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CEFETMG
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
Belo Horizonte, 10 de dezembro de 2021.
DE: Senhor professor Márcio Freire – Elaboração.
DELTEC - DEPARTAMENTO DE LINGUAGEM E TECNOLÓGIA/CEFETMG
Coordenação de Língua Portuguesa - ERE - ENSINO REMOTO EMERGENCIAL

TURMA : EDI 3ªA NOME: Samara de Souza Mendes N⁰.: _____


LITERATURA BRASILEIRA – 3 ANO – 6ª. ATIVIDADE ASSÍNCRONA AVALIATIVA – 3⁰. BIMESTRE
Prova de Literatura Brasileira número 06 – Valor: 10,0 pontos
GABARITO – NOTA: 0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A A A A A A A A A A
B B B B B B B B B B
C C C C C C C C C C
D D D D D D D D D D
INSTRUÇÃO:
Para responder às questões de 01 a 04, leia atentamente o texto.

Despedida
Rubem Braga

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma
despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às
vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um
instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez
que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram
mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória
nem humilhação.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não
será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação
ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível
remorso; e um recôndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em
nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão
ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo
de nossa noite e de nosso confuso sonho?
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Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os
receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno —
te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado
para outro como dois bonecos na mão de um titereteiro inábil.

Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é
possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas
mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e
digamos apenas a pequena palavra: adeus.

A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.
BRAGA, R. Despedida. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Record. S/d. P. 285-286.

QUESTÃO 01
Com relação aos significados da palavra “despedida” presentes no texto, é CORRETO afirmar,
EXCETO:
A) sempre é triste.
B) indica uma forma de separação.
C) deve acontecer sempre que há uma separação.
D) não necessariamente acontece como se espera.

QUESTÃO 02
É CORRETO afirmar sobre o gênero do texto:
A) é um conto.
B) é uma crônica.
C) é um poema em prosa.
D) é um fragmento memorialístico.

QUESTÃO 03.
“E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em
nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão
ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo
de nossa noite e de nosso confuso sonho?”

Em relação ao trecho acima, é CORRETO afirmar, EXCETO:

A) tudo o que se passa na vida se perde.


B) a morte não é o fim absoluto das coisas.
C) a lembrança pode revelar coisas boas e ruins.
D) a solidão pode ser suavizada com a lembrança.
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QUESTÃO 04.
Sobre o texto, é CORRETO afirmar, EXCETO:
A) aquele que não se despede deve dar explicações.
B) a morte é uma forma de despedida, não definitiva.
C) a despedida nunca é definitiva, uma vez que a memória torna as coisas permanentes.
D) a ausência de despedida serve como moldura para preservar toda sorte de sentimentos.

QUESTÃO 05.
Leia o poema abaixo:

OSSOS DO OFÍCIO
Chacal

sempre deixei as barbas de molho


porque barbeiro nenhum me ensinou
como manejar o fio da navalha

sempre tive a pulga atrás da orelha


porque nenhum otorrino me disse
como se fala aos ouvidos das pessoas

sou um cara grilado


um péssimo marido
nove anos de poesia
me renderam apenas
um circo de pulgas
e as barbas mais límpidas da Turquia

Sobre o poema acima, é CORRETO afirmar, EXCETO:


A) usa linguagem coloquial.
B) é construído em versos livres.
C) tem uma linguagem sofisticada.
D) faz apropriação de ditos populares.
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As questões 06 e 07 estão relacionados ao texto abaixo.


O texto é um poema de Ana Cristina Cesar, uma das mais destacadas poetas de sua geração,
a chamada “geração mimeografo” ou geração da “poesia marginal”.

Tenho uma Folha Branca


Ana Cristina Cesar

Tenho uma folha branca


e limpa à minha espera:
mudo convite

tenho uma cama branca


e limpa à minha espera:
mudo convite

tenho uma vida branca


e limpa à minha espera.
CÉSAR, Ana Cristina. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2008. P. 33.

QUESTÃO 06.
Sobre o poema, é CORRETO afirmar, EXCETO:
A) a “cama branca” simbolizaria uma recusa à escrita.
B) a “folha branca” simbolizaria um caminho para a escrita.
C) a anáfora “mudo convite” simbolizaria a possibilidade de escolha.
D) a oposição entre os tercetos simbolizaria que, em relação à escrita, não há possiblidade de
escolha.

QUESTÃO 07.
Com relação à estrutura do poema, é CORRETO afirmar que a ausência da anáfora no dístico
final indica, EXCETO:
A) não se escolhe viver.
B) escrever e descansar são diferentes de viver.
C) descansar, escrever e viver são semelhantes.
D) viver, ao contrário de escrever e descansar, não é uma escolha.

QUESTÃO 08.
Sobre a literatura brasileira das décadas de 1950 a 1980, é CORRETO afirmar:
A) apresentou movimentos grupais superiores à primeira geração modernista.
D) os grandes nomes dessa geração foram Guimarães Rosa e Clarisse Lispector.
C) a poesia marginal apresentou ao Brasil um legado de grandes obras e grande autores.
B) a poesia concreta se consolidou como o maior movimento de vanguarda da literatura
brasileira de todos os tempos.
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QUESTÃO 09.
Em relação ao poema A máquina do mundo de Carlos Drummond de Andrade, pode-se
afirmar, EXCETO:
C) é escrito em tercetos.
B) sua estrutura é narrativa.
A) seus versos são decassílabos.
D) suas rimas são emparelhadas.

QUESTÃO 10.
Sobre o poema A máquina do mundo de Carlos Drummond de Andrade, pode-se afirmar da
condição e das atitudes de seu caminhante solitário que, EXCETO:
A) ele já se apresenta na estrada de Minas em sua condição de indivíduo desacreditado.
B) ao rejeitar a “Máquina do mundo”, ele rejeita o mundo moderno com todas as suas
“conquistas”.
C) apesar de rejeitar as conquistas do homem moderno, ele não rejeita seus semelhantes em
um ato de pura fé.
D) a noite que assola o poema, que ele experimenta psicológica e fisicamente, é sinônimo de
fadiga, cansaço, perda, derrota e descrença.

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