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Fisica Geral II
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Edmundo M. Monte
Universidade Federal da Paraíba
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All content following this page was uploaded by Edmundo M. Monte on 18 December 2017.
Ementa
Gravitação, Oscilação, Ondas, Ondas de Som, Estática e Dinâmica dos Fluidos, Temperatura,
Calor, Transferência de Calor, Teoria Cinética dos Gases, Primeira e Segunda Lei da Termodinâmica.
Descrição
Este é um curso para alunos que tenham estudado mecânica newtoniana e cursado um ou mais
semestres de cálculo. O conteúdo deste curso dá ao aluno uma boa cultura de física básica, exceto por não
estudarmos outras propriedades da matéria, como por exemplo, carga. Como a própria ementa nos mostra,
os assuntos abordados da física básica são em bom número e em muitos casos não imediatamente
relacionados. Portanto, devemos estar atentos que este é um curso que requer muita dedicação e paciência
para nos adaptarmos a mudanças bruscas de assunto de um capítulo para outro. Porém, este texto foi
construído para servir de guia para formação de um curso básico de física para alunos, especialmente, da
licenciatura em matemática.
O propósito da unidade - Gravitação - é o de introduzir a lei da gravitação Newtoniana. Na unidade
II introduziremos algumas ideias sobre oscilação. Na unidade temática III daremos algumas ideias do
fenômeno ondulatório e sua introdução como modelo matemático, especialmente em uma corda. Na
unidade IV daremos algumas ideias de fenômenos ondulatórios mais específicos como a propagação desses
fenômenos em duas e três dimensões, tais como: ondas sonoras no ar. A mecânica dos fluidos será estudada
de forma muito superficial, porém procuramos abordar os elementos essenciais. Noções de temperatura,
calor e transferência de calor serão estudadas nos capítulo VI. No capítulo VII usaremos descrições
macroscópicas e microscópicas para compreender as propriedades térmicas da matéria. O estudo das
transformações de energia envolvendo calor, trabalho mecânico e outros tipos de energia e como essas
transformações podem estar relacionadas com as propriedades da matéria chamaremos termodinâmica, no
capítulo VIII estudaremos as leis da termodinâmica.
Alguns problemas resolvidos e propostos serão fornecidos com a finalidade do estudante ter uma
maior compreensão da teoria fixando alguns conceitos, medidas de grandezas físicas, etc.
Objetivos
O objetivo deste curso é fornecer para o aluno uma formulação mais precisa, em termos
matemáticos, da gravitação newtoniana, oscilação, ondas, ondas sonoras, mecânica dos fluídos e da
termodinâmica. Com isto, ao final deste curso o estudante deverá adquirir noções de física básica.
3
Bibliografia
No final deste texto será apresentada uma bibliografia básica, donde me apoiei para montar estas
notas de aula. Muitos exemplos, problemas e figuras serão retirados dessa bibliografia, além de buscar
muitas vezes a internet como ponto de apoio.
Unidade I Gravitação
Unidade II Oscilação
Pulsos de Onda
Ondas Viajando
Velocidade de Onda em uma Corda
Energia em uma Onda
A Superposição de Ondas
Ondas Estacionárias
Problemas Resolvidos e Propostos
Elasticidade
Ondas Sonoras – Ondas Longitudinais
Ondas Sonoras Estacionárias
Efeito Doppler
Problemas Resolvidos e Propostos
4
Unidade V Estática e Dinâmica dos Fluidos
Pressão em um Fluido
Empuxo
Escoamento do Fluido
Equação de Bernoulli
Problemas Resolvidos e Propostos
Expansão Térmica
Calor e Energia Térmica
Capacidade Calorífica e Calor Latente
Transferência de Calor
Problemas Resolvidos e Propostos
5
5
Unidade I - Gravitação
1 GmL M T
R Rg T F
2
r r2
1. Situando a Temática
2. Problematizando a Temática
6
vizinhanças daquele planeta. Um novo planeta foi encontrado, Netuno.
A força gravitacional é uma das quatro forças da natureza. Apesar de
permear todo o nosso espaço físico, agindo sobre massas, é uma força de
muito pouca intensidade quando comparada às forças fraca, forte e
eletromagnética. Quando calculamos essa força entre dois prótons separados
por uma distância de 2 10 15 m obtemos um valor de 10 34 N, enquanto
obtemos 100 N para força eletromagnética.
A principal aplicação da gravitação é na astronomia, viagens
espaciais de satélites, na medicina, etc. Apesar da gravitação de Newton ser
uma teoria de alta precisão, algumas observações, como o desvio do periélio
de Mercúrio, não coincidem com os cálculos previstos por essa teoria. Ao
contrário da gravitação formulada pela Relatividade Geral, os dados
observacionais do desvio do periélio de Mercúrio vêm a ser confirmados por
essa outra teoria.
Atualmente, problemas fundamentais da física continuam a existir,
por exemplo, como explicar a expansão acelerada do universo. Algumas
tentativas estão sendo feitas, agora formulando a gravitação com teorias mais
gerais do que a Relatividade Geral.
GMm
F eq. I.1
r2
G 6,67 10 11 Nm 2 / kg 2
7
não requerendo contado entre as partículas e a atração gravitacional entre
duas partículas é completamente independente da presença de outras
partículas. Segue que a força gravitacional obedece ao princípio da
superposição linear, isto é, a força gravitacional líquida entre dois corpos
(por exemplo, Terra e Lua) é o vetor soma das forças individuais entre todas
as partículas que compõem os corpos. Podemos assim usar este fato para
aproximarmos os corpos celestes como partículas pontuais.
GM T m GM T m r
F ou F eq. I.2
r2 r2 r
F GM T
a g eq. I.4
m RT2
Mas essa aceleração é exatamente aquela que chamamos aceleração da
gravidade g.
Em geral teremos a aceleração para uma distância r
GM T RT2
a 2 g eq. I.5
r2 r
9,8
4,9
RT 2 RT 3 RT r
2
fig. I.4. Gráfico da aceleração em m/s da gravidade versus distância radial r em
metros.
8
5. A Medida da Constante Gravitacional
GM s m mv 2 GM s
F 2
Fc v2 eq. I.6
r r r
2r
Temos que v , onde T é chamado o período da órbita. Assim o
T
período para órbita circular é dado por
4 2 3
T2 r eq. I.7
GM s
7. Energia Gravitacional
r r GMm
U ( r ) F d r U ( P0 ) 0 (GMm / x 2 ) i i dx q.I.8
r
1 2 GMm
E U K mv const. eq. I.9
2 r
Da eq. I.6 e eq. I.9 podemos calcular facilmente a energia para uma órbita
circular:
1 GM s m GM s m 1 GM s m
E U K eq. I.10
2 r r 2 r
2GM T
v eq. I.11
RT
8. O Campo Gravitacional
1
g F eq. I.12
m
1 1 GM T m r
g F
m m r2 r
GM T
g r eq. I.13
r2
1
onde r r é o vetor unitário apontando radialmente em direção à Terra e
r
o sinal menos indica que o campo está na direção do centro da Terra.
12
massa M i para tomar o vetor soma sobre todas as forças exercidas por
todos os elementos. A energia potencial para qualquer um desses elementos
é dada por U GmM i / ri , como podemos ver na fig. I.8.
dM
F Gm r eq. I.15
r3
r
onde r é o vetor unitário dirigido do elemento dM em direção a
r
partícula e o sinal menos indica que a direção da força é oposta a de r .
13
2 Rsen e assim à área da superfície do anel é 2 R 2 send . A massa
do anel é proporcional a área dessa superfície. Como a massa total M é
uniformemente distribuída sobre a área total 4R 2 da casca, podemos
escrever
2R 2 send 1
M i M Msend para massa do anel.
4R 2 2
No limite M i 0 e encontramos da eq. I.15
GmMsend
U eq. I.16
2L
Aplicando a lei dos cossenos, L2 R 2 r 2 2rR cos e calculando
dL / d , onde r e R são constantes, L r R como maior valor de L e
L r R como menor valor de L, teremos
GmM
U eq.I.17
r
GmM
U eq. I.18
R
GmM ( r )
F eq. I.19
r2
onde M(r) é a quantidade de massa contida dentro da massa esférica, cujo o
raio é r, calculado a partir da localização da massa m. Esta é a força
gravitacional sobre uma partícula localizada dentro de uma massa esférica.
Exercícios Resolvidos
Exemplo I. 1
Qual é a força gravitacional entre um homem de 70 kg e uma mulher de 70 kg
quando estão separados por uma distância de 10m? Trate as massas como particulas.
Solução:
GM T m 6,67 10 11 N .m 2 / kg 2 70kg 70kg
F 2
2
3,3 10 9 N .
r (10m)
Exemplo I. 2
15
As órbitas do planeta Vênus e da Terra são aproximadamente circulares quando
giram em torno do Sol. O período de Venus é 0,615 anos e o da Terra é 1 ano.
Mostre que os raios das órbitas são tais que rT 1,38rV .
Solução:
2 4 2 3
De fato, usamos T r para ambos os planetas para chegarmos a
GM s
relação,
rT TT1,5 (1ano)1,5
1,5 1,38 .
rV TV (0,615ano)1,5
Exemplo I. 3
11
Sabendo-se que o raio médio orbital da Terra é 1, 496 10 m , calcule a massa do
Sol.
Solução:
4 2 3 4 2 r 3
Usamos T2 r Ms 2
1,989 10 30 kg , onde
GM s GT
T= 3,156 10 7 s .
Exemplo I. 4
Um astronauta está em uma espaçonave com uma órbita circular de raio
9,6 103 km ao redor da Terra. Em um ponto da órbita ele faz a nave impulsionar
para frente e reduz sua velocidade. Isto coloca a nave em uma nova órbita elíptica
com apogeu igual ao raio da órbita velha, mas com perigeu menor. Suponha que o
3
perigeu da nova órbita é 7,0 10 km . Compare os períodos da nova e velha
órbita.
Solução:
4 2 3
O período da órbita velha, que é circular, Tvelha r 9,4 10 3 s ,
GM T
enquanto de acordo com a terceira lei de Kepler o período da nova, que é elíptica,
4 2 3
Tnova a 7,5 10 3 s , onde
GM T
a (9,6 10 3 km 7,0 10 3 km) / 2 , a sendo o semi-eixo maior. Então o
período da nova órbita é aproximadamente 20% menor do que o da velha. Mesmo o
astronauta diminuindo sua velocidade no apogeu, ele leva menos tempo para
completar a órbita. A razão disso vem do fato que o piloto cresceu sua velocidade no
perigeu e encurtou a distância em torno da órbita.
Exemplo I. 5
9 9
Sabendo-se que o periélio de Mercúrio é 45,9 10 m e o afélio 69,8 10 m
encontre a velocidade de Mercúrio no periélio e no afélio.
Solução:
16
Note que no afélio e periélio as velocidades são perpendiculares ao raio assim a
norma do momentum angular de cada ponto é dado por mv P r p e mv a ra . Usando a
conservação de momentum angular
mv P rp mv a ra
Por conservação de energia mecânica
1 2 GM S m 1 2 GM S m
mv p mva .
2 rp 2 ra
Substituindo a equação anterior nesta última, obtemos facilmente,
v p 5,91 10 4 m / s e v a 3,88 10 4 m / s .
Exemplo I. 6
Um ‘meteoróide’ está inicialmente em repouso no espaço interplanetário a uma
grande distância do Sol. Devido a influência da gravidade, ele começa a cair em
direção ao Sol ao longo de uma linha radial. Com qual velocidade ele colide com o
Sol?
Solução:
A energia do ‘meteoróide’ é
1 2 GM S m
E mv const.
2 r
Inicialmente U = 0 e K = 0, já que v = 0 e r . Assim em qualquer tempo depois
1 2 GM S m 2GM S
E mv 0 ou v , no momento do impacto,
2 r r
r RS , onde RS 6,96 10 8 m . Logo v 6,18 105 m / s . Essa quantidade
é chamada velocidade de escape, caso o corpo estivesse sendo lançado do Sol.
Exemplo I. 7
Qual a energia potencial gravitacional de uma partícula na vizinhança da Terra?
Solução:
GM T m
Sabemos que, U ( r )
r
A mudança de energia potencial entre o ponto r e o ponto sobre a superfície
da Terra é então
GM T m GM T m
U U (r ) U ( RT )
r RT
Se r RT e r RT z é a altura acima da superfície da Terra da partícula m
GM T m
U 2
z gmz .
RT
Essa é nossa velha expressão da energia potencial gravitacional de uma partícula de
massa m a uma altura z da superfície da Terra. Note que esta aproximação que
fizemos vale para r RT z RT .
Exemplo I. 8
17
Uma esfera tem massa M e raio R. Encontre a força gravitacional sobre uma
partícula de massa m em um raio r R .
Solução:
3
A massa contida na esfera de raio r é diretamente proporcional ao volume 4r / 3 .
3
A massa total M é distribuída sobre o volume 4R / 3 . Assim
r
R
Note que a força cresce diretamente proporcional ao raio r, quando r = R a força
2
para de crescer e começa a decrescer com 1 / r .
Exercícios Propostos
Exercício I. 1
Um satélite de comunicações tem uma órbita circular equatorial ao redor da Terra.
O período da órbita é exatamente um dia, pois o satélite sempre permanece numa
posição fixa relativa a rotação da Terra. Qual deve ser o raio de tal órbita
geoestacionária?
7
Resposta: r 4, 23 10 m
Exercício I. 2
A massa m1 de uma das esferas pequenas da balança de Cavendish é igual a 0,0100
kg, a massa m 2 de uma das esferas grandes é igual a 0,500 kg, e a distância entre o
centro de massa da esfera pequena e o centro de massa da esfera grande é igual a 5
cm. Calcule a força gravitacional F sobre cada esfera produzida pela esfera mais
próxima.
Resposta: use a expressão da força para achar duas forças de mesmo valor e de
intensidade muito pequena.
Exercício I. 3
Suponha que uma esfera pequena e uma esfera grande sejam destacadas do
dispositivo da balança de Cavendish, descrita no exercício acima, e colocadas a uma
distância de 5 cm entre os centros das esferas, em um local do espaço muito afastado
de outros corpos. Qual é a intensidade da aceleração de cada esfera em um
referencial inercial?
8 2 10
Resposta: 1,33 10 m / s e 2,66 10
Exercício I. 4
18
Uma nave está sendo projetada para levar material até Marte que tem
RM 3,40 10 6 m e massa m M 6,42 10 23 kg . O veículo explorador que
deve pousar em Marte possui peso na Terra igual a 39200 N . Calcule o peso e a
6
aceleração desse veículo em Marte. (a) a uma altura de 6 10 m acima da
superficie de Marte. (b) e sobre a superfície de Marte. Despreze os efeitos
gravitacionais das Luas de Marte que são muito pequenas.
2 2
Resposta: (a) 1940 N e 0,48 m / s ; (b) 15000 N e 3,7 m / s
Exercício I. 5
(a) Um corpo de massa m é lançado verticalmente da Terra. Qual a velocidade
mínima necessária para atingir uma altura igual ao raio da Terra?
(b) Qual a velocidade de escape desse corpo?
Despreze a resistência do ar, a rotação da Terra e a atração da Lua.
RT 6,38 10 6 m e M T 5,97 10 24 kg .
Resposta: (a) 28400km / h e (b) 40200km / h
Exercício I. 6
Três esferas estão localizadas nos vértices de um triângulo
0
retângulo de 45 . Determine a norma e a direção da força
gravitacional resultante sobre a esfera menor exercida pela ação
das duas esferas maiores.
11 0
Resposta: Força de 1,17 10 N e 14,6 em relação ao eixo x.
Exercício I. 7
Pesquise para encontrar uma relação entre o peso aparente e o peso real de um corpo
localizado na Terra.
Exercício I. 8
Pesquise para descrever a ideia fundamental do conceito de buraco negro com base
nos princípios da mecânica de Newton.
Exercício I. 9
Pesquise e responda: Quando o centro de gravidade de um sistema de partículas
coincide com seu centro de massa?
Exercício I. 10
Uma barra homogênea de comprimento L e massa M, fina (sem espessura), está a
uma distância h de uma partícula de massa m, ambas as massas localizadas na
horizontal. Calcule a força gravitacional exercida pela barra sobre a partícula.
GMm
Resposta: F i.
h ( h L)
Exercício I. 11
19
Duas partículas cada uma de massa M estão fixadas sobre o eixo y, em y = b e y = -
b. Encontre o campo gravitacional em um ponto p sobre o eixo x, a uma distância x
a direita de x = 0.
2GMx
Resposta: g 3
i.
2 2 2
(x b )
Exercício I. 12
Um projétil é lançado verticalmente para cima da superfície da Terra com uma
velocidade inicial de 15 km/s. Encontre a velocidade do projétil quando ele estiver
‘muito longe da Terra’, desprezando os efeitos do ar. Se ele tivesse inicialmente
uma velocidade de 8 km/s, qual a atura máxima que ele atinge? Despreze novamente
os efeitos do ar.
Resposta: 10 km/s e 1,05 RT .
Exercício I. 13
Uma esfera sólida de raio R e massa M é simetricamente esférica, mas não
uniforme. Sua densidade ρ é proporcional à distância do centro da esfera, para
r R . Isto é, Cr para r R e ρ = 0 para r R , onde C é uma constante.
(a) Encontre C. (b) Encontre o campo gravitacional para r R . (c) Encontre o
campo gravitacional em r = R/2.
4 2 2
Resposta: (a) C M / R , (b) g GM / r , (c) GM / 4 R .
Exercício I. 14
Pesquise sobre o fenômeno das marés em gravitação.
20
Unidade II - Oscilação
1. Situando a Temática
2. Problematizando a Temática
21
fig. II.2. Exemplo de um sistema oscilante na indústria automobilística.
2
T eq. II.2
1
eq. II.3
2 T
22
ponto de deslocamento máximo. Isto é, t max 0 ou t max . O
que nos mostra que a partícula alcança o ponto de deslocamento máximo em
- / , antes de t = 0.
Note que x A cos(t ) Asen[t ( / 2)] , pode ser
representado por uma função seno quando mudamos a fase constante. Por
outro lado,
x A cos(t ) ( A cos ) cos t ( Asen ) sent , expressando o
MHS como uma superposição de funções senos e cossenos.
Existe uma simples relação geométrica entre o MHS e MCU –
movimento circular uniforme. Considere uma partícula movendo-se com
uma velocidade angular sobre um círculo de raio A. Se em t = 0 a posição
angular dela é , então a posição angular num tempo depois é
t , as coordenadas do ponto do círculo são
x A cos(t ) e y Asen(t ) A cos(t / 2) ,
donde vemos que x e y possuem MHS.
d 2x
m kx eq. II.4
dt 2
23
Da eq. II.1 calculando-se a primeira e segunda derivadas com relação ao
tempo obtemos
d 2x
m 2
2 x eq. II.5
dt
Assim comparando eq. II.4 e eq. II.5 concluímos que o movimento massa-
mola é um MHS com uma frequência angular
k
eq. II.6
m
k k m k
x A cos( t ) x0 cos( t ) v0 sen( t) eq. II.7
m m k m
que expressa o movimento em termos das condições iniciais.
5. Energia do Oscilador
1 2
A energia cinética de uma massa m em um MHS é: K = mv ,
2
1
K m[ A sen (t )]2
2
eq. II.8
1 1
mA2 2 sen 2 (t ) kA2 sen 2 (t )
2 2
1 2 1 1
U kx k[ A cos(t )]2 kA 2 cos 2 (t ) eq. II.9
2 2 2
1 2
O valor máximo para K e U é igual a kA e o valor mínimo é 0. Quando x
2
= 0, K é máxima pois a velocidade é máxima nesse ponto, enquanto U = 0.
Quando a massa alcança o ponto de retorno K = 0 e U é máxima, isto para
um deslocamento máximo.
Como a força é conservativa, E = K + U é uma constante de
movimento. Note que podemos ver facilmente
1 2
E kA eq. II.10
2
24
Note que o deslocamento máximo e velocidade máxima podem ser dados
em termos de E
2E 2E
x max A e v max eq. II.11
k m
1 2
Vamos analisar a curva de potencial para um MHS U kx
2
que podemos ver no gráfico ao lado:
6. Pêndulo Simples
I mgLsen
d 2
mL2 mgLsen mL2
dt 2 fig. II.5. Diagrama de um pêndulo simples.
d 2
gsen L eq. II.11
dt 2
d 2
g L eq. II.12
dt 2
Veja que esta equação tem a mesma forma da eq. II.4 e, dessa forma, é um
MHS, isto é,
A cos(t ) eq. II.13
25
com frequênciaangular de um pêndulo simples igual a
g / L . Enquanto o período é dado por
T 2 / 2 L / g . Notemos que o período somente depende do
comprimento do fio e da aceleração da gravidade e não da massa da partícula
e amplitude de oscilação.
A energia de cinética pode ser vista como,
1 2 1 d 2 1 2
K I I [ ] mL [Asen(t )] 2
2 2 dt 2
1
K mgLA 2 sen 2 (t ) eq. II.14
2
A energia potencial é simplesmente a energia potencial
gravitacional,
U mgh mg ( L L cos ) mgL(1 cos ) , mas se é suficiente
pequeno, levando em conta uma aproximação através da série de Taylor
1
para função f ( ) cos sobre o ponto 0 , cos 1 2 , portanto
2
1
a energia potencial U mgL 2
2
1
mgLA 2 cos 2 (t )
U eq. II.15
2
1
Notemos que E K U mgLA 2 const. . Assim E é uma constante
2
de movimento.
dF 1 d 2F 2
F ( x ) F (0 ) x 2 x ... eq. II.16
dx x0 2 dx x0
dF
F ( x) x eq. II.17
dx x 0
26
dF
Se tivermos F ( x) kx , onde k vemos que a lei de
dx x 0
Hooke é uma aproximação geral que descreve forças para pontos próximos
ao de equilíbrio. É fácil ver, analisando a derivada de F com relação a x, que
podemos verificar que teremos um equilíbrio estável quando k 0 (a força
é restauradora), equilíbrio instável quando k 0 (a força é repulsiva),
enquanto x = 0 teremos um equilíbrio neutro.
Um pêndulo físico consiste de um corpo sólido que está suspenso
por um eixo. Sob a influência da gravidade, o corpo tem um movimento de
vai e vem. Podemos ver na fig. II.6 o diagrama de um pêndulo físico.
d 2
MLg I eq. II.18
dt 2
d 2
I eq. II.20
dt 2
Que é novamente a equação de um oscilador que possui MHS, cuja
frequência é dada por
/ I . Podemos ver exemplos de pêndulos de torção na
figura ao lado.
27
A fig. II.8 mostra o deslocamento de um
oscilador com atrito. O movimento resultante é
chamado de movimento harmônico amortecido.
Esse movimento pode ser representado pela
função
_
x A0 e ( b / 2 m )t cos( t ) eq. II.21
dE
bv 2 eq. II.22
dt
Exercícios Resolvidos
Exemplo II. 1
Uma espécie de altofalante usado para diagnóstico médico, oscila com uma
frequência de 6,7 MHz . Quanto dura uma oscilação e qual é a frequência angular?
Solução:
1 1
O período T é dado por T 6
1,5 10 7 s . Por outro lado
6,7 10 Hz
sabemos que 2 (2rad / ciclo)( 6,7 10 6 ciclos/s) =
7
4,2 10 rad/s.
Exemplo II. 2
Em um sistema acoplado verificamos que ao puxarmos a mola por um dinamômetro
da esquerda para direita com uma força de 6 N, este produz um deslocamento de
0,030 m. A seguir removemos o dinamômetro e colocamos uma massa de 0,50 kg
em seu lugar. Puxamos a massa a uma distância de 0,020 m e observamos o MHS
resultante. Calcule a constante da mola. Calcule a frequencia, frequencia angular e o
período da oscilação.
Solução:
F 6
A força restauradora da mola é -6,0 N, assim k 200 N / m .
x 0,030
k
A frequência 20 rad/s. A frequência angular é
m
20rad / s
3,2ciclos / s 3,2 Hz . O período
2 2rad / ciclo
1
T 0,31s / ciclo ou simplesmente 0,31 s.
Exemplo II. 3
No exemplo anterior coloque m = 0,50 kg, um deslocamento inicial de 0,015 m e
uma velocidade inicial 0,40 m/s. Calcule o período, a amplitude e o ângulo de fase
do movimento. Escreva as equações para o deslocamento, a velocidade e a
aceleração em função do tempo.
29
Solução:
O período é o mesmo pois, para um MHS, este somente depende da massa e de k .
2
2 v 0 12
A amplitude A ( x0 2 ) 0,025m . O ângulo de fase é calculado por
v0
tg 53 0,93rad .
x0
Agora teremos x A cos(t ) = 0,025cos(20t-0,93);
v Asen(t ) 0,50sen(20t 0,93) ;
a 2 A cos(t ) 10 cos(20t 0,93).
Exemplo II. 4
Na oscilação do ex.II.2 coloque x = 0,020 m. Ache a velocidade máxima e mínima
atingidas pela massa que oscila. Ache também a aceleração máxima. Calcule a
velocidade e a aceleração quando a massa está na metade da distância entre o ponto
de equilíbrio e seu afastamento máximo. Qual a energia total, a potencial e a energia
cinética nesse ponto?
Solução:
k
Da eq. II.10 podemos expressar v A 2 x 2 . A velocidade máxima
m
acontece quando x = 0 passando a massa da esquerda para direita e assim v = +0,40
m/s. Enquanto a velocidade mínima acontece quando x = 0 passando a massa da
direita para esquerda, v = -0,40 m/s.
k
Temos que a x . A aceleração máxima se dará para x = -A. Logo a = +8
m
m / s 2 . A aceleração mínima ocorre em x = +A e assim, a = 8m / s 2 .
Para x A / 2 , v 0,35m / s e a 4 m/s.
A energia total será dada por eq. II.10, E = 0,040J. Enquanto
1 2 1
U kx 0,010 J e K mv 2 0,030 J .
2 2
Exemplo II. 5
Um bloco de massa M preso a uma mola de constante k descreve um MHS na
horizontal com uma amplitude A1 . No instante em o bloco passa na posição de
equilíbrio, uma massa m cai verticalmente sobre o bloco de uma pequena altura.
Calcule a nova amplitude e o período do movimento.
Solução:
Note que o movimento está dependo da posição e assim usamos o método da
energia. Antes da massa cair E = const.. Quando ela cai a colisão é totalmente
inelástica, a energia diminui, voltando a ser constante depois da colisão.
1 2 1 k
Antes da colisão: E1 0 Mv1 kA1 v1 A1 . Enquanto o
2 2 M
momentum linear é Mv1 0.
Durante a colisão existe conservação do momentum linear do sistema massa-bloco.
A colisão dura muito pouco tempo, de forma que a massa e o bloco se encontram em
30
x = 0. Note que U = 0 e que temos somente K, porém menor do que K antes da
colisão.
Depois da colisão: O momentum linear é ( M m)v 2 e pela lei de conservação de
momentum linear Mv1 ( M m)v 2 , de onde podemos obter v 2 e obtermos,
1 2 1 M2 2 M
E2 ( M m)v 2 v1 E1 . Na verdade podemos dizer
2 2 M m M m
que a energia cinética perdida é usada para elevar a temperatura do bloco. Como
1 M
E2 kA2 A2 A1 .
2 M m
mM
O cálculo do período é T 2 . Veja que a amplitude tornou-se maior e
k
o período menor.
Exemplo II. 6
Os amortecedores de um carro velho de 1000 kg estão completamente gastos.
Quando uma pessoa de 980 N sobe lentamente no centro de gravidade do carro, ele
baixa 2,8 cm. Quando essa pessoa está dentro do carro durante uma colisão com um
buraco, o carro oscila verticalmente com MHS. Modelando o carro e a pessoa como
uma única massa apoiada sobre uma única mola, calcule o período e a frequência da
oscilação.
Solução:
F 980
A constante da mola é k 3,5 10 4 . A massa da pessoa é
x 0,028
P / g 100kg . A massa total que oscila é m=1100 Kg. O período
m
T 2 1,11s . Enquanto a frequência é 0,90 Hz .
k
Exemplo II. 7
Suponha que o corpo de um pêndulo físico seja uma barra de comprimento L
suspensa em uma de suas extremidades. Calcule o período de seu movimento
oscilatório.
Solução:
O momento de inércia de uma barra em relação a um eixo passando em sua
extremidade é
1
I ML2 . A distância entre o eixo de rotação e o centro de massa é L/2. Para este
3
pêndulo físico,
I 2L 2 L
T 2 2 2 . Note que o período desse
MgL / 2 3g 3 g
2
pêndulo físico é do período de um pêndulo simples.
3
31
Exercícios Propostos
Exercício II. 1
Uma massa de 400 kg está se movendo ao longo do eixo x sob a influência da força
4
de uma mola com k 3,5 10 N / m . Não existem outras forças agindo na
massa. O ponto de equilíbrio é em x = 0. Suponha que em t = 0 a massa está em x =
0 e tem velocidade de 2,4 m/s na direção positiva. Qual a frequência de oscilação,
qual a amplitude e onde a massa estará em t = 0,60 s?
Resposta: 1,5 Hz; 0,26 m; -0,16 m.
Exercício II. 2
Uma massa m está pendurada vertivalmente acoplada a uma mola de constante k.
Encontre a equação de movimento, quando levamos em conta a força da gravidade.
Resposta: x A cos(t ) mg / k .
Exercício II. 3
Uma molécula de hidrogênio ( H 2 ) pode ser considerada um sistema de duas
massas ligadas por uma mola. O centro da mola, ou seja, o centro de massa do
sistema pode ser considerado fixo e assim a molécula consiste de dois osciladores
3
vibrando em direções opostas. A constante da mola é 1,13 10 N / m e a massa
27
de cada H é 1,67 10 kg . Suponha que a energia de vibração da molécula é
19
1,3 10 J . Encontre a amplitude da oscilação e a velocidade máxima.
11
Resposta: 1,1 10 m e 8,8 10 3 m / s .
Exercício II. 4
2
Qual é o comprimento do pêndulo em um lugar cuja gravidade g 9,81m / s ? O
pêndulo tem um período de exatamente 2 s , onde cada balanço leva 1 s.
Resposta: 0,994 m.
Exercício II. 5
Um pêndulo físico consiste de uma esfera uniforme de massa M e raio R suspensa
por um cabo com massa desprezível e comprimento L. Levando em conta o tamanho
da bola, qual é o período de ‘pequenas’ oscilações desse pêndulo?
Resposta:
2
g ( R L)
2 2
R ( R L)2
5
Exercício II. 6
O haltere da balança de Cavendish consiste de duas massas iguais de 0,025 kg
conectadas por uma barra com massa desprezível e de comprimento 0,40 m. Quando
o conjunto se movimenta, a balança gira para frente e para trás com um período de
3,8 minutos. Encontre o valor da constante de torção.
6
Resposta: 1,52 10 N .m / rad .
32
Unidade III - Ondas
1. Situando a Temática
2. Problematizando a Temática
3. Pulsos de Onda
4. Ondas Viajando
2
eq. III.2
k
2f kv
35
isto é chamado de meio dispersivo.
Em contraste, para o caso de ondas harmônicas sobre uma corda,
essas ondas em meio dispersivo não podem ser considerados como
simplesmente uma sucessão de pulsos, pois os pulsos mudam sua forma,
enquanto as ondas harmônicas não. Então nós chamaremos a velocidade do
pico de um pulso de onda de velocidade de grupo, enquanto a velocidade de
uma onda harmônica a velocidade de fase.
1 dy
dK ( ) dx( ) 2 eq. III.8
2 dt
dy
é a energia cinética desse pedaço de corda, onde é sua velocidade.
dt
A energia potencial
1 dy 2
dU FL F ( ) dx eq. III.9
2 dx
dE 1 y 2 1 y 2
( ) F( ) eq. III.10
dx 2 t 2 x
36
dE 1
[( ) 2 Fk 2 ] A 2 sen 2 ( kx t ) ,
dx 2
F
em virtude de kv e v
dE
2 A 2 sen 2 ( kx t ) eq. III.11
dx
dE dE
P v v 2 A 2 sen 2 ( kx t ) eq. III.12
dt dx
7. A Superposição de Ondas
y1 A cos(kx t ) e y 2 A cos(kx t ) ,
pelo princípio da superposição y y1 y 2 e usando uma identidade
trigonométrica,
1 1
y 2 A cos(kx t ) cos .
2 2
Se 0 , as ondas estão em fase, elas encontram crista com crista e vale
com vale. Isto é uma interferência construtiva. Enquanto se , as
cristas das ondas se encontram com vales e a interferência é destrutiva, neste
caso y = 0. Se duas ondas tem amplitudes diferentes suas interferências
destrutivas não darão um cancelamento total das ondas.
Um outro exemplo de superposição é quando consideramos
frequências diferentes,
y1 A cos(k1 x 1t ) e y2 A cos(k2 x 2t ) , teremos
_
1
y y1 y2 2 A cos[ (k ) x] cos( k x) , para t = 0, k k1 k2 e
2
37
_ _
1
k ( k1 k 2 ) . Se k << k a onda y pode ser interpretada como uma onda
2
_
1
cujo número de onda é k e amplitude 2 A cos[ ( k ) x] , sua amplitude
2
variando devagar com a posição. Essa amplitude é chamada de amplitude
modulada. Veja a figura mostrando a superposição resultante de ondas com
e diferentes.
Ao passar o tempo, o padrão dessa fig. III.8 se move para direita
com velocidade de onda. Isto evolui
para o fenômeno dos batimentos. Isto é
o fenômeno da amplitude baixar e subir.
A frequência de tais pulsos é dita
frequência de batimento. O intervalo de
tempo entre esses batimentos é
fig. III.7. Ondas de frequências diferentes. t x / v 2 / kv e a frequência
de batimento é
1 vk vk1 vk2
f f batimento f1 f 2 .
t 2 2 2
Pela superposição de ondas harmônicas de
diferentes amplitudes e freqüências, nós construímos formas
de ondas complicadas. De fato, pode-se mostrar que
qualquer onda periódica pode ser construída pela
superposição de um número suficientemente grande de
fig. III.8. O gráfico mostra uma superposição de ondas harmônicas senoidais e cossenoidais. Chamamos este
ondas dando uma amplitude modulada. resultado de teorema de Fourier. Para fazermos essa
composição usamos as séries de Fourier que poderemos ver
em um curso mais avançado.
8. Ondas Estacionárias
y descrevendo uma onda estacionária. Essa onda viaja nem para direita nem
para esquerda, seus picos permanecem fixos enquanto toda a onda cresce e
decresce em harmonia. Se y acima representa o movimento de uma corda,
então cada partícula da corda executa um MHS. Entretanto, em contraste ao
caso de onda viajante, onde a amplitude de oscilação de cada partícula é a
mesma, a amplitude de oscilação agora depende da posição com valor
Acos kx em uma posição x.
Posições onde a amplitude de oscilação é máxima são:
kx 0, ,2 ,... , onde k 2 / x 0, / 2, ,3 / 2, ..... Os máximos são
devidos a interferência construtiva entre as ondas. Da mesma forma para
38
3
amplitude zero: kx , , ..., ou x / 4,3 / 4,..., os mínimos são
2 2
devido a interferência destrutiva entre as ondas. Os mínimos de ondas
estacionárias são chamados de nodos e os máximos de antinodos.
Estamos supondo até agora que uma corda é um objeto longo sem
pontos finais. Existe uma condição de contorno, nos pontos extremos da
corda. A deformação y deve ser zero nesses pontos em todos os tempos. Isto
impõe sérias restrições sobre as ondas que podem ser geradas na corda. Note
que ondas estacionárias com nodos nos extremos satisfazem essa condição
de contorno. Podemos ver um exemplo a seguir:
2 2
y1 Asen( x) cos( vt ) , y2 Asen( x) cos( vt ) e
l l l l
3 3
y3 Asen( x) cos( vt ) , onde
l l
correspondem respectivamente os gráficos da
fig. III.9,
Exercícios Resolvidos
Exemplo III. 1
Uma corda esticada e presa em uma das extremidades sofre uma oscilação senoidal
na extremidade que não está presa com uma amplitude de 0,075 m, e uma frequência
de 2 Hz. A velocidade da onda é 12 m/s. No instante t = 0 a extremidade possui um
deslocamento nulo e começa a mover no sentido +y. Suponha que nenhuma onda
seja refletida na extremidade presa. Ache a amplitude, frequência angular, período,
comprimento, e número de onda. Escreva uma função de onda. Escreva equações
39
para o deslocamento em função do tempo na extremidade da corda que é dado o
pulso em um ponto situado a 3 m desta extremidade.
Solução:
A amplitude é aquela dada no problema, A = 0,075 m. A frequencia angular é
2f 2rrad / ciclo 2ciclos / s 12,6rad / s . O período é
T 1 / f 0,5 s. O comprimento de onda, v / f 6m . O número de onda,
k 2 / 1,05rad / m ou k / v 1,05rad / m .
Coloque x = 0 onde se encontra a extremidade do pulso no sentido +x. A função de
t x
onda é, y y( x, t ) Asen2 ( ) Asen(t kx) .
T
Agora para x = 0: y y( 0, t ) Asen(t ) e para x = 3 m:
y y (3, t ) Asen(t k 3) .
Exemplo III. 2
No exemplo anterior a densidade da corda é 0,250 kg/m. Qual é a tensão na
extremidade do pulso da corda para que a velocidade da onda observada seja igual a
12 m/s?
Solução:
F
v F dv 2 36 N .
d
Exemplo III. 3
Uma das extremidades de uma corda está presa a um suporte fixo no topo de um
poço vertical de uma mina com profundidade igual a 80 m. A corda fica esticada
pela ação do peso de uma caixa com massa igual a 20 kg presa na extremidade
inferior da corda. Um geólogo no fundo da mina balança a corda enviando um sinal
lá em cima. Qual é a velocidade da onda transversal propagada na corda? Sabendo
que um ponto da corda executa um MHS com frequência igual a 2 Hz, qual é o
comprimento de onda?
Solução:
Despreze a variação da tensão devido ao peso da corda. A tensão F na corda é
produzido pelo peso da caixa. Então F mg 196 N . A densidade é dada por
m F
d 0,0250kg v . Por outro lado
l d
v 88,5m / s
44,3m .
f 2 s 1
Exemplo III. 4
No exemplo III. 1 qual é a taxa de transferência de energia máxima que o pulso
fornece para a corda? Ou seja, qual a potência instantânea máxima? E a média?
Solução:
dE dE
P v v 2 A 2 sen 2 ( kx t ) d a potência máxima é v 2 A2d . A
dt dx
potência média é a metade da máxima.
40
Exemplo III. 5
Deduza a equação da onda em uma corda para deformações suficientemente
pequenas em um ‘pequeno’ segmento da corda.
Solução:
2 y 1 2 y
eq. III. 14
x 2 v 2 t 2
Exercícios Propostos
Exercício III. 1
A tensão em uma corda é fornecida por um objeto pendurado de massa 3 kg como
mostra a figura abaixo. O comprimento da corda é l = 2,5 m e sua massa m = 50 g.
Qual é a velocidade das ondas sobre a corda?
41
Exercício III. 2
Mostre que a função do tipo y( x, t ) y( x vt ) satisfaz a equação de onda. Em
particular verifique para a função de onda y ( x , t ) Asen( kx t ).
Resposta: Observe a eq. III.14.
Exercício III. 3
Uma onda é descrita por y 0,002sen(0,5 x 628t ) . Determine a amplitude,
frequência, período, comprimento de onda e velocidade da onda.
Exercício III. 4
Uma corda de densidade linear 480 g/m está sob uma tensão de 48 N. Uma onda de
frequencia 200 Hz e amplitude 4 mm viaja na corda. Qual a taxa média de transporte
de energia da onda?
Resposta: 61 W.
Exercício III. 5
A função de onda para uma onda harmônica sobre uma corda é
1 1
y( x, t ) ( 0,03m) sen (2,2m x 3,5 s t ). Para qual direção a onda viaja?
Qual é sua velocidade? Encontre o comprimento de onda, frequência, período dessa
onda. Qual o deslocamento máximo de qualquer segmento dessa corda? Qual a
velocidade máxima de qualquer segmento?
Exercício III. 6
Considere duas ondas viajando em direções opostas e suas funções de onda
y1 Asen(kx t ) e y2 Asen(kx t ) . Mostre que a soma dessas ondas é
uma onda estacionária. Uma onda estacionária sobre uma corda que está fixa nos
extremos é dada por y( x, t ) 0,024sen(52,3 x) cos( 480t ) , daí encontre a
velocidade da onda e a distância entre os dois nodos.
42
Unidade IV - Ondas de Som
1. Situando a Temática
2. Problematizando a Temática
43
3. Elasticidade
F/A P
B
V / V V / V
44
4. Ondas Sonoras – Ondas Longitudinais
B
v eq. IV. 1
1
P A 2 x max
2
v eq. IV. 3
2
potência 1
I 2 x max
2
v eq. IV. 4
área 2
45
A variação Pmax em uma amplitude de pressão pode ser colocada como,
(Pmax ) 2
Pmax v xmax , e I eq. IV. 5
2 v
Ondas sonoras
estacionárias podem ser
montadas quando é refletida de
volta e para frente em um recinto
fechado. Em particular são
montadas em uma coluna de ar,
tal como em instrumento
musical, composto de um tubo.
fig. IV.3 Na primeira parte mostra-se do primeiro ao terceiro harmônico para um
tubo aberto nas extremidades, enquanto na segunda parte da figura mostra-se o
mesmo para um tubo aberto em das extremidades.
Em geral podemos colocar para o tubo aberto nas extremidades:
v
fn n , n = 1, 2, ... eq. IV. 6
2L
v
fn n , n = 1, 3, ... eq. IV. 7
4L
6. Efeito Doppler
46
afasta da fonte teremos v0 0 e ele ouve o som mais baixo.
Se supusermos fonte e ouvinte em movimento teremos uma
expressão geral incluindo todas as possibilidades do movimento da fonte e
do ouvinte:
v v0
f0 f eq. IV. 9
v vF F
Exercícios Resolvidos
Exemplo IV. 1
Seres humanos podem ouvir numa faixa de frequências de 20 a 20.000 Hz. Para qual
faixa de comprimento de onda no ar corresponde esta faixa de frequências,
considerando a velocidade do som é de 340 m/s.
Solução:
v v
1 17 m e 2 0,017m
f1 f2
Exemplo IV. 2
A corda de um piano vibra a uma frequência de 261,6 Hz, quando excitada em seu
modo fundamental. Qual são as frequências do primeiro, segundo e terceiro modo
harmônico dessa corda?
Solução:
v v
Usando a eq. IV.6, f n n , f1 1 261,6 Hz, f 2 2 f1 , f 3 3 f1 e
2L 2L
f 4 4 f1 .
Exemplo IV. 3
Um diapasão vibra a uma frequência de 462 Hz. Uma corda de um violino
desafinado vibra a 457 Hz. Qual o lapso de tempo entre os dois batimentos?
Solução:
f b f 2 f1 5 Hz, logo Tb 1 / f 0,2s.
Exemplo IV. 4
Um longo tubo é fechado em um dos extremos e aberto em outro. Se a frequência
fundamental do som nesse tudo é de 240 Hz, qual é o comprimento do tudo?
Assuma a velocidade do som no ar 340 m/s.
Solução:
v
Da eq. IV.7, f n n , para n = 1,
4L
logo teremos, L 0,35 m.
Exemplo IV. 5
A uma distância de 5 m de uma fonte sonora, o nível de um som é de 90 dB. Qual a
distância que a fonte tem de estar para que o nível do som caia para 50 dB ?
Solução:
Vamos imaginar uma onda esférica,
47
potência P I 2 r12
I1 , analogamente,
área 4r12 I 1 r22
I I I
1 10 log 1 = 90 dB 1 10 9 e 2 10 5
I2 I0 I0
Logo teremos, r2 500 m.
Exemplo IV. 6
Uma sirene do corpo de bombeiros soa a uma frequência de 300 Hz. Um bombeiro
escuta e vai ao encontro dessa fonte sonora a uma velocidade de 20 m/s. Qual a
frequência da onda sonora escutada pelo bombeiro?
Solução:
v v0 v v 0 v 20
f0 (1 0 ) f F (1 ) 300 318 Hz
v / fF v 340
Exercícios Propostos
Exercício IV. 1
10 2 3
O módulo de compressão do cobre é 14 10 N / m e densidade 8920kg / m .
Qual a velocidade do som no cobre?
Resposta: 3960 m/s
Exercício IV. 2
Suponha uma fonte sonora irradiando uniformemente em todas as direções. Por
quanto decibeis o nível de som decresce quando a distância da fonte duplica?
Resposta: Aproximadamente 6 dB.
Exercício IV. 3
Qual o nível de intensidade em decibéis de um som cuja intensidade é
4 10 7 W / m 2 ? Qual é a amplitude de pressão desta onda sonora? Assuma a
velocidade do som no ar 340 m/s.
Resposta: 44 dB.
Exercício IV. 4
Uma sirene de um carro de polícia emite um som em uma frequência de 1200 Hz.
Sobre a condição da velocidade do som no ar ser de 340 m/s, que frequência você
escutará se a sirene se aproxima a uma velocidade de 30 m/s? Que frequência você
escutará quando a sirene se afasta a uma velocidade de 30 m/s?
Resposta: 1316 Hz e 1103 Hz.
Exercício IV. 5
Um navio usa um sistema de sonar para detectar objetos submersos. O sistema emite
ondas sonoras na água e mede o intervalo de tempo que a onda refletida (eco) leva
para retornar ao detector. Determine a velocidade das ondas sonoras na água e ache
o comprimento de onda de uma onda com frequência igual a 262 Hz.
Resposta: 1480 m/s e 5,65 m.
48
Exercício IV. 6
Suponha que a buzina de um trem emite uma onda sonora de uma frequência de 440
Hz quando o trem com uma velocidade de 30 m/s se aproxima de um observador
parado. Em que frequência o observador escuta esta buzina.
Resposta: 484 Hz.
49
49
Unidade V - Estática e Dinâmica dos Fluidos
fig. V.1. Atmosfera terrestre é uma camada essencialmente gasosa – um fluido. Na segunda parte
da figura podemos ver a água – um fluido em movimento escoando em um grande tubo .
1. Situando a Temática
2. Problematizando a Temática
3. Pressão em um Fluido
50
A pressão é medida em 1 N/ m 2 = 1 pascal (Pa), ou em lb/in 2 ou
psi, isto é, libras por polegada quadrada, onde 1 psi = 6,9 10 3 Pa e um
milímetro de Hg ou torr, 1mmHg = 1 torr ou milibar, 1 mbar = 10 2 Pa e 1
torr = 133 Pa. A pressão da atmosfera ao nível do mar é medida em atm, 1
atm = 1,01 10 5 Pa = 14,7 psi. Note que a pressão é uma grandeza escalar,
em um fluido em repouso a pressão é a mesma em todas as direções para um
dado ponto.
Definimos a densidade de massa por,
m
eq. V. 2
V
quando a massa m ocupa um pequeno volume V. A densidade da água é
1000 kg/m 3 .
A pressão em um líquido pode ser calculada quando consideramos
um recipiente aberto como da fig. V. 2.
P P0 gh eq. V. 3
4. Empuxo
51
topo. Daí pode-se enunciar o principio de Arquimedes: Qualquer objeto
parcialmente ou completamente imerso em um fluido sofre um empuxo para
cima por uma força igual ou equivalente ao deslocamento de fluido.
Considere uma porção de água dentro de um recipiente contendo água, como
mostrado na fig. V. 4.
A água acima da porção atua para baixo sobre a porção com o seu
peso. A água em baixo do pedaço empurra para cima a porção. Como a
porção de água está em equilíbrio,
F2 F1 W 0
A força de empuxo,
fig. V.4. Recipiente com água
FE F2 F1 W eq. V. 4
e um volume selecionado.
5. Escoamento do Fluido
52
fora do tubo. No escoamento estacionário, a massa total no tubo permanece
constante. Assim teremos a equação de continuidade,
A1 v1 A2 v 2 eq. V. 5
6. Equação de Bernoulli
1 2 1
P1 v1 gh1 P2 v 22 gh2 eq. V. 7
2 2
Como os pontos 1 e 2 são arbitrários no tubo,
1
P v gh const . eq. V. 8
2
53
Exercícios Resolvidos
Exemplo V. 1
2
Um submarino tem uma janela de área 0,10 m . Qual a força exercida sobre a
3
janela pela água do mar cuja densidade é 1030 kg/m a uma profundidade de 5000
m?
Solução:
F PA ghA 5,05 10 6 N
Exemplo V. 2
Calcule a velocidade média de sangue na aorta de raio 1 cm quando a taxa de fluxo é
5 l/min.
Solução:
3
fluxo = Av, v fluxo ( 5000cm ) 1
27cm / s
2
A 60s (1cm)
Exemplo V. 3
3 3
Um balão de ar quente tem um volume de 2,20 10 m . Ele está cheio de ar
3
quente a uma densidade de 0,96 kg/m . Qual a carga máxima que ele pode elevar,
3
quando ele está rodeado com ar frio de densidade 1,29 kg/m .
Solução:
3 3 3
A massa de ar frio deslocada pelo balão é 1,29 kg/m 2,20 10 m =
3 3
2,84 10 kg. O peso desse ar frio é g 2,84 10 , a força de empuxo sobre o
balão. Essa força deve suportar o peso do ar quente e a carga, notando que estamos
desprezando as outras partes que compõem o balão. O peso do ar quente é
3 3
g 0,96 2,20 10 = g 2,11 10 . Logo o peso da carga pode ser no máximo
3 3
g 2,84 10 - g 2,11 10 = g 730 = 7154 N. A carga máxima é de 730 kg.
Exemplo V. 4
3
Um recipiente é parcialmente preenchido com água. Óleo de densidade 750 kg/m é
derramado no topo da água e ele flutua sobre a água sem se misturar. Um bloco de
3
madeira de densidade 820 kg/m é inserido no recipiente e ele flutua na interface dos
dois líquidos. Qual a porcentagem do volume do bloco que está imerso na água?
Solução:
O volume xV está dentro da água e o volume (1 x)V está no óleo. Logo teremos,
3
Vg água xVg 0 (1 x )Vg , onde a densidade da água é 1000 kg/m ,
0 28
x
água 0 100
Exemplo V. 5
3
Um bloco de gelo de densidade 917 kg/m flutua na água do mar de densidade 1030
3 2
kg/m . Se a área da superfície do gelo é de 20 m e ele tem 0,20 m de espessura,
qual é a massa de um urso pesado que pode permanecer sobre o gelo sem que ele vá
para baixo da superfície da água?
Solução:
murso g m gelo g mágua g , V 20 0,2 4m 3
murso águaV geloV 452 kg.
54
Exemplo V. 6
Um sifão é um aparato para remover líquido de um reservatório. A saída C deve ser
mais baixa que a entrada A e o tubo deve inicialmente ser cheio com líquido. A
densidade do líquido é ρ. (a) Com que velocidade o fluido sai em C? (b) Qual é a
pressão em B? Qual a altura máxima H que o sifão pode ascender?
Solução:
(a) Compare a superfície, onde a pressão atmosférica p 0 e a velocidade é
aproximadamente zero, com o ponto C.
p 0 0 g (h d ) p 0 (1 / 2) v 2 0 v 2 g (h d )
(b) Compare a superfície com o ponto B:
p 0 g (h d ) p (1 / 2) v 2 g (h d H )
De (a), p p 0 g ( h d H )
(c) Quando H é máximo, a velocidade e pressão vão para zero, assim comparando a
superfície e o ponto B vem,
p 0 0 g ( h d ) 0 0 g ( h d H )
Ou
5
gH p 0 H p 0 1,01 10 = 10,3 m
g 1000 9,8
Exercícios Propostos
Exercício V. 1
Exercício V. 2
Exercício V. 3
Qual é a força resultante agindo sobre uma superfície de uma barragem de altura h e
largura ?
Resposta: F
g h 2
2
55
Exercício V. 4
Exercício V. 5
Exercício V. 6
Exercício V. 7
Exercício V. 8
Exercício V. 9
56
Unidade VI - Temperatura, Calor e Transferência de
Calor
1. Situando a Temática
Calor é uma das formas de energia mais fáceis que o homem pode
detectar em seu meio ambiente, pois temos a sensação de frio, quente,
suamos, tomamos líquidos quando sentimos calor, vemos o motor de um
carro esquentar, tomamos banho de água aquecida por um chuveiro elétrico
ou uma caldeira, etc. Os conceitos de calor, temperatura e transferência de
calor são fundamentais, além de nosso cotidiano, na física, na engenharia e
nos processos industriais. Nestes últimos podemos citar as máquinas
térmicas, as quais têm como base a transferência de energia produzida pela
diferença de temperatura.
2. Problematizando a Temática
57
3. Temperatura
9
TF TC 320 eq. VI. 2
5
4. Expansão Térmica
7. Transferência de Calor
dQ dT
H kA eq. VI. 7
dt dx
fig. VI.3. Barra de um certo
material aquecida a duas A transferência de energia térmica por movimento de material é
temperaturas diferentes. chamada de convecção. A convecção natural resulta do fato de quando um
gás ou líquido é aquecido ele expande e ascende carregando energia térmica
com ele. Esse processo é que determina de forma geral o tempo climático.
Esse também é o mecanismo para circulação da água nos oceanos, rios e
lagos, essencial para vida.
Todos os objetos emitem radiação eletromagnética, e essa radiação
carrega energia. A potência radiada de uma superfície de área A a uma
temperatura T é dada pela lei de Stefan-Boltzmann,
60
frequências de radiação aumentam seus valores. Se um objeto está a uma
temperatura T e em sua vizinhança a temperatura é T0 , a taxa de energia
perdida é P eA(T 4 T04 ).
Exercícios Resolvidos
Exemplo VI. 1
Em qual temperatura na escala Fahrenheit é lida: (a) a mesma na escala Celsius; (b)
a metade da escala Celsius; (c) duas vezes aquela da escala Celsius?
Solução:
TF TC em TF 9 TC 32 , então TF 40 0 F . O restante se faz de forma
5
análoga.
Exemplo VI. 2
0 0
Ouro derrete a uma temperatura de 1064 C e entra em ebulição a 2660 C.
Expresse essas temperaturas em Kelvin.
Solução:
Use a equação TC TK 273 para calcular as temperaturas em kelvin e não em
gruas Kelvin.
Exemplo VI. 3
0
Uma barra de aço tem 12 m de comprimento quando instalada num portão a 23 C.
0
De quanto seu comprimento muda quando sua temperatura muda de -32 C para
0
55 C? Para o aço 1,1 10 5 / 0C .
Solução:
L L0 T 0,011m
Exemplo VI. 4
3
Um reservatório de 200 cm feito de vidro é preenchido com mercúrio. Qual
0
volume de mercúrio que transborda quando a temperatura aumenta para 30 C?
Solução:
O volume de mercúrio crescerá por
VHg Hg V0 T 0,18 10 3 / 0 C 200cm 3 30 0 C 1,08cm 3
O volume do reservatório de vidro crescerá por
Vvidro 3 vidroV0 T 3 11 10 6 / 0 C 200cm 3 30 0 C 0,20cm 3
3
A diferença 0,88 cm é o volume que transborda.
Exemplo VI. 5
0
Uma luva de latão de diâmetro interno 1,995 cm a 20 C está sendo mal colocada
em um eixo de diâmetro 2,005 cm. Para qual temperatura deve a luva ser aquecida
para ajustar ao eixo? 1,9 10 6 / 0C .
Solução:
L L L0 = 263 0 C T T T 283 0C
L L0 T T 0
L0 L0
61
Exemplo VI. 6
Um nova engrenagem é composta por um pistão que contém 0,60 kg de aço, com
0
calor específico 0,11 kcal/kg. C e 1,2 kg de alumínio (calor específico = 0,214
0
kcal/kg . C ). Quanto de calor é requerido para aumentar a temperatura do pistão de
0 0
20 C para a temperatura de 160 C?
Solução:
Q m aço c aço T m al c al T 45,19 kcal.
Exemplo VI. 7
Enquanto uma pessoa dorme ela tem uma taxa de metabolismo de
aproximadamente 100 kcal por hora. Essa energia flui do corpo como calor.
Suponha que a pessoa mergulha em um tanque com 1200 kg de água a uma
0
temperatura de 27 C. Se o calor flui para água, de quanto a temperatura da água
aumenta ao passar 1h?
Solução:
Temos que o calor perdido pela pessoa em uma hora é igual ao calor ganho pela
água em uma hora. Então teremos,
0
100 mágua c água T 1200 1 (T 27) T 27,08 C. Logo a água
0
aumenta 0,08 C.
Exemplo VI. 8
Uma bala de chumbo de 4 g vai a uma velocidade de 350 m/s e se choca com um
0
bloco de gelo a uma temperatura de 0 C. Se o calor gerado pelo atrito derrete o
gelo, quanto de gelo é derretido? O calor latente de fusão do gelo é de 80 kcal/kg e
0
seu calor específico é 0,5 cal/g. C.
Solução:
A energia cinética perdida pela bala é igual a energia ganha pelo gelo. Daí teremos,
1
m b v 2 m gelo L f m gelo 0,17 g .
2
Exemplo VI. 9
Uma barra de cobre de 24 cm de comprimento tem uma área de seção transversal de
2 0
4 cm . Um dos extremos é mantido a 24 C e o outro a uma temperatura de
0
184 C. Qual é a taxa de fluxo de calor na barra? O condutividade do cobre é 397
0
W/m C.
Solução:
Q T 184 24
H kA 397 4 10 4 106W , onde W é a unidade de
t x 0,24
potência e o sinal indica a direção do fluxo com relação ao eixo x.
Exercícios Propostos
Exercício VI. 1
o 0
Expresse as temperaturas abaixo nas outras escalas. 98 C, -40 F e 77 K.
0 0 0 0
Resposta: 371 F e 208 K; -40 C e 233 K; -196 C e -321 F
62
Exercício VI. 2
Para manter inteira uma laje de concreto, muitas vezes é colocada madeira entre as
0 0
fendas. As variações de temperatura entre o inverno e verão são de -10 C e 35 C.
Se a laje tem um comprimento de 10 m na temperatura do inverno, quanto aumenta
o comprimento no verão? 10 5 / 0 C.
3
Resposta: 4,5 10 m.
Exercício VI. 3
Rebites de alumínio são usados na construção de aviões e são confeccionados
0
maiores do que os buracos e levados ao resfriamento por gelo seco (CO 2 ) a -78 C
antes de serem colocados nos buracos. Quando eles são deixados no lugar à
0 0
temperatura de 23 C eles se ajustam perfeitamente. Se um rebite a -78 C está
inserido em um buraco de 3,2 mm de diâmetro, qual será o diâmetro do rebite a
0
23 C? Para o alumínio, 2,4 10 5 / 0 C.
Resposta: 3,21 mm.
Exercício VI. 4
0
Um tanque de gasolina de um caminhão tem 25 gal a uma temperatura de 23 C.
0
Depois expoem-se o tanque de aço e a gasolina ao sol a temperatura de 35 C. O
coeficiente do volume de expansão para a gasolina é de 96 10 5 / 0 C que é maior
5 0
do o do aço 1,1 10 / C e assim alguma gasolina transborda o tanque. Qual a
quantidade de gasolina que transbordou? 1 gal = 3,785 L.
Resposta: 0,28 gal.
Exercício VI. 5
0 0
A oitenta gramas de latão, calor específico 0,092 cal/g. C, a 292 C, é adicionado
0 0
200 g de água, calor específico 1 cal/g C, a 14 C, em um tanque isolado de
capacidade calorífica desprezível. Qual a temperatura final do sistema?
0
Resposta: 23,9 C
Exercício VI. 6
0 0 0
A 160 g de água a 10 C é adicionado 200 g de ferro (c = 0,11 cal/g C) a 80 C e
0 0
80 g de mármore (c = 0,21 cal/g C) a 20 C. Qual é a temperatura final da mistura?
0
Resposta: 18,6 C.
Exercício VI. 7
Um coletor solar colocado sobre um telhado de uma casa consiste de uma folha de
2
plástico preto de área 5 m e por baixo está uma bobina de cobre pelo qual passa a
água por dentro dos tubos dela. A intensidade de luz solar no coletor é de 1000
2 0
W/m . A água circula através da bobina e se aquece a 38 C. Supondo que toda a
energia solar aquece a água, a que taxa, em litros por minuto, a água circula através
da bobina?
Resposta: 1,87 l/min.
63
Exercício VI. 8
Quantos cubos de gelo devem ser adicionados a uma vasilha contendo 1 litro de
0
água em ebulição à temperatura de 100 C, desde que a mistura resultante alcance
0
uma temperatura de 40 C? Suponha que cada cubo de gelo tem uma massa de 20 g
e que a vasilha e o ambiente não trocam calor com a água.
Exercício VI. 9
Duas lajes de espessura L 1 e L 2 e área A, estão em contanto com suas superfícies a
temperaturas T 1 e T 2 . Qual a temperatura na interface entre as duas lajes? Qual é a
taxa do fluxo de calor?
Resposta:
k1 L2T1 k 2 L1T2 , A(T2 T1 )
T H
k1 L2 k 2 L1 L1 / k1 L2 / k 2
Exercício VI. 10
A superfície do sol tem uma temperatura de 5800 K e o raio do sol é cerca de 7
8
10 m. Calcule a energia total radiada pelo sol a cada dia, supondo a emissividade 1.
25
Resposta: 1,75 10 J.
64
Unidade VII - Teoria Cinética dos Gases
fig. VII.1. Nesse processo, a pressão em um gás aumenta e o volume diminui. Isto é, a colisão de
suas moléculas deve aumentar, sua energia cinética aumenta e diminui a liberdade de movimento
das moléculas.
1. Situando a Temática
2. Problematizando a Temática
65
- as moléculas se movem aleatoriamente.
- as moléculas não interagem, exceto quando colidem.
- supomos as colisões elásticas.
Denominamos variáveis de estado as variáveis que indicam o estado
do material, como volume, massa, temperatura e pressão. A relação entre
essas variáveis pode ser expressa através de uma equação chamada: equação
de estado.
66
Mas o valor médio de v x2 para N moléculas é
1 2
v x2 2
(v1x ... v Nx ) . Então,
N
Nm
v x2 F
L
Se uma molécula tem componentes da velocidade v x , v y , v z , então pelo
teorema de Pitágoras,
v 2 v x2 v y2 v z2 , e os valores médios estão relacionados por
v 2 v x2 v 2y v z2
Como o movimento é aleatório,
1 2
v x2 = v 2y = v z2 = v
3
A força total sobre a parede é,
2
N mv
F= ( )
3 L
A pressão sobre a parede é
F F 2 N 1
p= 2 , p ( )( m v 2 ) eq. VII. 2
A L 3 V 2
2 1
T ( mv 2 ) eq. VII. 3
3k B 2
1 3 3
E Nk BT ( m v 2 ) Nk BT nRT eq. VII. 4
2 2 2
67
v 2 3k BT / m 3RT / M eq. VII. 5
1 RT
2
eq. VII. 6
2d N / V 2d 2 N A p
5. A Distribuição de Maxwell-Boltzmann
3
m 2 2 mv 2 / 2 k BT
f (v ) 4 ( ) v e eq. VII. 7
2k B
2k B T 2 RT
v mp eq. VII. 8
m M
fig. VII.2. Função de distribuição para
temperaturas, T1 > T2 > T3 . Onde M = N A m é a massa molar. Através da
distribuição podemos calcular também a velocidade
média,
8k B T 8RT
v vf (v)dv eq. VII. 9
0
m M
68
A velocidade quadrada média é dada por,
3k BT 3RT
v 2 v 2 f (v)dv eq. VII.10
0
m M
3
Cv R eq. VII.11
2
3 5R
Cp RR eq. VII.12
2 2
R C p Cv eq. VII.13
5 7
Para um gás diatômico teremos C v R e Cp R .
2 2
69
7. Processos Adiabáticos
Exercícios Resolvidos
Exemplo VII. 1
Um compressor de ar usado para fazer pinturas em automóveis tem um tanque de
3 0
capacidade 0.40 m que contem ar a uma temperatura de 27 C a 6 atm. Quantos
mols de ar têm no tanque?
Solução:
pV 6 1,013 10 5 0,4
n 97,5moles
RT 8,31 300
Exemplo VII. 2
Um pequeno vaso de de volume V contém um gás ideal a 300 K e 5 atm. Esse vaso
é conectado a um vaso de volume 6V que contém o mesmo gás a uma pressão de 1
atm e 600 K. A temperatura de cada vaso é mantida constante.Qual será a pressão
final em cada vaso, após a mistura?
Solução:
pV pV
n1 1 1 e n2 2 2
RT1 RT2
70
pV1 pV2
No final p1 p 2 p e n1' e n 2' ' '
e assim n1 n 2 n1 n 2 ,
RT1 RT2
note que 6V1 V2 , logo, p = 5,3 atm.
Exemplo VII. 3
6 10 22 moléculas de um gás ideal são armazenados em um tanque de 0,5 atm a
0
37 C. Determine a pressão em pascal e a temperatura em Kelvin, o volume do
0
tanque e a pressão quando a temperatura aumenta para 152 C.
Solução:
nRT N RT
V 5,1 10 3 m 3 , então,
p NA p
p1 p 2 nR
p1 0,69atm .
T1 T2 V
Exemplo VII. 4
18
O melhor vácuo que se atinge no laboratório é cerca de 5 10 Pa a uma
temperatura de 293 K. Quantas moléculas possui por centímetro cúbico desse
vácuo?
Solução:
nRT N RT N NA p
V 1240m 3 1,2 10 3 / cm 3 .
p NA p V TR
Exemplo VII. 5
O gás hélio com massa molar 4 g a 330 K tem raiz quadrada da velocidade quadrada
média molecular é 1350 m/s. Qual a raiz quadrada da velocidade quadrada média
molecular do oxigênio com massa molar 32 g a essa temperatura?
Solução:
3 RT / mO
A relação entre as velocidades do oxigênio e hélio é: 0,35
3RT / m He
Assim, raiz quadrada da velocidade quadrada média molecular do oxigênio é igual a
0,35 da do hélio, isto é, 0,35 1350 m/s = 472,5 m/s.
Exemplo VII. 6
10
Gás argônio tem um diâmetro de aproximadamente 3,1 10 m e é usado em um
recipiente de laboratório, mantido a uma temperatura de 300 K. Qual a pressão que
devemos empregar para evacuar o gás de forma que o livre caminho médio seja de
1cm.
Solução:
1 RT
2
2
, p 3 10 15 atm
2d N / V 2d N A p
Exemplo VII. 7
3
Uma sala está bem isolada e possui 120 m de ar. O ar da sala está a uma
0
temperatura de 21 C. Quanto de calor devemos adicionar ao ar de forma que a
0
temperatura aumente de 1 C.
71
Solução:
pV 5 5
Q nC v T , onde: n , C v R , logo Q 2,06 10 J
RT 2
Exemplo VII. 8
Dois mols de ar, C v = 5R/2, a uma temperatura de 300 K, estão contidos em um
pistão pesado dentro de um cilindro de volume 6 L. Se o 5,2 kJ de calor é
adicionado ao ar, qual será o volume resultante de ar?
Solução:
1
Q nC p T , onde C p C v R Q 7 nR(T2 T1 ) T2 389 K
2
T
pV2 nRT2 e pV1 nRT1 , teremos V2 2 V1 7,8L
T1
Exemplo VII. 9
Durante a compressão de uma máquina de combustão interna, a pressão muda
adiabaticamente de 1 para 18 atm. Supondo que o gás é ideal e tem 1,4 , por
qual fator a temperatura muda? Qual o fator de mudança do volume?
Solução:
1 /
p
p V p V V2 2
1 1 2 2 0,13V1
p1
Usando que pV nRT , encontramos uma relação entre as temperaturas.
T2 2,3T1 .
Exercícios Propostos
Exercício VII. 1
Um motorista começa uma viagem em uma manhã fria quando a temperatura é de
0
4 C. Em um posto, ele checa a pressão no pneu de 32 psi + 15 psi (1 atm), onde 15
psi é a pressão atmosférica. Depois de rodar o dia todo, a temperatura do pneu subiu
0
para 50 C. Supondo que o volume é constante, qual a pressão que o ar do pneu tem
aumentado?
Resposta: 54,8 psi
Exercício VII. 2
0
A temperatura e pressão padrão de um um gás é definida como 0 C ou 273 K e 1
5
atm ou 1,013 10 Pa. Qual o volume que um mol de gás ideal ocupa?
Resposta: 22,4 L.
Exercício VII. 3
3
Quantas moléculas tem em 1 cm de hélio a uma tempertura de 300 K?
Resposta: 2,4 10 19
72
Exercício VII. 4
Qual a raiz quadrada da velocidade quadrada média molecular de uma molécula de
nitrogênio no ar a uma temperatura de 300 K? A massa atômica do nitrogênio é 14.
Resposta: 517 m/s
Exercício VII. 5
Estime o livre caminho médio de uma molécula de ar a 273 K e uma pressão de 1
10
atm, supondo que ela é uma esfera de diâmetro 4 10 m. Estime também o tempo
médio entre as colisões para uma molécula de nitrogênio sob essas condições. (use a
velocidade do exercício VII.4)
Resposta: 5,2 10 8 m
10
t = 10 s
Exercício VII. 6
4 mols de argônio estão contidos em um cilindro a uma temperatura de 300 K.
Quanto de calor deve ser adicionado para aumentar a temperatura a 600 K a volume
constante? E a pressão constante?
Resposta: 1,5 10 4 J e 2,5 10 4 J.
Exercício VII. 7
O gás hélio a uma temperatura de 400 K e 1 atm é comprimido adiabaticamente de
20 para 4 L. Qual a temperatura final e pressão?
Resposta: 1170 K e 14,6 atm
73
73
Unidade VIII - 1a , 2a e 3 a Leis da Termodinâmica
1. Situando a Temática
2. Problematizando a Temática
74
uma vasilha com água submetida ao calor de uma chama de um fogão de
cozinha. Ocorre transferência de calor por condução da chama para a
vasilha. À medida que a água é aquecida e chega ao seu ponto de ebulição,
empurra a tampa da vasilha e esta sofre um deslocamento. O estado da água
mudou de líquido para gasoso. Muda o estado do sistema quando mudamos
o volume, temperatura e pressão da água.
Não podemos construir uma máquina que possa converter
completamente uma quantidade de calor em energia mecânica. A explicação
disso está nos sentidos dos processos termodinâmicos dados pela segunda lei
da termodinâmica que veremos nesta unidade, também estudaremos a
situação em que um sistema recebe calor enquanto realiza trabalho dando
uma variação da energia interna, que tem a ver com a primeira lei da
termodinâmica.
V2
75
quais o sistema evolui.
Quando o trabalho realizado por um sistema, ou sobre um sistema
depende do caminho de um estado a outro, não faz sentido falar de trabalho
em um sistema. Da mesma forma, o calor adicionado ao sistema quando ele
vai de um estado a outro depende do caminho seguido, assim não faz sentido
falar de calor em um sistema. Entretanto, um sistema tem uma energia
interna. Para um gás ideal vimos que a energia interna depende unicamente
da temperatura e da quantidade de gás. Para um gás monoatômico
E 3nRT / 2. Mudanças na energia interna dependem somente dos estados
inicial e final do sistema e assim independe do caminho. A energia interna
de um sistema isolado permanece constante. Ao adicionarmos calor ao
sistema, a energia interna do sistema pode aumentar ou o sistema pode
realizar trabalho em sua vizinhança. Ou então ambos podem ocorrer.
Quando aplicamos a conservação de energia obtemos a equação
dQ dE dW eq. VIII. 3
76
diz respeito sobre a eficiência máxima disponível na conversão de calor em
trabalho. A segunda lei da termodinâmica, do ponto de vista histórico, nos
diz que:
(a) Segundo Kelvin-Planck: É impossível construir uma máquina cíclica que
converte completamente energia térmica de um corpo mais frio para um
corpo mais quente sem qualquer efeito sobre seu ambiente.
(b) Segundo Clausius: É impossível construir uma máquina cujo único efeito
é transformar energia térmica de um corpo mais frio para um corpo mais
quente sem qualquer efeito sobre seu ambiente.
Um aparato que transforma parcialmente calor em trabalho é uma
máquina de calor. Uma máquina utiliza uma substância de trabalho, por
exemplo, a mistura de gasolina e ar num motor de automóvel. A maioria das
máquinas usa um processo cíclico no qual a substância de trabalho retorna
ao mesmo estado em intervalos periódicos. O funcionamento de uma
máquina pode ser visto na fig. VIII. 3.
W
e eq. VIII. 4
Qquente
5. A Máquina de Carnot
77
As curvas AB e DC são isotérmicas e as curvas CA e BD são adiabáticas. Se
as temperaturas indicadas na fig. VIII. 4 são aquelas dos reservatórios frio e
quente, pode-se mostrar que a eficiência da máquina de Carnot é
T frio
e 1 eq. VIII. 5
Tquente
O ciclo de Carnot é constituído de duas isotérmicas reversíveis e dois
processos adiabáticos. Para melhor entendimento, em um ciclo de Carnot
podemos usar como substância de trabalho um gás ideal dentro de um
reservatório com um embolo móvel, consistindo das seguintes etapas:
O gás se expande isotermicamente a Tquente absorvendo calor Qquente . O gás
se expande adiabaticamente até que a temperatura abaixa para T frio . Daí ele
é comprimido isotermicamente na temperatura T frio botando para fora Q frio .
Finalmente completando o ciclo o gás é comprimido adiabaticamente
retornando ao seu estado inicial na temperatura Tquente . Observe que as
temperaturas usadas nesta secção devem ser em Kelvin e que estes
resultados valem para outras substâncias de trabalho.
Agora podemos enunciar a segunda lei da termodinâmica do ponto
de vista da máquina de Carnot, adaptando as versões de Kelvin-Planck (a) e
Clausius (b) vista nesta unidade. A saber:
(a) Uma máquina de Carnot transforma calor em trabalho sem qualquer
efeito sobre seu ambiente.
(b) Uma máquina de Carnot transforma calor de um reservatório frio
para um reservatório quente sem qualquer efeito sobre seu ambiente.
6. Entropia
78
A entropia nos fornece uma forma de quantificar esta desordem. Uma
temperatura elevada corresponde a um movimento muito aleatório. A
medida que aumentamos a temperatura com o fornecimento de calor há um
aumento no movimento das moléculas e em seu estado aleatório. Porém
quando a substância já está quente, a mesma quantidade de calor fornecido
produz um aumento menor ao movimento das moléculas, que já está
elevado. Portanto, o quociente Q/T caracteriza de modo adequado o
crescimento da desordem quando o calor flui para o interior do sistema.
A equivalência entre um ciclo reversível arbitrário e uma coleção de
ciclos de Carnot nos leva, para um processo reversível, ao teorema de
Clausius: A integral de dQ/T em torno de qualquer ciclo é zero,
dQ
0 eq. VIII. 6
T
dQ A dQ
dS e S ( A) S ( A0 ) eq. VIII. 7
T A0 T
T2 V
S 2 S1 nC v ln( ) nR ln( 2 ) eq. VIII. 8
T1 V1
dQ
T
0 eq. VIII. 9
79
traz até o estado B. Imaginemos algum processo que nos leva de volta até o
estado A. Como podemos ver na fig. VIII. 5.
dQ
Para o ciclo completo temos que, 0 , ou
T
dQ B A dQ
0 , porém, por definição de entropia, eq.
AT B T
A dQ
VIII. 7, = S(A) – S(B), logo obtemos a entropia para
B T
um processo irreversível:
S ( B ) S ( A) 0 eq. VIII. 11
80
Exercícios Resolvidos
Exemplo VIII. 1
Nos processos: adiabático, isocórico, isobárico e isotérmico, calcule as quantidades
W (trabalho), E (energia interna) e Q (quantidade de calor).
Solução:
Num processo adiabático não ocorre transferência de calor nem para dentro
nem para fora do sistema. Loto Q 0 , assim pela primeira lei da termodinâmica
E W . Se o sistema realiza trabalho sobre as vizinhanças W é positivo e E
diminui. Se as vizinhanças realizam trabalho sobre o sistema W é negativo e assim
E aumenta.
No processo isocórico temos um volume constante para um sistema
termodinâmico. Este não realiza trabalho sobre as vizinhanças do sistema. Logo W =
0, logo, E Q . Neste processo toda a energia adicionada em forma de calor
permanece dentro do sistema, contribuindo para o aumento da energia interna.
Para um processo isobárico a pressão permanece constante para o sistema.
Em geral, nenhuma das quantidades W, E e Q é igual à zero. Entretanto,
V2
W pdV p (V2 V1 ) .
V1
Exemplo VIII. 2
Um gás se expande a uma pressão constante de 3 atm de um volume de 2 L para 5 L.
Qual o trabalho que foi realizado?
Solução:
V2
W pdV p (V2 V1 ) 912 J
V1
Exemplo VIII. 3
Um mol de um gás ideal inicialmente a p1 , V 1 , T 1 está submetido a um ciclo
como mostra a fig. VIII. 6. Calcule o trabalho total realizado pelo gás e o
calor total adicionado durante o ciclo.
Solução:
81
Veja que: Q E W E pV , como o gás volta ao seu estado
original a mudança de energia interna é zero, E 0 . Portanto, Q 2 p1V1 .
Exemplo VIII. 4
Dois mols de um gás ideal a 600 K são comprimidos até triplicar a pressão. Qual o
trabalho feito pelo gás?
Solução:
V2 nRTdV V2 V p 1
W pdV nRT ln 2 nRT ln 2 2 8,31 600 ln
V1 V1 V V1 p1 3
1 4
= 2 8,31 600 ln 1,1 10 J
3
Exemplo VIII. 5
O motor de uma carreta consome 10 kJ de calor e realiza um trabalho mecânico em
cada ciclo de 2 kJ. O calor é obtido pela queima de combustível com calor de
combustão L = 50 kJ/g. Qual é a eficiência térmica deste motor? Qual é a quantidade
de calor que deixa a máquina em cada ciclo? Qual a quantidade de combustível que
é queimada em cada ciclo?
Solução:
W 2000
e 0,20 , a quantidade de calor que é deixada pela máquina
Qquente 10000
é 8000 J, isto é, W Q quente Q frio Q frio 8000 J . A quantidade de
combustível queimada é Qquente mL m 0, 20 g .
Exemplo VIII. 6
0 0
Uma casa de força de uma usina opera entre 490 C e 38 C. Qual é a eficiência
máxima possível sob estas condições?
Solução:
T frio
e max 1 = 0,59. Lembre que as temperaturas são em Kelvin.
Tcalor
Exemplo VIII. 7
0
A máquina de uma caldeira produz vapor a uma temperatura de 500 C. A máquina
0
joga o vapor na atmosfera a qual possui uma temperatura de 20 C. Teoricamente,
qual a eficiência desta máquina?
Solução:
T frio
e max 1 = 0,62. Assim, somente 62% do calor pode ser convertido em
Tcalor
trabalho.
Exemplo VIII. 8
Três mols de um gás ideal é expandido vagarosamente, (processo reversível), de
3
0,02 para 0,06 m . Qual é a variação na entropia do gás?
Solução:
dQ V2 p V
S dV nR ln 2 27,4 J / K
T V1 T V1
82
Exemplo VIII. 9
Uma máquina ideal do tipo de Carnot opera entre um reservatório quente a 360 K e
um frio a 270 K. Ela absorve 600 J de calor por ciclo no reservatório quente. Qual o
trabalho realizado pela máquina em cada ciclo? Se a mesma máquina opera num
sentido inverso como um refrigerador, qual o coeficiente de performace do
refrigerador de Carnot, K Carnot ?
o trabalho realizado para cada ciclo de forma que remova 1200 J de calor do
reservatório frio a cada ciclo?
Solução:
270 W
e 1 0,25 , por outro lado, 0,25 W 150J
360 Qquente
Para o refrigerador de Carnot: O coeficiente de performace do refrigerador de
Carnot K Carnot é
T frio /(T quente - T frio ) = 270 K /(360 K – 270 K) = 3. Para um refrigerador, sem ser
Q frio
necessariamente de Carnot, K performance .
W
Exercícios Propostos
Exercício VIII. 1
Um gás ideal sofre uma expansão isotérmica de (p 1 ,V 1 ) a (p 2 ,V 2 ), a uma
temperatura T fixa, enquanto o volume desse gás passa de V 1 para V 2 . Qual o
trabalho realizado pelo gás?
Resposta: W nRT ln V2
V1
Exercício VIII. 2
Você quer tomar um soverte que contém 900 calorias e depois gostaria gastar essa
energia subindo uma escada. Até que altura você deverá atingir? Considere que sua
massa é de 60 kg e que imaginamos uma eficiência igual de 100%, na conversão da
energia vinda do sorvete em trabalho mecânico, o que na realidade não é verdade.
Resposta: 6,41 m
Exercício VIII. 3
A fig. VIII. 8 mostra um diagrama p-V de um processo
cíclico iniciando em um ponto A e percorrendo um caminho
no sentido anti-horário. O trabalho realizado é W = - 400 J.
Porque o trabalho realizado é negativo? Calcule a variação
de energia interna e o calor trocado durante o processo.
Resposta: E 0 e Q = -500 J.
83
Exercício VIII. 4
Na fig. VIII.8 temos um diagrama p-V indicando vários processos .
No processo AB, 150 J de calor são fornecidos ao sistema e no
processo BD 600 J de calor são fornecidos ao sistema. Encontre a
variação da energia interna o processo AB, a variação da energia
interna no processo ABD e a variação da energia interna no processo
4 4
ACD. Considere p1= 8 10 Pa, p2 = 3 10 Pa, V1=
3 3 3 3
2 10 m , V 2 = 5 10 m .
Exercício VIII. 5
3 3
Uma grama de água (1cm ) se transforma em 1671 cm quando ocorre o processo
de ebulição a uma pressão constante de 1 atm. O calor de vaporização para esta
6
pressão e de L V =2,256 10 J/kg. Calcule o trabalho realizado pela água quando
ela se transforma em vapor e o aumento da sua energia interna.
Exercício VIII. 6
Um mol de gás ideal em um cilindro ajustado a um pistão é feito para expandir
suavemente, isto é, para que tenhamos um processo reversível, de um volume inicial
3 3
de 10 cm = V para um volume 2V. O cilindro está em contato com um
reservatório quente e no processo de expansão a temperatura do gás se mantém
constante. Qual a variação de entropia do gás?
Exercício VIII. 7
Um mol de um gás ideal está inicialmente contido em uma garrafa isolada de
3 3
volume V = 10 cm . Um tubo conectado à garrafa esvazia-a para uma outra de
mesmo volume. Se primeira garrafa é esvaziada bruscamente, isto é, o processo é
irreversível, qual é a variação de entropia do gás?
Exercício VIII. 8
Um reservatório de calor a uma temperatura de 400 K é brevemente colocado em
contato térmico com um reservatório a uma temperatura de 300 K. Se 1 cal de calor
flui do reservatório mais quente para o mais frio, qual a variação de entropia do
sistema (ambos os reservatórios)?
Resposta: 69 cal/K.
Exercício VIII. 10
0
Qual a variação de entropia de 1 kg de água quando ela é aquecida de 0 C para
0
100 C ?
Exercício VIII. 11
O calor latente de fusão de uma substância é L F e sua temperatura é de T. Qual a
variação de entropia da massa m quando a substância derrete?
Resposta: S mLF
T
Observação:
Bibliografia:
85