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Universidade de Lisboa

Faculdade de Farmácia

PLANTAS USADAS NO EMAGRECIMENTO

João José Carreto Moreira Fernandes

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

2017
Universidade de Lisboa
Faculdade de Farmácia

PLANTAS USADAS NO EMAGRECIMENTO

João José Carreto Moreira Fernandes

Monografia de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas apresentada


à Universidade de Lisboa através da Faculdade de Farmácia

Orientador: Doutora Rita Serrano, Profª Auxiliar

2017

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Resumo
Na atualidade, especialmente nos países mais desenvolvidos, a obesidade é cada vez mais
preocupante, como tal, o seu tratamento e prevenção são um assunto de elevada relevância. O
tratamento atual disponível pode ser efetuado por diversas formas:

 Cirurgia bariátrica;
 Fármacos;
 Plantas.

Nos últimos anos, os avanços no conhecimento técnico-científico das caraterísticas de qualidade


e eficácia dos medicamentos à base de plantas, aliados a uma maior compreensão da fisiologia
humana, têm colocado a área de produtos naturais bioativos numa posição de destaque. Como
consequência disso, a população, no crescente desejo de obter um estilo de vida saudável, tem
vindo a aumentar o interesse em produtos naturais e na utilização de “produtos à base de plantas”.
Em Portugal e na Europa, esses produtos podem ser comercializados como medicamentos ou
como suplementos alimentares. Porém, a legislação sobre os medicamentos tem um elevado
número de exigências pelo que preferencialmente se opta pela comercialização como suplemento
alimentar, por ter menos requisitos e consequentemente ser mais rápida e menos dispendiosa a
venda, além de poderem ser dispensados em ervanárias e afins por não necessitarem de ter
profissionais de saúde qualificados para dispensar.

A Fitoterapia constitui, na atualidade, uma área do mercado em desenvolvimento, de


reconhecimento legal e com repercussão na saúde pública. Conjugando a relevância dos temas
obesidade e fitoterapia, e tendo em consideração a evolução contínua dos conhecimentos técnico-
científicos, selecionaram-se as seguintes plantas utilizadas no emagrecimento:

 Citrus aurantifolia;
 Citrus aurantium;
 Cuminum cyminum;
 Hoodia gordonii;
 Ilex paraguariensis;
 Magnolia officinalis;
 Morus alba;
 Panax ginseng.

Relativamente a estas plantas foi efetuada uma pesquisa sobre os conhecimentos atuais em relação
às suas características: composição; indicação de uso; toxicologia e efeitos adversos; interação

5
das plantas medicinais – medicamentos e as consequências clínicas daí resultantes; origem,
dificuldade de obtenção e utilização.

Palavras-chave: Emagrecimento; Fitoterapia; Obesidade; Plantas medicinais.

6
Abstract
Nowadays, particularly in developed countries, obesity is increasingly worrisome, as such, its
treatment and prevention are a subject of great relevance. Current treatment available can be
effected by various means:

 Bariatric surgery;
 Drugs;
 Plants;

In the lasts years, the advancement of technical-scientific knowledge of quality and efficiency
characteristics of plant-based medicines, allied to a greater understanding of human physiology,
has placed the field of natural bioactive products in a prominent position. Therefore, the general
population, with the growing desire of attaining a healthy lifestyle, has been increasing its interest
in natural products and “plant-based products”. In Portugal and Europe, these products may be
commercialized as medicine or food supplements. However, legislation over medicines has a high
number of requirements, that makes it preferable to sell as a food supplement, because as it has
fewer requirements, selling these products is both quicker and cheaper, also it can be dispensed
at herbal shops and related stores as they do not require qualified health professionals to dispense.

Phytotherapy constitutes, nowadays, as a market area in development, of legal recognition and


public health repercussion. Allied to the relevance of themes such as obesity and phytotherapy
and having in consideration of the continuous evolution of technical-scientific knowledge, it was
selected the following plants used in weight loss:

 Citrus aurantifolia;
 Citrus aurantium;
 Cuminum cyminum;
 Hoodia gordonii;
 Ilex paraguariensis;
 Magnolia officinalis;
 Morus alba;
 Panax ginseng.

Relatively to these plants, a research was effected on current knowledge relating to their
characteristics: composition, indication of use; toxicology and adverse effects; medicinal plants-
medicines interaction and resulting clinical consequences; origin; difficulty in acquiring; and
usage.

Key-words: Weight loss; Phytotherapy; Obesity; Medicinal Plants.

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8
Agradecimentos
Quero agradecer â minha orientadora Senhora Professora Doutora Rita Serrano pelos contributos
científicos que orientaram o presente trabalho, os quais tiveram sempre o meu apreço e humilde
acolhimento.

Não posso deixar de agradecer também toda a família que me deu o seu inestimável incentivo em
particular á minha mãe e aos meus padrinhos.

Aos meus amigos que sempre me apoiaram, que me estimularam nos momentos mais difíceis e
que me deram força para chegar até aqui.

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Índice
1 Introdução ........................................................................................................................... 13

1.1. Epidemiologia ................................................................................................................... 13

1.2. Diagnóstico de Obesidade ................................................................................................ 14

1.3. Causas de obesidade ........................................................................................................ 15

1.4. Fatores de risco associado à obesidade ........................................................................... 16

1.5. Tratamento de obesidade ................................................................................................ 16

1.5.1. Cirurgia bariátrica ...................................................................................................... 16


1.5.2. Fármacos ................................................................................................................... 17
1.5.3. Plantas utilizadas ....................................................................................................... 18
2. Objetivo ................................................................................................................................... 19

3. Método .................................................................................................................................... 20

4. Resultados ............................................................................................................................... 21

4.1. Legislação ......................................................................................................................... 22

4.1.1 Legislação de medicamentos à base de plantas ........................................................ 22


4.1.2 Legislação dos Suplementos Alimentares .................................................................. 24
4.2. Citrus aurantifolia ............................................................................................................. 26

4.3. Citrus aurantium ............................................................................................................... 27

4.4. Cuminum cyminum ........................................................................................................... 30

4.5. Hoodia gordonii ................................................................................................................ 32

4.6. Ilex paraguariensis............................................................................................................ 34

4.7. Magnolia officinalis .......................................................................................................... 37

4.8. Morus alba........................................................................................................................ 39

4.9. Panax ginseng................................................................................................................... 41

5. Discussão ................................................................................................................................. 43

6. Conclusão ................................................................................................................................ 45

Bibliografia .................................................................................................................................. 48

10
Índice de Figuras:
Figura 1 – Banda gástrica (76) ............................................................................................... 16

Figura 2 – Gastrectomia vertical calibrada (77) ..................................................................... 17

Figura 3 - bypass gástrico em Y de Roux (78) ....................................................................... 17

Figura 4 - Citrus aurantifolia (fruto)(79) ............................................................................... 26

Figura 5 - Citrus aurantium (Frutos)(32) ............................................................................... 27

Figura 6 - Estrutura química de p-sinefrina(54) ..................................................................... 28

Figura 7 - Estrutura química da ρ-sinefrina e efedrina (52) ................................................... 28

Figura 8 - Cuminum cyminum (Frutos)(32) ............................................................................ 30

Figura 9 - Hoodia gordonii (80) ............................................................................................. 32

Figura 10 - Estrutura Química do P57 (81) ............................................................................ 32

Figura 11 - Ilex paraguariensis (Folha) (82) .......................................................................... 34

Figura 12 - Ilex paraguariensis (Extratos)(83)....................................................................... 34

Figura 13 - Mecanismo de adipogénese in vivo e in vitro (62) .............................................. 35

Figura 14 - Magnolia officinalis (flores)(84) ......................................................................... 37

Figura 15 - Magnolia officinalis (casca) (65) ......................................................................... 37

Figura 16 - Morus alba (Fruto) (85) ....................................................................................... 39

Figura 17 - Morus alba (casca da raiz)(86) ............................................................................ 39

Figura 18 – Panax ginseng (87) ............................................................................................. 41

11
Índice de Tabelas:
Tabela 1 – Classificação de obesidade através do IMC de acordo com a WHO (10) .... 14

Tabela 2 - Outros métodos alternativos no diagnóstico de obesidade ............................ 15

12
1 Introdução
A obesidade é um distúrbio nutricional comum e é um dos maiores desafios de saúde
pública do século XXI, com graves consequências para a saúde, económica e social, a sua
prevalência triplicou em muitos países da Região Europeia da OMS desde a década de 1980, e o
número de pessoas afetadas continua a aumentar em ritmo acelerado principalmente nas
crianças.(1)(2)(3) De acordo com a WHO, o excesso de peso e a obesidade são definidos como
quantidade anormal de gordura e acumulação excessiva de gordura respetivamente. (4)

1.1. Epidemiologia
A obesidade tem-se revelado de grande importância, uma vez que em 2014, a WHO
verificou que em mais de 1,9 bilhões adultos, acima de 1,9 milhões estavam acima de peso e mais
de meio milhão obesos. (4)

Em 2014, verificou-se que em pessoas com mais de 18 anos, 39% de homens e 40% de
mulheres estavam acima de peso e que 11% de homens e 15% de mulheres estavam obesas. (1)

Há maior prevalência na América com 62% de pessoas com excesso de peso e 26% de
pessoas obesas, sendo a zona de menor prevalência situada no sudeste de Ásia com 14% de
pessoas acima do peso e 3% com obesidade.(5) Em Portugal, verificou-se que no ano 2005 a
prevalência nos adultos era de 16% nas mulheres e 14,3% nos homens.(3)

Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a região europeia,


apresentado no dia 17 de maio de 2017, no Congresso Europeu da Obesidade, no Porto, revela
que o número de adolescentes obesos continua a aumentar em muitos países da Europa, incluindo
Portugal.(6)

O documento “Adolescent obesity and related behaviours: trends and inequalities in the
WHO European Region”, 2002-2014, que compara 27 países e regiões, aponta para que a
prevalência da obesidade em Portugal, nos adolescentes aos 11, 13 e aos 15 anos, seja de 5%.
Este número representa uma subida de 0,3 pontos percentuais desde 2002, quando o objetivo era
travar esta doença. O valor mais elevado na região europeia é registado na Grécia, com 6,5% de
adolescentes obesos. No caso de Portugal, a contribuir para este resultado estão sobretudo os
rapazes, com 6,9%. Já as raparigas registam um valor de 3%. (6)

Segundo os dados comparados da OMS, Portugal surge mesmo como um dos cinco entre
27 países com maior percentagem de adolescentes obesos. (6)

13
1.2. Diagnóstico de Obesidade
Na avaliação da obesidade, existem várias técnicas que podem ser o índice de massa
corporal (IMC), medida da circunferência da cintura, a relação cintura/quadril, as dobras cutâneas,
a bioimpedância, os ultrassons, a tomografia computorizada e a ressonância magnética.(7)(8)(9)

O IMC ou BMI (body mass índex) é o método antropométrico mais utilizado que permite
avaliar o peso relativo e classificar o tipo de obesidade como se pode verificar na Tabela 1, este
é calculado pela seguinte fórmula:

peso total da pessoa (kg)


IMC = altura2 (m)
(5)

kg/m2 através do peso total da pessoa em quilogramas (kg) sobre a sua altura ao quadrado
em metros (m).(5)

TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DE OBESIDADE ATRAVÉS DO IMC DE ACORDO COM A WHO (10)

Na Tabela 2 estão apresentados os outros métodos alternativos para o diagnóstico da obesidade.

14
TABELA 2 - OUTROS MÉTODOS ALTERNATIVOS NO DIAGNÓSTICO DE OBESIDADE

Método Função
Medida da circunferência da Fita flexível colocada horizontalmente no meio da distância entre a
cintura última costela e a crista ilíaca.(11)

Relação cintura/quadril Calcula-se através da circunferência da cintura sobre circunferência


quadril (através da medição da zona das nádegas mais largas).(9)

Dobras cutâneas Método indireto que permite avaliar o tecido adiposo subcutâneo e
pode ser aplicada em várias zonas (mais comum são os tríceps e
subscapsular.(8)(12)

Bioimpedância Avalia a composição corporal determinando a quantidade total de


água corporal, da massa magra e da massa gorda livre.(13) (14)

Ultrassom Mede a gordura visceral e a gordura subcutânea na ausência de


exposição da radiação.(15)

Tomografia Computarizada Medição da gordura visceral e da gordura subcutânea mas contêm


a radiação ionizante.(15)

Ressonância Magnética Medição da gordura subcutânea e gordura visceral e não utiliza a


radiação ionizante.(16)

1.3. Causas de obesidade


A obesidade acontece quando há desequilíbrio energético entre o consumo e o gasto de
calorias. A acumulação de gorduras surge no aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras
ou o aumento da inatividade física devido ao sedentarismo.(4)

Outra causa serão as hormonas, em que na tentativa de regularizar o peso, há alteração da


hormona leptina responsável pela monitorização da quantidade de gordura no corpo. Isto é,
quando o indivíduo perde peso, vai haver diminuição da quantidade o que vai causar alteração da
ingestão, despesas de energia e funcionamento neuroendócrino para manter a homeostase. Outras
hormonas são a grelina, que estimula o apetite, e a insulina e glucagon responsáveis na regulação
do açúcar no sangue causando hiperfagia.(7)

Novas pesquisas sobre micróbios intestinais visaram o seu envolvimento no metabolismo


e adiposidade. Existem dois micróbios intestinais, Bacteroidetes e Firmicutes, e as pessoas obesas,
tem maior proporção de Firmicutes do que Bacteroidetes. Pensa-se que os Firmicutes

15
metabolizam os alimentos consumidos mais eficientemente do que os Bacteroidetes levando a um
aumento de peso.(7)

1.4. Fatores de risco associado à obesidade


As pessoas obesas, se não resolverem o problema do peso, podem ter doenças
cardiovasculares, hipertensão, diabetes, hiperlipemia, acidente vascular cerebral, apneia de sono,
patologias do fígado e da vesícula biliar, problemas ginecológicos, distúrbios músculo-
esqueléticos como por exemplo a osteoartrite e cancro.(4)(7)

1.5. Tratamento de obesidade


De acordo com a WHO, a prevenção da obesidade pode ser realizada com a alimentação
saudável e exercício físico regular.(4) Outras hipóteses de tratamento da obesidade podem ser a
cirurgia bariátrica, os fármacos e as plantas.(17)(18)

1.5.1. Cirurgia bariátrica

De acordo com 1991 NIH Consensos Development Conference Panel, a cirurgia


bariátrica pode ser realizada para pacientes com BMI ≥ 40 kg/m2 ou com BMI ≥ 35 kg/m2
associado com condições comórbidas de alto risco (doença cardiopulmonar ou diabetes tipo 2).

As mais utilizadas são a banda gástrica, a gastrectomia vertical calibrada e bypass gástrico
em Y de Roux ou de anastomose única. (19)

A banda gástrica (Fig. 1) é o dispositivo de silicone inflável que é colocada na porção


superior do estomago (20)

FIGURA 1 – BANDA GÁSTRICA (76)

16
A gastrectomia vertical calibrada (Fig. 2) reduz o estomago a 25% em relação ao original
removendo grande porção do estomago incluindo a curvatura maior. (20)

FIGURA 2 – GASTRECTOMIA VERTICAL CALIBRADA (77)

O bypass gástrico em Y de Roux (Fig. 3) cria uma pequena bolsa gástrica e vai-se ligar ao jejuno
proximal do intestino delgado onde vai haver formação do membro de Roux que vai ser
anastomosado ao duodeno dando uma configuração de Y.(21)

FIGURA 3 - BYPASS GÁSTRICO EM Y DE ROUX (78)

1.5.2. Fármacos

Existem diferentes tratamentos farmacológicos como por exemplo o Orlistato (Xenical)


e Sibutramina (Reductil).(17) O Orlistato ou Xenical é um inibidor da lípase gastrointestinal, isto
é, um medicamento que bloqueia as lípases gastrointestinais impedindo a digestão de gorduras da
dieta o que leva a redução da absorção das gorduras. (18) E a Sibutramina é um supressor de
apetite. (17)(22) Mas este foi suspenso pela Comissão Europeia, uma vez que as preocupações
em termos de segurança não estavam contrabalançadas por efeitos benéficos. (23)

17
A naltrexona/bupropiona (Mysimba) foi autorizada pelo FDA em Setembro de 2014 e
pela EMA em Março de 2015. A naltrexona (antagonista de recetor opioide) e a bupropiona
(inibidor da recaptação de catecolaminas) atuam sinergicamente, em que a naltrexona inibe os
recetores para a β-endorfina, o que bloqueia a sua ação inibitória nos neurónios cerebrais e
potencia os efeitos da buproniona sobre os neurotransmissores levando a uma diminuição no
apetite e um aumento no gasto energético. (22)(24)

O liraglutido (Victoza) é um análogo do GLP-1 (regulador fisiológico do apetite e da


ingestão de energia através de recetores de GLP-1 na periferia e no cérebro) que reduz o peso
corporal e a massa da gordura corporal através dos mecanismos envolvidos na redução da
sensação de fome e diminuição da necessidade de aporte de energia. (22)

Outros fármacos são a lorcaserina e a fentermina/topiramato de libertação prolongada que


foram rejeitados pela FDA no ano 2010 devido à segurança e eficácia mas em 2012, foi concedido
a sua aprovação. A EMA rejeita os dois fármacos uma vez que que na sua opinião, a lorcaserina
apresenta mais efeitos secundários do que benefícios particularmente no risco de tumores e a
fentermina/topiramato apresentam preocupações com potenciais efeitos do sistema nervoso
central e cardiovascular associados ao uso a longo prazo, potencial teratogénico e uso por
pacientes para os quais não está indicado.(18)

1.5.3. Plantas utilizadas

O tratamento baseado em plantas está entre os métodos mais comuns. Diferentes plantas
contêm uma grande variedade de compostos com diferentes efeitos na obesidade, no metabolismo
corporal e na oxidação da gordura.(17)

As plantas que levam ao emagrecimento e que vão ser faladas neste trabalho são as
espécies Citrus aurantifolia, Citrus aurantium, Cuminum cyminum L., Hoodia gordonii, Ilex
paraguariensis, Magnolia officinalis, Morus alba e Panax ginseng. (25)(26)(27)(28)(29)(30)

Para além destas plantas, ainda existem outras como a cascara sagrada (Rhamnus
purshiana) com a sua atividade laxativa levando a perda enorme de água e nutrientes essenciais
causando o emagrecimento, a alcachofra (Cynara scolymus L.) que suprime o apetite, e a
Camellia sinensis (chá verde) que contêm as catequinas responsáveis pelo aumento do
metabolismo e oxidação da gordura. (31)(32)(33)

18
2. Objetivo
A utilização das plantas medicinais na Terapêutica tem em comum, tanto, bases históricas,
como químicas, sendo estas últimas baseadas na estrutura dos princípios ativos,
independentemente da sua origem, natural ou sintética. A maior parte dos fármacos atuais,
derivaram direta ou indiretamente de princípios ativos, que foram isolados a partir de plantas.

As plantas medicinais têm sido uma fonte inesgotável para a obtenção de moléculas com potencial
terapêutico, mas a utilização destas pela indústria farmacêutica é relativamente recente.

A obesidade é frequentemente considerada como uma doença endémica dos países desenvolvidos
e constitui um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI, com sérias implicações
devido a morbilidade e mortalidade associadas.

Em virtude do aumento da obesidade, associado a uma crescente preocupação com o aspeto físico
e com a saúde, a oferta de tratamentos e soluções na área do emagrecimento sofreu um aumento
exponencial.

Por estas razões, esta tese tem como objetivo dar a conhecer os tratamentos existentes para o
emagrecimento e em particular, a importância das plantas que existem para o tratamento da
obesidade, os seus benefícios e as suas reações adversas.

19
3. Método
Para a monografia foi realizada uma pesquisa bibliográfica utilizando como base científica:

 Pubmed;
 Google acadêmico;
 b-on;.
 Infarmed;
 EMA;
 ASAE;
 Livros científicos.

Sendo feita a pesquisa num período de tempo compreendido desde dezembro de 1997 até
setembro de 2017 e utilizou-se como palavras-chaves:

 Obesidade;
 Tratamento de obesidade;
 Fitoterapia;
 Plantas utilizadas no emagrecimento;
 Legislação.

20
4. Resultados
A Fitoterapia é, de acordo com a Portaria n.º 207-E/2014 de 8 de Outubro artigo nº2, uma
terapêutica que utiliza substâncias provenientes de plantas com o objetivo de promover a saúde,
prevenir a doença, realizar diagnóstico e tratamento incluindo o aconselhamento dietético e a
orientação sobre estilos de vida. (34)

A Fitoterapia constitui, na atualidade, uma área do mercado em desenvolvimento, de


reconhecimento legal e com repercussão na saúde pública.

O aumento verificado nas últimas décadas relativamente ao uso dos produtos à base de
plantas deve-se, em parte, à procura constante de um estilo de vida mais saudável e pelo retorno
à natureza aos valores essenciais. (35)

Existem, no entanto, outros fatores que tiveram um contributo significativo, como (32):

• Aumento de informação sobre os constituintes ativos e farmacologia dos fármacos vegetais e


um maior número de ensaios clínicos sobre medicamentos á base de plantas;

• O aparecimento de novas formas farmacêuticas e de outros tipos de administração de


medicamentos à base de plantas;

• O desenvolvimento de métodos analíticos que garantem um melhor controlo de qualidade, tanto


na matéria-prima como dos próprios medicamentos;

• O aumento da automedicação, com o que beneficiaram os produtos fitoterápicos, pois em geral,


são menos tóxicos e, por isso, mais adequados a este tipo de administração;

• Elaboração de medicamentos à base de plantas com qualidade, eficácia e segurança, por


laboratórios conceituados;

• Existência de legislação adequada a este tipo de medicamentos na maior parte dos países
desenvolvidos,

21
4.1. Legislação
Deve destacar-se que na legislação que regulamenta os produtos à base de plantas,
existem duas vertentes completamente distintas. A categoria dos medicamentos à base de plantas
e a categoria dos suplementos alimentares, cada qual, regulamentada pela sua legislação
específica. (36)(37)

Por Medicamento à base de plantas, entende-se qualquer medicamento que tenha


exclusivamente como substâncias ativas uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou
mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em
associação com uma ou mais preparações à base de plantas - de acordo com o Decreto-Lei n.º
176/2006, de 30 de agosto. (38)

Suplementos alimentares, são os géneros alimentícios que se destinam a complementar e


ou suplementar o regime alimentar normal e que constituem fontes concentradas de determinadas
substâncias nutrientes (vitaminas e minerais) ou outras com efeito nutricional ou fisiológico,
estremes ou combinadas, comercializadas em forma doseada, tais como cápsulas, pastilhas,
comprimidos, pílulas e outras formas semelhantes, saquetas de pó, ampolas de liquido, frascos
com conta-gotas e outras formas similares de líquidos ou pós que se destinam a ser tomados em
unidades medidas de quantidade reduzida- de acordo com o Decreto-Lei 118/2015 de 23 de junho.
(39)

4.1.1 Legislação de medicamentos à base de plantas

Para a autorização de introdução no mercado, os medicamentos à base de plantas estão


submetidos aos mesmos requisitos que os restantes medicamentos, tendo que ser demonstrada a
sua qualidade, segurança e eficácia. A substancia ativa de um medicamento à base de plantas,
pode ser constituída por substâncias derivadas de plantas (partes de plantas) ou preparações a base
de plantas (por exemplo, extratos, óleos essenciais, etc.), nunca inclui compostos isolados, como
se verifica nas outras classes de medicamentos. Devido a variedade de espécies vegetais, que
podem constituir um medicamento à base de plantas, e necessário ter em conta uma serie de
particularidades na avaliação dos critérios de qualidade e eficácia, que são obrigatórios para a sua
comercialização, o que faz com que exista um particular interesse em criar critérios de
harmonização para a autorização da sua comercialização. (40)

22
4.1.1.1 Legislação Europeia e entidades competentes

As Diretivas Europeias relativamente aos medicamentos à base de plantas contemplam


também, medicamentos à base de plantas, caracterizados pelo “uso médico bem estabelecido” e
medicamentos tradicionais à base de plantas. (41)

Relativamente aos medicamentos à base de plantas de “uso medicinal bem estabelecido”


a definição concebida pela Comissão Europeia, permite utilizar dados epidemiológicos e outras
publicações científicas, dentro do processo de aprovação dos medicamentos com constituintes
conhecidos. Ou seja, a Diretiva 2001/83/CE segundo o artigo 10o deixa em aberto duas opções ao
fabricante: 1) demonstrar a eficácia e segurança através de ensaios farmacológicos, toxicológicos
e ensaios clínicos; ou 2) os ensaios são substituídos por documentação bibliográfica cientifica
adequada, através da qual se demonstra que as substâncias ativas do medicamento, tiveram um
uso médico comprovado nos últimos dez anos dentro da Comunidade Europeia e apresentaram
eficácia reconhecida, com um nível de aceitável de segurança em virtude das condições previstas
no anexo I da Diretiva 2001/83/CE. (41)

O segundo grupo, que diz respeito aos medicamentos tradicionais à base de plantas, foi
implementado pela Diretiva Europeia 2004/24/CE, publicada em 30 de abril de 2004. (42)

Esta categoria de medicamentos, abrange os medicamentos à base de plantas que


reivindicam uma indicação para doenças ou transtornos ligeiros, com uma posologia e forma de
administração definidos, assim como suficiente qualidade farmacêutica e segurança comprovada.
A eficácia deve ser argumentada com base na experiência e no uso tradicional prolongado (30
anos, 15 dos quais devem ser dentro da União Europeia). A Diretiva e também aplicável a
combinações de preparados com plantas, com certos constituintes não vegetais (vitaminas ou
minerais), cuja ação vai complementar a das plantas medicinais. (42)

A Diretiva 2004/24/CE veio possibilitar, o cumprimento do objetivo, da harmonização


das regras distintas dos vários Estados Membros, em matéria de medicamentos, com uma grande
tradição de utilização, para desta forma, facilitar o seu comércio dentro da União Europeia. (42)

No sentido de executar a aplicação de Diretivas e Diretrizes da União Europeia, em todos


os Estados Membros, tem de haver um correto esclarecimento de todos os critérios de avaliação
dos medicamentos à base de plantas, de modo a haver uma harmonização na Comunidade
Europeia. Para objetivar a harmonização existem varias instituições competentes
(41)(43)(44)(45):

EMA – Agencia Europeia de Medicamentos - tem como função a proteção e a promoção da


saúde pública e animal.

HMPWG – Grupo de Trabalho sobre medicamentos à base de plantas medicinais

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HMPC – Comité dos Medicamentos à base de plantas

ESCOP – Cooperativa Cientifica Europeia de Fitoterapia

Comissão E – Comissão E do Ministério da Saúde Alemão

OMS/WHO – Organização Mundial de Saúde

4.1.1.2 Legislação portuguesa

A transposição das Diretivas Europeias é efetuada em Portugal pelo novo Estatuto do


Medicamento, aprovado pelo Decreto-lei no176/2006 em 30 de agosto. Este decreto pretende não
só a transposição da legislação comunitária, como também a revisão, em conformidade com a
legislação vigente. (46)

Em Portugal a autorização para o licenciamento de medicamentos incluindo os


medicamentos tradicionais à base de plantas, está a cargo do INFARMED. (46)

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I. P.

4.1.2 Legislação dos Suplementos Alimentares

O mercado mundial dos Suplementos Alimentantes tem conquistado um lugar de


destaque no mercado nos últimos anos, com uma diversidade exponencial, pelo que se tem
demonstrado indispensável, disciplinar esta oferta, de forma a garantir ao consumidor informação
e segurança adequadas. Paralelamente, tornou-se necessário distinguir conceptualmente os
Suplementos Alimentares, enquanto género alimentar especifico de outros produtos como o
medicamento. (47)

Nos últimos anos a legislação dos suplementos alimentares tem vindo a ser alvo de
constantes alterações, relativamente a variados fatores intervenientes no fabrico dos mesmos,
como modificações nas informações disponibilizadas na rotulagem; substâncias permitidas e
proibidas e respetivas concentrações; critérios de pureza nas matérias-primas com implementação
de novos métodos de fabrico e boas praticas; limites de metais pesados nos suplementos;
quantidades mínimas de vitaminas e minerais; presença obrigatória no rótulo dos ingredientes que
são potencialmente alergénios; limites máximos de resíduos de pesticidas no interior e a superfície
de determinados produtos e critérios microbiológicos que asseguram a pureza do suplemento.
(39)

24
4.1.2.1 Legislação Europeia e entidades competentes

A legislação da União Europeia entendeu, nos últimos anos, autonomizar juridicamente


o conceito de Suplemento Alimentar. As normas relativas ao fabrico e comercialização dos
suplementos alimentares encontram-se fixadas na Diretiva N.º 2002/46/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 10 de junho. (37)

Mais recentemente a Diretiva n.º 2006/37/CE, da Comissão, de 30 de março, que alterou


o anexo II da Diretiva n.º 2002/46/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz respeito
a inclusão de determinadas substâncias. (42)

EFSA - Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos

Comité Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal

EHPM - European Federation of Associations of Health Product Manufacturers

4.1.2.2 Legislação portuguesa

A Diretiva 2002/46/CE do Parlamento e do Conselho de 10 de Junho, foi transposta para


a ordem jurídica nacional pelo Decreto-Lei n.º 136/2003, de 28 de Junho. Mais recentemente o
Decreto-Lei nº296/2007 transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2006/37/CE, da
Comissão, de 30 de Marco, que alterou o anexo II da Diretiva n. º2002/46/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, no que diz respeito a inclusão de determinadas substâncias, modificando
pela primeira vez o Decreto-Lei n. º136/2003, de 28 de junho. (39)

Através desta legislação foi possível o enquadramento legal de produtos que até essa data
tinha uma designação indefinida e desadaptada do contexto técnico-científico e jurídico. (39)

Relativamente à fiscalização do cumprimento da legislação referente aos suplementos


alimentares a nível nacional, existe a ASAE. (39)

ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (Órgão de Policia Criminal do


Ministério da Economia e da Inovação).

4.1.2.3 Legislação dos estabelecimentos que comercializam suplementos alimentares

Relativamente aos estabelecimentos que comercializam os suplementos alimentares,


podem ser farmácias, ou estabelecimentos como ervanárias, drogarias ou dietéticas, entre outros.
As farmácias são fiscalizadas pelo INFARMED. A fiscalização dos outros estabelecimentos, em
Portugal, como os produtos que são suplementos alimentares, está a cargo da ASAE. (38)(39)

25
4.2. Citrus aurantifolia
Citrus aurantifolia (Fig. 4) ou ´´key lime``, ou lima, é um limão galego da família Rutaceae
e é cultivado a nível mundial, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais principalmente
para seu uso como alimento ou aditivo alimentar, e também para aliviar a febre, dor de garganta,
tosse, resfriado e indigestão. (25)

FIGURA 4 - CITRUS AURANTIFOLIA (FRUTO)(79)

Apresenta atividade terapêutica antibacteriana, antifúngica, anti-hipertensora, anti-


inflamatória, anti-lipidémica, anti-oxidante, anti-parasitante e antiplaquetária. Para além disso,
também é utilizada no tratamento cardiovascular, hepático, osteoporose e urolitíase e atua como
promotor de fertilidade e inseticida.(48)

Contêm substâncias fitoquímicas ativas que são alcalóides, carotenóides (β-caroteno,


cumarinas (furanocumarinas), óleos essenciais, flavonóides, ácidos fenólicos (ácido clorogénico)
e triterpenóides.(48)(49) Para além disso ainda contêm fenóis, taninos, ácido ascórbico,
riboflavina, tiamina e niacina. (48) Dentro dos flavonóides, contêm flavonas (apigenina),
flavonóis (campferol, quercetina e rutina), flavanonas (hesperidina e naringenina). (48)(50)

O artigo de Spadaro et al. reportou que os óleos essenciais da planta tinham 59% de
limoneno, 16% de β-pineno, 9% de γ-terpineno e 5% de citral. E no artigo de Costa et al. reportou
que tinha 54% limoneno, 17% de γ-terpineno, 13% de β-pineno e 3% de citral.(48)

Foi realizada a experiência em que utilizaram a lima nos ratos sem e com cetotifeno que
tem a atividade anti-histamínica, estimulante de apetite e reduz a velocidade do metabolismo o
que induz o aumento de peso. Verificou-se a perda de peso em ambas as situações, o que significa
que a lima causa a perda de peso e julga-se que actue como supressor de apetite.(25).

Sobre a toxicidade, o C. aurantifolia contêm a substância citral responsável pelos efeitos


mielotóxicos. (51) Outra substância é a furanocumarina que apresenta potência fototóxica.(49)

26
4.3. Citrus aurantium
Citrus aurantium (C. aurantium) (Fig. 5) é uma espécie da família Rutaceae. Os seus
nomes vulgares são laranja amarga ou laranja de Sevilha, laranjeira-azeda ou laranjeira brava.
(32)(26) É uma planta que vem da origem do Sueste da Ásia tropical e subtropical, e foi
introduzida pelos árabes em Países mediterrâneos e depois em outras regiões do globo.(32)

Os extratos têm sido utilizados como suplementos alimentares há cerca de 20 anos para
o tratamento do peso, produção de energia, e desempenho desportivo, bem como o controlo de
energia e apetite. Na medicina tradicional chinesa, têm utilizado a casca e/ou fruta imatura seca
há centenas de anos para uma variedade de aplicações de saúde, incluído indigestão, diarreia,
disenteria, constipação e como expetorante. No sul de América, tem sido utilizada para o
tratamento de insónia, ansiedade e epilepsia(52)

FIGURA 5 - CITRUS AURANTIUM (FRUTOS)(32)

A planta apresenta atividade farmacológica sedativa, espasmolítica, supressor de apetite,


propriedades venotónicas e emolientes e pode atuar como aperitivo, eupéptico e colagogo.(32)

A planta é constituída por flavonóides responsáveis pelo sabor amargo (naringósidos,


neo-hesperidósidos) e outros não amargos (rutósido, hesperidósido, sinensetósido),

27
furanocumarinas, sais minerais, pectina, ácidos orgânicos (cítrico, ascórbico e málico), óleos
essenciais, glúcidos e polifenóis.(32) E para além disso também contêm alcalóides ativos que são
a sinefrina (mais abundantes e podem ser ρ-sinefrina e m-sinefrina), a octopamina e a tiramina
(menos frequente).(53)

FIGURA 6 - ESTRUTURA QUÍMICA DE P-SINEFRINA(54)

A ρ-sinefrina (Fig. 6) é um derivado de feniletilamina com um grupo hidroxilo na posição


para no anel benzeno da molécula e tem como função agonista do recetor adrenérgico β-3 que
permite aumentar a termogénese e lipólise.(52)(53) Verificou-se que a ρ-sinefrina suprime o
apetite e melhora o controlo alimentar nos humanos e animais. O recetor Neuromedin U2
(NMUR2) está presente nas regiões hipotalâmicas do cérebro e está associado à regulação da
ingestão de alimentos, balanço energético, stress e nocicepção. No artigo de Shara et al., 2016,
diz que foi realizado um estudo onde se verificou que a ρ-sinefrina ligou ao recetor NMUR2 com
alta eficácia e potência.(52)

Nenhum efeito adverso ou contra-indicações foram diretamente atribuíveis ao extrato de


laranja amargo ou à p-sinefrina.(54)(32)

Foram levantadas dúvidas sobre a segurança de ρ-sinefrina porque apresenta alguma


semelhança estrutural à efedrina (Fig. 7). E a ρ-sinefrina tem sido referida amplamente como um
estimulante que exibe a atividade cardiovascular. (52)

FIGURA 7 - ESTRUTURA QUÍMICA DA Ρ-SINEFRINA E EFEDRINA (52)

28
Apesar de haver alguma semelhança na estrutura química, a efedrina é um derivado de
fenilpropilamina e não contêm o grupo hidroxilo no benzeno. E as diferenças químicas entre ρ--
sinefrina e efedrina alteram bastante a estereoquímica, farmacocinética, ligação do recetor
adrenérgico e propriedades fisiológicas/farmacêuticas. Portanto os efeitos observados com a
efedrina não podem ser extrapolados para ρ-sinefrina e os extratos de C. aurantium. Logo ρ-
sinefrina não tem os efeitos adversos cardiovasculares associados com a efedrina em doses
comuns usadas. (52)

29
4.4. Cuminum cyminum
Cuminum cyminum (Fig. 8) é o cominho que pertence à família Apiaceae, é originário
da região Mediterrânea e do Egito e tem sido cultivada na India, China, no médio Oriente e nos
países mediterrâneos. (55)(56)

No tratamento terapêutico, utiliza-se o óleo de cominho extraído da fruta madura e das


frutas secas maduras para o tratamento de dores de dente, dispepsia, epilepsia, icterícia e diarreia.
As suas atividades farmacológicas são antimicrobianas, inseticidas, anticancerígenas,
antioxidantes, anti-inflamatórias, analgésicas, e redução de peso. (56)

FIGURA 8 - CUMINUM CYMINUM (FRUTOS)(32)

É constituída por alcalóides, antraquinonas, cumarinas, flavonóides, glicósidos, resinas,


saponinas, taninos e esteroides. (56) Outas constituições são o óleo essencial, óleo gordo
(glicéridos e fitoesteróis), ácidos e ésteres aromáticos e mucilagem, aldeído cumínico, álcool
perílico, álcool cuminico, β-pineno, dipenteno, β-cimeno, β-feladreno e sesquiterpenos.(32)

O efeito do cominho em pó na composição corporal e no perfil lipídico foi estudado em


mulheres com excesso de peso e obesas num ensaio clínico randomizado. 88 mulheres com
excesso de peso/obesidade foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos. O grupo
experimental recebeu 3 g / dia de cominho em pó com iogurte em duas refeições por 3 meses. A
mesma quantidade de iogurte sem cominho foi prescrita para o grupo controle. Todos os pacientes
receberam aconselhamento nutricional para perda de peso de forma semelhante. O pó de cominho

30
reduziu os níveis séricos de colesterol em jejum, triglicerídeos e LDL e aumentou o HDL. O peso,
o IMC, a circunferência da cintura e a massa gorda também foram significativamente reduzidos.
No entanto, não exerceu efeito sobre o açúcar no sangue em jejum e massa livre de gordura.(56)

Outro estudo verificou que o consumo desta planta levou à perda de peso e IMC semelhante em
relação a toma do fármaco orlistato 120. (56)

Não se recomenda o óleo essencial por via interna durante a gravidez, a aleitação, a
crianças menores de 6 anos ou a doentes com gastrites, úlceras gastroduodenais e outras doenças
intestinais.(32)

O óleo essencial em doses elevadas apresenta toxicidade neurotóxica e é fotossensibilizante


pelo que se deve evitar aplicar durante a exposição ao sol, se for aplicado na pele.(32)

31
4.5. Hoodia gordonii
Hoodia gordonii (Masson) Sweet ex Decne (Fig. 9) é um cacto suculento da família
Apocynaceae que cresce no deserto Kalahari (Sul de África), Namibia e Botswana. (57)(58) Tem
sido utilizada há milhares de anos por Xhomani Bushmen como supressor de fome e de sede
durante as viagens para a caça. (58)

FIGURA 9 - HOODIA GORDONII (80)

Os seus extratos são ricos em glicósidos de pregnano contendo hoodigosides ( C, E, F,


K, L, O,P) e o glicosídeo oxipregnano esteróide p57 (Fig. 10) que é o composto ativo responsável
pela supressão da fome. (59)(60)

FIGURA 10 - ESTRUTURA QUÍMICA DO P57 (81)

No artigo (MacLean and Luo, 2004) foi reportado que a administração de p57 levou a
uma diminuição significativa da ingestão de alimentos em ratos, associados com um aumento da
produção de ATP no hipotálamo o que levou a ideia de o p57 conseguir ativar algum sensor de
energia no hipotálamo para alterar o metabolismo e, portanto o apetite. (28)

32
Outro artigo (Le Neve et al.2010) reportou a realização de experiências de ratos in vivo e
in vitro demonstrando a habilidade do extrato da planta para a indução de secreção da
colecistoquinina no intestino. A colecistoquinina facilita a supressão do apetite através do nervo
vago apoiando a noção do p57 como um composto anoréxico.(28)

Outro estudo reportou que na administração aguda de H. gordoni em doses de 25 mg/kg


e 50mg/kg, verificou que houve uma redução do tempo de imobilidade nos ratos.(57)

Para além de suprimir a fome, leva a diminuição dos tamanhos dos tecidos adiposos. Mas
verificou-se uma diminuição do diâmetro das fibras musculares do gastrocnemio, aumento da
tensão e da frequência cardíaca, hipertrofia ventricular esquerda e o estômago inchado ou
dilatado.(61)

No passado, H. gordonii foi considerado como recurso para o tratamento da hipertensão,


problemas gastrointestinais e diabetes mas estes efeitos ocorrentes pertencem a diferentes
espécies de Hoodia.(28)

H. gorgonii tem sido bastante caracterizada pelas comunidades científicas nas disciplinas
de botânica e química das plantas, no entanto os estudos para avaliar os seus efeitos fisiológicos
são relativamente escassos. Além disso, várias empresas farmacêuticas que inicialmente estavam
envolvidas no desenvolvimento comercial da planta, posteriormente perderam o seu interesse
devido à inexistência de estudos sobre os seus efeitos adversos.(28)

33
4.6. Ilex paraguariensis
Yerba mate (nome botânico: Ilex paraguariensis) (Fig.11) da família Aquifoliaceae é uma
planta que vem da origem da região subtropical do Sul da América incluindo o sul do Brasil, norte
da Argentina, Paraguai e Uruguai. (62) É utilizada para suprimir o apetite, estimular a digestão e
como função de antioxidante. (29)

FIGURA 11 - ILEX PARAGUARIENSIS (FOLHA) (82)

Os extratos da Yerba maté (Fig. 12) são ricos em polifenóis, xantinas, alcaloides e
flavonóides (quercetina e rutina), ácidos fenólicos (ácidos clorogénicos e cafeicos), cafeína e
saponinas. (29)(62) As suas propriedades farmacológicas são a atividade anti-oxidante, efeitos
protetores contra o dano induzido pelo DNA, vasodilatadora, inibição da glicação e aterosclerose,
efeitos anti-inflamatórios, propriedades quimiopreventivas, efeitos termogénicos, efeitos anti-
obesidade, aumento da resistência à insulina, e melhora a tolerância à glicose. (62)

FIGURA 12 - ILEX PARAGUARIENSIS (EXTRATOS)(83)

34
Os estudos revelaram que as ações de I. paraguariensis são a redução da diferenciação
dos pré-adipócitos, diminuição da acumulação de lípidos adipócitos, diminuição da ingestão de
alimentos, diminuição do peso corporal sérico, triglicéridos séricos e concentrações de glicose no
sangue, redução dos níveis de insulina e leptina, e regulação dos genes de adipogénese.(63)

Vários estudos foram realizados em modelos celulares e animais obesos para avaliar os
efeitos da I. paraguariensis em vários genes relacionados à adipogénese. A adipogénese é um
processo de desenvolvimento pelo qual uma célula-tronco mesenquimatosa multipotente se
diferencia em um adipócito maduro. Este processo envolve uma cascata de fatores de transcrição
altamente regulada e coordenada, incluindo as famílias de PPAR, C/EBP e SREBP, que em
conjunto levam ao estabelecimento do estado diferenciado. O I. paraguariensis ativa o
adipogénese regulando os níveis da expressão dos genes dos fatores de transcrição pro-
adipogenicos, tais como Ppar-γ2 e C/EBP, in vivo e in vitro. As expressões de C/EBP e Ppar-γ2
dependem de outros genes que também são essenciais à adipogénese, tais como a Creb1 e o Dlk1.
E a I. paraguariensis modula a expressão in vivo e in vitro desses genes, contribuindo assim
diretamente para a regulação da adipogénese.o que se pode ver na Fig. 13. (62)

FIGURA 13 - MECANISMO DE ADIPOGÉNESE IN VIVO E IN VITRO (62)

Além disso, demonstrou-se que I. paraguariensis regula a adipogénese de uma maneira


dependente de β-catenina. A via de sinalização de β-catenina é iniciada pela ligação da família
WNT, entre eles, Wnt1, Wnt10b e Wnt3a. A expressão Wnt10b é o regulador adipogénico
primário, e Wnt1 e Wnt3 atuam sinergicamente. A ligação de Wnt10b aos recetores SFRP1 e
LRP5 vai inibir a GSK-3, resultando na hipofosforilização da β-catenina. A β-catenina transloca-

35
se para o núcleo, onde se vai ligar ao fator de transcrição TCF, reprimindo a expressão de C/EBP-
α e PPARγ, e portanto inibindo a adipogénese, como se pode ver na Fig. 13. (62)

Como descrito posteriormente, é misturado com outras duas plantas Morus alba e
Magnolia officinalis dando origem a mistura designada de UP601.(29)

Os estudos mostram que a toxicidade aguda e subcrónica de I. paraguariensis não


apresentaram efeitos sobre a sobrevivência, observações clinicas, exame macroscópico e
histopatológico de órgãos, e inalteração das maiorias dos parâmetros bioquímicos e
hematológicos considerando a planta segura não só para os ossos como também para a saúde em
geral. (64)

36
4.7. Magnolia officinalis
Magnolia officinalis (Fig. 14) é uma planta que está distribuída na zona Este e Sudeste da
Ásia e pertence à família Magnoliaceae. A sua casca tem sido muito utilizada em medicamentos
tradicionais japoneses e chineses para o tratamento de distúrbios gastrointestinais, ansiedade,
depressão, distúrbios nervosos, asma, alergia, dores de cabeça, dor muscular e febre. (65)

FIGURA 14 - MAGNOLIA OFFICINALIS (FLORES)(84)

A casca (Fig. 15) é composta por liganos (magnolol e honokiol), alcalóides (aporfina e
benzilisoquinolina) e óleos essenciais (álcoois sesquiterpenóides como por exemplo o α, β e γ-
eudesmol). (65)

FIGURA 15 - MAGNOLIA OFFICINALIS (CASCA) (65)

Foi preparado a UP601, uma mistura de extratos composta pela casca de Magnolia
officinalis, folha de Ilex paraguariensis (Yerba mate) e raiz de Morus alba com pelo menos de

37
7% de magnolol e honokiol, 2% de cafeína e 1% de bioflavonoides totais incluindo kuwanon G
e albanin G. (29) Os estudos revelaram-se que com a administração oral da UP601 a ratos
alimentados com alto teor de gordura e frutose durante 7 semanas, houve redução do peso
corporal, e para além disso moderou a dislipidémia e hiperglicémia. (29)

Honokiol (um dos principais bioativos constituintes da M. officinalis) é o agonista de


PPARγ (recetor ativo por proliferadores de peroxissoma) parcialmente não adipogênico que
consegue ligar-se ao recetor dos retinóides (RXR). Honokiol em conformidade para o modo de
ligação dual PPARγ/RXR, não se verificou a acumulação de lípidos dependentes de PPARγ em
adipócitos 3T3-L1, o que surge como modulador de PPARγ. Para avaliar a atividade potencial
pró-adipogênica da substância, foi utilizado dois modelos diferentes de adipogénese in vitro.
Considerando o agonista completo de pioglitazona, este induziu uma diferenciação potente
adipogênica dependente de PPAR em ambos os modelos celulares, enquanto que o honokiol não
exibiu propriedades adipogênicas. Além disso, o perfil de atividade favorável observado in vitro
foi ainda confirmado in vivo no modelo de ratos diabéticos KKAy, no qual o honokiol não apenas
impediu o aumento da hiperglicemia mas também suprimiu o ganho de peso, influenciando de
uma forma negativa a adipogénese. (66)

Sobre a toxicidade, a Magnolia officinalis apresenta efeitos de genotoxicidade e


hepatóxicos, provocando um aumento absoluto e relativo da tiróide e um aumento relativo nos
rins dos ratos em altas doses. (65)

38
4.8. Morus alba
Morus alba L (Fig.16) é uma amoreira ou amora branca que pertence à família Moraceae.
Esta é nativa do nordeste da china e tem sido cultivada desde a Índia através do médio Oriente
para o sul da Europa e recentemente no Norte de América. (29) A cor branca de M. alba advém
da presença dos fenóis e flavonoides totais existentes nas células externas. (67)

FIGURA 16 - MORUS ALBA (FRUTO) (85)

A casca de raiz da Morus alba (Fig. 17) é utilizada como medicamento tradicional,
conhecida por Sang Bai PI ou Cortex Mori de acordo com a farmacopeia de People´s Republic of
China.(29) A sua utilização tem sido documentada pela farmacopeia People´s republic of China
e British Herbal, apresentando propriedades antibacterianas, anti-oxidantes, hipoglicémicas,
neuroprotetoras, analgésicas, anti-inflamatórias e anti-ulcerosas. (29)(68)

É rica em flavonóides, flavonóides prenilados (kuwanon C e G, morusina, e sangênon D)


e fenóis totais, e para além disso contêm minerais (sendo os mais abundantes são N,P,K e Ca),
ácido ascórbico, stilbenoids (mulberroside A) (Estilbeno) e ácidos gordos. (29)(67)(68)

FIGURA 17 - MORUS ALBA (CASCA DA RAIZ)(86)

39
Os estudos reportaram que os extratos da planta aumentam os níveis de adiponectina nos
adipócitos, a absorção de glicose e a translocação GLUT4 nos tecidos adipócitos, inibe a atividade
α-glucosidase, α-amilase e dissacaridase intestinal. (63)(68)

A hormona melanina-concentração é um polipéptido cíclico de 19 aminoácidos expresso


predominamente no hipotálamo lateral e zona incerta do sistema nervoso central. A hormona tem
um papel importante na alimentação e no metabolismo energético. Os efeitos da hormona agem
através do subtipo 1 do receptor da hormona, que é um membro da família de receptores acoplados
à proteína G. Pensa-se que o receptor é o alvo terapêutico importante na obesidade e síndrome
metabólica. Os estudos revelaram que os extractos da M. alba exerce o efeito antagonista sobre o
receptor da hormona e na sua administração crónica, leva a redução de peso, ingestão de alimentos
e a adiposidade. (69)

Sobre a toxicidade, os estudos revelaram que é baixa por via oral a uma dose de 2000 mg/kg
mas pode levar a redução da quantidade de hemoglobina e interferir a hematopoiese diminuindo
o volume de células e até levar a sua morte, alterações bioquímicas e histopatológicas o que indica
que é necessário ter cuidado no seu uso. (70)

40
4.9. Panax ginseng
A raiz da planta Panax ginseng C. A. Meyer (Fig. 18) (da família Araliaceae) tem sido
utilizada como uma das ervas medicinais mais populares no tratamento de várias doenças nos
países Coreia, China e Japão por mais de milhares de anos. (71)(30) Os sinónimos da planta são
Ginseng-coreano e Ginseng-chinês. Existem em duas formas: o ginseng vermelho quando a raiz
é submetida ao vapor de água antes de seca e o ginseng branco quando a raiz é seca pelos
processos correntes. (72)(73)

FIGURA 18 – PANAX GINSENG (87)

É constituída por saponósidos, triterpénicos, tetracíclicos poli-hidroxilados, ginsenósidos


(2 a 3%). Conhecem-se pelo menos 30, dos quais os clássicos são 14 ginsenósidos neutros: 7 são
derivados do protopanaxadiol diferenciando-se pela natureza do dissacárido ou do trissacárido
fixado no hidroxilo em C20 (ginsenósidos Ra1, Ra2, Rb1, Rb2, Rb3, Rc e Rd); 6 são derivados do
protopanaxatriol, todos com um resíduo osídico fixado em C6, sendo 3, com o hidroxilo em C20
livre (Rf, Rg2,Rh1); o último saponósido neutro é um derivado do oleanano (ginesósido R0). Os
maioritários são os ginsenósidos Rb1, Rb2 e Rg1. Além desses compostos ativos, também contêm
glúcidos, fitosteróis, vitaminas do grupo B, óleo essencial, péptidos, poliinas, hidrocarbonetos,
álcoois sesquiterpénicos. (72)

As atividades farmacológicas atribuídas a esta planta são atividade anti-inflamatória,


neuroprotectora, antidiabética, anticancerígena, imunoestimulante, estimulante do SNC, protetora
do stress físico e psicológico, das radiações e toxinas, controlo sobre o metabolismo lipídico e até
sobre a flora intestinal (73)

Baseado nos estudos do artigo (Rupnick et al.,2002 e Cao,2007) reportou-se que a massa
do tecido adiposo pode ser regulada pela angiogénese. A espécie Panax ginseng consegue inibir
a angiogénese, isto é, as suas propriedades anti-angiogênicas levam a perda de peso. (30)
Realizaram um estudo onde verificaram que houve uma grande diminuição do peso do corpo e de

41
massa do tecido adiposo nos ratos administrados com Panax ginseng comparando com os ratos
de controlo sem a planta. (30)

Fatores angiogênicos derivados do tecido adiposo, tais como VEGF-A e FGF-2, podem
induzir sinergicamente a angiogênese. Em geral, o sistema VEGF representa a maioria das ações
angiogênicas no tecido adiposo. Dentro da família VEGF, incluem VEGF-A, VEGF-B, VEGF-C
e VEGF-. Entre elas, VEGF-A é um importante fator angiogênico que estimula proliferação e
migração de células endoteliais. A sobreexpressão do VEGF aumenta o tamanho e o número de
vasos sanguíneos em ambos os tecidos adiposos brancos e marrom. FGF-2 é também um
estimulador potente de proliferação, diferenciação e migração das células endoteliais e aumenta
a diferenciação dos adiposos. No mesmo estudo, verificaram que os níveis de RNAm de VEGF-
A e FGF-2 encontravam-se baixas nos ratos com Panax ginseng. (30)

Os níveis de RNAm também foram reduzidos pelos ginsenósidos totais e ginsenósidos


individuais incluído Rb1, Rb2, Rb3, Rc, Rd, Rg1 e Rg2. Em particular, Rb1, que é o mais abundante
entre os ginsenósidos foi o mais efetivo entre os ginsenósidos. Logo P. ginseng exerce o efeito
inibitório sobre a expressão de VEGF e FGF-2 em tecidos adiposos e down-regulation em tecidos
adiposos o que pode levar ao tratamento da obesidade e distúrbios relacionados. (30)

O P. ginseng é bem tolerado, sendo considerado seguro. As reações adversas mais usuais
são as náuseas, diarreia, euforia, cefaleia, mastalgia. (72)(74)

O uso continuado de ginseng origina o ´´síndrome de abuso do ginseng`` que significa


aumento de pressão sanguínea, retenção de água, nervosismo, insónia, urticária e diarreia matinal.
(72)

As contra-indicações são gravidez, aleitação, hipersensibilidade ao fármaco, hipertensão,


insónias, taquicardia, hiperestrogenismo e as suas manifestações, febres, infeções agudas e
hemorragias nasais. Não se deve associar a fármacos ansiolíticos, nem a inibidores da MAO ou a
antiagregantes plaquetários. E não se deve associar ao chá, ao café e a outros estimulantes.
(32)(72)

42
5. Discussão
Na comparação dos ensaios clínicos entre as pessoas que realizaram a cirurgia bariátrica
e as pessoas que não realizaram, verificaram uma diminuição do odds ratio, risco da mortalidade
global, da mortalidade cardiovascular e das outras causas. Mas para ser recomendado a cirurgia
bariátrica, tem que ser baseado na relação risco-benefícios juntamente com outros fatores incluído
saúde psicossocial, adesão, expetativas e custo. (19)

Nos fármacos, menos de 3% das pessoas que são obesas são tratadas com a prescrição
médica. A razão pela baixa taxa de prescrição é devido à falta de conhecimento e preocupação
sobre a segurança com o uso de medicamentos anti-obesidade, a disponibilidade de poucos
medicamentos e as atitudes tendenciosas em relação à obesidade. (19). Em USA, utilizam o
orlistato, o liraglutido, a naltrexona/bupropiona, a lorcaserina e a fentermina/topiramato, mas na
Europa, apenas utilizam o orlistato, o liraglutido e a naltrexona/bupropiona uma vez que os outros
dois fármacos, a lorcaserina e a fentermina/topiramato, não são autorizados devido aos efeitos
secundários. Mas de acordo com o estudo, prevê-se que a tendência é de um aumento do
preenchimento da lacuna farmacológica existente no que respeita às terapêuticas
farmacoterapêuticas para o emagrecimento. (22)

Desde a Antiguidade, que existe o recurso das plantas para o tratamento de doenças. No
início este conhecimento era empírico, e baseava-se principalmente na experiência. Com o tempo,
foram descobertos os motivos do uso de plantas medicinais específicas para o tratamento de certas
doenças. No séc. XVI, devido à iatroquímica, as plantas caíram em desuso. Atualmente, com o
aumento das contraindicações e diminuição da eficácia, o uso das plantas voltou a ser relevante.
(75).

O consumo de plantas medicinais tem apresentado um crescimento nos últimos anos. A


facilidade de acesso da população às plantas e aos fitoterápicos, a crença de que o medicamento
natural é inofensivo, e também por ser uma alternativa mais econômica, acabam por serem fatores
que têm estimulado o consumo desse tipo de tratamento.

Cerca de 65 a 80% da população, na atenção primária de saúde, preferem e confiam em


consumir produtos ditos naturais, como plantas e fitoterápicos, para o tratamento de doenças, por
se tratarem de uma forma de medicação com menos efeitos adversos e por serem menos
agressivos ao organismo. (31).

O óleo essencial de Citrus aurantifolia poderá desempenhar um papel importante na


perda de peso e na utilidade nos tratamentos da obesidade e doenças relacionadas bem como na
prevenção de efeitos colaterais de aumento de peso dos fármacos e cetotifeno. (25)

43
Os extratos da laranja amarga e ρ-sinefrina são úteis no controlo de peso, desempenho
desportivo, energia e controlo de apetite, mas existem poucos estudos sobre algumas das suas
propriedades. (52)

O Cuminum cyminum teve os mesmos efeitos que o orlistato sobre o peso e IMC, mas
teve efeitos benéficos sobre o metabolismo da insulina comparando com o fármaco. (27)

Hoodia gordonii apresenta atividade supressora de apetite, mas são necessários mais
estudos fisiológicos sobre o seu mecanismo de ação, bem como os efeitos colaterais. (28)(61)

A mistura UP601 (utilizando as plantas individuais de uso histórico seguro) poderia ser
considerado como uma alternativa natural para suprimir o apetite e gerenciar o metabolismo.(63)

Para além da mistura, a casca da raiz da amoreira pode ser utilizada como um recurso
funcional com efeitos farmacológicos e promocionais para a saúde contra a obesidade.(68)

Ilex paraguariensis pode ser útil contra a obesidade, melhorando os parâmetros lipídicos
em humanos e modelos animais. Além disso, a planta modula a expressão de genes que são
alterados no estado obeso e restaura-os a níveis mais próximos dos normais da expressão. (62)

A Magnolia officinalis contêm honokiol que identifica o PPARγ e suprime a


hiperglicemia e o ganho de peso, o que a torna um produto natural interessante com potência para
ser explorado nas farmácias ou suplementos dietéticos. (66)

Panax ginseng tem sido utilizado como uma planta medicinal tradicional nas sociedades
orientais e agora é uma planta medicinal natural popular e utilizada mundialmente. Apresenta
efeito inibitório sobre a expressão de VEGF e FGF-2 e down-regulation dos fatores angiogênicos
em tecidos adiposos o que pode levar a tratamento contra obesidade e distúrbios relacionados.
(30)

Um dos problemas é que as pessoas não têm consciência que as plantas podem causar
riscos e com a falta da fiscalização dos órgãos responsáveis, o seu acesso é mais fácil uma vez
que as plantas podem ser encontradas em feiras, internet ou farmácias e sem necessidade de
receita médica.

O papel do farmacêutico pode ser importante em conscientizar as pessoas propondo uma


mudança do hábito de vida com exercício físico e dieta, evitando a automedicação para perda de
peso. Para além disso, alertar para os riscos no uso irracional e indiscriminado de plantas
medicinais e fitoterápicos e para as interações medicamentosas e os seus efeitos adversos.

É muito importante arranjar instrumentos educativos que informem sobre esses perigos e
levar o paciente a ter uma maior noção da situação e uma melhor qualidade de vida. (31)

44
6. Conclusão
A obesidade é uma das doenças não transmissíveis mais graves e prevalentes do século
XXI. Os pacientes afetados pela doença procuram tratamento que de modo geral é efetuado
através de três abordagens:

1.º Mudança do estilo de vida, com exercício físico e dieta adequadas ao metabolismo, perfil e
fatores de risco;

2.º Fármacos, se o paciente não for capaz de atingir o objetivo de peso e saúde somente com a
mudança do estilo de vida. Os medicamentos para a obesidade tradicionalmente baseiam-se em
duas categorias: supressores do apetite ou anorexigenos e bloqueadores de gordura
gastrointestinal;

3.º Cirurgia bariátrica - demonstrou ser um tratamento efetivo e de longo prazo para indivíduos
com obesidade grave ou moderada complicada por condições comórbidas de alto risco (doença
cardiopulmonar ou diabetes tipo 2) que não respondem ao tratamento não cirúrgico.

A obesidade afeta todas as faixas etárias, a cirurgia nem sempre é aplicável ou adequada
e o recurso a fármacos é extremamente limitado pois até à data existem unicamente 3
medicamentos aprovados na União Europeia. Além de escassos estes medicamentos, necessitam
de prescrição médica e não são acessíveis a toda a população.

Assim, a procura por medicamentos para emagrecer cresce a cada dia. À indústria
farmacêutica interessam novos fármacos, para aumentar a variedade e diversidade assim como
pela necessidade de terapêuticas específicas. O consumidor tende a interessar-se por preparações
à base de plantas, seja por considerar que são um produto natural e consequentemente “mais
seguro” (muitas vezes equivocadamente) seja pelo fascínio pela “Medicina tradicional”, como
alternativa eficaz para medicamentos convencionais clássicos.

As plantas como fonte de novos fármacos devido à sua grande diversidade tanto a nível
biológico como químico apresentam um amplo e enorme potencial.

Atualmente já são bastante utilizadas algumas plantas como a Camellia sinensis, a cáscara
sagrada e a alcachofra. Nesta monografia deu-se especial relevo a: Citrus. aurantifolia; Citrus
aurantium; Cuminum cyminum; Hoodia gordoni; Ilex paraguariensis; Magnolia officinalis;
Morus alba e Panax ginseng.

A maior parte dos produtos à base de plantas comercializa-se como suplemento alimentar,
devido ao facto da entrada no mercado ser muito mais célere e menos dispendiosa.

45
Os suplementos alimentares não sendo comercializados como medicamentos à base de
plantas, não têm as exigências de apresentação de dados de segurança, de eficácia e de toxicidade
e de inclusão de informação complementar ao utilizador e têm um controlo menos rigoroso,
comparado com o da Indústria Farmacêutica relativamente à qualidade da matéria-prima e do
produto acabado e às normas de boa fabricação. A tentativa de uniformização das legislações dos
Estados-Membros respeitantes aos suplementos alimentares veio introduzir alterações no sentido
de maior proteção do consumidor e da concorrência leal entre todos os intervenientes no mercado.

A automedicação inadequada (sem uma dosagem específica), tendo em conta que os


princípios ativos das plantas medicinais são substâncias químicas e que apresentam atividade
farmacológica, sobre o organismo, podem gerar uma série de efeitos colaterais, reações alérgicas,
efeitos tóxicos graves, interação medicamentosa, não sendo aconselhável, principalmente para
mulheres grávidas.

Há evidência de que muitas plantas e seus componentes podem ser extremamente tóxicos
para os seres humanos.

Entre as plantas utilizadas existem especificidades e indicações diferentes, tendo lugar


uma escolha diferenciada consoante o diagnóstico da causa do excesso de peso. Este pode ser
ocasionado por diversos fatores, como: apetite aumentado; metabolismo lento; disfunções
hormonais; trânsito intestinal lento; acumulação de líquidos; entre outras situações.

Com base nos elementos reunidos podemos considerar:


 Existe um elevado potencial no mundo vegetal e seria muito importante ter estudos mais
aprofundados;
 Com o crescente interesse pelo que é natural, desenvolveu-se um mercado cada vez maior
levando mais empresas a ponderar o investimento nesta área;
 Do estudo efetuado sobre as plantas podemos concluir que, existe um potencial de
emagrecimento, nalguns casos, mas o fato de ser produto natural não significa que não possa
fazer mal;
 Os estabelecimentos em que os suplementos alimentares podem ser vendidos, como por
exemplo em ervanárias e afins, os profissionais muitas vezes não têm formação adequada. Ao
contrário das farmácias cujos profissionais podem ter acesso a medicação do utente,
permitindo identificar doentes de risco e doentes polimedicados, não podem aceder ao
historial clínico dos utentes o que é importante principalmente em doentes de risco
(oncológicos, transplantados, diabéticos, hipertensos, doentes polimedicados).
 No futuro as exigências deviam ser cada vezes maiores principalmente na avaliação prévia
dos suplementos alimentares antes da sua entrada no mercado. Muitas vezes antes de se ter

46
informação sobre o produto já a população foi sujeita a uma intensa publicidade nos meios
de comunicação.

Corpos esbeltos são, desde há muito, sinónimo de juventude, saúde e beleza. Mas o novo
milénio é mais exigente: o físico perfeito é, ainda, essencial à felicidade e realização pessoal,
sucesso e influência, além de abrir portas no mercado laboral. Muitos não o conseguem somente
com exercício físico e dieta adequada. Há uma luta diária para alcançar ou recuperar o peso ideal
(por vezes é mais difícil manter do que perder peso).

O Mundo vegetal é constituído por milhares de plantas. As plantas com a riqueza da sua
constituição poderão ser uma ajuda valiosa, como já foram noutros casos. Seria um grande serviço
público conseguir o(s) fármaco(s) que ajude a emagrecer e a manter o peso. Muitos são os
laboratórios que o procuram e milhões de pessoas em todo o mundo sonham com produtos
eficazes, acessíveis e de fácil utilização.

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