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Língua Portuguesa

Descrição de experiências

1o bimestre – Aula 5 (Aprender Sempre – SA 1 – Aula 4)


Ensino Fundamental: Anos Finais
● Relato pessoal; ● Definir o gênero relato
● Pretérito imperfeito do pessoal;
indicativo; ● Verificar como os verbos no
● Concordância verbal. pretérito imperfeito do modo
indicativo constroem
descrições em relatos em um
texto;
● Retomar noções de
concordância verbal.
Compartilhe com o colega ao lado suas
memórias de sua primeira experiência
escolar.
Relate acontecimentos, sentimentos,
opiniões e percepções do que vivenciou
quando estava na Educação Infantil.
Gênero textual: relato pessoal
Refere-se a um texto no qual o autor relata uma experiência vivida por
ele. Nesse gênero, a linguagem é geralmente mais subjetiva, pois o autor
expressa suas emoções, opiniões e percepções em relação aos eventos
que descreve.
Características principais:
• Narração dos fatos/eventos;
• Uso de primeira pessoa (eu, nós);
• Prevalência de verbos no pretérito;
• Uso do pretérito imperfeito do indicativo para narrar as ações durativas;
• Expressão de sentimentos, impressões e reflexões;
• Valorização de detalhes descritivos.
Pode ser apresentado em diferentes suportes, impressos ou digitais,
como sites, redes sociais, livros, podcasts, vídeos, entre outros.
A escolha do suporte muitas vezes está relacionada à preferência do
autor e ao meio pelo qual ele acredita que sua mensagem será mais bem
transmitida ao público-alvo.

O público-alvo de um relato pessoal pode variar dependendo do


contexto e do propósito do texto. Geralmente, é direcionado a leitores
que buscam uma compreensão mais profunda das experiências
humanas, que podem se identificar com as emoções e as situações
descritas.
Leitura independente responsável

Leia o fragmento de texto a seguir e responda às questões.


Texto 1
Relato de uma pandemia: Fotógrafo enfrenta via crucis e não consegue
fazer o teste para coronavírus em Belém
Cícero Pedrosa Neto
[...]
Portávamos as senhas 397 e 398, dadas pelo guarda quando passamos o
portão. Estando ali, a ansiedade era outra: nunca havíamos estado
deliberadamente tão em contato com o vírus até aquele momento. Sua
onisciência especulada era toda realização naquele espaço. A gente pensa
milhões de absurdos nessas horas. Eu olhava o lance de janelas
entreabertas sobre nossas cabeças e clamava pela renovação do ar na sala.
Olhava os demais e todos estavam piores que nós. “Amor, olha aquele senhor,
está ardendo em febre”. Eu só conseguia assentir letargicamente com a cabeça as
observações cochichadas por Andressa, consumido pela ansiedade. Crianças,
idosos, jovens, quarentões, mais pessoas chegavam ao recinto enquanto éramos
transportados para outra ambiência do hospital, um lugar que parecia ser a sua
recepção. As paredes rosadas tentavam sem sucesso dar ao local uma aura de
calma e acolhimento. Entregamos as fichas com os dados recém-
-preenchidos e aguardamos por trinta minutos. Um rapaz novo e gentil orientava
sobre a necessidade do distanciamento entre os presentes. Nem todos
obedeciam. Ouvimos uma senhora se queixar a outro senhor que ela havia sido
contaminada por sua patroa:
“Ela viajou e, quando voltou, depois de uns dias, começou a ficar doente. Aí a filha
dela entrou pelo mesmo rumo, depois eu. Agora, minha família toda está assim.
Nem máscara ela usava em casa, acredita?”. [...]
Sentei-me diante da médica pediatra, que, professora da Universidade Estadual
do Pará, havia se voluntariado para atuar na Policlínica diante da crise causada
pelo novo coronavírus. Contei-lhe o que estava sentindo e fiz milhões de
perguntas. “Estou com o vírus, doutora?”. “Você está com uma síndrome gripal e
com todos os sintomas característicos da covid-19. Eu gostaria de testá-lo, mas
não há testes suficientes para ninguém. Estamos testando os pacientes mais
graves com o que temos aqui… não tem teste nem mesmo pra gente, que está na
linha de frente”, contou-me.
NETO, C. P. Relato de uma pandemia: Fotógrafo enfrenta via crucis e não consegue fazer o teste
para coronavírus em Belém. Amazônia Real, 2020. Disponível em:
https://amazoniareal.com.br/relato-de-uma-pandemia-fotografo-enfrenta-via-crucis-e-nao-
consegue-fazer-o-teste-para-coronavirus-em-belem/. Acesso em: 8 ago. 2020.
Identifique e localize

1. Sobre o fragmento textual, é possível afirmar que:


a. ( ) o fragmento textual apresenta características da descrição, pois
o autor focaliza uma situação, caracterizando-a conforme sua
percepção.
b. ( ) o fragmento textual apresenta características da narrativa, pois o
narrador, que também é personagem, expressa as sucessivas ações
que ele e sua companheira desenvolvem dentro de determinado
ambiente.
c. ( ) o fragmento textual apresenta características da explicação, pois
são apresentados conceitos sobre a pandemia da covid-19.
d. ( ) o fragmento textual apresenta características da argumentação,
pois nele há uma tese e argumentos.
2. Sobre o momento em que ocorrem os fatos, podemos afirmar que:
a. ( ) o autor descreve uma situação que ocorre no momento em que fala.
b. ( ) o autor descreve uma situação já ocorrida que foi vivenciada por ele.
c. ( ) o autor descreve uma situação que ainda vai acontecer.
d. ( ) o autor esclarece se a situação já aconteceu ou se ainda vai acontecer.

3. No fragmento textual, para demarcar que a descrição corresponde a


uma situação que já aconteceu, usam-se:
a. ( ) formas verbais no presente.
b. ( ) formas verbais no pretérito.
c. ( ) formas verbais no futuro.
d. ( ) adjetivos.
4. Assinale a alternativa que contenha um trecho no qual se descreve o
estado do autor em relação à situação vivenciada no hospital:
a. ( ) “Um rapaz novo e gentil orientava sobre a necessidade do
distanciamento entre os presentes. Nem todos obedeciam”.
b. ( ) “Amor, olha aquele senhor, está ardendo em febre”.
c. ( ) “Crianças, idosos, jovens, quarentões, mais pessoas chegavam ao
recinto enquanto éramos transportados para outra ambiência do
hospital, um lugar que parecia ser a sua recepção”.
d. ( ) “Estando ali, a ansiedade era outra: nunca havíamos estado
deliberadamente tão em contato com o vírus até aquele momento.
Sua onisciência especulada era toda realização naquele espaço”.
Correção
1. Sobre o fragmento textual, é possível afirmar que:
a. o fragmento textual apresenta características da descrição, pois o
autor focaliza uma situação, caracterizando-a conforme sua
percepção.
2. Sobre o momento em que ocorrem os fatos, podemos afirmar que:
b. o autor descreve uma situação já ocorrida que foi vivenciada por ele.
3. No fragmento textual, para demarcar que a descrição corresponde a
uma situação que já aconteceu, usam-se:
b. formas verbais no pretérito
Correção
4. Assinale a alternativa que contenha um trecho no qual se descreve o
estado do autor em relação à situação vivenciada no hospital:
d. “Estando ali, a ansiedade era outra: nunca havíamos estado
deliberadamente tão em contato com o vírus até aquele momento. Sua
onisciência especulada era toda realização naquele espaço”.
Relembrando...

As pessoas do discurso e o verbo


Uma das flexões de um verbo é a flexão de pessoa, a partir da qual se
concretiza o discurso. Existem três pessoas. São elas:
Usos Pessoas e Pronomes Exemplos de verbos no
números pretérito imperfeito do
indicativo
quem fala 1a singular eu tinha
com quem se fala 2a singular tu tinhas
de quem se fala 3a singular ele tinha
quem fala 1a plural nós tínhamos
com quem se fala 2a plural vós tínheis
de quem se fala 3a plural eles tinham
Concordância verbal
A concordância verbal é um aspecto gramatical que se refere à harmonia
entre o sujeito e o verbo. Assim, deve haver concordância em relação ao
número (singular ou plural) e à pessoa (primeira, segunda ou terceira)
gramatical. Observe:
"O menino corre no parque.”

Nessa oração, temos como sujeito O menino, que corresponde ao


pronome ele (3a pessoa do singular) e, portanto, o verbo correr concorda
em número (singular) e pessoa (3a). Ao passar essa frase para o plural,
precisamos manter a concordância entre o sujeito e o verbo:
"Os meninos correm no parque.”
Identifique e localize

5. Assinale as opções que apresentam desvios quanto à concordância


verbal:
a. ( ) Um rapaz novo orientava as pessoas na fila.
b. ( ) Crianças, jovens e idosos chegava no recinto.
c. ( ) As pessoas não usava máscaras.
d. ( ) Nem todos obedeciam.
e. ( ) Eu e minha noiva olhava o lance de janelas e clamava pela
renovação do ar na sala.
Correção
5. Assinale as opções que apresentam desvios quanto à concordância
verbal:
a. ( ) Um rapaz novo orientava as pessoas na fila.
b. ( x ) Crianças, jovens e idosos chegava no recinto.
c. ( x ) As pessoas não usava máscaras.
d. ( ) Nem todos obedeciam.
e. ( x ) Eu e minha noiva olhava o lance de janelas e clamava pela
renovação do ar na sala.
Aplicando

1. Localizem os desvios de normas de concordância verbal nas


sentenças assinaladas no exercício 5:
a. Crianças, jovens e idosos chegava no recinto.
b. As pessoas não usava máscaras.
c. Eu e minha noiva olhava o lance de janelas e clamava pela renovação
do ar na sala.

2. Nas três orações, qual foi o desvio encontrado?

3. Reescrevam as sentenças atendendo às normas de concordância


verbal.
Aplicando

Correção
1. Localizem os desvios de normas de concordância verbal nas
sentenças assinaladas no exercício 5:
a. Crianças, jovens e idosos chegava no recinto.
b. As pessoas não usava máscaras.
c. Eu e minha noiva olhava o lance de janelas e clamava pela
renovação do ar na sala.

2. Nas três orações qual foi o desvio encontrado?


Nas três orações, o verbo foi conjugado no singular,
mas os sujeitos requerem verbos no plural.
Aplicando

Correção
3. Reescrevam as sentenças atendendo às normas de concordância
verbal.
a. Crianças, jovens e idosos chegavam no recinto. (3a pessoa do plural:
eles)

b. As pessoas não usavam máscaras. (3a pessoa do plural: elas)

c. Eu e minha noiva olhávamos o lance de janelas e clamávamos pela


renovação do ar na sala. (1a pessoa do plural: nós)
● Aprendemos a definição de relato pessoal;
● Verificamos como os verbos no pretérito imperfeito
do modo indicativo constroem descrições em
relatos em um texto;
● Retomamos noções de concordância verbal.
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Gramática texto e construção de sentido. São Paulo:
Moderna, 2006.
BANDEIRA, M. Poesias completas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1995.
LEMOV, Doug. Aula nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Tradução: Marcelo de
Abreu Almeida, Sandra Maria Mallmann da Rosa. 2. ed. Porto Alegre: Penso, 2018.
NETO, C. P. Relato de uma pandemia: Fotógrafo enfrenta via crucis e não consegue fazer o teste para
coronavírus em Belém. Amazônia Real, 2020. Disponível em: https://amazoniareal.com.br/relato-de-uma-
pandemia-fotografo-enfrenta-via-crucis-e-nao-consegue-fazer-o-teste-para-coronavirus-em-belem/.
Acesso em: 8 ago. 2020.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Aprender Sempre: Língua Portuguesa – Volume 1 – 6o ao 9o
– Parte I. Caderno do Professor. São Paulo, 2022.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista do Ensino Fundamental. São Paulo, 2019.
Lista de imagens:
Slide 3 – Primeiro dia de aula. Disponível em: https://www.canva.com/design/DAF2UmbrS-8/8MrS6V-
HUV11R16gJVBjyA/view?utm_content=DAF2UmbrS-
8&utm_campaign=designshare&utm_medium=link&utm_source=editor. Acesso em: 6 dez. 2023.

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