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Origem do folclore

A palavra folclore surgiu do aportuguesamento da junção das palavras inglesas folk, que
significa “povo”, e lore, que significa “conhecimento”.

A expressão folk-lore foi usada pela primeira vez pelo folclorista britânico William John
Thoms no dia 22 de agosto de 1846, data que, em 1951, foi escolhida para comemorar o
Dia do Folclore no Brasil.

No início não se sabia ao certo o que deveria ser considerado folclore, questionando-se,
por exemplo, se a culinária fazia parte do conhecimento popular. Ao mesmo tempo, o
folclore era associado às pessoas mais pobres, uma vez que as manifestações culturais
da elite eram associadas à cultura erudita.

Desde o início, estudiosos têm se dedicado a definir um conceito tão abrangente. Com o
objetivo de promover estudos sobre o folclore, em 1878, William John Thoms
participou da fundação da Folklore Society.

Motivados pelos estudos do folclore realizados em outros países, os intelectuais


brasileiros se voltaram para o tema e, em 1947, foi criada a Comissão Nacional de
Folclore.

O I Congresso Brasileiro de Folclore realizou-se nos dias 22 a 31 de agosto de 1951. No


evento, foi apresentada a Carta do Folclore, um documento em que constavam
recomendações sobre o tratamento que deveria ser dado ao folclore, em termos de
pesquisa, educação, preservação, entre outros.

Em 1995, no VIII Congresso Brasileiro de Folclore, em virtude dos estudos realizados,


foi apresentada uma releitura da Carta de 1951.

Conceito do folclore no Brasil


De acordo com o Capítulo I da Carta do Folclore Brasileiro, apresentada no VIII
Congresso Brasileiro de Folclore em 1995, o conceito de folclore é:

“Folclore é o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas
tradições expressas individual ou coletivamente, representativo de sua identidade social.

Constituem-se fatores de identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva,


tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade.

Ressaltamos que entendemos folclore e cultura popular como equivalentes, em sintonia


com o que preconiza a UNESCO.

A expressão cultura popular manter-se-á no singular, embora se entendendo que existem


tantas culturas quantos sejam os grupos que as produzem em contextos naturais e
econômicos específicos.”

Características do folclore
 As manifestações folclóricas são ensinadas oralmente, de uma geração para
outra, e sem formalismos;
 A autoria das manifestações folclóricas são anônimas;
 As manifestações folclóricas destacam regionalismos;
 O folclore está associado ao passado, mas pode surgir de costumes
contemporâneos.

As manifestações folclóricas têm em comum o fato de, muitas vezes, não podermos
identificar autores, serem espontâneas, serem transmitidas oralmente e sem
formalização, serem antigas e destacar regionalismos.

Apesar das características recorrentes, elas não podem ser generalizadas. Por exemplo,
quando falamos na transmissão oral esquecemos da literatura de cordel, que é
transmitida de forma escrita. Além disso, as manifestações folclóricas também têm
autores que podem ser identificados - pensemos nos repentistas conhecidos.

É comum associarmos o folclore ao passado, mas temos que lembrar que o folclore é
uma cultura dinâmica, que se transforma. Nos nossos dias, por exemplo, o costume
comum de um grupo pode ser uma manifestação folclórica.

O folclore surge dos costumes herdados pelos povos e assumem diferentes


características de acordo com as regiões. No Brasil, por exemplo, o nosso folclore
reflete os costumes trazidos pelos imigrantes, especialmente portugueses e espanhóis.

Folclore brasileiro
O folclore brasileiro, resultado da miscigenação dos povos que habitaram o Brasil, é
composto por um vasto conjunto de manifestações culturais e tradicionais. São
exemplos lendas, danças, festas, tradições, canções, ditados populares, culinária,
adivinhas, trava-línguas.

Os costumes trazidos pelos imigrantes contribuem para a nossa cultura, nos conecta ao
passado, enriquecem e nos unem culturalmente.

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