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A criação do mundo (iorubá)

No princípio, Olorum, o ser supremo, governava o Orun, o céu. A Terra não era nada
mais que uma imensidão de pântanos. Então, Obatalá, a divindade da criação, teve a ideia
de colocar terra sólida sobre os pântanos.
Obatalá trabalhou quatro dias e construiu Aiyê, o nosso mundo, com montanhas,
campos e vales. Para que o novo lugar tivesse vida, Olorun criou o Sol.
Para povoar o lugar, Obatalá modelou os humanos no barro e colocou neles o emi, o
sopro da vida. Obatalá voltou ao Orun e contou as novidades aos orixás.
Os orixás são seres divinos que personificam os elementos da natureza e são
indispensáveis ao equilíbrio e à continuidade da vida. Eles foram viver com os humanos, e
Olorum os orientou: só haveria harmonia se os orixás ouvissem os humanos e os
orientassem e assim eles seriam seus protegidos.

Senhora das águas salgadas e padroeira dos pescadores, Iemanjá é a onda do mar,
o maremoto, a praia em ressaca, a marola. É ela quem controla as marés e quem protege a
vida dentro e fora do mar. Direciona o caminho de seus devotos. Acalma as mentes aflitas e
protege famílias. Odoyá!

(Canto de Iemanjá)
Iemonjá Ogun
Ogun pá jare a oyô
Padê lô jé
Iemonjá Ogun a oyô

Oxóssi, Grande caçador, guardião da mata, senhor de uma só flecha. Orixá


responsável pela fundamental atividade da caça, por isso na África é também cultuado
como Odé, que significa caçador. É tradicionalmente associado à lua e à noite, melhor
momento para a caça. Rodeado de animais, seus movimentos são como uma dança com
arco e flecha.

(Canto de Oxóssi)
Awa nixá Odé loko Un Ofa Akeram
Odé Inxeuê é loko un Ofá Akueran ê
Araye Odé Arere oke
É Orixá ero Orun Ofá akueran

Generosa e digna, Oxum é a rainha de todos os rios e cachoeiras. Vaidosa, é a mais


importante entre as mulheres da cidade, a Ialodê. É a dona da fecundidade das mulheres, a
dona do grande poder feminino. É a própria vaidade, dengosa e formosa, paciente e
bondosa, mãe que amamenta e ama. Ora ieiê ô.

(Canto de Oxum)
Oro mi má
Oro mi maió
Oro mi maió
Yabado oyeyeo
Oro mi má
Oro mi maió
Oro mi maió
Yabado oyeyeo
Não se pode falar de Xangô sem falar de poder. Ele expressa autoridade dos
grandes governantes, mas também detém o poder mágico, já que domina o mais perigoso
de todos os elementos da natureza: o fogo. O poder mágico de Xangô reside no raio, no
fogo que corta o céu, que destrói na Terra, mas que transforma, que protege, que ilumina o
caminho. Caô Cabecilê.

(Canto de Xangô)
O Zaze ê, o zazê á
O Zaze ê maiangolê, maiangolá.
Zaze kinambô aê aê
Kumbela Zaze, o Zaze ê.

A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do


tempo que se fecha sem chover.
Iansã é guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do
dia-a-dia é a sua felicidade. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma
proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Iansã é a mulher que acorda de manhã,
beija os filhos e sai em busca do sustento. Epa Heyi Oiá!

(Canto de Iansã)
Oya, Oya, Oya ê!
Oya Matamba de kakoroká zingue
Oya, Oya, Oya ê!
Oya Matamba de Kakoroká zingue ô
ROTEIRO

P1 - Boa noite a todos e bem-vindos à nossa sala!


Orisa Dida Aiyé: O mundo surgiu.

P2 - Antes de começarmos, gostaríamos de esclarecer que nossa apresentação


não é de cunho religioso.

P3 - Ela foi feita para falar de mito, ancestralidade e cultura, assim como todas as
outras.

P4 - Mas, como é difícil falar da cultura preta sem que haja algum tipo de…

todos: RACISMO!

P4 - Aversão…

P5 - Só que essa aversão (RACISMO!) nos deus mais vontade ainda de


falar sobre isso.

P6 - E combater qualquer tipo de aversão (RACISMO!) racismo estrutural que


ainda é tão forte na nossa sociedade.

P1 - Racismo é crime e falar sobre cultura africana nas escolas é lei.


Bom espetáculo!

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