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Quando experimentamos diversas vezes ódio em relação a diferentes pessoas, ressentimentos

tenazes ou longa cólera, nós unificamos essas manifestações intencionando uma disposição
psíquica de produzi-las. Essa disposição psíquica (eu sou muito rancoroso, sou capaz de odiar
violentamente, sou colérico) é, naturalmente, algo mais, e uma coisa diferente do que um
simples meio. É um objeto transcendente. Nas palavras de Sartre (2013, p. 45):

A volta à biografia mostra-nos os hiatos, as fissuras e os acidentes ao mesmo tempo que


confirma a hipótese (do projeto original) revelando a curva da vida e sua continuidade.
Definiremos o método existencialista como um método progressivo-regressivo e analítico-
sintético; é ao mesmo tempo um vaivém enriquecedor entre o objeto (que contém a época
como significações hierarquizadas) e a época (que contém o objeto na sua totalização). (Sartre,
1987, p. 176)

Sartre, J. P. (2013a). A transcendência do ego: Esboço de uma descrição


fenomenológica. Petrópolis, RJ: Editora Vozes. (Originalmente publicado em
1936)

Sartre, J. P. (1987). Questão de método. In Coleção Os pensadores (3a ed., pp.


109-191). São Paulo: Nova Cultural. (Originalmente publicado em 1960)

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