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Avaliação de Desempenho e Investimentos
Revisão Técnica:
Prof. Me. Carlos Henrique de Jesus Costa
Revisão Textual:
Prof. Me. Magnólia Gonçalves Mangolini
a
Avaliação de Desempenho e Investimentos
Para estudar avaliação do desempenho é imprescindível que você se coloque no lugar tanto de
um controller que precisa preparar relatórios sobre a atuação de cada gestor quanto no lugar das
pessoas que serão avaliadas.
Imagine que você é o gestor de um departamento importante para a empresa e que tenha se
esforçado bastante para cumprir os orçamentos e planejamentos. Ao mesmo tempo, você não
tem certeza se os outros gestores se esforçaram o mesmo que você. Como você reagiria se
alguém apontasse que o seu resultado foi insatisfatório e o dos outros foi satisfatório?
É importante esse exercício, se colocar nesses papéis, informar o que é relevante e no momento
correto. Sem esse esforço de imaginação, sem uma preocupação para com as pessoas e suas
emoções ao serem avaliadas, o trabalho de análise e avaliação de desempenho torna-se um
problema corriqueiro. Mas sabendo lidar com as expectativas e com o desempenho, o controller
mostrará a beleza da profissão!
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
Contextualização
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O ato de avaliar o desempenho
Valeu a pena?
Alcançamos o sucesso, ganhamos dinheiro ou, na próxima vez, conhecendo melhor o
caminho, vamos fazer diferente?
Não estamos indo bem. Vamos continuar a fazer o que estamos fazendo ou parar por aqui?
O que podemos mudar e o que devemos manter por estar sendo bem feito?
Somos bons! O que podemos fazer para mostrar isso para a sociedade e atrair investidores?
As perguntas acima são atuais? Certamente você dirá que sim! Qualquer empreendedor
terá essas dúvidas, em algum momento, na condução de seus negócios, por mais convicto ou
confiante que seja e mesmo que não se importe muito com contabilidade.
O mais surpreendente nessas perguntas, no entanto, é que elas não são novas! Essas mesmas
perguntas também eram feitas pelos negociantes no passado, nos tempos mais remotos. É claro
que o ritmo das coisas era diferente, a tecnologia também. Tudo era mais difícil, mas mesmo
assim os empresários tinham a necessidade de saber como estavam seus negócios.
Se olharmos para a história veremos que mercadores e/ou negociantes hábeis e poderosos
do passado, como os Médici em Florença – Itália ou Jakob Fugger de Augsburg - Alemanha
mantinham um serviço de contabilidade para conhecer o seu desempenho.
Você Sabia ?
Jakob Fugger - “O rico” foi o primeiro investidor estrangeiro no Brasil. Após a descoberta
da então “Terra de Santa Cruz”, o Rei de Portugal,Manuel I, deu a Fernão de Loronha, um bem
estabelecido mercador de Lisboa, uma capitania hereditária no Brasil. Fernão de Loronhaera
agente de Jakob Fugger em Lisboa, que tão logo soube da empreitada em novas terras recém-
descobertas investiu dinheiro na missão.
Schmalenbach (1955) comenta que naquele período, era muito comum caravanas ou
expedições para o transporte de mercadorias para os mercados principais por meio de rotas
comerciais. Essas caravanas ou expedições eram feitas normalmente em lombo de burros,
cavalos ou camelos, e carregadas de perigos. Ao longo do caminho acidentes e assaltos poderiam
ocorrer e fazer com que parte das mercadorias, ou tudo, se perdesse. Sempre que uma caravana
(ou uma navegação marítima)terminava, apurava-se obalanço patrimonial para saber se todo o
esforço da expedição havia resultado em lucro ou prejuízo. Esse trabalho era feito considerando-
se tudo o que se ganhou na viagem (as receitas) e descontando-se todas as despesas e perdas.
A seguir, vemos uma foto de um homem levando mercadorias transportadas em lombo de
burros no Caminho do Chá, na China. Uma rota comercial milenar que é usada ainda nos dias
atuais sem nenhuma modificação:
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
Foto: Caminho/Rota do Chá e do Cavalo, na China 2006. Fonte: Relato de Viagem de Jeff Fuchs (2011)
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Conheça a saga dos tropeiros no Brasil. http://www.tropeirosdasgerais.com.br/historia.htm
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Observe no relato do personagem de Marins (1982, pp.19-20) que os tropeiros assumiam
os prejuízos pela perda de mercadorias ao longo do trajeto, sendo que não havia naquele
momento serviços de seguros, como temos atualmente,e já era comum na Europa em algumas
cidades. É evidente que esses serviços eram verdadeiras sagas, que envolviam coragem e um
hercúleo esforço pessoal de todos que se engajavam no trabalho.
Cada um dos trabalhadores era avaliado por sua coragem e lealdade, mas normalmente
a avaliação econômica sobre se o esforço resultou em lucro ou prejuízo era realizada ao final
da empreitada, com fins exclusivos de informação para o comerciante. Mesmo os grandes
comerciantes costumavam solicitar um levantamento dos seus contadores quando sentiam
necessidade para tal, não havia um hábito nesse sentido. Por essa razão, alguns autores, como
Schmalenbach (1955), dizem que a contabilidade nasceu para fins gerenciais.
Schmalenbach (1955) comenta que foi Luca Pacioli, que conforme Sá (2004) era um homem
fascinado pela difusão de conhecimentos, quem incentivou os comerciantes a adotar o hábito
de publicar balanços patrimoniais periodicamente. A intenção era a de atrair investidores,
mostrar à empresa potenciais agentes que poderiam ajudar em seu desenvolvimento. Para tal,
Pacioli disse uma frase muito significativa: “RAGIO SPESSA AMISTA LONGA”, ou seja, uma
contabilidade publicada de forma periódica, frequente, acaba por atrair amizades longas.
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Para quem gosta de games, indica-se o “Rise of Venice”, um game muito interessante, que
explora a temática da cidade-estado de Veneza durante a época do renascimento, justamente a
época de Luca Pacioli. Nesse game você é um mercador e para prosperar, comprando mercadorias
como limão ou azeite em uma cidade e indo vender em outras, precisa passar por vários perigos. De
acordo com o seu esforço e o reconhecimento por uma junta de nobres, você vai adquirindo mais e
mais barcos e poderes.
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
O controller, por meio dos seus controles e do SIC-SIG, realiza avaliações que podemenvolver
a empresa como um todo, uma área ou departamento de uma empresa, um gestor ou mesmo
um funcionário. É a partir de seus relatórios que serão tomadas decisões importante, que alteram
a vida das pessoas, como substituir ou não um funcionário, dar continuidade a um projeto, a
unidades inteiras de produção, ou ainda se vale a pena investir em treinamento de uma equipe
de trabalho.
É claro que o controller está condicionado a muitas expectativas e pressões, seja pelo público
interno a empresa, seja pelo público externo. Com a adoção das Normas Internacionais de
Contabilidade, as IFRS, o papel do controller passa a ser ainda mais crucial porque a ele é dada
a incumbência de julgar, apontar o que é justo ou não para uma situação. Assim, Iudícibus et al
(2010) comentam que o contador cada vez mais está no “centro dos interesses divergentes” e
que “está aí toda a beleza, todo o conflito e toda a dificuldade da profissão”.
Nesse sentido, Schmalenbach (1955) nos mostra,ao lado da perspectiva interna e externa da
organização, outra abordagem da análise de desempenho, que é a função social da empresa.
Eugen Schmalenbach é conhecido como o “pai” da contabilidade gerencial alemã” e economista
de formação, que por conta de seu trabalho e dos negócios da família teve que se envolver com
contabilidade. Schmalenbach (1955, p.39)1 disse o seguinte:
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Mesmo assim, será que nossas empresas, a partir de um olhar social, estariam sendo realmente
eficientes? Ou a busca do lucro estaria mais ou menos como em um“esconder de poeira embaixo
do tapete”, criando uma situação que nos prejudicaria como seres humanos? Esse é justamente
um dos aspectos que mais vem sendo discutido nos últimos anos no meio empresarial. Se no
passado os consumidores estariam preocupados com o preço e a qualidade dos produtos, hoje,
cada vez mais, se preocupam com fatores ambientais. É o que nos diz França (2007, p. 15):
Glossário
De acordo com o Relatório da ONU – Comissão de Meio Ambiente, Brundtland ou “Nosso
Futuro Comum”, desenvolvimento sustentável “é o desenvolvimento que atende às
necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações terem suas
próprias necessidades atendidas”.
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Você pode encontrar documentos sobre Meio Ambiente e sustentabilidade no site
da ONU Rio+20. https://goo.gl/ucHjGQ
A essa visão de França (2007) soma-se a de Klabin (2011) que afirma que no mundo empresarial
ainda não foi incorporado o conceito de “sustentabilidade” e dá mostras de que isso será muito
difícil de ocorrer. O ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, ao comentar o trabalho
do ambientalista Israel Klabin,disse, conforme prefácio de Klabin (2011, p. xiii):
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
O próprio autor Klabin (2011, p. 282) nos alerta quanto a um gravíssimo problema referenteà
falta de precificação dos fatores ambientais nos custos dos produtos:
Figura: Representação gráfica do Triple Bottom line. Fonte: Laville (2009, p.193)
Indo ao encontro de Roslender e Hart (2003) e IASB (2009), para “fazer a contabilidade
gerencial ser mais estratégica” é importante observar qual é a situação competitiva da empresa,
que muitas vezes também já está envolvendo o aspecto ambiental, e observar quais os melhores
modelos de gestão para a ela, o que pode passar pela adoção de modelos de gestão ambiental
como o do Triple Bottom line.
Convido-o(a) a, no próximo tópico, estudar como os controllers se estruturam e lidam com a
avaliação do desempenho e investimentos.
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Estrutura para análise do desempenho e investimentos
Padoveze (2003, p. 279) comenta que durante a fase de execução das atividades,
previamente planejadas, os gestores se utilizam de modelos de gestão para suas decisões.
É a partir de modelos de gestão adequados que os gestores terão condições de atuar de
forma que suas decisões sejam “coerentes e em linha com a visão da empresa de obtenção
de lucro e eficácia empresarial”.
Nesse sentido, Padoveze (2003, p. 279) diz que as atividades caracterizam-se pelos fluxos
operacional, econômico, financeiro e patrimonial. Assim, esse autor enfatiza com entusiasmo:
“a gestão do fluxo operacional é o ponto-chave para a obtenção de lucros”.
A gestão dos fluxos das atividades é conhecida como “gestão do capital de giro”. Então,
ao lado dos planejamentos estratégicos e dos modelos de gestão, saber bem administrar o
capital de giro de uma empresa é imprescindível. É esse aspecto que os usuários externos da
contabilidade estão preocupados. Saber se os gestores dessa empresa estão sabendo lidar com
o capital de giro é umas das principais dúvidas e/ou desconfianças desses usuários externos
(nesse grupo de usuários estão os investidores) e ter um bom desempenho nesse sentido irá
aumentar a credibilidade e confiança nos gestores, mas se os resultados forem ruins, certamente
os gestores precisarão explicar , justificar e convencer os usuários externos que sua atuação é
benéfica para a empresa.
Padoveze (2003, p. 279) define da seguinte forma esses fluxos:
Um dos exemplos mais significativos de fluxo operacional no Brasil é o que vemos nas
empresas ligadas ao setor sucroalcooleiro. Após a crise mundial do petróleo de 1973, provocada
pelos países produtores de petróleo da OPEP, o governo brasileiro tomou a decisão de incentivar
o chamado programa “Proálcool”, pioneiro programa para possibilitar que uma alternativa ao
petróleo fosse disponível para o mercado brasileiro. Desde então, centenas de empresas, de
fazendas a usinas de açúcar vem sendo implantadas no Brasil.
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
Imagem: Foto aérea da usina de álcool da Odebrecht Agroindustrial em Costa Rica – MS.
Fonte: Costa Rica em Foco – Jornalista Luciana Aguiar DRT/MS 373
Dessa forma, Slack et al. (1997), comentam que normalmente as empresas realizam um
planejamento de suas atividades de forma a que leve em conta a capacidade de lidar com as
flutuações sazonais da demanda.
Assim, para a definição do fluxo operacional e consequentemente dos fluxos econômicos,
financeiro e patrimonial, um controller de uma empresa do setor sucroalcooleiro certamente irá
usar a safra como uma base.
Você Sabia ?
No Brasil, normalmente as empresas publicam seus balanços anuais (exercícios contábeis)
respeitando o ano-calendário ou o ano gregoriano, ou seja, iniciando em 01 de janeiro e terminando
em 31 de Dezembro. Nas empresas do setor sucroalcooleiro, no entanto, as demonstrações
financeiro-contábeis normalmente iniciam em 30 de Abril.
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A análise de balanços para a avaliação do desempenho e investimentos
Uma das formas de avaliar o desempenho é pelo uso da análise de balanços. Uma entidade
ou empresa, como vemos em Schmalenbach (1955), faz parte da economia como um todo,
e a economia está sujeita a diversas condições que desafiam os gestores que, além de se
preocupar com a eficiência e a eficácia das atividades internas da entidade, também precisam
se preocupar com as conjunturas da economia e da vida em sociedade em geral. É importante
avaliar como os gestores lidam com essas questões, como reagem a adversidades e a qualidade
de sua gerência como um todo.
Como exemplos, no ano de 2011 a empresa brasileira do setor químico Braskem enfrentou
duas conjunturas que afetaram sua operação, que vinha de uma tendência de lucratividade para
prejuízos expressivos: A desaceleração da demanda mundial em decorrência da crise econômica
mundial de 2008-2010 e o aumento nos preços das matérias primas. O resort hoteleiro Costa do
Sauípe enfrentou em 2011 um surto de meningite que levou à morte de 3 pessoas, durante a
realização da décima edição do “Sauípe Folia”, uma dos principais eventos organizados no local.
Em uma avaliação de desempenho justa é necessário entender que situações como essas
enfrentadas pela Braskem e pelo Complexo de Sauípe estão fora do alcance da agência de seus
administradores. Porém, afetam os negócios, e é importante avaliar como os gestores agiram.
Padoveze (2003, p. 423) a esse respeito comenta que a Análise Financeira ou de um balanço
é um “processo de meditação sobre os demonstrativos contábeis, objetivando uma avaliação da
situação da empresa em seus aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros”.
Dessa forma, Padoveze (2003, p. 429) enfatiza que o analista avalia a entidade, detectando os
pontos fortes e fracos do processo operacional da mesma, utilizando alguns cálculos matemáticos
e traduzindo-os em “Indicadores”. Nessa análise, é importante observar a comparabilidade e
tendências da seguinte forma:
- Comparação com períodos passados.
- Comparação com períodos orçados.
- Comparações com padrões setoriais.
- Comparações com padrões internacionais.
- Comparações com padrões internos da empresa.
- Comparações com empresas concorrentes, etc.
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
Marion (2005) acrescentou a esses ferramentais três níveis de análise ou de extensão de análise:
- Introdutório
- Intermediário
- Avançado
Estudaremos esses ferramentais, mas antes devemos nos fazer a seguinte pergunta: É possível
analisar balanços e julgar a qualidade de uma gestão por meio deles sem cometer injustiças?
Ou seja, as ferramentas de análise de balanços que iremos estudar agora muito, mais do
que um exercício matemático isolado, representam uma análise científica dos atos da empresa
e consequentemente de sua gestão. É possível, dessa maneira, apontar de forma justa e com
referencial científico modificações no patrimônio que ocorreram sob a responsabilidade dos
gestores, aprovando ou rejeitando-as.
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Imaginemos que em uma empresa temos no Balanço Patrimonial os seguintes saldos nos grupos:
• Ativo circulante - $ 396.420
• Passivo circulante - $ 198.210
Para analisar a relação entre duas grandezas existentes no ativo circulante e no passivo
circulante, podemos dividir um grupo pelo outro, o que nos dá a seguinte fórmula:
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
Observe que nessa foto há carros e ônibus de diferentes tamanhos e modelos e uma
motocicleta. Todos estão trafegando na mesma avenida. Se analisarmosa velocidade em que
esses veículos estão trafegando, podemos dizer que a moto e o ônibus estão (veja bem ao
centro da imagem) na mesma velocidade. Sabe-se que uma motocicleta é um veículo mais ágil
e que consegue trafegar a velocidades superiores a de um ônibus com facilidade, no entanto,
ambos estão limitados a uma determinada velocidade de acordo com as regras de trânsito
estabelecidas para essa avenida.
Assim, é correto analisar que apesar de serem veículos de porte e tamanho diferentes, ambos
estariam atuando nas mesmas condições e o aspecto “velocidade” pode ser medido igualmente
para os dois. Com os índices utilizados na análise de balanços temos o mesmo!
Há vários índices, sendo que, segundo Padoveze (2003, pp. 435-437), eles são reunidos nos
seguintes grupos:
• Indicadores de Capacidade de Pagamento
• Indicadores de Atividade
• Indicadores de Rentabilidade
• Análise de Preços e Retornos de Ações
E como vemos em Paiva (2003) embora ainda em uma fase experimental, inicial:
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Análise de Liquidez
Segundo Silva (2008, p. 283), os indicadores de liquidez “fornecem um indicador da
capacidade daempresa de pagar suas dívidas, a partir dacomparação entre os direitos realizáveis
eas exigibilidades”. Temos basicamente quatro indicadores de liquidez:
Liquidez geral
Quanto a empresa possui em dinheiro, bens edireitos realizáveis a curto e longo prazos,
parafazer face as suas dívidas totais.
Fórmula: (ativo circulante + ativo não circulante) ÷ (passivo circulante + passivo não circulante)
Interpretação: quanto maior, melhor
No índice de liquidez geral, temos uma análise ampla da liquidez da empresa, considerando
ativos e passivos de curto e longo prazos. Porém, podemos ter diferentes níveis de desconfiança
ou conservadorismo em uma análise, conforme segue:
Liquidez corrente
Este índice nos mostra como está a liquidez da empresa em curto prazo.
Para Silva (2008, p. 286), “indica quanto a empresa possui em dinheiromais bens e direitos
realizáveis no curto prazo,comparado com suas dívidas a serem pagas nomesmo período”.
Liquidez Seca
Podemos ser ainda mais conservadores ou pessimistas em relação à situação da empresa, e
imaginar uma hipótese dessa empresa não conseguir vender nada no mercado. Como ficaria a
liquidez dessa empresa?
Este índice é igual ao índice de liquidez corrente, porémexclui do ativo circulante os estoques.
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
Liquidez Imediata
Segundo Silva (2008, p. 180) esse indicador mede o volume de valores disponíveis
(caixas,bancos, aplicações de curto prazo) mantido pelaempresa para atender as suas
exigibilidades mais imediatas.
Endividamento
O endividamento é um aspecto difícil para analisar. Como regra geral, nenhum endividamento
é bom, porém, apesar desse conceito que a sociedade nos impõe, há situações em que um
endividamento pode ser muito benéfico para a entidade e fomentar, ou, como se diz no jargão
financeiro, “alavancar” a empresa.
Vamos estudar um desses índices, que mede a composição do capital próprio da empresa, ou
seja, o Passivo Circulante + Passivo Não Circulante sobre o capital próprio. No jargão financeiro
essa é a “estrutura do capital”.
Esses dois índices nos trazem uma avaliação sobre a qualidade da empresa sobre a sua
capacidade de saldar dívidas e a qualidade do seu endividamento. Porém, segundo Matarazzo
(2003, p. 389) o maior interesse de muitos dos usuários externos da contabilidade, e
principalmente de investidores, são os indicadores de Rentabilidade, que “indicam a margem
de lucro (rentabilidade), de retorno do capital investido e a velocidade das operações realizadas.
Considera-se que a análise de rentabilidade é o principal relatório baseado nas demonstrações
financeiras de que podem fazer uso os dirigentes de uma empresa”. São os seguintes índices:
Giro do ativo
Segundo Silva (2008, p. 235), estabelece relação entre as vendas do período e os investimentos
totais efetuados na empresa, que estão representados pelo ativo total médio.
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Margem líquida
Silva (2008, p. 237) compara o lucro líquido em relação às vendas líquidas do período,
fornecendo o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento.
Rentabilidade do ativo
Segundo Matarazzo (2003, p. 179) é “quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação
ao ativo”.
Para Iudícibus (2010), este índice “expressa os resultados globais auferidos pela gerência na
gestão de recursos próprios e de terceiros, em benefício dos acionistas”.
Após o tripé de análise, Marion (2005) propõe um nível intermediário de análise. Observe
que esse nível intermediário nada mais é do que o nível básico que é expandido para uso de
outras ferramentas de análise mais sofisticadas, como o método Du Pont, conforme pode ser
observado na figura a seguir:
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
E Marion (2005) sugere ainda um terceiro nível avançado, em que são realizados os seguintes
aprofundamentos:
• indicadores combinados;
• análise da demonstração do valor agregado;
• projeções das demonstrações contábeis e sua análise;
• análise com ajustamento das demonstrações contábeis no nível geral de preços;
• outros modelos de análise EVA, MVA, Balanced Scorecard etc.
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Já para a análise Horizontal, Padoveze (2003, p. 431) mostra que é “uma análise de
crescimento ou de variação”. Para essa análise, “tomam-se como base todas as contas de um
determinado período e se faz uma relação percentual em cima dos dados desse período. O
novo número relativo indica quanto o dado do período subsequente é maior ou menor que do
período anterior. Como é comum serem utilizados vários períodos, a variação sequencial acaba
indicando uma tendência de crescimento (ou diminuição).
Como um exemplo de aplicação do conceito de análise horizontal e vertical, vamos analisar
a Demonstração de Resultado da empresa Embraer S.A. (consolidado), a seguir:
Realizando uma análise horizontal, observe que a conta de Lucro Líquido do Exercício teve
uma queda nos três anos demonstrados. De 2009 para 2010, o lucro líquido teve uma queda de
36 %. De 2010 para 2011, teve uma queda de 71%. Se considerarmos a variação entre 2009 e
2011, teremos 82 % de queda. Isso mostra uma tendência de queda na lucratividade da empresa.
E agora realizando uma análise vertical, se considerarmos a participação do lucro líquido do
exercício nas Receitas líquidas, temos 1,75% de participação. Ou seja, das receitas, resultou-se
em 1,75% de lucro, menor do que nos anos anteriores. Em 2010 essa participação foi de 6,40%
e em 2009 8,62%.
Trocando Ideias
Procure na imprensa o que os jornalistas e executivos da empresa disseram a respeito desse resultado
e o que foi feito a partir de então.
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
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As avaliações do desempenho da empresa no mercado ou na economia e sociedade em
geral posteriormente são estratificadas, repartidas pelo controller para cada área de atuação
da empresa. Todos são responsáveis pelos resultados da empresa e em alguns casos recebem
bônus ou prêmios pelos bons resultados alcançados.
Você Sabia ?
As empresas brasileiras normalmente negociam com os funcionários e sindicatos Programas
de participação nos resultados e lucros, conhecidos pela sigla PLR. O controller também tem
grande participação na qualidade da condução desses planos.
É claro que é necessário estabelecer de forma muito clara a responsabilidade de cada um.
Para isso, criam-se centros de responsabilidade. Cardoso, Mário e Aquino (2007, p. 220) citam
a definição de centros de responsabilidade de Anthony e Govindarajan (2002, p.84):
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
Finaliza-se este estudo, sempre lembrando que todo esse processo costuma gerar muitos
interesses divergentes, para os quais o controller deve sempre ter uma posição ética e neutra.
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Material Complementar
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Unidade: Avaliação de Desempenho e Investimentos
Referências
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MARINS, Francisco. O Mistério dos Morros Dourados. São Paulo: Ática, 1985.
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SCHMALENBACH, Eugen. Dynamic accounting. 12. ed. Cologne: Arno Press Inc., 1955.
Silva, J. P. Análise financeira das empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Audiovisuais
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Costa Rica – MS: Jornalista DRT/MS 373. Disponível em: <http://www.costaricaemfoco.com.
br/noticia/4517-odebrecht-agroindustrial-conta-com-parcerias-de-sucesso-para-ser-a-maior-
geradora-de-empregos-em-costa-rica.html>. Acesso em: 17 dez. 2017.
FUCHS, Jeff. Caminho do chá e do Cavalo - China: Relato de Viagem. Disponível em:
<http://www.tea-and-mountain-journals.com/the-‘tea’-of-the-tea-horse-road>. Acesso em: 17
dez. 2017.
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Anotações
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