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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA BIOMÉDICA

ROGER FELIPE DE OLIVEIRA BARBOSA

ANÁLISE DE MÉTODOS DE RASTREABILIDADE PARA


APLICAÇÃO EM UNIDADES HOSPITALARES

São José dos Campos, SP


2021
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA BIOMÉDICA

ANÁLISE DE MÉTODOS DE RASTREABILIDADE PARA


APLICAÇÃO EM UNIDADES HOSPITALARES

Aluno: Roger Felipe de Oliveira


Barbosa
Orientador: Prof. Dr. Matheus Cardoso
Moraes

Monografia apresentada ao Instituto de


Ciência e Tecnologia da Universidade
Federal de São Paulo como requisito
parcial para obtenção do título de
Graduação em Engenharia Biomédica.

São José dos Campos, SP


2021
2
ANÁLISE DE MÉTODOS DE RASTREABILIDADE PARA APLICAÇÃO EM
UNIDADES HOSPITALARES

Projeto de pesquisa apresentado ao


Trabalho de Conclusão de Curso na
Universidade Federal de São Paulo em São
José dos Campos no Instituto de Ciência e
Tecnologia.

——————————————

Prof. Dr. Matheus Cardoso Moraes

Orientador

——————————————

Prof. Dr. Henrique Alves de Amorim

Comissão de TCC do Curso de Engenharia Biomédica

——————————————

Prof. Dr. Mateus Fernandes Réu Urban

Comissão de TCC do Curso de Engenharia Biomédica

São José dos Campos, SP

2021
3
Elaborado por sistema de geração automática com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Oliveira, Roger
ANÁLISE DE MÉTODOS DE RASTREABILIDADE PARA APLICAÇÃO EM
UNIDADES HOSPITALARES/ Roger Oliveira
Orientador(a) Mateus Cardoso Moraes-São José dos Campos, 2021.
68 p.

Trabalho de Conclusão de Curso-Engenharia Biomédica-Universidade Federal


de São Paulo-Instituto de Ciência e Tecnologia, 2021.

1. Rastreabilidade em Equipamentos Hospitalares . 2. Engenharia Clínica . 3.


Equipamentos Médicos Hospitalares. I. Cardoso Moraes, Mateus, orientador(a).
II. Título.
Figuras
Figura 1. Engenharia Clínica e suas conexões com diferentes setores de um EAS
Figura 2. Exemplo da Ferramenta de Diagrama de Ishikawa
Figura 1.Evolução dos artigos publicados sobre GPS nos últimos 20 anos.
Figura 2.Evolução dos artigos publicados sobre RFID nos últimos 20 anos.
Figura 3. Evolução dos artigos publicados sobre QRcode nos últimos 20 anos
Figura 6. Tags Ativas x Tags Passivas
Figura 7. Exemplo de Leitor RFID
Figura 8. Componentes físicos de leitura RFID
Figura 9. Layout de funções do Mediador RFID
Figura 10. Sistema de Triangulação do sinal dos satélites
Figura 11. Exemplo de funcionamento do GPS em um smartphone
Figura 12. Funcionamento do GPS com as bases terrestres.
Figura 13. Exemplo de QRcode de modulo 21x21
Figura 14. Exemplo de QRcode de modulo 177x177
Figura 15. Exemplo de leitor fixo de códigos QRcode
Figura 16. Exemplo de leitor terminal QRcode
Figura 17. Exemplo de leitor de mão QRcode
Figura 18. Exemplo de Impressora QRcode
Figura 19. Fluxo de atividades desenvolvidas
Figura 20. Fluxograma detalhado das atividades
Figura 21. Organograma da Engenharia Clínica
Figura 22. Diagrama de Ishikawa
Figura 23. Causas levantadas a partir do diagrama de Ishikawa
Figura 24. Parâmetros relevantes para o processo
Figura 25. Precisão x Tecnologias
Figura 26. Agilidade x Tecnologia
Figura 27. Custo estimado de Implementação x Tecnologia
Figura 28. Fluxo simplificado de atividades x Tecnologia
Figura 29. Facilidade e Ergonomia x Tecnologia

4
Tabelas

Tabela 1. Número de artigos publicados


Tabela 2. Alcance de acordo com a frequência utilizada
Tabela 3. Análise da precisão das tecnologias
Tabela 4. Custo por Tag x Tecnologia
Tabela 5. Custo estimado RFID
Tabela 6. Custo estimado GPS
Tabela 7. Custo estimado QRcode
Tabela 8. Matriz de decisão

5
Sumário

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 10
1.1 Engenharia Clínica no Brasil ................................................................................ 12
1.2 Rastreabilidade em Hospitais............................................................................... 13
1.3 Tecnologias de rastreabilidade ............................................................................ 13
1.4 Diagrama de Ishikawa.......................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 15
2.1 Objetivo geral....................................................................................................... 15
2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 15
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 16
3.1 RFID .................................................................................................................... 18
3.1.1 Tags RFID ....................................................................................................... 19
3.1.2 Leitor RFID ...................................................................................................... 23
3.1.3 Sistema informatizado/ Mediador .................................................................... 25
3.1.4 Aplicabilidade .................................................................................................. 27
3.2 GPS (Global Position System) ............................................................................. 28
3.2.1 Funcionamento................................................................................................ 29
3.2.2 Aplicabilidade .................................................................................................. 32
3.3 QR Code .............................................................................................................. 33
3.3.1 Funcionamento................................................................................................ 33
3.3.2 Etiqueta ........................................................................................................... 34
3.3.3 Leitor ............................................................................................................... 35
3.3.4 Impressoras..................................................................................................... 37
3.3.5 Aplicabilidade .................................................................................................. 38
4 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 38
4.1 Estabelecer o ambiente proposto......................................................................... 39
4.2 Mitigar o problema da rastreabilidade em Hospitais ............................................. 40
4.3 Definir os parâmetros de análise .......................................................................... 40
4.4 Analisar as tecnologias em parâmetros relevantes .............................................. 40
4.5 Realizar a matriz de decisão entre as diferentes tecnologias ............................... 41
4.6 Discutir a melhor técnica a ser utilizada nas EAS ................................................ 41

6
4.7 Fluxograma das atividades .................................................................................. 42
5 RESULTADOS E CONCLUSÕES ....................................................................... 43
5.1 Estabelecendo o ambiente proposto .................................................................... 43
5.1.1 Ambiente Proposto .......................................................................................... 43
5.1.2 Engenharia Clínica da unidade ........................................................................ 43
5.2 Mitigar o problema da rastreabilidade em Hospitais ............................................. 45
5.2.1 Sistemática de empréstimos............................................................................ 45
5.2.2 Manutenções Programadas............................................................................. 45
5.2.3 Diagrama de Ishikawa ..................................................................................... 47
5.3 Definir os parâmetros de análise .......................................................................... 52
5.4 Analisar as tecnologias em parâmetros relevantes .............................................. 54
5.4.1 Precisão .......................................................................................................... 54
5.4.2 Agilidade ......................................................................................................... 55
5.4.3 Custo ............................................................................................................... 56
5.4.4 Facilidade de utilização e ergonomia do sistema ............................................. 61
5.5 Matriz de escolha ................................................................................................. 63
5.6 Discussão dos resultados apresentados e Conclusão ......................................... 64
5.6.1 Limitações e trabalhos futuros ......................................................................... 65
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 67

7
RESUMO

A rastreabilidade é a capacidade de se mapear o caminho feito por determinado


objeto desde sua origem até seu destino. Os métodos de rastreabilidade sempre
foram uma questão muito abordada pela indústria para se ter maior controle do insumo
e otimizar a produção a partir do trajeto em que o mesmo realiza. A rastreabilidade
em hospitais acontece de diversas maneiras, tanto na triagem dos pacientes, nos
medicamentos e em equipamentos hospitalares. A rastreabilidade em equipamentos
hospitalares é atrelada engenharia clinica que realiza o controle e mapeamento dos
equipamentos dentro do parque hospitalar. O projeto busca analisar e propor a
utilização das tecnologias atuais de rastreabilidade dentro de um estabelecimento de
assistência à saúde Diante de uma contextualização do ambiente estudado, foi
utilizados ferramentas para mitigar e entender a problemática da rastreabilidade. Após
definir parâmetros relevantes para a rastreabilidade interna em um hospital, a análise
das tecnologias foi realizada e convergiu-se na melhor resposta diante da
problemática no ambiente hospitalar proposto. Frente aos resultados apresentados
observou-se que a tecnologia de RFID obteve melhor performance, quando
comparado as outras tecnologias propostas em um ambiente hospitalar.

Palavras-chaves: Rastreabilidade, Engenharia clínica, Gerenciamento de


equipamentos biomédicos, RFID, QRCODE, GPS.

8
ABSTRACT

Traceability is an ability to map the path taken by a given object from its origin
to its destination. Tracking methods have always been an issue that has been widely
addressed by the industry in order to have greater control of the input and to optimize
production based on the route it takes. Hospital traceability takes place in a variety of
ways, both in patient screening, in medication and in hospital equipment. Traceability
in hospital equipment is linked to clinical engineering that performs the control and
mapping of equipment within the hospital park. The project seeks to analyze and
propose the use of current traceability technologies within a health care establishment.
In front of context of the studied environment, tools were used to mitigate and
understand the issue of traceability. After defining relevant parameters for traceability
in a hospital, an analysis of the technologies performed and converged on the best
response to the problem in the proposed hospital environment. In view of the results
obtained, it was observed that the RFID technology obtained the best performance,
when compared with other technologies in a hospital environment.

Key-Words: Traceability, Clinical Engineering, Medical Equipment Management,


RFID, QRCODE, GPS.

9
1 INTRODUÇÃO

O gerenciamento dos dispositivos médicos hospitalares nos Estabelecimentos


de Assistência à Saúde (EAS) é crucial para que uma unidade de saúde possa operar
com eficiência e agilidade. Dentre as diversas práticas de gerenciamento adotadas
pelos Engenheiros Clínicos das EAS, se destaca o rastreio de Equipamentos
Hospitalares dentro da Unidade de Saúde. [1]

Segundo, “The American College of Clinical Engineering”, o engenheiro clínico


pode ser definido como “O profissional que suporta e ajuda na saúde do paciente,
aplicando engenharia e gerenciando tecnologias que auxiliam na saúde.” [2].

A engenheira clínica é uma ramificação da engenharia biomédica, a qual


busca, a luta contra doenças providenciando equipamentos, ferramentas e técnicas
que podem ajudar em pesquisas, tratamentos e diagnósticos dos profissionais da
saúde.[3] Dessa forma, pode-se afirmar que as técnicas de gerenciamento de
equipamentos biomédicos, interferem diretamente na qualidade do serviço prestado
pela Unidade de Saúde, Figura 1.

Figura 4. Engenharia Clínica e suas conexões com diferentes setores de um EAS

10
A rastreabilidade de equipamentos hospitalares se torna gradativamente mais
importante e complexa de acordo com o tamanho do estabelecimento de saúde.[1]

O gerenciamento de equipamentos em hospitais de grande porte é uma tarefa


muito difícil para a engenharia clínica, visto que os mesmos podem apresentar de 150
a 500 leitos. Logo, a precisão na localização de equipamento dentro do EAS é de
extrema importância para evitar problemas como o remanejamento de equipamentos
dentre os setores, necessidade de um equipamento especifico em uma situação de
urgência, localizar e enviar equipamentos com calibração vencida ou com
necessidade de reparo para a empresa de manutenção e até mesmo o furto de
equipamentos da unidade.[1]

Com a exponencial evolução da tecnologia e gradual queda no valor da


mesma, torna-se possível propor e utilizar novos métodos de rastreio através de
diferentes dispositivos. Atualmente, as empresas e industrias vem investindo em
técnicas de rastreabilidade para otimizar os processos internos e aumentar a
qualidade dos serviços prestados ao cliente.

O rastreio de insumos para determinado processo, localização de peças dentro


da unidade, otimizar o controle de qualidade e de estoque, tempo estimado para
entrega de materiais, informações de trabalho personalizado para cada material,
tempo de entrega ao cliente e entre outras informações tornaram-se acessíveis com
as novas tecnologias de rastreabilidade sendo implementadas no mercado. Frente as
crescentes evoluções no ramo de rastreabilidade, pode-se projetar como e quais
dessas tecnologias poderiam ser utilizadas nos hospitais para otimizar o sistema de
localização de equipamentos dentro do EAS.

Tecnologias como RFID, GPS, QRCODE e outros métodos industriais de


rastreio como Kaban eletrônico e Etiquetagem de embalagem terciária são métodos
de rastreio já implantados no mercado e poderiam ser analisadas diante de uma rotina
hospitalar.

11
1.1 Engenharia Clínica no Brasil

A Engenharia Clínica no Brasil é uma área muito recente e começou em


meados de 1980 e 1990 quando a as autoridades brasileiras começaram a estudar e
entender mais os problemas oriundos da administração e planejamento de
equipamentos médicos. Com forte investimento em encontros mundiais sobre o tema,
ajudou-nos muito a entender o problema e a diretriz a se seguir diante deste problema.
[4]

Apenas no final do ano de 2000, com muita troca de conhecimento com


diferentes países, o Brasil enviou 5 engenheiros para o “First Advanced Clinical
Engineering Workshop in Washington, D.C.”, no qual os mesmos fizeram diversos
treinamentos.[4]

O entendimento de que uma mão de obra especializada era imprescindível


para a engenharia utilizada em Hospitais e Clinicas já era uma realidade, e com
investimentos nas universidades, começou-se a disponibilizar cursos de
especialização nesta área. [5] Atualmente, segundo censo da educação superior de
2017, existem cerca de 2448 Universidades brasileiras dentre públicas e privadas, e
apenas 19 destas disponibilizam o curso de engenharia biomédica no Brasil. Apesar
do avanço da área, o país ainda carece muito de tecnologia externa. [6]

Segundo dados da ABIMO, foram importados 4,5 bilhões de reais e exportados


775 milhões de reais de tecnologia da área da saúde, o que mostra um déficit na
balança comercial e extrema necessidade de tecnologia importada. Diante deste
cenário, percebe-se que a engenharia clínica no Brasil ainda é muito recente e muito
precária de tecnologia nacional, e consequentemente a implementação de métodos
de rastreabilidade em EAS ainda é um tema complexo em muitos hospitais. [6]

12
1.2 Rastreabilidade em Hospitais

A rastreabilidade em Unidades de Saúde é um tema muito recorrente na


engenharia clínica. A mesma tem diversas ramificações, como a rastreabilidade de
medicamentos dentro da unidade, rastreabilidade de pacientes e a rastreabilidade de
equipamentos hospitalares. [17]

A rastreabilidade de medicamentos utiliza técnicas para monitorar e controlar com


mais eficiência a saída e entrada de medicamentos entre os diferentes setores. [17]

A rastreabilidade de pacientes é uma pratica muito importante para hospitais de


grande porte, os quais recebem muitas pessoas por dia na unidade e necessitam de
um método eficiente de gestão dos pacientes dentro do hospital. Este método auxilia
na localização do paciente dentro da unidade, para possíveis mudanças de leito ou
unidade, buscando melhor eficiência das triagens básicas dos pacientes no
ambulatório e para fugas de pacientes do leito. [17]

O controle e gerenciamento de equipamentos dentro de uma EAS é de suma


importância quando lidamos com situações de urgência, e em hospitais, situações
desse nível são muito recorrentes. Quando citamos a rastreabilidade de equipamentos
médicos, entende-se como controle de entrada e saída de equipamentos do setor de
engenharia clínica, localização exata de cada instrumento médico, controle de trocas
de equipamentos entre setores, controle de saída ou entrada após calibração,
manutenção corretiva ou manutenção preventiva do mesmo e até mesmo controle nas
saídas da EAS para prevenir possíveis furtos ou saídas inesperadas de equipamento
médico. [17]

1.3 Tecnologias de rastreabilidade

A engenharia clínica, vem constantemente buscando soluções de questões


crônicas, como a rastreabilidade de equipamentos médicos dentro dos hospitais.

Com o avanço exponencial da tecnologia, emergem diversos dispositivos ou


metodologias diferentes para sanar problemas que se apresentavam no mercado sem
13
nenhum tipo de solução. Estes avanços geram um processo de fabricação menos
custoso, fazendo com que algumas tecnologias se tornem atrativas e viáveis para a
utilização nas EAS.

Neste projeto vamos apresentar e analisar diversas tecnologias emergentes


que podem sanar este problema. Para uma estima melhor da tecnologia, buscou-se
mitigar e entender o problema, e para isso foi utilizado o diagrama de Ishikawa.
Ferramenta a qual busca estabelecer causa e efeito de problemas.

A partir de uma análise crítica do problema, poderemos propor e apresentar as


tecnologias em uma unidade de saúde.

1.4 Diagrama de Ishikawa

O diagrama de Ishikawa é uma poderosa ferramenta que busca de forma


gráfica aplicar uma metodologia de analise entre causa (Fatores que influenciaram a
problemática) e Efeito (O problema apresentado).[18]

A identificação e determinação das causas é de extrema importância na


resolução de problemas, para focar nas questões as quais realmente tem impacto e
são relevantes na busca pela solução da inconsistência apresentada.[18]

A metodologia utiliza a construção de um diagrama guiado por 6 causas raiz de


um problema, também chamados dos “6M”:

• Mão de Obra
• Meio ambiente
• Material
• Método
• Maquina
• Medição

O diagrama final apresentado é resultado de uma reunião entre as partes


envolvidas no processo a qual todos apresentam suas visões sobres as possíveis
causas do problema, Figura 2.[18]

14
Esta ferramenta é muito utilizada pelos setores de qualidade buscando a
melhoria de processos dentro das empresas.[19]

Figura 5 . Exemplo da Ferramenta de Diagrama de Ishikawa

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar e discutir, diante dos diferentes tipos de tecnologia atuais, o método


de rastreabilidade mais adequado para um estabelecimento de assistência à saúde,
a partir da análise destas em parâmetros importantes para a engenharia clínica e
matrizes de decisão.

2.2 Objetivos específicos

• Levantamento de diferentes tipos de tecnologia de rastreabilidade;


• Mitigar o problema da rastreabilidade de Hospitais públicos;
• Analisar a relação das tecnologias em diferentes parâmetros importantes para
a engenharia;
• Realizar a matriz de decisão entre as diferentes tecnologias;
• Discutir a melhor técnica de rastreabilidade a ser utilizada em um EAS;
15
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a definição das tecnologias utilizadas no projeto, foi realizado um


levantamento das principais tecnologias de rastreabilidade e comparado as que mais
possuem artigos publicados a respeito.

O levantamento do número de artigos publicados foi realizado através da


plataforma “Google scholar” e a plataforma “Pubmed”, que tem como foco as
publicações realizadas na área médica.

Palavra- chave Google Total de


Tecnologias PubMed
para busca Scholar Publicações

GPS "GPS" 3.650.000 26,559 3.650.027


QRCode "qr code" 618.000 228 618.228
RFID "RFID" 555.000 1344 556.344
BLE "Ble beacon" 255.000 1008 256.008
NFC "NFC" 199.000 989 199.989

Tabela 1. Número de artigos publicados

Frente ao número de publicações totais com tema nas tecnologias, foi escolhido
as 3(três) primeiras, Tabela 1.

A seguir pode-se notar o crescente número de artigos publicados dessas 3


tecnologias apresentadas, Figura 3, 4 e 5.

16
Figura 6.Evolução dos artigos publicados sobre GPS nos últimos 20 anos. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/

Figura 7.Evolução dos artigos publicados sobre RFID nos últimos 20 anos. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/

Figura 8 Evolução dos artigos publicados sobre QRcode nos últimos 20 anos. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/

Frente aos dados apresentados, neste documento analisaremos então seguintes


tecnologias:

• RFID
• GPS
• QR Code

17
3.1 RFID

RFID é a sigla para “Radio Frequency Indentification” que descreve um sistema


de identificação e comunicação por ondas de rádio frequência. Este sistema conta
com um dispositivo anexado a um objeto que gera um pulso eletromagnético capaz
de gerar a comunicação entre o dispositivo e um sistema. [7]

Os RFIDs vem sendo utilizados desde a segunda guerra mundial, para


identificação de aviões britânicos em radares terrestres. A partir disto, o mesmo vem
sendo estudado e utilizado [8]. Porém, só nos dias atuais que esta tecnologia se tornou
viável economicamente para ser utilizada em projetos de menor porte.

As pesquisas de interesse empresarial com este tipo de tecnologia foram


iniciadas com o intuito de otimizar e aumentar a eficácia em sistemas de gestão da
cadeia de suplementos [9]. Devido a tecnologia ter obtido bom rendimento estratégico
e de maior impacto aos negócios comparada as demais tecnologias da época, a
mesma ganhou grande visibilidade das empresas que buscavam melhorar seus
sistemas de gestão e localização [9].

Com o avanço gradual da tecnologia, as metodologias de fabricação dos


equipamentos utilizando RFID cresceram e consequentemente se tornaram menos
custoso, com o passar dos anos. Assim, tornando-se um tipo de tecnologia atrativo
para os sistemas de gerenciamento a informação.

Os Sistemas de RFID´s são compostos por 3 (Três) tipos de componentes


principais:

• Tags RFID: Componente ou etiqueta anexadas ao equipamento ou local


aplicado, que faz a identificação do equipamento;
• Leitor RFID: Componente Responsável pela leitura da informação
armazenada nas Tags RFID;
• Mediador ou Interface: Componente responsável por toda transferência de
dados entre o que foi recebido nos leitores RFID e a plataforma de
gerenciamento;

18
3.1.1 Tags RFID

As Tags RFID são os dispositivos responsáveis pela identificação dos


equipamentos via rádio frequência. Também chamadas de etiquetas eletrônicas ou
transponders (Componentes eletrônicos capazes de transmitir informações), estas
são basicamente compostos por um encapsulamento do circuito integrado e uma
antena de transmissão. [7]

3.1.1.1 Circuito Integrado (CI)

Os Circuitos Integrados das Tags são capazes de executar funções


especificas, o que torna essa tecnologia ainda mais atrativa aos olhos da indústria.
Entre as possíveis funções temos:

➢ Gravação de informações que permitem que o usuário insira uma


informação com a possibilidade de regrava-la uma ou várias vezes.
➢ Desabilitação permanente de informações, que auxiliam que o
comprador não tenha acesso as informações anteriormente gravadas.
➢ Segurança e criptografia dos dados armazenados na tag, o que permite
que o usuário bloqueie ou limite determinadas informações para um nicho
de pessoas.

• Classe e armazenamento

As Tags são divididas de acordo com seu nível de interação com o leitor e
armazenamento da etiqueta.

De acordo com a EPCglobal, organização mundial que busca a padronização


dos códigos eletrônicos de produtos, estes componentes podem ser divididos em 7
classes:

➢ Classe 0

Seria o nível mais básico de iteração e armazenamento de uma Tag, o qual as


etiquetas são totalmente passivas e de apenas leitura. [9]
19
➢ Classe 1

São Tags passivas com a possibilidade de apenas uma escrita na mesma,


adicionando apenas essa função a mais quando comparada com a classe 0. [9]

➢ Classe 2

São Tags passivas com a possibilidade de escrita a qualquer momento em um


processo. [9]

➢ Classe 3

São Tags semi-passivas capazes de escrita e leitura, que podem ter sensores
de temperatura, movimento e pressão. [9]

➢ Classe 4

São Tags ativas, que podem fazer iteração com os leitores ou outras Tags.
Essas são integradas com transmissores. [9]

➢ Classe 5

Essas Tags são semelhantes ao protocolo das de classe 4, com uma função
adicional de poder carregar outras Tags e se comunicar com outros tipos de leitores.
[9]

3.1.1.2 Antena

As antenas são as principais responsáveis pela comunicação das Tags com os


dispositivos de leitura.

Com a comunicação via ondas de rádio frequência (RF) estas se tornam essenciais
para o funcionamento do sistema RFID.

O alcance de comunicação das Tags varia de acordo com o tamanho da onda


utilizado pela antena de rádio frequência localizado na Tag.

20
Distância de comunicação

Como a Tag utiliza ondas de rádio frequência para a comunicação, existem


diferentes tipos de faixas de operação ordenados pela frequência utilizada no CI,
Tabela 2. [7]

Baixa frequencia (LF) Alcance de aproximadamente 50cm


Altra frequencia (HF) Alcance de aproximadamente 3m
Frequencia Ultra alta (UHF) Alcance de aproximadamente 9m
Microondas Alcance de aproximadamente 10m

Tabela 2. Alcance de acordo com a frequência utilizada

3.1.1.3 Principal diferenças entre Tags passivas e ativas

➢ RFID com tags passivas

As Tags passivas são chamadas desta maneira por não possuírem fonte de
energia interna, nas Tags. Estas funcionam a partir da energia dos leitores, que
quando próximos a etiqueta geram a energia necessária para o funcionamento do
Circuito integrado da Tag [7].

As mesmas levam vantagem sob as ativas quando analisado o custo, devido à


falta de energia própria e ao tamanho menor, justificado pela falta de bateria embutida.
Estas também apresentam maior ruído na comunicação e um menor alcance de
comunicação quando comparadas a distância das etiquetas ativas, exigindo assim um
leitor RFID mais potente para a iteração com a Tag [7].

➢ RFID com tags ativas

As Tags ativas são chamadas desta maneira devido ao acoplamento de uma


bateria no sistema. Estas, apresentam maior funcionalidade e alcance, dessa forma
tornando-se mais atrativas para situações que necessitam de um sistema mais
21
funcional e completo. Em contrapartida, apresentam um valor bem maior quando
comparados as passivas [7].

Entretanto em casos, que necessitam de um alcance maior ou uma


funcionalidade especifica, o retorno gerado pela tecnologia implementada é muito
vantajoso para as empresas fazendo com que problemas de rastreabilidade sejam
completamente sanados [7].

As diferenças entre as mesmas podem ser analisadas na Figura 6.

Ativas Passivas
Não possuem
Possui bateria
bateria
interna
interna

Maior Menor
alcance de alcance de
comunicação comunicação

Custo maior Custo Baixo

Resistentes
Sensiveis a
em diversas
temperatura
condições

Figura 9.Tags Ativas x Tags Passivas

22
3.1.2 Leitor RFID

Os leitores são responsáveis pela interface entre as Tags e o Sistema


informatizado/ Mediador. Este equipamento realiza a comunicação entre os
dispositivos, e tem como função:

• O reconhecimento de presença
• Armazenamento de dados
• Leitura dos dados obtidos das tags

Com a comunicação direta com as etiquetas é possível o envio das


informações adquiridas para o sistema que realiza a mediação entre o usuário e as
Tags RFID.

Os leitores RFID podem se apresentar tanto em dispositivos com maior


mobilidade como os leitores de mão ou conectados pelo cabeamento, ou por portais
que realizam a energização da etiqueta quando o equipamento passa pelo mesmo,
Figura 7.

Figura 10. Exemplo de Leitor RFID

23
3.1.2.1 Componentes eletrônicos

Os leitores são formados por 4 componentes físicos principais, Figura 8:

➢ Antena

As antenas são as principais responsáveis pela comunicação com as Tags.

Devido a comunicação via ondas de rádio frequência (RF) com a antena


localizada no encapsulamento, estas se tornam essenciais para o funcionamento do
sistema RFID.

➢ PDS

Também conhecido como processador digital de sinais, este circuito integrado


a placa do leitor é responsável por modular o sinal que será enviado para a tag.

➢ Controlador

O controlador funciona como o processador central da placa do leitor.

Realizando toda as funções definidas pelo sistema mediador, o controlador


gerencia todas informações que o leitor recebe ou envia.

➢ Interface de Rede

A interface de Rede vai definir o meio o qual o leitor vai utilizar para transmitir
os dados para o Mediador/ Sistema. Estes vão depender do tipo de comunicação que
o leitor utiliza, trazendo tanto tecnologias mais tradicionais como as entradas RS232
até os mais atuais como WiFi e bluetooth.

24
Figura 11. Componentes físicos de leitura RFID

3.1.3 Sistema informatizado/ Mediador

Os mediadores tem a responsabilidade de controlar e otimizar os processos e


gerenciar os dispositivos utilizados na rede assim como todos os dados extraídos dos
mesmos. Estes têm como função principal o controle dos dados vindos das etiquetas
para o sistema de informação utilizado pelos usuários.

Dentre as tarefas realizadas pelos mediadores temos, Figura 9:

25
• Extração de dados
• Agregação e filtragem
Coleta • Tratamento dos dados
de multiplos Leitores

• Otimizar o fluxo de
informações
Direcionamento
• Filtrar acesso dos
usuários

• Gerenciamento e
Processos organização dos
processos

• Gerenciamento das
iterações dos
Disipositivos dispositivos
• Link entre os
dispositivos e a rede

Figura 12. Layout de funções do Mediador RFID

Os mediadores utilizam softwares para a gestão informatizada dos


equipamentos utilizados. Os mesmos realizam a interface entre os sistemas utilizados
nos dispositivos e o sistema utilizado pela empresa ou pelo usuário que utiliza a
tecnologia.

Através desta plataforma, o mediador pode ter acesso as informações


necessárias dos dados extraídos, possibilitando assim as diversas análises como o

26
rastreio de um suplemento, a localização de um paciente ou quantas unidades de
determinado suplemento estão em estoque.

3.1.4 Aplicabilidade

Atualmente a utilização de RFID tem se tornado cada dia mais abrangente tanto
em industrias como em empresas. Como a tecnologia está mais difundida devido a
melhoria do custo e viabilidade, a mesma tem aparecido em diversas empresas de
sucesso para sanar questões muito antigas, como:

➢ Rastreabilidade de insumos

A questão da rastreabilidade sempre foi um contratempo para empresas que


necessitam de uma precisão no recebimento de matéria prima ou no envio de insumos
para outras sedes. Com a utilização do RFID nestas industrias, o rastreio se tornou
mais preciso, fazendo com que as empresas estejam mais planejadas e otimizadas.

➢ Segurança e controle de acesso

O controle de acesso atualmente é mais rápido e simples devido aos cartões e


Tags RFID que agilizam a entrada de pessoas já autorizadas em locais que
necessitam de segurança.

➢ Manutenção

Com a utilização do RFID podemos atualizar Tags com informações


importantes com informações da fabricante ou das últimas manutenções realizadas
no mesmo.

➢ Hospitais

A utilização desta tecnologia em hospitais ainda é bem recente. Em alguns


hospitais de ponta já é possível encontrar pulseiras que controlam o acesso ou

27
pulseiras ativas que podem sinalizar quando pacientes deixam os seus leitos,
auxiliando os enfermeiros contra fugas ou emergências requeridas pelos pacientes.

3.2 GPS (Global Position System)

O sistema de posicionamento global, também conhecido como GPS, já está


completamente implementado no dia a dia dos seres humanos. O mesmo é utilizado
em diversas empresas e industrias como auxilio a rastreabilidade de pessoas,
equipamentos ou suplementos.

O GPS, criado para fins militares na década de 70, foi desenvolvido pelo
departamento de defesa dos Estados Unidos para acompanhar a localização de suas
forças armadas. [12]

No ano 2000, o EUA utilizava o GPS como um sistema de localização única e


exclusivamente para suas forças armadas, porém com a decisão do presidente Bill
Clinton a tecnologia poderia então ser utilizada para uso civil [13]. A partir da liberação,
a tecnologia começou a ser utilizada em diversos estudos a fim de evoluir os sistemas
de rastreabilidade.

Diversas frentes de estudos foram desenvolvidas e hoje em dia contamos com


o sistema de GPS americano NAVSTAR e o russo GLOSNASS, que já estão em
atividade, e outros sistemas em implementação da União Europeia e China (Galileu e
Compass, respectivamente).

A NAVSTAR-GPS é o sistema de localização criado pelos EUA em 1996 e o


mesmo consta com um conjunto de 24 satélites e mais 4 sobressalentes distribuídos
em 6 planos orbitais a 20.00km de distância da terra. [14]

Atualmente com mais de 60 satélites em orbita, o sistema de geolocalização


mais utilizado pela sociedade ainda é o GPS.

28
3.2.1 Funcionamento

O GPS utiliza a posição relativa dos satélites para estimar e convergir na


localização real do usuário. O mesmo funciona com um receptor (GPS), um conjunto
de satélites em orbita e uma base terrestre.

3.2.1.1 Satélites

Para o funcionamento do sistema de posicionamento global, são necessários


um conjunto de satélites em orbita que realizam a comunicação com os receptores
(GPS).

Os satélites enviam uma onda de baixa potência para a antena do usuário do


GPS, nestas ondas carregam informações com uma identificação e o horário com uma
precisão de relógio atômico. Com as medidas do horário de envio e horário recebido,
é possível calcular a distância entre os mesmos, assim nos permitindo começar os
cálculos para encontrar a localização do usuário.[13]

A partir dos estudos realizados, foi definido que era necessário no mínimo 3
satélites para se obter a localização do usuário. Este método de calcular a localização
com 3 satélites é chamado de Triangulação [13]. A triangulação consiste no modelo
matemático criado para obter-se a localização do usuário em duas dimensões
(Latitude e Longitude). O Receptor (GPS) recebe as ondas de baixa potência dos 3
satélites, e a partir das informações recebidas é feito o cálculo para convergir na
posição do usuário, Figura 10 [14]. O modelo matemático nos permite encontrar as
medidas em duas dimensões, a latitude e a longitude do usuário, para se obter a
altura, altitude, em que o usuário se encontra é preciso de no mínimo 4 satélites [14].

29
Figura 13. Sistema de Triangulação do sinal dos satélites

Após anos de estudo, foram desenvolvidos diferentes tipos de métodos


cinemáticos para os cálculos da localização que agilizam as respostas do sistema e
melhoram muito a acurácia do software.

De acordo com a usabilidade buscada para o sistema, pode-se escolher


metodologias que necessitam ser mais precisas ou que entregam uma resposta em
tempo real com velocidade acima dos sistemas convencionais. Tem-se que levar em
consideração o custo benefício buscado pela empresa, pois sistemas que entregam
mais resultados consequentemente aumentam muito o custo da tecnologia.
Atualmente o GPS podem utilizar a metodologia de:

• A-GPS: Sistema de posicionamento global assistido


• DGPS: Sistema de posicionamento global Diferencial
• RTK: Cinemática em Tempo Real
• MAC: Absoluto Cinemático
• MRC: Relativo Cinemático Pós-processado

30
O objetivo deste documento não é analisar os diferentes tipos de metodologia
de GPS e sim a implementação do sistema já consolidado e usual em ambiente
hospitalar afim de aprimorar a rastreabilidade interna. Diante da justificativa
apresentada, seguiremos a fundamentação da tecnologia com ênfase no A-GPS , que
precede a metodologia utilizada em smartphones, tablets e smartwatchs.

Figura 14. Exemplo de funcionamento do GPS em um smartphone

O GPS-A tem seu funcionamento orientado pela premissa básica da emissão


básica do sinal dos satélites até o receptor, e a partir deste sinal o dispositivo realiza
os cálculos necessários para estimar a localização real do usuário, Figura 11.

Atualmente, o sistema de GPS-A está difundido nas mais diversas tecnologias,


tanto nas de usabilidade comum como pedir comida por aplicativo até as informações
de trajeto, velocidade e tempo realizados em um smartwatch.

3.2.1.2 Bases terrestres

Os satélites são controlados e ajustados a partir de bases terrestres que


realizam as correções necessárias para o funcionamento dos mesmos.

Situado no estado de Colorado dos Estados Unidos, encontra-se a base


terrestre principal de gerenciamento do sistema de localização americano NAVSTAR.
31
Outras cinco estações, espalhadas pelo mundo auxiliam as operações realizadas na
estação de Colorado. Nestas estações são aferidos os desempenhos dos satélites,
monitoramento dos mesmos, correções de trajeto e posicionamento e as devidas
programações e correções necessárias para a eficiência dos equipamentos. Após
realizado as correções necessárias e processamento dos dados, as bases enviam os
sistemas de controle corrigidos para os satélites continuarem operando em orbita,
Figura 12. [13]

Figura 15. Funcionamento do GPS com as bases terrestres.


Fonte:www.garmin.com.br

3.2.2 Aplicabilidade

O gps atualmente norteia a grande maioria das tecnologias atuais que utilizam
como premissa de funcionamento a localização. Desde aplicativos de entrega, carona,
vendas e logística até mesmo redes sociais.

A utilização da localização do usuário é primordial para que plataformas


possam apresentar um tipo de produto mais consumido na região ou um apresentar
ao usuário comércios locais.

Dentre as aplicabilidades mais comuns até as mais complexas a tecnologia de


GPS pode nos beneficiar como por exemplo:

• Serviços de localização e trajeto: nos tempos atuais, a necessidade do gps


para chegar em lugares desconhecidos é de extrema importância.
32
• Agricultura: a partir de sistemas de GPS é possível extrair imagens e realizar
toda a análise de uma área de plantio.
• Resgates: o gps nos possibilita o envio da localização precisa o bastante para
que as unidades de apoio possam socorrer o usuário em perigo.
• Utilização militar: As forças armadas utilizam a mais alta metodologia e
tecnologia de GPS para monitoramento de áreas costeiras, locais perigosos,
monitoramento de conflitos entre outras atividades.

3.3 QR Code

Em meados de 1994, uma subsidiaria da empresa japonesa Toyota, decidiu


desenvolver um projeto de gestão de peças da linha de produção de automóveis. O
projeto visava aumentar a agilidade de processamento e facilitar o sistema de leitura
da tecnologia de código de barras, tecnologia está já implementada a anos.

Assim, foi criado o QR Code, que significa “Quick Response Code” ou código
de resposta rápida, que apresentava um sistema de leitura em todos ângulos (360°) e
permitia maior agilidade e maior armazenamento em uma etiqueta anexada ao
produto. A partir de então o sistema contava com um símbolo em 2D (duas dimensões)
e uma capacidade de armazenamento superior ao código de barras, buscada pela
desenvolvedora do projeto. Nos anos conseguintes a empresa passou por diversas
certificações internacionais de identificação automática do fabricante e assim as
mesmas foram padronizadas nos moldes em que se pode encontrar até hoje. A
desenvolvedora do projeto de QRcode, decidiu não exercer patente sobre o projeto e
o deixa livre para a utilização das empresas e pessoas, o que ajudou muito na difusão
da tecnologia por todos os ramos de tecnologia.

3.3.1 Funcionamento

O QRcode se baseia na premissa de funcionamento dos códigos de barra, os


quais são impressas e coladas as etiquetas em um produto, e na mesma constam
uma série de informações relevantes para a identificação do objeto.

33
Para o funcionamento do mesmo, são necessários:

• Etiqueta: A etiqueta é aonde é impresso o código com as informações


requeridas pelo usuário.
• Leitor: O mesmo vai realizar a aferição da etiqueta e disponibilizar ao
usuário as informações contidas na etiqueta.
• Impressora: A mesma vai realizar a confecção da mesma na etiqueta
colável.

3.3.2 Etiqueta

As etiquetas apresentam diferentes tipos de tipologia, armazenamento e


quantidade de módulos. As mesmas podem apresentar diferentes tipos de
armazenamento, como:

• Binário
• Alfanumérico
• Numérico
• Padrão Shift

Estas podem armazenar valores, códigos, links que vinculam o produto ao site
da loja, ou qualquer informação que quando em contato com o leitor será
disponibilizada para o usuário. Os pontos pretos e brancos exibidos no desenho da
etiqueta, seguem a mesma premissa dos códigos de barra, os quais a partir da leitura
realizada pelo leitor podem ser acessados uma informação contida na mesma.

A diferença principal é que em um QRcode a resposta é feita em um decimo


do tempo que o tradicional código de barras e de acordo com o tamanho do QRcode,
pode-se conter mais informações atreladas a esse código.

O tamanho dos módulos determina o tamanho do armazenamento disponível


para o QRcode. Na Figura 13 abaixo, é apresentado o menor dos módulos (21x21)
com uma capacidade máxima de caracteres de 10 a 25 caracteres.

34
Figura 16. Exemplo de QRcode de modulo 21x21

E na Figura 14 apresenta-se o maior dos módulos


(177 x 177) com uma capacidade máxima de caracteres de 1852 a 4296 caracteres.

Figura 17. Exemplo de QRcode de modulo 177x177

3.3.3 Leitor

O processo de leitura é realizado a partir de dispositivos específicos para


utilização do QR code ou dispositivos gerais que conseguem realizar essa leitura,
como smartphones, tablets ou computadores.

Os dispositivos específicos contam com 3 tipos de leitores, os leitores fixos, os


leitores terminais e os leitores de mão.

Os leitores fixos, Figura 15, são scaners que ficam localizados em uma posição
fixa o qual o usuário apenas posiciona a etiqueta na frente do scaner. O leitor vai

35
enviar as informações para um computador conectado e o mesmo realizara o
processamento da etiqueta.

Figura 18. Exemplo de leitor fixo de códigos QRcode

Os leitores terminais, Figura 16, funcionam de forma mais independente, tendo


como a principal característica a portabilidade e o display localizado no dispositivo, é
possível instalar qualquer sistema de leitura no mesmo e realizar toda leitura e
processamento no mesmo equipamento.

Figura 19. Exemplo de leitor terminal QRcode

36
Os leitores de mão, Figura 17, são leves e portáteis embora necessitem de
estar conectados a um computador para a realização do processamento da QR code.

Figura 20. Exemplo de leitor de mão QRcode

3.3.4 Impressoras

As impressoras tem como tarefa principal, imprimir a etiqueta adesiva de


maneira legível e de um tamanho considerável para a leitura do QRcode no dispositivo
adesivado, Figura 18.

Figura 21. Exemplo de Impressora QRcode

Atualmente já existem sites, aplicativos e softwares que geram o desenho das


etiquetas de acordo com o solicitado pelo usuário.

37
3.3.5 Aplicabilidade

Atualmente o QR code tem uma abordagem muito ampla na sociedade, nos


disponibilizando o serviço desde uma propaganda em panfletos encontrados na
rua, até em programas de televisão que direcionam o telespectador a utilizar um
aplicativo para comprar determinado produto.
Entre as diversas aplicações utilizadas dessa tecnologia temos:
• Ações de marketing que direcionam o cliente;
• Utilização do código para pagamento de contas;
• Validação de documentos e informações;
• Armazenamento de informações importantes de dispositivos;

4 DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento aplicado neste projeto busca auxiliar o setor de Engenharia


Clínica, das unidades de saúde, que sofrem com a questão da rastreabilidade interna.
Desta forma, busca-se mitigar os problemas envolvendo a rastreabilidade de
equipamentos médicos nas EAS e propor a implementação das tecnologias mais
atuais para a reduzir questões crônicas sinalizadas pela engenharia clínica.

Como pode-se averiguar no fluxograma abaixo, Figura 19, o projeto está


organizado em 6 atividades para convergirmos na tecnologia mais adequada para o
meio hospitalar proposto. Podemos analisar também com uma visão mais expandida
as atividades na Figura 20, da Sessão 4.7.

38
Estabelecer o ambiente de Proposto

Mitigar o problema da rastreabilidade de


Hospitais públicos

Definir os parametros de análise

Analisar as tecnologias em parâmetros


relevantes

Realizar a matriz de decisão entre as


diferentes tecnologias

Discutir a melhor técnica de rastreabilidade


a ser utilizada em um EAS

Figura 22. Fluxograma das atividades a serem desenvolvidas

4.1 Estabelecer o ambiente proposto

Para que as questões da rastreabilidade interna sejam abordadas e o objetivo


deste trabalho seja alcançado, deve-se primeiramente conhecer o ambiente e trabalho
proposto pelo estudo. A partir da análise e entendimento das atividades relacionadas
ao setor de engenharia clínica, buscou-se estabelecer um contexto para que novas
tecnologias fossem apresentadas e propostas neste ambiente de trabalho.

A aquisição dos dados necessários para este estudo, envolve a realização de


trabalho voluntário realizado no Hospital Municipal Dr. Jose de Carvalho Florence –
São José dos Campos, tais como acompanhamento das atividades diárias do setor
de engenharia clínica, análise e confecção da informação documentada e pesquisa
bibliográfica no período de Nov 2018 - Abr 2019.
39
A partir de documentos disponibilizados no setor de Engenharia Clínica e de
reuniões informais com a supervisão geral de engenharia da unidade de saúde, pode-
se analisar e mitigar a problemática envolvendo rastreabilidade com as informações
fornecidas.

A escolha deste hospital, como ambiente de estudo, deve-se pela incontestável


importância do mesmo no estado de São Paulo.

4.2 Mitigar o problema da rastreabilidade em Hospitais

A análise da causa raiz do problema proposto, deve ser realizada


imprescindivelmente para que a melhor abordagem de resolutividade possa ser
tomada. Ferramentas de análise de processo que discriminam a relação causa efeito
de um problema são utilizadas e implementadas a anos nas indústrias e empresas.

Neste documento utilizaremos o diagrama de Ishikawa para encontrarmos a


causa raiz da questão da rastreabilidade nos hospitais, ferramenta está implementada
a anos como uma das ferramentas mais usadas no setor de qualidade.

O objetivo neste modulo, é entender a causa raiz do problema e estabelecer


parâmetros realmente relevantes para que uma tecnologia possa ser proposta e ter a
maior efetividade possível.

4.3 Definir os parâmetros de análise

Os parâmetros utilizados na matriz de decisão, serão definidos a partir das


ferramentas de análises de causa raiz de Ishikawa.

Após chegarmos as conclusões das causas raiz, podemos então definir quais
parâmetros são relevantes para definir qual a melhor tecnologia pode convergir na
resolução do problema.

4.4 Analisar as tecnologias em parâmetros relevantes

Frente aos parâmetros definidos na etapa anterior, começa-se a entender a


questão da rastreabilidade interna dos equipamentos hospitalares.
40
Nesta etapa, busca-se analisar como as tecnologias se comportam diante dos
parâmetros que foram definidos. Estes irão guiar nossa análise da efetividade da
tecnologia proposta em ambiente hospitalar.

Para a definição da tecnologia iremos utilizar uma matriz de decisão, a qual nos
será competente por apontar a tecnologia mais adequada no problema proposto.

4.5 Realizar a matriz de decisão entre as diferentes tecnologias

A matriz de decisão utilizada no projeto, terá pesos iguais dentre todos


parâmetros e as tecnologias serão julgadas diante do somatório de pontos adquiridos
em todos os parâmetros, a tecnologia com o maior somatório se apresentará mais
efetiva na resolutividade do problema.

4.6 Discutir a melhor técnica a ser utilizada nas EAS

Diante dos resultados obtidos nas etapas anteriores, o projeto busca discutir e
propor uma nova tecnologia no ambiente dos Estabelecimentos de Assistência à
Saúde (EAS).

41
4.7 Fluxograma das atividades

6 - Discutir e 1 - Estabelecer o
concluir a melhor ambiente proposto
técnica a ser •Definir e apresentar o
utilizada nas EAS local o qual a
•Conclusão frente aos tecnologia será
resultados implementada
apresentados

5 - Realizar a matriz 2 - Mitigar o problema


de decisão entre as da rastreabilidade em
diferentes Hospitais
tecnologias •Ishikawa
•Matriz de decisão

4 - Analisar as 3 - Definir os
tecnologias em parâmetros de
parâmetros análise
relevantes •Variaveis relevantes
•Descrever a tecnologia para a resolutividade
diante do parâmetro do problema
proposto

Figura 23. Fluxograma detalhado das atividades

42
5 RESULTADOS E CONCLUSÕES

5.1 Estabelecendo o ambiente proposto

O projeto proposto teve como base o trabalho realizado e as experiências


adquiridas no Hospital público da cidade de São José dos Campos, SP.

5.1.1 Ambiente Proposto

O Hospital utilizado como base dos estudos é o maior estabelecimento de


assistência à saúde pelo SUS (Sistema Único de Saúde) com atendimento 24 horas,
visando emergências e urgências de toda cidade de São José dos campos.

A EAS conta com mais de 400 leitos para internações e atende cerca de 1000
(mil) pessoas por dia, com uma média de 20000 (vinte mil) pessoas por mês. Este,
conta com setores de extrema importância para o município como UTI´s neonatais,
pediátricas e adultas, centros cirúrgicos e obstétricos, e leitos para internação clínicos,
cirúrgicos e para maternidade.

5.1.2 Engenharia Clínica da unidade

O hospital conta com um setor de Engenharia Clínica, localizado dentro do


hospital. O mesmo é responsável por toda gestão envolvendo o gerenciamento e
manutenção dos equipamentos médicos hospitalares utilizados na unidade, desde a
aquisição até a obsolescência e descarte dos mesmos.

Compete a engenharia clinica a disponibilização dos equipamentos aos


enfermeiros e médicos, estes devem estar em excelentes condições de uso e com as
manutenções necessárias como calibração, preventiva e testes de segurança elétrico
em dia. A equipe de engenharia clinica conta com um organograma de funcionários
dispostos da seguinte maneira, Figura 21.

43
Engenheiro
Clínico

Auxiliar
Técnicos
Administrativo

Auxiliares
técnicos

Figura 24. Organograma Engenharia Clínica

O organograma apresentado acima, Figura 21, organiza os tipos de


colaboradores que compõem a engenharia clínica local. A mesma, é dividida em setor
administrativo, aonde ficam a engenheira clínica e o auxiliar administrativo e a central
de equipamentos, localizada a frente da sala de engenharia e é composta pela oficina
dos técnicos e o armazenamento dos equipamentos da unidade e chamada de central
de equipamentos.

Na central de equipamentos ficam alocados os equipamentos que realizarão


manutenções programadas, como calibração, preventiva ou teste de segurança
elétrica e os equipamentos que foram enviados a engenharia clinica através de uma
ordem de serviço por conta de algum defeito constatado. Os colaboradores que
necessitam abrir algum empréstimo de equipamento ou encaminhar equipamentos
para manutenções corretivas ou que estão apresentando algum defeito são
encaminhados para este setor também.

Frente as informações apresentadas, percebe-se que a engenharia clinica tem


a responsabilidade da gestão de todas manutenções dos equipamentos hospitalares
e a rastreabilidade destes equipamentos dentro da unidade é primordial diante do alto
fluxo de entrada e saída de dispositivos da central de equipamentos.

44
Diante deste contexto, buscamos mitigar e entender mais sobre como são
realizadas as entradas e saídas dos equipamentos e de como a engenharia clinica
realiza a rastreabilidade e monitoramento dos mesmos.

5.2 Mitigar o problema da rastreabilidade em Hospitais

5.2.1 Sistemática de empréstimos

A central de equipamentos utiliza um modelo de gestão de empréstimos dos


equipamentos hospitalares. Os equipamentos ficam na central, e quando o setor
necessita de um equipamento contido do setor, é aberto uma solicitação de
empréstimo.

Para que o empréstimo seja realizado, o auxiliar técnico que disponibiliza o


equipamento deve preencher uma documentação, chamada termo de empréstimo.
Este termo, deve constar data e hora a qual o equipamento foi liberado para o
solicitante, as informações do equipamento como, número de série, a última
manutenção realizada no equipamento e o local para o qual o mesmo será levado.
Antes de liberar o equipamento, o auxiliar deve checar a data da última calibração e
teste de segurança elétrica realizada no dispositivo, para validar se o equipamento
está no prazo vigente, e então é realizado um procedimento rápido de funcionamento,
de ligar e desligar.

Uma informação muito importante preenchida no termo de empréstimo, é a


localização em que o equipamento será alocado ou setor para o qual o equipamento
está sendo encaminhado, para que a engenharia clínica tenha a informação do
destino do equipamento, para que caso o mesmo não retorne para a central de
equipamentos ou necessite ser encontrado para alguma manutenção programada.

5.2.2 Manutenções Programadas

Uma das responsabilidades da engenharia clinica é realizar as manutenções


necessárias para que o dispositivo médico mantenha seu funcionamento e segurança
de acordo com as normas hospitalares. Desta forma os equipamentos necessitam
realizar as manutenções programadas como calibração, testes de segurança elétrico
45
e preventiva, para garantir o excelente funcionamento e segurança do operador ao
utilizar o equipamento.

Diante da obrigatoriedade de manter as manutenções programadas em dia, a


engenharia clinica realiza a risca o calendário proposto, e assim os equipamentos
agendados que estão alocados nos setores, são recolhidos e encaminhados para a
central de equipamentos fazer as devidas manutenções. Frente a necessidade da
engenharia clínica em manter seus equipamentos com suas manutenções
atualizadas, a equipe de engenharia deve então recolher periodicamente os
equipamentos que devem sofrer a manutenção, para que o mesmo volte a
desempenhar sua funcionalidade com segurança.

Os equipamentos são trazidos de acordo com uma sistemática de rondas e


inspeções realizadas pelas auxiliares técnicas diariamente.

As rondas e inspeções funcionam como uma verificação e inspeção diária de


todos os setores do EAS, as mesmas ocorrem seguindo um roteiro implementado pela
engenharia. As auxiliares realizam um checklist em todos os setores verificando as
condições superficiais dos equipamentos e recolhendo os equipamentos que devem
realizar manutenções programadas.

As auxiliares técnicas seguem uma listagem, disponibilizada pela engenheira


clínica, dos números de série, marca, modelo do equipamento e a última localização
disponibilizada nos termos de empréstimo do equipamento, o qual devem voltar para
a central de equipamentos.

A problemática se apresenta no ultimo termo apresentado, a localização


disponibilizada nos termos de empréstimo. Devido ao recorrente cenário de urgência
apresentada nos hospitais, é comum alguns equipamentos serem realocados entre os
setores sem a triangulação de rota pela central de equipamentos, o que gera o conflito
e informações do documento de termo de empréstimo e a real localização do
equipamento. Frente a problemática apresentada, encontra-se uma inconsistência no
processo de localização dos equipamentos, demonstrando assim uma real
necessidade de implementação de tecnologias de rastreabilidade no ambiente
hospitalar.

46
5.2.3 Diagrama de Ishikawa

O diagrama de Ishikawa busca estabelecer a relação entre a causa e o efeito


em um processo. Neste projeto utilizaremos essa poderosa ferramenta visando mitigar
a problemática da rastreabilidade em ambientes hospitalares. De acordo com o
conceito do diagrama, dividiremos a problemática em 6 possíveis causas.

• Meio ambiente
• Material
• Método
• Mão de Obra
• Máquina
• Medição

Frente a dinâmica interna da engenharia clínica e a sistemática utilizada na


entrada e saída de equipamentos da central, obteve-se o diagrama de Ishikawa
apresentado abaixo, Figura 22:

47
48
MEIO AMBIENTE MATERIAL MÉTODO
Metodologia
Parque tecnológico grande
trabalhosa e ineficaz NÃO CONFORMIDADE

Figura 25. Diagrama de Ishikawa


Não existencia de Equipamentos sem
Atividades sempre em
tecnologia de
urgência rastreabilidade efetiva
rastreabilidade
Pouco investimento
em tecnologias de
rastreabilidade
MÃO DE OBRA MÁQUINA MEDIÇÃO
De acordo com o diagrama apresentado encontra-se 5 causas raiz que devem
ser analisadas e evidenciadas, Figura 23.

Meio ambiente Mão de Obra Máquina Método

•Parque •Atividades •Não existência •Metodologia


tecnológico sempre em de tecnologia de trabalhosa e
grande urgência rastreabilidade ineficaz
•Investimento
limitado para
rastreabilidade
interna

Figura 26. Causas levantadas a partir do diagrama de Ishikawa

• Meio ambiente

➢ Parque tecnológico grande

Neste item, busca-se analisar as possíveis causas relacionadas ao ambiente


interno ou externo.

No caso deste projeto, foi constatado que uma das dificuldades encontradas na
hora de localizar os equipamentos hospitalares era o número de setores e leitos
do hospital, como já apresentado no item 5.1 é o maior estabelecimento de
assistência à saúde SUS da cidade de São José dos Campos. Esta questão se
agrava quando o equipamento medico hospitalar, tem um tamanho pequeno como
oxímetros de pulso ou bombas de dieta, os quais dificultam muito o auxiliar técnico
na busca do equipamento pelo estabelecimento de assistência à saúde.

49
• Mão de Obra

➢ Atividades sempre em urgência

Uma das causas raiz é referente a como o processo é executado e os fatores


que influenciam o mesmo, neste tópico busca-se mitigar os fatores humanos os
quais dificultam a eficiência da rastreabilidade.

Devido ao recorrente cenário de urgência apresentada nos hospitais os


processos de rastreabilidade ficam comprometidos diante de situações de
prioridade médica, a qual a vida do paciente está em risco.

Os equipamentos, por muitas vezes são realocados entre setores ou leitos sem
a descrição completa de trajeto como qual equipamento foi realocado, o número
de série, a checagem das manutenções atualizadas e o local destino.

Fica sob responsabilidade da engenharia clínica (Auxiliar administrativo), estar


constantemente alimentando o sistema com o trajeto realizado pelo equipamento
quando informado.

Diante deste quadro, a necessidade por uma tecnologia de rastreabilidade


otimizada se apresenta.

• Máquina

➢ Não existência de tecnologia de rastreabilidade e Investimento


limitado para rastreabilidade interna

Atualmente, ainda não há uma tecnologia padrão para a rastreabilidade de


equipamentos médicos hospitalares. Muitos projetos vêm sendo estudados e a
tentativa de otimizar este processo se torna cada vez mais viável.

Tecnologias de rastreabilidade são desenvolvidas há muitos anos em


empresas de logística, supply chain ou cadeias de insumo em grandes indústrias.
Com o avanço dos estudos e menor custo agregado para implementação destas
tecnologias em outros meios, o objetivo de sanar questões de rastreabilidade em
50
outros ambientes vem sendo cada vez mais visada por engenheiros de diferentes
meios.

Nos tempos atuais, a grande maioria dos hospitais ainda utilizam o sistema de
alimentação de planilha ou documentos físicos (Folhas) como medidas alternativas
para a rastreabilidade interna. Mas como já apresentado anteriormente, este
sistema ainda tem muitas falhas e diante disto deve-se buscar novas alternativas.

A busca por tecnologias se complica quando necessário um alto investimento


por parte da direção do Hospital, que por questões de prioridade deixam a
rastreabilidade interna de lado para viabilizar verba para questões com mais
urgência e essenciais a vida dos pacientes.

Frente ao contexto apresentado, busca-se uma tecnologia com menor custo e


eficiente na rastreabilidade interna, o que converge com a proposta apresentada
neste trabalho.

• Método

➢ Metodologia trabalhosa e ineficaz

Neste item, busca-se identificar as possíveis causas relacionadas a


metodologia aplicada ou processo utilizado.

Diante do processo e contexto apresentado, chega-se à conclusão que a


metodologia aplicada para a localização dos equipamentos médicos ainda é antiga
e apresenta falhas frente a um cenário hospitalar.

A busca por equipamentos sem uma localização precisa se torna trabalhosa e


sobrecarrega muito o auxiliar técnico que também realiza outras atividades em sua
matriz de versatilidade.

51
5.3 Definir os parâmetros de análise

Nesta etapa do projeto, definiu-se os parâmetros nos quais as tecnologias de


rastreabilidade seriam analisadas. Foi utilizado, como premissa para a definição dos
parâmetros, as causas definidas no tópico anterior, trazendo assim parâmetros que
realmente seriam relevantes para o processo. Frente as causas apresentadas,
chegou-se aos seguintes parâmetros de análise, Figura 24.

Precisão

• Meio ambiente
• Parque tecnológico grande

Agilidade

• Mão de Obra
• Atividades sempre em urgência

Custo

• Máquina
• Não existência de tecnologia de rastreabilidade
• Investimento limitado para rastreabilidade interna

Facilidade e ergonomia

• Método
• Metodologia trabalhosa e ineficaz

Figura 27. Parâmetros relevantes para o processo

52
• Precisão

Devido a questão de o hospital estudado ter um parque tecnológico de grande


área territorial, a tecnologia deve ser precisa para que a informação da localização
esteja correta evitando idas a setores distintos. Em contra partida ao tamanho do
hospital, o mesmo conta com um grande número de leitos, fazendo com que
determinados setores tenham diversas salas o que faz jus a uma tecnologia com um
raio de precisão de metros para que o operador não tenha que checar todas as salas
em um raio de 20 a 30 metros. Diante da problemática apresentada, foi definido o
parâmetro de precisão para analisar as tecnologias propostas neste projeto.

• Agilidade

Conforme apresentado anteriormente, hospitais são ambientes os quais as


atividades são realizadas com urgência. Frente a isto, a agilidade a qual a tecnologia
de localização realiza o rastreio é muito importante para os processos internos.

• Custo

Com o limitado investimento sinalizado anteriormente, a engenharia clínica


tenta buscar diversas alternativas de resolver o problema sem um alto custo. Diante
da problemática do investimento limitado, definiu-se assim, o parâmetro de custo
como um dos mais relevantes para a resolutividade do problema.

• Facilidade de utilização

Em busca de agilizar e otimizar o trabalho do colaborador, que por muitas vezes


tem além da tarefa de buscar os equipamentos, diversas outras atividades
relacionadas a engenharia clínica, foi definido a facilidade de utilização da tecnologia.

O que muitas vezes parece ser um processo simples para quem não executa a
atividade frequentemente, para os colaboradores do estabelecimento de saúde acaba
sendo exaustivo, logo quanto mais simples o processo de localização, mais eficiente
todo o setor será.
53
5.4 Analisar as tecnologias em parâmetros relevantes

5.4.1 Precisão

Como já evidenciado anteriormente, a necessidade de um dispositivo preciso é


crucial para evitar confusão entre os colaboradores que utilizam o sistema. Diante da
necessidade apresentada foi realizado uma busca na literatura de como as
tecnologias se comportam neste critério.

Na tabela a seguir apresenta-se os resultados obtidos, Tabela 3.

Precisão RFID Ultima leitura realizada

GPS ± 10m

QR CODE Ultima leitura realizada

Tabela 3. Análise da precisão das tecnologias

Os RFID não estabelecem uma localização em tempo real, os mesmos


trabalham salvando os dados da última leitura realizada, sendo está no portal de
leitura localizado nas portas dos setores ou pelos leitores moveis. Em ambos casos
a Tag RFID vai se energizar com a onda eletromagnética emitida pelo leitor permitindo
com que o mesmo salve informações na Tag ou que a mesma mude a última
localização salva na etiqueta. Todo este processo acontece de forma otimizada, o
colaborador deve apenas aproximar o leitor ou o equipamento do portal localizado na
porta do setor.

Os GPS conseguem disponibilizar a localização do equipamento em tempo real


a partir do chip localizado no equipamento. Com uma margem de erro de quase de ±
10m, fazendo com que o colaborador possa perder certo tempo procurando o

54
equipamento. O colaborador deve realizar a busca do equipamento pela interface do
sistema e a partir da localização disponibilizada, o mesmo pode ir até o local.

O sistema de posicionamento global (GPS) também apresenta questões


quando utilizado em locais fechados, o qual se caracteriza um hospital, fazendo com
que o sinal dos satélites seja atenuado pelas paredes e barreiras, diminuindo ainda
mais a precisão da localização orientada pelo sistema.

Os QRCODE, assim como a tecnologia de RFID não apresentam uma


rastreabilidade em tempo real como os GPS. Os mesmos disponibilizam apenas um
link ou endereço a partir da etiqueta, e fica a cargo do operador acessar o sistema a
partir deste link e mudar as informações contidas no sistema para a localização
destino do equipamento.

A comparação entre as diferentes tecnologias pode ser analisada a seguir,


Figura 25.

Precisão Precisão Precisão


RFID GPS QR Code

• Ultima leitura • Localização em • Ultima leitura


realizada tempo real realizada
• Sistema • Precisão baixa que • Necessidade do
disponibiliza a pode complicar o colaborador
ultima leitura da operador atualizar a ultima
etiqueta de forma localização no
otimizada sistema

Figura 28. Precisão x Tecnologias

5.4.2 Agilidade

Neste item, buscou-se analisar o tempo de resposta de cada tecnologia de


localização apresentada.

Conforme já evidenciado a necessidade de um sistema ágil, constatou-se que


todas tecnologias poderiam disponibilizar a localização quase que instantaneamente,

55
visto que o RFID e o QRCODE manteriam a suas informações no sistema de gestão
sempre atualizados e o GPS entrega a localização assim que acessado.

Em determinados casos, o GPS por necessitar de uma comunicação com os


satélites, e os equipamentos estarem dentro do hospital, o GPS pode apresentar um
tempo maior do que os outros sistemas que tem a resposta imediata, entretanto este
tempo ainda se apresenta satisfatório diante do contexto atual.

A comparação entre as diferentes tecnologias pode ser analisada a seguir,


Figura 26.

Agilidade Agilidade Agilidade


RFID GPS QR Code
• instantâneo • instantâneo • instantâneo

Figura 29. Agilidade x Tecnologia

5.4.3 Custo

Neste tópico, buscou-se estimar o custo de implementação da tecnologia no


estabelecimento de saúde proposto.

Em uma primeira etapa, foi estimado o valor agregado para colocar as Tags ou
rastreadores em todos equipamentos do parque tecnológico.

Conforme já apresentado anteriormente, o ambiente proposto é um hospital de


grande porte o qual conta com mais de 1200 (mil e duzentos) equipamentos médicos
hospitalares. Para fins de facilitar os cálculos, foi estimado o valor de 1000 (mil)
equipamentos, pois as bombas de infusão seriam comodatos da empresa com o
hospital, Tabela 4.

56
Custo Valor Valor para o Parque

por tag RFID por unidade : Tecnologico:

± R$2,00 ± R$2000

Valor Valor para o Parque


GPS por unidade : Tecnologico:

± R$95,00 ± R$95.000

Valor Valor para o Parque


QR por unidade : Tecnologico:

± R$00,139 ± R$139
CODE
Tabela 4. Custo por Tag x Tecnologia

O custo avaliado para o RFID é apenas o da TAG RFID encontrado no mercado


nacional. Já os GPS, foram cotados os rastreadores que devem ser anexados nos
equipamentos.

O QRCODE necessita apenas do desenho na etiqueta para disponibilizar o link


para o usuário, logo foram cotados os valores apenas da etiqueta adesiva que a
impressora utilizará para realizar a impressão do código.

Para fins de uma estima mais completa de implementação da tecnologia, foi


feito o levantamento dos dispositivos e dos sistemas de integração necessários. A
estima dos valores do sistema de integração ou da plataforma de gestão é quase
impossível de ser estimado, visto que muitos serviços tem seu sistema atrelado ao
hardware implementado, e com a diversidade de plataformas de gestão já
implementadas nos estabelecimentos de saúde torna a estima pelo custo defasada.

57
Custos Dispositivos
Tags RFID
± R$2000,00
RFID Leitores/Portais RFID
±R$100.000,00
Interface - Computadores
±R$15.000,00
Sistema de interface
Software -
Integração com sistema
atual -

Estima total Total: ±R$117.000,00


do projeto

Tabela 5. Custo estimado RFID

Para os cálculos da implementação do RFID, foram utilizados, Tabela 5:

• 1000 etiquetas: uma etiqueta para cada equipamento;


• 10 portais RFID ou Leitores Portáteis: estima de um portal para cada setor
ou local estratégico;
• 3 computadores: Computadores disponibilizados na engenharia clínica e
central de equipamentos para o auxílio dos colaboradores;

58
Custos Dispositivos Chip / Antena +
rastreador ± R$95.000,00

GPS Dispositivo de utilização


+ computador para ±
busca R$25.000,000
Sistema/ Aplicativo de
Software interface -

Estima total Total: ±R$120.000,00


do projeto

Tabela 6. Custo estimado GPS

Para os cálculos da implementação do GPS, foram utilizados, Tabela 6:

• 1000 rastreadores: uma etiqueta para cada equipamento;


• 10 Celulares ou tablets: estima de um celular para cada colaborador da
engenharia clínica;
• 3 computadores: Computadores disponibilizados na engenharia clínica e
central de equipamentos para o auxílio dos colaboradores;

59
Custos Dispositivos Etiqueta QRcode ±R$139,00

QRcode Leitor de QRcode ±R$20.000,00


Impressora de QRcode ±R$700,00
Interface - Computadores ±R$15.000,00
Sistema de interface ou -
Software aplicativo de camera

Integração com sistema -


atual

Estima total Total: ±R$35.839,00


do projeto

Tabela 7. Custo estimado QRcode

Para os cálculos da implementação do QRcode, foram utilizados, Tabela 7:

• 1000 etiquetas: uma etiqueta para cada equipamento;


• 20 Celulares ou tablets: estima de um celular para cada colaborador da
engenharia clínica e um para os auxiliares de cada setor;
• Impressora de QRcode: uma impressora térmica para a impressão das
etiquetas;
• 3 computadores: Computadores disponibilizados na engenharia clínica e
central de equipamentos para o auxílio dos colaboradores;

60
A comparação entre as diferentes tecnologias pode ser analisada a seguir, Figura 27.

RFID GPS QRCODE

• ±R$117.000,00 • ±R$120.000,00 • ±R$35.839,00

Figura 30. Custo estimado de implementação x Tecnologia.

5.4.4 Facilidade de utilização e ergonomia do sistema

Atualmente, os sistemas e plataformas de gestão vem se tornando cada vez


mais intuitivos e fáceis de serem acessados.

Neste item, buscou-se analisar qual das tecnologias se apresentava mais


simples no momento de utilização da tecnologia. Entretanto a facilidade de utilização
acaba se tornando um parâmetro subjetivo quando relacionado o quanto o
colaborador sabe utilizar o sistema. Diante desta questão foi considerado que o
operador do sistema de rastreabilidade passou pelos devidos treinamentos
operacionais e gerenciais do sistema e que está apto a utilização do mesmo com um
nível aceitável. Assim, o número de etapas necessárias para que o sistema esteja
alimentado e confiável se tornou o mais relevante neste tópico.

Frente a essa questão, buscou-se analisar as etapas necessárias para que


cada tecnologia funcione em uma mudança do equipamento de setor, visto que a
busca pela localização após o sistema de gestão atualizado se torna o mesmo, que
seria apenas a coleta desta localização via software, Figura 28.

61
RFID GPS QRCODE
Deslocar o equipamento proximo Utilizar o dispositivo de acesso Acessar a plataforma de gestão a
ao leitor remoto partir da etiqueta

Acessar a plataforma/sistema de Acessar a plataforma/sistema de Alimentar os dados e alterar a a


gestão gestão localização atual do equipamento

Acessar a plataforma/sistema de
gestão

Figura 31. Fluxo simplificado de atividades x Tecnologia

Diante deste quadro, observa-se um maior número de passos quando


analisado a tecnologia de QRCODE, o qual é completamente dependente de um
sistema e do colaborador para a alimentação dos dados de localização.

Um importante tarefa nessa etapa, foi a análise de situações usuais que


poderiam piorar a experiencia de uso do colaborador. Um ponto a se considerar aqui
seria o tamanho da tecnologia acoplada ao equipamento. Neste caso, o GPS
apresenta um tamanho maior do que as outras tecnologias. Com a necessidade de
estar conectada a um chip e a uma bateria, o GPS acaba se sendo um dispositivo
maior quando comparado as outras tecnologias que são etiquetas colantes.

Outra questão apontada pela equipe de engenharia, seria o número de dias a


qual a bateria deste dispositivo duraria. De acordo com uma busca realizada nos
produtos comercializados, foi constatado uma média de 5 dias de bateria nesse tipo
de dispositivo. O que por sua vez força a engenharia clínica estar constantemente
carregando seus dispositivos.

62
O impacto ambiental o qual estas baterias podem inferir, também deve ser
levado em consideração, visto que essa questão vem sendo frequentemente discutida
e se torna ainda mais relevante quando o estabelecimento de assistência da saúde é
regido por normativas que visam uma diretriz de cuidados com o meio ambiente muito
rígida.

A comparação entre as diferentes tecnologias pode ser analisada a seguir,


Figura 29.

Facilidade Facilidade Facilidade


RFID GPS QR Code
• Necessidade de • Necessidade de • Necessidade de
um sistema um sistema um sistema
integrado integrado integrado
• Baterias • Necessidade de
• Tamanho do um operador
dispositivo alimentando o
sistema
constantemente

Figura 32. Facilidade e Ergonomia x Tecnologia

5.5 Matriz de escolha

Frente aos resultados apresentados, foi possível montar a matriz de decisão


para buscar a tecnologia a qual se comporta melhor diante dos parâmetros definidos
no projeto.

A pontuação para cada parâmetro é de 1 a 3 como já apresentado


anteriormente.

M atriz de decisão
Pontuação
Precisão Agilidade Custo Facilidade Final
RFID 3 2 2 3 10
GPS 1 2 2 1 6
QRCODE 2 2 3 1 8

Tabela 8. Matriz de decisão


63
A matriz de decisão foi montada com um mesmo peso para todos os critérios,
devido a mesma relevância entre todos os parâmetros apresentados e justificados
Tabela 8.

Com o auxílio dos resultados e comportamentos verificados nos tópicos


anteriores, chega-se a esta matriz de decisão

A comparação entre as diferentes tecnologias pode ser analisada a seguir,


Figura 30.

•RFID •Ambos
•Maior precisão de apresentaram
trajeto do bom rendimento
equipamento nessa questão

Precisão Agilidade

Facilidade Custo

•RFID •QRcode
•Sistema •Menor custo de
otimizado e implementação
rapido

Figura 33. Layout dos resultados apresentados na matriz de decisão

5.6 Discussão dos resultados apresentados e Conclusão

Frente ao contexto e as diversas problemáticas apresentadas, podemos


entender um pouco mais a respeito da questão da rastreabilidade interna dos
Estabelecimentos de Saúde no Brasil. Apesar de ainda ser um tema em ascensão
com muitas pesquisas sendo feito realizadas, nota-se uma área muito ampla para
estudo e desenvolvimento por meio dos hospitais para entregar um melhor serviço e
64
com mais qualidade ao paciente. Diante da análise realizada neste documento e as
problemáticas mitigadas, podemos convergir em uma tecnologia que desempenha
uma melhor funcionalidade no meio hospitalar.

Conforme pode-se aferir diante dos resultados, o RFID apresenta o melhor


conjunto quando analisado perante aos parâmetros apresentados neste projeto. O
mesmo apresenta um conjunto melhor de funções quando analisado no critério de
precisão, apresentando não apenas a última localização como também o trajeto em
que o mesmo teve que seguir para chegar ao destino. Esta função dos RFIDs já é
muito utilizada nas cadeias de suplemento de industrias, as quais o engenheiro
consegue rastrear todo o trajeto percorrido do material até o final do processo.

No critério de agilidade as tecnologias apresentaram um mesmo desempenho


quando analisadas frente a frente, disponibilizando a informação pelo sistema de
gestão de imediato.

O parâmetro de custo foi bem equilibrado na relação custo-benefício entregue


pela tecnologia, tendo as tecnologias mais robustas e com mais função um valor de
implementação maior.

No critério de facilidade e ergonomia foi aonde as tecnologias tiveram maior


discrepância no desempenho. As questões apresentadas quanto a utilização da
bateria e ao tamanho do dispositivo GPS, mostraram-se a inviabilidade da
implementação da mesma no projeto, devido à alta demanda de serviço em manter a
tecnologia funcionando.

Diante destes pontos, a tecnologia de RFID se comportou melhor tendo um


sistema mais otimizado e simples para o colaborador utilizar, buscando assim uma
melhor performance da engenharia clínica que sempre almeja criar melhores
condições para salvar vidas.

5.6.1 Limitações e trabalhos futuros

Este trabalho buscou analisar a rastreabilidade em ambientes hospitalares em


toda sua extensão e levantar todos os tópicos relevantes para o desenvolvimento do
assunto. Entretanto, ao apresentar os resultados encontrados, são encontradas

65
limitações as quais podem ser interessantes serem apresentados para futuros
desenvolvimentos da temática proposta.

A constante evolução de tecnologias é uma questão muito importante, visto que


o projeto busca propor tecnologias atuais e já implementadas em empresas. Porém,
conforme evidenciado pela literatura, é uma área em constante evolução e novas
tecnologias podem se apresentar mais eficientes e interessantes para os
Estabelecimentos de Saúde. Frente a este ponto, é sempre interessante a constante
atualização das buscas por tecnologias em ascensão ou que se apresentem viáveis
na utilização hospitalar.

Outra limitação que se apresentou foi a implementação da tecnologia proposta


em um ambiente real. Ao propor a melhor tecnologia para o cenário apresentado, o
trabalho utilizou-se do contexto e problemática já estabelecidas, entretanto algumas
questões se apresentam inerente ao processo e são quase impossíveis de serem
estimadas, visto que a sistemática do processo de rastreabilidade ocorre com alta
complexidade e dependência das atividades dos diversos setores clínicos
hospitalares.

66
REFERÊNCIAS

1. CALIL, Saide Jorge et al. Equipamentos médico-hospitalares e o


gerenciamento da manutenção. Ministério da Saúde. Brasília, p. 9, 2002.
2. BAULD, THOMAS J. The definition of a Clinical Engineer. Journal of Clinical
Engineering, v. 16, n. 5, p. 403-405, 1991.
3. BRONZINO, Joseph D. (Ed.). Management of medical technology: a primer
for clinical engineers. Butterworth-Heinemann, 2014.
4. WHO/PAHO/FDA. Proceedings of the First International Conference of Medical
Device Regulatory Authorities (ICMDRA). World Health Organization/Pan
American Health Organization/Food and Drug Administration, 1986.
5. DYRO, Joseph (Ed.). Clinical engineering handbook. Elsevier, 2004.
6. Boletim da SBEB – Edição 1, 2015
7. OSAKA, Willi Gonçalez et al. Plataforma para auxílio ao gerenciamento da
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RFID. 2012.
8. SWEENEY, Patrick J. et al. RFID for Dummies. John Wiley & Sons, 2010.
9. EPC-RFID INFO. [<https://www.epc-rfid.info/rfid_tags>](<https://www.epc-
rfid.info/rfid_tags>)
10. Gustavo Rasteiro. Estudo sobre a aplicação da tecnologia RFID em sistemas
de Kanban eletrônico - São Carlos 2019
11. TANAJURA, Elmo Leonardo Xavier; KRUEGER, Claudia Pereira;
GONÇALVES, Rodrigo Mikosz. Análise da acurácia dos métodos cinemáticos
de posicionamento GPS em aplicações costeiras. Boletim de Ciências
Geodésicas, v. 17, n. 1, p. 23-36, 2011.

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12. STABILE, Marcelo CC; BALASTREIRE, Luiz A. Comparação de três
receptores GPS para uso em agricultura de precisão. Engenharia Agrícola, v.
26, n. 1, p. 215-223, 2006.
13. ALVES, Sérgio. A matemática do GPS. Revista do professor de matemática,
v. 59, p. 17-26, 2006.
14. J F Galera Monico - Aplicações não convencionais do GNSS Graduação em
Engenharia Cartográfica - FCT/UNESP Março de 2016
15. FREITAS, Andreia Patrícia Roseiro Rodrigues Pereira de. QR code: tendência
de evolução comercial no ponto-de-venda físico de retalho. 2018. Tese de
Doutorado.
16. DE SANTANA, John Kennedy Ribeiro et al. PRECISÃO DE GPS EM
SMARTPHONES: UMA FERRAMENTE PARA PESQUISAS ACADÊMICAS E
TRABALHOS DE CAMPO. Revista de Geografia-PPGEO-UFJF, v. 9, n. 2, p.
255-267, 2019.
17. GUINARD, Patrik Fuhrer Dominique. Building a smart hospital using RFID
technologies. In: European Conference on eHealth 2006. Gesellschaft für
Informatik eV, 2006.
18. JÚNIOR, C. C. M. F. Aplicação da Ferramenta da Qualidade (Diagrama de
Ishikawa) e do PDCA no Desenvolvimento de Pesquisa para a reutilização dos
Resíduos Sólidos de Coco Verde. INGEPRO–Inovação, gestão e produção,
v. 2, n. 9, p. 104-112, 2010.
19. DOS SANTOS16, Antonia Angélica Muniz; GUIMARÃES17, Edna Almeida;
DE BRITO18, Giliard Paulo. Gestão da qualidade: conceito, princípio, método
e ferramentas. Ano 1, Número 2–Setembro/2013, p. 91, 2013.

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