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ESCOLA BÍBLICA – IEQ PINEVILLE

LIÇÃO 8- Pilatos, o homem das decisões erradas


Texto Básico: João 18.28 -19.16
Texto Devocional: Mateus 27.11-26
Texto Chave: João 18.37: “Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes
que eu sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo
aquele que é da verdade atende a minha voz.”

Alvo da Lição: Mostrar que, no tocante a Jesus Cristo, todos nós temos que tomar uma decisão
que é inevitável, e que afetará nossa vida para sempre.

O que sabemos sobre Pilatos além do episódio em que julgou Jesus? Quase nada!
Apenas umas poucas citações bíblicas e os comentários de historiadores da Antiguidade
(Flávio Josefo, Eusébio, Philo e outros). No entanto, o nome desse personagem tornou-se
mundialmente conhecido pelo fato de ter perdido uma grande oportunidade de entrar para a
história como um verdadeiro herói.
Certamente, o registro bíblico de quem foi Pilatos e das decisões desastradas que
tomou tem o propósito de trazer preciosas lições à vida daqueles que estiverem dispostos a
observá-lo com atenção

I- Pilatos, o homem por trás da mascara


Tibério, o imperador que comandava Roma nos dia de Jesus, designou Pôncio Pilatos
para atuar como governador (uma espécie de procurador do Império), na pequena, mas
tumultuada província da Judéia. Pilatos assumiu o cargo no ano 26 d.C, e lá permaneceu por
10 anos, estabelecendo seu quartel general na cidade litorânea de Cesaréia, De tempos em
tempos, marchava para Jerusalém com um pequeno exército de cerca de 5.000 soldado,
especialmente nas ocasiões de festividades religiosas, visto que a chegada de um grande
número de peregrinos aumentava as probabilidades de tumultos e insurreição contra o domínio
romano.
O imperador confiou a Pilatos a missão de manter a ordem, mas com diplomacia,
garantindo uma convivência pacífica entre os súditos hebreus e seus conquistadores. O
governador romano recebeu amplos poderes para garantir o sucesso de sua empreitada,
entretanto documentos históricos de diferentes fontes o descrevem como tendo sido um
homem injusto, escarnecedor, obstinado, violento e corrupto.
Pilatos nos trás a memória o fato de também termos recebido uma missão do Imperador
do Universo – “ser o sal da terra e a luz do mundo”. Somos os embaixadores de Cristo, cuja
tarefa é proclamar as virtudes de nosso Senhor, com nossas palavras e atos. Devemos agir
como sacerdotes do Rei, procurando reconciliar as criaturas decaídas com o Criador.

Aplicação
Como é que você tem agido? Tem se empenhado com fidelidade para cumprir a missão que lhe foi
confiada?

Juntando as informações bíblicas aos registros históricos, tentaremos montar o quebra-


cabeça desse intrigante personagem que usou tão mal o poder, e compreender as lições que
Deus tem pra nós.
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1ª Peça- Autoritarismo
Pilatos começou mal sua missão logo na chegada na Judéia, irritando profundamente os
moradores da terra santa ao introduzir em Jerusalém pendões com o símbolo de Roma (águia)
e a esfinge do imperador para serem adorados (segundo Josefo, no seu livro antiguidades),
como era costume entre os povos conquistados. Foram feitas queixas veementes a Tibério, o
qual sensatamente ordenou a remoção dessa afronta, para que fossem evitados confrontos
desnecessários.

2ª Peça: Arbitrariedade
Ele tomou para si a prerrogativa de escolher os Sumo Sacerdotes, como se fossem um
cargo político, e confiscou as vestes sacerdotais, ricamente ornamentadas, cedendo-as apenas
em ocasiões festivas.

3ª Peça: Corrupção
Assumiu o controle da tesouraria do templo, desviando fundos para construir obras
públicas, entre elas um aqueduto de 40 km, do qual orgulhava-se como glória de sua
administração.

4ª Peça: Opressão
Durante uma festividade religiosa em Jerusalém, na qual se fez presente, muitos judeus
se manifestaram contra o uso das ofertas para fins políticos. Pilatos respondeu com a espada,
mandando matar dezenas de adoradores no pátio do templo (Lc 13.1).

5ª Peça; Insensibilidade
Chegou ao extremo de executar um grande número de samaritanos que se reuniram no
monte de Gerezim iludidos por um falso profeta que prometia revelar onde Moisés escondera
os vasos sagrados com maná (ora, Moisés nem entrou em Israel). Pilatos, insensível como era,
tomou aquele ajuntamento como uma ameaça de rebelião e os atacou sem misericórdia. Quem
faz mal uso da autoridade que lhe foi conferida acaba cavando sua própria sepultura. Por
tantos desmandos, o próprio imperador voltou-se contra ele, que foi removido para Roma e
acabou condenado ao suicídio. Isso mesmo, seu castigo foi dar fim a própria vida (Eusébio).
Aplicação
Que cena deplorável é ver um homem investido de grande autoridade agindo sem princípios
espirituais. Sua grandeza atrai tentações e, se não tem o respaldo divino, não só trará o mal a muitos
como também a si mesmo: ”procuras tu grandezas? Não a procures). (Jr 45.5)

II- Pilatos, o homem da decisões erradas


Ele deteve em suas mãos toda possibilidade de ser bem sucedido na administração
imperial, contudo, sua arrogância o arrastou para baixo. Devido a suas decisões insanas, foi
perdendo um a um o apoio de possíveis aliados – os líderes judaicos, o rei Herodes Antipas
(irritado com a morte dos samaritanos, seus súditos) e até mesmo o imperador, pelas
constantes reclamações dos contribuintes. Mas, certamente, sua pior decisão foi tomada
quando agiu injustamente contra o único homem que poderia salvar sua vida, Jesus Cristo.

Aplicação
O Deus Eterno leva a sério as decisões que você toma a respeito de seu Filho amado. Deus bem
sabe quando dizemos sim e quando dizemos não àquele que se entregou por nós na cruz.
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Observe bem esse Pilatos, pois de certa forma representa aqueles que, embora
convencidos da verdade, escolhem a mentira por comodismo ou interesse.

1. Pilatos- um homem convicto da verdade


Ante seus olhos estava o único homem capaz de inquietar a sua alma. Sentiu-se
interiormente convicto da inocência e da dignidade daquele réu:”Pois ele bem percebia que por
inveja, os principais sacerdotes O haviam entregado”(Mt 27.18). Olhou para Jesus e se
comoveu, mas também olhou para a multidão ameaçadora e estremeceu – não por medo dos
judeus, mas por temor de perder o seu prestígio. Então deixou que a arrogância falasse mais
alto que a consciência.
Jesus, conhecendo o que se passava no coração de Pilatos, procurou motivá-lo a tomar a
decisão acertada, alertando: “Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18.37),
mas ele preferiu se esquivar na petulância e replicou: ‘Que é a verdade?’. O fato é que não
queria dar chance a verdade, visto que com isso teria que reconhecer seu erro (Jô 18.38).

2. Pilatos- um homem de coração dividido


Sua mente e seu coração agitavam-se em prol da absolvição, pois percebia algo de
extraordinário naquele homem. Sua convicção foi ainda mais fortalecida com o argumento
usado pelos acusadores: “...este homem... afirma que é o filho de Deus... Quando Pilatos ouviu
isso, ficou com mais medo ainda” (Jo.19.7-8).Pesava-lhe ainda a advertência de sua esposa:
“Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito” (Mt
27.19).
Com o coração dividido entre a verdade e os interesses pessoais, Pilatos procurou um
meio de livrar-se daquela angustiante decisão. Tentou repassar a responsabilidade para o
Sinédrio ou para Herodes, talvez até como pretexto para se reconciliar com o rei da Galiléia,
reconhecendo o poder de sua jurisdição sobre o nazareno (lc 23.12). Pilatos estava relutante.
Não havia, porém, como escapar daquela decisão.

Aplicação
Cada ser humano terá que tomar uma decisão a respeito de Jesus; outro não poderá fazê-lo! Ou se
apega a verdade e passa a viver por ela, ou se entrega a mentira e se submete ao seu domínio.
Ainda hoje, há muitas pessoas com “duas caras”; desejam o Salvador de coração , mas O rejeitam
na prática, para satisfazer ao mundo.

3. Pilatos- um homem em desespero


Pilatos cometeu muitos erros na vida, mas agora deseja sinceramente tomar uma
decisão acertada, não encontra as forças necessárias. Sentindo-se acuado, desabafou: “Que
farei de Jesus , chamado Cristo” e “Não vejo neste homem crime algum” (Mt 27.22,Lc 23.4).
Em outras palavras: “Não sei o que fazer”.
Por sua falta de firmeza, acabou perdendo o domínio da situação. De um lado só ouvia
ameaças: “Se soltas a este, não és amigo de César” (Jo 19.12). Do outro lado só ouvia o
perturbador silêncio de Jesus que “não lhe deu
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resposta” (Jo 19.9). Então, num ato desesperado, querendo abster-se da responsabilidade
frente ao homem que abalara sua consciência: “lavou as mãos perante o povo” (Mt 27.24)
Pilatos lavou as mãos, mas não pode lavar o seu coração. Na verdade, ao entregar
Jesus Cristo, a quem pronunciara inocente, condenou a si mesmo. Sua dramatização, até
poderia ter impressionado seus ouvintes, mas em nada diminuiu a sensação de culpa latente
em sua alma.

Aplicações para minha vida


1. Como tem sido suas ações?
2. Você é cuidadoso ao tomar decisões, colocando antes diante de Deus?
3. Como você lida com o cargo que lhe é confiado?

Conclusão
Pôncio Pilatos entrou para a história como o homem das decisões
erradas, que rejeitou a oportunidade de se fazer amigo de Deus em troca da
amizade com o mundo. Com isso seu nome se imortalizou da maneira mais
amarga possível nos versículos do credo apostólico: “padeceu sob Pôncio
Pilatos”.
Pilatos simboliza todo aquele que, embora convencido da verdade, se
deixa levar pela mentira para atender seus pertences pessoais. Representa
também aqueles que fazem mau uso da autoridade que lhes foi confiada,
buscando mais a popularidade que a justiça.

Fonte: Revista Gente que fez – Escola Bíblica

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