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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Processos exógenos
Processos exógenos
Meteorização
À medida que as rochas se elevam das zonas profundas, onde Física
são geradas, sofrem modificações. Química
Biológica
Essas modificações correspondem a fases progressivas de Transporte
adaptação a ambientes sucessivamente mais próximos da
Gravitacional
superfície da Terra.
Águas de superfície
Águas subterrâneas
Condições físico-químicas da superfície da Terra, i.e., pressão e
temperatura relativamente baixas, presença de água, oxigénio, Eólico
dióxido de carbono, etc.. Glaciar
Sedimentação

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização: fatores internos e externos Fatores internos de meteorização das rochas

Propriedades físicas

Propriedades químicas

Dimensões dos minerais

Estrutura e textura da rocha

Descontinuidades

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Fatores internos de meteorização das rochas Fatores internos de meteorização das rochas
Propriedades físicas Propriedades químicas

Os minerais intervêm nos processos de alteração pelas suas Numa amostra de granito são, a rocha é sólida
propriedades mecânicas e pelas suas constituições químicas. devido à interligação dos cristais.

A alteração começa nos constituintes mais


As diferenças nas propriedades físicas dos minerais, em especial susceptíveis.
o coeficiente de dilatação volúmica, cria desigualdades na
deformação. A desintegração dos feldspatos, por
meteorização química, leva à desagregação da
Qz. Ort. Alb. Olig And. Lab. rocha.
K (×10-6 ºC-1) 34 14 18 12 13 12
A meteorização química favorece a meteorização
Δv 1 física.
K= ×
v Δθ

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Factores internos de meteorização das rochas Factores internos de meteorização das rochas
Propriedades químicas Propriedades químicas

A natureza química da rocha-mãe favorece (ou não) a meteorização


química.
Ca, Na e p.v. Mg são bem evacuados
Meteorização química varia com:
mobilidade Mg, K, Ba, Si menos facilmente
- % minerais de cada tipo Ni, Cu, Mn parcialmente lixiviados
decrescente
- tamanho dos minerais Fe, Ti, Al são retidos nas areias
- fissuração
- ….
Cada mineral primário da rocha altera-se segundo uma via original.
Olivina Plagioclase-Ca
Augite Plagioclase-Ca-Na
estabilidade Horneblenda Plagioclase-Na-Ca
crescente Biotite Plagioclase-Na
Feldspato-K
Moscovite
Quartzo Série de Goldich

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Fatores internos de meteorização das rochas Fatores internos de meteorização das rochas
Propriedades químicas Dimensão dos minerais

A presença de cristais desenvolvidos torna a rocha heterogénea à


A Série de Goldich é inversa à deformação.
ordem de formação dos minerais
(série de reacção de Bowen)

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Fatores internos de meteorização das rochas Fatores internos de meteorização das rochas
Estrutura e textura da rocha Descontinuidades na rocha

A textura é caracterizada pelo tamanho, forma e arranjo dos


constituintes minerais. - Poros;

A uma escala muito maior, a estrutura depende da disposição no - Fraturas (falhas e diaclases);
espaço dos elementos constituintes da rocha:
- Fissuras.
- petrofabric das rochas;
- estruturas planares;
- xistosidade;
- foliação;
- lineações;
- planos de arrefecimento.

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Física
Fissuração
Fatores externos de meteorização das rochas

- Temperatura
clima
- Precipitação

- Tempo

- Solo

- Topografia

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização: fatores externos Meteorização: fatores externos


Clima Clima

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização: fatores externos Meteorização: fatores externos


Tempo Solo

Por si só não causa meteorização. O solo, um produto da meteorização, favorece a meteorização


física e química.
Quanto mais tempo a rocha está sujeita aos agentes
meteóricos maior a sua meteorização. Cria um ambiente húmido e ácido que favorece a
- lavas meteorização. A vegetação, bactérias e animais são os
- lápides responsáveis pela acidez, enquanto que as raízes facilitam a
meteorização física.

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização: fatores externos Tipos de meteorização: Física, Química e Biológica


Topografia
A distinção entre estes 3 tipos de meteorização é puramente
Inclinação (>erosão; < água; < met. química) artificial. Eles estão intimamente ligados.

Exposição (água, sol, plantas, solo)


METEORIZAÇÃO FÍSICA
Os processos mais importantes são:

- Expansão diferencial por alívio de pressão;

- Crescimento de cristais estranhos: gelo e sais;

- Expansão diferencial durante um rápido aquecimento.

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Física Meteorização Física


Expansão diferencial por alívio de carga Expansão diferencial por alívio de carga

Uma coluna de rocha com 3-4 m exerce uma pressão 1 atm. Durante a ascensão a rocha
fractura-se de acordo com as
As rochas formam-se a dezenas/centenas/milhares de metros forças tectónicas que afectam a
de profundidade. região.

As forças tectónicas também atuam nas rochas. Formam-se diaclases “em chapa”
que se observam até poucos
Durante os ciclos de erosão as rochas aproximam-se da metros de profundidade; o peso
superfície; há uma descompressão. dos terrenos sobrejacentes
impede-o.

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Física Meteorização Física


Expansão diferencial por alívio de carga Expansão diferencial por alívio de carga

Exfolição - designação comum para este


processo

Disjunção esferoidal - caso particular;


camadas concêntricas

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Física Meteorização Física


Crescimento de cristais estranhos: gelo Crescimento de cristais estranhos: gelo

A água aumenta cerca de 9% de volume ao congelar. O efeito do gelo é tanto maior quanto maior for a porosidade da rocha.

Volume poros Primeira fenda Detritos formados


cheios de água (%) visível depois de por m2 congelado
congelar … vezes
Arenito 25 3 2,7
Arenito 5 43 0,3
Calcário 30 1 0,9
Mármore 0,2 >100 0,05

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Física Meteorização Física


Crescimento de cristais estranhos: gelo Crescimento de cristais estranhos: sais

Particularmente importantes nos climas áridos; não são removidos pelas


águas correntes.
Nas regiões onde a crioclastia
desempenha um papel importante
Quando cristalizam exercem uma força expansiva; também acontecem
forma-se um depósito de detritos na
quando hidratam.
base dos taludes.
Anidrite  Gesso
CaSO4  CaSO4.2H2O 60%

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Física Meteorização Física


Termoclastia Termoclastia

A dilatação superficial provoca uma fracturação paralela à superfície da


As rochas são medíocres condutores térmicos; estabelece-se um rocha.
gradiente térmico.
Este tipo de meteorização leva à formação de esferas concêntricas e p.v.
A cor do material (s minerais) intervém em primeiro lugar na absorção
de pedaços angulosos.
de calor.

s minerais; s cores; s coef. dil. volúmica  ANISOTROPIA

Esta anisotropia está na origem de desagregações granulares.

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química Meteorização Química

Quase todos os tipos de meteorização química se realizam com


O efeito da meteorização química far-se-á sentir mais nas regiões com
intervenção da água de escorrência ou de infiltração.
maior quantidade de água; menor em climas de montanha e climas
áridos.
Não há água quimicamente pura (rios, chuva, neve)
A velocidade das reações químicas aumenta com a temperatura; climas
Água da chuva (%) N2 63,49
quentes e húmidos.
O2 34,05
CO2 2,46

Quando a água se infiltra adquire mais substâncias (dissolvidas): ácido


nítrico, amoníaco, compostos de cloro, ácido sulfúrico, húmus,…

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química
Meteorização Química
Dissolução

Muitos minerais são solúveis na água, sobretudo os sais.


Quanto menor o tamanho dos
cristais, maior a área disponível Importante no sal-gema, sais de potássio, magnésio e gesso.
para ser sujeita a alteração (para
o mesmo volume de mineral) Solubilidade a 0 ºC
(g/l)
Solubilidade a 100 ºC
(g/l)

Cloreto de magnésio 528 730


MgCl2.6H2O

Sal-gema 356 391


NaCl

Gesso 1,76 0,7


CaSO4. 2H2O

A dissolução aumenta c/ T.; excepto gesso máx. 38 ºC

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química
Dissolução

Os sais de potássio e magnésio (NaCl imp.) são higroscópicos; nunca


ocorrem em afloramentos naturais.

NaCl pode manter-se muito tempo nas regiões áridas.

Também ocorre dissolução subaquática e subterrânea do NaCl.

As salinas de Rio Maior são um bom exemplo.

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química Meteorização Química


Carbonatação Carbonatação

O calcário é quase insolúvel em água pura; dissolve-se em quantidade A carbonatação é a reacção entre o ácido carbónico e os minerais.
considerável quando a água contém dióxido de carbono.
A carbonatação será mais intensa nas rochas carbonatadas, tal como o
CO2 + H2O  H2CO3 (ácido carbónico; ácido fraco) calcário.

A água da chuva é sempre ligeiramente ácida; o CO2 é dissolvido na CaCO3 + H2CO3  Ca2+ + 2HCO3-
atmosfera. calcite + ácido carbónico = iões de cálcio e de bicarbonato em solução

A acidez aumenta quando a água penetra no solo; o solo é rico em CO2 O bicarbonato de cálcio é cerca de 30 vezes mais solúvel em água do
(decomposição dos tecidos vegetais). que o carbonato de cálcio.

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química Meteorização Química


Carbonatação Carbonatação

O ar das cavernas é muito húmido  evaporação pequena


O efeito da meteorização aumenta com o abaixamento da temperatura;
> CO2 dissolvido; >ácido carbónico; > bicarbonato
A água subterrânea move-se sob pressão; ao encontrar o ar livre da
caverna perde algum CO2.
A pressão elevada intensifica a dissolução do CO2.
2HCO3-  CaCO3
P;  T; evaporação – causam sobresaturação e precipitação de algum bicarbonato carbonato
calcário. de cálcio de cálcio

Estalactites, estalagmites e outras formações por gotejamento são O calcário faz a água “dura”; esta “dureza” desaparece com o
consideradas como resultando apenas da evaporação. aquecimento; a solubilidade do CO2 na água é insignificante.

Meteorização das rochas

Meteorização Química
Carbonatação

A erosão das rochas calcárias começa nas fracturas; vão sendo


alargadas e transformadas em poços e galerias.

Hollock (Suiça) - 74 km; Carlsbad (EUA) - 53 km; Kras-Karst (Eslovénia) -


paisagens de dissolução em calcários (zonas kársticas, kársicas ou
cársicas).

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização química Meteorização química


Carbonatação Carbonatação

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização química Meteorização química


Carbonatação Carbonatação

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química Meteorização Química


Oxidação Oxidação

Pela ação do oxigénio da atmosfera oxidam-se numerosos minerais O ferro bivalente passa a trivalente, na presença de oxigénio, na
(ferro, magnésio, compostos de enxofre) forma de limonite e hematite; estes minerais têm cor vermelha ou
castanho-ferrugem.

Fe, Mg, S Oxidação Colorações acastanhadas em arenitos, calcários,…, indicam


meteorização por oxidação.
O2 atmosfera H2O humidade

decomp. subst. voláteis Em climas temperados húmidos as zonas de oxidação têm


Subst. orgânicas
profundidades de 30-50 m; em climas áridos (nível hidrostático
profundo) atingem profundidades superiores a 100 m.
piroxenas
anfíbolas Limonite (Fe2O3.H2O)
olivina
biotite Fe2+  Fe3+
magnetite Hematite (Fe2O3)
pirite

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química
Meteorização Química
Oxidação
Hidratação

Adição de moléculas de água à estrutura do mineral; esta água pode


ser retirada por aquecimento.

Alguns minerais argilosos ganham ou perdem água; depende da


quantidade disponível.

As argilas expansivas são causadoras de grandes problemas em


obras de engenharia.

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química Meteorização Química


Hidrólise Hidrólise

As reações descritas não afetam de maneira sensível os silicatos; a Mg2SiO4 + 4H+ + 4OH-  2Mg2+ + 4OH- + H4SiO4
de composição destes (feldspatos, micas, anfíbolas, piroxenas) Olivina água ionizada iões em solução ácido silício em solução
realiza-se por hidrólise, i.e., por ação da água dissociada.
O mineral é inteiramente “dissolvido”; a quantidade de ácido silício é
A dissociação da água ocorre em quantidades insignificantes; muito reduzida; considera-se a solução como sílica (SiO2) dissolvida em
aumenta com a temperatura; pode atuar durante muito tempo nos água.
processos geológicos.
A reação mais comum é a hidrólise dos feldspatos por ácido carbónico.
Qualquer reação que aumente a concentração de H+ na água torna
mais eficiente a hidrólise. 2KAlSi3O8 + 2H2CO3 + 9H2O  Al2Si2O5(OH)4 + 4H4SiO4 + 2K+ + 2HCO-3
ortoclase caulinite

CO2 + H2O  H2CO3  H+ + HCO-3 Caulinização de um feldspato


a. carbon. ião bicarb.

Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química Meteorização Química


Hidrólise Hidrólise

Os feldspatos de Na e Ca (plagioclases) são mais facilmente hidrolisados


em águas ácidas do que os restantes feldspatos.

A hidrólise dos feldspatos em águas carbonatadas dará três produtos


finais:
• um mineral argiloso (residual)
• sílica em solução
• carbonato ou bicarbonato de K, Na, Ca em solução

Os minerais de argila são sólidos residuais estáveis em quase todas as


condições climáticas (c/ exceção das regiões tropicais bastante
húmidas).

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Meteorização das rochas Meteorização das rochas

Meteorização Química
Meteorização Biológica
Hidrólise

Trata-se de uma meteorização física e química.


A maior parte do K é adsorvido por minerais argilosos ou usados pelas
plantas.
causada pelas raízes resulta da atividade dos
Por isso as águas (rios e mar) possuem menos K do que seria esperado seres vivos
da quantidade de ortoclase meteorizada.

O Na acumula-se no mar; a maior parte do Ca e HCO3 são utilizados As bactérias são muito efetivas na
pelos organismos marinhos (conchas, esqueletos,…). transformação dos resíduos vegetais em
húmus.

Os líquenes atacam a rocha através do


ácido carbónico que eliminam.

Meteorização das rochas

Consequências da meteorização

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