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Manual de
Contabilidade
para Igrejas
Tudo o que você precisa saber sobre as
exigências para organizações religiosas.
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Boa leitura!
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Abertura e regularização
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de igrejas
Esse título jurídico, “organização religiosa”, foi uma conquista provinda do Código Civil
de 2002, tendo em vista que, anterior a isso, as igrejas eram consideradas e tratadas
como associações.
Após a abertura de uma igreja, existem alguns passos essenciais a serem cumpridos,
para que a igreja se torne legalmente regularizada. São eles:
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Elaboração da documentação:
Neste momento, há a elaboração dos seguintes documentos: Ata de constituição,
estatuto social, regimento interno e ofício para registro junto ao cartório de registro
de pessoas jurídicas.
Após esse processo, a igreja precisa prestar informações para a Receita Federal, Mi-
nistério do Trabalho e Previdência. Por conta disso, torna-se necessária a contratação
de uma assessoria contábil especializada, visto que sem ela, a igreja corre o risco de
ter problemas com multas por não cumprir com as obrigações fiscais e contábeis.
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2 Obrigações legais
Pelo fato das igrejas serem instituições que possuem imunidade Associativa:
tributária, muitos pastores e líderes de congregações tendem Refere-se ao fato que os membros devem possuir um exemplar
a pensar que estão isentos de obrigações legais, jurídicas e do Estatuto, cujo conteúdo consta seus direitos e deveres.
tributárias.
Voluntariado:
Entretanto, são os registros contábeis que conferem genuinidade Não utilizar mão-de-obra de irmãos e irmãs que não seja
à escrituração da igreja. Inclusive, manter a documentação finan- direcionada para “atos de fé”, as quais incluem as funções
ceira em dia é um requisito para que se preserve a imunidade aderidas aos departamentos da igreja.
ao pagamento de impostos junto ao órgão fiscal.
Administrativa:
Toda organização religiosa, independente do número de Diz respeito às atribuições dos diretores estatutários, tais
membros e do tempo de abertura, possui obrigações legais a como presidente, vice-presidente, secretários, tesoureiros,
serem cumpridas junto aos órgãos responsáveis. Acompanhe: etc, no cumprimento de todas as suas funções.
Criminal:
Estatutária: Inibir a prática de ilícitos penais, por sua liderança ou membros.
Possuir o Estatuto Associativo averbado no cartório, o que
possibilita o cumprimento de deveres e a utilização dos direitos Financeira:
da organização religiosa. Instituir uma equipe de tesouraria, com o intuito de prestar contas
das contribuições recebidas e o pagamento de despesas.
Tributária:
Usufruir o direito à imunidade da pessoa jurídica - com relação
a impostos - de forma a requerer esse reconhecimento junto
aos órgãos públicos.
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3 Obrigações acessórias
“A obrigação é acessória quando por força de lei, a presta- DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte):
ção a ser cumprida é a de fazer ou não fazer alguma coisa, É a declaração cujo objetivo é informar à Receita Federal os
ou permitir que ela seja feita pelo Fisco, tudo no interesse da rendimentos pagos às pessoas físicas, o imposto sobre a
arrecadação ou da fiscalização dos tributos.” (artigo 113, § 2, renda e contribuições retidas na fonte.
do CTN).
SEFIP (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações
Cabe ressaltar que, apesar das igrejas e centros religiosos à Previdência Social):
terem a imunidade (obrigação principal) tributária, elas não É a declaração mensal que abrange as principais informa-
estão isentas das obrigações acessórias. ções de apuração do INSS e do FGTS da organização religiosa.
As igrejas possuem a obrigação de cumprir com as seguintes DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais):
obrigações acessórias: Essa declaração deve ser entregue com ou sem movimento.
EFD Contribuições:
É a declaração sobre as informações de apuração do PIS, da
COFINS e do INSS.
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4 Obrigações trabalhistas
Esse tipo de obrigação tem como finalidade garantir alguns direitos aos profissionais
remunerados pela organização religiosa.
5 Impostos
Por conta da imunidade tributária, as organizações religiosas - sejam elas cristãs,
islâmicas, judaicas, matrizes africanas, indígenas ou orientais - não devem pagar
impostos ao Fisco. Este é um direito estabelecido pela legislação brasileira na lei do
Sistema Tributário Nacional de 1966, e na Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988.
Todavia, para que isso seja possível, as igrejas precisam obedecer a três requisitos:
Recorrer ao contador somente uma vez ao ano pode facilmente gerar erros no pro-
cessamento de eventos fora do prazo correto, o que irá gerar multa. Por isso, a fim
de estar devidamente regularizada, a igreja precisa enviar mensalmente toda a sua
movimentação financeira para o escritório de contabilidade contratado.
É de extrema importância enfatizar que os documentos enviados Esses documentos são primordiais para o processamento da
mensalmente precisam ser devidamente considerados como folha de pagamento. Assim, devem ser entregues ao conta-
hábeis pela NBC (Norma Brasileira de Contabilidade). Essa do- dor no primeiro dia útil, com o propósito de evitar atrasos nas
cumentação hábil é toda aquela que comprova a operação obrigações trabalhistas.
realizada.
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Obrigações do contador
8 para com a igreja
O contador é peça fundamental não só na regularização e • Gerar e emitir documentos contábeis;
abertura de uma igreja, mas também na obtenção de outros • Manter as finanças em dia;
tipos de consultorias que serão abordadas a seguir.
• Lidar com a burocracia governamental;
No contexto da regularização de uma organização religiosa, • Lidar com as leis que regem as instituições religiosas;
o contador atua no envio das obrigações legais da igreja. É • Reduzir os riscos de multas devido o não cumprimento de
de responsabilidade do contador: obrigações acessórias;
• Reduzir os riscos de realização de registros errôneos e
consequentemente de acusações de possíveis desvios;
• Calcular os valores de taxas e impostos; • Reduzir os riscos de punição e multas devido a registros
• Entregar obrigações acessórias destes impostos na data incorretos e perda de prazos.
correta referente às áreas fiscal, contábil e trabalhista;
Sustento /
9 Prebenda pastoral
Por definição, a quantia recebida por pastores e ministros “salário”. Seu pagamento deve ser realizado mediante recibo
religiosos mensalmente não pode ser chamada “salário”, para que a igreja ou a instituição tenha uma comprovação
visto que esse conceito é próprio de situações que exigem contábil.
vinculação trabalhista. O exercício da vocação pastoral, porém,
não é considerada relação empregatícia de nenhum caráter Esse valor pago ao ministro de confissão religiosa, ainda, não
(empregado ou autônomo), pois considera-se “Ministro de pode ser considerado remuneração - considerando remu-
Confissão Religiosa”. neração apenas em casos em que o colaborador é pago
por tarefa executada - o que não é o caso dos pastores.
Nesse caso, como ministros de confissão religiosa, os pastores Nesse viés, por serem pagos mensalmente, a lei não considera o
são, mediante a lei, contribuintes individuais obrigatórios da sustento ou prebenda pastoral como remuneração, e portanto
Previdência Social, recaindo sobre estes a obrigação de esse não deve ser informado na GFIP e nem ser descontada
recolher por meio da Guia de Previdência Social – GPS sua a contribuição do religioso.
contribuição mensal ao Instituto Nacional do Seguro Social.
Assim, não deve também a instituição religiosa recolher sobre
Essa contribuição mensal, então, pode ser atribuída como: o valor pago ao ministro nenhum tipo de contribuição previ-
Côngrua, Proventos Ministeriais, Sustento Pastoral, Múnus denciária, nem reter nada a este título.
Eclesiástico, Prebenda ou ainda Honorário Pastoral, mas nunca
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Para a previdência social, os valores pagos aos ministros não Art. 167. As imunidades, isenções e não incidências de que trata
compõem base de cálculo para recolhimento da “quota pa- este Capítulo não eximem as pessoas jurídicas das demais obri-
tronal” sobre a folha de pagamento, ou seja 20% sobre o total gações previstas neste Decreto, especialmente as relativas
da remuneração. à retenção e recolhimento de impostos sobre rendimentos
pagos ou creditados e à prestação de informações (Lei nº 4.506,
Dessa forma, essa porcentagem de valor sobre o montante de 1964, art. 33).
declarado como recebido da instituição, deve estar entre o
salário mínimo nacional vigente e o teto da previdência social. Portanto, a respeito do valor destinado ao pastor deve ser
declarado sim o imposto de renda na fonte, conforme a
Mediante o exposto, conclui-se que: tabela progressiva do IRRF da Secretaria da Receita Federal.
A igreja deverá aplicar a tabela e reter o valor correspondente
e deverá recolher através da guia própria chamada DARF.
• Não existe relação empregatícia entre o pastor e a igreja;
• O pastor é considerado para fins previdenciários como Vale lembrar ainda, que a “prebenda pastoral” é considerada,
contribuinte individual; para além do valor recebido, todos os benefícios que o pastor
• A título de contribuição previdenciária, a igreja não deverá desfruta e que são concedidos pela igreja, tais como: planos de
descontar nada do pastor; saúde, fundo ministerial, seguro de vida, aluguel, condomínio,
• Os pagamentos efetuados ao pastor não devem constar água, luz, entre outros. Nesse viés, cabe ao pastor registrar
na GFIP. todos esses ganhos, além de fornecer à igreja um recibo de
tudo, para que a instituição tenha em sua contabilidade um
documento oficial de saída dos recursos.
Com relação à declaração do imposto de renda dos pastores,
têm-se que:
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Para evitar que esse erro ocorra, é importante atentar-se em alguns aspectos e práticas:
Por conta disso, a contratação de uma boa assessoria contábil não é apenas uma opção,
mas uma necessidade. Todas as organizações religiosas possuem obrigações e o não
cumprimento dessas pode gerar problemas gravíssimos, tais como multas - que podem
variar por mês ou por fração de mês em atraso - e a baixa do CNPJ.
Ainda, caso a igreja omita informações do Fisco, poderá ser considerado crime fiscal, o que
certamente irá gerar problemas tanto para a instituição, quanto para os seus pastores.
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Como a tecnologia
12 pode ajudar
Hoje em dia existem softwares e plataformas que facilitam • Maior agilidade, eficiência e precisão nos processos contábeis;
o serviço que, anteriormente, o contador teria que realizar • extinção do trabalho manual e suscetível a erros;
inteiramente de forma manual. Através desse tipo de plata-
• facilidade no acesso aos dados de prestação de contas;
forma, é possível automatizar processos contábeis e organizá-los
de uma forma mais efetiva. • segurança em relação à consistência dos dados
• integração contábil completa com os principais ERPs;
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O Atos6 é uma plataforma de gestão financeira especializada e modernização da igreja; e
em igrejas que pode reduzir até 70% do tempo de trabalho • transparência em todos os processos.
dos contadores, ajudando-os a automatizar os processos
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