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20/07/2023, 14:28 Governo ES - Benefícios e uso das plantas medicinais é tema de palestra do Incaper

Governo do Estado do Espírito Santo

Governo ES (/)

29/08/2016 16h59 - Atualizado em 29/08/2016 17h01

Benefícios e uso das plantas medicinais é


tema de palestra do Incaper
Os benefícios proporcionados pelas plantas medicinais, aromáticas, condimentares e as
nutracêuticas, e os seus usos tradicionais, foi tema da palestra ministrada pela Bióloga e Especialista
em Ecologia e Recursos Naturais, Fabiana Gomes Ruas. O evento – que aconteceu na sexta-feira (26)
– reuniu mais de 40 pessoas na sede do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural (Incaper).

A palestra surgiu de uma demanda do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de


Povos de Tradição de Matriz Africana, por meio da Associação Mão na Massa, da comunidade de
Jesus de Nazaré, em Vitória.

Segundo o coordenador do fórum intermunicipal da “Matriz Africana”, Carlos José Cabral –


conhecido por Carlos D’odê – na associação são feitos diversos atendimentos quanto à saúde dos
seus membros. A comunidade necessitava – além do conhecimento popular sobre os chás e xaropes
– de uma instituição renomada para mais orientações. “Certa vez nós curamos a gripe de uma
criança apenas com o uso de casca da tangerina. A medicina também tem as suas crenças e
precisamos nos respaldar com a pesquisa”.

Noções de época de colheita, secagem, armazenagem, identificação e utilização de algumas espécies


em sistemas orgânicos, nomes científicos das plantas, modo de preparo das plantas medicinais,
dosagem, posologia, riscos, cuidados e identificação de plantas tóxicas, além de dicas de prevenção
de acidentes com plantas medicinais, também fizeram parte do conteúdo da palestra, por meio de
uma apostila atualizada por todos os integrantes.

Fabiana iniciou a palestra com uma breve explicação sobre o conceito de sociobiodiversidade.
Segundo ela, são todos os bens e serviços gerados da natureza, que incluem em alguma etapa da
cadeia produtiva, as práticas e saberes dos povos e das comunidades tradicionais e agricultores
familiares. De acordo com a bióloga, a procura por produtos naturais é uma tendência mundial,
especialmente na busca por pessoas com algum tipo de debilidade. Ela ressaltou, ainda, que neste
modelo é fundamental que as plantas estejam livres de agroquímicos, seguindo a cultura de uma
agricultura agroecológica.

“Atualmente o mundo segue extraindo o que a natureza oferece, e devemos pensar na forma
sustentável de exploração das espécies, ou seja, de como podemos repor tais recursos. A área nativa
de uma propriedade rural não é uma área perdida, uma vez que você pode usá-la da melhor maneira
e ainda obter renda”, explicou.

A especialista contou que tudo começou com um diagnóstico feito em 2008, com uma abordagem

inovadora da agricultura familiar, com o desenvolvimento de ações voltadas para quatro linhas de
ação: renda e preservação dos produtos da sociobiodiversidade – Juçara, Sapucaia e Aroeira (Mata

https://www.es.gov.br/Notícia/beneficios-e-uso-das-plantas-medicinais-e-tema-de-palestra-do-incaper 1/4
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Atlântica) – plantas medicinais e fitoterápicos, produtos orgânicos e comércio justo e solidário.

O objetivo do então projeto foi oferecer aos técnicos do Incaper, bem como os agricultores familiares,
um maior contato na inserção da cadeia produtiva de plantas medicinais, como mais uma alternativa
de renda e de uso dos recursos naturais, com viabilidade ambiental, social e econômica.

Projetos

O Projeto Sapucaia chamou a atenção dos participantes, por envolver o desenvolvimento de técnicas
para facilitar a produção de material propagativo de melhor qualidade e redução do tempo entre
plantio e início da produção de frutos, com testes de germinação e no laboratório de sementes da
Fazenda Experimental do Incaper, em Linhares, e ainda banco genético e técnicas de enxertia e
clonagem, implantadas na Fazenda Experimental Jucuruaba (FERC), em Viana.

O tratamento com o óleo da sapucaia – projeto de pesquisa desenvolvida em parceria entre Incaper e
Universidade de Vila Velha (UVV) – por exemplo, já é usado para curar feridas. A sapucaia também é
um ingrediente especial da produção de pães, tortas, cockies, sorvetes, granolas e até molho para
carnes. “Estudos com a produção de manga, por exemplo, fizeram com que a época dos frutos caísse
para apenas seis anos. Por que não com a Sapucaia? Se temos a disponibilidade e o conhecimento,
devemos intensificar as pesquisas com as nossas plantas nativas. O futuro é logo mais”, reforçou a
bióloga Fabiana.

Ela também lembrou sobre os estudos já realizados sobre a enxertia das seringueiras, que a partir das
pesquisas tiveram o seu tempo de realização adiantado, facilitando a vida do agricultor familiar.

Em Alto Rio Novo do Sul a polpa dos frutos da Palmeira Juçara é uma nova opção de renda para os
produtores e, além disso, são outros benefícios que são trazidos ao produtor rural a partir das plantas
medicinais, como os cosméticos, produtos de higiene pessoal, artesanatos, fitoterápicos, vitaminas e
suplementos, alimentos funcionais, produtos desportivos, entre outros.

Futuro

Entre os principais desafios da atualidade estão: buscar, cada vez mais, parceiros para o
desenvolvimento de pesquisas neste ramo; “domesticar” as espécies para recomendações
agronômicas e agregação de valor às culturas, respeitando a sua composição química; futuras
disponibilizações de material genético propagativo de qualidade validada, ou de boa procedência, e
intensificar a demanda destes produtos no mercado nacional e internacional, bem como
potencializar os estudos que possibilitem o cultivo e manejo de forma sustentável das espécies.

Segundo Fabiana Ruas, o Incaper busca intensificar parcerias com outras instituições de ensino e
pesquisa, e entidades civis organizadas, no sentido de alcançar a certificação e a validação dos
produtos da natureza que já são qualificados. “Cada produto deve ser trabalhado de uma forma
diferente, respeitando os seus princípios químicos. Devemos atuar todos juntos pela união do
conhecimento popular e da ciência”, afirmou a farmacêutica, professora da Emescan, Maria Diana
Sales, que esteve presente no evento.

As colegas Ivone Corrêa, Zélia Dalvi e Cláudia Miranda – que estão há mais de cinco anos na Pastoral
da Saúde da Grande Vitória – foram aprimorar os seus conhecimentos quanto à fitoterapia. Elas
relataram que são feitos atendimentos em reeducação alimentar, fitoterapia e também atendimento
bioenergético – prática médica alternativa para diagnóstico – com foco em famílias mais carentes em
atendimento à saúde, como os diabéticos, pessoas com câncer e até pessoas depressivas. “Os
resultados são inacreditáveis e muito positivos. Hoje, acredite se quiser, a própria medicina
tradicional tem se interessado em buscar os fitoterápicos’’, reforçou Zélia.

Algumas curiosidades:

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Recomendações

- A colheita das plantas, em determinado ponto, tem o intuito de obter o máximo de seu princípio
ativo, no entanto, a maioria das vezes não impede que as plantas sejam colhidas antes ou depois do
ponto de colheita para o uso imediato. “O maior problema da colheita inadequada é a redução do
valor terapêutico e/ou predominância dos princípios tóxicos”, explicou Fabiana;

- Deve-se ter o cuidado para não amontoá-las e não amassa-las quando colhê-las, para não acelerar a
degradação e perda de qualidade;

- Evitar a colheita de plantas doentes, com manchas, secas, com buracos causados por insetos, com
ferrugens e mofados;

- Deve-se evitar a incidência de raios solares sobre as partes colhidas, principalmente flores e folhas;

- Deve-se evitar a retirada de todas as folhas de um galho;

- Devem ser retirados pequenos pedaços apenas de um dos lados do tronco de cada vez, para evitar a
morte da planta;

Secagem

- A secagem das plantas deve ser iniciada imediatamente após a colheita e no mesmo dia. Somente
raízes e rizomas podem ser lavados após serem colhidos. Salvo os casos em que as folhas estiverem
sujas, é feita uma lavagem rápida com água limpa e – logo em seguida – uma agitação branda dos
ramos, para eliminar a maior parte da água da superfície da planta.

- Secar na sombra e em local arejado, livres de poeiras e insetos. A duração em média é de três a dez
dias. As folhas carnosas levam mais tempo para secar do que as finas. Raízes inteiras grossas levam
até quinze dias. Elas podem ser expostas ao sol durante algumas horas, mas depois devem acabar de
secar a sombra.

- Lembrando que, o consumo das plantas medicinais frescas garante a ação mais eficaz dos princípios
curativos, entretanto a secagem possibilita a conservação quando bem conduzida.

Armazenagem

- Depois das secas, as plantas devem ser guardadas em caixas de papelão ou em embalagens que não
deixem passar a luz, bem fechadas e guardadas em local fresco. Também devem ser rotuladas, com o
nome da planta e data da colheita.

- É importante guardar fora do alcance de crianças ou pessoas que não sabem sobre a manipulação
das plantas.

Informações à imprensa:

Assessoria de Comunicação do Incaper

Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br (mailto:juliana.esteves@incaper.es.gov.br)

Tatiana Caus – tatiana.souza@incaper.es.gov.br (mailto:tatiana.souza@incaper.es.gov.br)



Vanessa Capucho - vanessa.covosque@incaper.es.gov.br
(mailto:vanessa.covosque@incaper.es.gov.br)

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Texto: Tatiana Caus

Tel.: (27) 3636-9865 / (27) 3636-9868

Twitter: @incaper

Facebook: Incaper

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