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O épico fala dos heróis que construíram e alargaram o Império Português, para que a sua memória
não seja esquecida, enquanto Pessoa escolhe aquelas figuras históricas predestinadas a essa
construção imperial (D. Afonso Henriques, D. Dinis, D. João, o Primeiro...) mas, através delas, procura
simbolizar a essência do ser português que acredita no sonho e se mostra capaz da utopia para a
realização de grandes feitos. N'Os Lusíadas há a viagem à Índia; na Mensagem temos a avaliação do
esforço, considerando que a glória advém da grandeza da alma humana, apesar das vidas perdidas e
toda a espécie de sacrifícios dos nautas mas também de mães, filhos e noivas;
Camões fala de Ulisses e de outros mitos, mas Pessoa mostra a importância do mito como um nada
capaz de gerar os impulsos necessários à construção da realidade ("Ulisses"); os mitos permitem a
Pessoa fazer a apologia da sua missão profética (basta recordar os mitos do Sebastianismo, do Quinto
Império, do Santo Graal, das Ilhas Afortunadas e do Encoberto). Pessoa considera-se investido no
cargo de anunciador do Quinto Império.