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1.

O sujeito poético interroga-se sobre « o mistério das cousas», uma questão inicial a
partir da qual se desenvolve todo o poema. Caeiro depois de se questionar sobre
tudo, pode concluir que a nossa capacidade de questionamento às «cousas» não
lhes atribui sentido por si só – e percebe que esta contínua sede de conhecimento é
sem sentido, dispensável e interminável. Ou seja, as coisas são aquilo que parecem
ser: «não têm significação, têm existência».

2. Caeiro é produto do fingimento artístico de Pessoa e vê-se como um «pastor»,


utilizando uma máscara poética que o aproxima do ambiente campestre, onde sente
felicidade, paz e plenitude. Ao sentir esta felicidade e simplicidade através da
Natureza, desvaloriza e ridiculariza o «mistério das cousas», os desejos,ambições e
ânsias.

3. O sujeito poético em relação ao «outro» consegue ter uma observação objetiva da


realidade, onde rejeita o pensamento/raciocínio abstrato e contempla as coisas sem
reflexão. Não compreende o questionamento dos «outros» e acaba por «rio como
um regato que soa á ….»

4. A temática abordada neste poema de Caeiro é o privilégio da visão sobre o


pensamento e da capacidade da vivência sem raciocínio (ou do absurdo da
racionalização) são, os mais evidentes. A temática abordada é a simplicidade do
olhar, proferida pelo sujeito poético em detrimento do pensamento, da
racionalização. Esta temática é suportada também pela valorização da natureza e do
que nos é natural enquanto seres humanos «As cousas não têm significação: têm
existência.» (v. 16).

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