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XVI STPC - SEMINÁRIO TÉCNICO DE PROTEÇÃO E CONTROLE

24 a 27 de outubro de 2022
Windsor Barra Hotel - Rio de Janeiro - RJ

EFEITOS DE CAPACITORES SÉRIE EM LINHAS ADJACENTES PARA AS PROTEÇÕES DE DISTÂNCIA

Ronald Jogaib(*) João Pedro Bezerra Sampaio Vitor Serpa


TAESA TAESA SEL

Thales Gabriel Ribeiro Quintino Arthur Augusto Pereira Cruz Andrei Coelho
TAESA TAESA Neoenergia

Paulo Henrique B. S. Pinheiro Ricardo Abboud Paulo Lima


UFF SEL SEL

RESUMO

Uma das principais funções de proteção aplicada em esquemas de proteção de linhas de transmissão é a função
de distância (21/21N). Essa função opera através de medições de tensão e corrente nos terminais da linha para o
cálculo de sua impedância de sequência positiva durante condições de regime permanente e de falta. Problemas
conhecidos inerentes a função de distância em linhas com compensação série incluem o sobrealcance da unidade
de proteção de distância em zona 1 ou subalcance das unidades em zona 2, inversões de tensão e de corrente,
entre outros. Esse trabalho tem o objetivo de apresentar a experiência da TAESA com ajuste das funções de
proteção de distância em linhas de transmissão que possuem compensação série capacitiva adjacentes. Para isso,
é apresentado um estudo de caso de atuação incorreta da linha de transmissão LT 500 kV Colinas – Itacaiúnas C1
causada por uma falta fase-terra na linha de transmissão adjacente LT 500 kV Colinas – Imperatriz C1 que possui
compensação série. A resolução sugerida para evitar novas ocorrências semelhantes a essa é levar em
consideração a reatância do banco de capacitor da linha adjacente durante o ajuste da proteção de distância da
linha protegida, isso é possível através da utilização de relés que possuem algoritmos apropriados. Esse critério
também deve ser considerado em sistemas que preveem novas conexões de linhas com compensação série. O
critério de ajuste apresentado é um ponto de partida para ajustes da zona 1 da proteção de distância. Para garantir
uma maior segurança nesse ajuste, são necessários testes com simulações em programas de transitórios
eletromagnéticos.

PALAVRAS-CHAVE

Proteção de Distância, Banco de Capacitor Série, Ajustes de Proteção, Linha de Transmissão, Desempenho do
Sistema de Proteção

1.0 - INTRODUÇÃO

A proteção de linhas de transmissão de corrente alternada (CA) é feita principalmente utilizando a função de
proteção de distância (21/21N). Essa função de proteção comumente utiliza tanto a característica de operação de
admitância ou quadrilateral [1]. Esquemas de proteção de distância normalmente incluem três unidades de
medição de fase (AB, BC e CA) e três de terra (AN, BN e CN), cada qual com três zonas de alcance, para fornecer
proteção primária para linha e proteção de retaguarda remota para barras e linhas adjacentes [2].
A correta atuação de esquemas de proteção tem um papel fundamental na garantia da estabilidade do sistema de
transmissão, minimiza ou evita danos aos equipamentos elétricos protegidos e adjacentes, e evita maiores
prejuízos financeiros por conta de desligamentos indesejados de cargas. Os principais desafios relacionados ao
uso da proteção 21 está no ajuste da unidade de distância em zona 1 em linhas com bancos de capacitores série.
A empresa Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (TAESA) além de possuir linhas de transmissão com
compensação série, possui linhas de transmissão que estão conectadas a linhas adjacentes também com
compensação série.
Este artigo descreve uma atuação indesejada da zona 1 da proteção de distância em Itacaiúnas da linha de
transmissão LT 500 kV Itacaiúnas – Colinas C1 no ano de 2017. Esse evento levou à necessidade de rever os
ajustes parametrizados no relé de proteção que protege esse circuito, tendo em vista a compensação série
adjacente. Através da revisão dos ajustes e de considerações sobre uso da proteção de distância em circuitos que
se conectem à linhas adjacentes com compensação série, chegou-se a novas recomendações do ajuste da zona
1 da proteção de distância para essa aplicação. O objetivo desse trabalho é apresentar novas recomendações de
ajuste da zona 1 da proteção de distância para linhas de transmissão que se conectam à linhas adjacentes com
(*) Avenida das Américas, n˚ 2480 – Bloco 6 – CEP 22.640-101 Rio de Janeiro, RJ, – Brasil Tel: (+55 21) 99604-
2699 – E-mail: ronald.jogaib@taesa.com.br
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capacitor série. Um estudo de caso real é apresentado para validação dos novos ajustes. As principais
contribuições desse artigo são:
 Descrição do funcionamento da função 21 para circuitos com compensação de reativo capacitivos série.
 Desenvolvimento de nova metodologia para ajuste da função 21 para linhas que possuem capacitores
série conectados em linhas adjacentes.
 Validação da metodologia com estudo de caso real.
O restante do artigo se estrutura da seguinte forma, a seção 2.0 apresenta o referencial teórico sobre proteção de
distância, a seção 3.0 apresenta o estudo de caso e as novas recomendações de ajuste da zona 1 da proteção de
distância e por fim a Seção 4.0 apresenta as conclusões do trabalho.

2.0 - REFERENCIAL TEÓRICO

A função de proteção de distância utiliza principalmente as características de admitância e quadrilateral para


proteção de linhas de transmissão. Para o correto funcionamento do algoritmo dessa função de proteção se faz
necessário aquisição dos sinais de tensão e corrente provenientes dos transformadores de instrumento, filtragem
analógica (anti-aliasing), amostragem de sinais, estimação fasorial (filtro digital) e lógica de detecção de falta.
Dispositivos Eletrônicos Inteligentes (IEDs) de proteção de linhas (e.g., SEL-421) possuem cinco zonas
independentes de proteção de distância de terra e de fase, utilizando as características de admitância e/ou
quadrilateral [3]. Esses elementos da proteção 21 fazem a detecção de falta comparando grandezas de operação
com grandezas de polarização. A Seção 2.1 descreve o modo de detecção de falta utilizando a característica de
admitância.

2.1 Característica de admitância

Um modo de realizar a comparação entre essas grandezas com o elemento de admitância é através da equação
(1) [4].

𝑃 𝑅𝑒 𝛿𝑉 ∙ 𝑉 ∗ (1)
𝑃 𝑅𝑒 𝑟 ∙ 𝑍 ∙ 𝐼 𝑉 ∙ 𝑉 ∗

Onde:
𝛿𝑉 – Queda de tensão compensada da linha
𝑟 – Alcance em p.u. em termos da réplica da impedância
𝑍 – Impedância de sequência positiva da linha protegida 𝑍1
𝐼 – Corrente medida
𝑉 – Tensão medida
𝑉 – Tensão de polarização
𝑅𝑒 – Parte real do número complexo

Nesse caso, o resultado de (1) determina a detecção de uma condição de falta. Caso 𝑃 0, representa uma
condição dentro do círculo de alcance 𝑟 ∙ 𝑍 (i.e., condição de falta), a condição de 𝑃 0 representa o círculo por si
próprio (i.e., condição de incerteza) e 𝑃 0 representa área fora do círculo (i.e., região de restrição). Essas
condições são detalhadas na FIGURA 1.
XꞏI P>0 XꞏI P=0 XꞏI P<0
V

V
V

RꞏI RꞏI RꞏI

(a) (b) (c)


FIGURA 1 – Condições de operação para característica de admitância auto-polarizada. (a) falta dentro do
alcance da zona, (b) no limiar do alcance e (c) fora do alcance

Para cada loop de falta, são atribuídas tensões e correntes específicas nos termos 𝐼 e 𝑉 em (1). A tensão de
polarização é uma tensão de sequência positiva com memória. A TABELA 1 apresenta as grandezas de operação
e polarização para os loops de falta da característica de admitância [5]. Na TABELA 1, o termo 𝐾 se refere ao
fator de compensação de sequência zero, dado por (2) e 𝐼 é a corrente residual do sistema, conforme (3) [6].
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Enquanto a característica de admitância utiliza apenas um comparador por loop de falta, a característica
quadrilateral requer a atuação de quatro elementos para detecção de falta, o funcionamento dessa característica
é descrito na Seção 2.2.

TABELA 1 – Grandezas de Operação e Polarização da Característica de Admitância [5]


Loop de Falta Operação Polarização
AG 𝑟∙𝑍∙ 𝐼 𝐾 ∙𝐼 𝑉 ,
BG 𝑟∙𝑍∙ 𝐼 𝐾 ∙𝐼 𝑉 ,
CG 𝑟∙𝑍∙ 𝐼 𝐾 ∙𝐼 𝑉 ,
AB 𝑟∙𝑍∙ 𝐼 𝐼 𝑗∙𝑉 ,
BC 𝑟∙𝑍∙ 𝐼 𝐼 𝑗∙𝑉 ,
CA 𝑟∙𝑍∙ 𝐼 𝐼 𝑗∙𝑉 ,

𝑍 𝑍 (2)
𝐾
3𝑍

Onde:
𝑍 – Impedância de sequência zero da linha protegida

𝐼 𝐼 𝐼 𝐼 (3)
Onde:𝐼 – Corrente residual
𝐼 , 𝐼 , 𝐼 – Correntes das fases A, B e C, medidas pelo relé de proteção

2.2 Característica quadrilateral

Os quatro elementos necessários para o funcionamento da característica quadrilateral são: elemento de reatância,
blinders resistivos (esquerdo e direito) e elemento direcional [4], conforme mostrado na FIGURA 2. Por limitação
de páginas, serão descritos apenas os dois primeiros, o elemento direcional pode ser consultado em [5].

FIGURA 2 – Característica quadrilateral

2.2.1 Elemento de reatância

O elemento de reatância utiliza um comparador seno para testar o ângulo 𝜃 entre a queda de tensão compensada
da linha e uma corrente de polarização. A equação do comparador do elemento de reatância é mostrada em (4).
A condição de detecção de falta para o elemento de reatância é: 𝑄 0 (região acima da linha de reatância)
representa uma condição de restrição, 𝑄 0 (a própria linha da reatância) representa uma região de incerteza e
𝑄 0 (região abaixo da linha da reatância) representa condição de operação [4].

𝑄 𝐼𝑚 𝛿𝑉 ∙ 𝐼 ∗ (4)
𝑄 𝐼𝑚 𝑟 ∙ 𝑍 ∙ 𝐼 𝑉 ∙ 𝐼 ∗
Onde:
𝐼𝑚 – Parte imaginária do número complexo
𝐼 – Corrente de polarização
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A corrente de polarização 𝐼 em (4) pode ser tanto a corrente de sequência negativa, 𝐼 , ou corrente de sequência
zero, 𝐼 .

2.2.2 Blinders resistivos

Para característica quadrilateral de terra, a equação (5) descreve um método para calcular a resistência de falta.
O valor calculado é comparado com o alcance resistivo configurados no IED de proteção [4].

𝐼 𝑉 ∙ 1∠𝑍 ∙ 𝐼 𝐾 ∙𝐼 (5)
𝑅 ∗
3
𝐼 2∙ 𝐼 𝐼 ∙ 1∠𝑍 ∙ 𝐼 𝐾 ∙𝐼
Onde:
𝑅 – Resistência de falta calculada (Ω)𝑉 – Tensão de fase
∠ 𝑍 – Ângulo da impedância de sequência positiva da linha protegida
𝐼 – Corrente de fase

Para características quadrilaterais de fase, o elemento resistivo pode ser calculado utilizando (6), sendo este um
elemento adaptativo com o intuito de maximizar a cobertura para faltas de alta-resistência. As correntes de
polarização utilizadas podem ser as correntes dadas em (7) e (8). A condição de operação compara os resultados
do cálculo de (6) para as duas correntes de polarização e compara com uma configuração de alcance. Esse
elemento atua quando qualquer um dos resultados culmina em condição de operação [7].

𝐼 𝑉 ∙ 𝐼∗ (6)
𝑅
𝐼 𝐼 ∙ 𝐼∗
Onde:
𝐼 – Corrente do loop de falta

𝐼 𝐼 ∙ 1∠ 𝑍 (7)
𝐼 𝐼 𝐼 ∙ 1∠ 𝑍 (8)

2.3 Proteção de distância para linhas com compensação série

A compensação série em linhas de transmissão aumenta a capacidade de transferência de potência pela linha e
melhora a estabilidade dos sistemas de energia [7]. Entretanto, essa compensação eleva o nível de curto-circuito
e pode levar a ressonância subsíncronas de geradores. Outros desafios relacionados a proteção de linhas com
compensação série envolvem questões como sobrealcance da unidade de proteção de distância em zona 1 ou
subalcance das unidades em zona 2, inversões de tensão e de corrente que podem ocasionar atuação incorreta
para falta fora da linha ou até mesmo uma não atuação para falta na linha, medições de impedância não-
estacionárias, necessidade de considerar varistores (MOV) e os spark gaps que protegem o banco no cálculo do
ajuste dos relés de distância. Esse trabalho irá focar em sobrealcance da unidade de proteção de distância em
zona 1.

2.4 Ajustes da função de distância em linhas com banco de capacitores série

Os efeitos da compensação para os ajustes das funções de distância dependem da posição do transformador de
potencial (TP) em relação ao banco e do tipo de proteção utilizadas para os bancos de capacitores para realizar
seu by-pass [8]. Os ajustes apresentados a seguir são para os casos em que as proteções de distâncias das linhas
compensadas utilizam a informação do TP instaladas nas linhas, conforme FIGURA 3.
A B
XcA
CB CB

FIGURA 3 – Compensação Série Apenas no Terminal A

Na FIGURA 3, para os ajustes de alcance das unidades de distância do terminal A não deve ser considerado a
reatância do banco de capacitor XCA, uma vez que a alimentação do TP do relé do terminal A encontra-se depois
o banco de capacitor, contudo, o efeito de oscilações subsíncronas devem ser consideradas na definição do
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alcance da zona 1. Já para o terminal B a reatância do banco de capacitor XCA tem que ser considerada para os
ajustes de alcance das unidades de distância, sendo recomendado os seguintes ajustes da unidade de zona 1[8]:

a) Capacitores protegidos por spark gaps

𝑍 0,5 𝑎 0,9 ∙ 𝐾 ∙ 𝑍 𝑋 (9)

b) Capacitores protegidos por MOV

𝑍 0,5 ∙ 𝑍 𝑋 (10)

Onde:
𝑍 – Ajuste do alcance da zona 1
𝑋 – Reatância capacitiva do banco de capacitor
𝐾 – Fator de segurança para levar em consideração aos efeitos das oscilações subsíncronas

A FIGURA 4 apresenta um banco de capacitor série na LT adjacente ao terminal B, sendo que essa reatância do
banco de capacitor XCBC terá influência nas unidades de distância para o relé do termina A. Nesse caso, para curtos
à frente e bem próximos ao banco de capacitor XCBC é esperado que ocorra o by-pass do banco. Apesar do by-
pass do banco, por questões de segurança das unidades de distância, é interessante ajustar as unidades de
distância de maneira mais conservadora, por conta do tempo de demora da atuação da proteção do banco e os
processamentos mais rápidos dos relés para os algoritmos de distância.
A experiência da TAESA através de uma ocorrência real e com os ensaios em bancada recomenda que os
alcances das zonas dos relés no terminal A da FIGURA 4 levem em consideração as reatâncias do banco de
capacitor série. Sendo assim, o alcance da zona 1 para o terminal A deverá ser feito de acordo com as equações
(9) ou (10) e o valor de 𝑋 seria o valor da maior reatância do banco de capacitor das linhas adjacentes.

A B C
XcAB XcBC
CB CB CB CB

FIGURA 4 – Compensação Série Apenas no Terminal A e em linha adjacente

Para casos em que haja infeed de outras linhas conectadas à barra B, ocorrerá uma amplificação do valor de XCBC,
cuja magnitude dependerá dos valores da corrente total de falta e da corrente de contribuição da linha sob estudo.
Este efeito deve ser considerado na definição do alcance da zona 1 dos terminais remotos das linhas adjacentes,
conforme demonstrado no estudo de caso na seção 3.0,

2.5 Supervisão das Zonas de distâncias

Um modo de melhorar o desempenho da função 21 em linhas compensadas, adotados por alguns fabricantes, é
bloquear a zona 1 através de lógicas específicas de forma que os algoritmos de compensação série determinem
que a falta está localizada entre o relé e o banco de capacitor mesmo quando o alcance da impedância aparente
encontra-se dentro do ajuste estabelecido. Tendo em vista que o relé usado no estudo de caso trata-se do SEL-
421, será abordado o algoritmo de supervisão desse fabricante. Conforme apresentado em [9], para evitar
sobrealcance do elemento de distância, pode ser calculada uma queda de tensão 𝑉 , para uma falta monofásica
na fase A, mostrada em (11). Assumindo que a falta está depois do banco de capacitor, o relé determina a relação
entre a magnitude da tensão medida 𝑉 e a tensão calculada 𝑉 e compara o resultado dessa relação com
um valor limiar. A relação entre 𝑉 e𝑉 é dado em (12) e as condições de operação são de acordo com (13)
e (14) [10].

𝑉 𝑍 ∙ 𝐼 𝑘 ∙𝐼 𝑗𝑋 ∙𝐼 (11)
𝑉 (12)
𝑅𝑒𝑙𝑎çã𝑜
𝑉
𝑉 (13)
Se temos 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑎𝑟 bloqueia a zona 1
𝑉
𝑉 (14)
Para 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑎𝑟 libera a zona 1
𝑉
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O algoritmo do SEL-421, ilustrado na FIGURA 5, apresenta a possibilidade ajustar a zona 1 com os valores
clássicos de 70% a 80%. O seu funcionamento libera a zona 1 para defeitos próximos ao capacitor, ou seja,
defeitos no início da linha e bloqueia a zona 1 para defeitos no fim da linha, garantindo a segurança necessária
para a correta operação dessa zona. Esse recurso simplifica os ajustes aplicados à zona 1, uma vez que não existe
necessidade de verificar qual o tipo de proteção do banco para aplicar o fator de segurança nessa zona de
proteção. No estudo de caso será apresentado a importância de considerar nos cálculos o 𝑋 não só dos bancos
de capacitores da linha protegida, mas também dos capacitores das linhas adjacentes.

FIGURA 5 – Algoritmo de supervisão da zona 1 para linhas com compensação série, modificado de [9].

3.0 - ESTUDO DE CASO

O estudo de caso é referente ao circuito de 500 kV que interliga as subestações de Itacaiúnas no estado do Pará
e Colinas no estado de Tocantins, conforme mostrado na FIGURA 6.
Colinas
Itacaiúnas

Xc1 =‐ j39,50
Z1LT1 =4,79+j76,11
CB CB

Z1 ajustada =64,71 (85% da LT)


Imperatriz
Zelétrico =Z1LT1+Xc2+ZmLT2
Miracema Zelétrico =69,38
Xc2 =‐ j23,80
Z1LT2 =4,79+j76,113
CB CB CB CB

ZmLT2 =1,07+17,01
m=18,65%

CB CB CB CB

FIGURA 6 – Ocorrência de atuação incorreta da LT 500 kV Itacaiúnas – Colinas C1

3.1 Ocorrência – Desligamento da LT 500 kV Itacaiúnas – Colinas C1 em 2017

A ocorrência em questão se caracterizou com uma atuação incorreta da função de distância em zona 1 no terminal
de Itacaiúnas para LT 500 kV Itacaiúnas – Colinas C1. No momento da ocorrência, a zona 1 estava ajustada com
85% da impedância de sequência positiva da LT 500 kV Itacaiúnas – Colinas C1. Uma falta monofásica na fase A
ocorreu na LT 500 kV Colinas – Imperatriz C1 e tendo como localização 18,65% do terminal de Colinas.
Considerando apenas os dados elétricos de impedâncias das linhas de transmissão conciliado com os dados de
reatância do capacitor não era esperado ter o alcance da zona 1 pelo relé do terminal de Itacaiúnas. O alcance da
zona 1 de proteção era de 64,71 Ω primários e a impedância elétrica, sem considerar o efeito infeed das demais
linhas conectadas na barra da SE Colinas, do relé até o ponto de falta foi de 69,38 Ω primários, conforme mostrado
na FIGURA 6.
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3.2 Efeito infeed – Sobrealcance da zona 1

Ocorre que a atuação da atuação da zona 1 se deu pelo efeito infeed, o que causou uma redução na impedância
aparente medida pelo relé no terminal remoto da linha adjacente, com um consequente sobrealcance da zona 1.
A FIGURA 7 demonstra as contribuições de correntes de cada terminal conectado a barra da subestação de
Colinas para a falta em questão.
Colinas
Itacaiúnas

ILT1 Xc1 =‐ j39,50


Z1LT1 =4,79+j76,11
CB CB

VLT1 ILT1

Imperatriz
Miracema
Xc2 =‐ j23,80
Z1LT2 =4,79+j76,113
CB CB CB CB
ILT3
ILT2
m

CB CB CB CB
ILT4 ILT5

FIGURA 7 – Ocorrência de atuação incorreta da LT 500 kV Itacaiúnas – Colinas C1 – Efeito Infeed

Desprezando os efeitos da sequência zero, o efeito infeed acontece conforme demonstrado a seguir:

𝑉 𝑍 ∙𝐼 𝑗𝑋 𝑚𝑍 ∙𝐼 (15)
𝐼 𝐼 𝐼 𝐼 𝐼 (16)
𝑉 𝐼 (17)
𝑍 𝑍 𝑗𝑋 𝑚𝑍 ∙
𝐼 𝐼
Onde:
𝑋 – Reatância capacitiva do banco de capacitor no terminal Itacaiúnas para a LT 500 kV Itacaiúnas – Colinas C1
𝑋 – Reatância capacitiva do banco de capacitor no terminal Colinas para a LT 500 kV Colinas – Imperatriz C1
𝐼 – Corrente medida pelo relé no terminal de Itacaiúnas para a LT 500 kV Colinas – Itacaiúnas C1
𝐼 – Corrente no terminal de Colinas para a LT 500 kV Colinas – Imperatriz C1
𝑍 – Impedância de sequência positiva da LT 500 kV Colinas – Imperatriz C1
𝑍 – Impedância de sequência positiva da LT 500 kV Colinas – Itacaiúnas C1
𝑍 – Impedância aparente do relé de Itacaiúnas para a LT 500 kV Colinas – Itacaiúnas C1
𝑚 – Local da falta em percentual

Como a corrente 𝐼 sempre será maior que 𝐼 , pois 𝐼 sempre terá o valor de 𝐼 mais as correntes de outros
terminais de linhas, tem-se:
𝐼 (18)
1
𝐼
Por fim, conclui-se que em linhas adjacentes não compensadas o efeito infeed causa sempre um subalcance dos
elementos de distância. Porém, no caso de linhas adjacentes compensadas, o efeito infeed pode causar um
sobrealcance dos elementos de distância, dependendo da localização de falta, uma vez que a parcela
𝑗𝑋 𝑚𝑍 em (17) pode ser negativa dependendo do valor de m.

Conforme mencionado, o local da falta na LT2 é fundamental para saber qual condição ocorreu, subalcance ou
sobrealcance. Na ocorrência em questão os seguintes valores foram obtidos, 1,6, 𝑚 18,65%, 𝑗𝑋
23,80 Ω, 𝑝𝑟𝑖𝑚 e 𝑚𝑍 17,01 Ω 𝑝𝑟𝑖𝑚. Sendo assim, é provado que o sobrealcance da função de distância em
zona 1 foi afetada pelo efeito infeed e o banco de capacitor série da LT adjacente foi fundamental para ocasionar
o sobrealcance da zona 1 do relé de Itacaiúnas.
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3.3 Ajustes do SEL-421 da Subestação Itacaiúnas

A recomendação desse estudo é de adotar os ajustes da unidade de distância no relé de Itacaiúnas levando em
consideração a influência da compensação série das linhas adjacentes, o que pode requerer considerar as
reatâncias do capacitor série das linhas adjacentes nas equações (9) e (10). Com essa recomendação obtém-se
os seguintes valores:

a) Ajuste devido a proteção do capacitor protegido por GAP


𝑍 35,81 Ω 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 𝑜𝑢 46,95 % 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝐿𝑇

b) Capacitores protegidos por MOV


𝑍 26,16 Ω 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 𝑜𝑢 34,30% 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝐿𝑇

Como o capacitor é protegido tanto por spark gap e MOV o menor ajuste de zona 1 deverá ser considerado, ou
seja, o valor de 34,30%. Com esse ajuste não ocorreria a atuação da zona 1 de Itacaiúnas.
Como mencionado anteriormente o relé SEL-421 possui um algoritmo de supervisão da zona 1 para linhas com
compensação série capacitiva. Para habilitar esse algoritmo é necessário habilitar o ajuste ESERCMP (Series-
Compensated Line Logic) e ajustar o valor da reatância capacitiva Xc (Series Capacitor Reactance, em ohms
secundários). Para o relé SEL-421 da subestação de Itacaiúnas o capacitor 𝑋 do próprio terminal de Itacaiúnas
não influência no alcance de impedância, uma vez que o TP se encontra após o capacitor. Agora, conforme
demostrado anteriormente o relé SEL-421 da subestação de Itacaiúnas sofre influência do 𝑋 da subestação de
Colinas, mesmo esse capacitor sendo numa LT adjacente. O próprio manual do SEL-421 [3] ressalta a importância
de considerar a influência de capacitores externos na definição dos ajustes dos elementos de distância da linha
protegida.
Na ocorrência em questão a função ESERCMP (Series-Compensated Line Logic) não estava habilitada, ou seja,
a lógica de supervisão da zona 1 estava desabilitada. Como a impedância aparente entrou na característica da
zona 1 quadrilateral tivemos a atuação dessa função instantaneamente. A FIGURA 8 apresenta a curva do relé e
a impedância aparente do curto-circuito em questão, feita no software ASPEN Onliner.

FIGURA 8 – Ajuste das Unidades de Distância – SEL -421 da SE Itacaiúnas LT 500 kV Colinas – Itacaiúnas C1

Com o intuito de verificar o correto desempenho da lógica de supervisão da zona 1, o relé SEL-421 foi ensaiado
com os ajustes de proteção durante a ocorrência com exceção dos endereços ESERCMP e Xc que tiveram seus
ajustes modificados, conforme TABELA 2.

TABELA 2 – Ajustes Revisados


Ajuste Descrição do Ajuste
De Para
ESERCMP Series-Compensated Line Logic (N, Y) 𝑁 𝑌
Xc SeriesCapacitor Reactance (ohms, sec) 𝑂𝐹𝐹 2,33

Para o valor Xc, optou-se em adotar um ajuste mais conservador, escolhendo a maior reatância capacitiva dos
bancos de capacitores série das linhas adjacentes, que saem do terminal de Colinas. O maior Xc encontrado foi
de -j23,80 Ω primários sendo necessário ajustar no relé em Ω secundários obtendo-se o valor de 2,33 Ω sec.

3.4 Testes em bancada


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A validação dos novos ajustes foi obtida através da reprodução da oscilografia com a caixa de teste, os resultados
obtidos estão apresentados na TABELA 3:

TABELA 3 – Testes Realizados


Testes Ajustes no SEL 421 Resultados
Teste 1 ESERCMP = N
Atuação da Zona 1
Ajustes iguais o da ocorrência Xc = OFF
Teste 2 ESERCMP = Y
Atuação da Zona 1
Verificar Efeito do Esercmp Xc = OFF
Teste 3 ESERCMP = Y
Não ocorreu a Atuação da Zona 1
Verificar Efeito do Esercmp e Xc Xc = 2,33

Também foram realizados teste com faltas ao longo da linha de transmissão LT 500 kV Colinas – Itacaiúnas C1
para verificar quando teríamos a atuação da zona 1 para defeitos internos a linha, com os ajustes implementados.
A zona 1 do relé de Itacaiúnas atuou para faltas fase - terra até 44% do comprimento da LT.
Através das oscilografias dos testes e em conjunto com software SynchroWAVE, que possibilita a inserção a
equação do 𝑉 , foi obtido o valor do limiar do SEL-421 de aproximadamente 0,46, resultado coerente com o
valor usado no código do firmware relé que é de 0,5. A FIGURA 9a apresenta a oscilografia da ocorrência com a
atuação da zona 1 quadrilateral Z1G. A FIGURA 9b apresenta a oscilografia do teste 3 com os cálculos do algoritmo
de bloqueio da zona 1. O bloqueio permanece ativo o tempo todo, como ESERCMP = Y e Xc = 2,33, não houve a
atuação do elemento Z1G.

(a) (b)
FIGURA 9 – Oscilografias do relé SEL-421, (a) atuação da zona 1 para o teste 1, (b) não atuação da zona para o
teste 3
4.0 - CONCLUSÃO

Através do estudo apresentado a unidade de distância em zona 1 das proteções de distância em linhas de
transmissão devem considerar em seus ajustes os bancos de capacitores conectadas às linhas adjacentes.
Apesar de muitos artigos comentarem sobre os desafios dos ajustes das unidades de distância em linhas com
compensação série, poucos comentam da influência dos bancos de capacitores em linhas adjacentes. O estudo
de caso apresentou a atuação incorreta da zona 1 para o ajuste tradicional dessa zona sem levar em consideração
o banco de capacitor da linha adjacente e também apresentou os benefícios da aplicação da metodologia do novo
ajuste de zona 1 abordado neste artigo.
Também foi destacado que até os relés que possuem algoritmos de supervisão para melhorar o desempenho das
unidades de distância em zona 1 devem levar em consideração as reatâncias dos capacitores das linhas
adjacentes. Destaca-se que a entrada de novas linhas de transmissão com compensação série pode afetar o
desempenho das proteções das linhas existentes, sendo importante considerar estas avaliações através de
estudo de impactos e simulações.

5.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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10

[1] G. Benmouyal, K. Zimmerman, G. Benmouyal, K. Zimmerman, and S. E. Laboratories, “Experience With


Subcycle Operating Time Distance Elements in Transmission Line Digital Relays,” 37th Annual Western
Protective Relay Conference, pp. 1–12, 2010.
[2] SEL University, “Line Distance Protection - Part 1,” Pullman, 2021.
[3] Schweitzer Engineering Laboratories Inc., “SEL-421-4, -5: Protection, Automation, and Control System
Instruction Manual,” Pullman, 2022.
[4] E. O. Schweitzer III and J. Roberts, “Distance Relay Element Design,” Forty-Sixth Annual Conference for
Protective Relay Engineers, vol. 1, no. 1, pp. 1–28, 1993.
[5] E. O. I. Schweitzer, “New Developments in Distance Relay Polarization and Fault Type Selection,” in 16th
Annual Western Protective Relay Conference, Spokane, WA, 1991, no. October 1989, p. 18.
[6] S. E. Zocholl, “Three-Phase Circuit Analysis and the Mysterious k0 Factor,” in 22nd Annual Western
Protective Relay Conference, 1995, no. April, pp. 1–17.
[7] H. J. A. Ferrer and E. O. S. III, Modern Solutions for Protection, Control and Monitoring of Electric Power
Systems, 1st ed. Pullman: SEL, 2010.
[8] R. Júlio, “ONS-Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS RE 3/109/2011 FILOSOFIAS DAS
PROTEÇÕES DAS LTs DE ALTA E EXTRA ALTA TENSÃO DA REDE DE OPERAÇÃO DO ONS.”
[9] A. Guzmán, J. Mooney, G. Benmouyal, N. Fischer, and B. Kasztenny, “Transmission line protection system
for increasing power system requirements,” Proceedings - International Symposium: Modern Electric Power
Systems, MEPS’10, vol. 1, no. 1, 2010.

DADOS BIOGRÁFICOS

Ronald Jogaib é engenheiro eletricista pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e cursa
mestrado em engenharia elétrica e de telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense
(UFF). Exerce o cargo de Engenheiro Especialista na Gerência de Engenharia de O&M da TAESA,
atuando há 8 anos com análise de perturbação no sistema de proteção para linhas de transmissão,
elaboração e análise de estudos de coordenação, seletividade e graduação do sistema de proteção,
participação de testes de aceitação em fábrica e em campo para validação de novos sistemas de proteção, e
controle.

Paulo Henrique B. S. Pinheiro recebeu o título de engenheiro eletricista pelo Centro Universitário de Volta
Redonda (UNIFOA) em 2018 e de mestre em engenharia elétrica e de telecomunicações pela Universidade Federal
Fluminense (UFF) em 2021. Atualmente cursa doutorado em engenharia elétrica e de telecomunicações também
pela UFF. Possui experiência com simulações de transitórios eletromagnéticos, proteção de sistemas elétricos,
estudos elétricos e IEC 61850. Atualmente atua em projetos de pesquisa e desenvolvimento nas áreas de proteção
de sistemas elétricos e subestações digitais. É membro estudante do CIGRE nos comitês de estudo B4 e B5.

Ricardo Abboud recebeu o título de engenheiro eletricista pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em
1992. Em 1993 ingressou como engenheiro de proteção na empresa CPFL Energia. Em 2000 ingressou na
Schweitzer Engineering Laboratories, Inc. (SEL) como engenheiro de aplicação, auxiliando clientes em proteção e
automação de subestações. Em 2005, se tornou gerente de engenharia de campo, e em 2014 se tornou gerente
de serviços de engenharia. Em 2016, foi transferido para sede da SEL em Pullman como gerente técnico
internacional. Em 2019 ingressou na Universidade SEL como professor, e atualmente é Fellow Engineer com a
SEL Engineering Services Inc. (SEL ES). Ele também é senior member do IEEE.

Paulo Lima recebeu o títutlo de engenheiro eletricista pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) em 2012.
Em 2013 ingressou como engenheiro de aplicação na Schweitzer Engineering Laboratories, Inc. (SEL). Em 2018,
se tornou coordenador da equipe de engenharia de aplicação, e desde 2020 ele é gerente técnico regional do
Brasil. Possui experiência em treinamento, integração e testes de relés de proteção digital. Ele também fornece
artigos técnicos e treinamentos associados à Universidade SEL e produtos SEL.

Arthur Cruz é Engenheiro Eletricista graduado pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em
Automação de Subestações e Gestão de Projetos. Possui mais de dez anos de experiência trabalhando com o
comissionamento de usinas e subestações. Atualmente é Engenheiro de Transmissão Sênior na Gerência
Executiva de Engenharia de Transmissão da TAESA onde trabalha com comissionamento de novos projetos,
análise de ocorrências e estudos de engenharia em geral. É membro CIGRE atuando no comitê B5.

João Pedro Sampaio é Engenheiro Eletricista graduado pela Universidade Federal de Pernambuco e pós-
graduando em Proteção de Sistema Elétrico de Potência. Possui dez anos de experiência trabalhando com o
comissionamento de subestações. Atualmente é Engenheiro de Manutenção Sênior na Gerência de Manutenção
de Araguaína da TAESA onde trabalha no apoio a manutenção na área de proteção, controle e supervisão dos
ativos mantidos na regional Norte.

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