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Resumo do texto Morozov

Nome: Camila Basilio Pedreira


Matricula: 202110005
Em seu pré-texto, o autor aborda que após duas décadas de utopismo digital, o mundo
ingressou em uma era de sobriedade digital. As plataformas tecnológicas globais não
são mais vistas como meras facilitadoras, mas sim como poderosos blocos com
interesses comerciais e projetos de dominação. A tecnologia atual não é apenas ciência
aplicada, mas uma complexa mistura de geopolítica, finanças globais e apropriação
corporativa. Criticar empresas como Uber e Airbnb sem considerar o contexto histórico
e econômico é simplificar demais. Dados são comparados ao petróleo do século XXI,
ressaltando que a luta por dados e supremacia na inteligência artificial será um campo
crucial dos embates geopolíticos. O Brasil é mencionado como tendo potencial para
liderar nesse cenário, com iniciativas como o Marco Civil.
O autor discorda do consenso de que a Europa é o único baluarte contra o avanço das
grandes empresas de tecnologia. Argumenta que intervenções jurídicas não são
suficientes e que é necessário um dinamismo empresarial e uma reavaliação da relação
entre tecnologia e sociedade. O Brasil é destacado como tendo potencial para liderar
nesse contexto, por ser uma sociedade jovem e aberta à inovação. A influência das Big
Tech nas eleições é mencionada, ressaltando a necessidade de encontrar formas de
controlar essa infraestrutura de comunicação. O autor também enfatiza a urgência de
imaginar um mundo tecnológico livre da influência prejudicial das grandes empresas de
tecnologia.
N o geral o texto mergulha profundamente na complexidade das relações entre
tecnologia, economia, política e cultura. Ele argumenta que uma compreensão crítica é
essencial para desvendar os nuances do mundo digital contemporâneo.
Primeiramente, os autores questionam como as políticas de austeridade afetam a
capacidade de inovação. Eles levantam a preocupação de que empresas de tecnologia
que evitam o pagamento de impostos podem estar restringindo o desenvolvimento de
alternativas no setor público. Além disso, observam que a economia compartilhada,
enquanto resposta à crise financeira, oferece uma maneira de as pessoas negociarem
bens e serviços, mas também apontam para os desafios que essa abordagem pode
apresentar.
Ao mesmo tempo, o texto adverte sobre os efeitos nocivos da cultura individualista e
consumista, especialmente em relação à busca pela emancipação social. Ele cita um
autor de 1973 para ilustrar como as novas mídias podem, de certa forma, promover um
novo tipo de consumismo eletrônico, embalando valores antigos em uma roupagem
tecnológica.
Além disso, o autor argumenta que a soberania popular sobre a tecnologia só pode ser
alcançada se houver controle sobre a economia e a política. Ele destaca a necessidade de
transformar o atual sistema capitalista para liberar o pleno potencial da internet como
uma ferramenta de empoderamento social. Ao criticar a ideologia neoliberal, o texto
adverte que muitas discussões sobre tecnologia inadvertidamente endossam aspectos
dessa ideologia. Eles destacam que as críticas ao Vale do Silício, embora possam
parecer progressistas, às vezes têm uma visão conservadora.
O texto sublinha que o futuro da tecnologia está intrinsecamente ligado ao contexto do
capitalismo contemporâneo. Sugere que uma análise mais abrangente e uma abordagem
crítica são cruciais para promover a emancipação social e reformular a dinâmica atual
do sistema econômico vigente.
O texto destaca que o Vale do Silício é frequentemente visto como uma indústria
invulnerável a críticas, mesmo quando comparada a outras grandes indústrias como a
farmacêutica, alimentícia e petrolífera, que muitas vezes são alvo de termos
depreciativos como "Big Pharma", "Big Food" e "Big Oil". No entanto, o mesmo não
acontece com o Vale do Silício, que raramente é associado a termos negativos como
"Big Data".
O autor levanta a questão do porquê isso acontece e sugerem que muitas vezes as
empresas de tecnologia são percebidas como agentes do progresso, engajadas em
melhorar o mundo através da inovação e da tecnologia. No entanto, o texto aponta que
essa percepção otimista pode ser questionável, especialmente diante dos impactos e da
influência significativa que essas empresas têm sobre a sociedade.
Além disso, o texto alerta para o fato de que o Vale do Silício exerce um forte controle
sobre o debate público, especialmente quando se trata de questões relacionadas à
tecnologia e à informação. Enquanto críticas a outras indústrias são muitas vezes bem
aceitas, críticas ao Vale do Silício podem ser rapidamente rotuladas como tecnofobia ou
resistência à inovação.
O autor também destaca que o Vale do Silício está moldando a forma como enxergamos
e interagimos com o mundo digital, influenciando desde a maneira como enviamos e
recebemos e-mails até como nos conectamos nas redes sociais. Essa influência pode
limitar nossa capacidade de imaginar e explorar outros modelos de gestão e organização
da infraestrutura de comunicação.
O texto destaca também que, nas últimas duas décadas, a capacidade de estabelecer
conexões entre máquinas e arranjos coletivos parece ter diminuído. Isso pode ter
ocorrido devido à crença de que essas máquinas pertencem ao mundo online e digital,
concedido pelas "divindades da internet". O autor questiona essa ideia, afirmando que o
ciberespaço e o debate digital são construções do Vale do Silício.
O autor propõe três passos para reverter essa situação. Primeiramente, sugere a
apropriação da linguagem utilizada pelo Vale do Silício. Em seguida, defende a
necessidade de revisitar a história imperfeita desse setor. Por fim, destaca a importância
de reintroduzir a política e a economia na discussão sobre tecnologia e inovação.
O texto também aborda a dicotomia entre duas formas de disrupção: uma promovida
por Wall Street, associada à escassez e austeridade, e outra pelo Vale do Silício, que
celebra a abundância e inovação. O autor argumenta que essas formas de disrupção
estão interligadas e tiveram impacto na redução do Estado de bem-estar social e na
transformação dos serviços públicos. Em meio a esse cenário, surgem mecanismos
como o crowdfunding como alternativas diante da falta de apoio estatal.

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