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Última modificação em: 08/07/2023 MEDICINA – 2º PERÍODO – PRIMEIROS SOCORROS

Sumário
SOBRE A DISCIPLINA ............................................. 3 MORDEDURAS E ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
..................................................................... 15
MINHA EXPERIÊNCIA COM A DISCIPLINA .............................. 3
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA PELO PROFESSOR (NELSON EM 2022.2) 3 MORDEDURAS ..................................................... 15
Epidemiologia .............................................. 15
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) ...................... 4
Avaliação Clínica ........................................... 15
INTRODUÇÃO ....................................................... 4 Exame Físico ..................................................... 15
Reconhecimento da PCR.................................... 4 Manejo....................................................... 15
PASSO A PASSO DA RCP ............................................ 4 Manejo Geral das Feridas ...................................... 16
SEQUÊNCIA DE MANOBRAS .......................................... 5 Profilaxias ........................................................ 16
Cão/Gato Não Suspeito ...................................... 16
1. Compressões Torácicas .................................. 5
Cão/Gato Suspeito ........................................... 16
2. Abertura de Vias Aéreas ................................ 5 Profilaxia do Tétano ............................................ 16
3. Boa Ventilação ........................................... 6 ANIMAIS PEÇONHENTOS............................................ 16
CICLO E RELAÇÃO COMPRESSÃO/VENTILAÇÃO ....................... 6 Epidemiologia .............................................. 17
DESFIBRILAÇÃO ..................................................... 6 Ofídicos...................................................... 17
EXTRA - ROTEIRO DE PRÁTICA - RCP .............................. 7 Epidemiologia .................................................... 17
Inicialização e Constatação da PCR ......................... 7 Identificação ..................................................... 17
Realização da Manobra ....................................... 7 Manejo ............................................................ 17
Chegada do DEA ............................................... 7 Administração do Soro Antiveneno......................... 18
Acidente Bototrópico (Jararaca) .............................. 18
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL .................................... 8
Acidente Crotálico (Cascavel) ................................. 18
INTRODUÇÃO ....................................................... 8 Acidente Laquético (Surucucu) ................................ 18
Indicações .................................................... 8 Acidente Elapídico (Coral-Verdadeira) ....................... 19
MATERIAIS NECESSÁRIOS ............................................ 8 Escorpiônicos ............................................... 19
TÉCNICA ........................................................... 8 Manejo ............................................................ 19
Posicionamentos............................................. 8 Aracnídicos.................................................. 19
Passo a Passo ................................................ 9 Outros Animais Peçonhentos ............................. 19
PREVISÃO DE INTUBAÇÃO DIFÍCIL ................................... 10 ATLS – AVALIAÇÃO E ATENDIMENTO INICIAIS .............. 20
Escala de Mallampati ...................................... 10
EXTRA - ROTEIRO DE PRÁTICA - IOT.............................. 10 INTRODUÇÃO ...................................................... 20
Verificação e Testagens ..................................... 10 Surgimento do ATLS ....................................... 20
Preparação e Pré-Oxigenação .............................. 10 Epidemiologia .............................................. 20
Manuseando o Laringoscópio e Inserindo o Tubo ......... 10 PREPARAÇÃO ..................................................... 20
Verificações Finais e Finalização ........................... 10 Fase Pré-Hospitalar ........................................ 20
Extubando ..................................................... 10 Fase Hospitalar ............................................. 20
PRIMEIROS SOCORROS EM PEDIATRIA .......................11 ATENDIMENTO PRIMÁRIO........................................... 20
(X) Exsanguinação .......................................... 21
INTRODUÇÃO ...................................................... 11 (A) Vias Aéreas ............................................. 21
Particularidades em ....................................... 11 (B) Respiração .............................................. 21
Relação ao Adulto .......................................... 11 (C) Circulação .............................................. 21
TRAUMAS ESPECÍFICOS ............................................. 11 (D) Disfunção ............................................... 21
Traumatismo Cranioencefálico (TCE) ................... 11 (E) Exposição ............................................... 21
Trauma Torácico e Abdominal ........................... 11 ATENDIMENTO SECUNDÁRIO ........................................ 21
Choque Hemorrágico ...................................... 11 Choque Hipovolêmico ..................................... 22
Afogamento ................................................. 11 PERGUNTAS DO SEMINÁRIO ........................................ 23
Prática (Semelhante à do Adulto) ............................. 11 ATLS e Atendimento Primário............................ 23
Paradas Cardiorrespiratórias (PCR) ..................... 12 Atendimento Secundário .................................. 23
Engasgo ...................................................... 12
ATLS – TRAUMA TORÁCICO .................................... 24
ENGASGO E MANOBRA DE HEIMLICH .........................13
INTRODUÇÃO ...................................................... 24
INTRODUÇÃO ...................................................... 13 LESÃO TRAQUEOBRONQUIAL ....................................... 24
MANOBRA DE HEIMLICH ............................................ 13 PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO ..................................... 24
EXTRA – ROTEIRO DE PRÁTICA - ENGASGO E MANOBRA DE HEIMLICH 14 PNEUMOTÓRAX ABERTO ........................................... 25
Desengasgo no Adulto........................................ 14
HEMOTÓRAX MACIÇO .............................................. 25
Desengasgo no Bebê ......................................... 14
TAMPONAMENTO CARDÍACO ........................................ 25
CONTUSÃO PULMONAR OU ......................................... 26
TÓRAX INSTÁVEL .................................................. 26
RUPTURA TRAUMÁTICA DE AORTA .................................. 26
PERGUNTAS DO SEMINÁRIO ........................................ 26

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ATLS - TRAUMA CRANIENCEFÁLICO (TCE) ..................27 DIAGNÓSTICOS ESPECÍFICOS ....................................... 38


PERGUNTAS DO SEMINÁRIO ........................................ 39
INTRODUÇÃO ...................................................... 27
Epidemiologia .............................................. 27 REVISÃO DE PRIMEIROS SOCORROS .......................... 40
Prognóstico ................................................. 27
Reanimação Cardiopulmonar (RCP) ........................... 40
ANATOMIA RELACIONADA .......................................... 27 Intubação Orotraqueal (IOT) ................................... 40
FISIOLOGIA RELACIONADA .......................................... 28 Primeiros Socorros em Pediatria .............................. 40
Pressão Intracraniana (PIC) ............................... 28 Engasgo e Manobra de Heimlich ............................... 40
Auto-Regulação Cerebral ................................. 28 Acidentes com Animais Peçonhentos ......................... 41
Doutrina de Monro-Kellie ................................. 28 ATLS ............................................................... 41
CLASSIFICAÇÃO DO TCE ........................................... 29 Avaliação Inicial .............................................. 41
1. Preparação ................................................. 41
Por Gravidade da Lesão ................................... 29
2. Triagem .................................................... 41
Escala de Coma de Glasgow (ECG) ............................ 29
3. Avaliação Primária ........................................ 41
Escala de Coma de Glasgow com Resposta Pupilar (ECG-
5. Avaliação Secundária ..................................... 41
P) (Atualização 2018) ........................................ 29
Choque......................................................... 42
ECG Pediátrico ................................................ 29
ATLS - Trauma Torácico ..................................... 42
Classificação do TCE ............................................ 29
ATLS - Trauma Craniencefálico (TCE) ..................... 42
Pela Morfologia............................................. 29
ATLS - Trauma Raquimedular (TRM) ....................... 43
Fraturas de Crânio .............................................. 29
ATLS - Trauma Abdominal................................... 43
Lesões Intracranianas ........................................... 30
Avaliação de Imagem ........................................... 30 ROTEIRO DE PROVA PRÁTICA – PRIMEIROS SOCORROS ... 44
Por Mecanismo da Lesão .................................. 30
Estação de Prancha ............................................. 44
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E REANIMAÇÃO ............................... 30
Inicialização................................................... 44
Principais Elementos ...................................... 31 Retirada do Capacete e Inserção do Colar Cervical ..... 44
Avaliação Secundária ...................................... 31 Manobra de Rolamento em 90º ............................. 44
PROTOCOLOS DE TRATAMENTO ..................................... 31 Manobra de “Zig-Zag” ....................................... 44
Tratamento do TCE Leve (ECG 13-15) ................... 31 Levantamento da Vítima .................................... 44
Avaliação Inicial ................................................. 31 Descida da Vítima ............................................ 44
Diagnóstico ....................................................... 31 Estação de RCP .................................................. 45
Avaliação Secundária ........................................... 31 Inicialização e Constatação da PCR ........................ 45
Tratamento do TCE Moderado ........................... 32 Realização da Manobra ...................................... 45
(ECG 9-12) ................................................... 32 Chegada do DEA .............................................. 45
Estação de Intubação ........................................... 45
Tratamento do TCE Grave (ECG 3-8) .................... 32
Verificação e Testagens ..................................... 45
TRATAMENTO CLÍNICO DO TCE .................................... 32
Preparação e Pré-Oxigenação .............................. 45
TRATAMENTO CIRÚRGICO .......................................... 32 Manuseando o Laringoscópio e Inserindo o Tubo ......... 45
Morte Encefálica ........................................... 33 Verificações Finais e Finalização ........................... 45
PERGUNTAS DO SEMINÁRIO ......................................... 33 Extubando ..................................................... 45
TÓPICOS DO ATLS (10ª ED.) ...................................... 33 Desengasgo e Manobra de Heimlich........................... 46
Desengasgo no Adulto ....................................... 46
ATLS - TRAUMA RAQUIMEDULAR (TRM) .....................34 Desengasgo no Bebê ......................................... 46
INTRODUÇÃO ...................................................... 34
Epidemiologia .............................................. 34
TIPOS DE FRATURA ................................................ 34
ESCALA DE FRANKEL ............................................... 34
SÍNDROMES ESPECÍFICAS ........................................... 35
PERGUNTAS DO SEMINÁRIO ......................................... 35

ATLS - TRAUMA ABDOMINAL ..................................36

INTRODUÇÃO ...................................................... 36
Anatomia Pélvico-Abdominal ............................. 36
MECANISMO DO TRAUMA ........................................... 36
Trauma Fechado/Contuso ................................ 36
Trauma Penetrante ........................................ 36
HISTÓRIA ......................................................... 36
EXAME FÍSICO ABDOMINAL ......................................... 37
Inspeção ..................................................... 37
Ausculta ..................................................... 37
Percussão .................................................... 37
Palpação ..................................................... 37
EXAME DE URETRA, PERÍNEO E RETO ............................... 37
MEDIDAS AUXILIARES NO EXAME FÍSICO ............................. 37
USG Fast ..................................................... 37
Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) .................... 38
Tomografia Computadorizada (TC) ...................... 38
AVALIAÇÃO NO TRAUMA ABDOMINAL E INDICAÇÃO DE LAPAROTOMIA .. 38
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Sobre a Disciplina
-SEMESTRE EM QUE PAGUEI A DISCIPLINA: 2022.2 -APOSTILAS QUE MAIS USEI:
-PROFESSOR EM 2022.2: Nelson Coutinho

Minha Experiência com a


Disciplina
-DISCIPLINA MUITO BOA: Você começa a aprender sobre
procedimentos (reanimação, intubação, atendimento pré-
hospitalar...) ainda no ciclo básico
-NÃO NEGLIGENCIE A DISCIPLINA: Apesar de ter um volume
de conteúdo muito menor do que Anatomia e Fisiologia,
tem detalhes importantes que você precisa saber. Então
não deixe para estudar de última hora
-NÃO BAGUNCEM NAS AULAS: Nelson é muito justo, ou
seja, ele é legal com as turmas que são legais com ele e
carrasco com as turmas que não ajudam nas aulas dele. Se
a turma for barulhenta, faltar muito ou não deixar ele dar
aula direito, pode se preparar que a prova vai vir
extremamente conteudista e cheia de pegadinhas
-GARANTA SUA NOTA NA AV1: A AV2 é bem mais pesada
porque, além de ter a prova prática, também envolve
conteúdos teóricos do ATLS que são dados por seminários
apresentados por grupos de alunos da sala. Como você já
deve saber, didática não é para qualquer um, então pode
ser que você não entenda direito os seminários e não tenha
tempo de ler o ATLS sobre esse assunto que você não
entendeu. NÃO FALTE OS SEMINÁRIOS se não o professor
compensa isso colocando uma prova difícil (como aconteceu
na minha turma)
-A PROVA PRÁTICA É MUITO TRANQUILA: Não precisa ter
medo porque a maioria dos alunos vão muito bem na prova
prática. Geralmente são 3 estações: intubação, reanimação
e prancha. Você faz a prova teórica e sobe, na mesma hora,
para o 9º andar, onde fica aguardando te chamarem.
Quando te chamam, lá na sala vão te colocar
aleatoriamente pra fazer 1 dessas 3 estações. Não é o
professor que fica avaliando você fazer a prova prática, e
sim os monitores :)!!

Bibliografia Recomendada pelo


Professor (Nelson em 2022.2)
-Quando paguei a disciplina, não lembro do professor ter
mencionado alguma bibliografia específica, exceto na AV2,
que tem muito conteúdo do ATLS e ele pede para ler
diretamente o livro do ATLS
-Eu estudava só pelas anotações de aulas, slides e pelas
apostilas dos monitores/veteranos. Pra mim, foi suficiente
-DICA: Para a AV2, se você tiver Sanarflix, as aulas do ATLS
lá são muito boas para entender a base do assunto. O
conteúdo está no módulo de TRAUMA

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Reanimação Cardiopulmonar (RCP)


Introdução Passo a Passo da RCP
-PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR): Interrupção súbita 1. GARANTIR A SEGURANÇA DA CENA: Ter certeza de que
da circulação sistêmica e da respiração o local é seguro para a vítima e para o socorrista realizar a
PCR ≠ RCP manobra de RCP
PCR = Parada Cardiorrespiratória 2. RESPONSIVIDADE: Apresentar-se, chamar a vítima,
RCP = Reanimação Cardiopulmonar ficando de JOELHOS, do LADO DIREITO da vítima. Cruzar os
...
BRAÇOS EM FORMA DE X e bater com as mãos sobre os
A PCR acontece no paciente e você faz a RCP
ombros da vítima (caso ela reaja de modo brusco, o
-FATORES QUE AUMENTAM A SOBREVIDA DA VÍTIMA EM
socorrista não se machuca)
PCR:
• Apresentar-se
• Acesso precoce à vítima
• Chamar pela vítima
• Ressuscitação cardiopulmonar precoce e de
3. VERIFICAR OS SINAIS PRIMORDIAIS DA PCR (VER, OUVIR
qualidade
E SENTIR): Verificar a respiração e o pulso da vítima. Ver
• Desfibrilação precoce
(verificar se há expansão do tórax), ouvir (a passagem de ar
-TIPOS BÁSICOS DE PCR:
pelas narinas) e sentir (a passagem de ar pelas narinas e o
• Parada Cardiorrespiratória Intra-hospitalar (PCRIH)
pulso) ao mesmo tempo. Se a vítima apresentar
• Parada Cardiorrespiratória Extra-hospitalar
irresponsividade, apneia e ausência de pulso, iniciar as
(PCREH)
manobras de RCP
-ADULTOS E CRIANÇAS:
• VER, OUVIR E SENTIR: Colocar a orelha próximo ao
• ADULTOS: Geralmente é uma parada cardíaca que
nariz e boca da vítima, ao mesmo tempo em que
depois evolui para parada respiratória
está com a cabeça virada para o tórax, observando
• CRIANÇAS: Geralmente é uma parada respiratória se há expansão
que evolui para uma parada cardíaca o VER: Verificar se há expansão do tórax
OUVIR: Ouvir o som da passagem de ar pelas
Reconhecimento da PCR o
narinas
o SENTIR: Sentir a passagem de ar pelas narinas
-IDENTIFICAÇÃO DA PCR: Vítima
e o pulso ao mesmo tempo
• Desacordada (não é certeza de PCR)
• VERIFICAR PULSO CENTRAL: Carotídeo e/ou
• Sem respiração (apneia) ou com respiração agônica
femoral
(gasping)
• VÍTIMA RESPIRANDO E COM PULSO: Não é PCR,
• Sem pulso
não havendo necessidade de RCP. Apenas chamar
-SOCORRISTAS LEIGOS: Devem imediatamente chamar por
por ajuda
ajuda e ligar para o SAMU (192) sempre que encontrar a
vítima arresponsiva
-EM AMBIENTE HOSPITALAR: Ao identificar a vítima
arresponsiva, deve solicitar ajuda nas proximidades, avaliar
a respiração e o pulso central e em seguida acionar o
Serviço Médico de Emergência (SME)

Vítima apresentando IRRESPONSIVIDADE, APNEIA e AUSÊNCIA DE


PULSO → Iniciar imediatamente as manobras de RCP

4. PEDIR AJUDA SE A VÍTIMA NÃO RESPONDER: Assumir a


liderança da situação, gritar por socorro, pedir auxílio à
equipe médica ou DELEGAR alguém para ligar para o SAMU
(192), dizendo que há um CASO DE PCR e SOLICITAR O DEA
(Desfibrilador Automático Externo)
• DEA: O equipamento é automático e informa se o
ritmo é chocável ou não, aplicando o choque caso
o ritmo seja chocável
• OBS: Locais com muitas pessoas (shoppings,
aeroportos, cinemas, faculdades) geralmente
possuem DEA próprio. Se possuir, já pede pra
trazer o mais rápido possível e liga pro SAMU
mesmo assim

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5. INICIAR A MANOBRA DE RCP IDEALMENTE COM 2 • FORÇA: Não deve ser feita com o braço, mas sim
SOCORRISTAS: Fazer 30 COMPRESSÕES seguida de 2 com o PESO DO CORPO DO PRÓPRIO SOCORRISTA.
VENTILAÇÕES. Continuar até que o serviço de emergência O braço não pode dobrar durante as compressões
ou o DEA chegue
6. USAR O DEA ASSIM QUE DISPONÍVEL: Enquanto um
socorrista está realizando a manobra de RCP, o outro
socorrista posiciona as 2 pás do DEA no corpo do paciente
(1 subclavicular e 1 inframamária). A posição das pás é
autoexplicativa (a localização está presente ou no DEA ou
nas próprias pás) e pode ser colocada por qualquer pessoa
leiga
• DEA INDICA RITMO CHOCÁVEL: Parar
imediatamente as compressões, afastar, esperar o
choque do DEA → Continuar realizando
compressões por mais 5 ciclos (ou 2 minutos),
procurar o pulso central para verificar se o
paciente voltou
• DEA INDICA RITMO NÃO CHOCÁVEL: Fazer mais 5
ciclos (ou 2 minutos) e reavaliar com o DEA →
Fazer isso até o ritmo ser chocável

Sequência de Manobras
-****SEQUÊNCIA DE MANOBRAS DE ACORDO COM A
AMERICAN HEART ASSOCIATION: CAB
• C: Compressões torácicas
• A: Abertura de vias aéreas
• B: Boa respiração
-ALTERNÂNCIA DE SOCORRISTAS NA COMPRESSÃO:
1. Compressões Torácicas Idealmente a cada 2 minutos ou 5 ciclos de compressões e
ventilações
-POSICIONAMENTO DO SOCORRISTA: À DIREITA DA VÍTIMA,
de joelhos e pés totalmente no chão (APOIO DE 4 PONTOS). PRA FICAR MAIS FÁCIL DE ENTENDER...
Coluna o mais reta possível
-POSICIONAMENTO DA VÍTIMA: Assegurar que está deitada 1 CICLO = 30 compressões + 2 ventilações
sobre SUPERFÍCIE PLANA E FIRME. Se a superfície não for QUANDO DEVE HAVER ALTERNÂNCIA DE SOCORRISTAS? A cada 5
plana e firme, as compressões não são feitas com qualidade ciclos (que resulta em aproximadamente 2 minutos)
QUAL A FREQUÊNCIA DAS COMPRESSÕES? 100-120 por minuto →
Se somar os 5 ciclos, dá mais ou menos 2 minutos
FORMA PRÁTICA DE SABER A FREQUÊNCIA = Música de Star Wars ou Stayin’ Alive

Resumindo...
Realizar 5 ciclos de 30 compressões/2 ventilações com uma
frequência de 100-120 compressões por minuto.
Os 5 ciclos, se feitos na sequência correta, são finalizados em
aproximadamente 2 minutos =)

-TÉCNICA: Região HIPOTENAR da mão posicionada no


centro do tórax, na metade inferior do esterno (um pouco
2. Abertura de Vias Aéreas
mais à esquerda). A mão dominante geralmente é colocada -TÉCNICA: Hiperextensão cervical e elevação da mandíbula
em cima • ATENÇÃO PARA VÍTIMAS COM SUSPEITA DE
• FREQUÊNCIA ADEQUADA: 100-120 TRAUMA RAQUIMEDULAR: Realizar a protusão
compressões/min. → Seguir as batidas da Marcha mandibular, sem que haja mobilização da cervical
imperial de Star Wars ou da música Stayin’ Alive
• PROFUNDIDADE ADEQUADA: 5-6cm. Deve haver
retorno TOTAL do tórax após cada compressão (o
socorrista deve evitar se apoiar no tórax do
paciente entre as compressões)
• EVITAR O EXCESSO DE VENTILAÇÃO durante as
manobras de RCP
• Deve haver o MÍNIMO DE INTERRUPÇÕES POSSÍVEIS,
com FOCO NAS COMPRESSÕES, e não na ventilação
→ Por enquanto, deve haver baixa preocupação
com ventilação
• Compressões não podem ser interrompidas
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3. Boa Ventilação Desfibrilação


-TÉCNICA:
-DESFRIBILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA):
• Socorrista atrás do paciente (no caso, o socorrista
• Posicionar as pás autoadesivas no tórax, conforme
2 que estará ventilando)
ilustração impressa nas pás (geralmente nas
• Elevação da mandíbula (com hiperextensão
localizações INFRACLAVICULAR E INFRAMAMÁRIA)
simultânea)
• Garantir que o TÓRAX ESTEJA SECO e sem pelos
• Apreender os arcos da mandíbula com as pontas
• Aplicar apenas 1 choque por vez
dos dedos, enquanto a mão é posicionada na face
• Reiniciar RCP imediatamente após o choque e
da vítima formando as letras “C” (com o polegar e
reavaliar a vítima a cada 5 ciclos ou 2 min. de
o indicador) e “E” (com o restante dos dedos,
compressão
tracionando embaixo do queixo do paciente ao
mesmo tempo em que eleva a mandíbula)
-DISPOSITIVO VENTILATÓRIO: Bolsa-válvula
máscara/Ambu. Deve estar devidamente montado com
máscara, reservatório e extensão de O2. Conectá-lo à fonte
de O2 assim que disponível

Ciclo e Relação
Compressão/Ventilação -DESFIBRILADOR: Uso hospitalar
• Aplicar gel condutor nas pás
-**VÍTIMAS ADULTAS SEM VIA AÉREA ARTIFICIAL: Ciclo de • Utilizar a carga máxima
30 COMPRESSÕES E 2 VENTILAÇÕES de forma sincronizada. • Reiniciar RCP imediatamente após o choque e
Cada ventilação NÃO DEVE DURAR MAIS DE 1S depois reavaliar a vítima a cada 5 ciclos ou 2 min.
• Focar nas compressões, ventilar quando possível de compressão
• Respiração BOCA A BOCA NÃO É OBRIGATÓRIO. Se
mesmo assim quiser fazer a ventilação e tiver
ambu no local, priorizar o ambu, pois ele é mais
eficaz que a respiração boca a boca

-**VÍTIMAS ADULTAS COM VIA AÉREA ARTIFICIAL: 1


VENTILAÇÃO A CADA 6S de forma ASSÍNCRONA com a
compressão (não interromper a compressão torácica para
ventilar)

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EXTRA - Roteiro de Prática - RCP


Inicialização e Constatação da PCR
1. Verificar a segurança da cena e da vítima
2. Ajoelhar-se à direita do paciente
3. Checar a responsividade da vítima (braços em “X”)
4. Ver, ouvir e sentir (checar o pulso central enquanto ouve a
respiração pelas narinas e observa a expansibilidade da caixa
torácica) e constatar que o paciente está em PCR
5. Delegar funções, pedindo para chamar o SAMU (192) e trazer o
DEA
Realização da Manobra
6. Com a coluna bem reta, posicionar-se com os braços estendidos,
uma mão sobre a outra, na linha intermamilar, um pouco mais à
esquerda e iniciar as compressões (sem dobrar os braços) com a
região hipotenar da mão
7. Realizar 5 ciclos de 30 compressões para cada 2 ventilações (não
obrigatórias. Devem ser feitas com a mão em “C” e em “E”).
Realizar com uma frequência de 100 a 120 compressões por
minuto. Os 5 ciclos totalizam cerca de 2 minutos
8. Garantir que cada compressão tenha a frequência adequada (no
ritmo de Stayin’ Alive ou da marcha imperial de Star Wars), a
profundidade adequada (5-6cm) e que ocorra o retorno completo
do tórax do paciente
Chegada do DEA
9. Assim que o DEA chegar, parar imediatamente as compressões
10. Posicionar as 2 pás do DEA (autoexplicativas), sendo que a
direita é geralmente colocada na região subclavicular e a esquerda
na região do ictus cordis/inframamária
11. Ligar o DEA e esperar os comandos
12. Se indicar ritmo for chocável, afastar todos, esperar o DEA
fazer o choque, realizar mais 5 ciclos de compressão (ou fazer
compressões por +2 minutos) e depois palpar o pulso central
• Se o paciente continuar sem pulso, voltar a fazer a
massagem por mais 5 ciclos ou 2 minutos e depois
colocar novamente no DEA se o ritmo é chocável
• Se o ritmo continuar não chocável, continuar realizando
a massagem até ser chocável ou até o SAMU chegar
• Se após o choque o paciente apresentar sinais de pulso,
continuar fazendo o RCP, reavaliando o pulso
constantemente e aguardando o SAMU

REFERÊNCIAS
Aulas e Slides do professor Nelson Coutinho + minhas anotações
Apostila Primeiros Socorros 2020.2 – Gabriela Brayner
7
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Intubação Orotraqueal
-TUBO OROTRAQUEAL: Utilizar o maior tubo possível que
Introdução caiba no paciente
• MULHER: 7 - 7,5
-CONCEITO: Criação de uma via respiratória artificial por • HOMEM: 7,5 - 8,5
meio da inserção de um tubo orotraqueal na via respiratória
do paciente
-ESCRITA CORRETA: Intubação, e não entubação

Indicações
-GLASGOW: <=8 -FIO-GUIA: Deve estar montado dentro do tubo orotraqueal
-HIPOXEMIA REFRATÁRIA: Hipoxemia que não resolve com
tentativas de tratamentos prévios
-PCR: Parada cardiorrespiratória
-NECESSIDADE DE ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA
PROLONGADA OU CONTROLE DA VENTILAÇÃO PULMONAR:
Caso de anestesias gerais, por exemplo
-EM CONDIÇÕES QUE PODEM CURSAR COM OBSTRUÇÃO DE
VIAS AÉREAS: Anafilaxia (fechamento da glote), infecções,
queimadura de vias aéreas (provoca edema nas mucosas das
vias aéreas)

Materiais Necessários
-PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS: À cargo da equipe de
-SERINGA: Preenchida com 5-10 mL de ar
enfermagem e auxiliares
-FIXADOR DO TUBO OROTRAQUEAL
-LARINGOSCÓPIO: Com luz funcionando
-AMBU COM E SEM MÁSCARA
• LÂMINA: De tamanho igual ou superior à distância


entre o lobo da orelha e o ângulo da boca
TIPOS DE LÂMINA DE LARINGOSCÓPIO:
Técnica
o MACINTOSH: Mais comum
o WISCONSIN Posicionamentos
o MILLER
-POSICIONAMENTO DO PACIENTE:
• DECÚBITO: Dorsal, se possível
• HIPEREXTENSÃO CERVICAL DE ~10CM: Para
maximizar a angulação e facilitar a passagem do
tubo (desmanchar o ângulo de 90º formado na
entrada da traqueia do paciente). Introduzir coxim
sob o músculo trapézio
o NÃO FAZER HIPEREXTENSÃO EM: Crianças
muito pequenas ou pacientes com suspeita de
trauma cervical (cabeça e pescoço devem estar
estabilizados)

-POSICIONAMENTO DO PROFISSIONAL: Atrás da cabeça da


vítima
8
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Passo a Passo
1. RETIRAR ADORNOS SEUS E DO PACIENTE: Verificar,
inclusive, uso de prótese dentária, retirando-a
2. CHECAGEM DE MATERIAIS: Verificar se todos os
materiais estão montados, disponíveis e funcionando
corretamente
• Verificar a luz do laringoscópio
• Testar se o cuff do tubo orotraqueal está
funcionando corretamente 6. AVANÇAR COM O TUBO OROTRAQUEAL: Até, mais ou
3. PRÉ-OXIGENAÇÃO: Pré-oxigenar o paciente por no menos, 22cm (ponto de inserção do balonete)
mínimo 3 minutos (ou até que sua saturação atinja 100%) 7. INSUFLAR O BALONETE: 5-10mL de ar. O balonete
antes do procedimento inflado impede a saída acidental do tubo e garante o fluxo
de ar apenas pelo tubo
4. INTRODUZIR A LÂMINA DO LARINGOSCÓPIO: Segurando • CONSISTÊNCIA: Meio mole, meio duro, gelatinoso
o cabo com a mão ESQUERDA (sempre), entrar no canto (“bubbaloo”). Não hiperinsuflar
direito da boca do paciente acima do lábio inferior,
afastando a língua lateralmente para visualizar a epiglote
• VETOR DE FORÇA FEITO NO LARINGOSCÓPIO: Sempre
em movimento de “brinde”. Não fazer movimento de
alavanca, pois há risco de fratura dentária

8. VENTILAR COM AMBU E VERIFICAR A POSIÇÃO DO


TUBO: AUSCULTA BILATERAL do tórax (ÁPICE E BASE
pulmonar + EPIGÁSTRIO). Verificar se não fez intubação
seletiva (só intubou um dos pulmões)
• INTRODUÇÃO INCORRETA DO TUBO (TUBO NO
ESÔFAGO)? Tirar tubo orotraqueal, descartá-lo e,
utilizando outro, realizar novamente a técnica
5. AVANÇAR COM A LÂMINA DO LARINGOSCÓPIO EM (bactérias da boca podem contaminar a traqueia e
DIREÇÃO CAUDAL: Deslocar a epiglote por meio do os pulmões)
PINÇAMENTO da valécula, até visualizar bem as cordas • INTUBAÇÃO SELETIVA? Apenas subir mais um
vocais pouco o tubo
• VALÉCULA: Pequeno espaço anterior à epiglote 9. FIXAR O TUBO EM POSIÇÃO: Uso do fixador
• OBS MUITO IMPORTANTE: Você deve pinçar a 10. ENCAMINHAR PARA A CAPNOGRAFIA: Analisar a
VALÉCULA e não a epiglote pressão parcial de CO2 durante o ciclo respiratório
11. ENCAMINHAR PARA O RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
Verificar se o tubo está a 2-3cm ACIMA da carina

9
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-CLASSE I: Palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos


visíveis
-CLASSE II: Palato mole, fauce e úvula visíveis
-CLASSE III: Palato mole e base da úvula visíveis
-CLASSE IV: Palato mole totalmente não visível

REFERÊNCIAS
Aulas e slides do professor Nelson + minhas anotações
Transcrição – Yan Lemos
Roteiro de Prática de Primeiros Socorros – Luisa Bagette
Sanarflix

EXTRA - Roteiro de Prática - IOT


Verificação e Testagens
1. Posicionar-se atrás do paciente

Previsão de Intubação Difícil 2. Retirar adornos e estar devidamente paramentado


3. Verificar se todos os equipamentos estão presentes e
funcionando (máscara, lâmina, laringoscópio, tubo orotraqueal
-OBESOS: Gordura e dificuldade de hiperextensão cervical com fio guia, seringa, ambu, fixador)
-BARBA CHEIA E LONGA: Dificuldade de visualização 4. Verificar se a lâmina do laringoscópio é ideal para o paciente
-MACROGLOSSIA: Língua anormalmente grande. Comum em (podendo ser maior, mas nunca menor)
pacientes com Síndrome de Down 5. Testar se o cuff está insuflando corretamente
Preparação e Pré-Oxigenação
6. Realizar a hiperextensão cervical do paciente (exceto em
crianças muito pequenas ou pacientes com suspeita de trauma
cervical)
7. Verificar se é um caso de difícil intubação (escala de
Mallampati)
9. Pré-oxigenar o paciente com o ambu por 3 minutos ou até a
saturação atingir 100% (dedos em “C” e “E”)
-PROGNATISMO E RETROGNATISMO: Osso mandibular com Manuseando o Laringoscópio e Inserindo o Tubo
crescimento excessivamente maior ou menor. Maxila 10. Pegar o laringoscópio com a mão esquerda e lateralizar a língua
protusa ou retraída da direita para a esquerda
11. Pinçar a valécula em um movimento súpero-caudal (nunca de
alavanca)
12. Visualizar as cordas vocais
13. Inserir o tubo orotraqueal (aproximadamente 22 cm)
14. Insuflar o cuff (5-10 mL de ar com a seringa)

Verificações Finais e Finalização


15. Ventilar com o ambu para verificar se a intubação foi feita
-VARIAÇÕES ANATÔMICAS NA ESTRUTURA RESPIRATÓRIA corretamente
16. Auscultar a região epigástrica, polos e bases de cada pulmão
para verificar se o tubo está inserido corretamente e se não houve
-*OBS: Prótese dentária NÃO entra nos itens de difícil
intubação seletiva
intubação. Deve ser observada a presença para que possa
17. Realizar a capnografia (análise da pCO2)
ser retirada 18. Fixar o tubo

Escala de Mallampati 19. Encaminhar para a radiografia de tórax (tubo a 2-3 cm antes da
carina)
-ESCALA DE MALLAMPATI: Define os 4 níveis de dificuldade Extubando
para inserção do tubo orotraqueal 20. Retirar a fixação do tubo
↑ Nível = ↑ Difícil a intubação 21. Desinflar o cuff com a seringa
22. Retirar o tubo orotraqueal

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Primeiros Socorros em Pediatria


-VASOS DO COURO CABELUDO: Muito calibrosos
Introdução -SINTOMAS:
• Não necessariamente apresenta vômito
-TRAUMA: Principal causa de morte na infância (0-13 anos • Convulsão só possui gravidade se for de repetição
completos) • Abaixo de 4 anos, a escala de Glasgow é
-NÃO TRATAR A CRIANÇA "COMO UM ADULTO PEQUENO”: modificada
Não se deve utilizar os mesmos protocolos, pois a anatomia
e as respostas fisiológicas da criança são muito diferentes Trauma Torácico e Abdominal
das do adulto
-ATENDIMENTO À CRIANÇA PRECISA SER DIFERENCIADO: -TRAUMA TORÁCICO: Fraturas de costelas são raras.
Técnicas de psicologia, gentileza, paciência, carinho, Presença de lesões internas (principalmente pulmões,
confiança, tranquilidade coração e grande vasos) mesmo na ausência de fraturas
-TRAUMA ABDOMINAL: Geralmente apresentam lesões
Particularidades em contusas e distensões abdominais que provocam
dificuldades respiratórias. Palpar delicadamente
Relação ao Adulto -DISTENSÃO ABDOMINAL E DIFICULDADE RESPIRATÓRIA:
Indicação para sondagem nasogástrica
-TEMPERATURA CORPORAL: Maior tendência à hipotermia
Maior área de superfície corporal em relação ao seu Choque Hemorrágico
tamanho → Maior troca de calor -MANIFESTA-SE MAIS TARDIAMENTE: Se não tratadas
-MAIOR RISCO DE LESÕES SISTÊMICAS: Lesões em múltiplos precocemente, são letais
órgãos com maior frequência -EVOLUÇÃO: Palidez, hipotermia e cianose
Menor massa corporal em relação ao seu tamanho → -HIPOTENSÃO ARTERIAL:
Energia de impactos absorvida mais intensamente • P.A DO RECÉM-NATO OU PRÉ-ESCOLAR: Abaixo de 70
-VIAS AÉREAS: Não realizar hiperextensão cervical, pois mmHg
causa compressão das vias aéreas. Quanto menor a criança, • P.A EM IDADE ESCOLAR OU ADOLESCENTE: Abaixo de 80
menor a extensão mmHg
-CIRCULAÇÃO: Sinais de choque mais tardiamente (possui
maior reserva fisiológica) Afogamento
• SINAIS DE CHOQUE: -Reconhecimento de vítima, verificar a segurança da cena e
o Pulso fraco e enchimento capilar lento
se posicionar para realizar o processo de RCP
o Taquicardia
-SINAIS E SINTOMAS:
o Palidez, cianose
• Sonolência
o Hipotermia
o Hipoatividade, gemidos • Estado comatoso
o Dificuldade respiratória • Incapacidade de incursões respiratórias
-****FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA EM HOMEOSTASE: • Respiração ofegante sem ventilação
• Vômitos
• RECÉM-NATO: 40 mov. resp./min
• Tosse chiada
• PRÉ-ESCOLAR: 30 mov. resp./min
• Cianose
• ADOLESCENTE: 20 mov. resp./min • HIPOTERMIA: Maior preocupação após a volta do
-****PERDA DE SANGUE: Comparado ao seu tamanho, uma paciente afogado
perda pequena de sangue tem uma porcentagem alta na • PNEUMONIA E BRONCOASPIRAÇÃO: Segunda maior
volemia preocupação após o controle da temperatura da vítima
• TOTAL DE SANGUE NA CRIANÇA: ~80ml/kg Prática (Semelhante à do Adulto)
Perda de 160ml em criança de 10kg = 20% da volemia
-ESQUELETO NÃO TOTALMENTE CALCIFICADO: Comum 1. CHECAR A SEGURANÇA DO LOCAL: Se você não tem
lesões de órgãos internos sem fraturas associadas. Fraturas habilidades de nadar, não deve correr o risco. Deixar que
de costelas raramente acontecem, mas a contusão outro socorrista faça o trabalho
pulmonar é frequente 2. POSICIONAMENTOS POSSÍVEIS: Paciente em decúbito
ventral ou dorsal, mas com o rosto de lado para facilitar o
Traumas Específicos vômito
• SE O ATENDIMENTO FOR FEITO NA PRAIA: Optar por
deixar a cabeça do paciente mais voltada para o mar
Traumatismo Cranioencefálico (TCE) (lado mais baixo da praia)
3. COMPRESSÃO DOS PULMÕES: Pode ser feita de baixo
-PESO DA CABEÇA ELEVADO: Pesa mais que o restante do para cima, apertando bem embaixo das costelas e subindo
corpo, tendendo a sempre cair com a cabeça para baixo até a escápula do paciente. Essa manobra é mais fácil de
(“queda em ponta de lança”) ser feita com o paciente em decúbito ventral (barriga para
• QUANTO MENOR A IDADE, MAIOR A baixo)
DEPROPORÇÃO DA CABEÇA: Maior a chance de
TCE
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Paradas Cardiorrespiratórias (PCR)


-PCR: Elevado risco de hipóxia por PCR
-RCP: Feita com os POLEGARES APOIADOS SOBRE O TÓRAX
do paciente e o RESTANTE DA MÃO SEGURANDO O DORSO
pelo rebordo costal, com o indicador e o dedo médio sobre
o tórax. Ou então semelhante à realizada em adultos (à
depender do tamanho da criança)

Engasgo
-ANTES DE REALIZAR A MANOBRA**: VERIFICAR A
CAVIDADE ORAL para se assegurar que não é possível fazer a
retirada do objeto com a mão
-EXECUÇÃO DA MANOBRA DE HEIMLICH: Mesma usada para
adultos, atrás do paciente e com as mãos presas
firmemente umas às outras sobre o limite inferior do
rebordo costal, pressionando no sentido caudocranial
-RECÉM-NATOS: Segurar de cabeça para baixo em decúbito
ventral sobre a coxa. Bater na porção medial das escápulas
com a parte mais saliente da palma da mão no sentido
caudocranial até que a obstrução seja removida

-OBS – CASOS DE OBSTRUÇÃO PROLONGADA DAS VIAS


REFERÊNCIAS
AÉREAS EM RECÉM-NATOS: Associar a MANOBRA DE
Aulas e slides do professor Nelson Coutinho + minhas anotações
HEIMLICH A 5 COMPRESSÕES TORÁCICAS, repetindo o ciclo
Transcrição Yan Lemos
até a desobstrução para que seja evitado o risco de hipóxia

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Engasgo e Manobra de Heimlich


Introdução
-ENGASGO: Incapacidade de respirar causada por um
bloqueio na garganta ou traqueia
-ASFIXIA: Ocorre quando um objeto ou alimento fica preso
na garganta ou traqueia, bloqueando o fluxo de ar
• PRINCIPAL SINTOMA: Incapacidade de respirar ou
falar. Pode haver tosse. Em casos mais graves,
pode haver cianose
-Também pode ser feita em animais

Manobra de Heimlich
-Envolver os braços entre a caixa torácica e o umbigo da
pessoa engasgada
-Fechar bem uma das mãos, mantendo o polegar de fora
-OBESOS: Manobra com paciente deitado, cabeça sempre
-Segurar o punho com a outra mão, pressionando com
de lado
firmeza para cima (formato de “J”)
-Avaliar se a desobstrução foi concluída e se a vítima voltou
a respirar
-Repetir a manobra até que o objeto seja expulso

-GESTANTES: Fazer mais alto, na altura do esterno, acima


do abdome gestacional

-EM CRIANÇAS OU ADULTOS DE BAIXA ESTATURA:


-FAZER EM SI MESMO: Usar o próprio peso do corpo em
Socorrista deve estar de joelhos para melhor ergonomia
borda de cadeira

-BEBÊS: Apoiar um dos pés em uma região alta. Colocar a


cabeça mais abaixo que o corpo, fazendo um “V” com a
mão (para abrir a boca e o nariz). Aplicar 5 batidas com a
região hipotenar da mão na região interescapular do bebê REFERÊNCIAS
• OBS: Parada respiratória precede parada cardíaca Aulas e slides do professor Nelson Coutinho + minhas anotações
em crianças. 5 batidas atrás, gira, faz 5 Apostila de Primeiros Socorros – Gabriela Brayner
compressões na frente. CHOROU = desengasgou

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EXTRA – Roteiro de Prática - Engasgo e


Manobra de Heimlich
Desengasgo no Adulto
1. Envolver os braços entre a caixa torácica e o umbigo (apêndice
xifoide)
2. Fechar bem uma das mãos, mantendo o polegar de fora
3. Pressionar com firmeza para cima, fazendo movimento de “J”
4. Realizar a manobra até que o objeto seja expulso ou até a
vítima perder a consciência

Desengasgo no Bebê
1. Verificar a boca e o nariz para assegurar de que não é possível
retirar o objeto com as mãos
2. Apoiar os seus pés em uma região mais alta
3. Colocar o bebê com a cabeça mais abaixo do corpo, segurando-a
fazendo um “V” com a mão (para abrir a boca e o nariz)
4. Dar 5 batidas com a região hipotenar da mão na região
interescapular do bebê
5. Girá-lo, e realizar 5 compressões torácicas (dedo indicador e
médio)
6. Refazer a manobra até que o bebê desengasgar

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Mordeduras e Acidentes com Animais Peçonhentos


-ANÁLISE DO FERIMENTO:
Mordeduras • Formato, extensão e profundidade
• Contusa, puntiforme, superficial ou profunda
-PODEM CAUSAR: • Presença de sangramento ativo
• Infecção • Presença de tecido desvitalizado
• Exposição ao tétano • Presença de debris em seu interior
• Raiva -AVALIAÇÃO DA PROBABILIDADE DE INFECÇÃO: Tempo
-FATORES QUE AUMENTAM OS RISCOS DE INFEÇCÃO: médio para sinais e sintomas de infecção por mordida de
• Imunossupressão subjacente (incluindo diabetes) cachorro tende a ser mais longo (~24h) do que por gato
• Mordedura envolvendo a mão ou o pé
(~12h). Presença de febre sensibilidade, eritema, inchaço e
• Mordedura próxima ou em articulação com prótese ou
calor. Pode haver abscesso ou nódulo sensível
enxerto vascular
• Mordedura em extremidade com comprometimento
venoso e/ou linfático subjacente
• Lesão por esmagamento ou perfuração importante
• Mordida de gato (tendem a ser mais profundas)
• Apresentação tardia (>=12h após mordida em
extremidades e >=24h após mordida no rosto)
-CULTURA MÉDIA DE FERIDAS POR MORDIDA: Produz cerca
de 5 tipos de bactérias (aeróbicas e anaeróbicas)
• DEBRIDAMENTO DAS FERIDAS INFECTADAS: Devem ser
enviadas amostras para culturas bacterianas aeróbicas e
anaeróbicas para identificar os patógenos causadores
antes do início da antibioticoterapia

Epidemiologia -EXAMES LABORATORIAIS: Reservados para pacientes com


-MAIORIA SÃO LESÕES AGUDAS: Paciente tende a procurar mordidas infectadas
ajuda médica imediatamente • LEUCOCITOSE E MARCADORES INFLAMATÓRIOS SÉRICOS
-PÚBLICO: Maioria crianças homens ELEVADOS: Podem ou não ser observados em pacientes
-PROGNÓSTICO: Fatalidades são raras com infecção associada à mordida
-PRINCIPAIS ANIMAIS ENVOLVIDOS: Cães (90%), gatos, • CULTURA DE FERIDAS INFECTADAS: Estabelecimento da
roedores microbiologia da infecção e orientação da
antibioticoterapia. NÃO são indicadas em mordidas não
-RAIVA: Transmissão alta apenas em países
infectadas (os resultados não se correlacionam com a
subdesenvolvidos
infecção subsequente)
-LOCAIS FREQUENTES DE MORDEDURA:
-EXAMES DE IMAGEM:
• CRIANÇAS: Geralmente pescoço e cabeça
• MORDIDAS SUPERFICIAIS: Não é necessário para a
• ADOLESCENTES/ADULTOS: Extremidades maioria dos casos
(principalmente mão dominante)
• MORDIDAS PROFUNDAS OU QUE INCLUEM
Avaliação Clínica ARTICULAÇÕES PRÓXIMAS: Radiografia para
avaliar a evidência de corpos estranhos (como
-PROTOCOLO ATLS: Mordedura é considerado trauma dentes), fratura ou ruptura de articulações
• AVALIAÇÃO GLOBAL E SISTEMATIZADA: Protocolo • CRIANÇAS <3 ANOS COM MORDIDA NO COURO
XABCDE CABELUDO DE PROFUNDIDADE INCERTA: Indicada
-HISTÓRIA: a TC da cabeça para avaliar lesões penetrantes
• CIRCUNSTÂNCIAS DO ATAQUE • FERIDAS COM SUSPEIÇÃO DE INFECÇÃO
• INFORMAÇÕES SOBRE O ANIMAL MORDEDOR: Deve SUPERFICIAL: Radiografias simples podem ajudar a
incluir o proprietário, o estado de imunização e a determinar a profundidade da ferida e o potencial
localização atual do animal. Localização típica e
de infecção de tecidos profundos
natureza da lesão varia pela natureza do animal
• INFORMAÇÕES SOBRE A VÍTIMA DA MORDEDURA
• ULTRASSOM À BEIRA DO LEITO: Pode identificar a
• TEMPO DECORRIDO DESDE A MORDIDA: Em geral, presença de um abscesso e facilitar a drenagem
mordidas não tratadas com +6h correm maior risco de
complicações infecciosas Manejo
Exame Físico -AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIAS DE INFECÇÃO:
• Cuidados com a ferida
-GARANTIA DA ESTABILIDADE HEMODINÂMICA DO
PACIENTE • Remoção de corpos estranhos (se houver)
-EXAME DE FERIDAS: Idealmente deve ser feito com o local • Avaliação da necessidade de profilaxia com
limpo de sangue para visualizar estruturas profundas antibióticos, tétano profilaxia e profilaxia da raiva

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-ANTIBIÓTICO DE ESCOLHA: Amoxicilina-clavulanato


Manejo Geral das Feridas • PARA PACIENTES ALÉRGICOS À PENICILINA:
-ANALGESIA Moxifloxacino
-LAVAGEM ABUNDANTE COM ÁGUA E SABÃO: Idealmente
esfregando delicadamente a ferida com uma esponja
macia. Uso de solução salina, iodada ou degermantes
• USO DE AGENTE VIRUCIDA: Solução de
iodopovidona, principalmente se houver
preocupação com exposição à raiva
-EXPLORAÇÃO DA FERIDA: Exploração digital para avaliar
se houve
• Indícios de rupturas de tendão ou fraturas
• Lesão de cápsula articular
• Presença de restos ósseos e dentários
• Impurezas
• Pus e abscessos locais Cão/Gato Não Suspeito
-DEBRIDAMENTO DE TECIDO DESVITALIZADO -ACIDENTE LEVE:
-FECHAMENTO PRIMÁRIO (SUTURA): Controverso:
• Observar por 10 dias
• RECOMENDAÇÃO TRADICIONAL: Não suturar, pelo
• Havendo confirmação da raiva, morte ou
alto grau de contaminação
desaparecimento do animal → 4 doses de vacina
• NOVOS ESTUDOS: Há indicação de sutura em (0-3-7-14)
lesões de baixo risco. Não suturar em lesões de -ACIDENTE GRAVE:
alto risco
• Vacinar 2 doses
• OUTRA OPÇÃO: Reavaliar a ferida em 48-72h e se
• Observar por 10 dias
não houver evidência de infecção, realizar
• Havendo confirmação de raiva, morte ou
fechamento primário tardio
desaparecimento do animal → Completar a
• PROFILAXIA ANTIBIÓTICA: Sugerida para todos os
vacinação (+2 doses) + soro
pacientes submetidos ao fechamento primário
• REAVALIAÇÃO: De 24-48h para avaliar sinais de
Cão/Gato Suspeito
infecção -ACIDENTE LEVE:
• Vacinar 2 doses
• Observar por 10 dias
• Havendo confirmação de raiva, morte ou
desaparecimento do animal → Completar a
vacinação (+2 doses)
-ACIDENTE GRAVE: Vacina completa (4 doses) + soro
Profilaxia do Tétano
-STATUS DE IMUNIZAÇÃO CONTRA TÉTANO: Deve ser
determinado em TODOS os pacientes com feridas

Profilaxias
-VISÃO GERAL:


Vacinação
Observação por 10 dias
Animais Peçonhentos
• Soro -ANIMAIS PEÇONHENTOS: Aqueles que produzem ou
• Profilaxia do tétano modificam algum veneno e possuem algum aparato para
-PROFILAXIA ANTIBIÓTICA: Indicada para feridas de alto injetá-lo na sua presa ou predador
risco: -PRINCIPAIS REPRESENTANTES:
• Lesão em extremidade e com comprometimento • Serpentes
vascular ou linfático • Escorpiões
• Lesão em mãos, face ou área genital • Aranhas
• Lesão por punção profunda ou esmagamento • Lepidópteros (mariposas e suas larvas)
• Mordeduras de gato, morcego ou humana • Himenópteros (abelhas, formigas e vespas)
• Feridas muito próximas a osso ou articulação • Coleópteros (besouros)
(incluindo próteses articulares) • Quilópodes (lacraias)
• Imunossupressos • Peixes
• Acesso tardio ao serviço de saúde • Cnidários (águas-vivas e caravelas)

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Epidemiologia Epidemiologia
-EPIDEMIOLOGIA:
-EPIDEMIOLOGIA: +170 mil acidentes por animais
• Maioria no Norte e Nordeste. Pará como campeão
peçonhentos no Brasil em 2018
de notificações
-LOCAIS MAIS COMUNS: Sudeste asiático, Índia, Brasil (SP e
• Maior em regiões rurais (ausência de EPIs)
MG), algumas regiões da África
• INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE: Maior em épocas
-ACIDENTE MAIS COMUM: Escorpiônicos seguido por aranha
de calor e chuvas, pois há maior atividade
e ofídicos
metabólica das serpentes
-LETALIDADE NO BRASIL: Baixa em geral, sendo que a
• Geralmente são leves
maior letalidade é para abelhas, cascavéis, vespas e
aranhas Identificação
-MESES MAIS COMUNS NO BRASIL: Outubro - abril (maior -DIAGNÓSTICO DO ACIDENTE OFÍDICO:
atividade desses animais)
• DIAGNÓSTICO DE CERTEZA: Reconhecimento do
Ofídicos animal causador. Não é prático ou seguro e não é
necessário
-OFÍDICOS: Acidentes com serpentes o Apenas especialistas devem manipular
-GRUPOS DE SERPENTES COM RELEVÂNCIA MÉDICA NO cobras vivas
BRASIL: 4 grupos: o Até mesmo mortas, cobras podem
• BOTRÓPICO (BOTHROPS): Jararaca (86% dos envenenar manipuladores descuidados
casos) • DIAGNÓSTICO PRESUMÍVEL: Feito pela história,
exame físico e avaliação dos efeitos do veneno no
paciente. Na maioria das vezes, é suficiente para
determinar o soro antiofídico correto
-COBRAS PEÇONHENTAS: Em geral, apresentam:
• Presença de uma fossa na região entre o olho e a
narina, em ambos os lados da cabeça
• Formato triangular da cabeça
• Pupila elíptica
• CROTÁLICO (CROTALUS): Cascavel (10%). Mais • Estrutura da cauda
letal de todos • Presença de presas
o DISTRIBUIÇÃO: Maioria dos acidentes no • Fila única de placas subcaudais
Nordeste e Sudeste
• Presença de chocalho (cascavel)

• LAQUÉTICO (LACHESIS): Surucucu (2%)


o DISTRIBUIÇÃO: Acidentes praticamente
restritos à região Norte, mas a espécie
também pode estar presente na Mata
Atlântica

Manejo
-ABORDAGEM INICIAL:
• ELAPÍDICO (MICRURUS E LEPTOMICRURUS): Coral-
verdadeira (0,8%) • Providenciar, imediatamente, transporte para
local com soro antiveneno
• Paciente deve ser deitado e aquecido
• Remoção de adornos da região acometida
• Lavagem com água e sabão do local da picada
• Pode-se fotografar a serpente, mas nunca a
recolher
• Imobilização do membro com elevação passiva e
articulações estendidas

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-NUNCA FAZER: • Hemorragias (gengivorragia, epistaxe, hematúria,


• Torniquete ou garrote (leva ao aumento do edema sangramento em ferimentos recentes, hemorragia
e da gravidade de lesão local) digestiva)
• Cortar o local da picada ou perfurar ao redor da • Evolução para equimose, abscesso, formação de
picada bolhas e necrose
• Colocar folhas, pós, cafés ou substâncias • Hipotensão e choque periférico em acidentes
contaminantes graves
-CONDUTA PARA TODOS OS CASOS: • Efeitos locais podem levar ao déficit funcional ou
• Lavar local apenas com água ou água e sabão até amputação
• Manter o paciente em decúbito • Risco de insuficiência renal aguda (risco reduzido
• Hidratação adequada se receber soro em até 6h)
• Analgesia e antieméticos conforme necessidade • Atentar-se à síndrome compartimental e
• Levar o animal se disponível necessidades de fasciotomia
• Debridar a ferida -SORO: Anti-botrópico, anti-botropicolaquetico ou anti-
• Profilaxia antitetânica se indicado de acordo com botropicocrotalico
o histórico vacinal do paciente • AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA: Verificada pela
• Antibiótico de rotina não é recomendado normalização da coagulometria em 12-36h após
-EXAMES INICIAIS INDICADOS: sua infusão
• Creatinina
• Eletrólitos
• Troponina
• Hemograma
• TP, TTPA, fibrinogênio
• Urina de rotina
Administração do Soro Antiveneno
-ADMINISTRAÇÃO DE PRÉ-MEDICAÇÕES ANTES DA Acidente Crotálico (Cascavel)
APLICAÇÃO DO SORO ANTIVENENO: Deve-se considerar -PRINCIPAIS AÇÕES DO VENENO:
pré-medicações para evitar reações de hipersensibilidade • MIOTÓXICA E NEUROTÓXICA: Age na junção
ao soro agudas e tardias neuromuscular, inibindo a liberação de
• ADRENALINA: Imediatamente antes da aplicação neurotransmissores e, em menor escala,
do antiveneno como medida mais eficaz bloqueando os receptores da sinapse
• Não há evidências fortes para uso de corticoides e • COAGULANTE: Consumo de fibrinogênio e
bloqueadores histamínicos elevação de TP e TTPA
-DETERMINAÇÃO DO SORO CORRETO: Suficiente com a -SINTOMATOLOGIA:
história clínica e sintomatologia do paciente • Dor e edema discretos ou ausentes ao redor da
-ADMINISTRAÇÃO DO SORO: picada
• Nunca deve ser diluído • Ação neurotóxica, com efeito neuroparalítico
• Aplicado sempre de forma endovenosa (exceto o iniciando na cabeça e progredindo
soro antilatrodectus que é o único de aplicação craniocaudalmente (fácies miastênica, ptose
intramuscular) palpebral, visão turva, diplopia, redução de
• Deve ser feito em 10-30 min sob monitorização reflexos de vômito, disfagia...)
contínua • Parestesia
• Quantidade de ampolas depende de cada serpente • Dor muscular generalizada
e da gravidade do caso • Mioglobinúria/hematúria, colúria
• RECOMENDAÇÕES: Deixar adrenalina e material • Elevação de CK, LDH, TGO e TGP
para intubação próximo ao paciente
• Gengivorragia e outros sangramentos discretos
Acidente Bototrópico (Jararaca) • Risco de insuficiência renal ou respiratória aguda
-PRINCIPAIS AÇÕES DO VENENO: -SORO: Anticrotálico ou anti-botropicocrotalico
• PROTEOLÍTICA: Provoca atividade inflamatória
aguda e intensa próximo ao local da picada
• COAGULANTE: Ativa fatores de coagulação com
consumo de fibrinogênio, plaquetas e formação de
fibrina intravascular
• HEMORRÁGICA: Compromete a integridade do
endotélio vascular. Provoca tempo de coagulação
prolongado
-SINTOMATOLOGIA:
• Dor iniciada logo após a picada com intensidade Acidente Laquético (Surucucu)
variável -Todos devem ser considerados graves e o paciente deve ser
• Sangramento e edema no local da picada, podendo monitorizado obrigatoriamente por 72h
evoluir para todo o membro
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-PRINCIPAIS AÇÕES DO VENENO: -MANEJO GERAL: Na maioria dos casos, o tratamento é


• PROTEOLÍTICA: Provoca atividade inflamatória sintomático
aguda • Analgesia + observação
• NEUROTÓXICA • Soro antiescorpiônico (SAEsc) ou antiaracnídico
• COAGULANTE (SAA) em casos moderados ou graves
-SINTOMATOLOGIA: Hipotensão e alterações no trato -ACIDENTES LEVES: Anestesia local com lidocaína + observação de
gastrintestinal como sintomas característicos 4-6h
-ACIDENTES MODERADOS: 2-3 ampolas de soro antiveneno
• Dor local intensa, edema, equimose, bolhas,
(especialmente crianças) + observação de 24-48h
sangramento no local da picada
-ACIDENTES GRAVES: 4-6 ampolas de soro antiveneno + observação
• Sudorese de 24-48h
• Dor abdominal intensa e distúrbios digestivos
(diarreia) Aracnídicos
• Rebaixamento do nível de consciência
-Acidentes com aranhas são eventos raros
• Diarreia, vômito, bradicardia, hipotensão e choque -DIAGNÓSTICO: Usualmente clínico, baseado na história do
(efeitos vagomiméticos) paciente
• Distúrbios de coagulação -ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA NO BRASIL:
• Disfagia/odinofagia • ARANHA-ARMADEIRA (PHONEUTRIA): Ação
• Risco de insuficiência renal aguda neurotóxica
-SORO: Anti-botropicolaquetico + medidas para o SINTOMATOLOGIA: Maioria dos casos, a
estabilidade hemodinâmica para evitar o choque sintomatologia se limita ao quadro de dor
imediata e intensa, náuseas, vômito e tontura
Acidente Elapídico (Coral-Verdadeira) o TRATAMENTO: Sintomático na maioria dos
-O mais raro dos acidentes ofídicos no Brasil casos
-Todos os acidentes são considerados graves • ARANHA-MARROM (LOXOSCELES): Ação
-PRINCIPAIS AÇÕES DO VENENO: proteolítica, hemolítica e dermonecrótica
• NEUROTÓXICA o SINTOMATOLOGIA: Picada pouco dolorosa,
-SINTOMATOLOGIA: surgimento de lesão endurecida e escura após
várias horas, trombose na microcirculação,
• Dor e parestesia discreta no local da picada
isquemia local e possível necrose tecidual.
• Náuseas e vômitos Necrose cutânea costuma aparecer ~72h após a
• Sudorese picada. Pode provocar colúria
• Paralisia muscular e respiratória o TRATAMENTO: Sintomático. Soro
• Fácies miastênica antiloxosceles (geralmente associado a
• Disfagia e dispneia glicocorticoides) recomendado em caso de
lesões cutâneas extensas
• Oftalmoplegia
• VIÚVA NEGRA (LATRODECTUS):
-SORO: Antielapídico + suporte ventilatório
o SINTOMATOLOGIA: Dor intensa com irradiação
Escorpiônicos para o dorso, tórax e abdome, mialgia,
sudorese, alterações na pressão e nos
-ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA NO BRASIL: batimentos cardíacos, dor ou rigidez abdominal
• TITYUS SERRULATUS (ESCORPIÃO AMARELO): e outros sintomas inespecíficos
Prevalente da Bahia até Paraná. Responsável pela o TRATAMENTO: Cuidados locais, tratamento
maioria dos casos sintomático. Soro intramuscular
• T. BAHIENSIS (ESCORPIÃO MARROM): Presente em todo
país, exceto no Norte Outros Animais Peçonhentos
• T. STIGMURUS: Mais comum do Nordeste -PEIXES: Peixe-sapo e peixe marrom. Termoterapia,
-AÇÃO DO VENENO: Em canais de sódio, provocando analgesia e desbridamento da ferida
despolarização e liberação importante de -ÁGUA-VIVA E CARAVELAS: Lavagem abundante do local
neurotransmissores com a água do mar, aplicar vinagre na ferida. NUNCA usar
-GRAVIDADE: Maioria leve (99% dos casos). Quadros graves água doce ou álcool. Urina funciona
ocorrem em crianças <7 anos e idosos -ABELHAS: Espécies Hymenoptera (abelhas, vespas,
-SINTOMATOLOGIA: Sintomas podem durar 24h, mas são marimbondos, formigas...). Maioria dos casos apenas com
mais intensos nas primeiras horas reação local (leve e transitória). Desfechos graves ocorrem
• Dor local quase imediata por reação alérgica ou ataque maciço (tratamento é de
• Parestesia, eritema e sudorese ao redor da picada suporte). Remoção imediata do ferrão pode reduzir a
• Vômitos, náuseas, taquicardia, taquipneia, infusão do veneno. Não há necessidade de profilaxia de
hipertensão (casos moderados) tétano. Soro antiapílico em estudo
• Manifestações neurológicas, miose ou midríase, -LAGARTAS: Gênero Lonomia com relevância médica
priapismo, aumento de secreções, insuficiência (taturana, lagarta-de-fogo...). Dor local e queimação que
cardíaca, edema agudo de pulmão, choque, tende a regredir em 24h. Tratamento sintomático na
convulsões, coma (casos graves) maioria dos casos. Acidentes moderados ou graves tratados
Manejo com soro antilonômico
REFERÊNCIAS
-EXAMES: Hemograma, glicemia, potássio, sódio, amilase, Sanarflix
creatinoquinase, eletrocardiograma Slides do professor Nelson Coutinho

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ATLS – Avaliação e Atendimento Iniciais


-PRIORIDADE DO TRATAMENTO: Inclui gravidade da lesão,
Introdução possibilidade de sobrevida e recursos disponíveis
-NOTIFICAÇÃO ANTECIPADA AO HOSPITAL RECEPTOR:
Serviço médico de emergência deve notificar o hospital
Surgimento do ATLS receptor que o paciente traumatizado está a caminho,
-TRAGÉDIA EM 1976: Um ortopedista, pilotando seu informando:
próprio avião, sofreu um acidente e sofreu lesões graves, • Idade e sexo do paciente
junto com seus 3 filhos que sofreram traumatismos graves. • Mecanismo de lesão
O tratamento inicial recebido foi inadequado → O cirurgião • Sinais vitais
refletiu que a partir do momento em que é prestado um • Lesões aparentes
atendimento no local, com recursos limitados, melhor é o -OBJETIVOS:
atendimento recebido no primeiro hospital • Notificar o pessoal adicional
-PREMISSA DO CURSO: O atendimento inicial, prestado de • Garantir a disponibilidade de recursos
forma adequada e em tempo hábil, pode melhorar • Preparar a equipe para procedimentos previstos
significativamente o prognóstico do traumatizado grave • Preparar para transfusão sanguínea
-MÉTODO ATLS (ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT –
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA NO TRAUMA): Aceito como Fase Hospitalar
padrão de atendimento ao traumatizado na “primeira hora”
-FASE HOSPITALAR: Planejamento antecipado à chegada
Epidemiologia do doente (soluções cristaloides, equipamentos de
monitorização, radiologia...)
-TRAUMA: Uma das principais causas de mortalidade no -ETAPAS DO ATENDIMENTO PRIMÁRIO:
mundo, sendo uma das maiores causas de incapacidade • Preparação
-CAUSAS MAIS COMUNS DE MORTALIDADE NO TRAUMA: • Triagem
• Hemorragia • Avaliação primária (XABCDE) com reanimação
• Síndrome de disfunção de múltiplos órgãos imediata
• Parada cardiopulmonar • Medidas auxiliares à avaliação primária e à
• Falhas técnicas, lesões perdidas e complicações reanimação
relacionadas a cateteres intravasculares • Considerar a necessidade de transferência do
-“HORA DE OURO”: Enfatiza o aumento do risco de morte doente
e a necessidade de intervenção rápida durante a primeira 1 • Exame secundário (da cabeça aos pés) e história
hora de atendimento após um trauma grave do doente

Preparação •

Medidas auxiliares à avaliação secundária
Reavaliação e monitorização contínua após a
-DIVIDIDA EM: reanimação
• Fase pré-hospitalar • Cuidados definitivos
• Fase hospitalar
Atendimento Primário
Fase Pré-Hospitalar -ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO PRIMÁRIO: De acordo
-FASE PRÉ-HOSPITALAR: O sistema deve ser estruturado de com os ferimentos que representam ameaças mais
forma que o HOSPITAL DE REFERÊNCIA seja notificado antes imediatas à vida, seguindo a ordem do XABCDE:
da chegada da vítima, mobilizando a “equipe de trauma” • X(sanguination): Controle de sangramento
• ÊNFASE: Manutenção de VA, controle de • A(irway): Via aérea e proteção. Garantia de via
hemorragia e choque, imobilização, história aérea e estabilização cervical
-TRIAGEM: Classificação dos doentes de acordo com o tipo • B(reathing): Respiração e ventilação. Manter a
de tratamento necessário e os recursos que realmente oxigenação adequada
estão disponíveis • C(irculation): Controlar hemorragia e manter a
• MÚLTIPLAS VÍTIMAS: Número e gravidade de perfusão adequada
doentes não excedem a capacidade de • D(isability): Realizar avaliação neurológica de base
atendimento do hospital. A prioridade é dada para • E(xposition): Exposição com controle ambiental.
pacientes com risco iminente de morte → Ex: Despir o paciente e evitar hipotermia
Acidente de ônibus com 50 pessoas -AMBIENTES COM RECURSOS LIMITADOS: O XABCDE auxilia
• VÍTIMAS EM MASSA: Quando o número e a a priorizar os problemas identificados
gravidade dos doentes excedem a capacidade de
atendimento do hospital. Prioridade é dada a
quem tem mais chances de sobreviver → Ex:
Terremotos, furacões, grandes desastres naturais

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-LESÕES AMEAÇADORAS À VIDA: • Avaliação do tórax, abdome, pelve e ossos longos


• Pneumotórax (principais focos de sangramento capazes de gerar
• Pneumotórax hipertensivo complicações agudas)
• Tórax instável -Reanimação inicial de fluidos
• Hemotórax maciço
• Tamponamento cardíaco
(D) Disfunção
• Contusão pulmonar -AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA RÁPIDA:
• Hemotórax • Estabelecer o nível de consciência
• Pneumotórax aberto • Tamanho e reação pupilar
• Hematomas • Identificar sinais de lateralização
• Fratura de costelas • Determinar nível de lesão medular, se presente

(X) Exsanguinação
-Passou a ser incluído antes do A na atualização do ATLS em
2018 (9º edição)
-Controle de hemorragias externas graves, mesmo antes do
controle cervical ou abertura de vias aéreas

(A) Vias Aéreas


-Obstrução das vias aéreas como uma das principais causas
de morte evitável em pacientes traumatizados
-REDUÇÃO DO RISCO DE ASPIRAÇÃO E MELHORIA DA
CAPACIDADE PULMONAR:
• Manter a maca em leve ângulo com a cabeça
levemente elevada (posição de Trend reversa)
• Elevar a cabeça por ~30º se não for necessária a
estabilização cervical
• Elevação do mento ou tração da mandíbula (E) Exposição
-CONTROLE DE EXPOSIÇÃO:
• Doente deve estar completamente despido
• Após a avaliação o doente deve ser coberto com
cobertor térmico ou dispositivos de aquecimento
para evitar hipotermia
• Fluidos intravenosos devem estar aquecidos

Atendimento Secundário
-O QUE É A AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: Exame do doente
traumatizado da cabeça aos pés, garantindo uma história
clínica e um exame físico completo, incluindo reavaliação
de todos os sinais vitais
• QUANDO INICIAR: Após a avaliação primária (XABCDEs) e
quando as medidas iniciais de reanimação tiverem sido
adotadas, com o doente demonstrando melhora de
funções vitais e maior estabilidade
• OBS: A avaliação primária e a secundária podem ser
-INTUBAÇÃO E COLAR CERVICAL: Devem ser realizadas feitas simultaneamente se houver 2 pessoas, mas a
com a porção anterior do colar removida e estabilização prioridade sempre é da avaliação primária
manual em linha mantida -HISTÓRIA “SAMPLA”:
• S: Sinais e sintomas
(B) Respiração • A: Alergias
-AVALIAÇÃO DA RESPIRAÇÃO: • M: Medicamentos em uso
• Inspecionar a parede torácica, procurando sinais • P: Passado médico ou prenhez
de lesão ou movimentos assimétricos ou paradoxais • L: Líquidos ou alimentos ingeridos recentemente
• Ausculta da respiração nos ápices e axilas • A: Ambiente e eventos relacionados ao trauma
• Radiografia de tórax se possível e se viável -OBSERVAÇÃO DIRETA:
• Analisar em qual posição a vítima se encontra
(C) Circulação • Verificar se há resposta a estímulos
• Observar a face do paciente
-AVALIAÇÃO INICIAL DO STATUS CIRCULATÓRIO: • Verificar a presença de feridas/lesões
• Palpação dos pulsos centrais • Verificar características de pele, se o doente está pálido,
• Avaliação da pele e perfusão cianótico, vermelho ou se a pele está suada ou seca

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-EXAME FÍSICO:
• CABEÇA: Buscar ferimentos, fraturas, assimetria
óssea, abaulamentos, avaliar pupilas, sinais de
hemorragia (rinorragia, rinorreia, otorragia,
otorreia), corpos estranhos.
• PESCOÇO: Inspecionar alinhamento da traqueia,
turgência jugular, carótidas, cervical (TRM),
lembrar-se da estabilização cervical
• TÓRAX: Sinais de ferimentos abertos ou fechados,
crepitações, arcos costais, deformidade, flacidez,
retalho costal
• ABDOME: Escoriações, marca do sinto mal
posicionado (sinais de lesões em vísceras ocas),
abdome em tábua
• PELVE: Fraturas, hemorragias, palpar púbis,
comprimir bexiga (pulso femoral)
• MMI: Fraturas, luxações, deformidades,
hemorragias, pulso poplíteo, tibial posterior,
pedioso, testar sensibilidade, motricidade,
enchimento capilar, seguido do teste de Babinski
• MMSS: Mesma investigação dos MMSS, pulso
braquial, radial
• DORSO: Realizar manobra de 90 graus, palpar toda
a coluna em busca de fraturas, hemorragias,
alinhamento
• SINAIS VITAIS: Freq. cardíaca, freq. respiratória,
pressão arterial, temperatura
-DIVISÃO DAS LESÕES EM 2 CATEGORIAS:
• TRAUMA FECHADO: Ocorre transferência de
energia cinética para a região afetada, mas sem
ruptura da pele
• TRAUMA PENETRANTE: Ocorre uma abertura
profunda na região afetada, causando ruptura
profunda da pele por penetração de objetos ou
esmagamento

Choque Hipovolêmico
-Tipo mais comum de choque
-DEFINIÇÃO: Diminuição acentuada do volume de sangue
-CAUSAS:
• PERDA DIRETA DE SANGUE: Hemorragia interna e
externa
• PERDA DE PLASMA: Queimaduras, contusões,
lesões traumáticas
• PERDA DE LÍQUIDO DO TGI: Vômitos, diarreia
-SINAIS DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO:
• Palidez
• Cianose
• Pele fria e úmida
• Enchimento capilar >2s
• Taquipneia profunda
• Taquicardia e pulso fraco
• Náuseas e vômito
REFERÊNCIAS
• Fraqueza e frio
Seminários – Aulas do professor Nelson
• Olhos vitricados e pupilar dilatadas
ATLS
• Disúria
Sanarflix
Resumo de PS – Sophia Barreto - Monitoria 2017.1
Resumo de PS – Saúde com Gabi

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Perguntas do Seminário Atendimento Secundário


1) QUAIS OS PRINCIPAIS PONTOS QUE DEVEM SER
ATLS e Atendimento Primário ESTUDADOS NO HISTÓRICO CLÍNICO DO PACIENTE?
A- ALERGIA
1. QUAL A DIFERENÇA ENTRE MÚLTIPLAS VÍTIMAS E M- MEDICAMENTOS
VÍTIMAS EM MASSA? P-PASSADO MÉDICO
MV- É QUANDO O NÚMERO E A GRAVIDADE DE DOENTES NÃO L-LÍQUIDOS
EXCEDEM A CAPACIDADE DE ATENDIMENTO DO HOSPITAL E É A-ALIMENTOS
DADA A PRIORIDADE PARA PCTES COM RISCO IMINENTE DE
VIDA. EX: ACIDENTE NO ÔNIBUS COM 50 PESSOAS 2) DIFERENCIE TRAUMA ABERTO E FECHADO,
VM- É QUANDO O NÚMERO E A GRAVIDADE DE DOENTES EXEMPLIFIQUE.
EXCEDEM A CAPACIDADE DE ATENDIMENTO DO HOSPITAL E A - TRAUMA ABERTO: ABERTURA PROFUNDA NA REGIÃO
PRIORIDADE É DADA PARA QUEM TEM MAIS POSSIBILIDADE DE AFETADA E CAUSA RUPTURA PROFUNDA DA PELE( POR
VIVER. EX: TERREMOTO, FURACÃO PENETRAÇÃO DE OBJETOS OU ESMAGAMENTO)
- TRAUMA FECHADO: TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
2) QUAL A IMPORTÂNCIA DA TRIAGEM? CINÉTICA PARA A REGIÃO AFETADA, PORÉM SEM RUPTURA
A TRIAGEM TEM COMO OBJETIVO PRINCIPAL AVALIAR E DA PELE.
IDENTIFICAR OS PCTES QUE PODEM SER ATENDIDOS NA
INSTITUIÇÃO E VERIFICAR OS RECURSOS DISPONÍVEIS PARA 3) COMO DEVE SER REALIZADA A ESCOLHA/ PRIORIDADE
ESSE ATENDIMENTO. DO PACIENTE?
APÓS COMPLETAR A AVALIAÇÃO PRIMÁRIA (ABCDE) E
3) QUAIS AS ETAPAS DA PREPARAÇÃO? QUANDO MEDIDAS INDICATIVAS PARA REANIMAÇÃO
FASE PRE-HOSPITALAR ESTIVEREM SIDO ADOTADAS E O DOENTE DEMONSTRAR
FASE HOSPITALAR TENDÊNCIA DE NORMALIZAÇÃO. OBS: A AVALIAÇÃO
PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA PODEM SER FEITAS AO MESMO
4) QUAIS AS LESÕES AMEAÇADORAS À VIDA NO TEMPO ( SE HOUVER 2 PESSOAS PRA AJUDAR) MAS A
ATENDIMENTO PRIMÁRIO? PRIORIDADE É A PRIMÁRIA.
• PNEUMOTÓRAX
• PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO 4) QUANDO DEVE INICIAR O ATENDIMENTO SECUNDÁRIO?
• TÓRAX INSTÁVEL (2 OU MAIS FRATURAS EM 2 OU LOGO APÓS O TÉRMINO DO PRIMÁRIO QUANDO O PACIENTE
MAIS ARCOS) ESTIVER ESTÁVEL.
• CONTUSÃO PULMONAR
• HEMOTÓRAX 5) QUAIS OS SINAIS DE UM CHOQUE HIPOVOLÊMICO?
• HEMOTÓRAX MACIÇO (1500ML) ● PALIDEZ
• PNEUMOTÓRAX ABERTO ● CIANOSE
• HEMATOMAS ● PELE FRIA E ÚMIDA
• FRATURAS DE COSTELAS ● ENCHIMENTO CAPILAR ACIMA DE 2 SEGUNDOS
● TAQUIPNEIA PROFUNDA
5) QUANDO O PACIENTE CHEGA ELE É ENCAMINHADO PRA ● TAQUICARDIA E PULSO FRACO
ONDE? ● NÁUSEA E VÔMITO
PARA O HOSPITAL DE REFERÊNCIA PARA O TIPO DE ● FRAQUEZA E FRIO
NECESSIDADE QUE O PACIENTE PRECISA. ● OLHOS VITRICADOS, PUPILAS DILATADAS
● DISÚRIA
6) QUANTAS E QUAIS SÃO AS ETAPAS DO ATENDIMENTO
PRIMÁRIO?
O TRATAMENTO DE VÍTIMA DE TRAUMA GRAVE REQUER
AVALIAÇÃO RÁPIDA E OBTENÇÃO DE MEDIDAS TERAPÊUTICAS
DE SUPORTE DE VIDA SISTEMATIZADAS QUE POSSAM SER
REVISTAS E APLICADAS
● PREPARAÇÃO
● TRIAGEM
● AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
● REANIMAÇÃO E MEDIDAS AUXILIARES À AVALIAÇÃO
PRIMÁRIA
● AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
● MEDIDAS AUXILIARES À AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
● TRATAMENTO DEFINITIVO

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ATLS – Trauma Torácico


Introdução
-Elevado potencial de gravidade e alta mortalidade
-ATENDIMENTO INICIAL DO PACIENTE COM TRAUMA
TORÁCICO:
• Avaliação primária
• Estabilização de sinais vitais (visando
principalmente à correção da hipoxemia)
• Avaliação secundária minuciosa -DIAGNÓSTICO: Deve ocorrer de forma rápida. Puramente
• Tratamento definitivo clínico (e não radiológico):
-PRINCIPAIS OBJETIVOS: • Hipertimpanismo
• Identificar lesões com risco de morte imediato • MV abolido
• Identificar lesões potencialmente fatais • Turgência jugular
-LESÕES COM RISCO IMINENTE DE MORTE: • Desvio de traqueia
• Pneumotórax hipertensivo • Paciente em hipotensão
• Pneumotórax aberto • Dor torácica
• Hemotórax maciço • Taquipneia e dispneia
• Tamponamento cardíaco • Desconforto respiratório
• Lesão de árvore traqueobrônquica (entrou na • OBS: NÃO devem ser feitos exames de imagem
atualização 2018) (perda de tempo) → O diagnóstico é puramente
• Tórax instável com contusão pulmonar (saiu na clínico
atualização 2018) -MANEJO: Punção pleural/toracocentese de alívio (jelco
-DIAGNÓSTICOS POTENCIALMENTE FATAIS: 14) + drenagem de tórax em selo d’água
• Pneumotórax simples • PUNÇÃO PLEURAL/TORACOCENTESE DE ALÍVIO:
• Hemotórax simples Quando bem-sucedida, transforma um
• Contusão cardíaca pneumotórax hipertensivo em um pneumotórax
• Ruptura traumática de aorta simples
• Lesão de diafragma o CLÁSSICA: 2º EIC (borda superior da
• Lesão esofágica costela) na linha hemiclavicular → Em
• Tórax instável com contusão pulmonar (entrou na pacientes obesos ou com tecido muscular
atualização 2018) volumoso, o jelco pode não alcançar o
-OBS: Maioria dos casos requer procedimentos simples local correto
• TRAUMA FECHADO: <10% requer operação o INDICAÇÃO DO ATLS A PARTIR DE 2018:
• FERIMENTOS PENETRANTES: 15-30% requer 4º ou 5º espaço intercostal (borda
operação superior da costela), na linha axilar
anterior/média (mesmo local da
Lesão Traqueobronquial •
drenagem de tórax)
DRENAGEM TORÁCICA: 4º ou 5º espaço intercostal
-São raras, sendo que a maioria dos pacientes morre ainda na linha, na axilar anterior/média, sempre na
em cena borda superior da costela (evitando o feixe
-SINTOMAS: vasculo-nervoso)
• Hemoptise
• Enfisema subcutâneo
• Pneumotórax hipertensivo
• Cianose
-MANEJO: Acionar imediatamente um cirurgião e promover
via aérea definitiva no paciente

Pneumotórax Hipertensivo
-O QUE É: Quando o ar consegue entrar na cavidade pleural
através de um mecanismo de válvula unidirecional (ar
entra, mas não sai), que vai se acumulando e empurrando o
mediastino para o lado contralateral até fechar os vasos da
base e impedir o retorno nas veias cavas → CHOQUE
OBSTRUTIVO

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Pneumotórax Aberto Hemotórax Maciço


-O QUE É: Causado quando ocorre abertura da parede -DEFINIÇÃO: Paciente chocado e com no mínimo 1500mL de
torácica com um orifício (de pelo menos 2/3 da luz sangue na cavidade torácica
traqueal) que comunique o espaço pleural com o meio • DIAGNÓSTICO DEFINITIVO DE HEMOTÓRAX
externo, fazendo com que o ar entre por esse orifício e não MACIÇO: Só é dado após a drenagem do sangue
pela traqueia pela lei da menor resistência ao fluxo de ar -QUADRO CLÍNICO:
• MV reduzido ou abolido
• Macicez à percussão
• Jugulares colabadas

-QUADRO CLÍNICO:
• Lesão penetrante na parede torácica
• Dor torácica
• Hipertimpanismo
• MV reduzido ou abolido
• Dispneia
• Turgência jugular -TRATAMENTO: Drenagem de tórax + reposição volêmica
• Pode haver desvio de traqueia simultaneamente
• Paciente em hipotensão • INDICAÇÕES PARA TORACOTOMIA DE URGÊNCIA:
• Não há desvio de mediastino (o ar entra pelo o CLÁSSICA: Saída de >1500mL de sangue
orifício, mas também sai por ele) de uma única vez ou >200 mL nas
-MANEJO: Curativo em 3 pontas (“c”) + drenagem de tórax primeiras 2-4h
em selo d’água e fechamento da ferida o ATUAL: Por estado hemodinâmico do
• CURATIVO EM 3 PONTAS: Paciente não vai inspirar paciente. Se estiver bem clinicamente e
pelo curativo, mas vai expirar pelo orifício da responder bem às medidas iniciais de
lesão reanimação, não há indicação
• OBS: A drenagem nunca deve ser feita pelo mesmo
orifício da lesão → Realizar outro orifício para Tamponamento Cardíaco
fazer a drenagem
-O QUE É: Acúmulo de fluido dentro do saco pericárdico,
comprometendo seu enchimento e o débito cardíaco →
CHOQUE RESTRITIVO
-QUADRO CLÍNICO: Tríade de Beck:
• Hipotensão
• Turgência jugular
• Abafamento de bulhas cardíacas
-DIFERENCIANDO PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO DO
TAMPONAMENTO CARDÍACO:
• NA PERCUSSÃO: No pneumotórax, haverá som
hipertimpânico no lado afetado
• NA AUSCULTA: No tamponamento cardíaco, os
murmúrios vesiculares estarão presentes
bilateralmente
-CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA: USG Fast, ecocardiograma,
janela pericárdica
-MANEJO:
• Toracotomia/esternotomia de emergência
(cirurgião)
• Pericardiocentese guiada por USG (não é
tratamento definitivo)

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-OBJETIVOS DA TORACOTOMIA NA SALA DE EMERGÊNCIA: • Após tratamento de lesões com risco iminente de
• Abertura do saco pericárdico morte, encaminhar para cirurgia
• Clampeamento cruzado da aorta torácica
• Controle digital das lesões cardíacas ou de grandes Perguntas do Seminário
vasos
• Massagem cardíaca interna 1) DIFERENCIE PNEUMOTÓRAX NORMAL DO
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
Contusão Pulmonar ou - PNEUMOTÓRAX NORMAL- AR ENTRE AS PLEURAS
- PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO- COMPRIME E DESLOCA O
MEDIASTÍNICO; COLABA TOTALMENTE O PULMÃO
Tórax Instável 2)QUAL A TRÍADE DE BECK?
-Condições diferentes que podem aparecer de formas Abafamento de bulhas
independentes, mas possuem o mesmo manejo Hipotensão arterial
-CONTUSÃO PULMONAR: Hematoma dentro do pulmão. Estase jugular
Normalmente, após um trauma contuso, sangue e outros
fluidos se acumulam no tecido pulmonar, interferindo na 3) QUAIS OS OBJETIVOS DA TORACOTOMIA NA SALA DE
respiração e causando hipóxia EMERGÊNCIA?
-TÓRAX INSTÁVEL/RETALHO COSTAL MÓVEL: Fratura de -ABERTURA DO SACO PERICÁRDIO
pelo menos 2 costelas consecutivas em 2 ou mais lugares. -CLAMPEAMENTO CRUZADO DA AORTA TORÁCICA
Cria um retalho na parede torácica que se move de forma -CONTROLE DIGITAL DAS LESÕES CARDÍACAS OU DE
independente e oposta ao restante da caixa óssea (quando GRANDES VASOS
a parede torácica se expande, o retalho se retrai e vice- -MASSAGEM CARDÍACA INTERNA
versa)
4) QUAL O TRATAMENTO ADEQUADO DE UM
PNEUMOTÓRAX ABERTO?
TRATAMENTO IMEDIATO COM O CURATIVO DE 3 PONTAS
(IMITA VÁLVULA UNIDIRECIONAL); SE FOR DE 4 CAUSA
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO, DEVE SER COLOCADO
TAMBÉM UM DRENO DE TÓRAX; FECHAMENTO POR
CIRURGIA.

5) QUAL O TRATAMENTO DEFINITIVO DO PNEUMOTÓRAX


HIPERTENSIVO?
DRENO DE TÓRAX NO 5 ESPAÇO INTERCOSTAL
-QUADRO CLÍNICO:
• Insuficiência respiratória 6) COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO PNEUMOTÓRAX
• Saturação inadequada HIPERTENSIVO?
• Radiografia de tórax TRATANDO COM DRENO DE TÓRAX TAMBÉM
-TRATAMENTO: DIAGNÓSTICO É CLÍNICO( DOR TORÁCICA, DISPNÉIA,
• Analgesia potente DESCONFORTO RESPIRATÓRIO, TAQUICARDIA, HIPOTENSÃO,
• Fisioterapia respiratória intensiva (oxigenoterapia) DESVIO DA TRAQUEIA , AUSÊNCIA UNILATERAL DE
• Restrição volêmica/balanço hídrico negativo MURMÚRIO VESICULAR, DISTENSÃO DA VEIA DO PESCOÇO E
CIANOSE)
Ruptura Traumática de Aorta 7) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PNEUMOTÓRAX
-Movimento de rápida aceleração/desaceleração no HIPERTENSIVO PARA O TAMPONAMENTO CARDÍACO
mecanismo do trauma NO PNEUMOTÓRAX HÁ TIMPANISMO À PERCUSSÃO E
-QUADRO CLÍNICO: AUSÊNCIA DE MURMÚRIO VESICULAR NO LADO AFETADO.
• Alargamento de mediastino no exame de imagem
• Solicitar TC helicoidal de tórax (padrão ouro)

REFERÊNCIAS
Seminários ATLS – P.S 2022.2
Aulas Sanarflix
-TRATAMENTO: Apostila de PS – Sophia Barreto – Monitoria 20217.1
• Controle da FC (<80 bpm)
• Manter pressão arterial 60-70

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ATLS - Trauma Craniencefálico (TCE)


Introdução Anatomia Relacionada
-OBJETIVO PRINCIPAL DO TRATAMENTO DE DOENTES COM -COURO CABELUDO: Irrigação abundante. Laceração pode
SUSPEITA DE LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA: Prevenir a levar a perda sanguínea considerável, choque hemorrágico
lesão cerebral secundária (pois a lesão primária já ocorreu ou morte
e a morte celular é irreversível) -CRÂNIO: Base do crânio é irregular → Possibilita lesões
-MANEIRA MAIS IMPORTANTE PARA LIMITAR O DANO quando o cérebro se desloca e desliza no interior de forma
CEREBRAL SECUNDÁRIO: Garantir a OXIGENAÇÃO adequada abrupta
e manter a PRESSÃO ARTERIAL SUFICIENTE para garantir a -MENINGES: 3 camadas que revestem o cérebro (dura-
perfusão cerebral máter, aracnoide, pia-máter)
• IMPORTÂNCIA DA P.A ADEQUADA: Se a PA for • ESPAÇO EPIDURAL: Artéria meníngeas. A artéria
muito baixa (hipotensão), há elevada chance de meníngea média (localizada sobre a fossa
isquemia e infarto temporal) é o vaso meníngeo lesado mais
• IMPORTÂNCIA DA OXIGENAÇÃO ADEQUADA: Os frequentemente
vasos cerebrais normalmente se contraem ou • ESPAÇO SUBDURAL: Veias que vão da superfície
dilatam em resposta às alterações na pO2 ou pCO2 do cérebro para os seios venosos no interior da
dura-máter podem ser rompidos, formando
Epidemiologia hematomas subdurais
-90% dos óbitos pré-hospitalares possuem relação com o • ESPAÇO SUBARACNOIDEO: Presença de LCR.
TCE Hemorragias nesse espaço geralmente são
-Responsável por ~25% dos óbitos no trauma acompanhadas de contusão cerebral ou trauma de
-Aumenta a chance de mortalidade em 30% em casos de grandes vasos na base do encéfalo
politrauma contuso -ENCÉFALO: Compreende cérebro, cerebelo e tronco
-Mais da metade dos pacientes com TCE grave possuem cerebral. O hemisfério esquerdo é o centro da linguagem
múltiplos traumas associados em praticamente todos os destros e maioria dos canhotos
-MORTALIDADE DO TCE REDUZIU NOS ÚLTIMOS 40 ANOS: • REGIÃO QUE HABITUALMENTE HERNIA: Parte
De 50 para 25% medial do lobo temporal (uncus) → Herniação do
• Logística mais eficiente uncus, geralmente causado por lesão da artéria
• Ambulâncias mais rápidas meníngea média secundária à uma fratura do osso
temporal
• Melhoria das técnicas
o HERNIAÇÃO UNCAL: Comprime a porção
• Difusão do tomógrafo e da UTI
superior do tronco cerebral →
-VÍTIMAS SOBREVIVENTES DE TCE: Frequentemente
Compressão do trato corticoespinhal
apresentam dano neurofisiológico que resulta em invalidez,
(piramidal) do mesencéfalo, causando
comprometendo o trabalho e as atividades sociais →
déficit motor no lado oposto (hemiplegia
Importante impacto na saúde pública
contralateral) e compressão do nervo
-PICOS DE INCIDÊNCIA:
oculomotor (dilatação pupilar ipsilateral)
• <5 anos (quedas)
• 15-24 anos (imprudência)
• >70 anos (quedas)
-MAIOR FREQUÊNCIA: 3x maior em homens
-ALCOOLISMO E DROGAS: Até 50% dos pacientes que
sofrem TCE estavam sob efeito de substâncias no momento
do trauma
-PRINCIPAIS ETIOLOGIAS: Variável de acordo com a faixa
etária e sexo
• Acidentes automobilísticos
• Esporte
• Quedas (sobretudo crianças e idosos) -SISTEMA VENTRICULAR: Sistema de espaços e aquedutos
• Violência preenchidos de LCR. O LCR é constantemente produzido
pelos ventrículos e absorvido sobre a superfície do encéfalo
Prognóstico • SANGUE NO LCR: Pode prejudicar a sua
-Todos devem ser tratados agressivamente enquanto se reabsorção, produzindo aumento da pressão
aguarda a consulta com o neurocirurgião, principalmente intracraniana
crianças • EDEMA E LESÕES DE MASSA: Podem provocar
-CASO PECULIAR DE CRIANÇAS: Geralmente possuem obliteração ou desvio dos ventrículos (geralmente
capacidade considerável de se recuperar de traumatismos simétricos), facilmente identificáveis em uma
que parecem devastadores imagem de TC
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Fisiologia Relacionada Auto-Regulação Cerebral


-O CÉREBRO POSSUI UMA AUTORREGULAÇÃO DE PRESSÃO:
Pressão Intracraniana (PIC) Entre 50-150mmHg de pressão arterial sistólica, há
estabilização do fluxo sanguíneo no cérebro → Impede a
-PRESSÃO INTRACRANIANA (PIC): Quando elevada, pode mudança da pressão intracraniana provocada pela pressão
reduzir a perfusão cerebral e causar ou exacerbar a arterial
isquemia • AUMENTO DE PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA:
• PIC NORMAL EM REPOUSO: ~10mmHg Vasoconstrição cerebral (para evitar a chegada do
• PIC >20mmHg: Se forem mantidas refratárias ao sangue)
tratamento, são associadas a piores prognósticos • QUEDA DE PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA:
Vasodilatação cerebral (para favorecer a chegada
do sangue)

-EXAME: Inserção de cateter, Doppler, dispositivos não


invasivos

-PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM): Necessária de forma


adequada para garantir a perfusão cerebral
• PAM MUITO BAIXA (HIPOTENSÃO): Pode ocorrer
isquemia e infarto
• PAM MUITO ALTA (HIPERTENSÃO): Pode ocorrer
inchaço com aumento da PIC
-PRESSÃO DE PERFUSÃO CEREBRAL (PPC): Pressão Arterial
Média (PAM) – Pressão Intracraniana (PIC)
𝑃𝑃𝐶 = 𝑃𝐴𝑀 − 𝑃𝐼𝐶
• Redução da pressão arterial média (hipotensão) →
Deve haver aumento do PIC para compensar a
-ONDA DE PIC: Relacionada ao ciclo cardíaco. Composta perfusão cerebral
por 3 picos: • Aumento da pressão arterial média (hipertensão)
• P1: Reflete o pulso arterial → Deve haver redução do PIC para compensar a
• P2: Relacionada à complacência do tecido cerebral perfusão cerebral
• P3: Reflete o fechamento da valva aórtica -TCE E LESÃO CEREBRAL: Ocorre comprometimento da
autorregulação de pressão do cérebro

Doutrina de Monro-Kellie
-DOUTRINA DE MONRO-KELLIE: O crânio é uma estrutura
rígida e não expansível, devendo o volume total do
conteúdo intracraniano se manter constante
• CONTEÚDO INTRACRANIANO: Cérebro, LCR e
sangue (arterial e venoso)
• AUMENTO DO VOLUME CRANIANO: Ocorre
aumento da PIC e o sangue venoso e o LCR podem
ser comprimidos para fora do espaço intracraniano
como forma de compensação da PIC
-PIC NORMAL EM ESTADO NORMAL: Volume sanguíneo,
• AUMENTO DA PIC: P2 > P1, P3 → Complacência
cérebro e LCR
cerebral anormal
-PIC NORMAL EM ESTADO COMPENSADO: Surgimento de
uma massa → Saída de LCR e sangue venoso para
compensar a PIC

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-PIC ELEVADA E ESTADO DESCOMPENSADO: Aumento da Escala de Coma de Glasgow com Resposta Pupilar (ECG-P)
massa → Saída de muito LCR e da totalidade do sangue
venoso, INICIANDO A SAÍDA DO SANGUE ARTERIAL, causando
(Atualização 2018)
isquemia e levando à morte -Inclui a avaliação pupilar no cálculo do ECG
-ATUALIZAÇÃO DA PONTUAÇÃO MÍNIMA: Passa a ser 1
-ANÁLISE DE REAÇÃO PUPILAR AO ESTÍMULO LUMINOSO:
• INEXISTENTE: 2
• PARCIAL (SÓ 1 REAGE AO ESTÍMULO): 1
• COMPLETA (AS 2 REAGEM): 0
𝐸𝐶𝐺 − 𝑃 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐸𝐶𝐺 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑎𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑢𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
ECG Pediátrico
-PRINCIPAL MUDANÇA: Avaliação da resposta verbal

Classificação do TCE
Classificação do TCE
Por Gravidade da Lesão -TCE LEVE: ECG >=13
Escala de Coma de Glasgow (ECG) -TCE MODERADO: ECG 9-12
-TCE GRAVE: ECG <=8
-MENOR PONTUAÇÃO POSSÍVEL: 3 (pior cenário = morte)
-MAIOR PONTUAÇÃO POSSÍVEL: 15 (melhor cenário) Pela Morfologia
-CASOS DE ASSIMETRIA MOTORA DIREITA/ESQUERDA OU
SUPERIOR/INFERIOR: Usar a melhor resposta motora Fraturas de Crânio
-FRATURA DA CALOTA:
-ABERTURA OCULAR: Vale 4
• Com ou sem afundamento
• ESPONTÂNEA: 4
• Exposta ou fechada
• AO ESTÍMULO VERBAL: 3
-FRATURA DA BASE: Necessário uso de TC
• AO ESTÍMULO DOLOROSO: 2
• Com ou sem fístula liquórica
• AUSENTE: 1
• Com ou sem paralisia de nervo craniano
• NT: Não testável
• SINAIS CLÍNICOS:
-MELHOR RESPOSTA VERBAL: Vale 5
o SINAL DOS OLHOS DE GUAXINIM:
• ORIENTADO: 5
Equimose periorbital
• CONFUSO: 4
• PALAVRAS INAPROPRIADAS: 3
• SONS INCOMPREENSÍVEIS (MURMÚRIOS): 2
• AUSENTE: 1
• NT: Não testável (surdo ou com lesão bucomaxilar,
por exemplo)
-MELHOR RESPOSTA MOTORA: Vale 6 → Possui maior
relação com o prognóstico o SINAL DE BATTLE: Equimose
• OBEDECE A COMANDO: 6 retroauricular (processo mastoide)
• LOCALIZA A DOR (RESPONDE NA MESMA REGIÃO
DA DOR): 5
• NÃO LOCALIZA A DOR (RESPONDE EM REGIÃO
DIFERENTE DA DOR): 4
• DECORTICAÇÃO (RESPOSTA ANORMAL EM
FLEXÃO): 3
• CEREREBRAÇÃO (RESPOSTA ANORMAL EM
EXTENSÃO): 2
• AUSENTE: 1
• NT: Não testável

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o FÍSTULA LIQUÓRICA ATRAVÉS DO


OUVIDO OU NARIZ: Otorreia ou rinorreia
(saída de LCR)
o DISFUNÇÃO DE NERVOS CRANIANOS:
Geralmente do 7º (facial) e 8º pares
(vestibulococlear) → Paralisia facial e
perda de audição
Lesões Intracranianas
-LESÃO FOCAL: Hematomas
• EPIDURAL (EXTRADURAL): Associação direta com
fratura de crânio. Frequentes na região temporal
com lesão da artéria meníngea média. É muito
grave e pode ser rapidamente fatal, pois trata-se
de sangue arterial. Relativamente raros
o IMAGEM NA TC: Forma biconvexa

• CONTUSÕES MÚLTIPLAS
• LESÃO HIPÓXICA/ISQUÊMICA
• SUBDURAL: Ruptura de veias, causando • LESÃO AXONAL
espalhamento pela superfície cerebral. Comum em Avaliação de Imagem
pacientes alcóolatras ou idosos (apresentam
-MNEMÔNICO LUCAS: Avaliar:
atrofia cerebral)
• L: Linha média (centralização)
o IMAGEM NA TC: Forma de lua crescente
• U: Unidade óssea (existência de fraturas)
• C: Cisternas (inchaços e identificação de sulcos,
giros e ventrículos)
• A: Assimetrias
• S: Sangramento

Por Mecanismo da Lesão


-FECHADO: Causado pelo impacto contundente ou por
• INTRACEREBRAL: Não é específica. Causada por deslocamento cerebral
lesão de golpe e contragolpe. Maioria dos doentes -PENETRANTE: Causado pela penetração de um corpo
conscientes, alterações tomográficas geralmente estranho no parênquima cerebral, causando laceração dos
progressivas (paciente deve ser submetido a TC tecidos
repetidas para avaliar as mudanças) -EXPLOSIVO: Causado por explosão. Utilizado para casos de
o IMAGEM NA TC: Várias manchas em locais TCE relacionados às guerras do século 20
diferentes
Avaliação Primária e
Reanimação
-PRINCIPAIS FATORES AGRAVANTES: Hipotensão e hipóxia,
pois aumentam o risco relativo de mortalidade em 75% →
Necessária a estabilização cardiopulmonar rapidamente
-ATLS E PROTOCOLO XABCDE: Padroniza o atendimento
inicial
• X: Exsanguinação. Contenção de hemorragia externa
-LESÃO DIFUSA: Não é delimitada. Frequentemente inclui
grave
perda de consciência
• A: Vias aéreas e proteção da coluna cervical
• CONCUSSÃO: Relaciona-se com a • B: Boa ventilação e respiração
aceleração/desaceleração rápida da cabeça, • C: Circulação e controle de hemorragias: Investigar
causando estiramento dos axônios e liberação de perdas de volume sanguíneo não visível (hemorragias
mediadores. “Nocaute” internas)
o IMAGEM NA TC: Imagem normal ou • D: Disfunção neurológica. Análises do nível de
edemaciada (difícil visualização dos consciência, tamanho e reatividade pupilar, presença de
sulcos, giros e ventrículos e perda de hérnia cerebral e sinais de lateralização
distinção habitual entre cinza e branco) • E: Exposição do paciente e controle de hipotermia

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-HISTÓRIA AMPLA: -USO DE ANESTÉSICOS, ANALGÉSICOS E SEDATIVOS: Uso


• A: Ambiente que ocorreu o trauma deve ser bem planejado, pois o excesso pode causar atraso
• M: Medicações no reconhecimento da progressão da lesão cerebral grave,
• P: Prenhez ou história patológica prejudicar a respiração ou resultar em tratamentos
• L: Líquidos ou alimentos desnecessários
• A: Alergias • PRIORIZAR: Agentes de curta duração, facilmente
-PRIORIDADES NA AVALIAÇÃO E TRIAGEM DE TCE GRAVE: reversíveis e na dose mais baixa necessária
• Avaliação primária, seguida da avaliação da
efetividade da respiração e monitoramento da
Avaliação Secundária
saturação de O2 -Avaliações seriadas de ECG
o PACIENTE REQUER CONTROLE DE VIA -Avaliação neurológica completa
AÉREA: Realizar breve avaliação
neurológica antes de administrar drogas
para intubação
Protocolos de Tratamento
• Após a normalização da PA, realizar breve
avaliação neurológica Tratamento do TCE Leve (ECG 13-15)
o PA NÃO PODE SER ELEVADA PARA -EVOLUÇÃO: Maioria evolui com recuperação sem
VALORES >100mmHg: Deve-se priorizar o intercorrências
estabelecimento da causa da hipotensão e -EVITAR QUE O DOENTE SOFRA UM SEGUNDO TCE APÓS O
a avaliação neurológica passa a ser a TRATAMENTO INICIAL:
segunda prioridade • Aconselhar o paciente a evitar atividades que
• Se a PA for >100mmHg e o paciente apresentar potencialmente possam levar a uma lesão cerebral
evidência de possível massa intracraniana, secundária (exercícios vigorosos, esportes de
priorizar a realização de uma TC contato, etc.)
• Realizar reavaliação ambulatorial para
Principais Elementos determinação do tempo de retorno à atividade
-VIA AÉREA E VENTILAÇÃO: Parada respiratória e hipóxia completa e necessidade de encaminhamento para
são potencialmente capazes de causar lesão cerebral reabilitação
secundária Avaliação Inicial
• Paciente deve ser ventilado com O2 a 100% até ser
-XABCDE
colhida gasometria e serem feitos os ajustes na
-História AMPLA
FiO2
-Avaliação neurológica
• Saturações acima de 98% são desejáveis e a pCO2
-Uso de anticoagulantes?
deve ser mantida em ~35mmHg
-ALTA: Após avaliação secundária com avaliação
• Hiperventilação deve ser reservada para pacientes
neurológica dirigida
com deterioração neurológica ou sinais de
-INDICAÇÕES DE INTERNAMENTO:
herniação
• Sem TC disponível
-CIRCULAÇÃO: Em pacientes hipotensos, a fonte primária
• TC anormal
da hipotensão deve ser investigada e tratada
imediatamente • Traumatismo penetrante
• Geralmente, a hipotensão não é consequência da • Cefaleia moderada a grave
lesão cerebral por si só, exceto em estágios • Fratura de crânio
terminais • Fístula liquórica (rinorreia ou otorreia)
• PACIENTES DE 50-69 ANOS: Ideal PA >=100mmHg • Déficit neurológico focal
• PACIENTES DE 15-19 OU +70: Ideal PA • ECG não retorna para 15 em 2h
>=110mmHg • Intoxicação significativa
-AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA: Deve ser feita logo após a • Falta de acompanhante confiável em casa
estabilização cardiopulmonar. Consiste, basicamente, na • Persistência de déficits neurológicos focais
avaliação do ECG Diagnóstico
• RELAXANTES MUSCULARES DE LONGA DURAÇÃO E
-TC
SEDATIVOS: Não devem ser usados durante a
-Exames de sangue, urina para álcool
avaliação primária
-Perfil toxicológico
• SEDAÇÃO DEVE SER EVITADA: Exceto quando o
estado de agitação do paciente pode colocá-lo em Avaliação Secundária
risco -Avaliações seriadas até ECG=15
• AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA DO HIPOTENSO: Não é
confiável, pois pacientes hipotensos sem resposta
a qualquer estímulo podem recuperar-se assim que
a pressão seja reestabelecida para os níveis
normais

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-ANTICONVULSIVANTES: Para evitar a epilepsia pós-


Tratamento do TCE Moderado traumática que ocorre em alguns casos
-OBJETIVOS DO TRATAMENTO CLÍNICO E LABORATORIAL:
(ECG 9-12)
-AVALIAÇÃO INICIAL: Avaliação neurocirúrgica ou
transferência
• Avaliação primária e estabilização
• Providenciar transferência para tratamento
neurocirúrgico
• Avaliação neurológica dirigida
• Avaliação secundária e história AMPLA
-DIAGNÓSTICO:
• TC em todos os casos
• Avaliação cuidadosa de possibilidade de outras
lesões
• Tipagem sanguínea e coagulograma
-AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA:
• Avaliações seriadas
• TC de controle em 12-18h

Tratamento do TCE Grave (ECG 3-8)


-AVALIAÇÃO INICIAL: Consulta neurocirúrgica ou
transferência urgente
• Avaliação primária e estabilização
• IOT e ventilação para proteção de VA
• Tratamento de hipotensão, hipovolemia e hipóxia
• Avaliação neurológica dirigida
• Avaliação secundária e história AMPLA
-DIAGNÓSTICO:
• TC em todos os casos
• Avaliação cuidadosa de possibilidade de outras
lesões
• Tipagem sanguínea e coagulograma
-AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA:
• Avaliações neurológicas seriadas frequentes com
ECG
• Controle de pO2 e pCO2 Tratamento Cirúrgico
• Resolver lesões intracranianas
-LESÕES DO COURO CABELUDO:

Tratamento Clínico do TCE • Limpar e inspecionar a ferida cuidadosamente


antes da sutura
-LÍQUIDOS INTRAVENOSOS: Necessários para reanimar o • Perdas sanguíneas podem ser abundantes
doente e manter a normovolemia • Hemorragia pode ser controlada por pressão
• Recomenda-se solução salina isotônica ou de ringer direta, cauterização ou ligação dos vasos maiores,
lactato seguidas de suturas, clipes ou grampeadores
• Hiponatremia está associada ao edema cerebral e deve apropriados
ser prevenida • Inspecionar a ferida a procura de sinais de fratura
• Uso de soluções com glicose podem produzir ou corpos estranhos
hiperglicemia, que se mostra prejudicial ao cérebro
-FRATURAS DE CRÂNIO COM AFUNDAMENTO:
lesado
• Realizar TC para avaliar presença de hematoma
-CORREÇÃO DA ANTICOAGULAÇÃO: Obter a razão
intracraniano
normalizada internacional (INR)
• Geralmente, a fratura é reduzida cirurgicamente
-HIPERVENTILAÇÃO: Age reduzindo a pCO2 e provocando
vasoconstrição cerebral • Afundamentos menos significativos podem ser
tratados com segurança com o fechamento do
• Hiperventilação prolongada pode provocar
ferimento (quando presente)
isquemia cerebral
-LESÕES INTRACRANIANA COM EFEITO DE MASSA:
• Hiperventilar apenas com moderação e pelo
• Devem ser tratadas por neurocirurgião
período mais limitado possível
-MANITOL, SOLUÇÃO SALINA HIPERTÔNICA OU • Craniotomia de emergência por não neurocirurgião
BARBITÚRICOS: Usado para reduzir a PIC elevada em doentes com rápida deterioração só podem ser
consideradas em circunstâncias extremas (não
• Não deve ser usado em doentes hipotensos (pois
recebe apoio do Comitê de Trauma)
não abaixa a PIC em hipovolemia)
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-FERIMENTOS PENETRANTES: 4) QUAL O SINAL POR EXTRAVASAMENTO ATRÁS DA ORELHA?


• Realizar TC e/ou angiografia da cabeça Sinal de Battle, com equimose na região retroauricular (processo
mastoide)
• Recomendada antibioticoterapia profilática de
amplo espectro
5) EXPLIQUE A PIC DO CÉREBRO
• Objetos que penetram e permanecem A caixa craniana é rígida e não expansível, de modo que o conteúdo
parcialmente exteriorizados não devem ser intracraniano (cérebro, LCR e sangue) deve permanecer constante.
retirados até que sejam excluídas possíveis lesões Quando a PIC se eleva, pode haver redução da perfusão cerebral e
vasculares e que o tratamento neurocirúrgico causar ou piorar quadros isquêmicos. A PIC normal, em repouso, é
tenha sido estabelecido de 10 mmHg.
A medição da PIC pode ser feita pela inserção de um
Morte Encefálica cateter, onde ocorre formação de um gráfico característico com 3
picos: o 1º revela o pulso arterial, o 2º revela a complacência do
-DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA: Implica que não há tecido cerebral e 3º revela o fechamento da valva aórtica. Na PIC
possibilidade de recuperação da função encefálica elevada, o 2º pulso se encontra maior que o 1º e o 3º.
-CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO: Também é relevante compreender o Mecanismo de Monro-
Kellie, que fala que aumentos no volume intracraniano (por uma
• ECG = 3
massa causada por um hematoma, por exemplo) desencadeiam
• Pupilas não reativas eventos compensatórios, como a saída de sangue venoso e LCR.
• Ausência de reflexos de tronco cerebral
• Ausência de esforço ventilatório espontâneo no


teste formal de apneia
Ausência de fatores de confusão (intoxicação por
Tópicos do ATLS (10ª ed.)
álcool ou drogas ou hipotermia) 1. INTRODUÇÃO
-ESTUDOS COMPLEMENTARES: a. Epidemiologia
b. Principal objetivo do tratamento em suspeitas
• ELETROENCEFALOGRAMA: Detectar nenhuma
de TCE
atividade com alto ganho
2. REVISÃO DE ANATOMIA
• ESTUDOS DE FSC: Ausência de FSC a. Couro cabeludo
• ANGIOGRAFIA CEREBRAL b. Crânio
-CERTAS CONDIÇÕES PODEM IMITAR A MORTE c. Meninges
ENCEFÁLICA: Hipotermia e coma barbitúrico → Só realizar d. Encéfalo
o diagnóstico de morte encefálica após todos os parâmetros e. Sistema ventricular
f. Compartimentos intracranianos
fisiológicos estarem normalizados e a função do SNC não
3. REVISÃO DA FISIOLOGIA
esteja sendo potencialmente afetada por medicamentos
a. Pressão intracraniana
• SER CAUTELOSO NO DIAGNÓSTICO DE CRIANÇAS: b. Doutrina de Monro-Kellie
Costumam se recuperar de lesões cerebrais c. Fluxo sanguíneo cerebral
extremamente graves 4. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CRANIENCEFÁLICAS
• DÚVIDAS DO DIAGNÓSTICO? Avalições seriadas a. Gravidade da lesão
com intervalos de várias horas são úteis b. Morfologia
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
-ANTES DA INTERRUPÇÃO DAS MEDIDAS ARTIFICIAIS DE
a. Tratamento do TCE leve
SUPORTE À VIDA: Notificar às agências locais de aquisição
b. Tratamento do TCE moderado
de órgãos sobre todos os doentes com diagnóstico ou c. Tratamento do TCE grave
diagnóstico iminente 6. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E REANIMAÇÃO
a. Via aérea e respiração
b. Circulação
Perguntas do Seminário c. Avaliação neurológica
d. Anestésicos, analgésicos e sedativos
1) QUAIS OS SINAIS DE FRATURA DE BASE DO CRÂNIO? 7. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
FÍSTULA LIQUÓRICA: Vazamento de LCR (rinorreia ou sialorreia) 8. PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS
SINAL DO GUAXINIM: Equimose periorbital 9. TRATAMENTO CLÍNICO DO TCE
SINAL DE BATTLE: Equimose retroauricular (processo mastoide) a. Fluidos intravenosos
COMPROMETIMENTO DE ALGUM NERVO CRANIANO: Principalmente o b. Correção da anticoagulação
7º (facial, provocando paralisia facial) e o 8º (vestibulococlear, c. Hiperventilação
provocando perda de audição) d. Manitol
e. Solução salina hipertônica
2) EM QUE TIPOS DE HEMATOMAS OCORREM O INTERVALO f. Barbitúricos
LÚCIDO? g. Anticonvulsivantes
O intervalo lúcido ocorre principalmente nos hematomas epidurais, 10. TRATAMENTO CIRÚRGICO DO TCE
também podendo ocorrer nos subdurais. a. Lesões do couro cabeludo
b. Fraturas no crânio com afundamento
3) OS TCE PODEM SER DESCRITOS DE QUE MANEIRA? c. Lesões intracranianas com efeito de massa
Os TCE podem ser classificados por: d. Ferimentos cranioencefálicos penetrantes
GRAVIDADE: Utiliza o ECG. Leve, moderado, grave 11. PROGNÓSTICO
MORFOLOGIA: Fraturas de crânio, lesões intracranianas 12. MORTE ENCEFÁLICA
MECANISMO DA LESÃO: Fechado, penetrante, explosivo
REFERÊNCIAS
ATLS 10ª edição (Português)
Sanarflix
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ATLS - Trauma Raquimedular (TRM)


Introdução
-PACIENTES POLITRAUMATIZADOS: Devem sempre ser
considerados portadores de trauma raquimedular, mesmo
se não apresentarem déficit neurológico → Deve ser feita a
imobilização adequada e o rolamento em bloco
• EXCESSIVA MANIPULAÇÃO E IMOBILIZAÇÃO
INADEQUADA: Podem gerar lesões neurológicas
adicionais e piorar o prognóstico

-TIPO B – LESÕES POR RUPTURA:


• B1: Lesão por ruptura anteroposterior
• B2: Lesão por ruptura do platô superior associado
à ruptura ligamentar
• B3: Lesão por ruptura do disco vertebral,
associada a ruptura ligamentar total (geralmente
são abordadas cirurgicamente)

-TRM PRIMÁRIO: Insulto inicial, onde a fratura ocorreu


-TRM SECUNDÁRIA: Envolve lesões secundárias medulares
(edema medular, disautonomia, espasticidade, etc.)

Epidemiologia -TIPO C – LESÕES POR DESLOCAMENTO: Geralmente


envolve compressão, ruptura e deslocamentos. Tipo mais
-NÍVEIS MEDULARES MAIS ACOMETIDOS: grave de fratura, podendo estar associada a sinais clínicos
• Cervical (50% dos casos), dada sua maior exposição e de rotura parcial ou completa medular
mobilidade, geralmente relacionado a mergulhos em
superfícies rasas
• Torácico (29%)
• Lombar (15%)
• Sacrais (4%)
-PRINCIPAIS FATORES CAUSAIS:
• Acidentes automobilísticos (30%), sobretudo com
ejeção por mau uso do cinto
• Mergulho em água rasa (21%)
• Queda de própria altura (20%), sobretudo em
idosos,
Escala de Frankel
• Ferimentos por arma de fogo (12%) -APLICAÇÃO: Classificação clínica do paciente com TRM, do
• Acidentes esportivos (2%) mais grave possível (A – rotura completa medular) ao
-IDADE: Homens jovens de 15-40 anos em plena atividade paciente menos grave (E – normal) de acordo com os
produtiva → Redução de qualidade de vida e impactos na critérios clínicos de função motora e sensitiva
previdência -A: Paciente não possui nenhuma resposta motora ou
sensitiva abaixo da lesão → Rotura completa
Tipos de Fratura -B: Paciente apresenta função sensitiva até S4/S5, mas sem
resposta motora abaixo da lesão → Rotura incompleta
-TIPOS A - LESÕES COMPRESSIVAS: Achatamento de -C: Paciente apresenta resposta motora com força inferior
vértebras a grau 3 (não útil) na grande maioria dos grupos musculares
• A1: Fratura em “tear drop” → Rotura incompleta
• A2: Fratura em “slipt” -D: Paciente apresenta resposta motora com força superior
• A3: Acometimento do platô superior (>50% = a grau 3 (útil) na grande maioria dos grupos musculares →
indicativo cirúrgico) Rotura incompleta
• A4: Acometimento de ambos os platôs (>50% = -E: Paciente sem alterações motoras ou sensitivas →
indicativo cirúrgico) Normal
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Perguntas do Seminário
1) QUAIS AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES
RAQUIMEDULARES?
Acidentes automobilísticos e lesões por mergulho em águas
rasas

2) COMO DEVE SER FEITO O TRANSPORTE DA VÍTIMA OM


SUSPEITA DE TRAUMA RAQUIMEDULAR?
Imobilização com colar cervical semirrígido, imobilizadores
de cabeça, prancha rígida e cintos. Deve ser feito o
rolamento em bloco e evitar manipulações excessivas no
doente.

3) COMO SE COLOCA O PACIENTE NA PRANCHA?


Manobra de rolamento em bloco.

4) CASO: PACIENTE COM TRAUMA RAQUIMEDULAR, POUCA


SENSIBILIDADE, PARALISIA MOTORA COMPLETA.
Classificação de Frankel B

5) QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME DA MEDULA


POSTERIOR?
Perda das funções da medula posterior, com manutenção
da função motora e sensibilidade à dor, mas perda da
propriocepção, sensação vibratória e tato epicrítico.
Síndromes Específicas
6) QUAL O TRATAMENTO?
-SÍNDROME CENTRAL MEDULAR: Perda de força mais
-Imobilização do doente na prancha e encaminhar para a
acentuada em MMSS. Geralmente ocorre por hiperextensão
emergência mais próxima;
em pacientes com estenose do canal medular
-Infusão de líquidos para manutenção da volemia;
-SÍNDROME ANTERIOR MEDULAR: Perda de funções
-Consulta neurológica;
motoras e sensações de dor e temperatura, mas
-Estabilização do paciente;
preservação de propriocepção, sensação vibratória e tato
-Transferência.
epicrítico
-SÍNDROME POSTERIOR MEDULAR: Preservação de funções
motoras e dor, mas perda da propriocepção, sensação
vibratória e tato epicrítico
-SÍNDROME DE BROWN-SÉQUARD/HEMISSECÇÃO MEDULAR:
Perda da motricidade e tato ipsilateral e da dor e
temperatura contralateral

REFERÊNCIAS
Seminários ATLS – P.S 2022.2
Aulas Sanarflix

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ATLS - Trauma Abdominal


-PODE CAUSAR:
Introdução • Esmagamento
• Compressão de vísceras
-TRAUMA ABDOMINAL: Traumatismo causado diretamente • Eventual deformação de órgãos e rupturas,
na região abdominal ou que repercuta em lesões de causando hemorragias e contaminação com
estruturas abdominais conteúdo intestinal
• OBS: Todo paciente que sofreu trauma no tronco -PRINCIPAIS CAUSAS:
(por impacto direto, desaceleração brusca ou • CISALHAMENTO: Causado quando um dispositivo
ferimentos penetrantes) deve ser considerado de segurança é usado inadequadamente, causando
portador de lesão vascular, víscera abdominal ou estiramento de estruturas orgânicas
víscera pélvica até que se prove o contrário
• DESACELERAÇÃO BRUSCA: Gerando movimentos
-DIAGNÓSTICO:
em sentidos opostos de vísceras. Quedas de
• DOENTES INSTÁVEIS: Deve ser priorizada a história grandes alturas, batidas de carro, acidentes de
e o exame físico. Se for recorrer a exames moto ou bicicletas
complementares, devem ser rápidos
• DOENTES ESTÁVEIS E SEM PERITONITE: Pode-se
fazer exames complementares repetidos para
identificação precisa das lesões

Anatomia Pélvico-Abdominal
-LIMITAÇÕES ANATÔMICAS DO ABDOME:
• SUPERIORMENTE: Tórax
• ANTERIORMENTE: Arcos costais
• LATERALMENTE: Linhas axilares anteriores
• INFERIORMENTE: Ligamentos inguinais e sínfise púbica
-TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL: Fraturas abaixo da linha
transmamilar podem causar lesões a órgãos abdominais
-ÓRGÃOS MAIS ACOMETIDOS: Em 15% há hematoma
• ANTERIORMENTE: Abaixo da linha transmamilar
retroperitoneal
• POSTERIORMENTE: Linha infraescapular
• Baço (40-55%)
• SUPERIORMENTE: Arcos costais
• INCLUI: Fígado, baço, diafragma e estômago • Fígado (35-45%)
-RETROPERITÔNEO: Espaço posterior ao revestimento • Intestino delgado (5-10%)
peritoneal abdominal -MANEJO:
• ESTRUTURAS: Veia cava inferior, parte do • Ultrassom Fast
duodeno, pâncreas, rins, ureteres, segmento • Lavado Peritoneal Diagnóstico
posterior dos cólons ascendente e descendente, • TC
órgãos retroperitoneais da cavidade pélvica
• LESÕES NESSA REGIÃO POSSUEM DIFÍCIL Trauma Penetrante
IDENTIFICAÇÃO: Exame físico difícil (podem cursar -DEFINIÇÃO: Quando há corte e laceração da pele e tecidos
sem sinais ou sintomas de peritonite), lavagem subjacentes
peritoneal diagnóstica e ultrassom FAST não • PRINCIPAIS CAUSAS: Ferimentos por arma branca
avaliam tão bem a região e projéteis de arma de fogo (PAF) como principais
-CAVIDADE PÉLVICA: Limitada pelos ossos pélvicos, sendo a exemplos
parte inferior dos espaços intra e retroperitoneais -ESTRUTURAS MAIS ATINGIDAS:
• ESTRUTURAS: Bexiga, reto, vasos ilíacos, órgãos • ARMA BRANCA: Fígado, intestino delgado,
do trato genital superior em mulheres diafragma, cólon
• PAF: Intestino delgado, cólon, fígado e vasos
Mecanismo do Trauma abdominais

-ENTENDIMENTO DO MECANISMO DO TRAUMA: Facilita a


identificação e o tratamento das lesões → Perguntar como
História
ocorreu o trauma ao paciente, acompanhantes, -Deve incluir relatos que ajudem a identificar o mecanismo
paramédicos ou pessoas presentes na cena do trauma

Trauma Fechado/Contuso -ASPECTOS GERAIS:


• Condições do paciente
-TRAUMA FECHADO: Ocorre sem que haja penetração ou • Sinais vitais
abertura da parte do corpo envolvida no trauma • Comorbidades
• Maioria causado por acidentes automobilísticos • Lesões aparentes
• Principal causa de choque hemorrágico
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-ACIDENTES DE TRÂNSITO: • ACHADOS QUE INDICAM FRATURA PÉLVICA:


• Velocidade e forma de colisão dos veículos Evidência de ruptura de uretra, discrepância entre
• Intrusão de partes do veículo no compartimento o comprimento dos membros inferiores,
dos passageiros deformidade rotacional da perna sem fratura
• Dispositivos de contenção e acionamento de óssea. Hipotensão inexplicável pode ocorrer como
airbags único sinal de ruptura de pelve
• Posição do doente no veículo • HEMIPELVE INSTÁVEL: Migra cranialmente e
-TRAUMAS PENETRANTES: apresenta rotação externa devido às forças da
• Distância entre vítima e agressor musculatura e ao efeito da gravidade
• Tipo de arma
• Tempo decorrido Exame de Uretra, Períneo e Reto
• Número de facadas ou tiros
-Avaliação de tônus esfincteriano e integridade da mucosa
• Quantidade de sangue perdida
retal, determinação da localização da próstata
-QUEDAS:
• INDÍCIOS DE LESÃO NA URETRA: Sangue no meato
• Altura da queda
uretral, equimose ou hematoma no escroto e
• Forma de impacto
períneo
-EXPLOSÃO: Distância da vítima ao local de explosão
• EXAME VAGINAL: Só deve ser feito em suspeitas

Exame Físico Abdominal de lesão. Lacerações podem ocorrer por


ferimentos causados por ossos fraturados ou por
-Deve ser minucioso e detalhado, seguido de forma traumas penetrantes
sistemática e ordenada • PALPAÇÃO DE PRÓSTATA: Deslocamento cranial
-ORDEM DO EXAME: Inspeção, ausculta, percussão, da próstata indica fratura pélvica importante
palpação • EXAME RETAL: Avaliação do tônus esfincteriano
-Deve ser seguido da análise da estabilidade pélvica e retal e busca por lesões penetrantes no intestino
exame de uretra, períneo, reto, vagina ou glúteos • EXAME DOS GLÚTEOS: Estende-se da crista ilíaca
às pregas glúteas. Lesões penetrantes na região
Inspeção glútea se associam a lesões intra-abdominais
importantes em metade dos casos
-Paciente totalmente DESPIDO
-Inspecionar TRONCO E PERÍNEO em busca de contusões e
abrasões causadas por dispositivos de contenção
Medidas Auxiliares no Exame
-Busca por LACERAÇÕES, FERIDAS PENETRANTES OU CORPOS
ESTRANHOS EMPALADOS, eviscerações
-Buscar se há EVIDÊNCIA DE GRAVIDEZ
Físico
-FLANCO, PERÍNEO E ESCROTO examinados à procura de -SONDAGEM VESICAL: Alivia a retenção urinária, auxilia na
SANGUE, EDEMAS, HEMATOMAS OU LACERAÇÕES que descompressão da bexiga para realizar o LPD e é usada para
sugerem fratura pélvica exposta monitorar o débito urinário como índice de perfusão
-Após a inspeção, cobrir o paciente para EVITAR tecidual
HIPOTERMIA • HEMATÚRIA MACROSCÓPICA: Sinaliza trauma no
trato urinário ou genital e de órgãos intra-
Ausculta abdominais não renais. Entretanto, a ausência de
-Buscar minuciosamente RUÍDOS HIDROAÉREOS → Podem hematúria não descarta a possibilidade
estar ausentes quando há sangue ou conteúdo • NÃO INSERIR SONDA DE FOLEY EM CASOS DE:
gastrintestinais livres Hematoma perineal e deslocamento cranial de
próstata
Percussão -USG FAST E LAVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO (LPD):
Usados para avaliação rápida de pacientes
-Pode demonstrar sinais de irritação peritoneal
hemodinamicamente instáveis
-SINAL CONFIÁVEL DE IRRITAÇÃO PERITONEAL: Defesa
• ÚNICA CONTRAINDICAÇÃO: Se o paciente já for
abdominal involuntária
realizar uma laparotomia
• HAVENDO SINAL DE IRRITAÇÃO PERITONEAL: Nenhuma
outra manobra para identificar a irritação deve ser
executada para evitar dor desnecessária
USG Fast
-USG FAST: Ultrassom usada no trauma → Extremamente
Palpação rápido na identificação de hemorragia
-PALPAÇÃO: Auxilia a DIFERENCIAR DOR SUPERFICIAL DE -QUANDO É USADO: Pacientes com instabilidade
DOR PROFUNDA e ajuda a IDENTIFICAR ÚTERO GRAVÍDICO e hemodinâmica, trauma fechado, TC não disponível
estimar idade gestacional -USO: Visualização de líquido livre na cavidade abdominal
-AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE PÉVICA: Hemorragia pélvica (pouco específico, mas altamente sensível)
grave pode ocorrer rapidamente -BENEFÍCIOS: Não é invasivo, é rápido, pode ser feito à
beira do leito
-INSTABILIDADE E FAST POSITIVO: Conduta cirúrgica

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-IMAGEM OBTIDA EM 4 JANELAS: Cada uma permite a


visualização de uma região
• SACO PERICÁRDICO/JANELA SUBXIFOÍDEA: Abaixo
Avaliação no Trauma
do processo xifoide. Janela pericárdica →
Avaliação de TAMPONAMENTO CARDÍACO Abdominal e Indicação de
• ESPAÇO HEPATORRENAL/ESPAÇO DE MORISON:


Avaliação do fígado e rim direito
ESPAÇO ESPLENORRENAL: Avaliação do baço e
Laparotomia
rim esquerdo -AVALIAÇÃO INICIAL DO TRAUMA ABDOMINAL: Não visa
• ESPAÇO SUPRAPÚBICO/SACO DE DOUGLAS: essencialmente identificar o órgão acometido, mas sim
Avaliação da pelve definir se há indicação de laparotomia
-INDICAÇÕES DE LAPAROTOMIA:
• Trauma abdominal fechado com hipotensão e FAST
positivo ou evidência clínica de hemorragia
intraperitoneal
• Trauma abdominal fechado ou penetrante com LPD
positiva
• Hipotensão associada a ferimento abdominal
penetrante
• Ferimentos por PAF que atravessam a cavidade
peritoneal ou o compartimento visceral/vascular
do retroperitônio
• Evisceração
• Hemorragia do estômago, reto ou trato
Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) geniturinário por ferimento penetrante
• Peritonite
-EXAME INVASIVO: Mini laparotomia rápida entre a cicatriz
• Ar livre, ar peritoneal ou ruptura do
umbilical e a sínfise pública
hemidiafragma
-INDICAÇÕES: Instabilidade hemodinâmica, trauma
• TC contrastada evidenciando lesão do TGI, lesão
fechado, quando a TC e o FAST não estiverem disponíveis
intraperitoneal da bexiga, do pedículo renal ou
-USO: Visualização de líquido na cavidade abdominal
lesão parenquimatosa grave em trauma contuso ou
-BENEFÍCIOS: Altamente sensível
penetrante
-PONTOS NEGATIVOS: Pouco específico, só faz visualização
da cavidade abdominal
-CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS: Gestantes, obesos,
Diagnósticos Específicos
laparotomia prévia -LESÕES DIAFRAGMÁTICAS: Hemidiafragma esquerdo é o
-CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS: Instabilidade mais comumente atingido. Deve haver suspeita em
hemodinâmica, paciente já com indicação cirúrgica, local qualquer ferimento toracoabdominal, avaliado pela
sem centro cirúrgico radiografia inicial do tórax
-LPD POSITIVO: Ocorre quando se aspira +10mL de sangue, • ANORMALIDADES NO RAIO-X INICIAL: Elevação ou
fezes, bile, etc. borramento do hemidiafragma, hemotórax, apagamento
-LPD NEGATIVO: Infundir 1L de soro fisiológico aquecido da imagem do diafragma por substância gasosa ou
presença de sombra gástrica no tórax
Tomografia Computadorizada (TC) -LESÕES DUODENAIS: Encontrada classicamente em
pacientes sem cinto de segurança ou que sofreram lesão
-É a mais específica, mas a mais demorada
frontal ou golpe direto no abdome
-PRÉ-REQUISITO: Estabilidade hemodinâmica
• SUSPEITAS: Sangue no aspirado gástrico ou ar
-CONTRAINDICAÇÕES: Demora para obter tomógrafo,
retroperitoneal na radiografia/TC abdominal
doente pouco colaborativo e que não pode ser sedado com -LESÕES PANCREÁTICAS: Geralmente resultam de golpe
segurança, alérgicos ao contraste direto no epigástrio, que comprime o pâncreas contra a
coluna vertebral
• SUSPEITA: Amilase sérica que aumenta progressivamente
-LESÕES DE VÍSCERAS OCAS: Lesões contusas no intestino
geralmente acontecem pela desaceleração brusca
• SUSPEITAS: Hematomas ou equimoses lineares ou
transversos (sinal do sinto de segurança) ou fratura
lombar com desvio detectada na radiografia (fratura de
Chance)
-LESÕES DE ÓRGÃOS SÓLIDOS: Lesões em órgãos sólidos
que cursem com choque, instabilidade hemodinâmica ou
evidência de hemorragia ativa indica laparotomia de
emergência

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Perguntas do Seminário
1) CITE OS PASSOS DO EXAME FÍSICO ABDOMINAL
Inspeção, ausculta, percussão e palpação

2) QUAIS ÁREAS QUE APLICAM O FAST?


Pericárdio e diafragma, hepatorrenal, esplenorrenal, pelve

3) QUAIS OS ÓRGÃOS AFETADOS NO TRAUMA ABDOMINAL?


-TRAUMA ABERTO:
• ARMA BRANCA: Fígado, intestino delgado,
diafragma, cólon
• PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO: Intestino delgado,
cólon, fígado, vasos abdominais
-TRAUMA FECHADO/CONTUSO: Baço, fígado, intestino
delgado

4) QUAIS AS VANTAGENS DO FAST?


É rápido, não invasivo, não usa radiação, é barato e pode
ser feito à beira do leito

5) O QUE É O PROTOCOLO FAST?


Trata-se do protocolo de utilização da ultrassonografia com
o intuito de diagnosticar a presença de líquido no abdômen
ou no pericárdio. Sua avaliação criteriosa, em conjunto com
dados clínicos, deve nortear as condutas terapêuticas.

6) O QUE DEVE FAZER EM PACIENTE COM HIPOTENSÃO E


HEMORRAGIA INTRAPERITONEAL?
Indicação para laparotomia

REFERÊNCIAS
Seminários ATLS – P.S 2022.2
Sanarflix

39
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Revisão de Primeiros Socorros


6. Insuflar balonete (5-10ml)
Reanimação Cardiopulmonar (RCP) 7. VERIFICAR POSIÇÃO DO TUBO: Ausculta ápices e
-PCR: Interrupção da circulação e resp. bases + epigástrio
• ADULTOS: Parada cardíaca → respiratória 8. Fixar o tubo e encaminhar para capnografia (pCO2)
• CRIANÇAS: Parada respiratória → cardíaca e radiografia
-PASSO A PASSO: -PREVISÃO DE INTUBAÇÃO DIFÍCIL: Prótese dentária NÃO
1. SEGURANÇA entra nos itens de difícil intubação
2. CHAMAR PELA VÍTIMA: De joelhos, braços em X • Obesos
3. VER, OUVIR, SENTIR • Barba cheia e longa
4. PEDIR AJUDA: Ligar para o SAMU (192) e solicitar • Macroglossia
DEA • Prognatismo e retrognatismo
5. INICIAR MANOBRA DE RCP: 30 compressões/2 -ESCALA DE MALLAMPATI: 4 níveis de dificuldade de
ventilações inserção do tubo
5 ciclos → DEA → +5 ciclos
• I: Tudo
6. ALTERNÂNCIA DE SOCORRISTAS: A cada 5 ciclos
• II: Úvula
-COMPRESSÕES TORÁCICAS:
• III: Palato mole
• POSIÇÃO SOCORRISTA: À direita da vítima, 4
• IV: Nada
apoios, coluna reta, mão dominante em cima
(região hipotenar). Usar força do corpo Primeiros Socorros em Pediatria
• POSIÇÃO VÍTIMA: Deitada, superfície plana e -Trauma como principal causa de morte 0-13 anos
rígida. Compressão na região esternal esquerda -PARTICULARIDADES:
-FREQUÊNCIA: 100-120/min. (Stayin’ Alive) • Maior tendência à hipotermia (maior área de
-PROFUNDIDADE: 5-6cm. Deve haver retorno total do tórax superfície corporal)
-ABERTURA DE VIAS AÉREAS: Hiperextensão cervical e • Maior risco de lesões sistêmicas
elevação da mandíbula (exceto suspeita de trauma • Hiperextensão cervical provoca fechamento de
raquimedular e bebês) vias aéreas
• VENTILAÇÃO: “C” e “E”, fazendo hiperextensão e
• Sinais de choque tardios (maior reserva fisiológica)
elevando a mandíbula simultaneamente
• ADULTOS SEM VIA AÉREA ARTIFICIAL: 30 compressões/2
• Lesões de órgãos internos sem fraturas associadas
ventilações. Ventilação menor que 1s • PERDA DE SANGUE: ~80ml/kg. 160ml em 10kg =
• ADULTOS COM VIA AÉREA ARTIFICIAL: 1 ventilação a 20% da volemia
cada 6s de forma assíncrona -FREQUÊNCIAS RESPIRATÓRIAS:
Intubação Orotraqueal (IOT) • RECÉM-NATO: 40/min.
• PRÉ-ESCOLAR: 30/min.
-INDICAÇÕES:
• ADOLESCENTE: 20/min.
• Glasgow <=8
-TCE: Queda em ponta de lança, vasos calibrosos no couro
• Hipoxemia refratária cabeludo. Não necessariamente apresenta vômito,
• PCR convulsão só possui gravidade se for de repetição
• Necessidade de assist. ventilatória prolongada -TRAUMA TORÁCICO: Fraturas de costelas raras, mesmo
-MATERIAIS: com lesões internas
• Laringo -TRAUMA ABDOMINAL: Geralmente provocam dif.
• Tubo orotraqueal (7-7,5 mulher, 7,5-8,5 homem) e Respiratórias
fixador de tubo -CHOQUE HEMORRÁGICO: Manifesta-se mais tardiamente
• Fio-guia -AFOGAMENTO: Dec. ventral ou dorsal com rosto de lado
• Seringa (5-10mm ar) -RCP: Feita com polegares ou indicador e médio
• Ambu -MANOBRA DE HEIMLICH EM RECÉM-NATOS: Cabeça para
-POSICIONAMENTOS baixo, 5 batidas na região interescapular + 5 compressões
• PACIENTE: Hiperextensão cervical (exceto bebês torácicas
ou suspeita de trauma cervical) Engasgo e Manobra de Heimlich
• PROFISSIONAL: Atrás da cabeça do paciente
-TÉCNICA: -MANOBRA DE HEIMLICH: 1 punho fechado, pressionar com
1. Retirar adornos o outro para cima em formato de J. Entre o umbigo e a
2. Checagem de materiais caixa torácica
3. Pré-oxigenação (mín. 3min) -CRIANÇAS OU ADULTOS BAIXOS: Socorrista de joelhos
4. INTRODUZIR LÂMINA: Segurando cabo com mão -BEBÊS: Primeiro verificar cavidade oral. 5 batidas + 5
esquerda, afastando língua da direita para a compressões
esquerda, movimento de brinde, pinçar epiglote, -OBESOS: Paciente deitado
visualizar cordas vocais -GESTANTES: Acima do abdome gestacional
5. Avançar com o tubo (~22cm) -EM SI MESMO: Borda de cadeira

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• ÊNFASE: Manutenção de VA, controle de


Acidentes com Animais Peçonhentos hemorragia e choque, imobilização, história
-DIAGNÓSTICO: Feito pela história e sintomatologia -FASE HOSPITALAR: Planejamento antecipado à chegada
-MANEJO INICIAL: Providenciar transporte para local com do doente (soluções cristaloides, equipamentos de
soro, aquecimento do paciente, hidratação, analgesia e monitorização, radiologia...)
antieméticos, lavagem com água e sabão, desbridamento
2. Triagem
• NUNCA: Torniquete, cortar/perfurar ao redor da
picada -PRINCIPAL OBJETIVO: Avaliar e identificar pacientes que
-BOTHROPS/JARARACA: Maioria dos casos podem ser atendidos pela instituição e verificar se há
recursos suficientes
• VENENO: Proteolítico, coagulante, hemorrágico
-MÚLTIPLAS VÍTIMAS: Número e gravidade de doentes não
• SINTOMAS: Edema, hemorragias, bolhas
excede a capacidade de atendimento → Prioridade de
• SORO: Antibotrópico
doentes com risco de morte iminente
-CROTALUS/CASCAVEL:
-VÍTIMAS EM MASSA: Número e gravidade de doentes
• VENENO: Neurotóxico, miotóxico, coagulante
excedem a capacidade de atendimento → Prioridade de
• SINTOMAS: Dor leve, parestesia, alterações de
doentes com maior chance de sobrevivência
ordem muscular
• SORO: Anti-crotálico
3. Avaliação Primária
-LACHESIS/SURUCUCU: -Constitui o XABCDE do trauma, identificando condições
• VENENO: Preteolítico, hemorrágico, coagulante, que implicam em risco de morte em sequência de
neurotóxico relevância
• SINTOMAS: Dor intensa, edema, hemorragias, -X: Exsanguinação. Identificação e controle de hemorragias
alterações gastrintestinais (efeitos vagomiméticos) (causa mais frequente de óbito)
-A: Vias aéreas e cuidados com a coluna cervical
• SORO: Anti-botropicolaquetico
-B: Boa ventilação e respiração. Exige bom funcionamento
-MICRUS/CORAL:
dos pulmões e da parede torácica
• VENENO: Neurotóxico
• LESÕES AMEAÇADORAS À VIDA: Pneumotórax,
• SINTOMAS: Dor local, parestesia, alterações de pneumotórax hipertensivo, tórax instável, contusão
ordem muscular pulmonar, hemotórax, hemotórax maciço, pneumotórax
• SORO: Anti-elapídico aberto, hematomas, fratura de costelas
-ESCORPIÃO: Casos leves (exceto crianças e idosos), dor -C: Circulação. Toda hipotensão deve ser considerada
intensa → Analgesia + observação hipovolêmica até que se prove o contrário → Necessária
-ARANHAS: Tratamento sintomático uma rápida avaliação do estado hemodinâmico (análise do
• ARANHA-ARMADEIRA: Dor nível de consciência, cor da pele e pulso)
• ARANHA-MARROM: Pouco dolorosa, trombose e necrose -D: Disfunção neurológica. Avaliação neurológica rápida por
• VIÚVA-NEGRA: Dor intensa irradiante, contrações ECG
musculares
-ÁGUA-VIVA: Lavar imediatamente com água do mar ou
vinagre. Urina funciona. NUNCA usar água doce ou álcool
-PEIXES: Peixe sapo e peixe-marrom. Termoterapia com
calor + analgesia + desbridamento. NUNCA aplicar gelo
ATLS
-SURGIMENTO: Idealizado após acidente de avião em 1976
(reflexão sobre a importância do atendimento local)
-PREMISSAS: O atendimento inicial, se feito adequadamente e em
tempo hábil, pode melhorar significativamente o prognóstico de
traumas graves
-GOLDEN HOUR: Vítima que recebe o tratamento definitivo em até
1h após o trauma tem maior sobrevida
Avaliação Inicial
-Requer avaliação rápida e obtenção de medidas
terapêuticas sistematizadas para serem aplicadas
1. Preparação
-E: Controle de exposição. Despir o doente e prevenir a
2. Triagem
hipotermia com uso de cobertores e fluidos intravenosos
3. Avaliação primária
aquecidos
4. Reanimação e medidas auxiliares à avaliação
primária 5. Avaliação Secundária
5. Avaliação secundária -AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: História e exame físico
6. Medidas auxiliares à avaliação secundária completo para procurar lesões não identificadas na
7. Tratamento definitivo avaliação primária (XABCDE), incluindo reavaliação de
1. Preparação sinais vitais
-FASE PRÉ-HOSPITALAR: O sistema deve ser estruturado de
forma que o HOSPITAL DE REFERÊNCIA seja notificado antes
da chegada da vítima, mobilizando a “equipe de trauma”

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-HISTÓRIA CLÍNICA: SAMPLA • Hemotórax maciço


• S: Sinais e sintomas • Tamponamento cardíaco
• A: Alergias -PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: Ocorre vazamento de ar
• M: Medicamentos em uso para do pulmão para a cavidade torácica sem possibilidade
• P: Passado médico ou prenhez de ar
• L: Líquidos ou alimentos ingeridos recentemente • QUADRO CLÍNICO: Desvio de traqueia, desconforto
• A: Ambiente e eventos relacionados ao trauma respiratório, ausência unilateral de MV, estase
-CABEÇA: Ferimentos, fraturas, assimetrias, abaulamentos, jugular, hipertimpanismo à percussão, dor torácica
avaliação pupilar, sinais de hemorragia, corpos estranhos • TRATAMENTO IMEDIATO: Descompressão torácica
-PESCOÇO: Alinhamento de traqueia, turgência jugular, • TRATAMENTO DEFINITIVO: Dreno torácico
carótidas, cervical -PNEUMOTÓRAX ABERTO: Ferimento na parede torácica
-TÓRAX: Ferimentos abertos ou fechados, crepitações, que permanece aberto
arcos costais, deformidades, flacidez, retalho costal • TRATAMENTO IMEDIATO: Curativo de 3 pontas
-ABDOME: Escoriações, marca de sinto mal posicionado, -TÓRAX INSTÁVEL: Segmento da parede torácica não possui
abdome em tábua mais continuidade óssea, resultado em prejuízo dos
-PELVE: Fraturas, hemorragias, palpação do púbis, pulso movimentos normais da parede torácica
femoral • TRATAMENTO IMEDIATO: O2 e reposição volêmica
-MMII: Fraturas, luxações, deformidades, hemorragias, • TRATAMENTO DEFINITIVO: Melhor oxigenação
pulso poplíteo, enchimento capilar, teste de Babinski possível, administração cautelosa de líquidos e
-MMSS: Mesma investigação do MMII, pulso braquial e radial analgesia
-DORSO: Manobra de 90º. Palpar toda a coluna em busca de -HEMOTÓRAX MACIÇO: Acúmulo de 1.500mL de sangue na
fraturas, hemorragias e verificar alinhamento cavidade torácica
-SINAIS VITAIS: FC, FR, PA, temperatura • QUADRO CLÍNICO: Ausência de MV, macicez à
-TRAUMA FECHADO X ABERTO: percussão
• FECHADO: Transferência de energia cinética para • TRATAMENTO: Dreno de tórax, reposição
órgãos internos, sem ruptura profunda da pele volêmica, toracotomia de emergência
• ABERTO: Abertura profunda na região por -TAMPONAMENTO CARDÍACO: Derrame pericárdico
penetração de objetos ou provocada por • TRÍADE DE BECK: Abafamento de bulhas,
esmagamentos hipotensão arterial e turgência jugular
Choque • TRATAMENTO DEFINITIVO: Toracotomia de
-Falência do sistema cardiocirculatório na manutenção da emergência
distribuição de O2 para tecido. Pode estar relacionado à: • OBJETIVOS DA TORACOTOMIA NA SALA DE
• Falhas cardíacas EMERGÊNCIA: Abertura do saco pericárdico,
• Perda de sangue, plasma ou líquidos do TGI clampeamento cruzado da aorta torácica, controle
• Dilatação dos vasos digital de lesões cardíacas ou de grandes vasos,
-CHOQUE HIPOVOLÊMICO: Tipo mais comum massagem cardíaca interna
• PRINCIPAIS CAUSAS: ATLS - Trauma Craniencefálico (TCE)
o Perda direta de sangue (hemorragia) -TRAUMA CRANIENCEFÁLICO: Traumas que provocam lesão
o Perda de plasma (queimaduras, ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio,
contusões) meninges, encéfalo ou seus vasos. Alta taxa de mortalidade
o Perda de líquido do TGI (vômitos, e de sequelas neurológicas graves
diarreia) -CLASSIFICAÇÃO POR MECANISMO:
• SINAIS E SINTOMAS: Ansiedade, palidez, cianose, • FECHADO: Não há exposição de estruturas. Acidentes por
pele fria e úmida, enchimento capilar >2s, alta velocidade
taquipneia, taquicardia, pulso fraco, náuseas, • PENETRANTE: Há exposição de estruturas. Ferimento por
hipotensão, pupilar dilatadas, frio e fraqueza arma de fogo
-CLASSIFICAÇÃO POR GRAVIDADE:
• CLASSIFICAÇÕES: Por perda sanguínea → Classe I,
• LEVE: ECG>=13
II, III ou IV
• MODERADO: ECG 9-12
-OUROS TIPOS DE CHOQUE:
• GRAVE: ECG<=8
• CARDIOGÊNICO -CLASSIFICAÇÃO POR MORFOLOGIA:
• OBSTRUTIVO • FRATURA DE CRÂNIO
• DISTRIBUTIVO: Choque séptico como mais comum o DE CALOTA: Linear ou com afundamento
ATLS - Trauma Torácico o BASILARES: Fístula liquórica, sinal de
-OBJETIVOS: Identificar lesões com risco de vida imediato Battle, sinal do guaxinim, lesão de nervos
ou lesões potencialmente fatais cranianos (principalmente 7º e 8º par)
-Maioria requer procedimentos simples (minoria requer
tratamento cirúrgico, sendo que os mais prevalentes são os
ferimentos penetrantes)
-LESÕES COM RISCO IMINENTE DE VIDA:
• Pneumotórax hipertensivo
• Pneumotórax aberto
• Tórax instável
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• LESÕES INTRACRANIANAS: -ESCALA DE FRANKEL: Classificação do paciente com TRM, do mais


o FOCAIS: grave (A) ao menos grave (E) de acordo com a função motora e
sensitiva
▪ HEMATOMA
• A: Nenhuma resposta motora ou sensitiva
EPIDURAL/EXTRADURAL: Forma
• B: Alguma função sensitiva, mas sem resposta motora
biconvexa. Presença de intervalo
• C: Função sensitiva, função motora não útil
lúcido
• D: Função sensitiva, função motora útil
• E: Função sensitiva e motora normais
-SÍNDROMES ESPECÍFICAS:
• SÍNDROME CENTRAL MEDULAR: Perda de força
acentuada em MMSS
• SÍNDROME MEDULAR ANTERIOR: Perda de função motora
e dor, preservação de propriocepção e vibração
▪ HEMATOMA SUBDURAL: Formato
• SÍNDROME MEDULAR POSTERIOR: Perda de
de meia lua. Pode ocorrer
propriocepção e vibração, preservação de função motora
intervalo lúcido e dor
• SÍNDROME DE BROWN-SÉQUARD: Hemisecção da
medula, geralmente por trauma penetrante → Perda de
motricidade e tato ipsilateral e perda de dor e
temperatura contralateral
ATLS - Trauma Abdominal
▪ HEMATOMA INTRACEREBRAL -Todo paciente que sofreu trauma no tronco deve ser considerado
o DIFUSAS: Causadas principalmente por portador de lesão vascular, víscera abdominal ou pélvica
-AVALIAÇÃO: Não inicialmente visa identificar o órgão acometido,
aceleração/desaceleração abrupta,
mas definir se há indicação para laparotomia
causando cisalhamento e rotura de fibras
-TRAUMA FECHADO: Não há penetração/abertura da pele
axonais ou vasos → Lesão Axonal Difusa • PRINCIPAIS CAUSAS: Cisalhamento (uso do cinto
(LAD) inadequado), desaceleração brusca
• ÓRGÃOS MAIS ACOMETIDOS: Baço, fígado, intestino
delgado
• MANEJO: USF Fast, lavado peritoneal diagnóstico, TC
-TRAUMA PENETRANTE: Há corte ou laceração da pele
• PRINCIPAIS CAUSAS: Ferimento por arma branca ou
projéteis de arma de fogo (PAF)
-PIC (PRESSÃO INTRACRANIANA): Funcionamento normal • ÓRGÃOS MAIS ACOMETIDOS:
depende da PIC adequada (~10mmHg). Conteúdo craniano é o ARMA BRANCA: Fígado, intestino delgado,
constante, pois a caixa craniana é rígida e não expansível diafragma
• CONTEÚDO INTRACRANIANO: Tecido cerebral, o PAF: Intestino delgado, cólon, fígado
-EXAME FÍSICO: Inspeção, ausculta, percussão, palpação, avaliação
sangue arterial, sangue venoso, LCR
da estabilidade pélvica
• DOUTRINA DE MONRO-KELLIE: com o aumento do -USG FAST: Visualização do líquido na cavidade abdominal (pouco
volume intracraniano (por hematomas, por específico, mas muito sensível)
exemplo), ocorre compensação com saída de • BENEFÍCIOS: Não invasivo, rápido, pode ser feito à beira
algum dos conteúdos intracranianos (LCR, sangue do leito
venoso, sangue arterial...) • ÚNICA CONTRAINDICAÇÃO: Se o paciente já for realizar
laparotomia
ATLS - Trauma Raquimedular (TRM)
• JANELAS (4): Pericárdica, hepatorrenal, esplenorrenal,
-OBJETIVOS: Avaliação correta do trauma raquimedular,
suprapúbico
identificação da lesão vertebral e definição do tratamento e
-LAVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO (LPD): Visualização do
imobilização adequada
líquido na cavidade abdominal
• OBS: Pacientes politraumatizados devem sempre ser
• CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS: Gestantes, obesos,
considerados portadores de trauma raquimedular, mesmo
laparotomia prévia
sem déficit neurológico
• CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS: Instabilidade
-PRINCIPAIS CAUSAS: Acidentes automobilísticos, quedas. Maior
hemodinâmica, se o paciente já for realizar laparotomia,
parte cervical
ou local sem centro cirúrgico
-AVALIAÇÃO DA COLUNA:
• LPD (+): Se houver aspiração de +10mL de sangue, fezes,
• PALPAÇÃO: Usar manobra de rolamento em bloco.
bile, etc.
Identificar deformações ou edema, crepitações, dor à
• LPD (-): Infundir 1L de soro aquecido
palpação, contusões e lacerações ou ferimentos
-LAPAROTOMIA: Indicada em evidência clínica de hemorragia
penetrantes
intraperitoneal, LPD positivo, evisceração, hemorragia
• AVALIAÇÃO DE DOR, PARALISIA E PARESTESIA
intraperitoneal e hipotensão, peritonites...
• TESTE DE SENSIBILIDADE AO ESTÍMULO DOLOROSO: Em
todos os dermátomos
• AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA
• MEDIÇÃO DE REFLEXOS TENDINOSOS PROFUNDOS
• DOCUMENTAÇÃO E REAVALIAÇÃO: Anotar o exame
neurológico e repetir frequentemente o exame motor e
sensorial

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Roteiro de Prova Prática – Primeiros Socorros


Estação de Prancha
Inicialização
1. Verificar a segurança da cena e da vítima
2. Aproximar-se do paciente pela frente (evitando que o
paciente se assuste e faça movimentos cervicais)
3. Identificar-se e garantir que há 4 socorristas
4. Manter a vítima em decúbito dorsal (cabeça não pode Manobra de “Zig-Zag”
ficar de lado) 16. O SOCORRISTA 1 conta “1, 2, 3”
Retirada do Capacete e Inserção do Colar Cervical 17. Os SOCORRISTAS 2 E 3 fazem a MANOBRA DE ZIGZAG,
5. O SOCORRISTA 1 deve manter-se atrás do paciente, movimentando a vítima em diagonal para centralizá-la na
enquanto o SOCORRISTA 2 faz a estabilização da cervical prancha
6. O SOCORRISTA 1 deve retirar a presilha do capacete e 18. O SOCORRISTA 1 continua realizando a contagem até a
retirá-lo, com a mão pela parte de dentro, em movimentos vítima ser centralizada corretamente
de alavanca, puxando o capacete por dentro, enquanto o 19. Os socorristas atacam todas as fitas e colocam o coxim
SOCORRISTA 2 estabiliza a cervical na prancha, garantindo que a vítima fique o mais
7. O SOCORRISTA 1 passa a estabilizar a cervical, enquanto estabilizada possível
o SOCORRISTA 2 faz a imobilização colocando o colar Levantamento da Vítima
cervical na posição correta 20. Alinhar os 4 socorristas, sendo que ficam 2 socorristas
8. O SOCORRISTA 1 passa a imobilizar a região cervical de cada lado, de forma simétrica
21. Certificar-se de que todos os socorristas estão
posicionados corretamente (virados para a cabeça do
paciente, com o joelho mais próximo da prancha apoiado
no chão)
22. O SOCORRISTA 1 comanda a ação contando “1, 2, 3”
23. TODOS os 4 socorristas levantam o tronco
24. Após nova contagem do SOCORRISTA 1, os 4
SOCORRISTAS levantam completamente

Manobra de Rolamento em 90º


9. SOCORRISTAS 2 E 3 verificam o lado mais lesionado e se
posicionam do lado contralateral
10. O SOCORRISTA 2 faz a pegada e estabilização no ombro
e no quadril, enquanto o SOCORRISTA 3 faz a pegada e
estabilização no quadril e na perna, de modo que os braços
dos dois socorristas formem um “X” na região do quadril do
paciente
11. O SOCORRISTA 1, estabilizando a cervical, assume a
liderança dos comandos e conta “1, 2, 3”
12. Os SOCORRISTAS 2 E 3 fazem a manobra de rolamento Descida da Vítima
em 90º do paciente, levantando-o para a região
25. O SOCORRISTA 1 irá contar “1, 2, 3”
contralateral à parte mais lesionada (enquanto o
26. Os 4 SOCORRISTAS, descem simultaneamente a prancha
SOCORRISTA 1 estabiliza a cervical)
parcialmente (com o joelho mais próximo da prancha
• OBS: Se a vítima não puder ser lateralizada, faz-se apoiado no chão)
a manobra de elevação a cavaleio 27. Após nova contagem do SOCORRISTA 1, os 4
13. O SOCORRISTA 4 vem com a prancha e a coloca logo SOCORRISTAS descem totalmente a prancha
atrás do paciente
14. O SOCORRISTA 1 conta “1, 2, 3”
15. Os SOCORRISTAS 2 E 3 deitam o paciente sobre a
prancha (enquanto o SOCORRISTA 1 estabiliza a cervical)

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Estação de RCP Estação de Intubação


Inicialização e Constatação da PCR Verificação e Testagens
1. Verificar a segurança da cena e da vítima 1. Posicionar-se atrás do paciente
2. Ajoelhar-se à direita do paciente 2. Retirar adornos e estar devidamente paramentado
3. Checar a responsividade da vítima (braços em “X”) 3. Verificar se todos os equipamentos estão presentes e
4. Ver, ouvir e sentir (checar o pulso central enquanto ouve funcionando (máscara, lâmina, laringoscópio, tubo
a respiração pelas narinas e observa a expansibilidade da orotraqueal com fio guia, seringa, ambu, fixador)
caixa torácica) e constatar que o paciente está em PCR 4. Verificar se a lâmina do laringoscópio é ideal para o
5. Delegar funções, pedindo para chamar o SAMU (192) e paciente (podendo ser maior, mas nunca menor)
trazer o DEA 5. Testar se o cuff está insuflando corretamente
Realização da Manobra Preparação e Pré-Oxigenação
6. Com a coluna reta, posicionar-se com os braços 6. Realizar a hiperextensão cervical do paciente
estendidos, uma mão sobre a outra, na linha intermamilar, 7. Verificar se é um caso de difícil intubação (escala de
um pouco mais à esquerda e iniciar as compressões com a Mallampati)
região hipotenar da mão 9. Pré-oxigenar o paciente por 3 minutos (dedos em “C” e
7. Realizar 5 ciclos de 30 compressões para cada 2 “E”)
ventilações (não obrigatórias). Realizar 100 a 120 Manuseando o Laringoscópio e Inserindo o Tubo
compressões por minuto
10. Pegar o laringoscópio com a mão esquerda e lateralizar
8. Garantir que cada compressão tenha a frequência
a língua da direita para a esquerda
adequada (no ritmo de Stayin’ Alive ou da marcha imperial
11. Pinçar a valécula em um movimento súpero-caudal
de Star Wars), a profundidade adequada (5-6cm) e que
(nunca de alavanca)
ocorra o retorno completo do tórax do paciente
12. Visualizar as cordas vocais
Chegada do DEA 13. Inserir o tubo orotraqueal (de 20-22 cm)
9. Assim que o DEA chegar, parar imediatamente as 14. Insuflar o cuff (5-10 mL)
compressões
10. Posicionar as pás do DEA (autoexplicativas), sendo que
a direita é colocada na região subclavicular e a esquerda na
região do ictus cordis
11. Ligar o DEA e esperar os comandos
12. Se indicar ritmo chocável, afastar todos, esperar o DEA
fazer o choque e palpar o pulso central
13. Se o paciente não retornar, voltar a fazer a massagem
por mais 2 minutos e depois colocar novamente o DEA
14. Se o ritmo não for chocável, continuar realizando a
massagem até o socorro chegar

Verificações Finais e Finalização


15. Ventilar com o ambu para verificar se a intubação foi
feita corretamente
16. Auscultar a região epigástrica, polos e bases de cada
pulmão para verificar se o tubo está inserido corretamente
17. Realizar a capnografia (análise da pCO2)
18. Fixar o tubo
19. Encaminhar para a radiografia de tórax (2-3 cm antes
da carina)
Extubando
20. Retirar a fixação do tubo
21. Desinflar o cuff
22. Puxar o tubo orotraqueal

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Desengasgo e Manobra de Heimlich


Desengasgo no Adulto
1. Envolver os braços entre a caixa torácica e o umbigo
(apêndice xifoide)
2. Fechar bem uma das mãos, mantendo o polegar de fora
3. Pressionar com firmeza para cima, fazendo movimento
de “J”
4. Realizar a manobra até que o objeto seja expulso ou até
a vítima perder a consciência

Desengasgo no Bebê
1. Verificar a boca e o nariz para assegurar de que não é
possível retirar o objeto com as mãos
2. Apoiar os seus pés em uma região mais alta
3. Colocar o bebê com a cabeça mais abaixo do corpo,
segurando-a fazendo um “V” com a mão (para abrir a boca
e o nariz)
4. Dar 5 batidas com a região hipotenar na região
interescapular
5. Girá-lo, e realizar 5 compressões torácicas (dedo
indicador e médio)
6. Refazer a manobra até que o bebê desengasgar

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