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Talvez a palavra mais pronunciada e escrita nos noticiários dos últimos anos
seja "crise". Seja no contexto financeiro global, no comportamento humano,
nas instituições e até na natureza.
Isso nos mostra que estamos às portas do período que antecede a gloriosa
volta do Senhor Jesus. Um período de angústia diferente de todos os outros
pelos quais a humanidade já atravessou. A maior tribulação que a
humanidade já passou.
De acordo com nosso Senhor uma "grande aflição, como nunca houve desde
o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver" (Mateus 24:21).
Porém, vemos que há uma enorme distância entre conhecer detalhes das
profecias bíblicas e viver de acordo com a luz que elas lançam sobre o futuro.
Na verdade, a maioria não está preparada para a realidade tribulacional que
se aproxima. Cremos que isso se deve a três razões principais:
1. Muitas pessoas conhecem as profecias bíblicas, mas não dão muito crédito
a elas.
3. Muitos conhecem as profecias, creem nelas, mas não creem que estarão
inseridos no grande clímax profético que se aproxima.
Por que abordar esse tema? Porque cremos que estaremos inseridos no
período mais angustiante que a Igreja passará neste planeta.
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I] A NECESSIDADE DA PREPARAÇÃO
Não nos deteremos aqui para explicar porque cremos que nosso encontro
com o Senhor (arrebatamento) ocorrerá logo após a grande tribulação. Em
nosso livro A IGREJA E A TRIBULAÇÃO já abordamos esse tema de forma
detalhada.
Para aqueles irmãos que não creem assim, fica aqui o nosso amoroso pedido
de reflexão... Que este livro possa servir a todos, independentemente de suas
posições escatológicas, principalmente quando estivermos atravessando os
dias difíceis que virão... Que você possa examiná-lo por inteiro e reter o que
é bom.
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Quem utiliza o argumento que nós estaremos isentos da tribulação pelo fato
de sermos os escolhidos do Senhor, não está sendo coerente nem com a
história nem com as Escrituras. É óbvio que o Senhor protegeu e protegerá
a quem Ele quiser. Cremos que, em meio à grande tribulação, muitos serão
sobrenaturalmente protegidos pelas mãos poderosas de Deus.
Porém, negar a nossa permanência na Terra nesse período que virá usando
como base a suposta isenção da Igreja, não é coerente, como já vimos.
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Veja como Tácito descreve essa primeira onda de perseguição contra os
seguidores de Jesus Cristo:
Nero tinha oferecido seus jardins para gozar desse espetáculo, enquanto
oferecia os jogos do circo e, vestido como cocheiro misturava-se ao povo ou
mantinha-se hirto sobre o coche...
Embora os suplícios fossem contra gente culpada, que merecia tais tormentos
riginais, nascia por eles, um senso de piedade, porque eram sacrificados não
em vista de uma vantagem comum, mas pela crueldade do príncipe..."
(Tácito 15,44)
Observe que, apesar de não concordar com os métodos infringidos por Nero,
o historiador Tácito considerava os discípulos do Senhor Jesus como gente
desprezível, capaz de crimes horrendos.
Um dos crimes mais infames atribuídos aos cristãos eram o infanticídio ritual.
Ao não entenderem o real significado e a forma de celebração da ceia, os
romanos haviam criado boatos que na celebração da ceia do Senhor os
cristãos sacrificavam uma criança e comiam as suas carnes...
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cristãos e os condenavam à morte. As perseguições por parte do Império só
findaram no começo do século IV.
Desde a sua instituição pelo Senhor Jesus até o começo do século IV, a Igreja
passou por 129 anos de perseguição e gozou de 120 de relativa tranquilidade.
A segunda questão diz respeito aos argumentos do inimigo. Note que, todos
os imperadores romanos que promoveram perseguições contra os servos do
Senhor tinham pretextos inventados.
Devemos estar preparados para as falsas acusações que serão feitas contra
nós no período tribulacional. Algo deve servir como "justificativa" para que
todo aquele que se negar a adorar a imagem da besta, seja morto (Apocalipse
13:14-15).
É um tempo dado pelo Senhor para que o Seu Evangelho seja pregado a toda
criatura e para que o Seu povo se prepare para o fim. O fim virá quando o
evangelho for pregado em todas as nações (Mateus 24:14).
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Entrar num carro novo, com ar condicionado, e ir até um templo climatizado
no centro da cidade para sentar em cadeiras confortáveis para ouvir sobre
prosperidade financeira, não é uma regra para a Igreja neste mundo.
Não somos em nada melhores que eles e não temos sabido aproveitar
plenamente este tempo de relativa bonança. Não somos sequer melhores que
nossos irmãos em certos países, que pagam com a sua própria vida nos dias
atuais a fé que professam.
É como se José, mesmo ciente das revelações divinas sobre a futura aflição,
ensinasse o povo, durante os sete anos de abastança no Egito, a viver sem
maiores preocupações, crendo que aquela momentânea fartura fosse
permanente...
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2] QUE POSTURA TER?
Imagine alguém que foi ensinado que o Evangelho de Jesus Cristo significa
prosperidade material já neste sistema, vida familiar perfeita e cômoda,
obtenção de "conquistas" e "vitórias" financeiras e alto de nível de inclusão e
reconhecimento social e político.
Agora imagine essa mesma pessoa diante de uma realidade familiar como a
descrita pelo Senhor Jesus em Mateus 10:17-36, onde o Mestre deixa claro
que haveria divisões e traições dentro das próprias famílias diante da
perseguição contra os Seus discípulos.
Imagine essa pessoa perdendo suas principais fontes de renda ou tendo que
escolher entre mantê-las e negar todo envolvimento com o sistema da
besta...
Então, o que fazer? Devemos nos ocupar realmente dessas questões ou elas
ainda ocorrerão num futuro muito distante? Devemos cruzar os braços e
deixar que Deus faça tudo?
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Ninguém poderá atravessar o período tribulacional ou sequer ficar nele um
dia, mantendo-se firme no Senhor, através sua própria força de vontade ou
de seus conhecimentos teóricos.
Oremos para que o Espírito Santo nos guie a toda verdade e nos mantenha
firmes na fé. Quem perseverar até o fim, será salvo (Mateus 24:13).
POSTURA MENTAL: Nos últimos anos, temos notado que muitos irmãos, ao
não verem as promessas que são feitas por líderes serem cumpridas, entram
num profundo estado de depressão e desânimo. É importante destacar que o
cristão não está isento de passar por momentos de tristeza e depressão.
Porém, aqui nos referimos à expectativa que é criada por aqueles que mal
interpretam a mensagem do Evangelho e criam a falsa impressão aos seus
ouvintes e/ou espectadores que, ao ingressar em suas igrejas, todos os
problemas da pessoa serão resolvidos e todos os seus sonhos (inclusive os
de consumo) serão consumados.
Até mesmo por pequenas coisas do dia a dia que não saem de acordo com o
que é planejado, considerando a grande expectativa de sucesso alimentada
pelas mensagens recebidas nos modernos cultos, as pessoas tendem a ficar
desalentadas.
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Outros, diante da exigência da marca da besta para estarem incluídos no
mercado de trabalho e intercâmbio comercial, ficarão em desespero ao
pensar sobre como será a sobrevivência sua e de seus filhos.
Se formos aos dias da igreja primitiva, quando mães viam seus filhos serem
arrancados de si e jogados aos leões, e mesmo assim continuavam louvando
e exaltando ao Senhor, não fraquejando na fé, veremos que aqueles irmãos
e irmãs tinham uma postura mental que está a anos luz da nossa mentalidade
cristã-ocidental.
Em primeiro lugar, eles já haviam sido alertados pelo próprio Senhor que o
mundo os odiaria, assim como tinha odiado a Cristo (João 15:20).
Muitos deles viram o que foi feito com Cristo publicamente na crucificação.
Eles criam na mensagem do Mestre num tempo em que crer nessa mensagem
não era bem visto socialmente.
Afinal, estavam crendo num líder judeu, rejeitado até mesmo pela religião de
seu povo e que tinha sido morto através da forma mais desprezível que um
ser humano naqueles dias poderia ser.
Ao mesmo tempo, eles sabiam e viram que Jesus tinha ressuscitado, que Ele
é o Filho de Deus. Eles viam diariamente milagres e sinais sobrenaturais
ocorrendo em seu meio e a sua esperança não estava neste mundo (I
Coríntios 15:19).
Jesus ensinou que, onde estivesse o nosso tesouro, ali estaria o nosso
coração (Mateus 6:21). Se o coração de alguém estiver em suas posses e
conquistas terrestres, diante da grande tribulação que se aproxima, essa
pessoa será emocionalmente abalada e mentalmente desequilibrada.
Não terá estrutura emocional e mental para suportar os momentos que virão.
No entanto, se o seu coração estiver no Reino de Deus, então ela esperará
com paciência o dia da volta de Cristo e, a exemplo de Estevão, que mesmo
sentindo as pedras atravessar-lhe pele e músculos, não tirou seus olhos do
Senhor, pois seu coração estava no tesouro celestial!
Por isso, cremos que devemos orar par que a nossa postura mental seja
transformada. Devemos interceder para que todo conformismo com os
modelos e padrões deste mundo, e aquilo que ele pode oferecer, seja
aniquilado através da renovação de nossa mente (Romanos 12:2).
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Mentalmente, devemos estar preparados para a eventualidade de sermos
perseguidos, torturados e mortos. Devemos estar preparados também para
a eventualidade que isso ocorra com as pessoas que amamos.
Devemos estar preparados até para sermos protegidos pelo Senhor em meio
à destruição tribulacional que virá. Nossa mente e coração devem estar
preparados para essas possibilidades.
Contudo, apesar de não ter feito parte da realidade da Igreja nos primeiros
séculos, cremos que o denominacionalismo, mesmo não sendo o ideal para a
estrutura do que a Igreja deveria ser em termos de unidade, cumpriu o seu
papel histórico.
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A tribulação trará algo que é raro hoje em dia, mas que deveria ser o ideal:
que um cristão seja conhecido apenas por ser discípulo de Jesus,
independente da instituição ou denominação à qual ele pertença.
Essa revelação foi dada pelo Senhor aos apóstolos, logo após a sua escolha.
Enquanto os comissionava, Jesus mostrou-lhes quais seriam algumas das
consequências de seguir a Cristo.
Entre elas, Ele apontou para possíveis conflitos familiares. Cremos que essa
palavra se aplica a nós também. Num cenário de escárnio, repúdio e
perseguição, como experimentaram os apóstolos entre sua própria gente, até
mesmo divisões e traições nas famílias ocorriam. Temos que estar preparados
para essa realidade também.
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Porém, aqueles que possuem familiares ímpios, em meio à grande
malignidade que imperará no período tribulacional, devem preparar-se para
serem perseguidos e traídos até pelos seus familiares. Está escrito. É um
alerta que devemos considerar, ainda que nos doa. Que possamos estar
preparados.
3] MEDIDAS PRÁTICAS
Diante de tudo isso que vimos, o que fazer em relação a nossa vida? Que
medidas práticas devemos tomar para não deixar que o sistema da besta nos
influencie ou exerça controle sobre nós?
Tais medidas, cremos, não devem ser tomadas tendo em mente apenas a
nossa preservação física durante a tribulação.
Quem pensar assim, sofrerá o alto risco de frustrar-se, pois muitos servos do
Senhor serão martirizados durante a grande tribulação. O anticristo
assassinará a muitos cristãos (Apocalipse 6:9-11, 13:7, 20:4).
Nossa esperança não está neste sistema, mas no Senhor. Devemos estar
preparados para o martírio. Nossa prioridade, enquanto servos do Senhor, é
permanecer fiéis a Ele até o fim.
"... Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida
por amor de mim, achá-la-á" (Mateus 16:25)
Por outro lado, cremos que é lícito e convém tomar algumas medidas práticas
para que não sejamos facilmente aprisionados e vitimados durante a grande
tribulação. Mais uma vez, os irmãos primitivos nos ensinam uma valiosa lição.
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Diante da cruel perseguição dos primeiros séculos, começaram a reunir-se
em locais secretos, túneis subterrâneos e em catacumbas. Começaram até a
usar códigos de comunicação próprios.
Eles sabiam que podiam ser capturados e mortos a qualquer momento, mas
não eram suicidas... Querer permanecer vivo é um sentimento natural e lícito,
desde quando não ultrapasse o nosso compromisso com o Senhor e a Sua
Palavra.
Evitar usar cartões de crédito ou cheques pode ser uma boa medida já nos
dias atuais, se pudermos usar apenas valores em espécie. As crises que
atualmente atingem o mundo são uma prévia do futuro sistema da besta.
Outra medida prática que pode ser exercida facilmente já é evitar criar muita
publicidade em torno de nossas rotinas, nomes, trabalhos, dados e
endereços.
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Vemos que a internet, sobretudo as redes socais, têm contribuído para que
muitos exibam sua privacidade para milhões de desconhecidos, através de
sites de relacionamento e bate papo. É altamente aconselhável que evitemos
essa publicidade em torno de nós.
Nesse caso, a web pode tornar-se uma "rede" literal, uma cilada ou teia de
aranha para aquele que publica seus dados indiscriminadamente. Discrição e
sigilo devem ser conceitos valorizados pelo servo do Senhor que leva as
profecias a sério.
Não podemos esquecer que nossos inimigos espirituais, embora não sejam
oniscientes, são sumamente astutos. Devemos evitar qualquer mecanismo
ou tecnologia que precise ser implantado ou gravado em nosso corpo e que
cause a nossa identificação e localização.
É óbvio que recursos poderão ser necessários para tal e a união entre irmãos
pode facilitar essa árdua tarefa. Não estamos afirmando que nossos irmãos
devem dirigir-se para esses locais agora mesmo, após ler este artigo. Não!
Apenas sustentamos que esses locais podem ser preparados já de antemão,
com calma e tranquilidade, para serem usados num momento propício.
Acima de tudo, devemos orar para que o Senhor possa preparar-nos e guiar-
nos em tudo. Nada do que fizermos sem a orientação de Deus dará certo. Há
um propósito do Senhor para cada um de nós e, muitas vezes, esse propósito
divino é diferente para cada pessoa.
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Muitos cristãos ficarão no sistema para testemunhar e serem martirizados
por isso. Outros irão até locais previamente preparados. Alguns serão
sobrenaturalmente protegidos em meio à tribulação, assim como a
descendência de Abraão o foi no Egito.
Que essa palavra esteja conosco até o fim! Esperamos que este artigo tenha
edificado sua vida. Nosso propósito é que você esteja preparado em Cristo
para enfrentar os dias difíceis que virão.
Que cada decisão que vamos tomar seja guiada pelo Pai. Que nenhuma
decisão parta de nossa carne ou da influência de pessoas que não têm a
mente de Cristo. Que haja discernimento em cada coração e que possamos
ter a mesma postura de nossos irmãos primitivos.
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II] OS SINAIS
"Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos
surpreenda como um ladrão" (I Tessalonicenses 5:4).
"E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até
ao tempo do fim. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados;
mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas
os sábios entenderão" (Daniel 12:9-10)
Neste contexto, estar atento à Palavra é o caminho para entender e não ser
enganado. O desconhecimento das Escrituras trará, invariavelmente, erro e
engano. Por isso, se faz necessário que o verdadeiro servo do Eterno conheça
sua Palavra!
Logo no começo de seu sermão profético, no qual Jesus detalha vários sinais
que antecedem a sua volta, Ele começou com a seguinte frase:
A seguir, Ele explica o porquê do aviso: "Porque muitos virão em meu nome,
dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos" (Mateus 24:5). Logo, o
propósito dos sinais revelados é impedir que os verdadeiros servos do
Altíssimo, cientes e amantes de sua Palavra, sejam enganados.
Nas Palavras de Jesus, fica implícito que o engano será disseminado por
pessoas que chamarão para si alguma missão ou revelação divina (falsos
profetas) ou se autodeclararão "ungidos" ou "escolhidos" (cristos).
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É interessante notar que Jesus menciona tais enganadores no plural,
revelando que muitos surgirão trazendo tais enganos, e isso realmente tem
ocorrido durante toda a história.
Obviamente, a Palavra revela que no fim dos tempos surgirão dois homens
que, de certa forma, significarão o clímax da existência de todos esses
enganadores.
2] SEQÜÊNCIA DO ENGANO
Logo após, Ele vai descrevendo eventos numa sequência lógica: princípio de
dores (versículos 6-8), perseguição à Igreja (versículos 9-10), apostasia e
pregação mundial do evangelho (versículos 12-14), abominação da desolação
(versículos 15-20), grande tribulação (versículos 21-27) e volta de Cristo
(versículos 29-31). É uma sequência linear!
Cremos que, ao usar esses conceitos logo no início de seu sermão profético,
o Senhor revela o principal propósito do sermão em si, que é o de alertar e o
de situar seus servos em meio aos acontecimentos, colocando a existência
do engano e daqueles que enganam (os "falsos cristos") como algo que se
repetiria durante toda a história, até a sua vinda.
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2. No momento de perseguição, relacionado ao princípio de dores
(versículo11). Note que, depois de descrever os eventos que fazem parte do
princípio de dores, Jesus diz:
Logo após revelar essa perseguição executada por todas as nações, o Mestre
relaciona mais uma vez o surgimento de engano:
"Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos
profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão
do seu coração, não da boca do SENHOR.
Ainda falando dos mesmos "últimos dias", o apóstolo Paulo nos mostra:
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Vemos então que está profetizado na Palavra do Senhor que nos últimos
tempos se levantarão falsos profetas, os quais trarão uma mensagem
agradável aos sentidos, conforme às concupiscências de cada um, ou seja,
uma mensagem de bem-estar imediato, conformismo com este mundo e
propícia à satisfação dos desejos humanos, negando qualquer possibilidade
de sofrimento, perseguição e juízo para a Igreja. Um evangelho
completamente distinto ao ensinado e vivido pela Igreja Primitiva.
Fica aqui a nossa reflexão: Será que já não estamos presenciando isso?
Vemos com muita estranheza o fato de que, na antessala dos eventos
tribulacionais, muitos que se intitulam cristãos nem sequer abordam esses
temas apocalípticos em suas reuniões...
Será que somos mais especiais que Pedro, Paulo, Tiago, Estevam, etc? Ou
será que tais "profecias agradáveis" fazem parte do engano já profetizado
para os últimos tempos?
É hora de ficarmos atentos aos sinais, "comer" a Palavra e não dar ouvidos a
falsos profetas que tentam negar aquilo que está profetizado. Pouco antes de
ser martirizado, o apóstolo Paulo deixa um de seus derradeiros conselhos ao
jovem Timóteo:
"Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém
que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele
que o alistou para a guerra" (II Timóteo 2:3-4)
O Mestre esclarece que será uma tribulação sem precedentes (Mateus 24:21)
e que tal tribulação antecederá imediatamente sua gloriosa volta (Mateus
24:29).
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"Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do
mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem
abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão
abreviados aqueles dias.
Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis
crédito. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes
sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.
Eis que eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está
no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis.
Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente,
assim será também a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:21-27).
"Se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no
interior da casa; não acrediteis".
Tudo isso nos leva a uma conclusão. Durante a grande tribulação poderá
haver simulacros de vinda ou arrebatamento, inseridos nos sinais malignos
que serão operados na época. Simulacros tão convincentes que, se possível
fora, enganaria até os escolhidos!
Por isso, o alerta especial dado por Jesus é tão importante nesse contexto.
Um hipotético aparecimento ou "vinda" de Jesus dentro do cenário
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tribulacional, poderá ludibriar aqueles que estarão sendo perseguidos e que
não estão atentos aos sinais profetizados na Palavra!
Fica aqui nosso alerta também aos irmãos midi-tribulacionistas (os que creem
que o arrebatamento se dará em meio à tribulação).
Aquele que seguir à risca o que está determinado na Palavra e ficar atento
aos sinais, não correrá o risco de ser ludibriado por nenhum engano satânico.
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a
sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.
E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão
os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos
céus" (Mateus 24:29-31).
Vemos, então, o Senhor Jesus detalhando que logo após a grande tribulação
haverá uma penumbra geral no planeta. Uma escuridão nunca antes vista.
Neste cenário de escuridão total, aparecerá o sinal de Jesus, "como um
relâmpago que sai do oriente e se mostra até o ocidente".
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Tal sinal, de acordo com o Mestre, gerará a lamentação de todas as tribos da
terra, as quais tinham delegado seu poder e soberania à besta, e todos verão
a vinda gloriosa de Jesus. Resta a nós estarmos atentos a esses sinais,
deixados amorosamente pelo Senhor para servir de luz para nosso caminho
em meio à perdição tribulacional.
Vemos com preocupação que tais informações deixadas por Jesus para situar
seus servos em meio aos acontecimentos tribulacionais, com o objetivo de
não serem enganados, são esquecidos ou relegados a um segundo plano,
principalmente devido à concepção pré-tribulacionista, a qual torna tais
avisos e alertas do Mestre sem sentido para os cristãos em geral, já que, de
acordo com o modelo pré-tribulacionista, a Igreja já não estará na Terra no
período tribulacional.
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III] OS SINAIS CÓSMICOS
Nos anos 2014 e 2015 ocorreu uma sequência chamada de "as 4 luas de
sangue" e um eclipse solar total. Naquela época, surgiram vários comentários
e afirmações, relacionando tais eventos à vinda de Cristo.
Resolvemos elaborar esse artigo para meditar um pouco sobre esse assunto
que é muito importante e cuja correta compreensão pode trazer
esclarecimentos e, talvez, evitar erros interpretativos.
Logo no início das Escrituras, fica bastante claro que tanto o Sol como a Lua,
além de seu objetivo de iluminar o planeta Terra e de estabelecer a divisão
entre dia e noite, gerando assim a base para os diversos calendários, têm
como propósito servir para indicar sinais e para estabelecer tempos
determinados. Vejamos:
E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação
entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados
e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para
iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar
maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as
estrelas" [Gênesis 1:14-16]
O termo hebraico usado para "sinais" é 'owth, o qual indica uma marca ou
aviso visível. Já para o termo "tempos determinados” é usada a palavra
mow'ed, que aponta para algo que ocorre ou ocorrerá num tempo específico.
Quando juntamos tudo isso ao atual momento profético que estamos vivendo,
fica claro que estamos diante de fortes sinais da proximidade do regresso do
Salvador e de Seu reino eterno sobre a Terra.
Essas passagens falam do Sol e a Lua escurecendo, mas não apenas isso.
Falam de um abalo generalizado nos astros e na própria criação. Entendemos
que essas passagens revelam um cenário que só terá lugar dias ou semanas
antes da gloriosa volta do Messias e não agora...
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Há muitas revelações e profecias que ainda necessitam cumprir-se e os sinais
cósmicos, de forma progressiva, poderão estar indicando que o tempo final
começou. Uma passagem que pode trazer-nos luz sobre isso está em Lucas
21:10-11:
"Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino; E
haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá
também coisas espantosas, e grandes sinais do céu"
As "coisas espantosas" já podem ser vistas por todo lado e, sem dúvidas,
vamos continuar presenciando de forma crescente, tanto na índole do próprio
ser humano, na sociedade, na Igreja, na geopolítica e na natureza.
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IV] PEDRO E AS PROFECIAS
Lucas diz que, naqueles dias, foram acrescentados à Igreja todos aqueles que
haviam de se salvar (Atos 2:47).
Portanto, não há base alguma para afirmar que aquilo que foi pregado por
Pedro não se aplica à Igreja. Ao ler o que Pedro falou naquele dia, vemos que
ele tinha conhecimento de profecias do Antigo Testamento, citando algumas
delas.
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Porém, a base central foi o que havia sido revelado pelo Senhor há poucas
semanas atrás no Monte das Oliveiras, dias antes do Salvador ser crucificado.
Eles haviam visto homens galileus falando em suas próprias línguas natais.
Esses "homens galileus" não faziam parte da elite religiosa e intelectual
judaica e não tinham nenhuma aparência de superioridade e sofisticação. Não
aparentavam serem sábios, sofistas ou escribas. Eram discípulos de Cristo.
"Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira
hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias
acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e
os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões,
e os vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre
os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão; e farei
aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais em baixo na terra, sangue, fogo
e vapor de fumo.
Note que nos versículos 19 e 20, Pedro menciona os mesmos sinais que
haviam sido destacados pelo Senhor Jesus como antecessores de Seu
glorioso regresso (Mateus 24:29-31).
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Ele entendia que a pregação para que as pessoas cressem no Evangelho e
clamassem o nome do Senhor para serem salvas deveria se estender até os
momentos finais que antecedem o Dia do Senhor ("e acontecerá que todo
aquele que invocar o nome do Senhor será salvo").
Então, quando o apóstolo Pedro fala em "últimos dias", expressa que eles já
estavam vigentes a partir daquele momento, incluindo a sua vida, a
manifestação do Espírito Santo e a pregação do Evangelho nos últimos dias,
ligando a pregação do Evangelho à proximidade da vinda do Dia do Senhor,
que ocorrerá imediatamente após a grande tribulação, assim como o Salvador
lhes tinha revelado em Mateus 24:29-31.
Pedro não tinha ideia de quanto tempo tardaria em chegar o Dia do Senhor,
o dia da gloriosa volta do seu Mestre.
Ele não sabia se demoraria meses, anos ou séculos. Certamente, assim como
os outros irmãos do século I, ele esperava que todos esses acontecimentos
tivessem lugar já naqueles tempos.
Porém, o que podemos apreender de sua compreensão daquilo que lhe fora
ensinado pelo Senhor há algumas semanas atrás e daquilo que lhe foi
inspirado pelo Espírito Santo naquela ocasião é que entre aquele dia, em que
o Espírito havia sido derramado momentos antes sobre os discípulos e os
sinais cósmicos que ocorrerão imediatamente após a grande tribulação, o
Espírito Santo seria derramado sobre toda carne.
Nesse período, que inclui desde aquele momento até aos sinais que anunciam
a chegada do Dia do Senhor, a misericórdia salvadora do Altíssimo, através
da pregação das boas novas, seria aplicada aos homens, pois todo aquele
que invocar o nome do Senhor será salvo nesse período.
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Pedro entendeu que a vinda do Senhor é o Dia do Senhor, precedido por
sinais cósmicos (Joel 2:31, Mateus 24:29) e que, até aqueles sinais do fim, o
Evangelho seria pregado.
Ele associa o fim do período da Graça, onde as pessoas podem ser salvas ao
clamar o nome do Senhor e ser visitadas pelo Espírito Santo, à chegada do
Dia do Senhor e não à chegada da grande tribulação.
Será tarde demais para serem alcançadas pelo Evangelho, pois estarão diante
da gloriosa volta do Senhor. Isso ocorrerá, de acordo com o ensino do Senhor,
imediatamente após a grande tribulação (Mateus 24:29).
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O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo,
dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o
princípio" (Atos 3:19-21)
Pedro cita uma informação que era conhecida, muito provavelmente, por
todos os que tinham lido as profecias do Antigo Testamento.
"Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que
ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés"
O discurso de Pedro foi feito em estreita comunhão com essa revelação dada
a Davi. O próprio Pedro já havia mencionado essa revelação em seu primeiro
discurso (veja Atos 2:34-35).
Ao associar essa revelação com aquilo que estava pregando, vemos que
Pedro não cogitava de forma alguma o fato do Senhor Jesus ausentar-se dos
céus, arrebatar a Igreja antes da tribulação, voltar aos céus, assentar-se
novamente ao lado do Pai e logo após voltar no tempo da restauração de
todas as coisas (...).
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É isso que o modelo pré-tribulacionista força as pessoas a crer. Fica a nítida
constatação que Pedro não era "dispensacionalista", até porque o modelo
dispensacionalista é uma novidade bem recente (século XIX).
Ele estava apenas cumprindo com fervor aquilo que o Senhor lhe havia
comissionado em Mateus 28:19-20:
Pedro não tinha nenhuma ideia sobre um evangelho para os judeus e outro
para os gentios, nem de uma escatologia para os judeus e outra para a Igreja.
Isso não fazia parte de sua fé. Pedro cria numa única manifestação do
Salvador. Aquela que o próprio Mestre lhe havia ensinado em Mateus 24:29-
31.
3] AS CARTAS DE PEDRO
As duas pregações de Pedro que destacamos até agora foram feitas logo no
início da Igreja, pouquíssimo tempo após a ascenção do Senhor Jesus.
Muitos poderão dizer que, em função dos mistérios que foram revelados
posteriormente a Paulo, as posições escatológicas de Pedro devem ser
revistas. Essa insinuação encontra 3 obstáculos intransponíveis.
Portanto, não há base para definir que Paulo ensinou uma escatologia para a
Igreja, diferente daquela que havia sido ensinada pelo Mestre aos Seus
discípulos.
30
Basta comparar, a título de exemplo, Mateus 24:31 e I Tessalonicenses 4:16-
17, ou Mateus 24:12-15 e II Tessalonicenses 2:1-3, para perceber a estreita
obediência de Paulo ao que fora revelado pelo Senhor.
Quando Pedro escreveu as cartas que iremos estudar, ele já conhecia o que
havia sido ensinado pelo irmão Paulo e, como veremos, não houve mudanças
no entendimento de Pedro a respeito do cumprimento das profecias sobre o
regresso do Ungido.
"Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece
e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de
Jesus Cristo; Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo
agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; Alcançando o
fim da vossa fé, a salvação das vossas almas" (I Pedro 1:7-9)
Nesse texto, Paulo explica que os irmãos terão alívio de suas tribulações e
aflições quando se manifestar o Senhor Jesus. O termo usado é o mesmo de
I Pedro 1:7 (apokalypsis).
31
A Igreja deve manter-se firme até a revelação visível e poderosa do Senhor,
como labareda de fogo e com os anjos de Seu poder, para trazer alívio à
tribulação atravessada pelos irmãos e castigo eterno aos ímpios (juízo).
Não há como conciliar esse ensino de Pedro e Paulo com a ideia do rapto
secreto defendida pelo modelo pré-tribulacionista.
Ainda na primeira carta de Pedro, ele nos expõe outro ensinamento nesse
contexto:
"Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar,
como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes
participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua
glória vos regozijeis e alegreis" (I Pedro 4:12-13)
Mais uma vez, Pedro coloca a revelação do Senhor Jesus como o momento
em que as tribulações experimentadas pelos irmãos cessarão e que o fato de
atravessarem por esse período, em que suas próprias vidas estavam em jogo,
não deveria de forma alguma surpreendê-los, como se fosse algo alheio ao
que fora ensinado pelo Messias como Evangelho.
Podemos observar que, não obstante essa clara instrução de Pedro, muitos
veem hoje com surpresa a possibilidade de serem perseguidos, torturados e
mortos na grande tribulação, como se isso não fizesse parte de nossa
caminhada no Evangelho...
A segunda carta de Pedro foi escrita pouco antes dele morrer martirizado pelo
Império Romano. Talvez tenha sido escrita dias antes de sua morte. Naquele
tempo já havia pessoas duvidando da concretização da promessa do Senhor
Jesus de voltar.
Em certo momento, Pedro explica aos irmãos a razão dessa aparente demora
do regresso do Salvador:
"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia;
mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão
que todos venham a arrepender-se" (II Pedro 3:9)
32
É importante perceber que Pedro associa a vinda do Senhor, a qual não havia
ocorrido até aquele momento para que as pessoas tivessem a chance de se
arrepender de seus pecados antes dessa vinda, ao "Dia do Senhor" ou "Dia
de Deus".
Pedro, mais uma vez, estabelece relação direta entre a volta do Salvador e o
Dia do Senhor.
Outra vez, vemos que para Pedro não havia nenhuma distinção entre a vinda
do Senhor e o Dia do Senhor. O Senhor lhe ensinara que o Dia do Senhor
ocorreria imediatamente após a grande tribulação (Mateus 24:29, Joel 2:31).
O apóstolo ensinou durante toda a sua vida, até os momentos finais dela,
aquilo que Jesus Cristo lhe havia comissionado, apontando para o momento
mais precioso que ocorrerá no futuro próximo: A restauração de todas as
coisas em Cristo no Dia do Senhor.
Nesse dia precioso, Ele virá para estabelecer Seu reino e aniquilar o sistema
maligno que tem influenciado o mundo desde a queda. Essa é a nossa bem-
aventurada esperança.
33
V] A MENTE HUMANA E O FIM DOS TEMPOS
"E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que
toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má
continuamente" [Gênesis 6:5]
Vão desde aqueles que associam a mente a uma parte incorpórea do ser
humano, numa visão mais espiritual e metafísica, até aquelas que relacionam
a mente apenas ao cérebro, ou seja, a mente seria apenas o resultado de
certas atividades cerebrais.
34
De forma resumida, vamos partir da premissa que mente é a sede dos
pensamentos e emoções. Também podemos imaginar a nossa mente como
um verdadeiro "receptor", capaz de receber e perceber inúmeras informações
de fora, tanto através dos sentidos físicos, como do mundo espiritual.
2] OS PERIGOS DA MENTE
O território mais perigoso que uma pessoa pode enfrentar não está fora de
si, mas dentro de si mesma.
35
Porém, após a queda, a mente humana, além de perder grande parte de suas
capacidades, passou a ser infuenciada e manipulada por espíritos da
maldade, sendo também o centro onde são gerados pensamentos que levam
a todo tipo de pecados diante do Criador.
A razão disso pode ser explicada com o singelo exemplo que citamos no início.
A mente pode ser comparada a um receptor.
Quem ainda usa um receptor de rádio antigo, sabe que para sintonizar
determinada emissora é preciso que o dial seja bem localizado. Caso
contrário, o som de emissora não pode ser ouvido com nitidez, entrando na
frequência diversos ruídos estranhos...
No aspecto espiritual, todo aquele que crê em Jesus como Salvador e vive de
acordo com isso pela fé, recebe o novo nascimento espiritual. Essa pessoa é
selada pelo Espírito de Deus [Efésios 1:13] e esse processo é instantâneo.
Note que esses dois aspectos citados acima, o espiritual e o físico, ocorrem
de forma instantânea.
36
O ser humano toma suas decisões na mente. Logo, o Altíssimo quer que nós
participemos desse processo por livre vontade, tomando as decisões certas
para nossa renovação mental:
Então, podemos ver nas Escrituras que nossa mente está num processo de
renovação. Ainda não alcançamos a plenitude de uma mente voltada à
perfeição em Deus.
Assim como um pai cuidadoso protege seu filho de 3 anos para que este não
saia à rua e atravesse sozinho uma avenida altamente movimentada, porque
aquela criança ainda não possui a capacidade necessária para isso, da mesma
forma nosso Pai Celeste expõe em Sua Palavra mandamentos para que não
entremos num terreno para o qual ainda não estamos preparados.
Essa pessoa abre as portas para todo tipo de perigos, enganos, manipulações
e destruições. Essa pessoa coloca sua mente escancarada para o que Paulo
chama de "doutrinas de demônios".
3] DOUTRINAS DE DEMÔNIOS
37
Poderíamos citar aqui milhares de crenças, doutrinas, práticas, sociedades
secretas ou abertas, mas, no fundo, todas elas têm em comum a ideia que o
ser humano é uma divindade ou parte da divindade e tem autonomia para
realizar suas próprias experiências metafísicas.
Note que não estamos falando de apenas uma ideia ou uma tentação
específica, mas de doutrinas, ou seja, sistemas meticulosamente elaborados
pelas forças espirituais da maldade para enganar a raça humana.
"...Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele
comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e
o mal" [Gênesis 3:4,5]
38
De lá para cá, esse engano tem aumentado e tem assumido características
mais elaboradas, embora continue, no âmago, com a mesma mensagem
enganadora do Éden.
Para quem crê no Evangelho de Cristo e permanecer firme até o fim, existem
promessas maravilhosas que vão além do que nossos sentidos podem
experimentar nesta era e além do que nossa mente pode conceber neste
tempo presente:
"Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e
não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o
amam" [1 Coríntios 2:9]
"E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome,
e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu.
E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não
estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do
mundo. Se alguém tem ouvidos, ouça" [Apocalipse 13:6-9]
39
VI] GOG E A INVASÃO DO EXTREMO NORTE
No entanto, vamos expor aquilo que entendemos desse tema, o qual nos
parece crucial, em função de acontecimentos que já estão ocorrendo neste
momento e outros que já vêm ocorrendo há algum tempo.
Então, este primeiro ponto nos parece crucial para entender as profecias de
Ezequiel 38 e 39. O "extremo norte", tomando como base Jerusalém, é a
Rússia. A grande capital situada no extremo norte de Israel, é Moscou.
40
Outro detalhe importante no texto que citamos [Ezequiel 38:15], é que este
rei "do extremo norte" marchará contra Israel levando "muitos povos"
consigo. Então, enquanto mais ao norte situarmos Gog, mais povos surgem,
sob o aspecto geográfico, como potenciais aliados.
2] OS ALIADOS DE GOG
Então, o Irã é relacionado como um dos aliados de Gog. Até 1979, o Irã era
um aliado ferrenho dos EEUU e dos países ocidentais. No entanto, basta ver
o que ocorreu a partir daquela data e o que vem ocorrendo atualmente, onde
o alinhamento do Irã com a Rússia é inquestionável.
Togarma, segundo a genealogia bíblica, foi neto Jafé, um dos filhos de Noé.
Ele, segundo pesquisadores, é considerado o ancestral de povos do Cáucaso
do Sul, onde atualmente se encontram a Geórgia e a Armênia.
Se olharmos para o mapa, ficará clara a relação geográfica desses povos com
a Rússia. Não nos parece coincidência que haja um constante interesse russo
naquela região, gerando, inclusive, a guerra da Ossétia do Sul, em 2008.
Outro aliado de Gog é Gômer. Na genealogia biblica, Gômer foi um dos filhos
de Jafé e pai de Togarma. No caso de Gômer, não há referências muito bem
fundamentadas. No entanto, segundo alguns linguistas, a palavra "Gômer"
está relacionada ao vocábulo acadiano "Gimirra", de onde provém o termo
"Ciméria".
Então, Gômer é associado por alguns linguistas aos Cimérios, habitantes das
redondezas do Mar Negro, atuais Ucrânia e Rússia.
Meseque e Tubal, nomes que estão relacionados, e que são povos que
aparecem nas profecias de Ezequiel 38 e 39, também apontam para povos
daquela região.
41
Dentro da grande maioria de povos descendentes de Jafé citados nas
profecias de Ezequiel 38 e 39, Pute e etíopes aparecem como uma verdadeira
exceção.
Sebá e Dedã são nomes que apontam para nações da Arábia ou do Oriente
Médio, reconhecidas por sua habilidade no comércio e nos negócios [Bible
Dictionary. [S.l.]: Hitchcock Publications, 1990].
42
Essa invasão é descrita por Ezequiel como como uma "tempestade", na forma
de uma nuvem que cobre a terra [Ezequiel 38:9]. Sem dúvidas, será uma
concentração muito grande de tropas e armamentos.
Ao mesmo tempo, o texto mostra que Israel estará vivendo, quando ocorrer
a invasão de Gog e seus aliados, num clima de paz ou aparente paz.
4] A INFLUÊNCIA ESPIRITUAL
Cremos que, por trás dos grandes poderes humanos deste mundo, existe a
atuação de principados espirituais. Essa realidade fica clara em Daniel 10,
onde é descrito o principado de Pérsia [Daniel 10:13] e o da Grécia [Daniel
10:20].
43
VII] MARCA DA BESTA E CONDICIONAMENTO
"E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes
seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém
possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta,
ou o número do seu nome" (Apocalipse 13:16-17)
Deixamos claro que neste comentário, como nos outros deste site, usamos o
método literal e gramatical para entendimento das profecias, método que,
por sinal, era o utilizado pelos irmãos da Igreja Primitiva e seus primeiros
líderes.
O texto de Apocalipse 13:16-17 deixa claro que o sinal da besta será posto
(colocado) na mão direita ou na fronte das pessoas. Não há motivos para
alegorizar a passagem em questão, já que a mesma dá detalhes literais de
onde será colocada a marca, qual é o objetivo da marca e qual será o
conteúdo dessa marca.
Por outro lado, vemos que em nenhum dia da semana existe a proibição de
comprar ou vender. Portanto, o domingo, partindo de uma análise gramatical
e literal, não é a marca da besta.
44
2] A MARCA NÃO É O COMPUTADOR
Por mais que o mouse seja movimentado com uma das mãos e o monitor
fique na altura da fronte do indivíduo, o texto de Apocalipse 13:16-17 coloca
a marca na mão direita ou na fronte como opções e não como sinais
simultâneos.
A marca na fronte parece ser uma alternativa para aquele que não a adotar
na mão direita. Isso sem falar que um canhoto, caso realmente o computador
fosse a marca da besta, estaria isento de tal marca, já que a literalidade do
texto é clara: a marca será posta na mão direita ou na fronte da pessoa.
Porém, o texto é claro: o sinal será posto na mão direita ou na fronte, visando
coibir o acesso a qualquer transação comercial por parte daqueles que não
tiverem tal sinal num momento determinado da história. Em outras palavras,
a marca da besta será um sistema de controle maligno.
45
Tudo isso como "capa" de um propósito espiritual mais profundo, que é a
adoração da besta como um deus, como fica exposto no versículo 15 de
Apocalipse 13.
Então, até mesmo para os primeiros irmãos que leram a profecia contida em
Apocalipse 13:16-17, a ideia de controle e sujeição ficava clara no contexto.
Não vemos razões para fugir da aplicação literal daquilo que está revelado
em Apocalipse 13:16-18.
46
Cremos que deve haver equilíbrio a esse respeito. De um lado, estão aqueles
que, através de engenhosos e às vezes forçados cálculos, chegam ao número
666, atrelando o mesmo a personalidades, sistemas, títulos, etc.
De outro lado, estão aqueles que não se interessam em fazer aquilo que a
própria profecia aconselha, que é calcular o número da besta, numa atitude
no mínimo irresponsável, pois esse dado foi fornecido na Palavra para o nosso
conhecimento. É preciso ter muito cuidado ao chegar a uma conclusão.
Entendemos que a besta será a junção final do grande propósito dos impérios
humanos decaídos durante a história: ter o controle do mundo e de todos
seus habitantes.
47
referência direta à abominação desoladora profetizada por Daniel e ratificada
por Jesus (Daniel 11:31-Mateus 24:15).
Por sua vez, o apóstolo Paulo se refere ao anticristo como "o iníquo", o
"homem da perdição" ou "o filho da perdição" (II Tessalonicenses 2:3-8).
7] O ALFABETO GREGO
Então, acreditamos que o cálculo do número do nome da besta deve ser feito
em grego, transliterando para esse idioma o nome de outros quando for
necessário.
No textus receptus, texto a partir do qual foram feitas a maior parte das
traduções e versões que atualmente usamos, está escrito literalmente:
O fato dos manuscritos mais antigos trazerem apenas as letras que indicavam
o numeral 666, através de sua soma, indica que o cálculo do número da besta
deve ser feito através do valor numérico das letras que compõem seu nome.
Por isso, nos parece que a posição mais prudente é usar o alfabeto grego e o
valor numérico de suas letras. Como quase nenhum nome atual segue a
mesma grafia de nomes do século I, se faz necessária uma transliteração do
nome a ser calculado.
48
Neste ponto deve haver uma redobrada atenção para que a transliteração do
nome em inglês, português, espanhol, francês, etc, seja feita de uma forma
apropriada para o grego.
Por exemplo, no idioma grego não existe uma letra que produza o nosso
fonema "J". Neste caso "Ih" (iota+eta) substitui a letra "J".
A seguir você terá à disposição o antigo alfabeto grego, suas letras e o valor
numérico de cada letra, conhecido como isopsefia. As letras que aparecem
com o sinal [-], são letras que foram obsoletas do vocabulário grego, mas
que ainda representam valores numéricos.
Alpha [Aa] = 1
Beta [Bb] = 2
Gamma [Gg] = 3
Delta [Dd] = 4
Epsilon [Ee] = 5
Digamma [-] = 6
Zeta [Zz] = 7
Eta [Ê] = 8
Theta [Th] = 9
Iota [Ii] = 10
Kappa [Kk] = 20
Lambda [Ll] = 30
Mu [Mm] = 40
Nu [Nn] = 50
Xi [Xx] = 60
Omicron [Oo] = 70
Pi [Pp] = 80
Koppa [-] = 90
49
Rho [Rr] = 100
Sem dúvidas, hoje estão sendo utilizadas tecnologias que deixariam de boca
aberta alguém que viesse de 3 ou 4 décadas atrás e abrisse os olhos em
nossa realidade.
No entanto, cremos que tem sido gerada uma confusão entre biometria e
marca da besta. O uso dos modernos sistemas de biometria é um forte
condicionamento e preparação para a marca da besta, porém não é a marca
em si. A biometria não é outra coisa senão a leitura de características que já
temos desde nosso nascimento. Características dadas pelo próprio Criador.
50
1] A MARCA DA BESTA SERÁ ALGO COLOCADO NO CORPO DA PESSOA
Era uma espécie de selo do imperador, com o nome dele. Também, o termo
se aplica a uma marca que era colocada sobre a pele de escravos, semelhante
a uma tatuagem.
Não podemos definir o que realmente será a marca. Também, cremos que é
temerário afirmar categoricamente se será algo colocado sobre a pele ou
inserido sob a pele.
Acima de tudo, devemos estar atentos. Porém, o que sim fica claro,
considerando o que o próprio texto apocalíptico diz, é que a marca ou sinal
da besta será um elemento colocado no corpo da pessoa (mão ou testa).
Outro ponto importante para identificar a marca da besta, quando ela for
propagada, é que o personagem que vai instituir essa marca, fazendo com
que as pessoas a adotem, será o falso profeta ou besta que surge da terra:
"E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um
cordeiro; e falava como o dragão...
E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes
seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém
possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta,
ou o número do seu nome" [Apocalipse 13:11 e 16-17]
Então, esse é um ponto importante para não ser confundido com relação à
marca da besta. Quem fará com que as pessoas recebam a marca será o falso
profeta, não outra pessoa ou instituição.
51
concedido domínio e poder de atuação à besta será de 42 meses ou 3 anos e
meio:
"E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-
se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses" [Apocalipse 13:5]
Por sua vez, as Escrituras mostram que o falso profeta, que é o personagem
que fará a população mundial receber a marca, exerce todo o poder da
primeira besta, aquela que será objeto de adoração, na sua presença.
52
VIII] CRONOGRAMA DA TRIBULAÇÃO
O que fica patente é que, apesar de manterem uma mesma linha central de
interpretação, as muitas versões e comentários feitos apresentam algumas
diferenças de interpretação no que se refere à ordem cronológica dos últimos
acontecimentos.
É por essa razão que este artigo poderá sofrer contínuas atualizações, pois,
paulatinamente, o quadro profético geral fica mais claro e detalhado.
53
1] CONDIÇÕES PRÉVIAS
54
anticristo se sentará no trono do templo e profanará o santo lugar (Daniel
11:30-32, II Tessalonicenses 2:3-4).
No lugar em que deve ser reconstruído o templo judaico, hoje existe uma
mesquita muçulmana, o que novamente nos leva a acreditar num desfecho
radical envolvendo os islamitas (pelo menos aqueles que habitam no Oriente
Médio) ou num surpreendente acordo de paz, o qual poderá ser o acordo de
que trata Daniel 9:27.
Algo radical e transformador deve acontecer no Oriente Médio para que essa
profecia se cumpra e traga esse período de relativa tranquilidade. Após essa
fase de transição malignamente pacífica, que deve durar pouco tempo, um
evento quebrará subitamente essa realidade.
Os três chifres que cairão e que pertenciam aos dez primeiros, possivelmente
serão os derrotados na invasão de Gog e Magog (Rússia mais outros dois). A
partir deste momento começa o período de sete anos denominado tribulação.
55
É importante estar preparado para a possibilidade de o falso profeta atribuir
esse livramento sobrenatural ao anticristo, começando neste instante a
adoração mundial para o mesmo e o reconhecimento do povo judaico à besta.
Embora ter começado a surgir antes mesmo dos sete anos tribulacionais, o
anticristo só começará sua perseguição implacável e aberta contra o povo
judeu e a Igreja cristã a partir da segunda metade da tribulação, denominada
"grande tribulação", um período de três anos e meio (Apocalipse 13:5-7 e
Daniel 7:24-25), período que começará com a quebra do acordo feito entre
a besta e a nação israelense e com a maligna abominação desoladora em
Jerusalém.
Antes desse período, o anticristo terá uma atitude de aparente união com
Israel, firmando, muito provavelmente após a derrota de Gog e Magog, um
tratado de paz para "proteger" Israel.
Ele será aceito e aclamado pelos judeus, como vimos anteriormente. Por sua
vez, antes da grande tribulação, os cristãos verdadeiros serão perseguidos
apenas a nível policial, político e social, pelo fato de não aceitarem os planos
iniciais da Nova Ordem Mundial nem o domínio mundial da besta.
Cremos que essa perseguição inicial não será uniforme em todas as nações
e não assumirá necessariamente um caráter anticristão específico num
primeiro momento.
56
3] AS SUBDIVISÕES DO APOCALIPSE
Cremos que há uma estreita relação entre trombetas e taças, sendo estas
últimas a descrição das consequências finais do toque das 7 trombetas.
A] OS SELOS
57
O resultado final da concretização desses quatro primeiros selos será a morte
de ¼ da população mundial.
Fica muito clara a relação desse selo com os sinais que antecederão o Dia do
Senhor (Mateus 24:29-30). Logo, esse selo abrange também acontecimentos
que ocorrerão imediatamente após a tribulação de 7 anos.
Aqui, o sétimo selo parece não indicar uma ordem cronológica em relação aos
primeiros seis selos, mas sim explicativa. O sétimo selo é caracterizado por
um "silêncio" e, pela simbologia do número, parece aplicar-se ao próprio reino
do Pai sobre a Terra. Entendemos que é um selo exclusivo do Eterno.
B] AS TROMBETAS
58
Um evento desse porte atingiria grande parte do Oceano Atlântico, causando
mortandade tanto no próprio mar como nas zonas costeiras das Américas.
59
C] AS TAÇAS
Cremos que o derramamento das taças se dará logo após a grande tribulação,
nos dias que separam o fim da grande tribulação e o retorno glorioso do
Senhor Jesus. Será o clímax da ira do Altíssimo sobre os ímpios e o pecado.
60
4] SEQUÊNCIA GERAL DE EVENTOS
As profecias visam fornecer, àqueles que obedecem ao Pai, uma ideia geral
de como e quando ocorrerão esses eventos, para que a geração que os
vivenciar possa, no momento certo, identificá-los e saber com exatidão o que
está para ocorrer.
Não obstante esse princípio, percebemos que existe uma sequência lógica de
acontecimentos. Cremos que é dever de todo servo do Pai ter uma noção da
ordem ou sequência dos eventos profetizados, os quais foram revelados
precisamente com essa finalidade: servir de esclarecimento e fonte de
conhecimento para nós.
Esperamos que este artigo seja, de alguma forma, útil para aqueles que
estudam as profecias e levam a sério o que está expresso na Palavra do Pai.
Anelamos que, quando esses eventos ocorram, você possa relacioná-los
apropriadamente ao momento profético que estiver vivendo.
61
No presente momento, cremos que já estamos vivendo aquilo que Jesus
denominou de "princípio de dores" (Mateus 24:8), com a ocorrência cada vez
mais profunda e sistemática de conflitos, terremotos e fomes em todo o
mundo, o que está em perfeita relação com os 4 primeiros selos do Apocalipse
(Apocalipse 6:1-8).
Lembramos que o Evangelho será pregado até mesmo nos dias tribulacionais
(Apocalipse 14:6). Então, o sinal da pregação do Evangelho deve ser
entendido nessa dualidade.
Ao mesmo tempo em que nos indica quando estaremos entrando nos dias
que antecedem a volta de Cristo, esse sinal da pregação se estenderá
literalmente até o fim, que será o dia da gloriosa vinda do Senhor.
Entendemos que, para que haja uma reestruturação que permita o domínio
mundial por parte de um único sistema, é necessário que a atual supremacia
dos EUA se enfraqueça ou seja extinta.
62
3. FORMAÇÃO DOS 10 CHIFRES (Apocalipse 17:12-17)
Não faz sentido um líder surgir num dia e governar o mundo imediatamente
no outro. Entendemos que, mesmo antes do período tribulacional de 7 anos,
o anticristo surgirá no cenário internacional, como uma "excelente" opção de
liderança para a necessidade global de paz e segurança.
63
Em muitos países já existem projetos pilotos para uma reestruturação dos
métodos de identificação e monitoramento dos cidadãos, utilizando diversas
tecnologias, como o microchip, a biometria, etc.
64
7. A REVELAÇÃO DO ANTICRISTO (II Tessalonicenses 2:3, Apocalipse
13:5)
Cremos que o evento que dará início à grande tribulação será a abominação
desoladora, profetizada por Daniel e ratificada por Jesus (Daniel 11:31,
Mateus 24:15).
65
IX] MATEUS 24 X APOCALIPSE 6
Dos evangelistas sinóticos, talvez Mateus tenha sido o único presente naquele
dia no Monte das Oliveiras, onde o Salvador proferiu seu sermão profético.
As narrativas de Marcos e Lucas só confirmam aquilo que está expresso em
Mateus 24.
Os quatro primeiros selos têm uma nítida relação com o período anterior à
grande tribulação denominado por Jesus como "princípio de dores", porém
suas consequências se prolongam até o fim.
"Acautelai-vos, que ninguém vos engane; porque muitos virão em meu nome,
dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos" (Mateus 24:4-5).
1] PRINCÍPIO DE DORES
66
O Mestre usa a figura de uma mulher nos momentos anteriores ao parto, com
as dores características desse momento, as quais vão se aprofundando em
intensidade e aumentando em quantidade, a medida em que o momento do
tão esperado e sonhado parto se aproxima.
67
No século XX, até 1997, foram contabilizados 96 grandes tremores, com um
saldo lamentável de mais de 2.000.000 de pessoas! No século XXI, só nos
primeiros 23 anos, já estão contabilizadas mais de 700.000 vítimas de
grandes terremotos, inclusive de tsunamis.
A Palavra revela que toda a criação "geme com dores de parto" (Romanos
8:22), e essa é a grande verdade. Nosso planeta sofre o resultado das
escolhas errôneas de seus habitantes e a influência maligna das potestades
satânicas. O equilíbrio só virá por ocasião da volta de Jesus, em glória e
majestade.
"E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava montado nele tinha por
nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta
parte da terra, com a espada, e com a fome, e com a peste, e com as feras
da terra" (Apocalipse 6:8).
É bem provável que seja travada uma guerra de grandes proporções entre
duas potências vizinhas (Índia/Paquistão, Irã/Israel ou Coréia/Japão) ou que
terremotos e fomes ocorram em regiões específicas do planeta, com grande
concentração populacional.
2] CLÍMAX DA PERSEGUIÇÃO
68
através de uma ação maligna global: a perseguição à Igreja. A partir do
versículo 9, Ele detalha:
Fica claro que os servos do Senhor serão odiados por todas as nações (v9),
algo que só poderá ser plenamente concretizado no período tribulacional,
quando todas as nações entregarão seu poder e domínio à besta, durante 42
meses e a perseguição à Igreja será mundial e institucional (Apocalipse 13:5-
7, Apocalipse 17:17).
Aqueles mártires são instruídos a esperarem por um pouco de tempo, até que
o número de seus conservos se completasse, os quais morreriam da mesma
forma que eles (perseguidos e martirizados):
"E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram
mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que
deram...E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito
que repousassem ainda por um pouco de tempo, até que também se
completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser
mortos como também eles foram" (Apocalipse 6:9 e 11)
3] ÚLTIMOS SINAIS
69
Ou seja, entendemos que os selos abrangem todo o período tribulacional e
até mesmo o período anterior, denominado de princípio de dores.
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a
sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra
se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu,
com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de
trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de
uma a outra extremidade dos céus" (Mateus 24:29-31).
"E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de
terra; o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como
sangue; e as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira
lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
70
Tais pessoas se esconderão diante desses sinais monumentais e, quando
virem aparecer no céu totalmente escuro o sinal de Jesus, saberão que o Dia
do Senhor (o dia de sua gloriosa volta), profetizado na Palavra e pregado
pelos servos do Eterno durante séculos, estará chegando. Só restará para
eles a triste expectativa do juízo eterno.
Para os filhos do Eterno, este dia será motivo de grande regozijo, no qual
verão concretizar-se a bem-aventurada esperança (Tito 2:13), o encontro
com Jesus (II Tessalonicenses 2:1-3) e o alívio definitivo de suas tribulações
(II Tessalonicenses 1:7-9).
Se você não tem certeza de qual será sua condição naquele dia e ainda não
creu no evangelho de Jesus, entregando sua vida totalmente a Ele, este é o
momento de faze-lo! Chegará o tempo em que será tarde demais para tomar
essa decisão...
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João
3:16).
71
X] MATEUS 24 OU JOÃO 14?
Mais adiante, explicaremos porque não cremos que João 14:1-4 trata-se de
uma descrição do arrebatamento ou revelação escatológica diferente às
revelações do sermão profético contidas em Mateus, Marcos e Lucas.
Em primeiro lugar, Jesus não dirigiu seu discurso no Monte das Oliveiras a
uma grande multidão da nação israelense, e sim a um grupo restrito de
discípulos, aos mesmos que, semanas depois, começariam a pregar as boas
novas dentro de poucos dias a todas as nações (Mateus 24:3).
72
Oliveiras), ensinem aos que haveriam de crer a observar todas as coisas que
Ele tinha mandado.
Não nos parece apropriado separar e distinguir aquilo que o próprio Mestre
não separou nem distinguiu! O sermão profético proferido pelo Mestre no
Monte das Oliveiras se aplica tanto à nação israelense quanto à Igreja.
1] NA CASA DO PAI
73
que a passagem em questão revela um rapto dos cristãos diretamente ao
céu, à morada do Pai.
A posição pós-tribulacionista não defende uma ida aos céus logo após o
arrebatamento da Igreja, e sim a entrada dos fiéis arrebatados diretamente
no reino milenal de Jesus.
3] UM PADRÃO DUPLO?
74
Jesus tinha deixado para os discípulos uma série de sinais que eles deveriam
observar e estar atentos. Somente estando atentos e vigilantes, eles
poderiam saber, através dos sinais, quando a volta do Mestre estaria
"próximo, às portas" (Mateus 24:33).
Fica claro, então, que a expectativa que os discípulos tinham, após ouvirem
as revelações do sermão profético no Monte das Oliveiras, era de uma só
volta do Mestre e que essa volta ocorreria logo após a tribulação e não num
momento anterior.
As duas revelações em questão foram dadas por Jesus aos discípulos num
período de dois dias entre ambas. Os discípulos eram, obviamente, judeus...
75
A revelação de João 14:1-4 não é uma "cláusula aparte" da revelação do
Monte das Oliveiras, dada dois dias antes.
A ideia de que Jesus ensinou aos seus discípulos princípios referentes a sua
segunda vinda, usando esses discípulos ora como símbolos de Israel, ora
como símbolos da Igreja, sem explicar essa diferença crucial aos próprios
discípulos, é altamente temerária e arriscada.
Jesus é o Mestre por excelência e não revelaria questões tão diferentes sem
estabelecer antes os parâmetros para que os discípulos pudessem entender
tal diferença.
76
Jesus revelou que o evangelho do reino seria pregado a todas as nações.
Nesse contexto, os discípulos ainda não sabiam como isso seria feito. Como
seria possível pregar o evangelho a todas as nações sem a presença do
Mestre?
5] PREPARANDO LUGARES
Quando Jesus revelou que estava indo para preparar lugares para seus
discípulos, estava referindo-se a uma preparação espiritual, que ocorreria
algumas horas após. Ele estava referindo-se ao seu sacrifício na cruz, que
nos garante livre aceso ao Pai.
"Nem por sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou
uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. De sorte que
era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se
purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do
que estes.
Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro,
porém no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de
Deus; nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo
sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; de outra maneira,
necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo.
Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar
o pecado pelo sacrifício de si mesmo" (Hebreus 9:12, 23-26)
77
Essa realidade é fundamental para compreender o intuito da revelação de
João 14, no que se refere à ida de Jesus ao Pai.
"Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda na subi para meu Pai; mas
vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu
Deus e vosso Deus" (João 20:17)
Entendemos que Ele estava referindo-se a sua ida ao Pai para, como Sumo
Sacerdote da nova aliança, oferecer seu próprio sangue no lugar santíssimo
do templo existente no céu.
A razão pela qual Maria não pôde "deter" em Jesus é a mesma razão pela
qual os sacerdotes do antigo pacto tinham que se lavar e evitar tocar qualquer
coisa imunda até a finalização de seus trabalhos sacerdotais.
O fato de Jesus não ter ido ao céu com o objetivo de preparar locações para
os cristãos fica demonstrado através da linguagem utilizada. Em primeiro
lugar, Ele fala sobre os lugares disponíveis no tempo presente. Ele disse: "Na
casa de meu Pai há muitas moradas".
Essa linguagem requer que os lugares aos quais o Mestre estava se referindo
já existissem quando a revelação foi dada. A palavra preparar não significa
construir, mas trabalhar sobre algo que já existe.
Esse é mesmo termo usado por Jesus quando Ele enviou os discípulos para
prepararem o aposento alto, onde seria realizada a ceia da páscoa. Os
discípulos não construíram um outro quarto ou salão, mas prepararam o local
para acomodar a celebração da páscoa.
O Filho foi ao céu para preparar lugar para seus servos no seu reino e isso é
possível através da purificação de nossos pecados pelo sacrifício Dele.
78
6] A CASA DO PAI
"E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no
cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele
todas as nações.
"E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também
os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as
mesas; e disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes; e não façais da
casa de meu Pai casa de venda" (João 2:16)
79
Nessa ocasião, Jesus de forma inquestionável se refere ao templo de
Jerusalém como "a casa de meu Pai". O versículo 17 mostra os discípulos
associando a expressão de Jesus com uma referência do Antigo Testamento
à casa do Senhor (Salmos 69:9).
No livro de Lucas existe mais uma evidência que nos mostra que o Senhor
Jesus referia-se a seu reino e não aos céus, quando disse na casa de meu
Pai.
"E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça;
porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de
Deus. E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-
o entre vós; porque vos digo que já não beberei do fruto da videira, até que
venha o reino de Deus.
E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou; para que comais e
bebais à minha mesa no meu reino, e vos asssenteis sobre tronos, julgando
as doze tribos de Israel" (Lucas 22:15-18, 29-30)
Fica claro que haverá uma celebração idêntica àquela narrada em João 14,
quando Jesus voltar em glória para instaurar seu reino. Essa celebração não
é outra senão as bodas do Cordeiro, da qual participarão todos aqueles que
fazem parte da Igreja.
80
Porém, para os apóstolos há uma promessa específica: julgar desde o templo,
assentados em doze tronos, ao lado do querido Senhor. Para os outros servos
do Senhor, serão dados galardões e posições de autoridade sobre várias
cidades (Lucas 19:11-26, II Timóteo 2:12).
Alguns tendem a colocar objeção a essa interação entre Israel e Igreja, tanto
na tribulação quanto no reino milenal. Essa objeção surge do
dispensacionalismo exacerbado e não propriamente da exegese das
passagens em questão.
É óbvio que haverá distinção nacional durante o Milênio, porém não uma
distinção dispensacional. Há somente um plano para o Milênio. Tanto a Igreja
quanto Israel estão inseridos nesse plano divino.
"E maravilhou-se Jesus, ouvindo isso, e disse aos que o seguiam: Em verdade
vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que
muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão,
Isaque e Jacó, no reino dos céus" (Mateus 8:10-11)
Não há razões para separar o que Jesus ministrou no cenáculo e o que Ele
tinha ministrado aos discípulos dois dias antes no Monte das Oliveiras.
É óbvio que existem lugares e mansões celestiais e nós, como coerdeiros com
Jesus Cristo, teremos acesso a eles. O próprio Criador já preparou uma cidade
celestial para os santos, a Nova Jerusalém, descrita com detalhes em
Apocalipse 21.
81
XI] EXTREMISMOS PERIGOSOS
Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando
segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa
da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas
permanecem como desde o princípio da criação" (II Pedro 3:1-4)
Uma questão que sempre nos chamou a atenção ao ler a passagem acima, a
qual faz parte da segunda carta enviada por Pedro aos irmãos da Igreja, é o
porquê dessa descrença dos escarnecedores.
Este artigo busca abordar essa temática e esperamos que sirva para a sua
edificação e preparação.
1] O MISTÉRIO DA INIQUIDADE
Há uma forma de atuação das forças malignas sobre a mente das pessoas
que não é abertamente revelada na Palavra em todos os seus detalhes.
No entanto, a revelação bíblica nos mostra a sua existência. Por isso, Paulo
dá a essa atuação a classificação de "mistério da injustiça" ou "mistério da
iniquidade" (II Tessalonicenses 2:7). Algo que existe, mas que ainda não
compreendemos em profundidade como age. É um mistério.
82
Entendemos que essa atuação da iniquidade é progressiva (Mateus 24:12) e
alcançará seu clímax quando for retirada a oposição que impede a
manifestação do anticristo (II Tessalonicenses 2:6) e seja implantada a
operação do erro sobre o mundo (II Tessalonicenses 2:11) que ocorrerá
durante o governo da besta.
Até mesmo pessoas que não creem na Palavra do Eterno ou sequer ouviram
sobre as profecias nela contidas, percebem que coisas estranhas,
preocupantes e alarmantes estão ocorrendo.
Então, vale a pena voltar à indagação original feita por nós: "Ora, se grandes
e visíveis sinais ocorrerão antes da gloriosa volta do Senhor, que argumentos
ou razões teriam esses escarnecedores para afirmar que todas as coisas
permanecem como desde o princípio da criação?" Cremos que há duas razões
para isso:
83
A] ACELERAÇÃO FINAL DOS EVENTOS E ENGANO DA BESTA NA
TRIBULAÇÃO: Apesar da maioria das pessoas, como já vimos, reconhecer
que coisas estranhas estão ocorrendo, que algo anda fora da ordem, no
entanto não podem discernir a profundidade desses acontecimentos.
A razão para que essas pessoas sejam enganadas e, mesmo meio a sinais
incontestáveis da proximidade da volta de Cristo ocorrendo em plena grande
tribulação não acordem para a realidade, é que elas serão ludibriadas pela
besta (II Tessalonicenses 2:8-11).
"E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta,
dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?"
(Apocalipse 13:4).
84
É uma geração preparada mentalmente para receber as assombrosas
manifestações malignas aparentemente agradáveis do anticristo. Esse é
apenas um pequenino exemplo desse condicionamento.
No entanto, cremos que algumas dessas informações, que criam uma enorme
expectativa nas pessoas, são geradas pelo mistério da iniquidade, com o
único objetivo de provocar descrença. É o que se conhece como
contrainformação. Uma informação lançada para confundir, enganar e gerar
no ouvinte um determinado efeito.
Devemos estar atentos a esse ardil. Cremos que a própria elite que está
preparando o sistema da besta tem criado algumas datas para desacreditar
pessoas que creem nas profecias.
85
Semeiam-se falsas informações, falsas notícias, cria-se uma grande
expectativa e nada! Outras vezes, essas falsas informações ou profecias
servem apenas para desviar a atenção das pessoas de onde ela deveria
verdadeiramente estar.
A Palavra do Pai nos mostra um caminho perfeito em relação a isso, que nos
livrará dos perigosos extremos que levam à confusão e ao engano.
3] O EQUILÍBRIO DO EVANGELHO
Ao mesmo tempo em que nos alerta para o engano crescente que haverá, a
Palavra do Altíssimo nos insta a estarmos atentos e cientes dos sinais. Estar
atentos aos sinais não invalida o fato de filtrarmos os acontecimentos.
Outros, no extremo oposto, afirmam que nada está ocorrendo e que não vale
a pena conferir nenhuma informação, dizendo que "todas as coisas
permanecem como desde o princípio da criação" e fazendo coro, dessa forma,
com os escarnecedores apontados por Pedro. Esse é outro erro, pois também
pode levar ao engano e à perdição...
86
O apóstolo Paulo se opôs a esse tipo de especulação e falso ensino usando
como arma a própria Palavra de Cristo. Ele lembrou dois dos muitos sinais
que já haviam sido estabelecidos pelo Senhor Jesus em Sua mensagem no
Monte das Oliveiras.
Paulo ensina que o Dia do Senhor, que é o dia de Sua gloriosa manifestação,
não ocorrerá antes da apostasia (esfriamento do amor ágape) e da revelação
do anticristo (abominação desoladora). Leia Mateus 24:12-15 e compare com
os dois sinais apontados por Paulo.
Paulo não disse: "...Irmãos não se preocupem com essa coisa de volta de
Cristo pois vai demorar muito" ou "...Irmãos tem coisas mais importantes pra
gente fazer..."
Que o nosso ânimo sincero seja despertado a cada dia, como desejava Pedro
ao escrever sua segunda epístola. Vamos examinar cada notícia,
acontecimento, teoria, ideia e impressão à luz das Escrituras, fugindo desses
dois extremismos perigosos: 1] Ser levado por qualquer informação e 2] Não
dar crédito a nenhuma informação.
87
Se usarmos a Palavra profética como um filtro, essa mesma Palavra nos
mostrará qual a real importância do que está ocorrendo. As profecias bíblicas
são revelações espirituais e as coisas espirituais devem ser discernidas
espiritualmente:
"Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de
Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por
Deus.
As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com
as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as
espirituais.
Tudo isso é para que não sejamos enganados, nem pela passividade diante
dos acontecimentos nem pelo desespero surgido de falsas doutrinas ou
ensinamentos.
88
XII] A ÚLTIMA TROMBETA
O que é a última trombeta? Em que cenário ela está inserida? Será que a
última trombeta é a sétima trombeta do Apocalipse? Cremos que o correto
entendimento do que representa a última trombeta é fundamental para
compreender todo o contexto profético para o fim dos tempos.
O termo "última trombeta" é encontrado apenas uma vez nas Escrituras. Está
em I Coríntios 15:52. No contexto dessa passagem, Paulo está revelando um
mistério aos irmãos em Corinto.
"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas
todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos,
ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados".
Veja que o mistério ao que Paulo se refere, revelado na carta aos irmãos em
Corinto, não é a última trombeta. O mistério é que nem todos dormiremos,
mas que seremos todos transformados, num abrir e fechar de olhos... Ao ler
o contexto anterior da passagem, essa constatação se confirma. Paulo está
relatando aos irmãos sobre a vivificação e a vitória sobre a morte física.
A glorificação corpórea não tinha sido revelada até aquele momento em que
Paulo, inspirado pelo Espírito do Criador, compartilhou essa revelação com os
irmãos em Corinto.
89
1] OS IRMÃOS EM CORINTO JÁ SABIAM
Alguns ensinam que a última trombeta, citada por Paulo em I Coríntios 15:52,
se refere à sétima trombeta do Apocalipse. Porém, esse ensino não nos
parece correto. Primeiro, porque a carta aos coríntios foi escrita por Paulo por
volta do ano 55 d.C, enquanto que a Apocalipse foi escrito muito depois [a
maior parte dos especialistas o datam de 90 d.C].
Então, quando Paulo escreve aos coríntios e coloca a última trombeta como
um sinal para situar aqueles irmãos com relação a quando ocorreria o
momento da glorificação, ele escreveu muito antes da revelação apocalíptica
dada a João em Patmos.
90
São dois conceitos totalmente diferentes. A sétima trombeta do Apocalipse
faz parte de um grupo de sete e tem, em seu contexto, uma série de
acontecimentos apocalípticos. Já a última trombeta é uma trombeta que
soará num momento específico e com uma finalidade específica, como
veremos mais adiante.
É isso que Paulo faz em Coríntios 15:52, ao usar o termo "última trombeta"
para situar aqueles irmãos diante do mistério da glorificação. Paulo associa o
momento a glorificação, algo que ocorrerá num átimo de segundos, ao
momento do soar da última trombeta! A última trombeta, no contexto de I
Coríntios 15:50-52, é um ponto de referência!
4] O ENSINO DE CRISTO
Cremos que toda a revelação bíblica deve ser entendida através dos
ensinamentos de Cristo. Se alguém não partir dessa base, por mais que tente
defender essa ou aquela corrente interpretativa, partirá, cremos, de uma
base errada. Cristo é a chave para compreensão das Escrituras.
91
Nós nos baseamos na supremacia do ensino do Salvador. O Mestre, ao
descrever os principais sinais de Sua vinda [a única revelada por Ele], diz o
seguinte:
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a
sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra
se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu,
com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de
trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de
uma à outra extremidade dos céus" [Mateus 24:29-31]
Situar a última trombeta antes da gloriosa volta do nosso Salvador, seja antes
da tribulação ou no meio da tribulação, é afirmar que a "última" trombeta
não é a "última"... Nós, preferimos ficar com o ensino do Mestre.
92
XIII] O EXEMPLO DE NOÉ
É muito difícil encontrar alguém que não tenha ouvido falar de Noé. Desde os
mais fervorosos servos do Eterno Pai até os mais empedernidos ateus sabem
quem foi Noé.
"Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu
e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o
mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé" (Hebreus 11:7)
Mas, será que a história de Noé se resume a essa versão simplificada? Nos
últimos dias temos meditado sobre essa questão, ainda mais quando o
próprio Senhor Jesus Cristo estabelece uma clara comparação entre o que
ocorreu nos dias de Noé e o que ocorrerá (ou já está ocorrendo) nos dias que
antecedem a Sua volta.
Sabemos que Noé foi um homem de fé. Ele deu crédito à Palavra do Altíssimo
quando lhe disse que enviaria sobre a Terra um fenômeno nunca antes visto
pelos homens. Porém, isso significou para Noé muito mais do que
costumeiramente imaginamos. Significou dolorosas e profundas escolhas.
Significou renúncias e conflitos.
93
Em primeiro lugar, está o chamado que Noé recebeu. Esse chamado implicava
em colocar-se radicalmente contra todo e qualquer projeto pessoal que ele
tivesse idealizado para sua vida. Noé era casado e tinha três filhos. Sem
dúvidas, como todo ser humano, havia traçado planos para ele e para sua
família.
Não sabemos qual foi a reação de sua própria família num primeiro momento,
mas, levando em consideração o que comumente ocorre nesses casos, a
primeira reação é de descrédito. Como disse nosso amado Mestre:
"Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa" (Mateus
13:57).
Graças ao Eterno, a família de Noé também creu. Logo depois, Noé depara-
se com outro grande desafio, que é a construção de uma gigantesca estrutura
que, para os olhos de todos, não teria serventia alguma.
Durante seu longo e penoso trabalho de construção da Arca, cremos que ele
teve momentos de íntimos conflitos. Porém, sua fé no Altíssimo falou mais
alto e ele foi até o fim, cumprindo fielmente o que YHWH lhe havia
comissionado.
Não creram nem mesmo quando essa verdade alcançou as dimensões de uma
embarcação que tinha o tamanho de dois terços de um campo de futebol e
uma altura de mais de quinze metros!
O amor a esse mundo e seus padrões e atrativos falaram mais alto àqueles
corações, mais alto do que a própria altura da Arca.
94
Se formos aos dias atuais, veremos o mesmo quadro. Veremos essa mesma
atitude, não somente entre ateus ou pessoas que não creem na veracidade
da Bíblia, mas até mesmo por parte de alguns que dizem crer no que nela
está escrito.
Para muitos, o ato de abrir mão desse sistema, do "comer", "beber", "casar"
e "dar-se em casamento", será muito pesaroso e o amor a tais valores falará
mais alto do que a fé na Palavra do Eterno e o amor à segunda vinda do
Mestre.
O apego a este mundo e às suas rotinas e valores é uma força muito grande,
pois está diretamente relacionado às vaidades do coração.
É por isso que, quando falamos de conceitos como sair do sistema (quando
for a hora propícia), sermos ridicularizados, perseguidos e martirizados pelo
governo mundial, abrir mão de nossas colocações sociais e profissionais e até
de relações familiares, as pessoas ficam confusas.
Mas, o quadro que o Senhor Jesus descreve nos mostra o tratamento de total
descaso, zombaria e descrédito dado a Noé por aquela sociedade.
Isso nos lembra muito a atitude que muitos estão tendo nos dias atuais. Nem
sequer o pragmatismo ou instinto de sobrevivência os fazem acordar para o
cumprimento das profecias e para se precaverem estruturalmente do caos
que está por vir. Veja o descaso daquelas pessoas até mesmo no próprio dia
em Noé entrou na Arca:
"E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.
Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam,
casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,
e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será
também a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:37-39)
Então, fica claro, através das preciosas revelações do Senhor, que no dia em
que Noé entrou na Arca ninguém percebeu!
Até aquele momento crítico para ele, de deixar o solo terrestre e fechar-se
definitivamente na embarcação, nenhuma pessoa lhe deu crédito. Pior, as
Palavras do Senhor mostram que ninguém percebeu.
Muito provavelmente, não tinha ninguém ali olhando para isso, tal era a
importância que davam a Noé e a suas palavras e ações.
95
Que imensa prova de fé! Mesmo em meio ao completo descaso daquela
sociedade para o seu trabalho e a sua mensagem, ele deu o último passo e
entrou na Arca juntamente com a sua família.
Cremos que esse passo não foi dado sem que antes Noé, pensando com o
seu próprio raciocínio humano, não tivesse passado por momentos de dúvidas
íntimas e intensas.
Será que isso vai acontecer mesmo? Será que tantos anos de duro trabalho
construindo essa embarcação valem a pena? Será que as pessoas não têm
razão ao me chamar de desequilibrado por ter jogado minha vida fora anos
a fio construindo esta Arca e pregando sobre justiça do Pai?
Talvez ele olhasse para o céu, esperando ver cair um mísero pingo d'água
sobre sua cabeça... Provavelmente esperasse encontrar um amigo ou amigos
que compartilhassem sua mesma fé... Mas nada... O céu continuava limpo
como sempre tivera sido desde a criação.
Ele continuava sozinho, contando com apenas sua pequena família, contra
tudo e todos. Porém, Noé decidiu crer na Palavra do Criador.
Decidiu dar crédito ao Pai e a fechar seus ouvidos para as insinuações de sua
própria natureza humana ou para as ideias e padrões da sociedade que o
cercava. Ele entrou na arca e quando aquela porta foi fechada, ele deu seu
último e decisivo passo de fé. Ele confiou na Palavra do Eterno e foi salvo.
Também temos um chamado para os nossos dias. Se uma aliança foi feita
com Noé (Gênesis 6:18), uma mais preciosa foi feita conosco, selada com o
próprio sangue do Filho (Lucas 22:20).
O paralelo feito pelo Senhor Jesus entre as duas épocas é mais abrangente
do que podemos pensar. As duas épocas são muito parecidas.
96
Se Noé, sabendo o que viria sobre a terra, construiu um meio de proteção
para o colapso que se aproximava, nós também devemos fazê-lo. Nossa
proteção está em Cristo.
Ele estará conosco até nos momentos mais difíceis que virão, os quais serão
muito mais catastróficos em intensidade do que o próprio Dilúvio.
Porém, diante de fenômenos que já estão ocorrendo e aqueles que estão por
acontecer, surge uma pergunta. É lícito que, a exemplo do que aconteceu
com Noé, procuremos também preservar nossa integridade física diante do
que virá?
Ele age de formas diferentes com diferentes filhos. É lícito que procuremos,
na medida do possível, tentar preservar nossa sobrevivência física, desde que
isso não se interponha em nossa vida espiritual, em nossa obediência ao
propósito específico do Senhor nem implique em negar nossa fé e esperança.
Em todo o nosso site temos deixado claro que o fato de um cristão ser
perseguido pelo sistema que influencia o presente mundo (aeon) é uma regra
e não uma exceção.
Nossa esperança não está atrelada a este mundo. Porém, enquanto for
possível que preservamos a nossa integridade física, entendemos que é lícito
fazê-lo, sempre sob a orientação do Senhor.
Nosso Pai age como Ele quer. Cremos que muitos irmãos serão
sobrenaturalmente protegidos durante a tribulação. Outros, serão
martirizados. Outros, terão que preservar sua integridade através de
orientações específicas que o Ungido lhes enviará.
Nos dias de Noé era apenas ele e sua família. Agora, na Nova Aliança, são
milhões de "Noés" e famílias, e o Senhor tem uma direção específica para
cada um. Muitos têm dificuldade em entender essa soberania de Deus e essa
multiplicidade de formas de atuação.
97
O mesmo Pai que ordenou que Noé construísse uma Arca, um trabalho árduo
e relativamente lento, poderia tê-lo ocultado ou protegido de forma
sobrenatural durante o Dilúvio, transportando-o até um lugar de segurança
ou fazendo com que ele e família ultrapassassem a linha tempo-espacial. No
entanto, não o fez.
Por isso, o exemplo de Noé torna-se precioso para nós. Cremos que, em
alguns casos, e sob orientação do Senhor, alguns terão que preparar os meios
para a sua própria sobrevivência, sabendo que o fim em si mesmo não é a
sobrevivência física, mas a salvação espiritual.
Contudo, isso só deve ser feito sob a orientação do Senhor. O nosso desejo
legítimo de sobrevivência não deve ser superior ao nosso amor e obediência
ao Pai. Ele tem um propósito para cada um de nós nos dias que se
aproximam.
Por isso, o mais importante é estar atentos à voz do Criador. Quem é ovelha,
conhece a voz do seu Pastor.
98
ÍNDICE
99