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Curso de Iniciação ao Voo

24 de Novembro de 2018
Programa / Agenda

• Introdução

• História da aviação

• O Aero Club de Braga

• Conhecimento geral de aeronaves

• Princípios de voo

• Comportamento e limitações humanas

• Navegação e planeamento

• Comunicações
Algumas questões a responder

• Porque é que voa um avião?

• Quantas asas tem um avião?

• Que forças atuam num avião em voo?

• Porque é que um avião entra em perda?

• Ao entrar em perda, ele cai como uma pedra?


História da Aviação
História da Aviação

1903 – 1º voo em avião, “Wright Flyer”,

pelos irmãos Wright

1906 – 2º voo em avião, “14 Bis”, por

Alberto Santos-Dumont

“14 Bis” foi o primeiro ultraleve

1911 – 1º voo transcontinental, de

Nova York à Califórnia


O Aero Club de Braga
O Aero Club de Braga - História

1913 – Aterragem de A. Sallès no Sameiro


1929 – Inauguração do “Campo de Aviação” a 22 de Junho com 4 pistas
• Junkers F-13 – Capitão Amado da Cunha
O Aero Club de Braga - História

1930 - Sociedade do Campo de Aviação Bracarense


A 27 de Abril de 1935 nasce o Aero Club de Braga
Primeiro curso de pilotagem em 1936
O Aero Club de Braga - Frota
Taylor Cub CS-AAU
Tiger-Moth CS-AEE
Tiger-Moth CS-AFZ
Auster D-5 160 CS-AMH
Auster D-5 160 CS-AMY
Auster D-5 160 CS-ANK
Auster D-5 160 CS-ANS
Piper Super Cruiser CS-ACC
Paulistinha 56-C1 CS-ALB
Piper Cub PA-18 CS-AIA
Piper Cub PA-18 CS-AQR
Cessna 172 CS-AKF
Cessna 172 CS-AKH
Cessna 172 CS-AHN
Cessna 172 CS-AUT
Cessna 172 CS-AYW
Dornier DO-27 CS-AQH
Chipmunk DHC-1 CS-AZY
Chipmunk DHC-1 CS-AZX
Socata TB-10 Tobago CS-DDD
Land Africa CS-UTK
Conhecimento Geral de
Aeronaves
CGA - Conceitos

O que é uma Aeronave?

• “É todo o aparelho capaz de se sustentar e navegar no


ar”.
CGA - Conceitos

Em função do processo que utilizam para voar, estas são


divididas em dois grupos:

• Aeróstatos;
• Aeródinos.
CGA - Aeronaves - Tipologia

AERÓSTATOS AERÓDINOS

Aeronaves mais leves Aeronaves mais pesadas que o ar, cuja sustentação é
que o ar, cuja principalmente devida às forças aerodinâmicas
sustentação se deve à compreendidas no Princípio de Bernoulli e na 3ª Lei
impulsão estática do ar de Newton
devido à aplicação do (ação/reação).
Princípio de
Arquimedes.
CGA - Aeronaves - Tipologia AERÓSTATOS

Princípio de Arquimedes

Todo o corpo
mergulhado num fluído
sofre uma força vertical
de direção contrária à
da gravidade com a
intensidade do peso da
porção de fluído
deslocado pelo
mergulho.
CGA - Aeronaves - Tipologia

Rígidos

Com moto-
Dirigíveis Semi-Rígidos
propulsor
AERÓSTATOS

Flexíveis

Balões Cativos Esféricos


Sem moto-
propulsor
Balões Livres Não Esféricos
CGA - Aeronaves - Tipologia

AERÓSTATOS

Com moto-propulsor

Dirigíveis

Rígidos Semi-Rígidos Flexíveis


CGA - Aeronaves - Tipologia

AERÓSTATOS

Sem moto-propulsor

Balões Cativos Balões Livres

Esféricos Não Esféricos Esféricos Não Esféricos


CGA - Aeronaves - Tipologia AERÓDINOS

3ª Lei de Newton Princípio de Bernoulli


Para cada ação, existe sempre uma Quando a velocidade de um fluído
reação da mesma magnitude com a aumenta, a pressão dinâmica também
mesma direção mas em sentido aumenta
Tubo de Venturi
oposto. E a pres-
são está-
tica dimi-
nui.
CGA - Aeronaves - Tipologia

Asa Fixa Aviões Hidro


Com moto-
propulsor
AERÓDINOS

Helicópteros Anfíbio
Com Rotor
Autogiros Terrestre
Papagaios
Sem moto-
propulsor
Planadores
CGA - Aeronaves - Tipologia

AERÓDINOS

Com moto-propulsor

Aviões Helicópteros Autogiros

Hidro Anfíbio Terrestre


CGA - Aeronaves - Tipologia

AERÓDINOS

Sem moto-propulsor

Papagaios Planadores
CGA - Aeronaves – Componentes Estruturais

Empenagem

• Fuselagem
Asa
• Empenagem

• Asas ou planos sustentadores


Fuselagem

• Trem de aterragem

• Grupo moto-propulsor
Grupo moto-
propulsor Trem de
aterragem
CGA - Aeronaves – Componentes Estruturais

• Superfícies estabilizadoras

• Superfícies de controlo de voo

• Hipersustentadores
CGA - Aeronaves – Asas

Quantidade de planos Fixação da asa

Quantidade de

Posição da asa
CGA - Aeronaves – Asas
CGA - Aeronaves – Asas

Tipos de asa

Recta Trapezoidal Elíptica Flecha Delta canard

Flecha invertida Dupla flecha Flecha variável Delta Dupla delta


CGA - Aeronaves – Asas

Tipos de asa
CGA - Aeronaves – Asas – Elementos Estruturais
Ponta da asa
Elementos da asa Envergadura

• Bordo de ataque
• Bordo de fuga
• Ponta da asa Bordo de
fuga
• Raiz da asa
Extradorso
• Extradorso Corda

• Intradorso Bordo de
Intradorso
ataque
• Corda
Raiz da asa Ponta da asa
• Envergadura
CGA - Aeronaves – Asas – Elementos Estruturais

Elementos da asa Tirantes

• Nervuras

• Longarinas

• Tirantes Longarinas

Nervuras
CGA - Aeronaves – Empenagem

Estabilizador
É todo o conjunto da cauda do vertical Leme de
direção
Estabilizador
avião e tem como função fornecer a horizontal Compensadores
Leme de
estabilidade necessária ao voo. profundidade
CGA - Aeronaves – Empenagem - Disposição

Convencional T Y Duplo cone

Cruciforme V Sem empenagem H


CGA - Aeronaves – Trem de Aterragem

O trem de aterragem tem três funções:

1. Suportar o peso do avião quando estacionado;

2. Permitir um meio deslizante durante as operações no solo diminuindo

as vibrações resultantes das rolagens;

3. Suportar e absorver a energia proveniente da aterragem.


CGA - Aeronaves – Trem de Aterragem - Tipos

Quanto ao tipo de operação, este pode ser:

• Litoplano
• Hidroplano
• Anfíbios

Quanto ao tipo de recolhimento:

• Trem fixo
• Trem retráctil
• Totalmente retráctil
• Parcialmente retráctil
CGA - Aeronaves – Trem de Aterragem - Tipos

Quanto à disposição:
• Triciclo
• Convencional

Paulistinha – trem convencional

Tobago TB10 – triciclo


CGA - Aeronaves – Fuselagem

• É o corpo central da aeronave.

• Zona de transporte de passageiros, carga, tripulação e equipamentos.

• É à fuselagem que estão ligados todos os elementos estruturais (asas,

empenagem, trem de aterragem e por vezes os motores).


CGA - Aeronaves – Fuselagem – Tipos de Construção

Monocoque
Casco Semi-monocoque
Casco reforçado

Warren Viga
Pratt Armada
CGA - Aeronaves – Fuselagem – Número de Fuselagens

Não fuselado

Bifuselado

Monofuselado Trifuselado
CGA - Aeronaves – Grupo Moto-Propulsor

Tem como função produzir a tração necessária ao voo

utilizando o principio da ação/reação.


CGA - Aeronaves – Grupo Moto-Propulsor

Quanto ao número de motores

Quadrimotor

Monomotor Trimotor

Bimotor Multimotor
CGA - Aeronaves
CGA - Aeronaves
Neiva P-56C Paulistinha
Numero de asas: Monoplano
Posição das asas: Asa alta
Fixação das asas: Semi-cantilever
Empenagem: Convencional
Tipo de trem: Convencional
Tipo de recolhimento: Trem fixo
Airbus 380 Tipo de operação: Litoplano
Numero de asas: Monoplano Motores: Monomotor Dornier S-Ray 007
Posição das asas: Asa baixa Tipo de estrutura: Viga armada Numero de asas: Monoplano
Fixação das asas: Cantilever Posição das asas: Parasol
Empenagem: Convencional Fixação das asas: Cantilever
Tipo de trem: Triciclo Empenagem: Cruciforme
Tipo de recolhimento: Trem retráctil Tipo de trem: Triciclo
Tipo de operação: Litoplano Tipo de recolhimento: Trem retráctil
Motores: Quadrimotor (parcial)
Tipo de estrutura: Metálica Tipo de operação: Anfíbio
Motores: Monomotor
Questões e Dúvidas?
Princípios de Voo
Princípios de Voo - Conceitos

Atmosfera
É a camada de gases que envolve um corpo material com massa
suficiente.

Pressão estática
É a pressão que o ar parado exerce sobre os corpos na atmosfera. A pressão estática atua
em todas as direções
Pressão Dinâmica
É a pressão que o ar em movimento exerce sobre os corpos na
atmosfera.

Princípio de Bernoulli
Quando a velocidade de um fluído aumenta, a pressão dinâmica
também aumenta e a pressão estática diminui. A pressão total é
sempre constante. A pressão dinâmica é causada pelo
movimento relativo ao ar e do carro
Princípios de Voo – Principais forças que atuam num avião em voo

W
Princípios de Voo – Principais forças que atuam num avião em voo

SUSTENTAÇÃO
Princípios de Voo – Principais forças que atuam num avião em voo
Princípios de Voo – Principais forças que atuam num avião em voo
Princípios de Voo – Principais forças que atuam num avião em voo
Princípios de Voo – Tipos de escoamento do ar
Princípios de Voo – Perda (stall)
Princípios de Voo – Recuperação da Perda (stall)
Princípios de Voo – Fatores que afetam a sustentação

A sustentação depende basicamente de cinco fatores:

• Formato e perfil da asa

• Ângulo de Ataque
Densidade Condição Ideal

• Velocidade Pressão aumenta Aumenta Pressão Alta

Humidade aumenta Diminui Seco


• Área da asa
Altitude aumenta Diminui Baixo
• Densidade do ar Temperatura aumenta Diminui Frio
Princípios de Voo – Massa e Centragem
Conclui-se que a sustentação é gerada pela diferença entre as pressões estáticas do extradorso e do
intradorso da asa.
Esta força é chamada de Resultante Aerodinâmica (RA) e tem origem num ponto chamado Centro de
Pressão (CP) L
RA

D
CG CP
T

W
Princípios de Voo – Massa e Centragem

Centro de Gravidade (CG) – É o ponto de uma aeronave à volta do qual todo o peso está distribuído
ou equilibrado, é o ponto de centragem de uma aeronave

Como se calcula o CG
Força x Distância = Força x Distância
Princípios de Voo – Massa e Centragem
Princípios de Voo – Eixos
Princípios de Voo – Eixos

MANCHE À FRENTE OU ATRÁS MANCHE À ESQUERDA OU DIREITA PEDAL À ESQUERDA OU DIREITA


MOMENTO DE PICADA MOMENTO DE ROLAMENTO MOMENTO DE GUINADA
SOBRE O EIXO TRANSVERSAL SOBRE O EIXO LONGITIDUNAL SOBRE O EIXO VERTICAL
PROFUNDOR (ELEVATOR) AILERONS LEME (RUDDER)
Princípios de Voo – Principais instrumentos – Seis básico

VELOCIMETRO ALTÍMETRO
HORIZONTE ARTIFICIAL

COORDENADOR DE VOLTA VARIÓMETRO


INDICADOR DE RUMO
Princípios de Voo – Principais instrumentos – Tubo de pitot

PITOT

ESTÁTICA
Princípios de Voo – Principais instrumentos – Seis básico

TUBO DE VENTURI
Princípios de Voo – Principais instrumentos – Velocímetro

VS0

VS1

VNE

VNO
VFE
Comportamento e
Limitações Humanas
CLH – Fisiologia de voo e limitações humanas

Hipoxia
• Anémica, estagnante, histotóxica (10.000 pés é o limite de
adaptação do ser humano ao abaixamento da pressão atmosférica
- camada fisiológica ou segura)
Desorientação espacial
• Devemos sempre confiar nos instrumentos e não nas sensações
Aeroembolias
• Bends, Chokes e Creeps
Gases abdominais
CLH – Fisiologia de voo e limitações humanas

HIPOXIA
Navegação e Planeamento
Navegação – Cartas
Navegação – METAR e NOTAM
Navegação – Folha de planeamento operacional
Navegação – Folha de massa e centragem
Navegação – Plano de voo
Navegação – Checklists
Navegação – Checklists
Navegação – Checklists
Comunicações
Comunicações

Clareza

Rapidez

Informação necessária e suficiente

Checklist para a boa comunicação:

Pensar e rever o que se vai dizer ANTES de emitir

Informar sempre quem chama, a posição e as intenções

Fornecer informação adicional relevante no primeiro contacto

Repetir instruções ou informações importantes


Comunicações – Alfabeto fonético

0 – ZERO – ZERO (ziro)


1 – UNO – ONE (uane)
2 – DOIS – TWO (tu)
3 – TRES – TREE (tri)
4 – QUATRO – FOWER (fauer)
5 - CINCO – FIFE (fáife)
6 – SEIS – SIX (six)
7 – SETE – SEVEN (séven)
8 – OITO – EIGHT (ait)
9 – NOVE – NINER (nainer)
Comunicações – Fraseologia

Exemplos
Braga Radio, CSDDD at appron
papa 2, request start-up
CSDDD, clear to start-up

Cleared to start-up, CSDDD

Braga Radio, CSDDD request


clearence to taxy
CSDDD, cleared to taxy to holding
point mike runway 07/25

Cleared to holding position mike


runway 07/25, CSDDD
Comunicações – Fraseologia

Exemplos

Braga Radio, CSDDD, request atc


clearence to line up runway 25

CDD, winds 280/08 knots, QNH 1016,


cleared to line up and take off
runway 25, report airborne

Copy the winds, QNH 1016, cleared


to line up and take off runway 25,
report airborne, CDD
Comunicações – Fraseologia

Exemplos

Braga Radio, CDD, two miles south


of airfield, one thousand five
hundred feet on approach for
landing

CDD, proceed to Cabanelas and


report abeam airfield

Report abeam airfiel, proceeding


to Cabanelas, CDD
Comunicações – Fraseologia

Exemplos
CDD, Braga Radio, enter right
downwind leg, runway 25, report
entering

Downwind 25, will report entering

Braga Radio, CDD right downwind


leg 25

CDD, cleared to land

Cleared to land, CDD


Questões e Dúvidas?
Obrigado

Formador: Cmdt. Migueis


omigueis@gmail.com
/omigueis

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