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Alvo da Lição: Mostrar que uma pessoa que falha uma vez não precisa ser um fracasso
permanente.
João Marcos era parente de Barnabé e filho de Maria, em cuja casa a igreja primitiva se reunia em Jerusalém.
Talvez Maria fosse uma mulher relativamente rica, pois tinha pelo menos uma empregada. Rode.
João era seu nome hebraico e Marcos seu nome romano. Provavelmente ficou conhecido como Marcos após sua
conversão ao cristianismo. Seu desejo era espalhar o evangelho entre os gentios.
É interessante estudar a vida desse homem que aparentemente fracassou na obra do Senhor, mas com a graça
de Deus conseguiu superar suas falhas.
A maioria dos estudiosos do Novo Testamento acredita que Marcos é esse jovem que “fugiu desnudo” (Mc 14:52),
por dois motivos. Primeiro, somente ele registra esse episódio. E. segundo, é provável que Marcos estivesse
dormindo quando soube do que acontecia com Jesus no jardim. Só teve tempo de se cobrir com a capa e partir
para o Getsêmani. Com isso, Marcos poderia estar dizendo que não era mais corajoso que o resto, mas pelo
menos viu tudo acontecer (Marcos, introdução e comentário, Dewey Mulholland, Edições Vida Nova, p219).
É impressionante que João Marcos, mesmo mal vestido, seguia a Jesus, na via crucis; quem sabe olhando de
longe, mas O seguia. Mesmo sem preparo ou mal vestido, disfarçado, ele procurou seguir a Jesus. Mostrando
dessa forma amor pelo seu Mestre, que no momento estava enfrentando uma das horas mais difíceis e decisivas
do Seu ministério, a chamada hora do Filho glorificar o Pai.
Aplicação
E nós, como acompanhamos Jesus? De longe? Mal equipados? Disfarçados? Ou com as armaduras da fé
( Ef 6:13).
Em meio à perseguição e a hostilidade enfrentadas pelos judeus não cristãos, que bom haver um lugar onde se
pudesse orar e ter comunhão com irmãos na fé! Esse lugar era a casa de Maria, mãe de João Marcos, que no
meio de tanta oposição nos deixa um legado de princípios a imitarmos hoje: o da comunhão e da oração. Aqueles
irmãos estavam aflitos com a prisão de Pedro e, mesmo assim, estavam juntos em oração. Isto vem mostrar que
no meio de tanta adversidade, havia unidade. Pregar o evangelho e testemunhar de Cristo em Jerusalém não era
tarefa para um grupo que não tivesse fé firme em Jesus Cristo, pois o contexto nos mostra que muitos sacerdotes
ESCOLA BÍBLICA – IEQ PINEVILLE
abraçavam a fé (At 6:7). Se o povo judeu encontrava muita dificuldade em aceitar Jesus como Salvador, imagine
os seus líderes (sacerdotes)! Aprendemos que quando somos testemunhas fiéis, Deus faz a obra seja no coração
de quem for (Rom 9:14-18).
Em companhia de seu Tio Barnabé, João Marcos acompanhou Paulo em sua primeira viagem missionária até
Perge, de onde Marcos voltou, por motivos não declarados (At 13:13). Rejeitado por Paulo para a segunda viagem
missionária, ele e Barnabé partiram para Chipre (At 15:38-40).
Ignoramos o que aconteceu realmente com João Marcos em relação ao seu fracasso como missionário. Mas
podemos inferir que talvez fosse falta de experiência com Deus, ou de conversão; falta de convicção do seu
chamado, ou saudades de casa, ou medo das dificuldades. Mas não devemos julgar! “Não julgueis, para que não
sejais julgados” (Mt 7:1). Por ser jovem, o mais provável é que sua hora não havia chegado. O que aconteceu com
Marcos tem se tornado um fenômeno que se repete, hoje, em nossas igrejas: pessoas querendo servir o Mestre,
mas seguindo-O bem de longe, sem determinação e convicção verdadeira, e alguns até sem experiência de
conversão. Ser um seguidor de Jesus é algo além do desejo de ser missionário ou acompanhante de uma
caravana.
Aplicação
Tanto Marcos como qualquer um de nós que almejamos o ministério, antes de tudo precisamos ser
crentes firmes, e ter estrutura (física, psicológica, espiritual) para pagar o preço do ofício (Mc 8:34).
O preço de acompanhar o Mestre de longe e talvez a falta de quem o apoiasse, no início de sua carreira, fez de
Marcos um crente volúvel. Contudo o nosso Deus é fiel, ainda que sejamos infiéis. Deus nos leva de volta ao lugar
dos nossos fracassos e nos ordena a começar tudo outra vez. Ele pode transformar a nossa falta de êxito em
sucesso, porque é Ele quem nos dá o ministério (Jo 15:16). Foi assim como Moises na volta ao Egito, e com Jacó
na sua luta com Deus.
Aplicação
Na sua igreja os crentes mais experientes discipulam os mais novos na fé?
a.) Na carta aos Colossenses, Paulo escreveu que Marcos, primo de Barnabé, estava com ele em Roma e
possivelmente visitaria a igreja em Colossos (Cl 4:10). Paulo disse que Marcos e Jesus, conhecido por
Justo, “são os únicos da circuncisão que cooperam pessoalmente comigo pelo reino de Deus” (Cl 4.11).
Eles tinham animado Paulo na prisão.
b.) Quando Paulo escreveu para Filemom, colocou Marcos na lista dos seus cooperadores. (Fm 24).
c.) Paulo, escrevendo para Timóteo sua última carta antes de morrer, pediu que trouxesse Marcos, “pois me
é útil para o ministério” (2Tm 4:11). Que mudança! Marcos passou a ser uma benção na obra do Senhor.
Dessa forma, entendemos que Marcos valorizou a segunda chance recebida, e que o seu ministério foi importante
no começo da Igreja.
Apesar de ser o menor texto em comparação com os demais, o evangelho de Jesus escrito por Marcos segue
narrativa rápida, dinâmica e progressiva. Parece que as informações nele contidas fluem com maior rapidez, mas
sem perder a essência, nem detalhes importantes e até diferentes dos demais. Esse evangelho, de acordo com a
tradição e vários comentaristas, foi direcionado ao povo romano e apresenta Cristo como O Servo do Senhor,
enviado para realizar uma obra específica e Deus (cf. Is 24:41; 61:1-4). Marcos mostra como Cristo cumpriu as
profecias a Seu respeito contidas no Antigo Testamento (Is 42:1-5; 49:1-7; 50:4-11, etc). Ainda que Cristo seja
apresentado em Marcos com o caráter de servo, o relato dos milagres realizados aponta para Seu poder como
Filho de Deus.
AUTOAVALIAÇÃO
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Conclusão
Depois do que aprendemos da vida de João Marcos, cabe a cada um de nós fazer uma reflexão muito séria sobre
nossa atitude em relação às pessoas que aparentemente fracassaram na obra do Senhor. Estamos dispostos a
dar uma segunda chance a elas? E quando nós falhamos, estamos dispostos a dar a volta por cima e nos firmar
no Senhor, no serviço do Mestre?
Aplicação
E com você, como foi o seu chamado? Você tem seguido o Mestre de longe ou de perto? O desafio que
Deus tem lhe colocado é difícil? Como você tem participado dos ministérios de sua igreja? Que tal dar a
volta por cima, para que o evangelho cresça. Deus seja glorificado e Sua igreja edificada?