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INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1 B. – 4 de Setembro de 1995 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2 V. – 8 Dezembro de 1984 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3 V. F. – 12 Outubro de 1961 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4 F. – 5 de Abril de 1962 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5 L. – 4 de Junho de 1979 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
F oi no dia em que a minha filha, Eva, fez dez meses que o Francisco
Camacho me desafiou a escrever sobre este tema. Caiu-me ao
colo e, diria, assentou bem em mim. Talvez porque, ainda arreba-
tada pela aura da maternidade (o que não me passou, felizmente),
a ideia me tenha inquietado: «É possível uma mãe não amar o seu
filho?» «Mãe que é mãe não faz isto a um filho.»
À data parecia-me óbvio. Também eu partilhava a visão român-
tica que cola a mulher ao papel de mãe e que a retrata com um
instinto de protecção animalesco, esta ideia da mãe-leoa que vai até
ao fim do mundo pelos seus filhos. A minha própria experiência de
maternidade foi assim: apaixonei-me no exacto momento em que
apoiaram a minha filha no meu peito, ainda roxa, inchada e com a
ventosa colada à cabeça. Vi esse laço crescer e assoberbar-me, e
todos os dias sinto que é indiscutivelmente o papel mais importante
da minha vida.
Oito histórias e mais de 40 horas de entrevistas depois, a minha
perspectiva da maternidade não mudou, a ideia de base deste livro
continua a inquietar-me (como não?), mas a forma como interpreto
o alegado amor incondicional de mãe é agora diferente. Em primeiro
lugar, percebi que não basta ser mulher para ser mãe, a maternidade
é uma coisa que se vai construindo e aprendendo, e nem todas as
mulheres querem ser mães. Os últimos estudos indicam que, embora
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B.
4 DE SETEMBRO DE 1995
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Será que a minha mãe é assim por causa do que lhe aconteceu?
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