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Controladoria I
Controladoria I
Material Teórico
Conceitos, Objetivos e Aplicação
Revisão Técnica:
Prof. Me. Carlos Henrique de Jesus Costa
Revisão Textual:
Prof. Me. Vera Lídia de Sá de Cicarone
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Conceitos, Objetivos e Aplicação
• Conceitos
• A Ciência Contábil
• A Ciência Administrativa
• A Ciência Econômica
• A Ciência da Psicologia
• A Ciência Estatística
• Objetivos
• Aplicação
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
Contextualização
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Conceitos
Vamos iniciar o nosso estudo sobre a “Controladoria” e, para isso, antes de tudo, é im-
portante questionarmos o porquê de estarmos estudando esse tema e o que isso trará para
nosso futuro profissional. Muito se diz, nos mercados, sobre controladoria. Vemos, frequen-
temente, nas empresas, departamentos (em alguns casos, separados do departamento de
contabilidade) de controladoria e profissionais que se identificam como “controllers” que
são bem remunerados e, normalmente, possuem grande influência sobre as decisões do
corpo gerencial.
Veja que esta disciplina que você está estudando neste exato momento tem o nome de
“controladoria” e, entre as diversas opções de atuação profissional que os contadores e
gestores financeiros têm à sua disposição atualmente, uma delas poderá levar você, em um
futuro bem próximo, a trabalhar diretamente ou indiretamente com esse tema!
Mas... o que significa a palavra controladoria? Onde, como e por que foi formada?
Controladoria e contabilidade são sinônimos?
Para Pensar
Existe diferença entre “contabilidade” e “controladoria”, entre “contador” e “controller”?
Ideias Chave
Em controladoria, preste muita atenção aos conceitos de “estratégia” e, principalmente,
de “relevância”.
Mas... vamos nos dedicar primeiro às respostas aos questionamentos iniciais, Tudo
bem? Nesse sentido, é possível entendermos que a palavra controladoria deriva da palavra
controle. Então vamos ao dicionário: segundo Michaelis (2012, p.224), controle significa
ato de dirigir qualquer serviço, fiscalizando-o e orientando-o do modo mais conveniente.
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
Outros significados poderão ser atribuídos à palavra controle, porém todos levarão ao
mesmo sentido, ou seja, aquilo que necessita de fiscalização e orientação. Mas, imagino
que você deva estar se perguntando: fiscalizar e orientar o quê?
Para ajudar a responder a essa pergunta, veja a seguinte foto:
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o melhor hospital do planeta especializado no tratamento de algum tipo específico de
doença, certamente, terá objetos de controles diferentes de um pronto-socorro (ou pronto-
atendimento), estruturado para atender a todo e qualquer caso de urgência rapidamente.
Apesar de estarmos no início dos nossos estudos, já é possível irmos construindo o nosso
conhecimento e percebendo a complexidade que envolve o tema “controladoria”. Ou seja,
como um fator imprescindível para o nosso trabalho, teremos que conhecer o(s) objetivo(s) que
a empresa pretende alcançar para, daí, prepararmos as ações em busca desse(s) objetivo(s).
Para a resposta ao segundo questionamento (Onde, como e por que foi formada?), é necessário
realizar um breve e rápido estudo histórico. Como foi formada a palavra controladoria já vimos:
trata-se de uma derivação da palavra controle. Já, para responder à pergunta: onde e como foi
formada tal palavra, encontramos inúmeras respostas na literatura contábil-administrativa sobre
o assunto. Em termos gerais, pode-se entender que a controladoria nasceu da necessidade dos
proprietários e acionistas de manter (e/ou expandir) seus investimentos nas empresas nas quais
depositaram seu capital. Ainda, considerando que toda empresa é um organismo complexo,
por ser composto de diversos departamentos, áreas que interagem o tempo todo, interna e
externamente, a criação de um departamento que pudesse se articular com os demais surgiu
naturalmente, provavelmente a partir de 1920, com a expansão do mercado norte-americano,
no qual o crescimento do conhecimento contábil, tanto em auditoria como em mensuração e
gestão, tornou-se imprescindível.
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
Para Pensar
Os autores de administração costumam dizer, geralmente, que “eficiência” é fazer as coisas de
forma correta, dentro das especificações, e eficácia é fazer as coisas corretas. É uma espécie de
“trava-línguas” mental, não é mesmo? Mas, pense um pouco: É possível uma empresa inteira fazer
“direitinho” coisas que não seriam as melhores para serem feitas? E ao contrário, é possível fazer de
forma errada coisas que são corretas? PENSE!
Vamos, agora, para a terceira questão: controladoria e contabilidade são sinônimos? Talvez
seja a pergunta sobre o assunto “controladoria”, mais comum no meio empresarial. Vamos
responder com as palavras de Padovese (2003, p.3):
Você Sabia ?
A engenharia de produção também é uma área das mais importantes para o relacionamento
com a controladoria. Em empresas que adotam o custo padrão, por exemplo, a recomendação
que vemos de muitos autores da área, como Eliseu Martins (2003) e Michiharu Sakurai
(1997), é a de que os contadores trabalhem em perfeita sintonia com os engenheiros.
De acordo com o avanço tecnológico presente em todas as áreas, pode-se afirmar que a
controladoria também depende da tecnologia da informação para gerar relatórios cada vez
mais rápidos e precisos e, assim, permitir que as decisões ocorram na mesma velocidade.
Porém a inserção de dados continua sendo de responsabilidade das pessoas que compõem
uma organização empresarial; a tecnologia da informação irá apenas processá-las.
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A partir das três respostas apresentadas, você, talvez, esteja se perguntando: então a
“Controladoria” pode ser também considerada uma ciência? Antes de responder a essa pergunta,
vamos conceituar a palavra ciência, que, segundo Michaelis (202, p.182), significa: um conjunto
de conhecimentos organizados sobre determinado assunto. Sendo assim, a controladoria é
também uma ciência, por reunir conhecimentos de outras ciências (contábil, administração,
economia, psicologia, estatística e a tecnologia da informação) a partir das quais organiza
os conhecimentos de tal maneira para que possam resultar numa tomada de decisão, tendo
sempre como foco a meta estabelecida no planejamento estratégico de qualquer organização
empresarial: pequena, média ou grande, com ou sem fins lucrativos, pública ou privada.
Observação:
A Ciência Social é composta, basicamente, pelas seguintes ciências: antropologia, sociologia
e política.
Dessa forma, resta-nos definir a própria ciência da controladoria, que, segundo Padovese
(2003, p.6), se trata do estágio evolutivo da Ciência Contábil, uma vez que a Contabilidade
praticamente deixou de ser a teoria do lucro - na qual a preocupação recaía somente na
mensuração e na informação de resultados - e tornou-se a teoria da decisão.
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
A Ciência Contábil
Falar do nascimento e da evolução da ciência contábil é o mesmo que falar da humanidade,
ou seja, desde que o mundo é mundo, o homem (no sentido de humanidade) já contava e
controlava sua riqueza. Desde a época em que controlava as ovelhas em seu rebanho até os
dias de hoje, o homem continua controlando os seus bens. Para alguns autores, a contabilidade
nasceu na Itália, mas sabemos que lá nasceram as “Partidas Dobradas” (técnica para registrar as
operações ocorridas na Igreja Católica) genialmente elaboradas por Luca Pacioli, que dedicou
a esse assunto um capítulo em uma de suas obras, Summa de aritmética, geometria, proporção
e proporcionalidade, em 1494.
Apesar de terem sido criadas em 1494, as Partidas Dobradas são, até hoje, a única forma de
registrar as operações ocorridas não só na Igreja Católica como em toda e qualquer organização,
mas, principalmente, nas organizações empresariais. Estas utilizam-se do “Débito e Crédito”, em
que, por convenção, os saldos das contas a crédito representam as dívidas e/ou receitas e os
saldos das contas a débito são os bens e direitos e/ou despesas. Após o registro, as operações
são avaliadas e apresentadas nas mais diversas demonstrações financeiras exigidas quer pelos
usuários internos das informações contábeis quer pelos externos.
A Ciência Administrativa
A Teoria da Administração (TA) foi desenvolvida pelos engenheiros Taylor e Faylor a partir de
uma abordagem científica, ou seja, por meio de métodos experimentais e técnicas de trabalho
que levassem a produzir uma maior quantidade num menor espaço de tempo - o estudo de
tempos e movimentos.
As tarefas passaram a ser elaboradas pelo operários a partir da organização racional do
trabalho. Cada movimento era estudado e medido em tempo, com a finalidade de padronizar
cada operação necessária para execução do trabalho geral. As tarefas mais complexas deveriam
ser subdivididas em tarefas mais simples, a fim de facilitar sua racionalização e padronização.
A fragmentação das tarefas levou à especialização dos trabalhadores. Cada operário se tornou
“peça de uma engrenagem” que, em conjunto com outros operários (momento em que homens
e máquinas se confundiram), elevou a eficiência na produtividade, reduzindo principalmente os
custos de produção.
As técnicas desenvolvidas pela Escola da Administração Científica, apresentadas por Taylor e
Fayol, revolucionaram as indústrias no mundo todo e são utilizadas até hoje.
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A Escola de Relações Humanas, defendida pelos seus precursores Elton Mayo e Kurt Lewin
(por volta de 1930), que enfatizava, como principal agente do sistema empresa, as pessoas e não
estruturas e tarefas, como determinavam Taylor e Fayol (Escola Clássica), não foi suficiente para
colocar o homem a serviço da organização chamada empresa. Chiavenato (1998, p.25) aponta
que “nessa escola, contudo, prevalecia ainda o pressuposto de que o homem é um instrumento a
ser usado pela organização, ao invés de se encarar a organização como instrumento do homem:
conceito de relações humanas tem sido utilizado mais como fachada para a manipulação
dissimulada dos indivíduos do que propriamente como uma filosofia administrativa sadia e
limpa”.
A partir das Escolas Clássica e de Relações Humanas, a Administração chegou ao patamar
de ciência. Sua teoria tornou-se imprescindível para as empresas como um todo, por mostrar
que, somente com pessoas, é possível fazer uma empresa prosperar, e, assim, pode-se afirmar
que “Administrar é fazer as coisas por meio das pessoas”, o que nos leva a entender que o
desempenho de qualquer organização empresarial está pautado no desempenho de seus
administradores, conforme aponta Stoner e Freeman (1985, p.5):
“Para uma organização ser bem-sucedida em alcançar seus objetivos, satisfazer suas
responsabilidades sociais, ou ambas as coisas, ela depende dos administradores. Se
os administradores fazem bem seu trabalho, a organização provavelmente atingirá
suas metas. E se as grandes organizações de uma nação realizam seus objetivos, a
nação como um todo irá prosperar. O sucesso econômico do Japão é uma evidên-
cia clara deste fato. A aplicação do trabalho dos administradores (do desempenho
gerencial) e do desempenho organizacional (o trabalho das organizações) é tema de
muitos debates, análises e confusão nos Estados Unidos e em outros países. Assim,
discutiremos muitos critérios e concepções diferentes para avaliar os administrado-
res e as organizações. Servindo de base a muitas dessas discussões estão dois con-
ceitos sugeridos por Peter Drucker, um dos mais respeitados autores que escrevem
sobre administração: eficiência e eficácia”.
Ele define eficiência como “fazer certo as coisas” e eficácia como “fazer a coisa
certa” (STONER e FREEMAN, 1985, p. 5).
A Ciência Econômica
A Economia estuda como as pessoas e a sociedade empregam os recursos escassos,
considerando-se as necessidades humanas no presente e, principalmente, no futuro. Assim, a
decisão de quanto e como produzir para atender a essa sociedade fundamenta-se no estudo da
economia, relacionada à lei da oferta e procura.
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
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A Ciência da Psicologia
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Na organização empresarial, a psicologia poderá ser empregada para diversos fins, desde a
seleção dos empregados para o exercício dos mais diversos cargos até a observação do dia a dia
da empresa, evidenciando traços de comportamentos que, certamente, influenciarão as atitudes
e, consequentemente, as decisões que serão tomadas. Porém deve-se se levar em conta o cargo
a ser ocupado na organização, como, por exemplo, o comportamento de um gestor será sempre
diferente do de um empregado a ser contratado para a área de produção ou limpeza.
Assim, a Psicologia, enquanto ciência do comportamento, irá colaborar com os gestores
em relação à busca do aumento contínuo da eficiência das pessoas numa organização
empresarial, tendo como base a liderança e a motivação, itens que contribuem para a
excelência na gestão empresarial.
A Ciência Estatística
A partir de Ronald Fisher (1890-1962), a estatística passou a ser tratada como ciência. Ele
demonstrou, em seus trabalhos, que o papel da estatística não é somente reunir dados em planilhas
ou gráficos e que é possível ajudar a planejar a obtenção de dados e, em seguida, interpretá-los,
facilitando, assim, as mais diversas tomadas de decisão, inclusive no meio empresarial.
Conforme aponta Tavares (2007, p.7), didaticamente, podemos dividir a estatística em duas
partes: a estatística descritiva e a inferência estatística.
“A estatística descritiva preocupa-se com a forma pela qual podemos apresentar
um conjunto de dados em tabelas e gráficos, e também resumir as informações
contidas nestes dados mediante a utilização de medidas estatísticas.
Já a inferência estatística baseia-se na teoria das probabilidades para estabelecer
conclusões sobre todo um grupo (chamado população), quando se observou
apenas uma parte (amostra) representativa dessa população”.
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
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Para conhecer mais sobre a aplicação da estatística nas mais diversas decisões empresariais, reco-
menda-se a leitura da obra Estatística Aplicada com Excel: para cursos de Administração e Econo-
mia, de Ricardo Braule, Rio de Janeiro: Campus, 2001. O conhecimento do uso do aplicativo Excel,
muito utilizado pelos gestores, contribuirá como uma importante ferramenta para a aplicação da
estatística. Recomenta-se também a leitura da publicação do Professor Marcelo Tavares sobre a Esta-
tística Aplicada à Administração, disponível no seguinte endereço eletrônico: https://goo.gl/NLFtQC
Segundo O´Brien (2007, p.8), a tecnologia de informação está cada vez mais importante no
mercado competitivo, uma vez que os gestores necessitam de informações rápidas, e os sistemas
de informação, por desempenharem papéis vitais na empresa, colaboram com esses gestores,
nos seguintes aspectos:
“Apoio às Operações Empresariais. De contabilidade até acompanhamento
de pedidos de clientes, os sistemas de informação fornecem suportes à
administração nas operações do dia a dia empresarial. À medida que reações
rápidas se tornam mais importantes, torna-se fundamental a capacidade dos
sistemas de informação de coletarem e integrarem as informações com as
funções empresariais.
Apoio à Tomada de Decisões Gerenciais. Assim como os sistemas de informação
podem combinar uma informação para ajudar a administrar melhor a empresa,
a mesma informação pode ajudar os gerentes a identificarem tendências e a
avaliarem o resultado de decisões anteriores. O sistema de informação ajuda os
gerentes a tomarem decisões melhores, mais rápidas e mais informadas.
Apoio à Vantagem Estratégica. Sistemas de Informação projetados em
torno dos objetivos estratégicos da companhia ajudam a criar vantagens
competitivas no mercado”.
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Para conhecer mais sobre o uso da tecnologia da informação também no ambiente empresarial,
recomenda-se a leitura da seguinte obra:
Objetivos
A controladoria, conforme estamos estudando, pode ser aplicada em qualquer tipo de
empresa, pequena, média ou de grande porte, com ou sem fins lucrativo, voltada para iniciativa
privada ou pública. Porém, considerando que a maioria das empresas é constituída a partir da
iniciativa privada, em um sistema econômico capitalista e com a obtenção de um retorno sobre
o capital aplicado, vamos focar o estudo da controladoria tendo como foco empresas privadas
com fins lucrativos.
Você Sabia ?
Apesar de os estudos da controladoria e da contabilidade terem uma preocupação predominante
com um ambiente capitalista, conforme vemos em Iudícibus et al., 2010, também foram usados
em ambientes socialistas para fins de controle, como na extinta União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas, e ainda continuam a ser usados em países como Coreia do Norte, Cuba e China.
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
O controller deverá desenvolver suas atividades com base na estratégia empresarial adotada
pela empresa. Mas o que é estratégia?
A estratégia, palavra de origem militar e que permeia a política, é, muitas vezes, definida
de forma errada ou exageradamente deturpada, conforme vemos em Saramelli (2010). Nem
tudo pode ser considerado “estratégico” em uma empresa; decisões de rotina, envolvendo
aspectos do dia a dia e das dificuldades de ocasião e conjunturais não são estratégias. Para
algo ser estratégico, precisa vir de um pensamento elevado sobre a forma como os executivos
de uma empresa pensam o presente e o futuro de uma empresa, seu relacionamento e
permanência no mercado.
Assim, as empresas costumam comunicar a sua estratégia para o mercado por meio de sua
missão, crenças e valores. Como exemplos de missões empresariais, segue, abaixo, um quadro
com as missões de duas conhecidas empresas do ramo automobilístico, a FIAT e a FORD:
Quadro: Missões empresariais relatadas pelas empresas automobilísticas FIAT e FORD (Uma
de origem e cultura europeia e a outra de origem e cultura norte-americana).
https://goo.gl/uijMS1
E a da FORD é:
Somos uma família global e diversificada, com um legado histórico do qual nos orgulhamos
e estamos verdadeiramente comprometidos em oferecer produtos e serviços excepcionais,
que melhorem a vida das pessoas.
https://goo.gl/GR9Yk7
Fontes: Visitas aos sites que as empresas mantêm no mercado, com consulta em dezembro de 2017.
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de objetivos, e pronto para ajudar a empresa a cumprir seus objetivos. Isso significa que o
controller deve observar o que os gestores da empresa estão fazendo.
No entanto, há casos em que nem mesmo os gestores conhecem a estratégia da empresa! É
o que vemos em Nilsson, Olven e Parment (2011 p.9):
Evidentemente, temas ligados à estratégia e missão empresarial não são fáceis de serem
discutidos porque, não raramente, geram reflexões difíceis de serem realizadas. Mas,
certamente, toda e qualquer empresa tem uma estratégia, nem que seja baseada nas ideias,
atos e procedimentos de seus donos, sócios e fundadores. É necessário, então, que o Controller
“traduza” esses aspectos para o sistema contábil e gerencial da empresa.
Então, para “traduzir” essas complexidades, o Controller precisa estar bem preparado. Em
Nilsson, Olven e Parment (2011 p.29), vemos a descrição de Tillman e Goddard (2008) sobre
os controllers de uma grande multinacional alemã que estavam tentando criar um sistema de
controle gerencial estratégico:
“Um contador administrativo precisa não apenas saber tudo sobre contabilidade
financeira e gerencial, mas também ter conhecimento interdisciplinar a fim de ser
capaz de entender os contextos externo e interno. Assim, esses profissionais deveriam
ser capazes de pensar e comunicar de forma interdisciplinar e, também, necessitavam
ser capazes de entender as complexas ligações e inter-relações existentes na própria
empresa. Consequentemente, havia uma necessidade de um maior processo de
aprendizado e socialização que envolvia a exposição desses novos profissionais a
uma série de situações e, portanto, possibilitando que os mesmos aperfeiçoassem
suas técnicas bem como suas habilidades intangíveis. Esse era, portanto, um
processo de “transformação” num contador administrativo estratégico”.
A esta altura, você deve ter percebido que o trabalho de um contador gerencial (controller)
não é dos mais simples, necessita, como disseram os pesquisadores, além de um excelente
conhecimento de contabilidade e finanças propriamente dito, de um conhecimento e
relacionamento interdisciplinar altamente desenvolvido. Portanto, o controller é um elo dos
mais importantes no universo empresa, e, em algumas situações, é imprescindível, porque,
sem ele, a empresa simplesmente não consegue desenvolver suas atividades. Isso lhe traz
alguma motivação? Espero que sim! A seguir vamos continuar a estudar os importantes
aspectos da controladoria.
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
Aplicação
Conforme aponta Padovese (2003, p.57), o foco da controladoria é a criação de valor para
as empresas a partir de informações geradas pela contabilidade e originadas das mais diversas
operações realizadas pela empresa em determinado período. Mas, considerando-se que as
empresas surgem a partir dos recursos financeiros de seus proprietários, a controladoria, na
verdade, está focada na criação de valor para os proprietários dessas empresas.
Antes de estudarmos as diversas ferramentas que levam ao conhecimento e/ou à criação
de valor para empresas, apresentaremos um breve histórico sobre o surgimento das empresas,
considerando o momento histórico da sociedade mundial.
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eletricidade. Assim, as máquinas que eram movidas a vapor passaram a funcionar com
motores elétricos (1873). A produtividade cresceu nas empresas, ou seja, uma maior
quantidade de unidades era produzida num menor tempo. Era a ciência a favor do
homem. O surgimento do automóvel (1880) e do avião (1906) estreitaram as fronteiras
entre os países, e o telégrafo sem fio e o cinema também fizeram parte desse avanço
tecnológico comandado pelo homem. Com a ampliação dos mercados e o acúmulo de
riquezas advindas do capitalismo industrial, surgiu o capitalismo financeiro, ou seja, uma
nova modalidade de empresa – as instituições financeiras – que, além de servirem de
“guardiãs” do excesso de capital provocado pelas empresas industriais, passaram a fornecer
créditos (empréstimos) para que outras empresas se constituíssem e/ou expandissem suas
operações. Foi a partir da 2ª Revolução Industrial que o processo de burocratização se fez
presente nas empresas. O sistema capitalista estava sedimentado, porém, sem um poder
de controle instaurado, a sobrevivência do próprio sistema estaria comprometida.
4ª) Fase do gigantismo industrial: nada freava o progresso tecnológico. Era o acúmulo da
riqueza que prevalecia, era o sistema capitalista que ditava as normas para essa sociedade
que surgiu e se transformou a partir dele. Contudo, existia um agente – o homem, que,
até, então era o principal membro dessa nova era, a era científica, a era da razão – que
começava a receber de forma direta (uma vez que indiretamente já estava sendo concebido
como se fosse máquina, ou seja, produzindo cada vez mais num menor espaço de tempo,
provocando o acúmulo do capital a qualquer preço) os efeitos nocivos produzidos por ele
mesmo. Foi o período que marcou as duas Grandes Guerras Mundiais, sustentadas pelo
avanço tecnológico bélico. A destruição provocada pela 1ª guerra culminou na primeira
grande depressão econômica ocorrida em 1929 nos Estados Unidos. Se nada freava o
progresso, as empresas retomaram seu crescimento, dessa vez no âmbito internacional,
intensificando suas operações a partir do aprimoramento tecnológico dos transportes e
novas descobertas na comunicação – rádio e televisão. Era o mundo tornando-se menor
e complexo. Ao mesmo tempo, ocorria a internacionalização da economia: culturas eram
invadidas, deixando o homem a cada dia refém de si mesmo.
• 5ª) Fase moderna: foi a fase do pós-guerra, de 1945 a 1980, que dividiu o mundo em três
blocos: países desenvolvidos (ou industrializados), países em desenvolvimento e os subdesen-
volvidos, ou países não industrializados. A tecnologia continuou ditando as ordens para uma
sociedade que tinha, nas empresas, a base para todo o desenvolvimento da humanidade.
Era o capital que comandava, uma vez que as pesquisas passaram a ser encomendadas pelas
empresas (incluindo as agrícolas) com fins específicos, ou seja, era a ciência que determinava
a direção que a sociedade devia tomar. Tecnologias foram substituídas, as elétricas pelas ele-
trônicas, circuitos integrados ocuparam o lugar de peças com menor potência; não havia como
frear o progresso. Porém, crescia a dependência por produtos industrializados vindos, princi-
palmente, do petróleo (combustíveis, plásticos, dentre outros) e dois choques foram marcados
(1973 e 1979) pela sua recessão, desencadeando uma crise mundial (os países estavam, cada
dia mais, dependentes uns dos outros devido à internacionalização da economia por meio
do aumento das exportações e/ou importações dos mais variados produtos e/ou serviços). A
comunicação precisava ser mais rápida e assim surgiram os computadores de grande porte e,
num curto espaço de tempo, os computadores chamados de domésticos. Porém, todo esse
avanço tecnológico levou o mundo a uma incerteza, gerada pelas mudanças tecnológicas
provocadas pelo próprio homem.
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
• 6ª) Fase da incerteza: após 1980 e até os dias de hoje, por conta dos desafios que
as empresas enfrentam, como concorrência, dificuldades de diversos gêneros (vender e
não receber, ter o produto copiado por outra empresa, não conhecer a real necessidade
do consumidor devido ao grande número de produtos similares oferecidos, etc.). As
empresas, tomando como base o próprio avanço tecnológico, sabem que o mundo mudou.
A comunicação é em tempo real, logo a maneira de administrar uma empresa também
mudou. Estamos, portanto, conforme aponta Chiavenato (1998), na 3ª Revolução
Industrial – a Revolução da Informação por meio dos computadores. Agora é o cérebro
humano que é substituído pela máquina eletrônica; até então eram apenas os músculos.
Antiguidade até a
1ª Fase artesanal Até 1780
pré-Revolução
Fase de transição para a
2ª 1ª Revolução Industrial 1780 a 1860
Industrialização
Após a 2ª Revolução
3ª Fase do desenvolvimento Industrial 1860 a 1914
Industrial
Entre as duas Grandes
4ª Fase do gigantismo Industrial 1914 a 1945
Guerras Mundiais
5ª Fase moderna Pós-guerra até a atualidade 1945 a 1980
Momento atual –
6ª Fase da incerteza Após 1980
3ª Revolução Industrial
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Material Complementar
Sugiro, como um material que irá ajudá-lo(a) no aprofundamento de seus estudos, o seguinte:
Acompanhar e analisar uma teleconferência de resultados de uma empresa sociedade
anônima de sua preferência. Prefira os relatórios anuais de empresas com múltiplos negócios
(divisões de negócios).
Verifique:
a) no Relatório da Administração, como o Presidente situa a empresa no mercado, suas
metas e seus objetivos;
b) nas Notas explicativas (você não precisa ler todas, escolha uma), como o contador /
controller elabora os dados e que políticas adota;
c) em notícias sobre a empresa na imprensa em geral, se o assunto que o jornalista expõe
também é tratado pela empresa.
Explore
Para complementar os seus estudos, faça uma busca na internet para conhecer alguns exemplos de
Relatórios anuais que tenham de empresas com múltiplos negócios. (divisão de negócios)
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Unidade: Conceitos, Objetivos e Aplicação
Referências
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