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Geografia

Formação do espaço e revoluções industriais

Teoria

Espaço geográfico
A Geografia estuda os fenômenos que se manifestam no espaço geográfico e que possuem alguma
associação com o homem (relevo, indústria, política, clima, população, entre outros). Esse espaço
difere-se do espaço natural, isto é, aquele que não sofreu interferência humana. Portanto, o espaço
geográfico é aquele alterado pela humanidade e corresponde ao conjunto indissociável de sistemas
de objetos (redes, técnicas, prédios, carros) e de sistemas de ações (produção, trabalho, circulação,
consumo), que expressam diferentes práticas sociais dos grupos que nele vivem.

Nesse sentido, o espaço geográfico é resultado do trabalho humano e da sua relação com a
natureza. As características desse espaço geográfico decorrem dos níveis técnicos e econômicos
em que se encontra determinada sociedade. Aqui existe também um debate se alguma porção da
superfície terrestre ainda não foi alterada pelo homem, existindo espaços completamente naturais.
Esse debate não tem muita significância, mas boa parte dos pesquisadores entendem que, devido
ao aquecimento global, provocado pelas emissões humanas de gases efeito estufa, todos os
lugares foram alterados pelo homem, mesmo que em nível molecular. Assim, esses espaços se
constituem espaços geográficos.

Pensando nessa relação técnica, sociedade e natureza que o grande geógrafo Milton Santos propôs
uma periodização do espaço geográfico, resultando na divisão em Meio Natural, Meio Técnico e
Meio Técnico-Científico-Informacional que será explicado abaixo.

Meio natural
Corresponde ao momento em que o ganho era determinado pela natureza, isto é, a produção
dependia do tempo da natureza. Chamamos de meio natural o período da história no qual a
produtividade humana dependia dos fatores naturais. As atividades humanas que garantiam a
sobrevivência se baseavam basicamente em coleta, extração e caça. A humanidade utilizava um
determinado espaço até que as intempéries naturais ocasionassem a necessidade de
deslocamento, conhecido como nomadismo.

Com o tempo, a humanidade passou a desenvolver técnicas de controle do ambiente, como o


plantio, a agricultura, o armazenamento de alimentos (com destaque para a invenção dos potes), a
domesticação e cruzamento de espécies e técnicas de irrigação. Com isso, o homem se
sedentariza, formando as primeiras aldeias fixas, que originariam as primeiras vilas e cidades.

A essa mudança histórica damos o nome de Revolução Neolítica. Essa mudança da relação da
humanidade com o meio possibilitou não apenas um enorme crescimento populacional, mas
marcou a passagem do meio natural para o dito espaço geográfico, uma vez que, a partir desse
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momento, a escala de interferência e domínio da humanidade sobre os processos ambientais passa


a crescer vertiginosamente.

Meio técnico
A partir da Revolução Industrial (mudança abrupta na forma de produzir), o ganho passou a ser
determinado pela capacidade de produzir. É nesse sentido que os países pioneiros no processo de
industrialização conseguiram uma grande acumulação de capital; por isso, até pouco tempo, esses
países eram sinônimos de países ricos.

Esse período marcou a passagem do trabalho artesanal para o manufatureiro. É sabido que a
repetição do trabalho permite o desenvolvimento de técnicas e de máquinas que auxiliam na
produção. Com a Revolução Industrial, a produtividade aumenta em ritmo e volume. Nesse período,
as transformações espaciais ambientais se tornam mais intensas, sobretudo em relação a
mineração e desenvolvimento urbano.

Meio técnico-científico-informacional (MTCI)


A constante evolução das formas de produzir levou a novas fases da Revolução Industrial e à
expansão dessa atividade. Atualmente, no contexto do MTCI, é a capacidade de produzir tecnologia
(informação) o fator mais importante. Para alguns estudiosos, esse período começou após a
Segunda Guerra Mundial e se estende até os dias atuais. Durante esse tempo, o espaço geográfico
tornou-se ainda mais alterado, com a incorporação de diversos recursos tecnológicos que integram
os fluxos mundiais de informação e conhecimento. A produção desses saberes é em grande parte
realizada nos tecnopolos; eles se tornaram importantíssimos, pois são os principais centros de
produção de tecnologia no cenário da Terceira Revolução Industrial.

O desenvolvimento tecnológico propiciou profundas alterações nas relações de produção e


trabalho. O espaço se reorganiza, com a nova divisão internacional do trabalho, acentuando a
diferença entre países produtores e exportadores de tecnologia, produtores e exportadores de
commodities. A informação ganha valor geopolítico e empresarial nesse contexto. É a organização
espacial do mundo globalizado. Porém, essa evolução assusta algumas pessoas que passam a
questionar a ideia de progresso obtido com o maior desenvolvimento técnico e a geração de
desemprego, por exemplo.

Revolução Industrial
A Revolução Industrial consiste em uma mudança radical no modo de transformar a matéria. A
constante evolução técnica e diversas outras características permitem dividir esse processo em
três ou quatro fases. Antes de estudar as características de cada uma dessas fases, é importante
destacar que a economia pode ser dividida em três setores. São eles:
● Setor primário: corresponde à agricultura, à pecuária e ao extrativismo, ou seja, atividades
relacionadas à obtenção/produção de matéria-prima;
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● Setor secundário: corresponde à indústria, isto é, a transformação da matéria-prima.


● Setor terciário: corresponde ao comércio, bancos e serviços.

A Primeira Revolução Industrial (século XVIII - 1789)


Deriva de um momento caracterizado pela mudança dos processos artesanais (produção manual
sem uso de máquinas) para as maquinofaturas (intenso uso de máquinas no processo de
fabricação). Ela aconteceu na Inglaterra, sendo esse o país que saiu à frente do processo industrial.
A Inglaterra passava por um período de estabilidade política graças às Revoluções Gloriosas, além
de um grande capital acumulado com atividades mercantilistas e, consecutivamente, maior
influência da burguesia no Estado. Ao mesmo tempo, diversas invenções técnicas possibilitavam
um aumento da produtividade, como a invenção do tear hidráulico e posteriormente mecânico, da
bomba d`água e da máquina a vapor.

Assim, a Inglaterra que integra o Reino Unido se tornou uma grande exportadora de tecidos, o que
permitiu o desenvolvimento de pequenas e médias fábricas para otimizar a produção de lã. Além
disso, O Reino Unido tinha uma rede hidrográfica e portuária bem desenvolvida, o que possibilitava
o comércio interno e externo com facilidade, ampliando o mercado consumidor de seus produtos.

O carvão mineral, substituindo a queima de madeira, serviu como o combustível principal para as
máquinas a vapor inventadas naquela época, aumentando mais ainda a produtividade e diminuindo
o custo de produção. Os trabalhadores que, anteriormente, contavam com maior autonomia e maior
domínio de todos os processos produtivos, passaram a ser contratados e assalariados nessas
pequenas e médias fábricas têxteis que estavam surgindo. Tal condição marca a consolidação da
força de trabalho como mercadoria. Porém não havia direitos trabalhistas e o trabalhador era visto
apenas como uma parte do sistema de produção. Assim eram submetidos a exaustivas jornadas
de trabalho além das péssimas condições.

Os fatores de localização da indústria eram muito regulados pela disponibilidade de matéria-prima,


dada a dificuldade do desenvolvimento dos transportes naquele período. Diz-se que o modelo
produtivo da Primeira Revolução Industrial, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a
produção, ficou conhecido como padrão manchesteriano. Sobre isso, é importante destacar que
não é propriamente um modelo produtivo, mas uma característica das fábricas na cidade de
Manchester, no Reino Unido.
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A indústria têxtil na Grã-Bretanha no final do século XIX.


Disponível em: <https://oqueehistoria.com.br/samuel-slater-e-a-revolucao-textil/>. Acessado em:
03/09/2021.

A Segunda Revolução Industrial (século XIX - 1850)


É a evolução produtiva dessa primeira fase, com a incorporação de um modelo produtivo. Ela
ocorreu no final do século XIX, e contou com países como Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra e
França, dada as transformações vividas na geopolítica mundial ao longo dos anos. Podemos
diferenciá-la da primeira pelo uso do petróleo como principal combustível. Sobre isso, é importante
frisar que, embora o petróleo e a eletricidade sejam símbolos da Segunda Revolução Industrial, o
carvão mineral nunca deixou de ser usado. Ainda hoje, o petróleo e o carvão mineral são os
combustíveis fósseis mais utilizados no mundo.

De qualquer forma, o motor a combustão, e não mais a vapor, possibilitou o surgimento de novos
produtos. Além disso, as fábricas e indústrias começaram a se tornar mais complexas, com
destaque para as indústrias de base, que produzem e fornecem matéria-prima para outras
indústrias, como as automobilísticas. A indústria automobilística é um exemplo de indústria de bens
de consumo. Essas sim vão produzir bens que serão vendidos diretamente para os consumidores.

Sobre os fatores locacionais, é importante frisar que as indústrias naquele período eram enormes,
pois possuíam em si todas as etapas do processo de produção. Contava também com as vilas
operárias onde moravam os trabalhadores, muito próximas das fábricas, o que, somado aos níveis
de exploração do trabalho, facilitava a formação de sindicatos e movimentos trabalhistas.

O modelo produtivo, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido
como Fordismo-Taylorismo. Esse modelo contava com uma alta fragmentação das tarefas, em que
cada trabalhador era especializado em uma única função repetitiva, num regime de trabalho rígido.
Chama-se nesse período mão de obra alienada, por conta do trabalhador não conseguir enxergar
no produto final, a etapa do seu trabalho. É um modelo de produção em massa que conta com linhas
ou esteiras de montagem para aumentar a produtividade. A padronização é uma característica
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fundamental desse modelo. O empregador ditava o ritmo da produção do empregado por meio
delas. Além disso, o trabalho era bem simples, o que possibilitou contratação de muitas pessoas,
havendo diversas denúncias de trabalho infantil dentro dessas fábricas. Até hoje, existem indústrias
mais simples que se organizam dessa forma.

Trabalhadora numa indústria tipicamente fordista, 1913.


Disponível em:
<https://www.educabras.com/enem/materia/geografia/sistemas_economicos/aulas/segun
da_revolucao_industrial_2>. Acessado em: 03/09/2021.

De modo geral, vamos ver na tabela as principais características e diferenças das duas Revoluções
Industriais estudadas:

Primeira Revolução Industrial Segunda Revolução Industrial


Quando Século XVIII - 1789 Século XIX - 1850
Estados Unidos, Alemanha e
Onde Inglaterra
Japão
Símbolo Têxtil Siderúrgica e automobilística
Energia Carvão mineral Petróleo e eletricidade
Mão de obra Barata e abundante Especializada
Modelo
Padrão manchesteriano Fordismo
produtivo
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Exercícios de fixação

1. A partir do aprimoramento da técnica material para produção de uma mercadoria,


enxergamos um claro reflexo no mundo do trabalho que se constitui enquanto uma ruptura.
A mudança do meio ______ para o meio _____ ocorre nesse momento, uma vez que a produção
passa a depender cada vez menos do tempo da _______, o que impacta o tempo de resiliência
dos espaços em sua recuperação, e passa a imperar o uso da(s) ______ para produção.
(A) Técnico - Natural - Natureza – Máquinas.
(B) Natural - Técnico - Natureza – Máquinas.
(C) Científico - Técnico - Máquinas – Natureza.
(D) Técnico - Científico - Máquina – Natureza.

2. Descreva brevemente como pode ser definido o espaço geográfico.

3. Uma revolução industrial pode ser entendida como


(A) Um movimento popular organizado que estabelece modificações na forma de produzir.
(B) O período de produção em larga escala propiciado pela nobreza e seus modelos
produtivos.
(C) Uma mudança abrupta nas formas de produzir, no geral associada a aprimoramentos da
técnica.
(D) Manifestações políticas que impõem mudanças na estrutura e organização produtiva por
meio de atos.

4. O ____________ foi o combustível da ___ Revolução Industrial, que motivou o crescimento da


indústria têxtil e seu maquinário na Inglaterra. Na __ Revolução Industrial, temos o ________
dominando e impulsionando a indústria automobilística.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:
(A) Carvão mineral - Primeira - Segunda – Petróleo.
(B) Carvão mineral - Segunda - Terceira – Petróleo.
(C) Petróleo - Primeira - Segunda - Carvão mineral.
(D) Petróleo - Segunda - Terceira - Carvão mineral.

5. Sobre a Primeira Revolução Industrial, assinale a alternativa correta


(A) Começou a acontecer na Inglaterra e nos EUA concomitantemente.
(B) Contava com a exploração do trabalhador para obter lucro.
(C) Democratizou o acesso à produção para regiões longínquas.
(D) Permitiu que países subdesenvolvidos se industrializassem.
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Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2009) Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades
rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com
o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor
agropecuário. São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais
inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem
(A) a erradicação da fome no mundo.
(B) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas.
(C) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos.
(D) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura.
(E) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da
mecanização.

2. (Enem, 2014)

NEVES, E. Engraxate. Disponível em: www.grafar.blogspot.com. Acesso em: 15 fev. 2013.

Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação


contida no cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à
(A) ideia de progresso.
(B) concentração do capital.
(C) noção de sustentabilidade.
(D) organização dos sindicatos.
(E) obsolescência dos equipamentos.
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3. (Enem, 2016) A linhagem dos primeiros críticos ambientais brasileiros não praticou o elogio
laudatório da beleza e da grandeza do meio natural brasileiro. O meio natural foi elogiado por
sua riqueza e potencial econômico, sendo sua destruição interpretada como um signo de
atraso, ignorância e falta de cuidado.
PADUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de
Janeiro:Zahar, 2002.

Descrevendo a posição dos críticos ambientais brasileiros dos séculos XVIII e XIX, o autor
demonstra que, via de regra, eles viam o meio natural como
(A) ferramenta essencial para o avanço da nação.
(B) dádiva divina para o desenvolvimento industrial.
(C) paisagem privilegiada para a valorização fundiária.
(D) limitação topográfica para a promoção da urbanização.
(E) obstáculo climático para o estabelecimento da civilização.

4. (Enem, 2015) Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação
dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e
noite. Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção
temporal começa a se pautar pela marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido
a separação tradicional entre trabalho e descanso - todas as partes do dia podem ser
aproveitadas produtivamente.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).

Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como


consequência a
(A) melhoria da qualidade da produção industrial.
(B) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
(C) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários.
(D) diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas.
(E) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.
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5. (Enem PPL, 2013) Ninguém vive sem ocupar espaço, sem respirar, sem alimentar-se, sem ter
um teto para abrigar-se e, na Modernidade, sem o que se incorporou na vida cotidiana: luz,
telefone, televisão, rádio, refrigeração dos alimentos etc. A humanidade não vive sem ocupar
espaço, sem utilizar-se cada vez mais intensamente das riquezas naturais que são
apropriadas privadamente.
RODRIGUES, A. M. Desenvolvimento sustentável: dos conflitos de classes para os conflitos de gerações. In: SILVA. J. B. et al.
(Orgs.). Panorama da geografia brasileira. São Paulo: Annablume, 2006 (fragmento).

O texto defende que duas mudanças provocadas pela ação humana na Modernidade são o(a)
(A) alteração no modo de vida das comunidades e a delimitação dos problemas ambientais
em escala local.
(B) surgimento de novas formas de apropriação dos territórios e a utilização pública dos
recursos naturais.
(C) incorporação de novas tecnologias no processo produtivo e a aceleração dos problemas
ambientais.
(D) aumento do consumo de bens e mercadorias e a utilização de mão de obra nas unidades
produtivas.
(E) esgotamento das reservas naturais e a desaceleração da produção de bens de consumo
humano.

6. (Enem, 2010) “A poluição e outras ofensas ambientais ainda não tinham esse nome, mas já
eram largamente notadas no século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais. E a
própria chegada ao campo das estradas de ferro suscitou protestos. A reação antimaquinista,
protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa a batalha atual dos ambientalistas. Esse
era, então, o combate social contra os miasmas urbanos.”
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002 (adaptado).

O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe modificações na paisagem e nos


objetos culturais vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto, pode-se dizer que tais
movimentos sociais emergiram e se expressaram por meio
(A) das ideologias conservacionistas, com milhares de adeptos no meio urbano.
(B) das políticas governamentais de preservação dos objetos naturais e culturais.
(C) das teorias sobre a necessidade de harmonização entre técnica e natureza.
(D) dos boicotes aos produtos das empresas exploradoras e poluentes.
(E) da contestação à degradação do trabalho, das tradições e da natureza.
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7. (FUVEST, 2017)

Ronald Findlay e Kevin O’Rourke. Power and Plenty: Trade,War, and theWorld Economy in the Second Millennium. Princeton:
Princeton University Press, 2007. Adaptado.

Com base na tabela, é correto afirmar:


(A) A industrialização acelerada da Alemanha e dos Estados Unidos ocorreu durante a
Primeira Revolução Industrial, mantendo-se relativamente inalterada durante a Segunda
Revolução Industrial.
(B) Os países do Sul e do Leste da Europa apresentaram níveis de industrialização
equivalentes aos dos países do Norte da Europa e dos Estados Unidos durante a Segunda
Revolução Industrial.
(C) A Primeira Revolução Industrial teve por epicentro o Reino Unido, acompanhado em
menor grau pela Bélgica, ambos mantendo níveis elevados durante a Segunda Revolução
Industrial.
(D) Os níveis de industrialização verificados na Ásia em meados do século XVIII
acompanharam o movimento geral de industrialização do Atlântico Norte ocorrido na
segunda metade do século XIX.
(E) O Japão se destacou como o país asiático de mais rápida industrialização no curso da
Primeira Revolução Industrial, perdendo força, no entanto, durante a Segunda Revolução
Industrial.
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8. “O espaço geográfico é fruto de um processo que ocorre ao longo da história das diversas
sociedades humanas; dessa forma, representa interesses, técnicas e valores dessas mesmas
sociedades, que o constroem segundo suas necessidades. Então, é possível dizer que ele
reflete o estágio de desenvolvimento dos meios técnicos de cada sociedade”.
SILVA, A. C. et. al. Geografia contextos e redes 01. 1º ed. São Paulo: Moderna, 2013. p.19.

No trecho acima, observa-se a noção de espaço geográfico vinculada:


(A) Ao emprego aleatório de ferramentas desprovidas de seus contextos.
(B) À ideia de que a sociedade é o reflexo do meio onde vive e que nele se reproduz.
(C) À história da humanidade, limitando esse conceito às justaposições do passado.
(D) Aos interesses da sociedade, em uma perspectiva totalitária e sem subjetividades.
(E) À utilização das técnicas para a produção da sociedade e suas espacialidades.

9. Quanto mais complicada se tomou a produção industrial, mais numerosos passaram a ser os
elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância
fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento
só poderia ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis a compra. Agora eles
tinham que ser organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência
de um sistema de mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem
ser assegurados se se garante a autorregulação por meio de mercados competitivos
interdependentes.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (adaptado).

A consequência do processo de transformação socioeconômica abordado no texto é a


(A) expansão das terras comunais.
(B) limitação do mercado como meio de especulação.
(C) consolidação da força de trabalho como mercadoria.
(D) diminuição do comércio como efeito da industrialização.
(E) adequação do dinheiro como elemento padrão das transações.
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10.

Considerando a imagem e seus conhecimentos sobre a Revolução Industrial, assinale a


alternativa correta:
(A) Ocorreu principalmente por causa do acúmulo de enormes capitais provenientes das
atividades mercantis.
(B) Ocorreu principalmente na Inglaterra (Primeira Revolução Industrial) e mais tarde em
alguns países da América e África (Segunda Revolução Industrial).
(C) Trouxe como consequência imediata a abolição da escravidão em alguns países com
objetivo de ampliar os mercados consumidores mundiais.
(D) Demandou uma qualificação da mão de obra, exigida pelas atividades exercidas nas
unidades produtivas.
(E) Garantiu uma hegemonia industrial inglesa até o período que sucedeu a Segunda Guerra
Mundial e o início da disputa americana e soviética.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
O aprimoramento da técnica para a produção propiciou a mudança do meio natural para o meio
técnico, em que o ritmo da produção passa a depender mais de máquinas do que do tempo da
natureza para a produção.

2. É o objeto de estudo da geografia, e pode ser entendido enquanto o espaço que é alterado pela
humanidade, representando a relação das sociedades com o meio. O espaço geográfico é o
conceito base que dará origem a outros conceitos caros da geografia, como lugar, território,
região e paisagem, que são perspectivas e aspectos desse mesmo espaço.

3. C
As Revoluções Industriais se distinguem uma da outra justamente por marcos no
desenvolvimento técnico, que inauguram uma nova fase na forma de produzir, o que impacta
fenômenos em diversas escalas. Apesar do nome “revolução”, não significa que houve um
movimento organizado social — seja popular, como afirma a alternativa A, seja de políticos,
como afirma a alternativa D. A revolução é um rompimento com as formas anteriores, uma
mudança em estruturas prévias, que pode acontecer motivada por múltiplas causas. Não é que
não houve movimentos sociais relevantes ao longo da história das Revoluções Industriais, mas
não são eles os marcos que definem a mudança de uma Revolução Industrial para outra.

4. A
A indústria têxtil começou a crescer na Inglaterra sobretudo pela queima de carvão mineral que
propiciou o desenvolvimento de máquinas e motores movidos a vapor. A Segunda Revolução
Industrial é marcada pelo petróleo e crescimento do setor automobilístico, consolidando o
modelo de produção fordista.

5. B
A Primeira Revolução Industrial começou localizada na Inglaterra, só se expandiu para os EUA
na segunda. A alternativa B está correta e esse processo se aprofunda. No modelo fordista, da
Segunda Revolução Industrial, era comum relatos de crianças trabalhando nas fábricas, uma
vez que o trabalho repetitivo poderia ser realizado por qualquer um. E por fim, para a
industrialização atingir países subdesenvolvidos e regiões longínquas, foi necessária uma
modernização nos meios de transporte e comunicação, o que foi atingido pelo trabalho
realizado e desenvolvido ao longo da Segunda Revolução Industrial.

Exercícios de vestibulares

1. C
As Revoluções Industriais intensificaram o uso dos recursos naturais e alteraram as formas de
trabalhar. O trabalhador não foi apenas substituído pela máquina, esta demanda um outro perfil
de profissional e de função. Mesmo com a excessiva produção de alimentos, a fome no mundo
parece ser consequência do sistema que se baseia em exploração e desigualdades aquisitivas.
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2. A
A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra e posteriormente expandida para o mundo sofreu
diversas críticas, principalmente quanto a questão do trabalho. Era senso comum, naquele
período, pensar que a tecnologia substituiria completamente a mão de obra humana,
prejudicando os vínculos empregatícios. A charge revela exatamente isso: uma visão
pessimista que o homem se tornaria um servo das máquinas, e elas dominariam o mundo. Uma
vez que o desenvolvimento industrial era fundamentado na ideologia do progresso, esse
pessimismo acabava se tornando mais recorrente.

3. A
No texto é referenciado que o meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial econômico,
o que demonstra que esse meio era visto como uma ferramenta essencial para o avanço da
nação.

4. E
Dominar a luz foi um passo fundamental para superar o tempo da natureza. Com o sucessivo
avanço das técnicas de iluminação noturna, foi possível “colonizar” a noite. Esse processo,
concomitantemente ao desenvolvimento capitalista, permitiu cada vez mais usar o período
noturno para o trabalho humano, aumentando a jornada de trabalho e a produtividade.

5. C
O texto faz referência a como as novas tecnologias (luz, telefone, televisão, rádio, refrigeração
etc.) e formas de produção geram impactos ambientais a partir da apropriação dos recursos
naturais.

6. E
As transformações nas formas de se produzir causam verdadeiros impactos nas paisagens e
nos espaços sociais, alterando dinâmicas e ressignificando funções. Esses impactos vêm
justificados na modernidade, no desenvolvimento e no progresso, a troco da qualidade de vida
e dos recursos naturais da população.

7. C
A questão trabalha a análise de tabela e relacionamento com a Revolução Industrial. O
pioneirismo inglês é amplamente conhecido, contudo, o destaque da Bélgica também foi
bastante importante. Os dados mostram exatamente isso, não necessitando de conhecimentos
específicos.

8. E
No texto o autor comenta que o espaço geográfico é resultado de um processo histórico em
diversas sociedades e representa seus interesses, técnicas e valores. Assim, o espaço
geográfico é resultado das diferentes técnicas produtivas desenvolvidas pelas sociedades, que
modificaram a realidade e construíram sua própria espacialidade.

9. C
A consolidação do capitalismo industrial provocou mudanças importantes na organização da
sociedade, a exemplo da divisão social em classes (burguesia e proletariado), a acumulação
de capital através da elevação dos lucros, a propriedade privada dos meios de produção e a
difusão do trabalho assalariado.
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10. A
Muitos pontos colaboram para o desenvolvimento de um processo de industrialização, entre
eles, a disposição de capital é fundamental, no caso inglês, o acúmulo dos períodos
mercantilistas garantiu o recurso. O erro da alternativa B é associar a África à segunda fase da
Revolução Industrial. Dos poucos países africanos que iniciaram um processo de
industrialização eles fizeram isso a partir da segunda metade do século XX. O erro da
alternativa D é que a qualificação (educação) da mão de obra só foi exigida a partir da segunda
e terceira fase da Revolução Industrial. O erro da alternativa E é que a hegemonia industrial
inglesa durou até a primeira fase da Revolução Industrial.

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