depuração de um mesmo
estão associadas à multirresistência dos fármacos (os fármaco pode ser variável de paciente para
fármacos não fazem efeito) paciente
• PESSOAS COM EXCESSO DE GLICOPROTEÍNA P E -ALGUNS FÁRMACOS POSSUEM DEPURAÇÃO
PROTEÍNA TIPO 2: Fármaco não consegue atingir PROPORCIONAL À CREATININA: Essa correlação é
uma concentração mínima para gerar um efeito aproveitada para se determinar a depuração desses
farmacológico, pois é rapidamente expulsado das fármacos em pacientes com doença renal
células → Resistência a diversos medicamentos • PRINCIPAIS EXEMPLOS: Canamicina e gentamicina

↑ Glicoproteína P = ↑ Excreção do fármaco = ↓ Efeitos farmacológicos


Cálculo de Ajuste de Dose por Função Renal
-INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS DO PACIENTE:
• IDADE: Facilmente obtida pelo prontuário
Depuração Renal (Clearence Renal) • SEXO: Facilmente obtida pelo prontuário
-DEPURAÇÃO/CLEARENCE: Indica a remoção completa de • COR/ETNIA: Facilmente obtida pelo prontuário
uma determinada substância de um volume específico de • CLEARENCE DE CREATININA: Calculada a partir da
sangue na unidade de tempo (geralmente em minuto) creatinina sérica (exame de sangue)
• OBS: Depuração pode ser o mesmo significado de -HÁ VÁRIOS TIPOS DE EQUAÇÕES: As mais utilizadas são:
eliminação (biotransformação + excreção) • CKD-EPI: Parece ter a melhor acurácia
-CÁLCULO DA DEPURAÇÃO RENAL (Dr): Feita a partir de: • EQUAÇÃO MDRD: Derivada do estudo Modification
• Concentração plasmática do fármaco (Cp) of Diet in Renal Disease (MDRD)
• Concentração urinária do fármaco (Cu) • EQUAÇÃO DE COCKCROFT-GAULT:
• Velocidade de fluxo da urina (Vu)

Depuração da Creatinina
-A CREATININA É O PARÂMETRO PARA AVALIAÇÃO DA
FUNÇÃO RENAL: Porque ela sofre filtração glomerular -COMO CALCULAR: Há diversas calculadoras, mas a mais
completa e sua excreção e reabsorção tubulares são famosa é a NEFROCALC 2.0
mínimas → Permite inferências muito confiáveis sobre a
qualidade da filtração renal
• CREATININA: Metabólito proveniente da sua quebra no
músculo esquelético
• DEPURAÇÃO NORMAL DA CREATININA: 120ml/minuto
-SOFRE INFLUÊNCIA DE ALGUNS FATORES:
• SEXO: Varia entre homens e mulheres
• ALGUNS HÁBITOS DE VIDA: Atletas, por exemplos,
podem apresentar creatinina alta sem ter nenhum
problema renal, pois nesses indivíduos ocorre uma maior
quebra da creatinina muscular. Já em sedentários e
vegetarianos, por exemplo, a creatinina pode se
encontrar baixa mesmo com lesão renal, pois ocorre
baixa quebra da creatina muscular
• IDADE: Idosos podem apresentar creatinina baixa mesmo
com lesão renal, pois possuem baixa quantidade de
massa muscular (e, consequentemente, produzem menos
creatinina)
33
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• MRP2: Também estão envolvidas no transporte de


conjugados (principalmente glutationa e
glucuronídeos) dos hepatócitos para a bile
-AJUSTE DE DOSE DE ACORDO COM A FUNÇÃO RENAL: Só
• OBS: Também há alguns desses transportadores
deve ocorrer após 24h, pois é preciso completar a dose de
nos enterócitos do intestino, de modo que a
ataque (24h) do antibiótico para poder iniciar o ajuste da
secreção de fármacos e metabólitos pode ocorrer
dose
• TABELA DE AJUSTE DE DOSE POR ANTIBIÓTICOS: Cada
direto da circulação sistêmica para o lúmen
medicamento possui um padrão de ajuste de acordo com intestinal
o clearence de creatinina do paciente
o OBS: Tabela em anexo na última folha desta apostila
Recirculação Entero-Hepática de Fármacos
-RECIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA: Alguns fármacos
Excreção Hepatobiliar conjugados (principalmente com os glicuronídeos) ficam
concentrados na bile e são enviados ao intestino, onde o
glicuronídeo pode ser hidrolisado, regenerando o fármaco
Depuração Hepática ativo (que volta à sua forma lipossolúvel e é reabsorvido)
-DEPURAÇÃO HEPÁTICA: É útil na quantificação da taxa de -PROVOCA, COMO PRINCIPAL EFEITO, O PROLONGAMENTO
DEGRADAÇÃO METABÓLICA do fármaco. Expressa o volume DA AÇÃO DO FÁRMACO: Cria-se um “reservatório” de
de plasma contendo a quantidade do fármaco que é fármaco recirculante que pode representar até 20% do
metabolizado por unidade de tempo fármaco presente no organismo
-DEPURAÇÃO HEPÁTICA MAIS ELEVADA POSSÍVEL -COMUM EM: Morfina, etinilestradiol, anticoncepcionais
(HIPOTÉTICA): É igual à taxa de fluxo sanguíneo que passa orais
pelo fígado (por volta de 1,5 mL/min em um adulto normal) • 20% DA AÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS ORAIS
ACONTECE PELA RECIRCULAÇÃO: Ao ser ingerido, o
• FÁRMACO HIPOTÉTICO COM ESSA DEPURAÇÃO: Seria
estrógeno e a progesterona são prontamente absorvidos
completamente removido do sangue em uma única
no TGI para a corrente sanguínea e conduzidos até o
passagem através do fígado, e se administrado por via
fígado, onde são metabolizados → Cerca de 40-58% do
oral sua biodisponibilidade sistêmica seria igual a 0 (já
estrógeno é transformado em conjugados sulfatados e
que sofreria efeito de primeira passagem)
glicuronídeos, que NÃO POSSUEM MAIS ATIVIDADE
Excreção Biliar de Fármacos CONTRACEPTIVA e são excretados na bile, que se esvazia
no TGI → Chegando no intestino, uma parte desses
metabólitos presentes na bile é hidrolisada pelas enzimas
Principais Características das bactérias intestinais, liberando estrógeno ativo
-É A SEGUNDA MAIOR FORMA DE EXCREÇÃO DE (lipossolúvel), que é novamente absorvido, prolongando a
FÁRMACOS: A excreção biliar é responsável praticamente cobertura anticoncepcional
por todo o percentual de fármaco que é excretado pelas • INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DE
FEZES. Um outro percentual pequeno é de fármacos que ANTIMICROBIANOS E ANTICONCEPCIONAIS ORAIS:
não foram absorvidos e daqueles que saíram diretamente Antibióticos atuam inibindo a hidrólise do fármaco
dos intestinos (via glicoproteína P dos enterócitos, por conjugado e fazem com que o tempo de ação do
exemplo) anticoncepcional seja reduzido, pois as enzimas de
• OBS: Alguns fármacos podem ser excretados de forma hidrólise são produzidas pelas bactérias intestinais
inalterada na bile (que estão em redução pelo uso do antibiótico) →
o PRINCIPAL EXEMPLO: Vecurônio (relaxante Os antibióticos atuam impedindo a recirculação
muscular) entero-hepática do estrógeno, pois não haverá
-CÉLULAS HEPÁTICAS APRESENTAM UM SISTEMA DE mais enzimas hidrolíticas para quebrar a ligação do
TRANSPORTE SEMELHANTE AO DOS TÚBULOS RENAIS: Por estrogênio com o ácido glicurônico
meio desses sistemas de transporte, ocorre a transferência o CONCLUSÃO: A redução da eficácia
de várias substâncias (incluindo fármacos) do PLASMA PARA contraceptiva oral ocorre também por
A BILE alteração da flora intestinal
• OAT: Transporta ácidos o PRINCIPAIS ANTIMICROBIANOS
• OCT: Transporta bases INIBIDORES: Rifampicinas (que também é
• GLICOPROTEÍNAS P: Funciona como bomba de indutor enzimático), penicilinas,
efluxo ATP-dependente, promovendo ativamente a tetraciclinas
saída do fármaco/substância do interior da célula
34
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Caso da Rifampicina
-RIFAMPICINA: Antibiótico muito usado no tratamento da
tuberculose
-ABSORÇÃO: É absorvida no intestino e é lentamente
desacetilada, mas conserva sua atividade biológica
-EXCREÇÃO: Ambas as formas (ativa e desacetilada) são
excretadas pela bile, mas a forma desacetilada não sofre
recirculação entero-hepática. A maior parte da forma
desacetilada deixa o organismo pelas fezes

REFERÊNCIAS
Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações
Resumo de Farmacologia – Clara Freitas

35
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

36
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

37
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Farmacodinâmica
Introdução
-FARMACODINÂMICA: Estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos
dos fármacos. Estuda os mecanismos de ação dos fármacos
-NA FARMACODINÂMICA, INVESTIGA-SE:
• Locais de ação
• Mecanismo de ação
• Efeitos do fármaco
• Relação entre dose do fármaco e magnitude dos efeitos
• Variação das respostas aos fármacos
-IMPORTÂNCIA DA FARMACODINÂMICA: Pode proporciona as bases
para o USO TERAPÊUTICO RACIONAL dos fármacos → Muitos
EFEITOS ADVERSOS E TÓXICOS dos fármacos podem ser antecipados
quando seus mecanismos de ação, farmacocinética e suas
interações são conhecidas

Principais Conceitos
Receptor/Alvo Farmacológico
-RECEPTOR/ALVO FARMACOLÓGICO: Macromolécula
(geralmente proteínas) com a qual o fármaco interage para
produzir uma resposta celular (uma alteração da função
celular) → É o local onde o fármaco se liga, e não
necessariamente é uma proteína
• DEFINIÇÃO DE “RECEPTOR” EM FARMACOLOGIA:
Local onde o fármaco se liga para realizar um
Tipos de Receptores
efeito farmacológico -PRINCIPAIS TIPOS DE RECEPTORES: São proteínas e ácidos
• EFEITOS DOS FÁRMACOS: A ligação com os nucleicos
receptores altera a VELOCIDADE ou a MAGNITUDE • Canais iônicos
de uma resposta celular intrínseca (que já existe e • Canais acoplados à proteína G
é própria do organismo) • Receptores de tirosina quinase
o FÁRMACOS NÃO CRIAM NOVOS EFEITOS • Receptores citoplasmáticos ou nucleares
NO ORGANISMO, ELES MODIFICAM -LOCALIZAÇÃO:
FUNÇÕES JÁ EXISTENTES: Eles agem • EXTERNOS: Estão na superfície das células. É a
apenas em cima de algo que já existe, maioria dos receptores
alterando para mais (potencializando) ou • INTERNOS: Estão no meio intracelular (citoplasma
para menos (inibindo) as próprias ou núcleo). Geralmente são receptores hormonais
respostas fisiológicas do organismo ou de substâncias muito lipossolúveis
OMEPRAZOL: É um inibidor de bomba de prótons → Inibe a
produção de HCl
BENZODIAZEPÍNICOS: São sedativos e causam sono → O sono já é
algo fisiológico, o fármaco apenas potencializa o GABA, que é um
neurotransmissor inibitório que favorece o sono
E AS ALUCINAÇÕES PROVOCADAS POR DROGAS ALUCINÓGENAS?
Também são potencializações de respostas fisiológicas, já que se
sabe que em algumas situações patológicas (como a esquizofrenia),
a atividade dopaminérgica por exemplo se torna aumentada e as
alucinações ocorrem

38
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-ACEPTOR/PSEUDO-RECEPTOR: São um complexo fármaco- -EFEITO COLATERAL E REAÇÃO ADVERSA:


receptor SEM CAUSAR RESPOSTA FARMACOLÓGICA, ou seja, • EFEITO COLATERAL: Efeito não pretendido em
são componentes que não causam diretamente qualquer doses normais do fármaco, mas algo já esperado
alteração na resposta bioquímica ou fisiológica. São (porque o efeito do fármaco é específico, mas não
depósitos orgânicos de medicamentos exclusivo)
• PRINCIPAL EXEMPLO: Proteínas plasmáticas (como • REAÇÃO ADVERSA: Efeitos não esperados e
a albumina) → Liga-se a fármacos e não gera sempre prejudiciais. Possui forte relação com a
atividade biológica dose-dependência
• MUDANÇAS DE GERAÇÃO NOS FÁRMACOS:
Especificidade de Ligação e Efeitos Geralmente ocorre mudanças do espectro de ação
dos fármacos, reduzindo seus efeitos colaterais e
Colaterais reações adversas → Medicamento torna-se mais
seguro
-ESPECIFICIDADE DE LIGAÇÃO: O fármaco deve apresentar ANTI HISTAMÍNICO DE 1ª GERAÇÃO: Tem também efeito no SNC
elevado grau de especificidade de ligação com seu local de → Dá sono
ação para produzir efeitos farmacológicos → É necessário ANTI-HISTAMÍNIMO DE 2ª GERAÇÃO: Não tem efeito no SNC →
que haja encaixe e as ligações químicas aconteçam para Não dá sono
que o receptor seja totalmente ativado e o efeito
farmacológico aconteça em sua máxima capacidade
Fármacos Terapeuticamente Úteis
-AÇÃO DE FÁRMACOS TERAPEUTICAMENTE ÚTEIS: Baseia-
se em certo GRAU DE SELETIVIDADE, a depender:
• Do fármaco
• Do paciente
• Do modo de administração

-IMPORTÂNCIA DOS MECANISMOS DE SELETIVIDADE:


Efeitos Colaterais Determinam a MARGEM DE SEGURANÇA entre os efeitos
-EFEITOS COLATERAIS: Nenhum fármaco é completamente desejados e os efeitos indesejados dos fármacos
específico nas suas ações e na maioria das vezes o fármaco -TENTATIVAS PARA MELHORAR A UTILIDADE DE UM
pode afetar outros alvos celulares e teciduais, gerando FÁRMACO: Baseiam-se em:
efeitos colaterais • Melhoria da seletividade farmacodinâmica
• HÁ ESPECIFICIDADE, MAS NÃO EXCLUSIVIDADE: O • Aumento da seletividade farmacocinética e de
fármaco liga-se no seu RECEPTOR DE distribuição do alvo desejado
PREFERÊNCIA, mas também se liga a outros
receptores, causando os efeitos colaterais
Ligação do Fármaco com o Receptor
• A ESPECIFICIDADE FÁRMACO-RECEPTOR É DOSE- -MOLÉCULA DE FÁRMACO ATIVO: Em geral, possui 3 ou
DEPENDENTE: De modo que quando maior a dose, mais pontos de ligação a pontos correspondentes das
maior os efeitos colaterais moléculas dos receptores
• EXEMPLO: Beta bloqueadores para tratamento de • DEVE HAVER, NO MÍNIMO, 3 PONTOS DE
arritmias cardíacas, hipertensão... LIGAÇÃO: Se houver menos, a molécula não
o PROPANOLOL (BETA BLOQUEADOR NÃO consegue estabilidade
SELETIVO): Beta bloqueador de primeira -QUANTIDADE DE LIGAÇÕES: A maioria dos fármacos pode
geração que atua em receptores beta1 se ligar a mais de um receptor e os receptores também
(coração) e beta2 (pulmão) podem se ligar a mais de um fármaco
o ATENOLOL E METROPOLOL (BETA
BLOQUEADOR SELETIVO PARA BETA1): GABA: Possui um sítio de ligação para cada molécula → São poucos
Beta bloqueadores SELETIVOS para o os fármacos que competem entre si
beta1 (coração) com dependência de dose INTERAÇÃO PERIGOSA DE ÁLCOOL + BENZODIAZEPÍNICOS: Ambos
se ligam ao GABA sem competição e ambos potencializam a
→ O fármaco possui preferência pelo
diminuição da atividade do SNC → Há risco de morte porque essa
beta1, mas se for usado em doses altas
potencialização pode ser tão grande que pode haver depressão
também pode se ligar a receptores beta2 central
(pulmão), causando a broncoconstrição
como efeito colateral
39
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• FÁRMACOS ANTAGONISTAS MODIFICADOS: Vai


Modelo Chave-Fechadura haver a ligação com o receptor, mas não é um
-É UMA NOMENCLATURA QUE CAIU EM DESUSO: O modelo encaixe perfeito com o total preenchimento do
chave-fechadura dá ideia de algo estático → Hoje, sabe-se receptor → Pode haver uma redução da resposta
que após a ligação do fármaco com o receptor, ocorre biológica, porque não ocorrem todas as ligações
modificação conformacional de ambos, que passam a se químicas necessárias entre o fármaco e o receptor
encaixar
-GRUPO FARMACOFÓRICO: Ponto em comum de um certo
grupo de fármacos, sendo o responsável pelo efeito
farmacológico → É o grupo que DÁ O EFEITO
FARMACOLÓGICO de um determinado fármaco

TOTAL ACOPLAMENTO do fármaco com o receptor =


MÁXIMA RESPOSTA do fármaco no organismo

-INFLUÊNCIA DA CONFORMAÇÃO ESPACIAL: A modificação CAPTOPRIL: Faz 4 ligações com o receptor → Efeitos mais fracos
espacial do fármaco pode modificar seu efeito ENALAPRILADO: Faz 5 ligações com o receptor → Efeitos
farmacológico intermediários
RAMIPRILATO: Faz 6 ligações com o receptor → Efeitos mais fortes
• TALIDOMIDA: Possui efeito sedativo e
antiemético. No organismo, o fármaco sofre
racemização, dando origem a duas formas:
dextrogira (apresenta o efeito farmacológico) e
levogira (que possui efeito teratogênico, causando
má formação fetal). Ainda é usada hoje para o
tratamento da hanseníase, e nesses casos o risco
de gravidez deve ser rigidamente controlado

Especificidade de Ligação entre Fármaco e Receptor


-DEPENDE DA:
• Estrutura molecular e espacial do fármaco
• Da estrutura molecular e espacial do receptor
• Das propriedades físico-químicas dos fármacos
-ACOPLAMENTOS COM INDUÇÃO DE MODIFICAÇÕES
CONFORMACIONAIS: Há casos de acoplamento fármaco-
receptor em que há indução de modificações
conformacionais em ambos, permitindo a
complementariedade → Isso contraria o modelo chave-
fechadura (por isso não é mais usado)
-PRESENÇA DO FÁRMACO EM SÍTIOS ESPECÍFICOS: Ocorre
produção de efeitos biológicos (em outros locais, nada
acontece) → Há necessidade do ACOPLAMENTO do
composto com o seu receptor específico para que isso
aconteça

40
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-ANTAGONISTA: Fármacos que BLOQUEIAM ou REDUZEM a


Termos Importantes AÇÃO DE UMA AGONISTA → IMPEDEM A LIGAÇÃO do
-DOMÍNIO DE LIGAÇÃO: Determinado local na proteína receptor com agonistas (mas não alteram o receptor, de
onde ocorre a união do fármaco ao receptor (sítio de modo que seu funcionamento interno permanece normal)
ligação) → Desencadeia os processos que MODIFICARÃO • ANTAGONISMO COMPETITIVO (INTERAÇÃO
QUANTITATIVAMENTE o funcionamento celular, gerando o SINTÓPICA): Quando o antagonismo resulta da
efeito farmacológico COMPETIÇÃO com um agonista pelo MESMO SÍTIO
-DOMÍNIO EFETOR: Parte envolvida no desencadeamento DE LIGAÇÃO com o receptor
da RESPOSTA • ANTAGONISMO ALOSTÉRICO: Quando o
-AFINIDADE: CAPACIDADE específica de o fármaco LIGAR-SE antagonismo ocorre por interação com outros sítios
a determinado receptor do receptor provocando uma modificação na
-ATIVIDADE/EFICÁCIA INTRÍNSECA: Ação decorrente da conformação do receptor capaz de impedir a
ligação fármaco-receptor (CAPACIDADE DE ATIVAR o ligação do agonista
receptor)
• OBS: Os antagonistas apenas obstruem a entrada
Tipos de Força na Ligação Fármaco-Receptor do receptor, de modo que a atividade intrínseca
-PRINCIPAIS TIPOS: desse receptor permanece intacta
• EXEMPLOS:
• Íon-dipolo
o ANTI-HISTAMÍNICOS
• Ligação de hidrogênio
o ATENOLOL: Beta bloqueador que se liga no
• Ligação iônica
beta1 do coração, impedindo a ligação da
• Ligação covalente
noradrenalina nesse mesmo receptor
• Forças de Van der Waals

-LIGAÇÕES FRACAS: Ligações que podem ser facilmente


quebradas. Basta haver diminuição da dose (diferença na
proporção entre fração livre e fração ligada) para haver
quebra da ligação. Maioria dos medicamentos
-LIGAÇÕES FORTES (COVALENTES): Ligação não se desfaz
facilmente, pois é preciso muita energia para quebra-la
• INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS (OMEPRAZOL): Bloqueiam
irreversivelmente a bomba de prótons (inibindo a produção de
HCl no estômago) porque se liga de forma covalente ao receptor
→ Energeticamente, para o organismo, é mais fácil produzir


novas bombas de prótons do que romper essa forte ligação
AAS (AINE, ANTI-AGREGANTE PLAQUETÁRIO/ANTI
Tipos de Agonistas (3)
COAGULANTE): Atuam se ligando covalentemente e bloqueando
-AGONISTA PLENO: Apresenta eficácia máxima,
as enzimas COX 1 e COX 2 (e, consequentemente, reduzindo os
níveis de tromboxanos e prostaglandinas), de modo que é conseguindo extrair o MÁXIMO DE RESPOSTA do receptor
energeticamente mais benéfico para o corpo produzir novas COX
do que romper as ligações → Se for necessário realizar uma
cirurgia eletiva, é preciso suspender o AAS por pelo menos 1 ou 2
semanas para que a produção de tromboxanos e prostaglandinas
se normalizem (porque o corpo precisa de tempo para produzir
novas COX)

Classificação dos Fármacos


Agonista e Antagonista
-AGONISTA: Fármacos que se ligam aos receptores -AGONISTA PARCIAL: Apresenta eficácia parcial
fisiológicos e SIMULAM OS EFEITOS reguladores dos seus independente da dose utilizada, gerando sempre
compostos sinalizadores endógenos → Provocam RESPOSTAS MEDIANAS no receptor
ALTERAÇÕES NOS RECEPTORES, gerando respostas para • EXEMPLO: Pindolol (anti-hipertensivo)
mais (+) ou para menos (-) • POSSÍVEL USO TERAPÊUTICO: Podem ser usados
• EXEMPLOS: terapeuticamente para “atenuar” uma resposta
o HORMÔNIOS SINTÉTICOS por inibição da estimulação excessiva dos
o DOBUTAMINA: Agonista adrenérgica e simula o receptores sem suprimir completamente a
efeito da adrenalina estimulação
41
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

o EXEMPLO DO PINDOLOL: O pindolol, mesmo o AGONISTA PARCIAL: O aumento da


sendo um agonista (agonista parcial), é concentração do agonista parcial inibe a
classificado como um fármaco beta bloqueador resposta até um nível finito (típico da eficácia
(antagonista beta-adrenérgico). Isso porque, intrínseca do fármaco). Podem ser usados
quando é administrado em pacientes com terapeuticamente para “atenuar” uma resposta
taquicardia, provoca como efeito final a por inibição da estimulação excessiva dos
redução dos batimentos em comparação à RECEPTORES SEM SUPRIMIR COMPLETAMENTE A
taquicardia de antes. Na verdade, ele é um ESTIMULAÇÃO → Gera resposta mediana
agonista (ativa o receptor), mas age de modo ▪ ANTAGONISTA COM ATIVIDADE
que não permite com que o receptor beta atue INTRÍNSECA: Na verdade, não é um
em sua máxima capacidade (ativa o receptor antagonista verdadeiro, mas sim um
de forma “parcial”, garantindo uma agonista parcial que provoca um
estimulação suave), dando a impressão de que efeito final inibitório sem suprimir
houve redução dos batimentos (impressão de totalmente a resposta
efeito antagônico). Se for usado um fármaco o ANTAGONISTA COMPETITIVO: Reduz a
antagonista adrenérgico, por exemplo, a RESPOSTA A ZERO → Bloqueia a resposta
resposta vai ser reduzida à zero (parada
cardíaca)

-AGONISTA INVERSO: INATIVAM COMPLETAMENTE o -ANTAGONISTA COMPETITIVO REVERSÍVEL: Antagonista se


receptor, estabilizando o receptor em uma conformação dissocia dos receptores de forma rápida (“ANTAGONISMO
inativa → Gera uma resposta negativa no receptor SUPERÁVEL”) → Com a adição de um agonista, é
• OBS: Muitos receptores ainda apresentam alguma rapidamente estabelecido um novo equilíbrio, ocorrendo
atividade mesmo na ausência de ligantes (à deslocamento das moléculas do antagonista dos receptores
exemplo dos receptores GABA) para que ocorra a ligação dos agonistas (reversão do efeito)
• EXEMPLO: Beta-carbonilas • OBS: Naturalmente, o fármaco agonista não expulsa o
fármaco antagonista que está ligado ao receptor (e nem
vice-versa). O que ocorre é a interação por afinidade a
depender da molécula que está em maior concentração
• EXEMPLO: Pravastatina, ranitidina
-ANTAGONISTA COMPETITIVO IRREVERSÍVEL: Antagonista
se dissocia muito lentamente ou não se dissocia dos
receptores, de modo que o antagonismo é “NÃO
SUPERÁVEL” → Não ocorre nenhuma mudança na ocupação
do antagonista quando se aplica um agonista (independente
da concentração do agonista, não há receptores livres o
suficiente para ele se ligar, consequentemente não há
possibilidade de reversão do efeito)
• PRINCIPAIS EXEMPLOS: São mais utilizados
experimentalmente, mas alguns apresentam
-OBS: Essas classificações só existem à nível molecular. utilização clínica:
Clinicamente, o que se observa são fármacos agonistas e o AAS/ASPIRINA (AINE, ANTICOAGULANTE):
antagonistas → À exemplo do pindolol (que é um agonista Antagonista competitivo irreversível da
parcial, mas seu uso terapêutico é como um antagonista COX 1 e COX 2
beta-adrenérgico) o OMEPRAZOL (INIBIDOR DE BOMBA DE
PRÓTONS): Antagonista competitivo
Tipos de Antagonistas (7) irreversível de bomba de prótons
-ANTAGONISTA NÃO COMPETITIVO: Bloqueia em algum
-ANTAGONISTA COMPETITIVO: Fármaco que possui
ponto a cadeia de eventos que leva à produção de uma
afinidade por seu receptor, mas não apresenta eficácia
resposta pelo agonista. Não há competição com agonistas
intrínseca → COMPETE COM O AGONISTA pelo sítio de
por sítio de ligação, pois atuam em outros pontos da cadeia
ligação primário do receptor
que gera a resposta → Mesmo se houver aumento da
• OBS: O que tiver em MAIOR CONCENTRAÇÃO terá
concentração de agonistas, o efeito dos antagonistas não
maiores chances de se ligar ao receptor
competitivos não é revertido, pois eles não competem pelo
• AGONISTA PARCIAL E ANTAGONISTA COMPETITIVO:
mesmo sítio de ligação com os agonistas
Podem competir com um agonista pleno pelo local de
ligação ao receptor
42
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• EXEMPLO: Verapamil (antiarrítmico), que impede -ANTAGONISTAS NÃO COMPETITIVO: O aumento da


o fluxo de Ca++ através da membrana celular, concentração de agonista, quando em conjunto com o
bloqueando de modo não específico a contração do antagonista não consegue se equiparar à resposta gerada
músculo liso produzida por outros fármacos pelo agonista isolado, pois competem pelo mesmo sítio de
ligação (não há disputa por ocupação dos sítios entre
agonista e antagonista e o antagonista se liga ao receptor
independente da ligação do agonista)

-ANTAGONISTA QUÍMICO: Situação incomum em que 2


substâncias se combinam em uma solução, sendo que o
efeito do fármaco ativo é perdido
• EXEMPLO: Protamina + heparina (anticoagulante)
→ A Protamina forma um complexo com a
heparina e bloqueia o efeito desse último fármaco.
Aspectos Quantitativos da
A protamina é usada geralmente para reverter os
efeitos da heparina Interação Fármaco-Receptor
-PRIMEIRA ETAPA NA AÇÃO DE UM FÁRMACO SOBRE SEUS
RECEPTORES: Consiste na formação de um COMPLEXO
FÁRMACO-RECEPTOR REVERSÍVEL
• LEI DE AÇÃO DAS MASSAS: Ocorre um equilíbrio
entre a porção do fármaco livre e a porção do
fármaco ligada ao receptor

-ANTAGONISTA FARMACOCINÉTICO: O antagonista reduz


efetivamente a concentração do fármaco em seu sítio de
ação (estimula a metabolização do fármaco) -CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO EM EQUILÍBRIO (KD):
• EXEMPLO: Fenobarbital (indutor enzimático) Relação entre as constantes de dissociação e de associação
-ANTAGONISTA FISIOLÓGICO: Descreve a interação de 2
fármacos no organismo cujas ações opostas tendem a
cancelar uma em relação a outra
• EXEMPLO: Histamina e omeprazol → Histamina
atua sobre receptores das células parietais da
mucosa gástrica, estimulando a produção de ácido
e o omeprazol bloqueia o efeito de produção de
ácido ao inibir a bomba de prótons
↑ Afinidade do fármaco ao receptor = ↓ Constante de
Agonistas Competitivos x Não Competitivos dissociação (KD) = Ligação ocorre em concentrações mais
-ANTAGONISTAS COMPETITIVOS: O aumento da baixas
concentração de agonista, quanto em conjunto com o
antagonista, consegue gerar uma resposta máxima Potência e Eficácia de Fármacos
equivalente à resposta gerada pelo agonista isolado, já que
-POTÊNCIA: Relação entre dose e efeito
agonista e antagonista competem pelo mesmo sítio de ação
• OBS: Muitos sistemas de sinalização alcançam uma
(e o agonista estando em maior concentração, ocuparia resposta biológica plena com ocupação apenas de uma
mais sítios de ligação) parte dos receptores (não sendo necessário ativar todos
os receptores)
-EFICÁCIA: Capacidade de conseguir gerar uma resposta
máxima em um receptor
-FÁRMACOS MAIS POTENTES: Aqueles que produzem o
mesmo efeito em uma dose menor
-EC50: Meia concentração eficaz máxima → É a
concentração de um fármaco que induz a metade do efeito
máximo, descrevendo a capacidade de resposta de um
agonista
• COMPARAÇÃO DAS EC50 DE 2 FÁRMACOS: Fornece
uma medida relativa da afinidade e da eficácia de
2 agonistas

43
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Tipos de Tolerância
-TOLERÂNCIA INATA: Sensibilidade geneticamente
determinada a uma substância. É observada na primeira vez
em que o fármaco é administrado → A única forma de saber
se o organismo possui tolerância a uma determinada
substância é tendo contato com ela
• CAUSAS: Podem ser decorrentes de polimorfismos
nos genes que determinam o receptor da droga ou
nos genes que afetam a absorção, metabolismo ou
excreção
• EXEMPLO: Uso de álcool com risco aumentado à
intoxicação em asiáticos devido à ausência da
enzima aldeído-desidrogenase nessa população
Modelo de Dois Estados -TOLERÂNCIA APRENDIDA: Decorrente de reações
-CONSIDERA-SE QUE UM RECEPTOR PODE EXISTIR EM 2 compensatórias
ESTADOS: • É UMA TOLERÂNCIA COMPORTAMENTAL: O
• “Estado de repouso” (R) indivíduo aprende a modificar seu comportamento
• “Estado ativado” (R*) para ocultar os efeitos da droga
-AGONISTAS EM GERAL: Têm afinidade maior pelo estado • EXEMPLO: Pessoas altamente embriagadas que
ativado (R*) do que pelo estado de repouso após o uso crônico conseguem andar sem tropeçar
-TOLERÂNCIA CONDICIONADA: Tipo de tolerância
aprendida, mas que é involuntária e que ocorre INFLUÊNCIA
DO AMBIENTE
• EXEMPLO: A visão de acessórios para o uso da
cocaína (que causa taquicardia) pode provocar
uma bradicardia preventiva no usuário

Mecanismos para
Dessensibilização/Tolerância
-ALTERAÇÃO NOS RECEPTORES: Receptores acoplados À
Dessensibilização e Tolerância canais iônicos, por exemplo, sofrem alteração, permitindo
a ligação de um agonista, mas impedindo a abertura do
canal
Dessensibilização -PERDA DE RECEPTORES: Exposição prolongada a agonistas
-DESSENSIBILIZAÇÃO, TAQUIFILAXIA OU TOLERÂNCIA resulta em redução gradual do número de receptores. É um
AGUDA: Perda rápida de alguns efeitos farmacodinâmicos processo mais lento do que o mecanismo de alteração dos
após a ADMINISTRAÇÃO REPETIDA do fármaco receptores
-REVERSÃO: Desaparece com a depuração do fármaco • OBS: Pode ser explorado clinicamente quando se
-EXEMPLO: Cetamina usada em operações e diagnósticos quer reduzir a ação de um fármaco
-EXAUSTÃO DE MEDIADORES: Alguns fármacos levam à
Tolerância depleção dos reservatórios de substâncias endógenas
(neurotransmissores)
-TOLERÂNCIA: REDUÇÃO MAIS GRADUAL na resposta a um
• EXEMPLO: Anfetamina leva à exaustão da
fármaco (refletindo em redução de eficácia do fármaco),
liberação de noradrenalina
cujo desenvolvimento leva vários dias ou semanas
-ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA: Redução de um efeito devido a
-CARACTERÍSTICAS:
sua anulação por uma resposta homeostática → São comuns
• Observa-se redução progressiva da intensidade e
• QUANDO OCORREM LENTAMENTE: Consistem no
duração dos efeitos dos fármacos
desenvolvimento gradual da tolerância
• A tolerância a um determinado efeito pode ser
• REDUÇÃO DE EFEITOS COLATERAIS: Muitos efeitos
mais rápida do que para outros efeitos
colaterais tendem a reduzir, apesar da
-MANUTENÇÃO DOS EFEITOS INICIAIS: É necessário
administração contínua do fármaco (isso se deve À
aumentar a dose ou a frequência de administração
adaptação fisiológica/tolerância)
-REVERSÃO: É revertida após dias ou semanas sem contato
• EXEMPLO: Diuréticos tiazídicos possuem efeito
com o fármaco
limitado devido a uma atuação gradual no sistema
-EXEMPLO: Tolerância aos efeitos do álcool, tolerância à
renina-angiotensina (que provoca uma tendência
euforia provocada por opioides
de retenção de sódio)

44
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Sensibilização/Tolerância Reversa
-SENSIBILIZAÇÃO/TOLERÂNCIA REVERSA: Aumento da
resposta com a repetição da mesma dose → É o contrário
da dessensibilização/tolerância
-CARACTERÍSTICAS: Observada em experimentos
laboratoriais
• Exige um intervalo mais longo entre as doses
(cerca de 1 dia), ao contrário da tolerância aguda
• Provoca AUMENTO NO NÚMERO DE RECEPTORES,
intensificando a resposta de agonistas
-EXEMPLO: Administração diária de cocaína (com uma
mesma dose) a ratos observou-se uma intensificação dos
efeitos com a mesma dose (inclusive a manutenção dos
efeitos com o uso de placebos)

REFERÊNCIAS
Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações
Resumo de Farmacologia Geral – Clara Freitas

45
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Farmacodinâmica: Interações Medicamentosas


Introdução Classificações das Interações
-INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Eventos clínicos em que
os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de Interações Físico-Químicas ou
outro fármaco, alimento, bebida ou algum outro agente
químico ou ambiental Farmacêuticas
-MEDICAMENTOS ADMINISTRADOS CONCOMITANTEMENTE:
Podem interagir entre si, aumentando ou reduzindo o efeito -INTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS/FARMACÊUTICAS: Ocorrem
farmacológico ou aumentando o efeito tóxico de um ou de fora do paciente, pois entre os fármacos diferentes podem
ambos ocorrer diversas incompatibilidades que levam a reações
-PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: quando os fármacos são misturados em infusão venosa,
frasco ou seringa ANTES DE SER ADMINISTRADO, podendo
• INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS PODEM OU NÃO
ocasionar inativação dos fármacos em questão
OCORRER: Dependem das diferenças particulares
entre os indivíduos • OBS: Se esse tipo de interação não for pensado,
pode haver perdas financeiras por estrago de
• DESFECHO PODE SER PERIGOSO: Especialmente
recursos e medicamentos
quando há aumento da toxicidade de um ou de
-CARACTERÍSTICAS:
ambos os fármacos
• Em geral, reduz a biodisponibilidade da substância
• MUITAS INTERAÇÕES RELACIONAM-SE COM A
ativa
DOSE: De modo que se a dose for ajustada, o
problema pode ser evitado • Podem gerar precipitados
-É IMPOSSÍVEL SE CONHECER TODAS AS INTERAÇÕES: -EXEMPLOS:
Alertar-se para situações que predispõem: • Anfotericina B que não pode ser diluída em soro
• Idade fisiológico, pois precipita quando administrada em
solução fisiológica
• Doenças
• Nitroprussiato de sódio (fármaco fotossensível) em
• Imunodeprimidos
contato com a luz
• Polifarmácia
• OBS: Muitos hospitais possuem tabelas que indicam
• Via comum de biotransformação
compatibilidades e incompatibilidades entre
• Estreito índice terapêutico
medicamentos
Tipos de Interações Medicamentosas Interações Terapêuticas
-ADITIVA: Efeitos dos fármacos combinados é igual à soma
-INTERAÇÃO TERAPÊUTICA: Ocorrem dentro do paciente,
dos efeitos de cada um quando administrado
após a administração do medicamento
individualmente
-SINERGISMO: Efeito combinado de 2 fármacos é maior que Interações Farmacocinéticas
a soma dos efeitos de cada um administrado isoladamente -INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS: Um fármaco interfere
-POTENCIALIZAÇÃO: Criação de um efeito tóxico de um dos sobre a absorção, distribuição (ligação à proteína
fármacos pela presença de outros plasmática e fluxo sanguíneo), biotransformação ou
-ANTAGONISMO: Interferência de um fármaco com a ação excreção do outro fármaco
de outro • EXEMPLO: Fenilbutazona + varfarina. A
• PODE APRESENTAR VANTAGEM TERAPÊUTICA: fenilbutazona possui uma afinidade maior à
Especialmente quando é usado como antídoto proteína plasmática do que a varfarina,
contra a toxicidade de algum fármaco deslocando a varfarina e causando aumento de sua
• ANTAGONISMO FUNCIONAL OU FISIOLÓGICO: toxicidade
Ocorre quando 2 substâncias químicas produzem -INTERFERÊNCIAS NA ABSORÇÃO: Podem causar aumento
efeitos opostos na mesma função fisiológica ou redução na absorção de outros fármacos por meio de
o EXEMPLO: Antitussígeno (inibe a tosse) e diversos mecanismos:
expectorante (favorece a tosse) • Alteração no pH ou na motilidade do TGI
• ANTAGONISMO QUÍMICO: Relação entre 2 • Adsorção, quelação e outros mecanismos de
compostos visando neutralizar seus efeitos formação de complexos
o EXEMPLOS: Carvão ativado (adsorção de • Má absorção causada por fármacos
moléculas), tetraciclina inibida pelo leite • Alteração da flora bacteriana
• ANTAGONISMO DISPOSICIONAL: Alteração na • EXEMPLO: Ranitidina (agonista de receptores H2)
disponibilidade de um fármaco aumenta o pH do TGI e pode aumentar a absorção
de fármacos básicos como o triazolam
(benzodiazepínico)

46
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-INFERFERÊNCIAS NA DISTRIBUIÇÃO: Quando um fármaco


se liga 85% ou mais às proteínas plasmáticas, se um segundo
Interações Farmacodinâmicas
fármaco conseguir desloca-lo, ocorre grande alteração na -INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS: Ocorrem nos sítios de
concentração livre do primeiro fármaco, podendo levar a ação dos fármacos (receptores) envolvendo os mecanismos
efeitos tóxicos. Envolve principalmente: pelos quais os efeitos farmacológicos se processam
• Competição na ligação a proteínas plasmáticas -INTERAÇÕES NA LIGAÇÃO COM OS RECEPTORES:
• Hemodiluição com redução de proteínas • SINERGISMO: Ação de AAS e codeína, por exemplo,
plasmáticas potencializando a ação analgésica
• EXEMPLO: Varfarina (anticoagulante) pode ter seu • ANTAGONISMO: Antitussígeno com xarope
efeito aumentado pelo seu deslocamento das expectorante, por exemplo
proteínas plasmáticas por uso simultâneo com o -INTERAÇÕES NA AÇÃO TERAPÊUTICA: AAS é inibidor da
ácido valpróico (anticonvulsivante), podendo levar aglutinação de plaquetas e heparina é um anticoagulante.
a uma hemorragia grave Se administrados concomitantemente, aumentam o risco de
-INTERFERÊNCIAS NA BIOTRANSFORMAÇÃO: Relaciona-se hemorragia
principalmente às enzimas CYP hepáticas. Inclui
principalmente os mecanismos de:
• INDUÇÃO ENZIMÁTICA: Por barbituratos,
carbamazepina, glutetimida, fenitoína, primidona,
rifampicina e tabaco
• INIBIÇÃO ENZIMÁTICA: Alopurinol, cloranfenicol,
cimetidina, ciprofloxacino, dextropropoxifeno,
dissulfiram, eritromicina, fluconazol, fluoxetina,
isoniazida, cetoconazol, metronidazol,
fenilbutazona, verapamil
Interferentes Relevantes nas
Interações Medicamentosas
Álcool
-USO AGUDO: Inibição enzimática (aumenta concentração
de diazepam)
-USO CRÔNICO: Indução enzimática (reduz concentração de
varfarina e fenitoína)

Tabagismo (Nicotina e Vários


Alcaloides)
-ANALGÉSICOS: Fumantes apresentam menor tolerância à
dor, exigindo maiores doses de codeína, meperidina e
morfina
-INIBIDORES DOS RECEPTORES H2: Tabagismo reverte a
-INTERFERÊNCIAS NA EXCREÇÃO: Principalmente na inibição noturna da secreção gástrica induzida pelos
excreção renal. Envolve mecanismos de: inibidores dos receptores H2, climitidine e ranitidina
• Alteração no pH urinário -AÇÃO DA NICOTINA SOBRE O SISTEMA NERVOSO
• Alteração na secreção tubular renal SIMPÁTICO: Promove aumento da pressão arterial, da
• Alteração no fluxo sanguíneo renal frequência cardíaca e da resistência arteriolar sistêmica
• Alteração em excreção biliar e ciclo entero-
hepático Escalonamento das Interações
• ASSOCIAÇÃO DE DROGAS NEFROTÓXICAS:
Observa-se efeito lesivo maior sobre a função renal
Medicamentosas
-NÍVEL 1: Altíssimo risco
• CARACTERÍSTICAS: Combinação de critérios “grave e
definida” e “grave e provável”
• ASSOCIAÇÃO: Contraindicada
-NÍVEL 2: Alto risco
• CARACTERÍSTICAS: Combinação de critérios “grave e
possível”, “moderada e definida” e “moderada e
provável”
• ASSOCIAÇÃO: Requer cuidados especiais, ajuste
posológico e avaliação risco-benefício
47
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-NÍVEL 3: Médio risco


• CARACTERÍSTICAS: Combinação de critérios “moderada
e possível”, “leve e definida” e “leve e provável”
• ASSOCIAÇÃO: Requer ajuste posológico e
acompanhamento dos desfechos terapêuticos esperados,
incluindo segurança
-NÍVEL 4: Baixo risco
• CARACTERÍSTICAS: Combinação de critérios é “leve e
possível”
• ASSOCIAÇÃO: Pequena relevância clínica

Principais Exemplos de
Interações Medicamentosas
-ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E ANTI-HIPERTENSIVOS:
Anticoncepcionais em geral podem elevar a pressão
arterial, anulando a ação dos hipotensores
-DIGOXINA E DIAZEPAM/ALPRAZOLAM: Diazepam ou
alprazolam pode reduzir a excreção renal de digoxina,
aumentando sua meia-vida plasmática e elevando o risco de
toxicidade
-ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E INDUTORES DE ENZIMAS
MICROSSÔNICAS: Anticoncepcionais orais em geral, quando
usados com indutores de enzimas microssônicas
(rifampicina, barbitúricos carbamazepina, fenitoína,
primidona, griseofulvina...) podem ser seu efeito
anticoncepcional reduzido
-ANTICOAGULANTES ORAIS E ANTICONCEPCIONAIS ORAIS:
Pode ocorrer diminuição dos efeitos dos anticoagulantes
quando usados com os anticoncepcionais
-BEBIDAS ALCÓOLICAS E ANSIOLÍTICOS, HIPNÓTICOS E
SEDATIVOS: Pode ocorrer potencialização do efeito
depressor do SNC do álcool por ansiolíticos, hipnóticos e
sedativos, podendo causar morte por falência
cardiovascular, depressão respiratória ou hipotermia grave
-AAS E CAPTOPRIL: AAS pode diminuir a ação anti-
hipertensiva do captopril
-AMOXICILINA COM ÁCIDO CLAVULÂNICO E AAS: Aumenta
o tempo de sangramento e de protrombina quando usada
com AAS
-INIBIDORES DA MAO E TIRAMINA (QUEIJOS): Os inibidores
da MAO (antidepressivos) pode promover crises
hipertensivas e hemorragia intracraniana
-LEITE E TETRACICLINA: Os íons divalentes e trivalentes
(Ca++, Mg++, Fe++, Fe+++) presentes no leite e em outros
alimentos são capazes de formar quelatos não absorvíveis
com as tetraciclinas, fazendo com que haja excreção fecal
dos minerais junto com o fármaco
-ÓLEO MINERAL E VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS: Grandes
doses de óleo mineral interferem-na absorção de vitaminas
lipossolúveis (A, D, E, K) beta-caroteno, cálcio e fosfatos
devido À barreira física e redução do tempo de trânsito
intestinal
-DIURÉTICO E MINERAIS: Altas doses de diuréticos ou em
uso prolongado promove aumento na excreção de minerais
• EXEMPLO: Furosemida acarreta perda de potássio,
magnésio, zinco e cálcio REFERÊNCIAS
Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações
Resumo de Farmacologia Geral – Marina Paiva

48
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Bloqueadores Neuromusculares (BNs)


Introdução Principais Aplicações dos BNs
-RELAXAMENTO MUSCULAR: Principalmente usado como
-EFEITOS: Drogas relaxantes de músculo esquelético
adjuvante da anestesia cirúrgica e em procedimentos
específico
ortopédicas
• OBS: Bloqueador neuromuscular ≠ Relaxante
• BN DE AÇÃO CURTA: Em associação com anestésico,
muscular (torsilax, dorflex, etc.) pode facilitar a intubação
-VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Intravenoso, geralmente em • ADMINISTRAÇÃO RESTRITA: Só devem ser administrados
bombas de infusão contínuas em locais que se disponha de recursos para reanimação
respiratória e cardiovascular → Os BN geralmente só são
Histórico encontrados em hospitais com recursos de para
reanimação
-USO DE VENENO EM FLECHAS POR INDÍGENAS NO SÉCULO
-INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL: Faz o relaxamento muscular
16: Durante o século 16, exploradores europeus verificaram
necessário para que o ventilador consiga realizar a
que nativos da Bacia Amazônica usavam veneno em suas
ventilação mecânica sem disputar com a respiração
flechas que provocava a morte do seu alvo por paralisia
espontânea do paciente
muscular → Esse veneno (curare) constituiu a base de
-INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS: Muitas intervenções
alguns dos primeiros estudos científicos da farmacologia
cirúrgicas são realizadas com mais segurança e rapidez com
auxílio de drogas que produzem relaxamento do músculo
esquelético
-ALTERNATIVA A ALGUNS FÁRMACOS ANESTÉSICOS:
Alguns fármacos anestésicos podem produzir o relaxamento
como efeito, mas apenas em concentrações elevadas, sendo
demasiadamente perigosos para uso → Hoje, os
bloqueadores neuromusculares são drogas adjuvantes ao
processo anestésico
-CURARE: Termo genérico para descrever vários venenos de • O USO DE BNs CONSEGUE REDUZIR A
flechas usados na América do Sul QUANTIDADE DE FÁRMACOS ANESTÉSICOS: Isso
• SUBSTÂNCIA ATIVA: Tubocurarina melhora a margem de segurança e a velocidade de
• MECANISMO DE AÇÃO: Bloqueio da ação da Ach no recuperação do paciente após a anestesia
receptor (bloqueador neuromuscular competitivo) -CONTROLE DE ESPASMOS MUSCULARES: Usos em
o OBS: Não é absorvida pelo TGI → Permitia com contrações musculares involuntárias e epilepsia
que os indígenas comessem a carne das caças
• TOXINA BOTULÍNICA: Atua perifericamente
(mortas por curare) e não fossem intoxicados
reduzindo a contração muscular, inibindo a
• EFEITOS: Paralisia dos músculos esqueléticos
liberação de Ach → Aplicações em contrações
• USOS CLÍNICOS: Criação de bloqueadores
musculares involuntárias
neuromusculares a partir de 1932
o USOS EM PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS: Há
risco de paralisia respiratória devido a difusão
inesperada da toxina no local da injeção

Ação
-AÇÃO: Interferem na transmissão de impulsos na placa
motora, propiciando relaxamento muscular adequado aos
procedimentos anestésico-cirúrgicos, além de fazer com
que menos doses de anestésicos (intravenosos e inalatórios)
sejam usados → Possui ação anticolinérgica, mas
especificamente na placa motora
• RESUMINDO: Atuam reduzindo a atuação da
acetilcolina na junção neuromuscular
Mecanismo da Contração Muscular
-POTENCIAL DE AÇÃO NA PLACA MOTORA TERMINAL NOS
MÚSCULOS: Feito a partir da ligação da ACETILCOLINA
(Ach) com RECEPTORES NICOTÍNICOS → Para que exista a
transmissão de sinal, é fundamental a liberação de Ach na
terminação nervoso-motora
• USO DO BLOQUEADOR NEUROMUSCULAR: Impede
a atuação da Ach → Músculo não contrai e acaba
relaxando

49
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-MAGNITUDE DO POTENCIAL: Relacionada com a • BLOQUEIO DA LIBERAÇÃO DA ACETILCOLINA PELA


QUANTIDADE de Ach liberada → ↑Ach = ↑Potencial de ação VESÍCULA: Toxina botulínica (botox), procaína,
-REMOÇÃO DA ACETILCOLINA DA PLACA MOTORA: Por hemicolínio
DESTRUIÇÃO ENZIMÁTICA pela ACETILCOLINESTERASE • BLOQUEIO DA DESPOLARIZAÇÃO: Curare, toxinas
de serpentes, suxametônio
• BLOQUEIO DE HIDRÓLISE DA ACETILCOLINA:
Inibidores da colinesterase
• BLOQUEIO DO POTENCIAL DE AÇÃO NO
MÚSCULO: Quinina, tetrodotoxina
• BLOQUEIO DA CONTRAÇÃO MUSCULAR: Procaína,
venenos metabólicos
-RECEPTORES NICOTÍNICOS: São receptores ionotrópicos
(são canais iônicos). Possuem locais de ligação para a Ach e
para a migração de íons
• SUBUNIDADES: Somente as subunidades α (2 locais
por canal) reconhecem a acetilcolina
• MUDANÇA DE CONFORMAÇÃO DO RECEPTOR
APÓS A LIGAÇÃO COM A ACH: 2 moléculas de Ach
se ligam ao receptor, que muda de conformação e
permite a abertura do canal aos íons, fazendo a
consequente despolarização da placa terminal e
causando a contração muscular

Tipos de Bloqueadores
Neuromusculares (BNs)
-FORMAS DE BLOQUEIO DA FUNÇÃO NORMAL PELOS
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES:
• BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES
COMPETITIVOS/NÃO DESPOLARIZANTES: Competem pela
acetilcolina pelo mesmo sítio de ligação
• BLOQUEADORES NEUROMUSCULAR DESPOLARIZANTES:
Não competem pelo mesmo receptor

BNs Competitivos (Não-


-PRINCIPAIS MECANISMOS FISIOLÓGICOS ENVOLVIDOS: Despolarizantes)
1. Potencial de ação do nervo -SÃO FÁRMACOS COMPETITIVOS/NÃO-DESPOLARIZANTES:
2. Liberação da Ach da vesícula Não alteram propriedades de polarização da membrana,
3. Despolarização (aumento da permeabilidade ao pois atuam competindo por sítios de ligação → Impedem a
sódio e potássio) ligação da acetilcolina a receptores nicotínicos da placa
4. Hidrólise da acetilcolina pela enzima colinesterase motora
na fenda sináptica
5. Potencial de ação do músculo
6. Disseminação da excitação pelo músculo
7. Contração muscular propriamente dita
-PRINCIPAIS MECANISMOS DE AÇÃO DE FÁRMACOS:
• BLOQUEIO DO POTENCIAL DE AÇÃO DO NERVO:
Anestésicos locais (bloqueadores de canais de
Na+), tetrodotoxina, batracotoxina

50
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-MECANISMOS DE AÇÃO: Antagonistas competitivos da -RESPOSTA MUSCULAR: Tempo de efeito é variável a


acetilcolina nos receptores nicotínicos na placa motora depender do músculo:
• POR LIGAÇÃO A UMA OU A AMBAS AS • PRIMEIROS MÚSCULOS A SEREM AFETADOS:
SUBUNIDADES α DO RECEPTOR NICOTÍNICO Oculares, pequenos músculos da face,
(ROCURÔNIO): A ligação do fármaco ocupa o sítio extremidades e faringe (gerando dificuldades de
de ligação que a Ach usaria deglutição)
• PELO BLOQUEIO DO CANAL IONOTRÓPICO • MUSCULATURA RESPIRATÓRIA: É a ÚLTIMA a ser
(PANCURÔNIO): Grande moléculas que entram no afetada e a PRIMEIRA a ser recuperada
canal e são incapazes de atravessá-lo (porque o
canal iônico é mais largo na porção extracelular do BNs Despolarizantes
que na porção intramembranosa) → O fármaco -MECANISMO DE AÇÃO: Causam dessensibilização nos
(apesar de ser classificado como competitivo), não receptores nicotínicos → Despolarizam a membrana
compete por ligação, mas sim atua como uma (abrindo os canais da mesma maneira que acontece com a
“rolha”, impedindo o fluxo normal de íons Ach) e persistem por mais tempo na junção neuromuscular
(principalmente porque são resistentes à atuação da
acetilcolinesterase), fazendo com que o receptor demore a
repolarizar e perca sua sensibilidade à Ach
• CARACTERÍSTICA DE RECEPTORES NICOTÍNICOS:
Sob intensa atuação de Ach, os receptores
nicotínicos PERDEM A SENSIBILIDADE e se tornam
NÃO-RESPONSIVOS → O DN despolarizante baseia-
se nessa premissa
• DESPOLARIZAÇÃO INICIAL PROLONGADA SEGUIDA
DE BLOQUEIO DE TRANSMISSÃO: Resulta em um
período breve de excitação repetitiva que pode
-QUANTIDADE NECESSÁRIA: Na fibra muscular, é preciso provocar excitação muscular transitória e
bloquear mais de 75% dos receptores nicotínicos para que o repetitiva (fasciculações) → É seguida de bloqueio
bloqueio da transmissão seja efetivo → Isso porque a da transmissão neuromuscular e paralisia
quantidade de Ach liberada normalmente por um impulso o OBS: Isso também pode ocorrer por
nervoso ultrapassa várias vezes a quantidade necessária EXCESSO DE ACH
para desencadear um potencial de ação Aplicação de um “maior estímulo” aos receptores nicotínicos
-PRINCIPAIS EXEMPLOS: (despolarização → Despolarização e dificuldade do receptor em
• TUBOCURARINA: Apresenta 2 sítios de ligação realizar repolarização → “Desligamento” dos canais pela
hiperestimulação → Condução do impulso bloqueada
• ATRACÚRIO/CISATRACÚRIO: Apresenta 2 sítios de
ligação
• VECURÔNIO: Apresenta 1 sítio de ligação
• PANCURÔNIO: Apresenta 1 sítio de ligação

-SUCCINILCOLINA/SUXAMETÔNIO: Principal exemplo. Muito


semelhante à molécula de acetilcolina
• RÁPIDA AÇÃO, CURTA DURAÇÃO: Possui ação
breve dada sua metabolização pela
butirilcolinesterase → Usada clinicamente para um
Farmacocinética bloqueio de rápida ação e curta duração
o OBS: A succinilcolina NÃO é degradada pela
-NÃO CONSEGUEM ATRAVESSAR TODAS AS MEMBRANAS:
acetilcolinesterase, e sim pela
Porque são altamente ionizáveis e possuem baixo volume
butirilcolinesterase → Essa enzima provoca
de distribuição metabolização mais lenta que a
-BAIXA CAPACIDADE DE ATRAVESSAR A BARREIRA acetilcolinesterase, fazendo com que a
PLACENTÁRIA: Em doses habituais, não provoca danos ao succinilcolina permaneça mais tempo no
feto receptor e provoque a dessensibilização
-BAIXA CAPACIDADE DE ATRAVESSAR A BARREIRA • PACIENTES COM VARIANTES ANORMAIS DA
HEMATOENCEFÁLICA: São praticamente destituídos de ENZIMA BUTIRILCOLINESTERASE: Podem ter
efeitos centrais após doses habituais. Geralmente só atuam bloqueio neuromuscular prolongado. Origem
à nível periférico genética

51
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• OBS - ANTICOLINESTERÁSICO ≠ ANTICOLINÉRGICO:


o ANTICOLINÉRGICO: Inibe a atuação da
acetilcolina → Desfavorece os efeitos da
acetilcolina
o ANTICOLINESTERÁSICO: Inibe a DEGRADAÇÃO
da acetilcolina → Favorece os efeitos da
acetilcolina

Sinergismos
-ALGUNS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS PODEM
POTENCIALIZAR OS EFEITOS DE BN COMPETITIVOS: Por
isso, quando associados, a dose de BN competitivo deve ser
Farmacocinética dos BNs REDUZIDA
• EXEMPLOS DE ANESTÉSICOS COM ESSE EFEITO:
-ABSORÇÃO: Absorção baixa pelo TGI Sevoflurano, halotano, propofol
-ADMINISTRAÇÃO: IM é adequada, mas o início de ação é
mais rápido por via IV Efeitos Indesejáveis
Tempos de Ação dos BNs Dos BNs Competitivos
-BN DE LONGA DURAÇÃO: Eliminação renal e hepática -HIPOTENSÃO DECORRENTE DA LIBERAÇÃO DE HISTAMINA:
• EXEMPLOS: Pancurônio (ausência de antídoto, Pré-medicação com ANTI-HISTAMÍNICO atenua a hipotensão
pouco usado), metocurina, tubocurarina, induzida pelo fármaco
galamina, doxacúrio, pipecurônio • PRINCIPAIS DMs QUE CAUSAM LIBERAÇÃO DE
-BN COMPETITIVOS DE DURAÇÃO INTERMEDIÁRIA: HISTAMINA: Tubocurarina (principalmente) e em
Dependem mais da excreção biliar ou do metabolismo menor escala metocurarina, mivacúrio e atracúrio
hepático para serem eliminados. São MAIS USADOS que os -PANCURÔNIO CAUSA AUMENTO MODERADO DA
de longa duração FREQUÊNCIA CARDÍACA: Diversos mecanismos já foram
• EXEMPLOS: Rocurônio (mais usado), vecurônio propostos para explicar, mas ainda não se sabe ao certo
-BN COMPETITIVOS DE CURTA DURAÇÃO: Metabolizados
pela colinesterase plasmática Dos BNs Despolarizantes
• EXEMPLOS: Mivacúrio
-BRADICARDIA: Provocada por ação muscarínica direta

Outros Efeitos dos BNs -HIPERCALEMIA: Aumento da permeabilidade aos cátions


nas placas terminais motoras provoca uma perda final de
-LIBERAÇÃO DE HISTAMINA: Pode causar BRONCOESPASMO, potássio a partir do músculo para o sangue → Provoca,
secreções brônquicas e salivares excessivas consequentemente, uma pequena elevação da
• CAUSA: Por ação direta nos mastócitos (e não por concentração plasmática de potássio
reação anafilática) -AUMENTO DA PRESSÃO INTRA-OCULAR: Resultante da
• RESOLUÇÃO: Geralmente, usa-se anti-histamínicos contratura da musculatura
ou corticoides associados à administração do BN -AUMENTO DA PRESSÃO INTRAGÁSTRICA: Pode provocar
-LIBERAÇÃO DE K+: Bloqueadores neuromusculares vômitos e náuseas decorrentes das fasciculações causadas
despolarizantes podem liberar potássio intracelular, pela succinilcolina que aumenta a pressão intragástrica →
provocando uma possível hipercalemia Geralmente, utiliza-se um antiemético associado
-HIPERTERMIA MALIGNA (RARA): Ocasionada pela liberação
Antagonismos e Sinergismos dos BNs descontrolada de cálcio intracelular causado pela
administração de ANESTÉSICOS EM CONJUNTO COM BN
Antagonismo (Antídoto) DESPOLARIZANTES em pacientes com pré-disposição
genética. Provoca contraturas, rigidez, taquicardia e
-ANTICOLINESTERÁSICOS: Anticolinesterásicos (inibidores
produção de calor pela musculatura
da acetilcolinesterase), principalmente a NEOSTIGMINA,
têm sido usados no tratamento de doses excessivas de BN • RESOLUÇÃO: Dantrolene (inibe a liberação de
COMPETITIVOS e para reverter a anestesia Ca++ do retículo sarcoplasmático)
• OBS: Nos BN despolarizantes (efeito bloqueador),
o uso de anticolinesterásicos NÃO SURTE EFEITO Relaxantes Musculares
• NEOSTIGMINA: Inibe a degradação da acetilcolina, -RELAXANTES MUSCULARES: Mecanismo de ação mais
causando efeito final de aumento da acetilcolina voltado às propriedades sedativas e ao bloqueio das vias
na fenda sináptica (favorecendo a contração nociceptivas → NÃO são bloqueadores neuromusculares
muscular) -EXEMPLOS: Carisoprodol, metaxolona, Orfenadrina →
• USO SIMULTÂNEO DE ANTAGONISTAS Torsilax, miosan, dorflex...
MUSCARÍNICOS: A administração do antídoto
anticolinesterásico irá atuar favorecendo a
acetilcolina em todos os receptores que utilizam a
acetilcolina, incluindo os muscarínicos → REFERÊNCIAS
Antagonistas muscarínicos devem ser usados para Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações
prevenir estimulação dos receptores muscarínicos
52
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo (SNA)


Revisão do SNA Sistema Nervoso Simpático
-ORIGEM DAS FIBRAS: Medula toracolombar
-SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: Regula processos corpóreos que
-PRINCIPAIS RESPOSTAS: Perigo, esforço, estresse → GASTO E
não estão sob dependência direta do controle voluntário →
DESGASTE de energia
Manutenção da respiração, da frequência cardíaca, da produção de
• Taquicardia
urina, etc.
• Midríase
-COMPONENTES DO SNA: Está distribuído por todo o organismo
• Broncodilatação
• COMPONENTES CENTRAIS: Cérebro, bulbo, cerebelo,
• Aumento da frequência respiratória
medula
• COMPONENTES PERIFÉRICOS: Nervos, gânglios, plexos • Glicogenólise
que inervam vários órgãos, músculos lisos em vários • Sudorese
tecidos • Parada da digestão
-VIA AUTONÔMICA: Neurônio pré-ganglionar → Gânglio autonômico -NEUROTRANSMISSMORES: ACETILCOLINA (neurônio pré-
→ Neurônio pós-ganglionar → Tecido alvo ganglionar) e NORADRENALINA (NOR) (neurônio pós-ganglionar)
• NEURÔNIO PRÉ-GANGLIONAR: Geralmente é mielinizado -VIA BINEURONAL: Formada por 1 neurônio COLINÉRGICO e 1
• NEURÔNIO PÓS-GANGLIONAR: Geralmente é não- neurônio NORADRENÉRGICO
mielinizado • 1º NEURÔNIO (PRÉ-GANGLIONAR): Muito próximo da
região central (AXÔNIO CURTO), neurônio COLINÉRGICO
• GÂNGLIO SIMPÁTICO: Mais próximo da região CENTRAL
• 2º NEURÔNIO (PÓS-GANGLIONAR): AXÔNIO LONGO,
distante do órgão efetor/alvo, neurônio
NORADRENÉRGICO, receptor nicotínico Nn=N2
(ionotrópico)
-SUBDIVISÃO DO SNA: • ÓRGÃO EFETOR/ALVO: Receptores noradrenérgicos α e β
(metabotrópicos)
• SN simpático


SN parassimpático
SN intrínseco/entérico
Órgãos com Apenas 1 Inervação
-INERVAÇÃO EXCLUSIVAMENTE SIMPÁTICA:
Sistema Nervoso Parassimpático • Glândulas sudoríparas
• Medula da suprarrenal
-ORIGEM DAS FIBRAS: Tronco encefálico ou medula sacral →
• Músculos piloeretores
Origem CRANIOSSACRAL
• Maioria dos vasos sanguíneos
-RESPOSTAS: Geralmente de relaxamento, repouso e digestão →
-INERVAÇÃO EXCLUSIVAMENTE PARASSIMPÁTICA:
Sistema de CONSERVAÇÃO
-NEUROTRANSMISSOR: Apenas ACETILCOLINA (Ach) • Parótida
-VIA BINEURONAL: Formada por 2 neurônios COLINÉRGICOS • Glândulas lacrimais e nasofaríngeas
• 1º NEURÔNIO (PRÉ-GANGLIONAR): Corpo celular
emergindo do tronco encefálico ou medula sacral,
AXÔNIO LONGO
• GÂNGLIO PARASSIMPÁTICO: Local de sinapse entre o 1º
e o 2º neurônio. Formado por muitos corpos de
neurônios. Localizado distante do SNC e MUITO PRÓXIMO
DO ÓRGÃO EFETOR/ALVO
• 2º NEURÔNIO (PÓS-GANGLIONAR): Localizado muito
próximo do órgão efetor/alvo, AXÔNIO CURTO. Receptor
nicotínico Nn=N2 (ionotrópico)
• ÓRGÃO EFETOR/ALVO: Receptores muscarínicos M1, M2,
M3, M4, M5 (metabotrópicos)

SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO
EXTENSÃO DE FIBRAS PRÉ E Curta (pré) e Longa (pré) e
PÓS-GANGLIONARES longa (pós) curta (pós)
Noradrenalina
NEUROTRANSMISSORES Acetilcolina
principalmente
ORIGEM DAS FIBRAS Toracolombar Craniossacral
Relaxamento e
PRINCIPAIS RESPOSTAS Luta e fuga
digestão

53
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Mediação Química do SNA


-LIBERAÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES: É dependente do Ca++
• DROGAS QUE INTERFEREM NA CONCENTRAÇÃO
INTRACELULAR DE CA++: Também interferem na
liberação do neurotransmissor

Acetilcolina
-PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
• Principal neurotransmissor liberado por fibras pré- Receptores Muscarínicos (Metabotrópicos)
ganglionares
-5 SUBTIPOS: M1, M2, M3, M4, M5
• É o único neurotransmissor no sistema parassimpático
-TODOS SÃO METABOTRÓPICOS: Todos estão acoplados à proteína
• Acopla-se em receptores nicotínicos e muscarínicos
G (envolve mecanismos de transdução de sinal, gerando efeitos de
-RECEPTORES:
forma mais lenta)
• RECEPTORES NICOTÍNICOS: Ionotrópicos (proteína-canal -AUMENTO DAS DOSES DE ACETILCOLINA: Aumenta o efeito do
de Na+K+). Geralmente presente em gânglios ou receptor até atingir um platô (saturação do receptor)
músculos
o Nm: Presente em músculos
o Nn: Presente em neurônios
• RECEPTORES MUSCARÍNICOS: Metabotrópicos (fazem
transdução de sinal). Geralmente presente em órgãos
efetores regulados pelo parassimpático
o M1, M2, M3, M4, M5
-SÍNTESE: Ocorre no citosol de neurônios colinérgicos. Estocada em
vesículas pré-sinápticas
AcetilCoA + Colina → Acetilcolina
-DEGRADAÇÃO: Na fenda sináptica pela enzima acetilcolinesterase

Receptores do SN Simpático
-MECANISMO: Acoplados à proteína G (transdução de sinal)
-TIPOS: α (1 e 2), β (1, 2 e 3)
• α1 e β1: Estimulam a função efetora
• α2: Ação inibitória/estimulante
• β2: Ação estimulante
• β3: Ainda não é alvo farmacológico. Ligado a efeitos
lipolítico e termogênico. Polimorfismos em seu gene
estariam relacionados ao risco de obesidade e diabetes
mellitus tipo 2
-RECEPTORES α1:
• LOCALIZAÇÃO: Membranas de órgãos efetores pós-
Noradrenalina sinápticos
-PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: • EFEITOS: Efeitos clássicos, principalmente de contração
• Mediador excitatório o Vasoconstrição
• É o único neurotransmissor no sistema simpático o Midríase
o Secreção salivar
• Acopla-se a receptores metabotrópicos α e β
o Glicogenólise hepática
-SÍNTESE: A partir do aminoácido tirosina (origem alimentar) em
o Relaxamento do músculo liso do TGI
uma cascata reacional. Estocada em vesículas pré-sinápticas
-RECEPTORES α2:
Tirosina → Dopa → Dopamina → Noradrenalina/Norepinefrina →
Adrenalina/Epinefrina • LOCALIZAÇÃO: Terminais de neurônios pré-sinápticos
-DEGRADAÇÃO: Enzimático (enzimas COMT e MAO) e por • EFEITOS:
recaptação pelo neurônio pré-sináptico o NO NEURÔNIO PRÉ-SINÁPTICO: Inibição da
• OBS: Depois que interage com seus receptores, o liberação de neurotransmissores (incluindo a
neurotransmissor adrenérgico deve ser inativado noradrenalina) das fendas sinápticas → A
rapidamente → Se isso não acontecesse, haveria excesso hiperliberação de noradrenalina causa um
de sua ação, destruindo a homeostase e levando à feedback negativo para inibição da sua própria
exaustão do organismo liberação → Atua como um mecanismo
-RECEPTORES: MODULADOR local para a redução do
neuromediador sináptico
• α: α1, α2
o NO NEURÔNIO PÓS-SINÁPTICO: Contração do
• β: β1, β2, β3
músculo liso vascular
Receptores -RECEPTORES β1: Atua principalmente no coração
• EFEITOS:
o Aumento da frequência cardíaca (taquicardia)
Receptores do SN Parassimpático e da força cardíaca (contratilidade do
Receptores Nicotínicos (Ionotrópicos) miocárdio)
o Aumento da lipólise para produção de energia
-COMPOSIÇÃO: 5 subunidades
-AUMENTO DAS DOSES DE ACETILCOLINA: INATIVA,
temporariamente, o receptor nicotínico → Receptor torna-se não
responsivo à acetilcolina

54
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-RECEPTORES β2: Atuam principalmente no pulmão


• EFEITOS: Arteríolas (vasoconstrição)
o Broncodilatação α1 Esfíncteres (contração)
Pupila (dilatação)

VIA SIMPÁTICA
o Vasodilatação (à nível de vasos do músculo
Feedback negativo para liberação de noradrenalina
estriado) α2 no neurônio pré-sináptico
o Aumento da glicogenólise muscular e hepática Músculos lisos do TGI e bexiga (relaxamento)
para produção de energia β1 Coração (aumento de propriedades)
o Relaxamento da musculatura lisa uterina Bronquíolos (broncodilatação)
β2
Músculos lisos do TGI e bexiga (relaxamento)
Vias de Transdução de Sinal M1 SNC

VIA PARASSIMPÁTICA
-VIA DE ATIVAÇÃO DA ADENILATO CICLASE: M2 Coração (redução de propriedades)

• RECEPTORES: β1, β2, β3 → “Via dos betas” Arteríolas (vasodilatação)


• EFEITOS: Ativação do receptor → Ativação da proteína G Esfíncteres (relaxamento)
→ ATIVAÇÃO da enzima adenilato ciclase (na membrana M3 Pupila (contração)
plasmática) → TRANSFORMAÇÃO de ATP em AMPc → Músculos lisos do TGI e bexiga (contração)
Fosforilação de proteínas quinases → Geração de Bronquíolos (broncoconstrição)
respostas
-VIA DE INIBIÇÃO DA ADENILATO CICLASE:
• RECEPTORES: α2, M2, M4
Drogas Adrenérgicas ou
• EFEITOS: Ativação do receptor → Ativação da proteína G
→ INATIVAÇÃO da enzima adenilato ciclase (na
membrana plasmática) → REDUÇÃO da transformação do Simpatomiméticas
ATP em AMPc → Geração de respostas
-SIMPATOMIMÉTICOS: Estimulam as funções do SN simpático para
-VIA DE ATIVAÇÃO DA FOSFOLIPASE C:
ativação dos receptores α e β
• RECEPTORES: α1, M1, M3, M5
-CLASSIFICAÇÃO POR FORMA DE ATUAÇÃO:
• EFEITOS: Ativação do receptor → Ativação da proteína G
• DIRETOS: Atuam diretamente ativando os receptores α e
→ Ativação da enzima fosfolipase C → Degradação de
β, provocando um efeito agonista
PIP2, formando DAG + IP3 (segundos mensageiros) →
o SIMPATOMIMÉTICOS Α E Β
Respostas celulares
o SIMPATOMIMÉTICOS Β2
o EFEITOS FINAIS: Fosforilação de proteínas
o SIMPATOMIMÉTICOS Α1
(DAG) e AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO do Ca++
o SIMPATOMIMÉTICOS Α2
citoplasmático (IP3)
• INDIRETOS: Interferem na biossíntese, estocagem,
Efeitos da Via Autonômica liberação do neurotransmissor e no sistema enzimático
que faz a inativação do neurotransmissor → Promove um
-BRONQUÍOLOS (MÚSCULO LISO): efeito agonista no receptor, mas sem atuar diretamente
• VIA SIMPÁTICA: Receptor β2 → Broncodilatação nele
• VIA PARASSIMPÁTICA: Receptor M3 → Broncoconstrição
-ARTERÍOLAS (MÚSCULO LISO): Simpatomiméticos α e β
• VIA SIMPÁTICA: Receptor α1 → Vasoconstrição
• VIA PARASSIMPÁTICA: Receptor M3 (células endoteliais) Epinefrina/Adrenalina
→ Vasodilatação indireta (via óxido nítrico liberado por
-ATUAÇÃO: α, β1 e β2
células endoteliais)
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Coração, vasos e bronquíolos
-CORAÇÃO:
• VIA SIMPÁTICA: Receptor β1 → Aumento das • CRISES DE ASMA: Promove broncodilatação (β2),
propriedades cardíacas vasoconstrição da mucosa e redução de secreção
• VIA PARASSIMPÁTICA: Receptor M2 → Redução das (α1)
propriedades cardíacas • CHOQUE ANAFILÁTICO: Atua como antagonista da
-PUPILA: histamina, revertendo broncoespasmo, edema de
• VIA SIMPÁTICA: Receptor α1 → Midríase (dilatação) glote e hipotensão
• VIA PARASSIMPÁTICA: Receptor M3 → Miose (contração) • PARADAS CARDÍACAS: Estimula β1, aumentando a
-TGI:
excitabilidade cardíaca
• VIA SIMPÁTICA: α1 (esfíncter), α2 e β2 (parede da
musculatura lisa) → Contração de esfíncteres e • REDUÇÃO DE ABSORÇÃO SISTÊMICA DE
relaxamento da parede muscular lisa ANESTÉSICOS LOCAIS: Atua como vasoconstritor,
• VIA PARASSIMPÁTICA: M3 → Relaxamento de esfíncteres restringindo a ação do anestésico local em uma
e contração da parede muscular lisa determinada região (impede o efeito sistêmico)
-BEXIGA: -EFEITOS ADVERSOS: Tremor, inquietação, palpitações
• VIA SIMPÁTICA: α1 (esfíncteres) β2 (parede muscular (excesso de resposta adrenérgica)
lisa) → Contração de esfíncteres e relaxamento da -FARMACOCINÉTICA:
parede muscular lisa
• VIAS DE ADMINISTRAÇÃO:
• VIA PARASSIMPÁTICA: M3 → Relaxamento de esfíncteres
o NÃO APRESENTA BIODISPONIBILIDADE ORAL: É
e contração da parede muscular lisa
biotransformada na mucosa do TGI e no fígado
o INTRAMUSCULAR (IM) E INTRAVENOSA (IV):
Pode ser feito em acessos periféricos ou
centrais. Aumentam os riscos de arritmias
o VIA SUBCUTÂNEA (SC): Pode ser feita em
urgências
• TEMPO DE EFEITO: Rápido, mas também de rápida
degradação
55
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• SOFRE RÁPIDA BIOTRANSFORMAÇÃO: Sofre rápida


metabolização e degradação pelas enzimas MAO e
Efedrina
COMT → Quando é administrada, geralmente é -ATUAÇÃO: α e β
com bombas de infusão contínuas (BIC) para • ORIGEM: Natural
prolongar o efeito -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Coração, vasos e bronquíolos
• ANTIASMÁTICO E DESCONGESTIONANTE NASAL:
Norepinefrina/Noradrenalina Principalmente na forma de pseudoefedrina
-ATUAÇÃO: α e β1 (isômero da efedrina)
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Coração e vasos • EFEITOS EM PEQUENAS DOSES: Causam
• ALGUNS TIPOS DE CHOQUE: Promove aumento da estimulação CENTRAL (porque é uma droga
pressão arterial altamente lipossolúvel), sem efeitos periféricos
o OBS: Dependendo da quantidade administrada, • EFEITOS EM ALTAS DOSES: Estimulação
pode ocorrer necrose de extremidades e ter PERIFÉRICA + central → Causam aumento da
excessiva vasoconstrição no território renal
pressão arterial e estimulação cardíaca
• OBS: Não apresenta efeito de broncodilatação, pois não
-FARMACOCINÉTICA:
atua em receptores β2
-FARMACOCINÉTICA: Igual à epinefrina • VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Pode ser usada por VIA
ORAL → Vantagem sob o uso da epinefrina (retira
• VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Apenas por ACESSO
a limitação de o paciente precisar estar em
CENTRAL → Não pode ser feita por acessos
ambiente hospitalar)
periféricos por conta da potente vasoconstrição
(risco de necrose de extremidades)
Simpatomiméticos β2
Dopamina -AÇÃO: Agonistas seletivos de receptores β2
-ATUAÇÃO: α e β1 • EM DOSES CONVENCIONAIS: São isentos de efeitos
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Coração e vasos colaterais cardíacos (já que não ocorre atuação em
• SITUAÇÕES DE CHOQUE PARA MANTER A β1)
PRESSÃO ARTERIAL: Hoje, é pouco usada → • A SELETIVIDADE NÃO É ABSOLUTA: Com o
Substituída pela DOBUTAMINA aumento da dose, ocorre efeitos em β1
-FARMACOCINÉTICA: -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Bronquíolos e musculatura
• MEIA-VIDA: Curta uterina
• VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Apenas por via • ASMA: Provoca relaxamento dos bronquíolos.
intravenosa (IV) Administração por vias oral, respiratória e
Dobutamina subcutânea
• PARTO PREMATURO: Provoca relaxamento da
-ATUAÇÃO: α e β
musculatura uterina. Administração IV (ritodrina)
• É UM SIMPATOMIMÉTICO SINTÉTICO: Mistura
-EFEITOS ADVERSOS: Taquicardia, tremores, nervosismo
racêmica
-PRINCIPAIS REPRESENTANTES:
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Coração, vasos e bronquíolos
• DE AÇÃO PROLONGADA:
• AUMENTO DE FORÇA DE CONTRAÇÃO CARDÍACA:
o Formoterol
Muito comum ser associada à norepinefrina
o Salmeterol
-FARMACOCINÉTICA:
• DE AÇÃO CURTA:
• CAUSA TOLERÂNCIA: Uso limitado por poucos dias
o Salbutamol
(não pode haver uso prolongado pelo risco de
o Terbutalina
tolerância)
o Metaproterenol
• VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Sem biodisponibilidade
o Fenoterol
oral, administração apenas por via INJETÁVEL
• MEIA-VIDA: Curta Simpatomiméticos α1
Isoproterenol ou Isoprenalina -AÇÃO: Agonistas seletivos de receptores α1
-ATUAÇÃO: Agonista não-seletivo de receptores β e -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Vasos
praticamente isento de efeitos em α • VASOCONSTRIÇÃO: Na pele e mucosas
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Coração e bronquíolos • AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL: Aumenta a
• ESTIMULANTE CARDÍACO: Aumenta força de resistência vascular periférica
contração • REDUÇÃO DE CONGESTÃO NASAL, RINITES E
• BRONCODILATAÇÃO: Relaxa a musculatura ALERGIAS (FENILEFRINA): Preparações nasais e
brônquica oral (associação com efeito antigripal)
• OBS: Não apresenta efeito de vasoconstrição, pois -EFEITOS ADVERSOS: Congestão nasal reflexa por uso
praticamente não atua em receptores α excessivo
-FARMACOCINÉTICA: -VIA DA ADMINISTRAÇÃO: Preparações nasais e oral
• CAUSA TOLERÂNCIA: Uso limitado por poucos dias -PRINCIPAIS REPRESENTANTES:
(não pode haver uso prolongado pelo risco de • Fenilefrina
tolerância) • Metoxamina
• VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Sem biodisponibilidade • Mefentermina
oral, administração apenas por via INJETÁVEL

56
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Simpatomiméticos α2 Prazosina
-AÇÃO: Inibidor quase unicamente de α1 (afinidade 1000x
-AÇÃO: Agonistas seletivos de receptores α2 maior por α1)
• OBS: Na verdade, são ANTAGONISTAS DA • NÃO ATUA EM α2: Consegue manter o feedback
ATIVIDADE SIMPÁTICA, porque os receptores α2 negativo de liberação de noradrenalina e não
fazem a regulação da liberação de noradrenalina provoca taquicardia reflexa
por feedback negativo no neurônio pré-sináptico -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Vasos arteriais e venosos
→ Tem EFEITO ANTAGONISTA ADRENÉRGICO, mas (promove vasodilatação)
atua como AGONISTA DE RECEPTOR Α2
• 2ª OU 3ª ESCOLHA EM HIPERTENSÃO: Geralmente
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Redução do efeito adrenérgico
associada a outros fármacos. Promove a
• ANTIHIPERTENSIVOS: Usados principalmente no vasodilatação
tratamento de hipertensão e glaucoma
• NÃO É MUITO UTILIZADA: Efeitos colaterais
-PRINCIPAIS REPRESENTANTES:
consideráveis
• PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL: -EFEITOS COLATERAIS: Hipotensão postural acentuada (por
o Clonidina isso não é medicamento de primeira escolha) → Aumenta,
o Metildopa por exemplo, riscos de queda em idosos
o Guanabenzeno
• PARA GLAUCOMA: Apraclonidina Idoramina
-AÇÃO: Inibidor α1, com seletividade pela circulação
Simpatomiméticos Indiretos arterial
• TAMBÉM INIBE O RECEPTOR H1: Também atua
Anfetaminas como anti-histamínico, gerando efeitos sedativos
-AÇÃO: Bloqueia a recaptação de noradrenalina e estimula leves
sua liberação na fenda sináptica, mas sem aumentar sua -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Vasos arteriais (não atuam na
produção circulação venosa)
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Comercialização proibida no • SEGUNDA OU TERCEIRA ESCOLHA NO
Brasil TRATAMENTO DE HIPERTENSÃO: Não é muito
• REDUTORA DO APETITE: Provoca rápida utilizada e geralmente é associada a outros
tolerância, muitos efeitos adversos e tem alto grau fármacos
de dependência. Provoca estimulação central e • VASODILATAÇÃO NA HIPERPLASIA BENIGNA DE
também efeitos simpáticos periféricos (aumento PRÓSTATA: O aumento da próstata dificulta a
da pressão arterial) circulação regional → O uso dos fármacos provoca
Metilfenidato vasodilatação regional, melhorando o aporte
sanguíneo
-AÇÃO: Bloqueia a recaptação de dopamina e noradrenalina o PRINCIPAIS FÁRMACOS: Doxazosina,
• ESTRUTURA: Semelhante à da anfetamina terazosina, tansulosina
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS:
• ESTIMULANTE LEVE DO SNC: Promove mais efeitos Ioimbina
na ATIVIDADE MENTAL do que na motora → Usado -AÇÃO: Inibidor α2
no tratamento da HIPERATIVIDADE e DÉFICIT DE -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Consegue atuar no SNC, elevar
ATENÇÃO a pressão arterial e a frequência cardíaca (já que irá
• EFEITOS CARDÍACOS MUITO PEQUENOS: Mínimos bloquear o controle da liberação de noradrenalina pelo α2).
efeitos estimulantes cardíacos Uso veterinário
-EFEITOS ADVERSOS: Insônia, dor abdominal, anorexia, • OBS: Para uso em humanos, não há exemplos de
perda de peso, déficit de crescimento inibidores de α2

Fenoxibenzamina e Fentolamina
Drogas Antiadrenérgicas ou -AÇÃO: Inibidores não seletivos (atua em α1 e α2)
• OBS: Fenoxibenzamina causa antagonismo irreversível

Simpaticolíticas -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS:


• TRATAMENTO DE FEOCROMOCITOMA: Tumor na
-AÇÃO: Bloqueiam as funções do SN simpático medula suprarrenal que provoca liberação
-CLASSIFICAÇÃO: excessiva de catecolaminas na circulação → O
• DIRETOS: Atuam diretamente nos receptores α e β antagonismo irreversível seria útil nesses casos
(antagonistas competitivos)
• INDIRETOS: Diminuem a formação,
Bloqueadores β-adrenérgicos
armazenamento ou liberação de noradrenalina -GRUPO DE MAIOR APLICABILIDADE MÉDICA: São muito
usados na prática médica e atuam como “coringa” no
Bloqueadores α-Adrenérgicos sistema cardiovascular
-AÇÃO: Bloqueiam receptores α -MECANISMO: São ANTAGONISTAS COMPETITIVOS com
-NÃO são muito explorados na clínica estrutura semelhante ao Isoproterenol
• ALGUNS SÃO AGONISTAS PARCIAIS: Podem apresentar
atividade intrínseca parcial → Pindolol, Acebutolol

57
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-GERAÇÕES:
• PRIMEIRA GERAÇÃO: Bloqueadores não seletivos
Atenolol
(atuam em β1 e β2) -AÇÃO: Inibidor β1 seletivo
o NÃO PODEM SER USADOS EM PACIENTES • É MAIS HIDROSSOLÚVEL: Diferente do propranolol,
ASMÁTICOS: Bloqueadores não seletivos o atenolol tem POUCA PASSAGEM PARA O SNC,
também irão atuar em β2, provocando concentrando-se mais à nível periférico
broncoconstrição e piorando o quadro -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Hipertensão, arritmias e
asmático angina. É o MAIS COMUM e o mais barato
o PRINCIPAIS EXEMPLOS: Propranolol, Acebutolol
nadolol, timolol, saltolol
-AÇÃO: Inibidor β1 seletivo
• SEGUNDA GERAÇÃO: Bloqueadores seletivos para
• É UM AGONISTA PARCIAL: É um fármaco com
β1 (cardiosseletivos)
atividade intrínseca simpatomimética, mas que
o OBS: A SELETIVIDADE É DOSE-
provoca efeitos mais leves (estímulos leves no
DEPENDENTE → Se houver aumento
receptor)
elevado de dose, há perda de seletividade
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Hipertensão, arritmias e
e pode passar a atuar em β2, causando
angina
broncoconstrição
o PRINCIPAIS EXEMPLOS: Labetolol, Carvedilol
carvedilol -AÇÃO: Inibidor β1, β2 e α1 → Beta bloqueador de 3ª
• TERCEIRA GERAÇÃO: Atuam no β e no α1 geração
o PRINCIPAIS EXEMPLOS: Metoprolol, -PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Coração, bronquíolos e vasos
atenolol, esmolol • INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E HIPERTENSÃO: O beta
Propranolol bloqueador atua impedindo que o quadro de
insuficiência cardíaca se agrave pela sobrecarga do
-AÇÃO: Inibidor β não seletivo
coração
-VIA DE ADMINISTRAÇÃO: VO (muito mais comum) ou IV
• Efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios
(raro)
• Ação vasodilatadora
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Hipertensão, arritmias,
-EFEITOS COLATERAIS:
tremores
• AUMENTA A SENSIBILIDADE À INSULINA: Ao
• É ALTAMENTE LIPOSSOLÚVEL: Consegue
contrário dos betabloqueadores clássicos, o
atravessar a barreira hematoencefálica e pode ser
carvedilol aumenta a sensibilidade à insulina
usado para tratamento de ENXAQUECA
• PRATICAMENTE EM DESUSO: Porque traz muitos
efeitos colaterais
Simpaticolíticos Indiretos
-EFEITOS ADVERSOS: Reserpina
• DIMINUI A SENSIBILIDADE À INSULINA: A descarga
-AÇÃO: Aumenta a DEGRADAÇÃO das catecolaminas pelo
adrenérgica libera insulina para utilizar a glicose
não armazenamento em vesículas → Catecolaminas ficam
liberada para reações de luta e fuga → A inibição
livres e expostas à degradação no citoplasma pela MAO e
do β2 pelo propranolol inibe a liberação de
COMT
insulina
• MECANISMO: Impede a passagem de noradrenalina
o PACIENTE DIABÉTICOS: Podem ter os
do axoplasma para o interior da vesícula de
níveis de glicose aumentados como reação
adversa do propranolol estocagem através da inibição do sistema ATP-Mg
→ A noradrenalina se acumula no citoplasma e é
• PODE MASCARAR OS EFEITOS DA HIPOGLICEMIA:
metabolizada/degradada pelas enzimas MAO e
Na hipoglicemia normal, ocorre uma descarga
COMT, reduzindo a função simpática
adrenérgica (fazendo com que o paciente
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Tratamento da hipertensão
apresente taquicardia, tremor, tontura, etc.) → A
-EFEITOS COLATERAIS:
inibição dos efeitos adrenérgicos impede a
manifestação dos sintomas de quadros de • PODE INDUZIR À SUPERSSENSIBILIDADE DE
hipoglicemia RECEPTORES ADRENÉRGICOS: Risco de uso com
outros simpatomiméticos e antidepressivos que
Timolol atuem inibindo a recaptação de noradrenalina
-AÇÃO: Inibidor β não seletivo Clonidina
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS:
-AÇÃO: Antagonista alfa-adrenérgico com ação
• TRATAMENTO DE GLAUCOMA (COLÍRIO): Reduz a
predominante em receptores pré-simpáticos no SNC, com
produção do humor aquoso
redução dos impulsos à periferia → Atua REDUZINDO A
-EFEITOS ADVERSOS:
LIBERAÇÃO DE NORADRENALINA NA FENDA sináptica
• POUCO RISCO COM O USO TÓPICO: O uso
estimulando a ação dos receptores α2
localizado (com o colírio, por exemplo) geralmente
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Tratamento da hipertensão
provoca efeitos colaterais muito reduzidos, mas
-EFEITOS COLATERAIS:
não anula o risco de absorção sistêmica
• RISCO DE HIPOTENSÃO REBOTE: Na parada
abrupta do tratamento

58
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Drogas Colinérgicas ou Parassimpatomiméticos Indiretos


-AÇÃO: Todos inibem a acetilcolinesterase (enzima que

Parassimpatomiméticas degrada a acetilcolina) de formas diversas → Atuam como


ANTICOLINESTERÁSICOS, aumentando o tempo de vida da
-AÇÃO: Produzem efeitos de acetilcolina em receptores acetilcolina, potencializando seus efeitos
muscarínicos e nicotínicos • OBS: Provoca efeitos em receptores muscarínicos e
nicotínicos, pois inibe a acetilcolinesterase de forma
-CLASSIFICAÇÃO:
geral
• DIRETOS: Atuam diretamente em receptores
-EFEITOS: Podem produzir todos os efeitos muscarínicos
muscarínicos e nicotínicos
• AMPLITUDE DOS EFEITOS (DE TERAPÊUTICO A
• INDIRETOS: Inibidores de acetilcolinesterase
LETAL): Depende da INTENSIDADE DA LIGAÇÃO
(enzima que degrada a acetilcolina)
com a enzima e da VELOCIDADE DE DEPURAÇÃO do
-MENOR APLICABILIDADE CLÍNICA: Há poucas drogas, dadas
anticolinesterásico
suas aplicações mais limitadas
-PRINCIPAIS AGENTES:
Parassimpatomiméticos Diretos •

REVERSÍVEIS: Agentes de uso médico
IRREVERSÍVEIS: Principalmente inseticidas e gases
-ESTRUTURA: Semelhante à acetilcolina tóxicos
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS: Casos em que a
potencialização colinérgica melhora a condição clínica
• REVERSÃO DO BLOQUEIO NEUROMUSCULAR:
Reversão do bloqueio neuromuscular causado por
relaxantes musculares
o PRINCIPAIS EXEMPLOS: Neostigmina, edrofônio
• TRATAMENTO DA MIASTENIA GRAVE (FRAQUEZA
-USO REDUZIDO NA CLÍNICA: Porque tem atuação MUSCULAR PROGRESSIVA): Doença autoimune
simultânea em vários sistemas e algumas dessas alterações com produção de anticorpos que reduzem o
são indesejáveis número de receptores nicotínicos pós-sinápticos
o PRINCIPAIS EXEMPLOS: Neostigmina,
• A MAIORIA SÓ ATUA LOCALMENTE: Geralmente
piridostigmina
usados como colírio. Usos por via sistêmica são
• DOENÇA DE ALZHEIMER: Deficiência de neurônios
raros
colinérgicos poderia estar envolvida no
-PRINCIPAIS EFEITOS:
desenvolvimento da demência
• Bradicardia o PRINCIPAIS EXEMPLOS: Tacrina (mas com
• Vasodilatação muitos efeitos adversos), donezepil,
• Aumento da motilidade do TGI rivastigmina, galantamina (mais potente
• Broncoconstrição porque também inibe a butirilcolinesterase)
• Aumento da secreção nasal e traqueobrônquica Carbamatos
• Miose
-CARBAMATOS: Inibidor REVERSÍVEL. Liga-se ao centro
• LOCAIS DE MAIORES RESPOSTAS DOS AGONISTAS
ativo da enzima, retardando a capacidade de hidrólise de
COLINÉRGICOS: TGI e trato urinário
acetilcolina
-EFEITOS ADVERSOS: Sudorese, salivação, cólicas
• EXEMPLOS: Neostigmina, fisiostigmina,
abdominais
piridostigmina, inseticidas (Baygon)
Principais Drogas -É POSSÍVEL REVERTER A INIBIÇÃO: Basta inserir
-CARBACOL: Usado no tratamento do glaucoma e na acetilcolina que o inibidor para de atuar
indução da miose. Efeitos nicotínicos e muscarínicos Organofosforados (Agrotóxicos)
-BETANECOL: Usado para melhoria da motilidade no TGI e
-ORGANOFOSFORADOS (AGROTÓXICO): Inibidor muito
no trato urinário e para o tratamento da xerostomia (boca
lentamente reversível, PRATICAMENTE IRREVERSÍVEL. Liga-
seca). Efeitos muscarínicos
se ao centro ativo de forma estável
-PILOCARPINA: Usado para tratamento de xerostomia,
• ATUAÇÃO: Em receptores muscarínicos e
glaucoma e indução da miose. Efeitos muscarínicos
nicotínicos
-ACETILCOLINA: Indução de miose durante cirurgia
• COMPOSTO TÓXICO: Não possui aplicação
oftálmica
terapêutica, pois é um composto tóxico presente
em agrotóxicos
• É ALTAMENTE LIPOSSOLÚVEL: É absorvido,
inclusivo pelo simples contato com a pele → Risco
altíssimo de toxicidade
-EFEITOS:
• CASOS LEVES A MODERADOS: Broncoespasmo,
cólicas, náuseas, salivação, miose
• CASOS GRAVES: Bradicardia, convulsões, coma,
paralisia do centro respiratório, morte

59
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-ANTÍDOTOS (REVERSÃO DO QUADRO): Pode ser feita com -CONTRABALANCEIA O DÉFICIT DA VIA DOPAMINÉRGICA
anticolinérgicos (atropina) e reguladores da DETERMINANTE DA DOENÇA DE PARKISON: Pacientes com
acetilcolinesterase (pralidoxima) Parkinson possuem redução de dopamina à nível central e
• PRALIDOXIMA (PAM): Consegue REMOVER o excesso de acetilcolina (não por maior produção, e sim por
inibidor da acetilcolinesterase, desde que a redução de dopamina)
INTOXICAÇÃO ESTEJA RECENTE (quando a ligação
organofosforado + acetilcolinesterase ainda não se
Escopolamina
estabilizou) -PRINCIPAL USO CLÍNICO:
• ATROPINA: Compete com a acetilcolina pelo • ANTIESPASMÓDICO no controle de cólicas (efeito
mesmo receptor. Usada principalmente quando já discreto, geralmente sendo associado com
houve a estabilização da ligação do analgésicos). NÃO possuem efeito analgésico por si
organofosforado + acetilcolinesterase só
Paciente salivando e com pupilas em miose extrema → Já é • ANTIEMÉTICO leve
indicativo de excesso de acetilcolina • PRINCIPAL EXEMPLO: Buscopan
-EFEITOS GASTROINTESTINAIS: Redução de secreção e
Edrofônio motilidade → Muito usado para cólicas abdominais
-EDROFÔNIO: Inibidores não covalentes. Faz ligação não -CONSEGUE ATUAR À NÍVEL CENTRAL: Consegue atravessar
covalente com o centro ativo da enzima. Atua a barreira hematoencefálica e atua principalmente com
principalmente no sistema nervoso periférico leve efeito antiemético e depressor
-EFEITOS CARDIOVASCULARES: Praticamente não altera a
Drogas Anticolinérgicas ou frequência cardíaca
Farmacocinética
Parassimpatolíticas -VIA DE ADMINISTRAÇÃO: VO, VI, VIM
-ESCOPOLAMINA: É biotransformada
-AÇÃO: Antagonistas competitivos da acetilcolina em
-ATROPINA: Não sofre metabolização e é excretada na
receptores muscarínicos
forma ativa
-PRINCIPAIS FÁRMACOS:
-EFEITOS ADVERSOS: Boca seca, palpitações, visão borrada
• ATROPINA E ESCOPOLAMINA: São os protótipos,
→ Geralmente só surgem em doses excessivas
ambos de origem natural → Todos os outros
fármacos são derivados da estrutura química Outros Fármacos Anticolinérgicos
dessas duas drogas -ANTIASMÁTICOS:
• FÁRMACOS UTILIZADOS COM OUTROS • Brometo de ipratrópio (minimiza o acúmulo de
PROPÓSITOS: Antidepressivos, ansiolíticos, secreções)
antiparkinsonianos e antipsicóticos também podem -ANTIPARKINSONIANOS:
apresentar atividade parassimpatolítica • Biperideno
• Triexifenidila
Atropina e Escopolamina • Benzotropina
Atropina
-PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS:
• Quadros de INFARTO do miocárdio
• ANTIESPASMÓDICO no controle de cólicas (efeito
discreto, geralmente sendo associado com
analgésicos). NÃO possuem efeito analgésico por si

-EFEITOS CARDIOVASCULARES: Principal efeito
• DOSES BAIXAS: Redução da frequência cardíaca
(M1)
• DOSES ELEVADAS: Aumento da frequência
cardíaca (M2)
-EFEITOS GASTROINTESTINAIS: Redução de secreção e
motilidade
-EFEITOS OCULARES: Induz à midríase (dilatação pupilar)
por um longo período de tempo (e por isso não é muito
usado para dilatação de pupila)
-EFEITOS NO TRATO RESPIRATÓRIO: Redução de secreções
e relaxamento da musculatura (M1)
-EFEITOS À NÍVEL CENTRAL: Praticamente não produz
efeitos, pois ultrapassa a barreira hematoencefálica com REFERÊNCIAS
dificuldade, exceto em doses tóxicas. Atua mais à nível Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações
periférico (sobretudo à nível cardíaco) Caderno de Fisiologia - @marcos.grm
-OUTROS EFEITOS: Bloqueia receptores M em glândulas
salivares, causando boca seca
60
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Fármacos do SNC: Benzodiazepínicos, Antidepressivos e Opioides


Introdução Efeitos Adversos
-PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS:
-BENZODIAZEPÍNICOS: Principal classe de fármacos usados
• Lentidão, aumento do tempo de reação,
com efeitos sedativos, hipnóticos e ansiolíticos
diminuição de coordenação motora
• DETERMINAÇÃO DO TIPO DE EFEITO: Ocorre de
• Amnésia anterógrada
acordo com a DOSE ADMINISTRADA
-FÁRMACO SEDATIVO: Reduz a atividade, modera a • Em doses elevadas, pode provocar depressão
excitação e acalma respiratória (redução da resposta ventilatória ao
-FÁRMACO HIPNÓTICO: Produz torpor e facilita o início e a CO2)
manutenção do sono • Tolerância (redução de efeito)
-FÁRMACO ANSIOLÍTICO: Reduz os sintomas de ansiedade • Dependência física e psíquica
• OBS: Antidepressivos NÃO solucionam a ansiedade • “Ressaca” de longa duração, principalmente em
à curto prazo (porque atuam na inibição da benzodiazepínicos de efeito prolongado
recaptação de neurotransmissores, só fazendo • Interação com ÁLCOOL ETÍLICO (NÃO competem
efeito à longo prazo). Quem trata ansiedade à pelo mesmo sítio de ação e atuando de forma
curto prazo são os fármacos ansiolíticos → É sinérgica na depressão do SNC)
comum associar antidepressivos (ação a longo
prazo) + benzodiazepínicos (ação a curto prazo)
Antagonistas (Antídotos)
-FLUMAZENIL: Antagonista de receptor benzodiazepínico
Benzodiazepínicos (quando a substância já foi absorvida). Administração por
via parenteral → Atua como antagonista para todos os
-MECANISMO DE AÇÃO: ESTIMULAM A LIGAÇÃO do GABA benzodiazepínicos
(neurotransmissor inibitório) aos seus receptores GABA A -CARVÃO ATIVADO: Muito usado em intoxicações orais para
(canais iônicos), elevando a entrada de cloro e IMPEDIR A ABSORÇÃO de fármacos não específicos no TGI.
hiperpolarizando a célula, reduzindo sua excitabilidade Justifica-se pela sua forte capacidade de ADSORÇÃO
-PRINCIPAIS FÁRMACOS: Diazepam, alprazolam, midazolan, (facilidade de substâncias aderirem às suas paredes)
bromazepam, clonazepam, nitrazepam, clorazepam,
clordiazepóxido Outros Fármacos com Efeitos
• ATUAÇÃO: Todos atuam da mesma forma. A
principal diferença entre cada um deles é a
FARMACOCINÉTICA (ação mais ou menos
Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos
prolongada) -BUSPIRONA: Agonista dos receptores da serotonina (5-
-USOS TERAPÊUTICOS: HT1a), agindo como ANSIOLÍTICO NÃO SEDATIVO
• Sedativos e indutores do sono -ZOLPIDEM/ZOPICLON/ZALEPLON: Mecanismo de ação
• Hipnóticos semelhante aos benzodiazepínicos. É mais usado para a
• Ansiolíticos INDUÇÃO (e não manutenção) ao sono, geralmente não
• Relaxantes musculares “sistêmicos” deixando ressaca como efeito colateral. Não possuem
• Anticonvulsivantes (usos em crises convulsivas) efeito ansiolítico
-RECEPTOR GABA A: Canal iônico com vários sítios de • PARA EVITAR O SONAMBULISMO: É preferível que
ligação seja administrado momentos antes de dormir e
• OBS: Os benzodiazepínicos NÃO competem com o que não seja usado em situações de estresse
GABA pelo mesmo sítio de ação -RAMELTEON: Agonista de receptor de melatonina
-BETA-BLOQUEADORES: Possuem efeito ansiolítico e
reduzem os sintomas da ansiedade causado pelo aumento
da atividade simpática na crise de ansiedade (taquicardia,
tremor, sudorese...)
-ANTI-HISTAMÍNICOS H1 DE 1ª GERAÇÃO: Efeitos
sedativos/hipnóticos, mas não são ansiolíticos
-ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES SELETIVOS DA
RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS): Efeito ansiolítico,
mas à longo prazo (~1 mês)
-BARBITÚRICOS (FENOBARBITAL, PENTOBARBITAL,
TIOPENTAL, TIONEMBUTAL): Também atuam no receptor
GABA A. Eram muito usados antigamente, mas atualmente
são pouco usados com essas finalidades por sua baixa
segurança → Grande risco de depressão respiratória, pois
apresenta MAIOR TEMPO DE LIGAÇÃO COM O GABA A

61
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-É IMPORTANTE A ASSOCIAÇÃO DO TRATAMENTO


Antidepressivos FARMACOLÓGICO + TERAPIA: 20% dos pacientes são
refratários aos diversos antidepressivos mesmo em doses
-QUADRO CLÍNICO GERAL DA DEPRESSÃO: Sintomas muito adequadas
variáveis, mas em geral incluem: -USO À LONGO PRAZO: Possível aumento da densidade ou
• Tristeza profunda sensibilidade dos receptores
• Pensamentos negativos -APÓS O SUCESSO NA FASE INICIAL: Iniciar a fase de
• Ausência de prazer na execução de atividades manutenção (6-12 semanas, mas variável a depender do
antes prazerosas paciente) e após iniciar a RETIRADA GRADUAL
• Perda de concentração • RETIRADA BRUSCA NÃO É RECOMENDADA: Se a
• Insônia ou hipersonia retirada for brusca, há maior risco de reações
• Ganho ou perda ponderal adversas
• Autodepreciação e ausência de autocuidado -A DEPENDER DA RESPOSTA INICIAL: Antidepressivos
• Anedonia e perda de satisfação em atividades podem ser trocados ou adicionados a outros (apesar de
cotidiadas geralmente não haver associação e mais de um tipo de
• Diminuição da libido antidepressivos)
-CAUSAS - TEORIA DAS AMINAS BIOGÊNICAS: Percebe-se,
em pacientes depressivos, uma REDUÇÃO DE
Antidepressivos de 1ª Geração
NEUROTRANSMISSORES (sobretudo SEROTONINA E
NORADRENALINA) na fenda sináptica, mas por
Antidepressivos Tricíclicos
motivos/gatilhos ainda não bem explicados ou -MECANISMO DE AÇÃO: BLOQUEIA A RECAPTAÇÃO de
estabelecidos → Redução de atividades centrais NORADRENALINA E SEROTONINA pelas terminações nervosas
• ATUAÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS: Aumento das através de sua competição pelo sítio de ligação das
monoaminas (neurotransmissores) na fenda PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS (NET E SERT) → Com isso,
sináptica potencializam a transmissão pela noradrenalina e
serotonina

Classes dos Fármacos -PRINCIPAIS EXEMPLOS:


-1ª GERAÇÃO: São pouco usados porque apresentam mais • Amitriptilina → Mais comum
EFEITOS COLATERAIS → Geralmente, só são usados quando • Imipramina
o paciente não apresenta boa resposta aos antidepressivos • Desipramina
de 2ª geração • Nortriptilina
• Inibidores da monoaminoxidase (iMAO) • Clomipramina → É mais seletiva para a recaptação
• Antidepressivos tricíclicos (ATCs) de serotonina
-2ª GERAÇÃO: • Maprotilina
• Inibidores seletivos da recaptação da serotonina -FARMACOCINÉTICA:
(ISRS) → Classe MAIS COMUM • VIA DE ADMINISTRAÇÃO: VO
• Inibidores da recaptação de serotonina e • MEIA VIDA: 8-80h
noradrenalina (ISRSN) • METABOLIZAÇÃO: 7% dos pacientes apresentam
-OUTROS FÁRMACOS (“3ª GERAÇÃO”): Considerados, por metabolização lenta devido a uma enzima CYP
alguns autores, como “3ª geração”: variante
• Inibidores seletivos da recaptação de -EFEITOS ADVERSOS: Vários (por isso não são primeira
noradrenalina (ISRN) escolha), porque também atuam em receptores
• Inibidores da recaptação de dopamina e histamínicos, muscarínicos e α1
noradrenalina • EFEITOS ANTI-HISTAMÍNICOS: Sonolência
• Antagonistas de receptores de noradrenalina e importante
serotonina • EFEITOS ANTIMUSCARÍNICOS: Boca seca, visão

Características Gerais do Tratamento •


borrada, constipação intestinal, retenção urinária
EFEITOS ANTIADRENÉRGICOS α1: Hipotensão
-“DEFASAGEM TERAPÊUTICA” NO INÍCIO DO ortostática, taquicardia reflexa, arritmias
TRATAMENTO: Efeitos vão ocorrendo de FORMA cardíacas
CUMULATIVA (neurotransmissor vai sendo acumulado na • POR ISSO NÃO SÃO MUITO USADOS: Geralmente,
fenda sináptica) e geralmente só são manifestados após 3-4 só é utilizado em tratamentos pelo SUS ou quando
semanas do tratamento o paciente não responde a outras classes de
fármacos
62
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

• Redução da libido
Inibidores da MAO
• Perda de peso temporária (principalmente na
-MECANISMO DE AÇÃO: Inibição irreversível ou reversível fluoxetina, porque inibe o apetite)
da MAO, sobretudo da MAO A → Provoca como efeito final o
• Ganho de peso devido à astenia (principalmente na
aumento do neurotransmissor na fenda sináptica
paroxetina)
• OBS - ENZIMA MAO: Faz degradação de
• Insônia (principalmente na fluoxetina e sertralina)
catecolaminas/monoaminas endógenas
→ Justifica a necessidade de tomar a medicação
(noradrenalina, serotonina, dopamina) e exógenas
no turno da manhã. Geralmente é resolvido com
(tiramina)
associação a algum benzodiazepínico para induzir
o MAO A: Metaboliza preferencialmente
ao sono
noradrenalina e serotonina
• Aumento do sono (principalmente na fluvoxamina
o MAO B: Metaboliza preferencialmente
e paroxetina)
dopamina
• Síndrome da interrupção (irritabilidade, mal-estar,
-PRINCIPAIS EXEMPLOS: Os que atuam sobretudo sobre a
agitação, alteração do padrão de sono) → Justifica
MAO A
a necessidade do DESMAME do medicamento
• Fenelzina
• Tranilcipromina Inibidores da Recaptação de Serotonina e
• Moclobemida
-EFICÁCIA: Equivalente aos antidepressivos tricíclicos, mas
Noradrenalina
menos usados devido a sua toxicidade e interações -MECANISMO DE AÇÃO: Inibição da recaptação de
medicamentosas e alimentares serotonina e noradrenalina → Mesmo mecanismo dos
-EFEITOS ADVERSOS: Geralmente, só é usado em pacientes antidepressivos tricíclicos, mas sem atuar em receptores
refratários a outros tratamentos com antidepressivos indesejáveis
• RISCO DE REAÇÃO A QUEIJO E BEBIDAS -PRINCIPAIS EXEMPLOS:
FERMENTADAS: Geralmente, esses alimentos • Venlafaxina → Efeito prolongado porque possui
apresentam altos níveis de tiramina (que é metabólito ativo (desvenlafaxina)
naturalmente degradada pela MAO) → O bloqueio • Desvenlafaxina
da MAO provoca aumento da tiramina, provocando • Duloxetina
resposta hipertensiva e cardiovascular intensa • Milnacriprano
(induz à liberação de noradrenalina e adrenalina) -EFEITOS ADVERSOS: Muito menores que os antidepressivos
• SÍNDROME SEROTONINÉRGICA: Quando associados tricíclicos porque o bloqueio de receptores autonômicos é
a outro antidepressivo que aumente os níveis de mais seletivo
serotonina → O grande acúmulo de serotonina • Cefaleia
provoca taquicardia, sudorese, agitação, tremores • Tontura
• OUTROS EFEITOS ADVERSOS: Hipotensão postural, • Perda de apetite
ganho de peso, agitação, insônia • Insônia ou sonolência
Antidepressivos de 2ª Geração • Redução da libido
• Sudorese intensa
Inibidores Seletivos da Recaptação de Outros Antidepressivos de Destaque
Serotonina (ISRS) -BUPROPIONA (BUP):
• MECANISMO DE AÇÃO: Inibição da recaptação de
-MECANISMO DE AÇÃO: Inibição da recaptação de dopamina (principalmente) e noradrenalina
serotonina (apenas dela) → Provoca como efeito final o • USOS: Usada principalmente na dependência de
aumento da concentração de serotonina na fenda sináptica nicotina e transtornos alimentares. Geralmente
• CLASSE DE ANTIDEPRESSIVO MAIS USADA: Como não é usada para tratamentos de depressão
só atuam nos receptores de serotonina, os efeitos • EFEITOS COLATERAIS: Possuem menor efeito
adversos são muito menores colateral sexual
-PRINCIPAIS EXEMPLOS: -REBOXETINA:
• Fluoxetina → Possui metabólito ativo, justificando • MECANISMO DE AÇÃO: Inibição seletiva da
seu efeito mais prolongado recaptação de noradrenalina (ISRN)
• Paroxetina • USOS: Geralmente só é mais usada em contextos
• Citalopram de apatia e perda de interesse em atividades
• Escitalopram -MIRTAZAPINA:
• Sertralina • MECANISMO DE AÇÃO: Antagonista de receptores
• Fluvoxamina adrenérgicos alfa-2 pré-sinápticos e de receptores
-USO REPETIDO: Reduz a expressão dos transportadores de 5-HT2 da serotonina
serotonina (SERT), resultando em menor depuração e maior • USOS: Eficazes no tratamento da insônia
transmissão da serotonina
-EFEITOS ADVERSOS: São mais suaves e só são mais
prevalentes nos 6 primeiros meses, tendendo a reduzir com
o aumento do tempo devido à adaptação fisiológica

63
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Analgésicos Opioides Usos Terapêuticos


-ANALGÉSICOS FORTES:
-OPIÁCEO: Qualquer composto relacionado estruturalmente com os
produtos encontrados no ópio (termo para o extrato da Papaver • Morfina
somniferum) → Inclui todos os alcaloides vegetais naturais (como • Metadona
morfina, codeína, etc.) • Fentanil e derivados (alfentanil, remifentanil...)
-OPIÓIDE: Compostos relacionados ao ópio, independentemente de (100x+ potente que a morfina)
sua estrutura química
• Meperidina
-PEPTÍDEOS OPIÓIDES ENDÓGENOS: Encefalinas/endorfinas
• Hidomorfona
-MECANISMO DE AÇÃO: Atuam em RECEPTORES OPIOIDES
• RECEPTORES OPIOIDES: Receptores acoplados à proteína
• Petidina
G. Os tipos são: -ANALGÉSICOS LEVES A MODERADOS:
o Mu (μ) • Codeína
o Kapa (κ) • Oxicodona
o Gama (γ) • Propoxifeno
• OBS: NÃO se relacionam com prostaglandinas
• Tramadol
(diferenciando-se do efeito analgésico dos anti-
-ANTIDIARREICO: Loperamida
inflamatórios)
-ANTITUSSÍGENOS:
Efeitos • Codeína
• Levopropoxifeno
Efeitos no SNC • Noscarpina
-ANALGESIA: Atua principalmente em dores mais intensas • Dextrometorfano
não resolvidas por anti-inflamatórios
• Mais eficaz na DOR CONTÍNUA do que na dor aguda
Principais Fármacos
• Efeito analgésico é variável com a dose (relacionado com -MORFINA: Referência dos opioides
a intensidade percebida e pelo componente afetivo da • Sofre efeito de 1º passagem quando administrada
dor, a depender da sensibilidade à dor de cada indivíduo)
por VO
• Sugere-se que haja redução de liberação de
neurotransmissores na fenda sináptica por interferência
• Meia-vida curta de ~2h
nos canais de cálcio • Pouca passagem pela barreira hematoencefálica
-EUFORIA E SEDAÇÃO (SONOLÊNCIA): Mecanismo ainda não (baixa lipossolubilidade)
esclarecido. Sugere-se influência do sistema • Produz metabólitos ativos
dopaminérgico. Cria tolerância e é uma das classes que • Não há padrão de limite máximo de dose para
mais causam dependência química pacientes oncológicos
-DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA: Raramente ocorre com doses • CASO DA CODEÍNA: É metabolizada, em pequeno
analgésicas (desde que não haja outras variáveis) percentual, à morfina → Acredita-se que o efeito
• MORTES POR INTOXICAÇÃO DE OPIOIDES: Normalmente analgésico da codeína se deva à morfina
se devem à parada respiratória -FENTANIL:
-SUPRESSÃO DA TOSSE (ANTITUSSÍGENOS): Deprimem o • Origem sintética
reflexo da tosse (ação no centro bulbar da tosse) • IMPORTÂNCIA NA ANESTESIA: Em altas doses,
• CODEÍNA: Possui mais efeito antitussígeno, mas é também possui potencial anestésico. Pouco tempo
metabolizada em morfina (apesar de apresentar poder de
para produzir efeito analgésico máximo e curta
analgesia reduzida)
duração. Geralmente é associado ao midazolam
-MIOSE: Ação parassimpática
(que é sedativo, mas não analgésico)
-NÁUSEAS E VÔMITOS: Estimulação direta do bulbo →
• ~100x mais potente que a morfina (promove mais
Justifica a necessidade de associar com algum antiemético
analgesia)
Efeitos Periféricos • Baixa absorção por VO → Só é feito via intravenosa
-SISTEMA CARDIOVASCULAR: A maioria não possui efeitos • Atravessa a barreira hematoencefálica (também
cardiovasculares causando efeito sedativo)
• EXCEÇÃO: Meperidina, que provoca taquicardia devido -TRAMADOL:
aos efeitos antimuscarínicos • Análogo sintético da codeína
-SISTEMA GASTRINTESTINAL: Constipação intestinal → • Usado para dores brandas e moderadas
Geralmente, associa-se com fármacos que aumentem a • Acredita-se que parte do seu efeito seja pela
motilidade intestinal para compensar inibição da captação de noradrenalina e serotonina
-PRURIDO: Devido à degranulação mastocitária → NÃO é • VO ou injetável
necessariamente devido a reação alérgica -LOPERAMIDA:
Efeitos Indesejados •

Reduz a motilidade do TGI
Pouca passagem pela barreira hematoencefálica,
-PRINCIPAIS EFEITOS INDESEJADOS: praticamente não possui efeito central
• Tolerância e alta dependência • Baixa absorção por VO
• Constipação intestinal • Meia vida de 7-14h
• Prurido
• Pouca tolerância e dependência (porque tem
• Náusea e vômitos
pouca passagem na barreira hematoencefálica)
• Depressão respiratória (quando em altas doses)
64
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Antagonistas Opioides (Antídotos)


-ANTAGONISTAS OPIOIDES:
• Naloxona
• Naltrexona
-MECANISMO DE AÇÃO: Competição de receptores opioides
• AÇÃO: Revertem imediatamente os efeitos de
depressão respiratória e sedativa
-EM PACIENTES DEPENDENTES: Desencadeiam a SÍNDROME
DE ABSTINÊNCIA que começa alguns segundos após a
administração e dura ~2h → Nesses casos, é comum
associar o antídoto com algum fármaco ansiolítico para
atenuar a síndrome de abstinência
-VIA ORAL: Boa absorção, mas sofre alta metabolização
hepática de primeira passagem → A administração
parenteral é preferível

REFERÊNCIAS
Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações

65
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Fármacos do SNC: Antiparkinsonianos, Neurolépticos, Antiepilépticos


Fármacos Antiparkinsonianos Fármacos Antiparkinsonianos
-BASEADO EM:
Doença de Parkinson •

Precursores de dopamina (principalmente levodopa)
Anticolinérgicos (biperideno)
-PARKINSONISMO: Distúrbio neurológico progressivo e • Inibidores da MAO (selegilina)
incapacitante do movimento muscular • Agonistas dopaminérgicos
• NÃO HÁ CURA: O tratamento é sintomático Precursores de Dopamina (Levodopa)
-SÍNDROME CLÍNICA EM TRÍADE: Paciente apresenta 3
principais características: -LEVODOPA: Precursor metabólico da dopamina que
consegue atravessar a BHE e se converter em dopamina à
• TREMOR: Achado característico da doença quando
nível central → Restaura o nível de dopamina no centro
o paciente está em repouso, afetando
extrapiramidal
principalmente extremidades. Piora com a emoção
• POR QUE A DOPAMINA NÃO PODERIA SER USADA COMO
e desaparece ao sono
TRATAMENTO? Porque ela não atravessa a BHE
• BRADICINESIA: Lentidão e pobreza dos -FARMACOCINÉTICA:
movimentos, com dificuldade de iniciar
• VIA DE ADMINISTRAÇÃO: Pode ser via oral
movimentos e alteração na marcha e na máscara
(consegue ser absorvida no intestino delgado),
facial (perda de expressão facial)
preferencialmente durante os intervalos entre
• RIGIDEZ MUSCULAR: Aumento do tônus muscular refeições
• TEMPO DE MEIA-VIDA: 1-3h
• PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA: 1-2h após
a administração
• ELIMINAÇÃO: Convertida em dopamina e
excretada pelos rins
-CONVERSÃO EM DOPAMINA: Ocorre pela enzima DOPA-
DESCARBOXILASE à nível central e periférico (causando
efeitos adversos)
-CAUSAS: Não se sabe a causa exata, mas observa-se que • LEVODOPA ISOLADA: É descarboxilada na periferia
há um DESEQUILÍBRIO da ação da DOPAMINA (INIBITÓRIA) e transformada em dopamina, causando efeitos
com a ACETILCOLINA (EXCITATÓRIA) por uma queda de adversos e reduzindo a oferta de dopamina ao SNC
dopamina (fazendo com que haja acetilcolina em excesso) • ASSOCIAÇÃO LEVODOPA + CARBIDOPA: A
principalmente à nível de substância negra e striatum carbidopa bloqueia a descarboxilação da dopamina
• PARKINSON PRIMÁRIO/IDIOPÁTICO: Incidência na periferia por inibir a enzima dopa-
aumenta com o aumento da idade descarboxilase, de modo que a maior parte da
• PARKINSON SECUNDÁRIO: Induzido por toxinas, concentração de levodopa seja ofertada à nível de
infecções, medicamentos, causas vasculares, SNC → Só age à nível periférico, pois a carbidopa
traumas, tumores não atravessa a BHE

Tratamento
-NÃO HÁ CURA: O objetivo do tratamento é, basicamente,
manter a autonomia do paciente a fim de melhorar sua
qualidade de vida
• SINTOMATOLOGIAS LEVES: Não há necessidade de
uso de medicações, já que a autonomia costuma
estar mantida
• MEDICAMENTOS SINTOMÁTICOS: Amenizam os
sintomas, mas não reverte a degeneração e a -INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
progressão da doença • ANTIPSICÓTICOS: Bloqueiam receptores de
-ESCOLHA DO FÁRMACO: De acordo com o estágio da dopamina, podendo anular os efeitos da levodopa
doença e o nível de resposta do paciente ao fármaco • RESERPINA: Reduz as reservas centrais de
-PACIENTES SEM TRATAMENTO: dopamina
• PROGRESSÃO DA DOENÇA: De 5-10 anos (estágio • FENITOÍNA: É indutor enzimático e reduz a
rígido, acinético, perda de autonomia) eficácia da levodopa por acelerar sua
• MORTE: Como resultado de complicações da metabolização
imobilidade, pneumonia de aspiração, embolia • INIBIDORES DA MAO: Também provoca a maior
pulmonar permanência da levodopa à nível central, podendo
gerar crises hipertensivas → Para ser usado, deve
haver suspensão com no mínimo 14 dias de
antecedência
66
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-EFEITOS COLATERAIS: • CAUSAS: Ainda desconhecidas


• TGI: Anorexia, náuseas, vômito • CARACTERÍSTICAS: Presença de alucinações
• CARDIOVASCULAR: Principalmente quando a (vozes), ilusões, mania, delírio, depressão,
administração é feita na forma de levodopa isolada distúrbios cognitivos e fala
• ALTERAÇÃO MENTAL E DISTÚRBIOS • EPIDEMIOLOGIA: Atinge 1% da população, 10%
NEUROLÓGICOS morrem por suicídio, reduz acentuadamente a
-CONTRAINDICAÇÕES: qualidade de vida e produtividade → Sobrecarga
• Insuficiência renal, cardíaca e hepática para a família/sociedade e gera grandes custos
• Alterações mentais e distúrbios neurológicos humanos e financeiros
• Psicoses • ACREDITA-SE QUE HAJA COMPONENTE
• Gravidez GENÉTICO: Provoca anomalias bioquímicas
• Glaucoma fundamentais
• DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA: O paciente
Anticolinérgicos (Biperideno) esquizofrênico geralmente é um indivíduo normal
-JUSTIFICATIVA: Porque, devido à redução de dopamina, na infância, de modo que os surtos costumam
ocorre desproporção gerando uma hiperatividade funcional surgir durante o fim da adolescência e início da
do sistema colinérgico → A redução da atividade fase adulta
colinérgica reduz o desequilíbrio entre acetilcolina -SINTOMATOLOGIA:
(excitação) e dopamina (inibição) • SINTOMAS POSITIVOS: Delírios, alucinações,
-PRINCIPAL EXEMPLO: Biperideno incoerência do pensamento, alterações afetivas,
Inibidores da MAO (Selegilina) alterações psicomotoras → Mais comuns em surtos
psicóticos agudos
-SELEGILINA: Inibidor seletivo da MONOAMINOXIDASE B
• SINTOMAS NEGATIVOS: Embotamento afetivo,
(metaboliza a dopamina), mas não da monoaminoxidase A
pobreza de discurso, incoerência do conteúdo do
(metaboliza noradrenalina e serotonina) → A inibição da
discurso, distração, isolamento social → Presentes
metabolização provoca aumento da concentração da
cronicamente
dopamina no SNC
-TEORIA DOPAMINÉRGICA: Sustenta-se por 2 principais
Agonistas Dopaminérgicos (Bromocriptina) motivos:
-JUSTIFICATIVA: Estimula os receptores dopaminérgicos do • Há uma maior densidade de receptores em
SNC, SCV e TGI, facilitando a atuação da dopamina cérebros esquizofrênicos não tratados
• OBS: Em pacientes que não respondem à levodopa, • Percebe-se que o aumento da atividade
há uma discreta resposta quando administrado um dopaminérgica (anfetaminas, levodopa...) agrava a
agonista dopaminérgico esquizofrenia
-PROVOCA MUITOS EFEITOS ADVERSOS: Efeitos colaterais
semelhantes ao da levodopa isolada, pois atua nos
Fármacos
receptores dopaminérgicos tanto à nível central quanto à
nível periférico
Neurolépticos Clássicos/Típicos
-PRINCIPAL EXEMPLO: Bromocriptina -NEUROLÉPTICOS CLÁSSICOS/TÍPICOS: Tratamento de
SINAIS E SINTOMAS POSITIVOS da esquizofrenia (ilusões,
Neurolépticos alucinações, desordens cognitivas...)
-MECANISMO DE AÇÃO: Bloqueio de receptores D2 do
-NEUROLÉPTICOS: Fármacos que incluem: sistema mesolímbico cerebral
• Antiesquizofrênicos • OBS: Também consegue atuar à nível de
• Antipsicóticos receptores histamínicos (efeito anti-histamínico),
• Tranquilizantes maiores muscarínicos e α1
-TEORIA DOPAMINÉRGICA: É perceptível que pacientes
psicóticos não tratados possuem uma maior expressão de
receptores dopaminérgicos
-O TRATAMENTO É SINTOMÁTICO: Não elimina a doença,
apenas auxilia na socialização do paciente psicótico
-PRINCIPAIS TIPOS DE ANTIPSICÓTICOS:
• ANTIPSICÓTICOS CLÁSSICOS/TÍPICOS: Bloqueio de
receptores dopaminérgicos
• ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS: Bloqueio de
receptores serotoninérgicos
-FÁRMACOS DE ALTA POTÊNCIA:
Esquizofrenia • Haloperidol
-ESQUIZOFRENIA: Tipo mais comum de psicose. Doença • Trifluoperazina
mental crônica e incapacitante associada a disfunção -FÁRMACOS DE BAIXA POTÊNCIA:
cerebral intrínseca (hiperatividade de neurônios • Tioridazina
dopaminérgicos mesolímbicos). Necessita de tratamento • Clorpromazina
medicamentoso à longo prazo

67
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

-APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
• PREVENÇÃO DE NÁUSEAS E VÔMITOS: Tratamento
de náuseas produzidas por fármacos e náuseas
emocionais (pelo efeito sedativo e anti-
histamínico)
• TRANQUILIZANTES: Manejo do comportamento
agitado e agressivo
• DOR CRÔNICA: Quando em ansiedade severa
• SOLUÇO CRÔNICO: Principalmente com
clorpromazina
-FARMACOCINÉTICA:
• ADMINISTRAÇÃO: IM ou IV para ação mais rápida
• METABOLIZAÇÃO: Pelo sistema enzimático
hepático P450
• CONSEGUE ATINGIR O CÉREBRO: Possui grande
volume de distribuição e liga-se a proteínas
plasmáticas
• DECANOATO DE HALOPERIDOL: Efeito prolongado Fármacos Antiepilépticos
(3 meses), útil em pacientes problemáticos com o

-AÇÕES:
tratamento
Epilepsia
• ANTIPSICÓTICA: Reduz alucinações e agitação -EPILEPSIA: Envolve alterações elétricas e na condução do
associada a esquizofrenia → Efeito sedativo e impulso elétrico. Trata-se de descargas neuronais que
reduz a atividade física espontânea resultam do disparo de pequena população de neurônios em
o OBS: NÃO reduz a capacidade intelectual do algumas áreas específicas do cérebro (foco primário)
paciente e a incoordenação motora é mínima • EPIDEMIOLOGIA: Disseminada na população de um
• EXTRAPIRAMIDAL: Provoca sintomas modo geral. Mais comum no Sul pelo hábito de
parkinsonianos (tremores), acatisia (agitação ingerir carnes mal passadas (relacionado à
motora), discinesia tardia (postura inapropriada do neurocisticercose)
pescoço, tronco e membro) devido ao bloqueio dos • PROVOCA ALTERAÇÕES CONVULSIVAS
receptores dopaminérgicos da região da substância RECORRENTES: Ocorre despolarização da
negra e estriato membrana de neurônios cerebrais de modo
• ANTIEMÉTICO repentino, excessivo e desordenado
• ANTIMUSCARÍNICO: Efeitos anticolinérgicos (visão • LOCAL DA DESCARGA: É determinante nos
borrada, boca seca, sedação, confusão mental, sintomas produzidos
inibição da musculatura do TGI e TGU) • TERAPIA COM FÁRMACOS: É amplamente efetivo
Neurolépticos Atípicos no tratamento da epilepsia
-CAUSAS:
-NEUROLÉPTICOS ATÍPICOS: Tratamento dos SINAIS E
• EPILEPSIA PRIMÁRIA: Não há causa anatômica
SINTOMAS NEGATIVOS da esquizofrenia (retraimento,
específica para a crise (traumas ou neoplasias,
embotamento da emoção, reduzida capacidade de
anormalidades hereditárias do SNC...)
relacionamento social...)
o TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: Crônico
-MECANISMO DE AÇÃO: Atua inibindo, além dos receptores
• EPILEPSIA SECUNDÁRIA: Neuroesquistossomose,
típicos, também receptores serotoninérgicos
neurocisticercose, tumores, lesões na cabeça,
hipoglicemia, infecções meníngeas
o TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: Feito
até a correção da causa
-PROGNÓSTICO: Definido como a probabilidade de o
paciente entrar em um período de remissão das crises. A
remissão completa é a meta principal. Com o tratamento
correto, 50-70% dos pacientes evoluem para um bom
prognóstico, com remissão total das crises
• FATORES QUE INFLUENCIAM: Tipo de epilepsia,
etiologia, tipo de crises, tempo de diagnóstico
-CRISE EPILÉPTICA: O socorro básico envolve:
-PRINCIPAIS EXEMPLOS: • Proteger a cabeça da vítima
• Olanzapina • Não manipular a boca da vítima
• Quetiapina • Desapertar a roupa da vítima em volta do pescoço
• Risperidona • Colocar a cabeça da pessoa de lado, com a cabeça
• Paliperidona baixa
• Ziprasidona • Permanecer com a vítima até que ela retorne à
• Clozapina consciência
• Aripiprazol
68
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.
Última modificação em: 28/06/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – FARMACOLOGIA GERAL

Fármacos Antiepilépticos
-TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: Costuma ter uma boa
efetividade

-MECANISMO DE AÇÃO: Bloqueio do início da descarga


elétrica da área focal e inibição da difusão da descarga
elétrica anômala para as áreas cerebrais adjacentes
Principais Mecanismos de Ação
-POTENCIALIZAÇÃO DA AÇÃO DO GABA: Potencializam a
ativação dos receptores GABA, facilitando a abertura de
canais de cloreto e inibindo a transmissão do impulso
• Fenobarbital
• Benzodiazepínicos
-INIBIÇÃO DA FUNÇÃO DOS CANAIS DE SÓDIO: O sódio não
entra na célula e a despolarização não ocorre → Bloqueiam
a excitação das células que estão disparando
repetitivamente o impulso
• Fenitoína
• Carbamazepina
• Valproato
• Lamotrigina
-INIBIÇÃO DA FUNÇÃO DOS CANAIS DE CÁLCIO: Bloqueiam
especificamente o canal de cálcio tipo T, cuja ativação
acredita-se desempenhar um papel importante na descarga
rítmica associada com as crises de ausência (tipo de crise
convulsiva em que há desligamento de consciência ou olhar
fixo/vago)
• Etossuximida

REFERÊNCIAS
Aulas e slides da professora Andrea Apolinário + minhas anotações

69
P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO!
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares.

Você também pode gostar