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FICHAMENTO DETALHADO
1ª. parte: Conceituação de Barbárie segundo Adorno (p. 155-156, 1º e 2º§) – Adorno
1/Becker1)
a) No início do texto Adorno enfatiza a importância de que o processo de
“desbarbarização” se tornou uma questão de extrema urgência para a educação no
contexto histórico ao qual ele se refere. deste contexto.
b) Em seguida, o autor explica o sentido de barbárie como sendo o paradoxo entre o
fato da civilização se encontrar no momento de grande desenvolvimento tecnológico e
ao mesmo tempo atrasada em relação à sua própria civilização, haja vista a
agressividade primitiva e o impulso de destruição que a acomete, contribuindo assim
para aumentar ainda mais o perigo de sua explosão.
a) Adorno defende que a luta contra a barbárie exige um momento de revolta (ser
bárbaro, de modo que os traços de barbárie que carregamos - haja vista que nos
encontramos no contexto de culpabilidade do próprio sistema – devem ser
orientados contra o princípio da barbárie e não a favor de sua permissão em
direção à desgraça.
b) Adorno exemplifica esse momento de revolta através da manifestação dos
estudantes - tidas como atitudes bárbaras segundo um político da época - em
relação ao aumento tarifário dos transportes, que segundo um político, tal atitude
seria a comprovação da falência da formação política da juventude.
c) Contrário ao ponto de vista do político, Adorno considera que a manifestação
dos jovens secundaristas é a conclusão de que a educação política destes não foi
tão inútil como afirmam, mas que, pelo contrário, comprovam que os estudantes
não se curvaram diante dos instrumentos da ordem vigente.
d) Com vistas a esclarecer esse exemplo, Adorno salienta que “existe barbárie em
toda parte em que há uma regressão à violência física primitiva, sem que haja
uma vinculação transparente com objetivos racionais na sociedade” (p.159, 2º
§). Neste sentido, Adorno considera não haver barbárie na manifestação dos
jovens (mesmo que rompendo os caminhos da “legalidade”), uma vez que não se
trata de erupções primitivas de violência, mas sim, de modos de agir
politicamente refletidos, que levam em consideração finalidades transparentes
em sua finalidade humana. Já a atitude de intervenção exagerada da polícia
neste contexto, seria uma atitude bárbara.
5ª Parte. Como educar para a formação de jovens que apliquem suas reflexões a
objetivos humanos (p. 161, 1º, 2º; p.164 1º, 2º §).
a) Becker questiona Adorno acerca dos desafios de educar os jovens para que estes
efetivamente apliquem suas reflexões a objetivos humanos, em meio a um
modelo educacional alemão que valoriza a competição entre os indivíduos e os
grupos, o que segundo ele, representa um elemento de educação para a barbárie
e está fortemente relacionada à eficiência
b)
c) Além da educação para a competição, outro elemento que Adorno chama
atenção na questão educacional é a sua dualidade, haja vista que a cultura
dividiu os homens, sendo a divisão entre trabalho físico e intelectual a mais
importante. (P. 164, 1º §) Acontece neste caso, uma falência da cultura.
d) Corroborando com Becker, Adorno salienta que a competição é um princípio
contrário à uma educação humana, que no máximo pode ser utilizada para
educar esportistas, mas não pessoas desbarbarizadas.
e) Outro elemento importante considerado por Adorno no contexto educacional é a
função do esclarecimento. Não um esclarecimento voltado para a formação de
pessoas “inofensivas” e “passivas”, uma vez que esta passividade inofensiva
constitui, ela a própria barbárie, na medida em que permite a contemplação do
horror e a omissão em momentos decisivos.
f) Por fim, Adorno e Becker corroboram com a ideia de que uma educação voltada
para a desbarbarização deve se desvincular de qualquer tipo de autoridade não
esclarecida, principalmente na primeira infância. Sobre autoridade não
esclarecida, os autores enfatizam que se trata de uma forma de autoridade cega,
que se origina do princípio da violência, voltada para a submissão e obediência.
Diferente de uma autoridade esclarecida, que seria consciente e transparentes.
Ex.: quando os pais “dão uma palmada” na criança porque ela arranca as asas de
uma mosca, trata-se de um momento de autoridade que contribui para a
desbarbarização. Assim, os autores salientam ainda que a criança não pode ser
submissa autoritariamente à violência, nem submetidas à insegurança total pelo
fato de não se oferecer a ela nenhuma orientação.