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Local adequado para instalação

A geografia do local onde uma dada comunidade permanente está localizada também é importante. Aspectos
geográficos incluem a geografia do terreno onde a comunidade será localizada, o clima da região, e a disponibilidade de
água potável para consumo humano.

Nas vilas neolíticas e nas primeiras cidades, a fertilidade do solo era importante, para o cultivo de alimentos. A
proximidade com outras fontes de alimentos tais como frutas silvestres e cardumes de peixes também
ajudava. Chuva era importante para a irrigação de plantações, mas nem sempre indispensável, graças à tecnologia:
os egípcios inventaram um sistema de irrigação, que coletava água diretamente do Rio Nilo. A proximidade de matérias-
primas tais como minérios também era importante, mas não essencial.

As primeiras cidades desenvolveram-se primariamente em torno de corpos de água doce, tais como rios e/ou lagos.
Antigas civilizações observaram que vales fluviais de clima quente apresentavam várias ótimas condições para a
criação de um assentamento permanente. Estes rios incluem o Eufrates e o Tigre, no Oriente Médio, o Amarelo,
na China, e o já mencionado Nilo.

A localização geográfica de várias cidades teve grande influência no decorrer da história. Atenas, por exemplo, resistiu
bravamente a vários ataques de Esparta antes de ser definitivamente derrotada, porque estava localizada em uma
península fortificada, de difícil acesso. Constantinopla tornou-se uma porta de acesso de grande importância entre
o Ocidente e o Oriente, na Idade Média. Posteriormente, cidades que localizavam-se próximos à grandes corpos d'
água, aliados à sua localização estratégica, tornaram-se grandes centros portuários. Algumas destas cidades
incluem Atenas, Alexandria e Cartago durante a Idade Antiga; Gênova, Veneza e Lisboa durante
o Renascimento; Boston, Nova Iorque e Southampton durante a Revolução Industrial; Montreal e Chicago na Idade
Moderna, e, em tempos mais recentes, Rotterdam, Hong Kong, Cingapura e Shangai.

Algumas cidades devem sua existência graças à sua proximidade com meios de transportes tais
como ferrovias, rodovias, portos e/ou aeroportos. Exemplos incluem Toronto e Chicago. Outras cresceram graças à
proximidade de fontes de matéria-prima. Manchester tornou-se um grande pólo industrial no século XVIII graças à
proximidade de minérios, e Pittsburgh cresceu drasticamente no século XIX, graças à proximidade de grandes reservas
de ferro, tornando-se a capital mundial do aço.

Finalmente, outras cidades devem sua existência e/ou seu desenvolvimento primariamente graças ao seu clima e suas
atrações naturais, que atraem tanto turistas como novos habitantes. Alguns exemplos são Los Angeles, Vancouver e
o Rio de Janeiro.

História das cidades

Pré-antiguidade
Durante a pré-história, os homens eram primariamente nômades, movimentando-se de uma região para outra
constantemente, em busca de água e alimentos. Há entre 18 000 a 24 000 anos, várias civilizações começaram a
dominar a técnica da agricultura e da pecuária.As civilizações que dominaram estas técnicas passaram a criar centros
mais densamente habitados, como centros de comércio e defesa locais.Assim, as primeiras vilas apareceram - quase
sempre em torno de rios e lagos, dado a necessidade de irrigação. A grande maioria dos habitantes de vilas neolíticas
trabalhavam na agricultura e na criação de animais domésticos. Este processo foi mais acelerado na Mesopotâmia,
onde as primeiras vilas neolíticas e áreas urbanas foram criadas.

Entre 8000 a.C e 3500 a.C, algumas destas vilas neolíticas haviam prosperado, tendo evoluído em pequenas áreas
urbanas com alguns milhares de habitantes.

Egito

Ver artigo principal: Egito[1][2]


De acordo com Pinsky (1987) não há unanimidade para estabelecer os motivos pelos quais as primeiras sociedades
organizaram cidades, visto que isso “decorre de uma série de circunstâncias sociais (...) complexas.” (PINSKY, 1987:42)
Para o autor (apud BRAIDWOOD, 1985), existe uma hipótese de que há maior facilidade para o cultivo em vales e em
encostas de montanhas e, como acontecia com a Síria e com a Palestina, outros elementos facilitavam ainda mais tal
prática. Contudo, a realidade era diferente com as regiões onde formou-se o Egito e a Mesopotâmia, pois seus
territórios sofriam com a falta de chuvas, tendo como único benefício as cheias de seus rios para fertilização que, no
entanto, tornava-se também um problema quando não se conseguia controlar. O Egito, apesar de ter o solo fertilizado
pelas cheias do Nilo, precisava conviver com os crocodilos que apareciam nos pântanos formados. Também seria
necessário construir diques e reservatórios a fim de controlar e evitar encharcamento e/ou gretassão do solo. Na
mesopotâmia as inundações eram muito mais fortes devido ao degelo das vertentes imprevisíveis. Nesse caso eram
necessárias valas para que as águas vazassem e não inundassem desastrosamente a região. Ambas situações, dentre
outras, combinavam fertilização, que possibilitava a agricultura, com acidentes, que exigiam organização e
sistematização para evitar o pior, o que não acontecia nas outras regiões com plantio facilitado. Portanto, o cultivo
possibilitou a urbanização, e as dificuldades, o desenvolvimento, sendo a base para o nascimento das primeiras
civilizações.

“A queda de chuva no vale do Nilo é quase nula, não ultrapassando os 100-200mm por ano no delta. Sem o Nilo, a
agricultura no Egito seria inviável, excepto [sic], talvez, na costa mediterrânea. O Nilo é uma fonte de água mais regular
e previsível do que qualquer outro dos grandes rios do mundo, cujos vales são utilizados para irrigação. Na Antiguidade,
a sua cheia anual, entre junho e outubro, cobria a maior parte do terreno do vale e do delta e permitia, mediante uma
gestão cuidadosa da água depositada, a obtenção de uma colheita.” (BAINES e MÁLEK, 1996:14)

Conforme Cardoso (1987), no período Paleolítico foram encontrados instrumentos de sílex próximo às margens do Nilo,
no Alto Egito. O deserto do Saara formou-se lentamente após a última glaciação das latitudes mais altas. Tal lento
processo possibilitou a migração de povos ao vale do Nilo, o que explica serem as ferramentas encontradas
semelhantes às demais descobertas no continente africano. Cardoso (1987) analisa o fato de que no ocidente do Delta
foram encontrados vestígios de atividades agrícolas, onde desenvolveram-se povos agrupados com características
sedentárias (cultura Fauym, aproximadamente 4500 a.C.) “plantando cereais e linho, fabricando cestas, tecidos,
cerâmica grosseira, variados instrumentos de sílex e outras pedras.” (CARDOSO, 1987:45)

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