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27/11/2023, 06:45 Biossensores eletroquímicos para diagnóstico clínico - Notícias - Unesp - Instituto de Química - Câmpus de Araraquara

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Biossensores eletroquímicos para


diagnóstico clínico
Beatriz L. Garrote, Adriano Santos & Paulo R. Bueno

 27/10/2020, 00:00 por: Artigo original publicado pela Revista Nature

S em dúvida, o futuro do
diagnóstico clínico
envolverá ensaios rápidos
e confiáveis ??integrados a
uma plataforma biossensora
de fácil manuseio. Os
biossensores eletroquímicos
capacitivos são exemplos
desses dispositivos, com a
vantagem de apresentarem
alta sensibilidade ao mesmo
tempo que não requerem
complexo manuseio da
amostra e grande consumo de
reagentes, tornando essa
abordagem promissora para o
desenvolvimento de
plataformas miniaturizadas.

É inegável que o estilo de vida


da sociedade está mudando. A
“internet das coisas” (IoT) e a
inteligência artificial (IA) estão
ganhando espaço em nosso
dia a dia. Não é diferente com
os sensores, uma vez que eles
desempenham um papel
importante no futuro

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desenvolvimento de
dispositivos IoT e IA. Sensores
são dispositivos que
convertem um estímulo
oriundo de seu contorno num
sinal elétrico que é
interpretado por um
computador (ou mesmo
smartphone) e traduzido em
informações úteis para os
usuários finais das tecnologias
IoT. Esses dispositivos estão
presentes nos mais diversos
ambientes ao nosso redor
(como por exemplo em
smartphones para o
monitoramento do batimento
cardíaco, em veículos, na
indústria, etc.) com o principal
objetivo de facilitar nossa vida.
Embora pareça fácil quando a
tecnologia está em nossas
mãos, anos de pesquisa são
necessários para desenvolver
o produto final. Neste contexto,
sensores biológicos (ou
biossensores) com aplicações
na medicina são uma das
tecnologias mais desafiadoras
para o desenvolvimento de
dispositivos com robustez
suficiente para integração em
smartphones e IoTs.

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Figura 1. Mecanismos básicos


de operação de um biossensor

Biossensores fazem uso de


(bio)moléculas ou estruturas
biológicas (e.g. anticorpos,
enzimas, oligonucleotídeos,
etc.) como receptores para a
detecção ou quantificação de
certas moléculas de relevância
analítica, conhecidas como
analito (Figura 1). Quando
ocorre uma interação entre o
receptor e o analito, o sinal é
eletricamente convertido em
informações legíveis e úteis
(e.g. concentração de glicose
no sangue, diagnóstico
positivo-negativo para certos
tipos de doenças infecciosas,
etc.). Esses tipos de sensores
são promissores para as
tecnologias de IoT porque
podem ser usados ??em um
formato miniaturizado,
possibilitando o seu uso no
local em que a análise é
requerida, ou seja, no formato
point-of-care (PoC). Desde que
o primeiro biossensor
comercial neste formato foi
desenvolvido (i.e. sensor de
glicose produzido pela YSI em

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1975 usando a tecnologia


desenvolvida por Leland C.
Clark), milhares de estudos e
pesquisas para diversos
analitos foram publicados. No
entanto, poucos deles estão
comercialmente disponíveis
devido aos desafios técnicos
para torná-los robustos,
miniaturizáveis e aplicáveis em
nosso dia a dia. Para
alcançarem esse objetivo,
equipes multidisciplinares
precisam trabalhar em sintonia
de forma a possibilitar o
controle do processo
produtivo do dispositivo, ao
mesmo tempo que superam
importantes questões técnicas.
No artigo recém publicado na
Nature protocols (DOI:
https://doi.org/10.1038/s41596-
020-0390-9), incluímos todas
as considerações e pontos de
controle que devem ser
levados em consideração para
a obtenção de biossensores
eletroquímicos funcionais e
com potencial aplicação no
formato PoC.

Nosso grupo de pesquisa


(Nanobionics) atua no
desenvolvimento de
biossensores desde 2012.
Embora seja um período
relativamente curto,
conseguimos alcançar um
importante passo na operação

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desses dispositivos entre os


anos de 2014-16. Naquela
época, criamos uma inovadora
abordagem biossensora e
chamamos os dispositivos
derivados dessa abordagem
como biossensores
eletroquímicos capacitivos
(redox capacitive biosensors,
em inglês). Em 2014
aprofundamos os princípios
teóricos fundamentais, o que
nos forneceu maior
compreensão do significado
físico-químico do sinal
eletroquímico capacitivo.
Paralelamente, realizamos a
primeira aplicação dessa
propriedade no
desenvolvimento de um
biossensor no formato PoC
para detecção da proteína C-
reativa (uma proteína
relacionada com diversas
patologias, dentre elas
inflamação). Desde então,
dezenas de artigos sobre
teoria e aplicações para a
detecção de vários analitos de
interesse clínico foram
publicados apenas por nosso
grupo ou juntamente com
nossos colaboradores da
Universidade de Oxford, Reino
Unido.

Depois de muitos anos de


trabalho neste campo, nosso
grupo de pesquisa acredita

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que seja o momento de


impulsionar a área de pesquisa
em biossensores e
compartilhar nosso protocolo
com a comunidade,
objetivando tornar a
abordagem do biossensor
eletroquímico capacitivo
amplamente acessível.
Acreditamos que, ao fazermos
isso, pesquisadores que se
dedicam nesta área terão as
ferramentas para usarem a
capacitância eletroquímica em
suas pesquisas e fazer novas
descobertas. Temos o prazer
de compartilhar esse protocolo
e esperamos que ele chame a
atenção tanto da comunidade
voltada no desenvolvimento
de biossensores como a de
química analítica.

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