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FARO - Faculdade de Rondônia

788 (Decreto Federal nº 96.577 de 24/08/1988)


453 (Portaria MEC de 29/04/2010)
IJN - Instituto João Neórico
3443 (Portaria MEC / Sesu nº369 de 19/05/2008

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Marcio Roberto Luchtembag Junior

AS ÁGUAS DE LASTRO

PORTO VELHO
Junho/2020
FARO - Faculdade de Rondônia
788 (Decreto Federal nº 96.577 de 24/08/1988)
453 (Portaria MEC de 29/04/2010)
IJN - Instituto João Neórico
3443 (Portaria MEC / Sesu nº369 de 19/05/2008

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Marcio Roberto Luchtembag Junior

AS ÁGUAS DE LASTRO

Trabalho apresentado ao Curso de


Engenharia Civil da Faculdade de
Ciências Humanas, Exatas e Letras
de Rondônia (FARO), para a
disciplina de Portos e Hidrovias do
Prof.º Gilson Castro de Moraes

PORTO VELHO
Junho/2020
FARO - Faculdade de Rondônia
788 (Decreto Federal nº 96.577 de 24/08/1988)
453 (Portaria MEC de 29/04/2010)
IJN - Instituto João Neórico
3443 (Portaria MEC / Sesu nº369 de 19/05/2008

INTRODUÇÃO

Água de lastro é a água do mar captada pelo navio para garantir a


segurança operacional do navio e sua estabilidade. Em geral, os tanques são
preenchidos com maior ou menor quantidade de água para aumentar ou diminuir
o calado dos navios durante as operações portuárias. A água de lastro tem por
objetivo aumentar ou diminuir o calado do navio durante a navegação para
garantir sua segurança operacional. Além disso, durante a viagem o navio
consome combustível e água. Assim, ocorre uma diminuição do seu peso bruto
que consiste redução do seu calado carregado, permitindo que o leme e parte
da hélice fique fora d’água prejudicando a manobrabilidade e governo do navio.
Além disso, a água de lastro tem por objetivo garantir a estabilidade do navio
enquanto navegando e durante o processo de carga e descarga, ou seja, ajuda
o navio a se sustentar.

IMPACTO AMBIENTAL DA AGUA DE LASTRO


Pelo fato de trazer espécies exóticas dentro dos tanques dos navios. Os
organismos que são introduzidos pela água de lastro variam de milímetros até
peixes de 30 centímetros, afinal os organismos, que em seu
estágio larval ou planctônico, se localizam na superfície, podem ser captados
pelo navio e, quando se estabelecem no novo habitat, desenvolvem-se para seu
estágio adulto. Entre as espécies que tem o potencial de serem transportadas
estão às anêmonas, cracas, caranguejos, caracóis, mexilhões, ouriços do mar,
entre outras. Agentes patogênicos também já foram encontrados na água de
lastro, como é o caso do Vibrio Colerae (ANVISA, 2003).
A última epidemia de cólera na América do Sul é um exemplo clássico. O
vibrião que transmite a doença, originário da Ásia, voltou para cá em 1991 por
causa de um navio chinês que trouxe água de lastro contaminada e aportou no
Peru. Naquele ano, só no Brasil, a doença fez 33 mortos, número que subiu nos
dois anos seguintes para, respectivamente, 462 e 650 casos.
São inúmeros os registros de bioinvasão por meio da água de lastro no
mundo inteiro. Existem algumas invasões de espécies que são históricas tais
como: mexilhão-zebra nos EUA, dinoflagelados na Austrália, e água-
viva carnívora nos EUA resultaram em prejuízos da ordem de US$ 10 milhões e
tiveram profundas e largas repercussões ecológicas.
Estimou-se que nos anos 1990 mais de 3 mil espécies
de animais e plantas foram transportadas diariamente ao redor do mundo e está
provado que o número de espécies introduzidas mediante a água de lastro está
crescendo continuamente. Mais de 40 espécies apareceram nos Grandes Lagos
desde 1960; mais de 50 na Baía de São Francisco desde 1970. Nos Estados
Unidos, identificou-se o mexilhão Zebra pela primeira vez na década de 1980,
que se proliferou pelas águas dos rios rapidamente, causando sérios danos
ao ecossistema, sendo este oriundo de água de lastro.
FARO - Faculdade de Rondônia
788 (Decreto Federal nº 96.577 de 24/08/1988)
453 (Portaria MEC de 29/04/2010)
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3443 (Portaria MEC / Sesu nº369 de 19/05/2008

Já no Brasil, verifica-se que houve a invasão do mexilhão dourado "L.


fortunei" proveniente da água de lastro dos navios que atracaram nos portos da
Argentina. Esta é uma espécie nativa de rios e arroios chineses e do sudeste
asiático e, apenas recentemente, por razões desconhecidas, vem expandindo
sua distribuição em todo o mundo.
Do estuário da Bacia do Prata, ele se expandiu rapidamente para os
trechos superiores da Bacia do rio Paraná, invadindo principalmente os grandes
rios, numa velocidade de cerca de 240 km por ano.
Em 2001, sua presença foi reportada na Usina de Itaipu e, em 2002, foi
encontrado nas usinas hidrelétricas (Porto Primavera e Sérgio Motta) à jusante
do Rio Paraná, em São Paulo. A entrada da espécie neste sistema de rios deve
ter ocorrido através da intensa navegação e transposição de barcos utilizados
na pesca esportiva. Em 2004, esta espécie foi detectada na Usina de Barra
Bonita.
O impacto do mexilhão dourado no Brasil tem sido grande e tem causado
problemas de saúde pública, entupimento de tubulações, filtros de usinas
hidroelétricas e bombas de aspirações de água, degradação das espécies
nativas e problemas relacionados com a pesca.
As Áreas Portuárias

As áreas portuárias são particularmente vulneráveis às bioinvasões, uma vez


que concentram atividades que podem transportar, introduzir e dispersar novas
espécies, como as operações com água de lastro, limpeza de cascos de navios
e tráfego de embarcações de diversos tipos e origens. Além disso, as seguintes
condições observadas nos portos também podem favorecer a introdução,
estabelecimento e dispersão de espécies invasoras:

 Similaridade ambiental entre portos de origem e destino;

 Disponibilidade de nichos ecológicos;

 Ausência de organismos competidores, predadores ou parasitas;

 Forte influência antropogênica;

 Disponibilidade de substratos duros artificiais; e

 Ambientes protegidos (baías, estuários, enseadas).

Evolução das Diretrizes Internacionais

Em 1990, a Organização Marítima Internacional (IMO) instituiu, junto ao


Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho (MEPC), um Grupo de Trabalho
para tratar especificamente da água de lastro. Em 1991, através da Resolução
MEPC 50(31), foram publicadas as primeiras diretrizes internacionais para o
gerenciamento da água de lastro pelos navios, cujo cumprimento tinha caráter
voluntário. Nos anos seguintes a MEPC aprimorou essas diretrizes e adotou
FARO - Faculdade de Rondônia
788 (Decreto Federal nº 96.577 de 24/08/1988)
453 (Portaria MEC de 29/04/2010)
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outras duas resoluções sobre o assunto, a Resolução A.774(18) de 1993 e a
Resolução A.868 (20) de 1997.

Dentre as diretrizes definidas pela IMO até então, a de maior destaque


correspondeu à realização da troca oceânica da água de lastro. Em termos
gerais, os navios foram recomendados a trocar a água contida nos seus tanques
de lastro antes de alcançarem a distância de 200 milhas náuticas até a linha de
costa do porto de destino. Além disso, os locais de troca deveriam possuir pelo
menos 200 metros de profundidade e a troca volumétrica da água de lastro
deveria atingir uma eficiência de 95%.

Quando corretamente aplicada, a troca oceânica poderia reduzir


significativamente o risco da ocorrência das bioinvasões, uma vez que ela
promoveria a substituição da água de lastro captada em regiões costeiras por
água oceânica, cujos parâmetros físico-químicos e biológicos permitiriam o seu
descarte em um novo porto sem que houvesse risco significativo de acontecerem
bioinvasões. Em outras palavras, as espécies costeiras não conseguiriam
sobreviver em ambientes oceânicos e vice-versa. A tabela abaixo apresenta um
resumo dos procedimentos para realização da troca oceânica.

REFERÊNCIAS
http://web.antaq.gov.br/portalv3/MeioAmbiente_AguaDeLastro.asp
https://www.mma.gov.br/informma/itemlist/category/111-agua-de-lastro

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