Você está na página 1de 34

Genética Clara Freitas – Med13 MA

Ana Clara Freitas


Medicina Uninassau
2020 Med13 MA
Genética Clara Freitas – Med13 MA

Sumário ➢ Tumor Maligno E Benigno: ............................. 28


➢ Proto-Oncogene E Oncogene: ........................ 28
CICLO CELULAR ............................................................. 3
➢ Metástase: ...................................................... 29
➢ Fases Do Ciclo Celular: ...................................... 3
➢ Relação Entre Idade E Câncer: ........................ 29
➢ Mitose: ............................................................. 3
➢ Tratamento: ................................................... 29
➢ Meiose: ............................................................. 4
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO ...................................... 30
GAMETOGÊNESE .......................................................... 5
➢ FISH: ............................................................... 30
EPIGENÉTICA ................................................................ 6
➢ PCR – reação em cadeia da polimerase: ......... 31
ESTRUTURA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS .......................... 7
➢ Eletroforese: ................................................... 31
➢ Morfologia Dos Cromossomos: ........................ 7
➢ Real Time PCR:................................................ 32
➢ DNA: ................................................................. 7
➢ Teste De Paternidade: .................................... 33
➢ RNA:.................................................................. 8
➢ Perícia Forense: .............................................. 33
REPLICAÇÃO DO DNA ................................................... 8
➢ Imunofenotipagem:........................................ 33
ESTRUTURA DO GENE EUCARIOTO ............................... 9
POLIMORFISMOS ....................................................... 34
SÍNTESE PROTEICA ...................................................... 10
➢ SNP/Polimorfismo de nucleotídeo único: ....... 34
ALTERAÇÕES GENÉTICAS ............................................ 11
➢ INDELS/Polimorfismos por inserção-deleção: 34
➢ Moleculares: ................................................... 11
➢ STRs/Small tandem repetitions: ..................... 34
➢ Cromossômicas:.............................................. 12
➢ RFLP/Polimorfismo de tamanho de
➢ Mosaicismo: ................................................... 13
fragmentação de restrição: .................................... 34
➢ Quimerismo: ................................................... 14
➢ Cromossomopatias Autossômicas: ................. 15
➢ Cromossomopatias Sexuais: ........................... 16
HEMOGLOBINOPATIAS ............................................... 17
➢ Anemia Falciforme:......................................... 18
➢ Talassemias: ................................................... 19
ERROS INATOS DO METABOLISMO ............................ 20
➢ Fenilcetonúria (PKU): ...................................... 21
➢ Albinismo:....................................................... 21
➢ Favismo: ......................................................... 21
PADRÕES DE HERANÇA MONOGÊNICA ...................... 22
➢ Autossômico Dominante: ............................... 22
➢ Autossômico Recessivo:.................................. 23
➢ Recessivo Ligado Ao X:.................................... 23
➢ Dominante Ligado Ao X: ................................. 24
➢ Padrão De Herança Mitocondrial: .................. 24
IMUNOGENÉTICA ....................................................... 25
➢ Sistema ABO E Rh: .......................................... 25
GENÉTICA DO CÂNCER ............................................... 26
➢ Processo De Morte Celular: ............................ 27
➢ Geração De Uma Célula Tumoral: ................... 27
Genética Clara Freitas – Med13 MA

CICLO CELULAR menor quantidade do que na etapa G1. O período


de duração dessa etapa é proporcional ao da G1.
- Células somáticas: divisão por mitose; → É importante destacar que durante todas as
- Células germinativas: divisão por meiose. etapas da interfase estarão ocorrendo a síntese de
proteínas e a produção das estruturas celulares.
➢ FASES DO CICLO CELULAR:
→ O ciclo celular possui uma série de pontos de
controle, que monitoram e controlam a precisão da
síntese de DNA, bem como a montagem e fixação
de uma rede elaborada de microtúbulos que facilita
o movimento dos cromossomos. Caso seja
detectada uma lesão no genoma, esses pontos de
controle mitóticos interrompem a progressão do
ciclo celular até que reparos sejam realizados ou, se
o dano for excessivo, até que a célula seja instruída
a morrer por apoptose. Mesmo que os mecanismos
de checagem não detectem, ela ainda pode ser
o Fase G0: destruída pelo sistema imunológico.

- Ausência de divisão celular. A célula está em ➢ MITOSE:


atividade plena. A permanência em G0 depende de - Processo equacional que produz células igual a
cada tipo celular. Na célula da pele o tempo de G0 célula-mãe. (PROMETA ANATELO)
é uma semana, na célula da glia o tempo de G0 são
décadas. Quando uma célula precisa entrar em
Divisão celular ela precisa abandonar essa fase.
o Interfase:
-> Corresponde ao período entre o final de uma
divisão celular e o início de outra. Ela prepara as
células para o processo de divisão e está dividida
em 3 fases:
• G1: início da duplicação citoplasmática. Ocorre a
síntese de proteínas, principalmente enzimáticas
(que serão utilizadas no processo de duplicação) e
RNA. O tempo de duração dela é o mais variável
entre os diferentes tipos celulares;
• S: ocorre a duplicação do material genético, dos
centríolos e dos centrossomos. Essa é a fase mais o Prófase:
longa da interfase;
- Condensação gradual do DNA;
*É a fase de maior relevância do ponto de vista da
- Formação do fuso mitótico (microtúbulos);
mutação, pois a cadeia de DNA está aberta para
que ocorra a duplicação, expondo as bases - Início do desaparecimento do envoltório celular
nitrogenadas. (carioteca);
• G2: nessa etapa, ocorre a síntese de proteínas, - Formação de um par de centrossomos (dois
como a tubulina, que formará os microtúbulos do centríolos em cada) e migração deles para os polos
fuso mitótico, e RNA. No entanto, isso acontece em opostos das células;
- Início da formação dos microtúbulos.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

o Pro-metáfase: - Processo reducional, originando células


haploides. Exclusivo de células germinativas.
- Ligação dos microtúbulos com o cinetócoro;
- Processo de alinhamento dos cromossomos no
meio da célula;
- Cromossomo quase totalmente condensado.
o Metáfase:
- Momento de máxima condensação cromossômica
(possuem melhor visualização no microscópio);
- Alinhamento dos cromossomos na placa
equatorial ou metafásica da célula;
- Microtúbulo completamente formado (fuso).
o Anáfase:
- Remoção das tubulinas. O fuso que estava ligado
volta em direção ao centríolo, separando as
cromátides irmãs.

>> Drogas inibitórias: atuam no fuso mitótico,


interferindo na polimerização da tubulina, impedindo
a formação dos microtúbulos. Assim, a divisão para na
metáfase.

> Colchicina: se combina com os dímeros de tubulina,


causando a despolimerização e o desaparecimento
dos microtúbulos mais estáveis (compõem o fuso).

> Taxol: se liga a tubulina e fixa os microtúbulos no


lugar (estabiliza eles). Isso os impede de agir pois é
necessário que haja flexibilidade no fuso para ocorrer
a separação das cromátides.

> Vincristina e Vimblastina: age de modo semelhante


a Colchicina, promovendo a ruptura da tubulina e
causando bloqueio da divisão celular na metáfase.

o Telófase:
- Citocinese (o citoplasma é clivado). Filamentos de
actina se deslocam para a região central para
estrangular a célula;
- Reaparecimento da carioteca;
- Descompactação do DNA;
- A célula volta ao aspecto de interfase.
➢ MEIOSE:
Genética Clara Freitas – Med13 MA

o Meiose I: espermatogênese, são produzidos 4


espermatozoides. É uma produção contínua.
-> Prófase I:
- Pareamento dos cromossomos homólogos;
- Formação de quiasmas (como os cromossomos
ficam muito próximos, pode ocorrer o cruzamento
dos braços, que é o quiasma). Esse quiasma pode
gerar o crossing-over (processo extremamente
importante do ponto de vista evolutivo, pois
garante a variabilidade genética dentro da
espécie);

- Ter quiasma não garante a ocorrência do crossing,


mas esse só ocorre se houver a formação do
quiasma;

- O crossing-over acontece na fase de paquíteno.

- Formação do fuso mitótico.

- Já na mulher, o processo se inicia na vida


intrauterina e para, voltando na puberdade e
terminando na menopausa, ou seja, não possui
fertilidade até o fim da vida. No final da ovogênese,
é produzido um oócito e 3 corpúsculos de polares.

-> Metáfase I: idêntica a mitose;


-> Anáfase:
- Ocorre a separação dos cromossomos homólogos;
- O resto é idêntico a mitose.
-> Telófase I: idêntica a mitose.
o Meiose II: processos idênticos aos ocorridos
na mitose.

GAMETOGÊNESE
- É importante destacar as diferenças entre o sexo
masculino e feminino nesse processo;
- No homem, esse processo se inicia na puberdade,
e possui fertilidade por toda a vida. No final da
Genética Clara Freitas – Med13 MA

EPIGENÈTICA
- Consiste no estudo das mudanças hereditárias na
função celular ou expressão gênica que podem ser
transmitidas de uma célula para outra (e até
mesmo de geração a geração), como resultado de
sinais moleculares baseados na cromatina;
- É o estudo das modificações do DNA e histonas
que são herdáveis e não alteram a sequência de
bases do DNA.
o Compactação do DNA:
- O DNA se enrola em moléculas proteicas
chamadas histonas. Existem 5 tipos: H1, H2A, H2B,
H3 e H5;
- H2A, H2B, H3, H4 são estruturas globosas, que vão
se juntar formando uma estrutura que não é
somente uma molécula de cada e sim 2 de cada
o Metilação do DNA:
(dímero), formando um OCTÂMERO de histonas. O
DNA vai se enrolar no octâmero formando a - A metilação do DNA envolve a modificação de
estrutura primária. O DNA dá duas voltas em cada bases de citosina por metilação do carbono na
octâmero e a H1 o prende a essa estrutura. quinta posição no anel de pirimidina. A metilação
extensa do DNA é uma marca de genes reprimidos
*Nucleossoma: DNA + histonas. É o DNA se
e é um mecanismo difundido e associado ao
enrolando no octâmero. Ao longo da cadeia de
estabelecimento de programas específicos de
compactação são formados milhares.
expressão gênica durante a diferenciação e o
*Cromatossoma: conjunto completo de desenvolvimento celular;
nucleossomas.
- Quanto maior a quantidade de metionina, mais o
- A helicoidização da estrutura em volta dela grupo metil se tem e mais metilado o DNA fica, ou
mesma forma o solenoide. Ele é a ideia de encurtar seja, mais compactado. Na divisão celular isso não
o DNA, mas essa compactação ainda não é altera, mas na síntese proteica isso vai interferir
suficiente; porque vai ser difícil descompactar e não vai
conseguir expressar os genes que ainda estiverem
- A solenoide começa a formar alças, as quais
compactados;
começam a ficar fixas num só ponto. O começo da
compactação se dá na prófase, e o máximo em - Se não expressar aquele gene, aquela proteína
metáfase. Essas alças se prendem ao arcabouço não será traduzida e isso pode ter consequências.
proteico (que é o esqueleto da proteína) e este dá Não teve variação do DNA, mas teve da metilação.
forma ao cromossomo; A metilação e demetilação acontecem o tempo
todo, porque a metilação controla a síntese
- A compactação se refere diretamente a
proteica. Quanto mais metilação, mais
epigenética. Para o DNA se ligar às histonas é
compactado, menor a síntese proteica. A metilação
necessário afinidade química. Se houver qualquer
irreversível leva a falta de expressão gênica.
alteração nas histonas, irá modificar a composição
bioquímica do aminoácido e consequentemente a **Metilar é abaixar a expressão gênica (que ocorre
capacidade de compactação de DNA. de maneira aleatória). Isso pode trazer grandes
problemas pois essa proteína pode ser uma enzima
por exemplo que controla apoptose.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

**Vitamina B12 (ácido fólico): na sua ausência o identificados pela posição da distribuição do
processo de metilação acontece com mais padrão das bandas (o padrão é único para cada
facilidade. par), nunca vamos encontrar 3 cromossomos com
o mesmo padrão. Todos são diferentes sem
**Vitamina E, D podem interferir no processo de
nenhuma repetição. Todos da mesma espécie têm
metilação.
o mesmo padrão de bandeamento;
- Os homólogos apresentam tanto morfologia
como padrões de banda semelhantes.

>> Para identificar uma região específica do


cromossomo:

1. identificar o número do cromossomo

2. identificar qual a região está se falando (q ou p)

3. Identificar qual a banda e qual a subdivisão/sub-


região

Ex.: 1q24.1 (Cromossomo 1, braço longo, banda 24,


subunidade 1).

**Quanto mais subdivisão mais informação.


Quanto mais estirado o cromossomo estiver, mais
ESTRUTURA DOS ÁCIDOS subdivisão terá, logo, mais bandas.

NUCLEICOS **Criptogenética: parte da genética que estuda os


cromossomos. Pegam o Cromossomo e analisam a
➢ MORFOLOGIA DOS CROMOSSOMOS: estrutura, se tá faltando (deleção) alguma parte e
utilizando procedimentos metodológicos.
- É determinada pela posição do centrômero:
**Lócus gênico não é a banda, pois a banda é uma
área cheia de genes, logo, existem vários lócus. A
banda é a localização citogenética.
➢ DNA:
- O DNA é uma macromolécula de ácido nucleico
polimérica, composta por três tipos de unidades:
- O centrômero divide o cromossomo em duas um açúcar de cinco carbonos, a desoxirribose; uma
partes: p (braço curto) e q (braço longo). O p base contendo nitrogênio; e um grupo fosfato. As
sempre é o de cima. Eles sempre conectam as bases são de dois tipos, purinas e pirimidinas;
cromátides irmãs. - No DNA, existem duas bases de purinas, adenina
- As listras que aparecem numas fotos de (A) e guanina (G), e duas bases de pirimidina, timina
cromossomo são chamadas de BANDAS, para (T) e citosina (C). Os nucleotídeos, cada um
estudarmos o cromossomo, utilizamos uma técnica composto por uma base, um fosfato e uma fração
de coloração por bandeamento que significa de açúcar, polimerizam‑se em longas cadeias
identificar essas bandas. Se mudar a coloração, polinucleotídicas por ligações 5’‑3’ fosfodiéster
mudam-se as regiões que são claras e escuras, por formadas entre unidades adjacentes de
causa da forma como a coloração é feita. Temos 23 desoxirribose;
pares de cromossomos homólogos que são
Genética Clara Freitas – Med13 MA

- A estrutura anatômica do DNA carrega a **Códons: sequência de três bases nitrogenadas


informação química que possibilita a transmissão componente do RNAm, produzida por meio da
exata de informação genética de uma célula para transcrição do DNA e responsável pela codificação
suas células‑filhas e de uma geração para a de um determinado aminoácido que será incluído
próxima. Ao mesmo tempo, a estrutura primária de nas cadeias polipeptídicas para a formação das
DNA especifica as sequências de aminoácidos das proteínas.
cadeias polipeptídicas de proteínas;
**Anticódons: sequência de três bases
- O estado nativo de DNA, como elucidado por nitrogenadas complementares aos códons do
James Watson e Francis Crick em 1953, é uma dupla RNAm, componente do RNAt, produzida por meio
hélice. A estrutura de dupla fita das moléculas de da transcrição do DNA e responsável pelo
DNA permite que elas se repliquem com precisão transporte de um determinado aminoácido que
pela separação das duas fitas, seguida da síntese de será incluído nas cadeias polipeptídicas para a
duas novas fitas complementares, de acordo com a formação das proteínas.
sequência da fita molde original.

REPLICAÇÃO DO DNA
- É um processo semiconservativo, que depende da
ação de várias enzimas (produzidas na fase S), as
quais trabalham de forma sincronizada dentro de
uma cascata:
➢ RNA: 1: Girase: o DNA é helicoidal e possui muitas
torções que atrapalham no processo de replicação.
- É um polímero de cadeia simples de nucleotídeos
Por isso, faz-se necessária uma enzima que desfaça
unidos por ligações fosfodiéster e compostos por
o giro da molécula. Essa é a função da enzima
um grupamento fosfato, uma pentose ribose e uma
girasse que atua como uma topoisomerase.
base nitrogenada adenina, uracila, citosina ou
guanina; 2: Helicase: Vai romper a hélice do DNA quebrando
as ligações de hidrogênio. Quando essa quebra
- Apresentam estrutura em fita simples produzida
acontece o DNA se separa ficando com duas fitas
através do mecanismo de transcrição genética do
de cadeia simples. Ela trabalha em conjunto com a
DNA e dispostas nas formas de: RNAm (RNA
girase e essa atividade não vai acontecer da ponta
mensageiro, composto responsável pelo
da cadeia até o fim. Vários grupos de enzima irão
carregamento de códons para a produção de
trabalhar simultaneamente só que em regiões
proteínas); RNAt (RNA transportador; composto
diferentes. Essa atividade simultânea deixa o
responsável pelo carregamento de anticódons –
tempo de fase S mais curto.
códons complementares aos presentes no RNAm –
atrelados a aminoácidos para a produção de *A cadeia aberta apresenta uma maior fragilidade,
proteínas) e RNAr (RNA ribossomal; composto sujeita a ação de agentes externos.
responsável pela formação de ribossomos
*Com a ação dessas enzimas vão ocorrer vários
celulares);
pontos de abertura. Cada ponto recebe o nome de
Genética Clara Freitas – Med13 MA

BOLHA/FORQUILHA DE REPLICAÇÃO. (bifurcação –


ponto onde está ocorrendo a separação da cadeia).
3: RNA polimerase: Sua função é fabricar o PRIMER
(iniciador). Capaz de adicionar a primeira ligação 5’-
3’, não adicionando só uma base, mas sim um
pedaço. Esse pedaço servirá de começo e irá
fabricar um pedaço de RNA que agregará a base a
característica do DNA (uracila);
*Ocorre a fixação dos marcadores primer de
inicialização da síntese de moléculas de DNA
através da ação da enzima primase (composto
responsável por estabelecer a região de início da
duplicação, fato esse que possibilita o início do ESTRUTURA DO GENE EUCARIOTO
processo estabelecido pela DNA polimerase, uma - O gene é definido como uma sequência de DNA
vez que essa não se apresenta capaz de estabelecer que especifica a produção de um produto
uma base nitrogenada de início da extremidade 5’). funcional, seja um polipeptídeo ou uma molécula
4: DNA polimerase: Feito o primer, O RNA de RNA funcional. Um gene inclui não apenas as
polimerase sai e entra a DNA-polimerase. Sua sequências codificantes de nucleotídeos reais, mas
função é fabricar DNA, mas para isso precisa do também as sequências de nucleotídeos adjacentes
primer feito pela RNA-polimerase. Entre o primer e necessárias para a expressão adequada do gene,
o DNA existe um fragmento chamado de OKAZAKI. isto é, para a produção de RNAm normal ou de
Cada conjunto de primer-DNA tem um fragmento outras moléculas de RNA na quantidade correta, no
de OKAZAKI. local correto e no tempo correto durante o
desenvolvimento ou durante o ciclo celular;
*A leitura no sentido 3’ para 5’, sintetizando uma
fita 5’3’, é um processo contínuo. Já a leitura no - As sequências de nucleotídeos adjacentes
sentido 5’3’, sintetizando uma fita 3’5’, é uma fornecem os sinais moleculares de “início” e
síntese descontínua, formando os fragmentos de “parada” para a síntese de RNAm transcrito a partir
Okazaki. do gene. Pelo fato de o transcrito de RNA primário
ser sintetizado na direção de 5′ para 3′, o início da
*Como é um processo muito dinâmico, as bolhas transcrição é chamado de extremidade 5′ da
continuarão crescendo, ou seja, tanto a girasse porção transcrita de um gene;
como a helicase continuarão abrindo o DNA.
- Por convenção, o DNA genômico que antecede o
5: Complexo enzimático: vai reconhecer e remover local de início de transcrição na direção 5′ é
o primer, pois esses compostos se apresentam chamado de sequência “a montante” (upstream),
constituídos por RNA e não devem se manter na enquanto que a sequência de DNA localizada na
estrutura final do DNA constituído. direção 3′ além da extremidade de um gene é
6: DNA polimerase: Volta a trabalhar para chamada de sequência “a jusante” (downstream).
preencher os espaços vazios (antes ocupados pelos Na extremidade 5′ de cada gene encontra‑se uma
primer de RNA). Além disso faz uma espécie de região promotora que inclui sequências
checagem no DNA – certifica-se de que as bases responsáveis pelo início adequado da transcrição.
estão ligadas corretamente aos seus
correspondentes.
7: DNA ligase: liga os fragmentos de Okazaki,
remonta a estrutura helicoidal e forma a dupla-
hélice.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

SÌNTESE PROTEICA >> Splicing alternativo: processo se apresenta como


uma expressão da epigenética que ocorre pela
- Para genes que codificam proteínas, o fluxo de capacidade de retirada de diferentes íntrons e
informações do gene para o polipeptídeo envolve éxons, e permite a produção de diversas proteínas a
vários passos: partir de um único RNAhn recém-formado, fator que
permite que a hereditariedade seja preservada, mas
o Transcrição: a expressão gênica seja modificada.
- O início da transcrição de um gene está sob a
influência de promotores e outros elementos
reguladores, bem como de proteínas específicas
conhecidas como fatores de transcrição, que
interagem com sequências específicas dentro
dessas regiões e determinam um padrão espacial e
temporal de expressão de um gene;
- É realizado no núcleo celular, com a abertura e
leitura das fitas no sentido 3’5’ e síntese de
moléculas de RNA heterogêneo-nuclear a partir da
adição de nucleotídeos à cadeia em formação no
sentido 5’ para 3’ através da ação da enzima RNA
polimerase após essa encontrar a sequência de
bases promotora, sendo a sinalizadora de que à
frente existirá a presença do primeiro éxon a partir
do qual será iniciada a transcrição, a trinca de bases o Tradução:
a ATG, representante não-transcrita do aminoácido
metionina. - No citoplasma, o RNAm é traduzido em uma
proteína pela ação de uma variedade de pequenas
**As bases promotoras que são lidas para dar início moléculas adaptadoras de RNA, os RNAts, cada
ao processo são TATA Box e a CAAT. Elas indicam o qual específico para um aminoácido em particular.
início do gene que serão transcritos. O primeiro Essas moléculas notáveis, cujo tamanho varia de
éxon é ATG (metionina), e os códons de finalização apenas 70 a 100 nucleotídeos, têm a tarefa de
são ATT, ACT e ATC. trazer os aminoácidos corretos para a posição
correta ao longo do molde de RNAm, para serem
adicionados à cadeia polipeptídica em crescimento.
A síntese proteica ocorre nos ribossomos,
complexos macromoleculares compostos de RNAr
e várias dúzias de proteínas ribossômicas.

- A chave para a tradução é um código que


o Splicing/processamento de RNA: relaciona aminoácidos específicos com
- Processo no qual ocorrerá a retirada dos íntrons combinações de três bases adjacentes ao longo do
(sequências inativas de RNAhn recém-formado que RNAm. Cada conjunto de três bases constitui um
não apresentam possibilidade de codificar códon, específico para um determinado
aminoácidos) e ligamento de éxons (sequências aminoácido. Teoricamente, variações quase
ativas de RNAhn recém-formado que apresentam a infinitas são possíveis no arranjo das bases ao longo
possibilidade de codificar aminoácidos) através da de uma cadeia de polinucleotídeos. Em qualquer
ação dos complexos enzimáticos spliceossomos posição, existem quatro possibilidades (A, T, C ou
para a formação de moléculas de RNAm G); assim, para três bases, existem 64, possíveis
processados (sequências totalmente ativas e combinações de trincas. Esses 64 códons
passíveis de sintetização de proteínas). constituem o código genético.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

RESUMO DO PROCESSO - Degenerado/redundante: existência de um


quantitativo de códons que excedem o número de
sequências necessárias para a formação de
aminoácidos existentes, ou seja, um códon codifica
especificamente um aminoácido, entretanto um
aminoácido pode ser codificado por diversos
1: RNA polimerase vai fabricar RNA; códigos, o que permite que mesmo com a
2: RNA polimerase vai se associar ao promotor e vai ocorrência de alterações genéticas nas bases
deslizar até o 1º éxon (ATG – metionina), iniciando a nitrogenadas do código, seja possível que a
transcrição (em forma de DNA). Sentido 5’3’; produção de proteínas específicas permaneça
inalterada, e, dessa forma, seja impedida a
3: Dentro do RNA fabricado vão existir introns e éxons.
Esse não é o RNAm, e sim o RNA intermediário, que formação de patologias;
possui frações codificantes e não codificantes, - Não-ambíguo: existência de aminoácidos
chamado de RNAhn (heterogêneo nuclear, ou RNAm
específicos para cada códon que permite que a
imaturo ou transcrito primário);
tradução de uma determinada sequência não
4: As regiões não codificantes serão retiradas – origine mais de um composto;
processamento ou Splicing. O complexo enzimático
spliciossomo reconhece os exons e os introns e recorta - Universal: código passível de aplicação a todos os
a molécula em partes, remove os introns e “cola” exon seres vivos atualmente conhecidos.
com éxon;
** Atualmente é compreendido que os 98% do
DNA, que previamente eram denominados como
“código lixo” por não se apresentarem como
5: O RNAm vai para o citoplasma; codificantes de aminoácidos, apresentam funções
6: Esse RNAm será ligado a duas subunidades controladoras sobre o processamento de
ribossômicas que são fabricadas separadamente e se informações genéticas.
associam nesse processo. A cada três bases temos um
códon e cada códon é traduzido como um aminoácido
via RNAt;

7: RNAt sempre terá em uma extremidade 3 bases


nitrogenadas que são livres, aptas a se ligar. Essa trinca
é chamada de anti-códon. O lado oposto a esse RNAt
estrá ligado a um aminoácido. Quem faz a tradução é o
RNAt. Anti-códon de iniciação UAC.

8: Tradução.

Ex.: 5’ – CGATTTCGT - 3’ → 3’ – GCTAAAGCA - 5’ → RNA


5’ – CGAUUUCGU – 3’ → arginina, fenilalanina e
arginina.

5’ – AUUCGCCGU – 3’ → isoleucina, arginina e arginina.


ALTERAÇÕES GENÈTICAS
(Essa já é a fita de RNA, sendo assim, a tradução já ➢ MOLECULARES:
ocorre automaticamente).
- São alterações orgânicas ocorridas nas sequencias
5’ – ACGCCGCCA – 3’ → 3’ – TCGGGCGGT – 5’ → RNA
de bases nitrogenadas dos cromossomos:
5’ – ACGCCGCCA – 3’ → treonina, prolina e prolina.

o Adição de bases:
** Particularidades do código genético:
Genética Clara Freitas – Med13 MA

5’ – ATC GTA CGT – 3’ 5’ – ATC CGG CGT – 3’


5’ – ATC CGTA CGT – 3’ 5’ – ATC CGG CGG CGG CGT – 3’

- Ocorre uma mudança na matriz de leitura, ou seja, - Várias repetições da mesma trinca, ou seja, vai
alteração nos aminoácidos que serão produzidos, formar uma cadeia mais longa e, nesses pontos de
pois a sequência de éxons vai estar modificada, repetição, o DNA tende a compactar mais,
modificando os códons formados. dificultando a leitura.
Ex.: câncer. Ex.: síndrome do X frágil.
o Deleção de base: ➢ CROMOSSÔMICAS:

5’ – ATC GTA CGT – 3’ - São mutações que produzem alteração no


5’ – A_C GTA CGT – 3’ número de cromossomos devido a erros de
segregação cromossômica, estão entre as
- A deleção de uma das bases muda as trincas, ou mutações mais observadas em humanos. São
seja, muda o aminoácido que vai ser produzido, divididas em dois tipos:
muda a matriz de leitura. o Numéricas:
Ex.: câncer. - A quantidade de cromossomos sofre alterações,
para mais ou para menos. No final, a contagem será
>> A partir do ponto de inserção ou de deleção, uma
diferente de 46.
sequência diferente de códons é, portanto, gerada,
codificando aminoácidos incorretos seguidos por • Euploidias: são incompatíveis com a vida e,
um códon de término na matriz alterada, o que geralmente, ocasionam abortos espontâneos. Tem
levará a um produto proteico funcionalmente a haploidia (apenas um genoma: n=23) e a
alterado. poliploidia (grupos completos de cromossomos:
3n=69 triploide, 4n=92 tetraploide).
o Substituição de bases:
• Aneuploidias: pode ter um ou mais cromossomos
5’ – ATC GTA CGT – 3’ a menos ou a mais no cariótipo:
5’ – ATC CTA CGT – 3’ - 47, XX + 21: Down;

- Pode ou não ocorrer mudança na matriz de - 47, XX + 18: Edwards;


leitura, pois um mesmo aminoácido pode ser
- 47, XY + 13: Patau;
gerado por diferentes trincas então, teoricamente,
não ocorreria nada. Porém, há alguns relatos de - 47, XXY: Klinefelter;
que patologias podem estar associadas a isso.
- 47, XXX: Superfêmea;
Ex.: anemia falciforme: é causada por uma
- 45, X0: Turner.
mudança em um aminoácido suficiente para mudar
a estrutura da cadeia da hemoglobina. o Estruturais:
- Alterações no padrão de organização. É utilizada
microscopia convencional com ampliação de 1200x
(análise de cariótipo). Dentro das estruturas
existem várias possibilidades de mutação
• Cromossomo circular:
- É muito helicolizado, sendo assim, não distorce. A
cadeia não é aberta, ou seja, não é transcrito. A
o Expansão gênica:
Genética Clara Freitas – Med13 MA

conta continua dando 46, porém fisiologicamente • Translocação Robertsoniana/fusões cêntricas:


é como se o cromossomo fosse inexistente.
- Processo de fusão entre dois cromossomos
Ex.: leucemia. acrocêntricos (13, 14, 15, 21 e 22) na região
centrômera por erro.
• Cromossomos em anel:
- 21 se ligando ao 14: translocação do tipo G-D. Não
- São cromossomos que perderam o telômero. São
é trissomia por conta do 46, mas há essa ligação
formados quando o cromossomo sofre duas
entre 2 acrocêntricos.
quebras e as extremidades cromossômicas
quebradas reúnem-se numa estrutura em anel; *Também pode causar Síndrome de Down.
- Alguns desses anéis experimentam dificuldades ***Do ponto de vista genético, a segunda
durante a mitose, quando as duas ultrassonografia efetivada pela gestante se
cromátides‑irmãs tornam‑se entrelaçadas durante apresenta como a mais importante, isso porque é
sua tentativa de disjunção na anáfase. Nesses possível a observação da transluscência nucal que,
casos, podem acontecer quebras do anel seguidas quando aumentada, é um fator de indicação para
de fusão, e anéis maiores e menores podem ser má formações, sendo necessários novos exames a
gerados. Devido a essa instabilidade mitótica, não partir da coleta de material fetal para confirmação
é incomum encontrar cromossomos em anel em de alterações genéticas na morfologia dos
apenas uma proporção das células. cromossomos.
• Isocromossomos:
- Processo anormal no qual, por erro de
organização cromossômica na placa metafásica,
um dos cromossomos se apresenta com ambos os
braços de um mesmo tamanho para um
determinado lado (ex.: em vez de p e q, vai ter dois
p), de forma que quando separado, promove com
que uma célula fique com apenas uma porção dos
genes que deveria apresentar.
• Inversão:
- Significa ter uma sequência onde a ordem gênica
é modificada. Pode ser pericentrica (centrômero no
meio de um pedaço invertido) ou paracêntrica (a
sequência é modificada no braço). ➢ MOSAICISMO:
• Translocação: - É um erro de mitose. Há a presença de dois ou
- Crossing over entre cromossomos não mais cariótipos diferentes em um mesmo
homólogos; indivíduo, devido a existência de duas ou mais
linhagens celulares do mesmo zigoto.
- Retirar de um lugar e colocar em outro. Pode ser
recíproca trocar simultaneamente os 2
cromossomos ou um ganha e o outro perde. Não é
uma duplicação porque não acontece entre
homólogos, mas entre heterólogos;
- Ex.: recíproca: cromossomo 9 com o 22
(cromossomos Filadélfia) – LMC – Leucemia
Mieloide Crônica.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

➢ QUIMERISMO:
>> Se na mitose em 47 e 45, o 47 estiver em maior
quantidade, o indivíduo apresentará Síndrome de - É a fusão entre dois embriões. mulher vai produzir
Down, sendo que menos comprometido do que na dois oocitos que serão fecundados, se esses
trissomia, pois ainda haverá células normais. embriões forem do mesmo sexo, não irá acontecer
nada quando a fusão acontecer, o indivíduo apenas
apresentará duas linhagens celulares. NÃO é um
embrião dentro do outro, as células apenas se
unem.
- Se os embriões forem do mesmo sexo, o
diagnóstico passa despercebido. Mas se forem de
sexos diferentes, vai gerar um indivíduo com
programação genética para a diferenciação
masculina ao mesmo tempo que feminina. Então
teremos uma disputa de quem vai ser mais
dominante gerando um quadro de
hermafroditismo verdadeiro. (uma é mais
desenvolvida que a outra). Não é defeito genético,
não é mutação.

**Síndrome de Dow pode ser causada por trissomia


+21 ou +23, translocação Robertsoniana ou por
mosaicismo.

• Dispérmica: dois zigotos de fundem. Dá origem ao


hermafroditismo verdadeiro.
• Sanguínea: troca de células, via placenta, entre
gêmeos dizigóticos, no útero.

>> Pseudo-hermafroditismo: a natureza não é a


quimera, mas a ambiguidade sexual. Apenas um
embrião é formado, só que há uma produção
hormonal diferente da do sexo embrião. Geralmente
o embrião é do sexo feminino e a mãe apresenta um
tumor na suprarrenal, produzindo testosterona em
**Um erro de mitose também pode acontecer em
excesso.
adultos, mas estaríamos falando nesse caso de um
tecido particular, local especifico, não é no
organismo inteiro. O correto é essas células
entrarem em apoptose, já que elas são mutantes
(não vai ser um tecido Down, por exemplo).
Genética Clara Freitas – Med13 MA

➢ CROMOSSOMOPATIAS AUTOSSÔMICAS: - Ocorre por translocação e por mosaicismo. Possui


fator de risco para mulheres grávidas próximas ao
o Síndrome de Down – trissomia do 21:
período da menopausa;
- Quadro clínico: retardo mental grave, hipertonia
(mãos cerradas e pernas cruzadas), pescoço curto,
occipúcio proeminente, boca pequena, baixa
perspectiva de vida, comprometimento cardíaco,
orelhas de baixa implantação e mal formadas,
dedos da mão superpostos, retroflexão do hálux,
pés ou calcanhar em cadeira de balanço e rim em
ferradura.
o Síndrome de Patau:

- Cariótipo: 47, XX ou XY + 21;


- A maioria ocorre por trissomia, mas também pode
ocorrer por translocação Robertsoniana e
mosaicismo;
- Prevalência de risco em casos de gravides de
mulheres próximas ao período da menopausa;

- Quadro clínico: retardo mental variável,


hipotonia, características faciais dismórficas típicas
(ponte nasal plana, olhos com pregas epicânticas, - Cariótipo: 47, XX ou XY +13;
fissuras palpebrais com inclinação ascendente,
- Pode ser ocasionada por trissomia do 14,
orelhas de implantação baixa e mal formadas, boca
translocação ou mosaicismo. Possui um aumento
aberta devido a macroglossia), pequena estatura,
de risco em mulheres grávidas próximas a
pescoço curto com pele frouxa na nuca, mãos
menopausa;
curtas e largas, frequentemente com uma única
prega palmar transversal (prega/linha simiesca) e - Quadro clínico: baixa expectativa de vida, retardo
os quintos dígitos encurvados (clinodactilia). mental e motor, hipo ou hipertonia, pés em cadeira
de balanço, comprometimento cardíaco, renal e
o Síndrome de Edwards – trissomia E:
pulmonar, orelhas de baixa implantação e
malformadas, fissura labial bilateral, microftalmia,
posição característica dos dedos da mão.
**As síndromes de Edwards e de Patau apenas são
passiveis de diagnóstico correto a partir da
cariotipagem em razão dos sinais semelhantes.
o Síndrome Cri-Du-Chat:

- Cariótipo: 47, XX ou XY +18;


Genética Clara Freitas – Med13 MA

atraso no ciclo sexual, em que algumas vezes ele é


inexistente. Inclusive, na maioria das vezes a
primeira menstruação pode demorar a vir, sendo
por volta dos 18, 20 anos de idade. Estatura baixa,
quase sempre estéreis, tórax largo, em escudo ou
barril, mamas pouco desenvolvidas, disgenesia
ovariana (ovários em fita), pescoço alado, baixa
- Cariótipo: 46, XX ou XY, -5p; implantação dos cabelos na nuca.
- Ocorre a deleção do braço curto do cromossomo o Síndrome de Klinefelter:
5 (-5p ou 5pdel);
- Expectativa de vida variável, retardo mental
grave, hipotonia na criança, hipertonia no adulto,
hipertelorismo ocular, fácies de cara de lua
(arredondada), fissuras palpebrais obliquas,
orelhas de baixa implantação e malformadas,
pregas epicânticas e nariz achatado.
- Conhecida como síndrome do “miado do gato” e
tem esse nome porque o paciente que tem essa
síndrome possui um estreitamente de laringe
fazendo a criança ter um choro muito peculiar,
parecido com o miado do gato.
- Cariótipo: 47, XXY;
- Como é uma deleção, pode ocorrer em uma
região grande, como numa região pequena. - Aumenta o risco de frequência com a idade
materna, idade paterna passa a ter 40% de
➢ CROMOSSOMOPATIAS SEXUAIS: participação no aparecimento da síndrome. Ou
o Síndrome de Turner: seja, o segundo X pode vir tanto do pai quanto da
mãe;
- Quadro clínico: Estatura elevada, pênis pequeno,
escassa pilosidade, ginecomastia, quase sempre
estéreis, desempenho intelectual menor (retardo
muito leve). Certa desproporção entre membros
superiores e inferiores, braços mais longos. Atraso
no desenvolvimento das características sexuais
secundarias masculinas, criptorquidia (é quando os
testículos não descem da cavidade abdominal).
- Vai influenciar no seu fenótipo, influenciado no
aparecimento de características sexuais femininas,
mas não vai gerar ambiguidade sexual, como um
- Cariótipo: 45, X; hermafroditismo por exemplo.

- Prevalência de risco em casos de paternidade de **Corpúsculo de Barr: no homem, como ele só tem
homens mais velhos e acometimento exclusivo de um X (normalmente) ele não sofre inativação, só na
pacientes do sexo feminino. mulher, que devido a ter 2 cromossomos X tem a
inativação de um deles. Então é possível triar um
- Quadro clínico: são mulheres que tem atraso no paciente apenas pela presença ou não do
desenvolvimento das características sexuais corpúsculo, porque é para aparecer somente nas
secundarias, poucos pelos pubianos, pelos axilares,
mulheres. No caso de Klinefelter, se observa um
Genética Clara Freitas – Med13 MA

homem com o corpúsculo de Barr, é uma forma gene, e para a manifestação feminina é necessário
inclusive de poder fazer essa triagem. que o gene se apresente em homozigose.
o Síndrome do X frágil: - Quadro clínico: fraqueza muscular progressiva
com perda do tônus muscular/hipotonia que
- Cariótipo: 46, XX ou XY;
ocasiona caminhar desajeitado, incapacidade de
- É uma anomalia cromossômica que causa correr, incapacidade de se levantar do chão com
expansão do gene FMRI na trinca CGG no primeiro expressão do sinal de Gowers, caminhar nas pontas
éxon; dos pés, complicações cardiorrespiratórias por
perda da capacidade contrátil dos músculos
- Expectativa de vida variável, ocasionalmente
cardiorrespiratórios que podem levar a baixas
hiperatividade e autismo na infância.
expectativas de vida, déficit intelectual leve e
Temperamento amigável, tímido, não agressivo na
lordose lombar.
adolescência. Fala repetitiva, face alongada,
orelhas grandes e antevertidas, macrorquidia
(testículos grandes), epilepsia, ginecomastia, pele
fina, reflexos aumentados nas extremidades
inferiores.
- A síndrome é relacionada a números de expansão
superiores a 200 e a pré-mutação relacionada a
números de expansão inferiores a 200.

- Cromossomos Submetacêntricos: 2, grupo B, grupo


C, grupo E e o X sexual;

- Cromossomos Metacêntricos: 1, 3 e grupo F;


**A expansão gênica se apresenta passível de - Cromossomos Acrocêntricos: grupo D, grupo G e o
aumento quando passadas de mãe para filhos Y sexual.
homens, já quando passadas para filhas mulheres,
não apresenta essa característica de elevação
quantitativa.
HEMOGLOBINOPATIAS
**O fenômeno de inativação de um dos
cromossomos X femininos para formação do - Também são alterações genéticas;
corpúsculo de Barr permite que mulheres que - São patologias associadas a quadros anêmicos
apresentam a mutação não a expressem por decorrentes de efeitos sobre o processo de
silenciamento dos genes mutantes. produção da hemoglobina, o tipo de hemoglobina
o Distrofia muscular: afetado, a quantidade e a morfologia de hemácias
presentes.
- Existem dois tipos: DM Duchenne e DM Becker;
*Os principais quadros anêmicos se apresentam
- É uma doença recessiva associada à deleção do desenvolvidos por processos de carência
gene codificador de proteínas distrofinas, nutricional, sendo a mais evidente a ferropriva, que
responsáveis pela contração muscular, impede o desenvolvimento do processo de
encontradas no cromossomo Xp21; transporte de gases, que são passíveis de resolução
- É mais visto em homens do que em mulheres, pois clínica a partir de medidas dietéticas.
para a manifestação masculina basta possuir o
Genética Clara Freitas – Med13 MA

- Quadro clínico: hipóxia sistêmica; dores no corpo;


risco de trombose; cansaço; dispneia; letargia;
processos hemorrágicos; dores articulares;
alterações metabólicas.
- Indivíduos heterozigotos para o gene responsável
pela patologia da anemia falciforme apresentam
quadro clínico denominado traços falcêmicos, que
não se concretiza como a patologia propriamente
dita, entretanto, em contextos nos quais o paciente
se apresenta em privações de oxigênio, suas
hemácias podem entrar em processo de falcização
➢ ANEMIA FALCIFORME: e desencadear o quadro de anemia falciforme;

- É uma mutação estrutural, do tipo autossômica - Exame para verificação da patologia se faz
recessiva, que afeta o cromossomo 11, nas presente durante o “teste do pezinho”, de forma
moléculas das hemoglobinas acarretadas pelo que se verifica a presença de mutações e, caso seja
evento de substituição de bases nitrogenadas que positiva, qual seria o tipo dessa e qual o tipo de
compõem o DNA de um determinado indivíduo; hemoglobina presente na composição sérica do
indivíduo;
- Isso causa uma alteração das cadeias beta
componentes das hemoglobinas, de forma que, em - Como forma de verificação do processo de crise
organismos acometidos pela formação de falcêmica, tem-se a verificação de eritroblastos no
hemoglobinas do tipo S em vez de hemoglobinas do exame do conteúdo sanguíneo do paciente, uma
tipo A, tem-se um processo de facilitação do evento vez que, em eventos de redução brusca do
de ligação entre as moléculas circulantes no quantitativo de hemácias pela patologia, o
interior das hemácias, o que acaba por levar essas mecanismo de compensação orgânico efetivado
células a perderem suas capacidades elásticas e acaba por liberar hemácias jovens para o sangue
assumirem formato de “meia lua”/falcêmico rígido sem terem finalizado o processo de maturação, que
e por fazer com que o processo de hemocaterese por não apresentarem caráter funcional, acabam
seja intensificado pelo fato de essas novas sofrendo hemocaterese pelo complexo retículo
estruturas apresentarem tempo de vida reduzido. endotelial;
***É verificada a prevalência da doença em
indivíduos de descendência negra em decorrência
Genética Clara Freitas – Med13 MA

dos processos endêmicos associados à malária no cadeias em excesso instáveis e mais passíveis de
continente africano, de forma que, pelo fato de em precipitação, levando a hipocromia, microcitose,
indivíduos acometidos pela anemia falciforme ou alterações da membrana eritrocitária e à
por traços falcêmicos o protozoário causador da destruição precoce das células;
malária não conseguir concluir o ciclo reprodutivo,
- Quanto maior o número de alelos perdidos, mais
por seleção natural, os indivíduos portadores
grave é a anemia. A talassemia é mais comum em
acabaram sendo selecionados como
brancos e descendentes de branco do mar
geneticamente mais capazes de sobrevivência.
mediterrâneo.
o Talassemia alfa:
- Quadros nos quais os pacientes apresentam a
patologia em decorrência da mutação dos alelos
responsáveis pela síntese das cadeias alfa das
hemoglobinas presentes, possuindo diferentes
quadros sindrômicos originados pelas diferentes
quantidades de alelos codificadores.
-> Mutação de um alelo:
➢ TALASSEMIAS: - Patologia caracterizada por apresentar
- A perda de função de um gene pode resultar de portadores silenciosos, de forma que não existem
uma alteração em sua sequência codificante, manifestações clínicas da enfermidade.
reguladora, ou de outras sequências críticas, -> Mutação de dois alelos:
devido a substituições, deleções, inserções ou
rearranjos da sequência nucleotídica; - Patologia caracterizada por apresentar indivíduos
portadores de traços talassêmicos, como processos
- Uma perda de função devido a uma deleção, de anemia microcítica de leve a moderada.
levando a uma redução na dosagem gênica, é
exemplificada pela α‑talassemia que é comumente -> Mutação de três alelos:
provocada pela deleção de genes de α‑globina; - Patologia caracterizada por elevado
- Muitos outros tipos de mutação também podem comprometimento da produção da cadeia alfa das
levar a uma perda completa de função, e todos são hemoglobinas, resultando na formação de
ilustrados pela β‑talassemia, um grupo de tetrâmeros com excesso de cadeias beta, indicados
hemoglobinopatias que resulta em uma redução na como formação de hemoglobina do tipo H, ou, na
abundância de β‑globina, uma das principais infância, de cadeias gama, indicados como
hemoglobinas nas hemácias dos adultos. formação de hemoglobinas de Bart, sendo
pacientes portadores normalmente possuintes de
- As talassemias são um grupo heterogêneo de anemia hemolítica sintomática e esplenomegalia
doenças associadas à síntese de hemoglobina em por hiperfunção esplênica do complexo retículo
que mutações autossômicas recessivas que endotelial no processo de hemocaterese.
decorrem das perdas por deleção de alelos
codificantes das cadeias de hemoglobina, sendo -> Mutação de quatro alelos:
esses alfa-1/alfa-1, alfa-2/alfa-2, beta-1/beta-1 e - Patologia caracterizada por ser uma doença letal
beta-2/beta-2, reduzem a síntese ou a estabilidade intrauterina por hidropisia fetal (acúmulo anormal
das cadeias de alfa-globina ou beta-globina, de líquido em tecidos fetais), isso porque as
causando, respectivamente, as patologias α- hemoglobinas que não apresentam cadeias alfa em
talassemia ou β-talassemia, nas quais se verificam suas constituições pela não codificação dos alelos
diminuição ou ausência de produção de um ou mais não transportam o oxigênio necessário para a
tipos de cadeia globínica, levando ao acúmulo do manutenção do embrião.
outro tipo cuja síntese está preservada, sendo as
Genética Clara Freitas – Med13 MA

o Talassemia beta:
- Quadros nos quais os pacientes apresentam a
patologia em decorrência da mutação dos alelos
responsáveis pela síntese das cadeias beta das
hemoglobinas presentes, possuindo diferentes
quadros sindrômicos originados pela combinação
dos alelos beta-0, caracterizados por ausência de
expressão, e β+, caracterizados por redução de
expressão.
-> Menor:
- Patologia caracterizada por heterozigose dos
alelos beta-0 ou β+, também denominada traço
talassêmico β, em que os indivíduos são
geralmente assintomáticos, podendo apresentar
anemia em situações como na infância, na gravidez
e de estresse.
-> Intermediária:
ERROS INATOS DO METABOLISMO
- Patologia caracterizada por homozigose β+/β+ ou - São distúrbios de natureza genética que
dupla heterozigose beta-0/β+, constituída dos geralmente correspondem a um defeito enzimático
fenótipos clínicos intermediários entre o traço capaz de acarretar a interrupção de uma via
talassêmico e a talassemia maior. metabólica, ocasionando, portanto, alguma falha
de síntese, degradação, armazenamento ou
-> Maior: transporte de moléculas no organismo, sendo
- Patologia caracterizada por homozigose beta- considerados a causa das DMH/Doenças
0/beta-0 ou dupla heterozigose beta-0/β+, Metabólicas Hereditárias, nas quais a ausência de
também conhecida como Anemia de Cooley, um produto esperado, acúmulo de substrato da
corresponde à anemia grave, com dependência de etapa anterior a interrompida ou o surgimento de
transfusões sanguíneas regulares. uma rota metabólica alternativa podem levar ao
comprometimento dos processos celulares;
- O teste do pezinho é o teste bioquímico que serve
para remoção de uma amostra de sangue da
criança a partir de 3 dias de nascimento, mas não
deve ultrapassar 15 dias. A amostra é obtida
através de uma lanceta e colocada em uma cartela
com uma extremidade de papel de filtro e áreas
delimitadas por círculos que devem ser totalmente
preenchidos. O local de escolha é o calcanhar do
recém-nato pela facilidade de acesso;
Genética Clara Freitas – Med13 MA

- São investigados seis tipos de patologia de acordo urinária (deixa a urina escura por expiração do
com as diretrizes do SUS. Uma delas se trata de ácido). Não é um teste hoje obrigatório para o teste
pesquisa de anemia falciforme e as outras são de do pezinho. Também se trata através de uma dieta
doenças metabólicas. Um teste mais ampliado pobre em fenilalanina.
pode ser realizado de acordo com a existência de
justificativa. A coleta da amostra deve ser de pelo
menos 3 ml.
➢ FENILCETONÚRIA (PKU):
- Quadro clínico acarretado por alteração
autossômica recessiva de deficiência na produção
da enzima fenilalanina hiroxilase responsável pelo
catabolismo da conversão do aminoácido
fenilalanina em moléculas de tirosina, de forma ➢ ALBINISMO:
que, pela inexistência da enzima responsável pela
sua redução, ocorre acúmulo da molécula - Distúrbio congênito recessivo ligado ao sexo e
substrato, essa, que em excesso acaba por caracterizado pela ausência completa ou parcial de
acarretar danos ao sistema nervoso central que pigmento na pele, cabelos e olhos, devido à
levam a quadros de retardo; ausência ou defeito da enzima tirosinase envolvida
na produção de melanina, isso em decorrência de
- A PKU clássica é o epítome das enzimopatias. É o mutação autossômica recessiva no gene
resultado de mutações no gene que codifica a PAH, responsável por sua síntese.
a qual converte a fenilalanina em tirosina. Uma vez
que os pacientes com PKU não podem degradar a
fenilalanina, ela se acumula em fluidos corporais e
danifica o sistema nervoso central em
desenvolvimento na primeira infância. Uma
pequena fração de fenilalanina é metabolizada
para produzir quantidades aumentadas de ácido
fenilpirúvico, o cetoácido responsável pelo nome
da doença.

➢ FAVISMO:
- Quadro clínico acarretado por alteração
cromossômica hereditária recessiva ligada ao
cromossomo X que, frequentemente, desencadeia
**Outras doenças também podem ocorrer em eventos de anemia hemolítica em razão da
outra fase da rota do metabolismo da fenilalanina, deficiência de produção da enzima glucose-6-
por exemplo a falta da enzima tirosinase leva ao fosfato desidrogenase, composto esse responsável
déficit da produção de melanina e gera o quadro de por catalisar o primeiro passo da via das pentoses
albinismo. Outra doença que pode levar ao fosfato, caracterizado pela produção de NADPH,
acúmulo de ácido homogentísico que também tem que se apresenta como essencial para a proteção
afinidade pelo SNC e também é de excreção celular contra o estresse oxidativo;
Genética Clara Freitas – Med13 MA

- O distúrbio favismo é o resultado da hemólise


secundária à ingestão de feijões fava por pacientes
com as formas mais graves da deficiência de G6PD,
como a G6PD mediterrânea; feijões‑fava contêm β‑
glicosídeos, oxidantes de ocorrência natural;
- Além de icterícia neonatal e anemia hemolítica
aguda, a deficiência na G6PD causa, mais
raramente, anemia hemolítica não esferocítica
congênita ou crônica. Pacientes com a forma
crônica geralmente apresentam uma deficiência
grave de G6PD que causa o quadro, e uma maior
suscetibilidade a infecções. A suscetibilidade a
infecções aparece porque o suprimento de NADPH
dentro dos granulócitos é inadequada para
sustentar a explosão oxidativa necessária para
destruir a bactéria fagocitada.
➢ AUTOSSÔMICO DOMINANTE:
- NÃO ocorre salto/pulo de geração;
- NÃO tem preferência por sexo;
- Genitores afetados têm 50% de probabilidade de
terem descendentes também afetados;
- Genitores normais têm todos os seus descentes
normais;
- Doença causada pelo “A” (genótipos “AA ou Aa”).

PADRÕES DE HERANÇA
MONOGÊNICA
- São padrões de herança nos quais se verificam
mutações em apenas um determinado gene, de
forma que essa alteração, independente das
condições ambientais, se apresenta passível de
desencadeamento de uma condição clínica
específica, sendo caracterizados pela identificação
em dominantes ou recessivas.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

➢ RECESSIVO LIGADO AO X:
➢ AUTOSSÔMICO RECESSIVO:
- Ocorre salto/pulo de geração;
- Ocorre salto/pulo de geração;
- Tem preferência pelo sexo masculino;
- NÃO tem preferência por sexo;
- Mães portadoras com filhos homens afetados;
- Genitores portadores (heterozigotos) têm 25% de
probabilidade de terem outro descendente - Doença causada pelo “a” no X do homem herdado
afetado; da mãe.

- Ocorre casamento consanguíneo;


- Doença causada pelo “a” em homozigose
(genótipo “aa”).
Genética Clara Freitas – Med13 MA

➢ DOMINANTE LIGADO AO X: - Mulheres afetadas têm todos os seus descentes


afetados;
- NÃO ocorre salto/pulo de geração;
- Doença causada pelo DNA mitocondrial herdado
- Tem preferência pelo sexo feminino;
exclusivamente da mãe.
- HOMENS AFETADOS TÊM TODAS AS SUAS FILHAS
AFETADAS;
- Mulheres afetadas tem 50% dos seus
descendentes afetados, independentemente de
sexo;
- Doença causada pelo “A” no cromossomo X.

➢ PADRÃO DE HERANÇA MITOCONDRIAL:


- NÃO tem preferência por sexo;
- Homens afetados têm todos os seus descentes
normais;
Genética Clara Freitas – Med13 MA

*Padrões de herança poligênicos: padrões de -> Genes de classe II:


herança nos quais se verificam mutações em mais
- Sequências codificadoras que se expressam nos
de um determinado gene, de forma que essas
linfócitos B, macrófagos, monócitos, linfócitos T
alterações, independente das condições
ativados e células dendríticas foliculares,
ambientais, se apresentam passíveis de
determinando as interações celulares durante a
desencadeamento de uma condição clínica
resposta imunológica.
específica, como o câncer geneticamente
determinado. -> Genes de classe III:
*Padrões de herança multifatoriais: padrões de - Sequências codificadoras responsáveis por várias
herança nos quais se verificam mutações em um ou funções não diretamente relacionadas com a
mais genes, de forma que essas alterações, apenas indução da resposta imune, incluindo proteínas
sob a influência de determinados fatores e inflamatórias do sistema complemento, enzimas
condições ambientais, se apresentam passíveis de como a 21-hidroxilase e as enzimas glicosiladoras
desencadeamento de uma condição clínica de moléculas HLA, fator de necrose tumoral alfa e
específica, como a diabetes, a hipertensão e beta, receptor para interferon gama, além de
determinados quadros de câncer. outros genes, cujos produtos ainda não foram
definidos.
IMUNOGENÈTICA http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/OPROMOLLA_DI
LTOR_nocoes/PDF/imuno.pdf
- A resposta imunológica representa o
reconhecimento de alguma molécula estranha à ➢ SISTEMA ABO E Rh:
própria célula e ao próprio corpo. A forma de
responder à molécula estranha muda de acordo
com o modo como ela entrou na célula e existe,
para isso as células APC (células apresentadoras de
antígeno). AS células APC são de diferentes tipos
sendo as mais estudadas os neutrófilos, os
monócitos e os macrófagos. As células APC
fabricam no retículo endoplasmático liso molécula
conhecidas HLA/complexo principal de
histocompatibilidade;
- As HLA são um conjunto de sequências
codificadoras localizadas no segmento do braço - Quem produz a molécula de superfície não pode
curto do cromossomo 6, que contém uma série de produzir anticorpo para ela, por exemplo, quem
genes intimamente ligados e relacionados à produz A, não pode produzir anti-A, mas pode
resposta imune, sendo esses, genes que codificam produzir o anti-B pois não produz B;
as moléculas apresentadoras de antígenos aos
linfócitos T, possuindo, dessa forma, aplicabilidade **O “O” não é doador universal na prática, pois ele
sobre a resposta imune, sobre transplantes, sobre produz anti-A e anti-B. Por exemplo, se for doar o
doenças autoimunes e sobre imunodeficiências. sangue O para uma pessoa que possui sangue A, o
São divididas em 3 classes: anti-A do O iria reagir com o sangue da pessoa que
está recebendo, produzindo uma reação
-> Genes de classe I: transfusional;
- Sequências codificadoras que expressam - Já na questão do Rh, é positivo quem produz
glicoproteínas de superfície celular que são moléculas de superfície D, e é negativo quando não
encontradas na membrana das células nucleadas produz essas moléculas. Igual ao sistema ABO, -
do organismo e determinam o reconhecimento do quem produz D não pode ter anticorpos anti-D;
antígeno pelo linfócito T.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

- O fenótipo pode aparecer em homozigose ou em - Em uma segunda gestação, se o feto também for
heterozigose. O “O” é recessivo em comparação ao Rh+, vai acontecer o mesmo contato do sangue da
A e ao B e, o A e o B são codominantes, por isso, se mãe com o do filho na hora do parto. Os anticorpos
escreve “i” para O, IA para A e IB para B; da mãe (que vão estar aumentados devido a
primeira gestação) destroem as hemácias do 2º
- O indivíduo homozigoto pode se manifestar
filho após o nascimento, causando anemia
como: IAIA; IBIB ou ii. O indivíduo heterozigoto pode
hemolítica, que se não for controlada de forma
manifestar: IAIB (AB); IBi (B) ou IAi (A);
adequada vai provocar a morte da criança de forma
- Já no Rh, produzir a molécula D significa que é precoce;
Rh+, pois ela é dominante, o indivíduo pode ser Dd
- No pré-natal, se pede a classificação sanguínea, se
ou DD. O Rh- seria dd pois não produz a molécula
der Rh- ela é classificada como uma gestação de
de superfície D.
risco (não para a mãe e sim para o bebê). Sendo de
o Determinação no laboratório: risco, ela é encaminhada para uma maternidade de
referência e especializada;
- Pega a hemácia do paciente, compra o anticorpo
e mistura uma gota de sangue com uma gota do - Sabendo que a mãe é Rh- se pede o exame de
anticorpo. Vai dar positivo quando o anticorpo titulação de anticorpo, que é a quantificação de
encontrar na hemácia o antígeno/molécula de anticorpos anti-D que a mãe tem. Se esse resultado
superfície. for muito alto, a gestante é medicada (ainda
durante a gestação), para que essa quantidade
ABO Anti-A Anti-B Anti-AB Resultado
diminua, diminuindo a probabilidade da
Pct. 1 + - + A eritroblastose;
Pct. 2 - + + B
- Se isso não for feito, os anticorpos anti-D vão
Pct. 3 + + + AB passar para a criança e desencadear a
Pct. 4 - - - O eritroblastose. Para a criança só tem duas opções,
retirar os anticorpos da criança ou fazer o
Rh Anti-D Resultado Exsanguineotrnafusão (trocar o sangue da criança.
Pct. 1 + Rh+ Logo após o parto,leva para a UTI e em um braço
Pct. 2 - Rh- retira o sangue e em outro repõe com outro sangue
de mesma tipagem). Se faz essa troca porque o
anticorpo fica no plasma, então tem que retirar
- Além desse sistema, existe a prova reversa, que é essa parte. Não chega a substituir completamente,
nada mais do que o caminho inverso do já mas a quantidade de anticorpos anti-D deve cair
realizado, quando se compra o antígeno (hemácia) consideravelmente;
e procura o anticorpo. Ela só é feita em agências
- Se pode fazer também para evitar essa situação,
transfusionais e hemocentros.
na mãe, na primeira gestação, 72hrs após o parto,
- Hemácia B em contato com o soro do paciente e aplicar uma medicação que destrói as hemácias da
reage, ou seja, encontrou o anti-B, significa que o criança na corrente circulatória da mãe. Deve ser
sangue do paciente é do tipo A. dado em 72hrs porque a produção de anticorpos
para ser ativada demora cerca de 7 dias, mas após
o Doença hemolítica do recém-nascido
3 dias não é mais possível bloquear a reação.
(DHRN) ou Eritroblastose fetal:
- É causada pela incompatibilidade sanguínea entre GENÈTICA DO CÂNCER
a mãe Rh- e o filho Rh+, normalmente. O filho Rh+
sensibiliza a mãe Rh- na primeira gestação (na hora - Uma célula normal vai passar pelo processo de
do parto o sangue da criança entra em contato com multiplicação celular, mitose, somente quando
o da mãe), fazendo ela produzir mais anti-D contra houver necessidade (lesão tecidual, substituição de
o antígeno D; células mortas, processo de desenvolvimento –
Genética Clara Freitas – Med13 MA

período embrionário até a fase adulta) e não de químicas, de tal forma que interfira na atividade
forma espontânea. Toda célula tem um período celular e induza ela a sofrer morte;
pré-estabelecido de vida, que é variável pelo tipo
- A ativação por sua vez é dependente de algumas
de célula em si;
proteínas. A mitocôndria consegue ativar a cascata
- Toda vez que uma célula se transforma em célula que deflagra a morte celular a partir da liberação
tumoral ela vai perder o controle da mitose e passa do citocromo C;
a ter um crescimento descontrolado, assim como
- Ainda há outro processo de morte celular, que é
perde a capacidade de morrer.
pela ativação dos “receptores de morte”. Esses
➢ PROCESSO DE MORTE CELULAR: receptores da superfície da célula vão ativar a
cadeia metabólica já no final da rota, fazendo o
- Pode se dar por apoptose ou por necrose;
processo acontecer de forma mais rápida;
- Apoptose: o processo de morte vai acontecer sem
- A deflagração final implica na célula passando por
que ocorra a autólise, ou seja, a liberação do
uma ativação onde suas próprias enzimas vão
conteúdo citoplasmático. Sendo assim, só a célula
começar a fracionar o DNA. A célula passa pelo
que está em processo de morte sofre a
fracionamento. Cada fração celular (sem sofrer
consequência, não afeta as células periféricas;
liberação do conteúdo citoplasmático), passa a
- Necrose: é um processo não limitado em que sofrer fagocitose pelos macrófagos.
morte celular é seguida de autólise, ou seja, libera
➢ GERAÇÃO DE UMA CÉLULA TUMORAL:
o conteúdo citoplasmático, especialmente os
lisossomos. Eles são cheios de enzimas digestivas, - Esse processo é dependente de algumas
que vão digerindo e matando as células ao redor. A situações: ele precisa interferir na capacidade de
necrose só vai parar quando houver remoção do divisão células (mitose), assim como precisa
tecido necrosado. É um processo patológico. interferir na capacidade de morte celular;

- Uma célula mutante vai sofrer ação de um agente


cancerígeno, que vai transformar a célula normal
em célula cancerosa, dentro do princípio de
carcinogênese (geração do carcinoma).

- Esse processo vai ser dependente de um conjunto


de fatores onde é preciso que os agentes
mutagênicos promovam a mutação celular
- A apoptose pode-se dar de três maneiras especificamente no DNA da célula. Todo tumor,
diferentes: benigno ou maligno, só irá acontecer se houver
mutação no DNA. Se isso não ocorre não há o
- Quando se tem a indução da morte celular, pode processo da formação da célula cancerígena;
ocorrer por vias intrínsecas ou vias extrínsecas a
célula. Esses mecanismos são diversificados, como - É uma condição genética, porém nem todos são
exposição a radiação ionizante, a substâncias uma condição hereditária. É uma doença adquirida
Genética Clara Freitas – Med13 MA

ao longo na vida no ambiente no geral. Não é a o tecido vizinho e ainda pode passar por um
penas a alteração genética que vai gerar o tumor, é processo de desprendimento celular, gerando
preciso que o ambiente falhe, que o sistema metástase.
imunológico falhe para que isso venha a ocorrer.
➢ TUMOR MALIGNO E BENIGNO:
>> O linfócito NK – natural killer – é a célula que - A diferença entre eles não está na alteração
possui a capacidade de destruir células tumorais, genética, e sim histopatológica. O se o tumor tiver
sejam benignas ou malignas. Se a quantidade de a capacidade de fazer metástase é maligno, se não
NK estiver normal e ativa suficientemente o é considerado benigno.
ambiente não estará propício para o
desenvolvimento de um tumor.
TUMOR MALÍGNO
TUMOR BENIGNO
(CÂNCER)
• Bem delimitado • Mal delimitado
• Encapsulado • Não encapsulado
• Fácil remoção • Difícil remoção
cirúrgica cirúrgica
• Não produz • Produz metástase
metástase

- Por essência, o tumor benigno possui delimitação,


é encapsulado (facilita a remoção do tumor por
completo) e não sofre metástase;
- Por sua vez, o maligno é mal delimitado, não é
comum ser encapsulado (dificulta a remoção
completa, pois além de não possuir capsula ele
- O crescimento do tumor se dá porque as células possui ramificações, tornando ainda mis difícil o
perderam o controle de multiplicação, ao mesmo processo de retirada completa) e produz
tempo em que o processo de morte está metástase.
paralisado. É a junção desses fatores.
➢ PROTO-ONCOGENE E ONCOGENE:
- Não adianta haver a mutação só em um gene, pois
ele não vai ter poder de, sozinho, desencadear um
processo cancerígeno. O que ocorre é uma junção
de defeitos que vão ter o poder de deflagar uma
reação cancerígena.

PROTO-ONCOGENE ONCOGENE

BLOQUEIO DE MITOSE DESBLOQUEIO DE MITOSE


(família gênica p53) (mutação em p53)

ESTÍMULO DE APOPTOSE BLOQUEIO DE APOPTOSE


(inibição de telomerase no processo (mutação para ativação contínua de
de envelhecimento celular) telomerase)

- A célula vai se proliferar em um determinado - Os proto-oncogenes estão relacionados ao


tecido, nessas condições de multiplicação bloqueio da divisão celular (só ocorre quando
desordenada e ausência de morte acaba invadindo houver necessidade e não descontroladamente).
Genética Clara Freitas – Med13 MA

Isso ocorre principalmente por ação da família


gênica p53, os quais produzem proteínas que
impedem a ocorrência de mitose. Eles também vão
estimular a apoptose, inibindo a telomerase. Esse é
o processo normal.

>> O telômero protege as extremidades dos


cromossomos para que não se unam e formem o
cromossomo em anel. Ele é também um relógio
biológico, enquanto ele existir a célula não morre,
não vai envelhecer. O processo de
envelhecimento não é imediatista. A telomerase
se associa a cadeia simples, usa o primer dela e vai
manter o tamanho do cromossomo, mas ela não ➢ RELAÇÃO ENTRE IDADE E CÂNCER:
vai ficar ativa a vida toda.
- Durante os 0 anos, a probabilidade de
desenvolver câncer é quase nula. Aos 5 anos de
- Se os proto-oncogenes sofrerem mutações, eles idade há um pico nessa probabilidade. O tipo mais
serão transformados em oncogenes. O oncogene comum de câncer que ocorre nesse momento é a
funciona no oposto a tudo do proto-oncogene. Ele leucemia. Depois a curva sofre uma queda e fica
vai inibir os genes da família p53, permitindo a estável até os 40 anos de idade, na qual vai subindo
mitose descontrolada e ativa continuamente a até o momento da morte.
telomerase, inibindo a apoptose.
➢ METÁSTASE: Idade X Câncer
60
- A célula mutante, para gerar a metástase, vai ter
que abandonar o seu tumor de origem e migrar 40

para outro local. Ela vai usar a irrigação sanguínea 20


ou o sistema de drenagem linfático para se
0
espalhar para qualquer parte do corpo; 0 anos 5 anos 10 anos 40 anos Morte

- Ela precisa encontrar um ambiente Probabilidade de desenvolver câncer


extremamente favorável para poder ficar viva. O
que ocorre na prática é o oposto, felizmente; - A curva aumenta gradativamente a partir dos 40
anos de idade pois quanto mais velho o organismo
- O tumor benigno não consegue produzir
fica maior a quantidade de defeitos acumulados.
metástase pois são necessárias mutações além das
já existente para que isso ocorra; ➢ TRATAMENTO:

- Um tumor é capaz de produzir metástase pois, se - O tratamento está voltado ou para a


houver uma mutação nas moléculas de adesão quimioterapia ou para a radioterapia. Elas não são
celular (integrina, caderina) que fazem parte da feitas em sessões seguidas;
união celular juntamente com o citoesqueleto, a
- A radioterapia tem uma ação mais limitada
ligação célula-célula fica falha, e o próprio atrito do
porque é localizada e não sistêmica. Ela não serve
fluxo de sangue vai fazer a ligação ficar frouxa e a
para tratamento de metástase. A radiação incide
célula se desprender. Esse fluxo vai arrastar a célula
atravessando camadas de tecido, atravessando a
e levar ela pela corrente circulatória.
célula e quebrando o DNA. Ela não é tumor-
direcionada, ou seja, também vai agir nas células
normais. Dependendo do tempo de exposição à
radiação, a pele do paciente acaba morrendo e
queimando, fazendo uma ferida aberta. É por isso
Genética Clara Freitas – Med13 MA

que também é dado um intervalo de tempo entre a chamado hibridização pois é a associação uma
realização das sessões; sequência exógena com a correspondente da
amostra;
- A quimioterapia, como é uma medicação
endovenosa vai possuir ação sistêmica, - Esse procedimento é feito dentro dos
consequentemente, tem poder para agir contra cromossomos dentro da célula. É fluorescente por
metástase. Tem como efeito colateral toxicidade causa do meio de visualização do material. A sonda
hepática e renal. É necessário que as sessões sejam é fabricada com a adição de um corante
espaçadas para que o paciente tenha condições de fluorescente. Sendo material fluorescente não é
absorver o tratamento. Se isso não ocorrer o possível fazer uso de microscopia comum, mas sim
paciente pode vir a óbito. O benefício é maior do de um microscópio de fluorescência onde ele vai
que o malefício. Os medicamentos da detectar a fluorescência emitida.
quimioterapia agem de forma a inibir a formação
do fuso mitótico pelos microtúbulos, inibindo a
multiplicação celular. O problema é que esse
tratamento não é tumor-direcionado, ou seja,
ataca também as células normais do organismo que
estejam passando por divisão celular.

MÈTODOS DE DIAGNÒSTICO
- As alterações genéticas podem ser estruturais ou
cromossômicas. O cariótipo é o exame de
preferência pois é possível visualizar quantidade e
pequenas alterações. Porém, existem métodos que
vão dar um detalhamento melhor, principalmente
nas alterações estruturais;
- Ele detecta deleção, translocação, trissomia e
- Existe uma área de citogenética, a molecular, amplificação de genes (várias cópias do daquele
onde se faz o estudo do cromossomo com mais DNA);
definição e sensibilidade. Ele é específico. Na
- É coletado o material biológico (sangue, medula
análise molecular, o ponto da alteração é pequeno,
óssea), vai colocar em um meio de cultura, a célula
que não é possível fazer a identificação por
faz mitose, se usa colchicina com hemaglutinina
microscopia;
para bloquear na fase de prófase ou de metáfase,
➢ FISH: faz o gotejamento, ocorre o rompimento da
membrana plasmática, são feitas várias lâminas do
- Dentro do cariótipo existe uma metodologia
mesmo material;
chamada de FISH (hibridização in situ fluorescente).
É uma análise cromossômica; - Cada lâmina vai ser corada para uma metodologia
diferente (cariótipo normal, FISH). Vai testando a
- Se usa uma sonda (pedaço de DNA fabricado) em
procura de alterações considerando a clínica do
que a sequência das bases é determinada pelo
paciente. Coloca um reagente que faz a cadeia de
laboratório. Dada uma sequência específica, é
DNA se abrir. A sonda vai encontrar a sequência
investigado se na amostra do paciente existe essa
complementar. Como ela está marcada com
sequência que se está usando para procurar. A
fluorescência, onde ela se ligar vai ser possível a
localização dessa sequência depende do
visualização. É uma técnica over night, se coloca em
paliamento, da complementariedade de bases
um dia seguinte e só é utilizado no próximo dia.
(ligar as bases);
- Não é um trecho muito pequeno, pois é
necessário fazer a visualização por microscopia. É
Genética Clara Freitas – Med13 MA

➢ PCR – reação em cadeia da polimerase:


- Se coleta sangue do paciente, se extrai o DNA e
coloca no tubo chamado epen dof (de plástico, com
fundo em V e com tampa, altamente resistente a
temperatura) junto com outros componentes;
- É colocado em uma máquina e aquecido a 95ºC.
nenhuma proteína humana sobrevive a essa
temperatura, a não ser o DNA. Os 95º agem como
girase e helicase, estabilizam e separam a cadeia
dupla; - Após feitas as cópias, é necessário fazer a
visualização da amplificação por eletroforese.
- Em seguida, ocorre uma queda da temperatura
entre 55 a 70 graus para que o primer consiga ➢ ELETROFORESE:
encontrar sua fita complementar. Em seguida, a - A eletroforese vai separar as moléculas em função
temperatura aumenta para 72 graus, em que vai ter do peso molecular e da carga elétrica. Uma
atividade plena da enzima taquipolimerase corrente elétrica vai arrastar uma molécula positiva
(bactéria de região vulcânica), partindo do primer para uma negativa e separar por peso molecular
ela consegue fazer uma nova fita. A fabricação é como uma “peneira”. Ela pode ser vertical ou
exponencial, é possível fazer 33.000 cópias a partir horizontal;
de uma única molécula de DNA.
- No caso da horizontal, o gel é de agarose
(composto parecido com gelatina que se dissolve à
medida que é aquecido). Com a agarose ainda
quente é colocando o pente. Quando ela esfria,
puxa o pente e fica os poços no gel;
- A cuba de eletroforese é onde vai estar passando
a corrente elétrica, onde é colocado o tampão.
Pega o gel, submerge ele no tampão. Por uma
micropipeta, pega o DNA que passou pela PCR, cora
e coloca nesses poços. Tampa a cuba (pois ela gera
ddp suficiente para gerar uma parada cardíaca),
liga a fonte geradora de corrente elétrica e, a
medida que ela vai passando, vai arrastando as
moléculas, fazendo elas ficarem separadas.

- Após um tempo pega o gel, retira ele da cuba e


coloca em um equipamento para visualização
(fonte de luz UV) que vai fazer o DNA brilhar e ser
possível visualizar o fracionamento;
- Para cada poço tem uma amostra de um paciente,
é feita a interpretação da eletroforese para ver se
há a mutação. Ela é de padrão qualitativo.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

- Já na eletroforese vertical, é usado o gel de ➢ REAL TIME PCR:


poliacrilamida (a diferença dele para o de agarose
é que a poliacrilamida possui maior sensibilidade). - Ela tem o mesmo momento de desnaturação da
Encaixa um “sanduiche” de vidro para definir a dupla fita e, além de todos os ingredientes que já
espessura do gel em um aparelho e prepara o gel. foram colocados dentro do tubo vai ser adicionada
Nesse caso o gel está na temperatura ambiente. a Probe (sonda), que é uma sequência de DNA
Com ele ainda mole, coloca o pente. Quando ele conhecida que contém exatamente a sequência
tiver polimerizado, coloca ele em uma cuba e que deve ser pesquisada e descobrir se o paciente
coloca o tampão; tem. Depois que o DNA é aberto a temperatura vai
baixar e vai ocorrer o pareamento tanto do primem
- Faz a retirada do pente, veda o aparelho e liga a quanto o pareamento da probe. Saí de 60 graus pra
corrente elétrica. Dessa vez é na vertical e o polo 72, a enzima vai fabricando o DNA e quando chega
negativo é em cima e o negativo embaixo, na probe, a própria polimerase tem uma
normalmente. Após isso, é feita a visualização e a modificação que, o que estiver na frente dela ela
interpretação. tem a capacidade de remover, ou seja, ela retira a
sonda;
- A sonda é fabricada com uma composição química
com fluorescência. Quando essa sonda for
quebrada/degradada pela polimerase, essa
fluorescência brilha e a máquina é capaz de
detectar esse brilho. Isso significa um ponto na
curva, fazendo um gráfico. Cada ponto de brilho
significa uma cópia;
- A PCR comum só vai se positivar quando a
amostra for bastante positiva, sendo três cruzes de
3 (+++) e 2 cruzes em 3 (++). Se for só uma cruz não
detecta nada na PCR convencional, mas a em
tempo real detecta.
Genética Clara Freitas – Med13 MA

- A PCR convencional tem uma chance não muito


pequena de fazer a liberação de um resultado
falsamente negativo, enquanto que na PCR real
time essa possibilidade é muito baixa devido a
sensibilidade;
- Quanto menos ciclos forem necessários para dar
positivo, maior é a quantidade de material genético
inicial. Sendo assim, quanto mais cedo o paciente
positivar, mais material com “problema” ele tem.
*A PCR tradicional é um método qualitativo,
enquanto a Real time é qualitativo e quantitativo.

- Usando esse exemplo, fica claro que o material


biológico presente na cena é do suspeito 1. Isso não
significa que ele executou a ação, mas para um juiz,
é necessária uma explicação coesa para ser
eliminado como suspeito.
➢ IMUNOFENOTIPAGEM:
➢ TESTE DE PATERNIDADE:
- É um processo que utiliza os anticorpos para
- É realizado estudando repetições de TANDEM por
determinar o fenótipo. Ela avalia especificamente a
PCR convencional. Elas são sequências uma ao lado
proteína, que é a manifestação do genótipo. É
da outra e vão olhar a quantidade de repetições
usada na oncologia;
que o indivíduo vai ter e compara com o DNA da
mãe, do filho e do suposto pai; - O citômetro de fluxo é o equipamento utilizado
para fazer a citometria de fluxo. A célula, na
- Existem regiões/lócus gênicos que se repetem:
membrana, possui uma série de moléculas de
STR (microssatélites) e VNSTR (minissatélites). É
superfície/proteínas. É possível se produzir em
possível, pela PCR convencional, saber quantas
laboratório anticorpos específicos variáveis para
repetições existem para cada parte delas.
cada célula diferente, para cada proteína diferente;
SUPOSTO ALELO
LÓCUS MÃE FILHO OBRIGATÓRIO - Cada célula possui proteínas diferentes. Já se
PAI
conhece a maioria das proteínas de células
vWA 13/18 13/15 14/15 15
tumorais e já se tem os anticorpos específicos
CSF1PO 8/12 9/12 8/9 9 desenvolvidos para cada;
TH01 7/10 6/10 6/6 6
30 - É comprado o anticorpo, marcado com uma
D16 15/20 20/30 22/30
fluorescência, sendo direcionado para um tipo
D13 7/21 12/21 8/12 12
específico de proteína de membrana. Ela recebe o
*O alelo obrigatório é aquele que, retirando o da
nome genético de CD (clusters de diferenciação).
mãe, o que sobrar o pai deve possuir.
Para saber o tipo de célula é feito um painel de
➢ PERÍCIA FORENSE: anticorpos para identificar as moléculas
particulares daquele grupo específico;
- Se faz do mesmo jeito que o teste de paternidade,
analisando as repetições do material biológico - No citômetro de fluxo há um canal que só permite
coletado na cena do crime e comparando com o a passagem de uma célula por vez. Quando uma
material genético dos suspeitos. célula passa pelo laser gera uma série de
informações: vai gerar uma sombra da célula, vai
Genética Clara Freitas – Med13 MA

desviar o fluxo de luz devido à complexidade da -> Multialélica: quadro caracterizado pela
célula e vai ativar a fluorescência (a máquina vai determinação dos números variáveis de um
captar todas essas variações); segmento de DNA que é repetido em tandem numa
localização específica.
- Quando a célula passa pelo laser vai gerar um sinal
luminoso por causa da fluorescência, esse sinal vai - Microssatélite: trechos de DNA formados por
ser captado por um conjunto de lentes diploicas, as unidades de dois, três ou quatro nucleotídeos,
informações são enviadas para o software que repetidos entre uma e umas poucas dúzias de
organiza as informações. O citômetro analisa o tipo vezes, sendo resultado de diferentes números de
e fala o quantitativo de cada um. unidades de nucleotídeos repetidos contidos
dentro de qualquer um microssatélite, e são,
*Para um diagnóstico de câncer, saber qual a célula
portanto, frequentemente referidos como
mutante e o quantitativo delas vai interferir
polimorfismo de curtas repetições em tandem ou
diretamente no diagnóstico do paciente.
STRPs.
- Minissatélite: trechos de DNA que resultam da
inserção, em tandem, de números variado,
normalmente de centenas a milhares de cópias de
uma sequência de DNA com de 10 a 100 pares de
bases de comprimento, de forma que possui
muitos alelos devido à variação no número de
cópias do minissatélite que são repetidas em
tandem, sendo referidas como um número variável
de repetições em tandem ou VNTRs.
POLIMORFISMOS ➢ STRs/Small tandem repetitions:
- Classificação caracterizada por ser o resultado de
variações causadas pela inserção ou deleção de
quantidades entre dois e sete nucleotídeos.
➢ RFLP/Polimorfismo de tamanho de
fragmentação de restrição:
- Trechos de DNA que resultam do corte da
sequência de nucleotídeos a partir da utilização de
enzimas de restrição.

➢ SNP/Polimorfismo de nucleotídeo único:


- Classificação caracterizada pela existência de
apenas dois alelos a duas diferentes bases que
ocupem uma localização em particular no genoma.
➢ INDELS/Polimorfismos por inserção-
deleção:
- Classificação caracterizada por ser o resultado de
variações causadas pela inserção ou deleção de
quantidades entre dois e cem nucleotídeos.
-> Simples: quadro caracterizado pela existência de
apenas dois alelos, ou seja, presença ou ausência
do segmento inserido ou deletado;

Você também pode gostar