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Memória & Objetos: Projeto Expográfico de Baixo Custo para o Museu do Instituto
Evandro Chagas
BELÉM/PA
2024
IVAMARA LIMA FERNANDES
MATHEUS ALVES HERCULANO DA SILVA
Memória & Objetos: Projeto Expográfico de Baixo Custo para o Museu do Instituto
Evandro Chagas
BELÉM/PA
2024
AGRADECIMENTOS
Agradecemos Giselle, Clarissa e Cláudia, que não só nos acolheram no Museu, mas
também moldaram o projeto colaborando para o resultado que apresentamos, com suas dicas,
seu tempo e suas opiniões.
The present work sought to develop an exhibition project for the “Museu do Instituto Evandro
Chagas”, based on an already cataloged collection of scientific objects. Focusing on the
conceptual and formal development of the exhibits, the research unfolded on the circuit,
narrative, visual communication and information of the exhibition, in order to create a
distinguished experience for the visitor with limited material resources. The methodology
followed an applied approach and practice-based nature, and the process, adapted from the
field of exhibition design and the action research method, is segmented into exploratory,
generative and delivery stages. The project is established on information collected in literature
and other existing research, and also by the search and analysis of other local exhibitions. To
delimit the project, participatory dynamics were created and applied with the Museum team in
order to fulfill the museological conception collaboratively, in accordance with the precepts of
action research and Co-design tools. For the expographic development, occurred an
alternation between creative moments and collective validation through design area
instruments. As a result, an Exhibition Guide was obtained presenting the exhibits and the
necessary guidelines for the installation. As contributions, the research presents the practice in
a field of study still little explored in regional scientific production, showing an opportunity
for designers in museums.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 11
1.1 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................12
1.2 PROBLEMA.......................................................................................................................13
1.3 HIPÓTESE..........................................................................................................................13
1.4 OBJETIVO GERAL........................................................................................................... 13
1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................13
1.6 METODOLOGIA............................................................................................................... 14
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................................15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................17
2.1 O MUSEU...........................................................................................................................17
2.1.1 A exposição..................................................................................................................... 19
2.1.2 O museu de ciências....................................................................................................... 21
2.2 DESIGN EXPOGRÁFICO................................................................................................. 22
2.2.1 Conceito...........................................................................................................................23
2.2.1.1 Comunicação visual...................................................................................................... 26
2.2.1.2 Narrativa........................................................................................................................28
2.2.2 Espaço............................................................................................................................. 29
2.2.2.1 Circuito..........................................................................................................................30
2.2.2.2 Suportes físicos............................................................................................................. 31
2.2.2.3 Luz................................................................................................................................ 32
2.2.3 Informação......................................................................................................................33
2.3 O INSTITUTO EVANDRO CHAGAS.............................................................................. 37
2.3.1 O Museu do Instituto..................................................................................................... 39
2.4 SÍNTESE CONCLUSIVA.................................................................................................. 40
3 PLANEJAMENTO E IDEIA.............................................................................................. 42
3.1 DINÂMICA PARTICIPATIVA DE ALINHAMENTO...................................................... 43
3.1.1 Instrumento: Mapas individuais...................................................................................44
3.1.1.1 Resultados dos mapas individuais.................................................................................45
3.1.2 Instrumento: Mapa coletivo.......................................................................................... 46
3.1.2.1 Resultados do mapa coletivo.........................................................................................47
3.1.3 Instrumento: Entrevista semi-estruturada.................................................................. 47
3.1.3.1 Resultados da entrevista................................................................................................48
3.2 PESQUISA DE SIMILARES............................................................................................. 49
3.2.1 Instrumento: Visitas técnicas........................................................................................ 50
3.2.2 Instrumento: Interpretação Composicional................................................................ 51
3.2.3 Informações coletadas....................................................................................................52
3.2.3.1 Espaços de Conhecimento do Centro de Ciências........................................................ 52
3.2.3.2 Exposição Diversidades Amazônicas........................................................................... 54
3.2.3.3 Exposição Águas Turvas...............................................................................................56
3.3 DINÂMICA PARTICIPATIVA DE DELIMITAÇÃO........................................................ 58
3.3.1 Instrumento: Ferramenta de rota temática.................................................................58
3.3.1.1 Resultados da dinâmica.................................................................................................60
3.4 PROPOSTA DA EXPOSIÇÃO.......................................................................................... 62
3.4.1 Processo de seleção dos objetos.....................................................................................63
3.5 SÍNTESE CONCLUSIVA.................................................................................................. 64
4 DESIGN................................................................................................................................ 66
4.1 CONCEPÇÃO ESPACIAL.................................................................................................67
4.1.1 Diagnóstico......................................................................................................................67
4.1.2 Planta conceitual e circuito........................................................................................... 72
4.1.2.1 Discussão e resultados.................................................................................................. 74
4.1.3 Instrumento: Personas e jornada emocional............................................................... 77
4.2 CONCEPÇÃO DA FORMA.............................................................................................. 82
4.2.1 Instrumento: Escala de alinhamento visual.................................................................82
4.2.2 Instrumento: Moodboards............................................................................................ 84
4.3 CONCEPÇÃO EXPOGRÁFICA....................................................................................... 85
4.3.1 Sistema de identidade.................................................................................................... 85
4.4 SÍNTESE CONCLUSIVA.................................................................................................. 88
5 ELABORAÇÃO TÉCNICA E RESULTADOS................................................................ 89
5.1 APLICAÇÕES E MATERIAIS.......................................................................................... 89
5.2 GUIA DA EXPOSIÇÃO E MODELOS 3D.......................................................................97
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 100
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 102
APÊNDICE A - MAPA COLETIVO.................................................................................. 105
APÊNDICE B - FICHAS COMPOSICIONAIS PREENCHIDAS.................................. 106
APÊNDICE C - LISTAGEM DE OBJETOS SELECIONADOS.....................................108
APÊNDICE D - GUIA DA EXPOSIÇÃO...........................................................................114
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
Os museus e espaços históricos têm se firmado como alguns dos principais agentes de
salvaguarda da memória das cidades, a partir de suas ações de fomento cultural, educativo,
turístico e documental. Salienta-se, assim, que essa memória é construída principalmente a
partir da interação entre museu e sociedade, e a exposição é uma das ações comunicacionais
que visam essa aproximação com o público, possuindo um vasto campo aberto à
experimentação e pesquisa. Assim, a importância de revisar os processos e agregar novos
repertórios na área expográfica advém da necessidade de investigar novos meios de contar
narrativas, e também propor novas maneiras de gerar impacto positivo através das exposições.
Contudo, em Belém do Pará ainda há poucas pesquisas acadêmicas identificadas nessa
área, com número ainda menor de trabalhos abordando a participação e contribuição de
designers entre os idealizadores de uma mostra. Desse modo, a relevância acadêmica deste
trabalho reside na difusão dos conhecimentos do design expográfico, cujo cenário paraense,
apesar de propício ao levantamento de discussões, ainda é pouco explorado, servindo como
referência para trabalhos futuros.
Também sublinha-se, dentre os fundamentos técnicos de Design que são divulgados, a
importância que é dada para procedimentos de facilitação do processo co-criativo, de forma a
integrar todos os participantes para que cada um contribua na sua área de expertise
profissional. Estudos futuros podem examinar as etapas, ferramentas e dinâmicas que foram
planejadas e conduzidas, e assim retirar inspiração para estruturar outros processos
colaborativos, especialmente em contextos museais.
Já sobre as repercussões positivas que uma exposição pode provocar, o projeto
resultante das pesquisas realizadas objetiva a construção de uma ponte entre o trabalho de
pesquisa e conservação feitos pelo Museu do Instituto Evandro Chagas e o seu público,
aproximando-os e permitindo que as ações científicas do Pará sejam percebidas e valorizadas.
Logo, os resultados da investigação são aplicados para fins de educar o público visitante
quanto à história da construção de ciência na Amazônia, tendo como efeitos a
desestigmatização do processo científico e valorização do patrimônio paraense da saúde.
13
1.2 PROBLEMA
A atual falta de um espaço de contato entre o acervo do Museu e o seu público cria um
vácuo de conhecimento tangível acerca de uma parte significativa da história científica do
Estado do Pará, que além de distanciar o Museu da sua função comunicadora, prejudica a
valorização e preservação desse patrimônio. Essa ausência de contato se deve a inúmeros
problemas institucionais, mas dois merecem destaque: ausência de verbas para a montagem de
uma exposição e o fato do MEV possuir uma equipe de trabalho enxuta, composta de 1
assistente técnica, 1 museóloga, 1 publicitária e 1 historiadora.
Diante deste quadro, o problema apresentado nesta pesquisa é: Como os
conhecimentos do Design podem contribuir na criação de um espaço de contato entre o
público e o acervo do MEV, com os recursos já disponíveis pelo Museu.
1.3 HIPÓTESE
1.6 METODOLOGIA
Evidencia-se, assim, que o recorte deste trabalho é apresentado com início na fase de
Planejamento e Ideia e conclusão na fase de Elaboração Técnica. Essa fase representa não só
a criação dos materiais expográficos, mas também a apresentação dos resultados e protótipos
do projeto. As outras fases da metodologia de Cury (2005), “Montagem” e “Manutenção,
Atualização e Avaliação”, serão completadas posteriormente, dado que o projeto de exposição
tem como meta ser continuado até a montagem.
conceito, espaço e informação de uma exposição e, por fim, uma contextualização do objeto
de estudo do trabalho, o Instituto Evandro Chagas. Dessa forma, tal capítulo representa a
fundamentação teórica do projeto e tem como objetivo compreender a importância da
exposição, e também quais princípios de Design podem ser aplicados para estabelecer a
comunicação de forma efetiva.
No terceiro capítulo inicia-se o desenvolvimento do projeto a partir da fase de
Planejamento e Ideia, com descrição dos resultados obtidos por cada instrumento aplicado. É
nesse capítulo em que são abordadas as principais investigações do estudo e coleta de dados,
culminando no planejamento da temática e concepção museológica a partir de dinâmicas
participativas com a equipe do MEV.
O quarto capítulo, correspondente à fase de Design, trata do uso das informações
coletadas anteriormente para o desenvolvimento criativo por trás da experiência da exposição.
Logo, descreve-se como o design foi aplicado na concepção da narrativa, circuito, conceito e
sistema de identidade visual.
No quinto capítulo, que apresenta a Elaboração Técnica e Resultados, relata-se o
processo de materialização da comunicação visual da mostra, usando o sistema de identidade
e concepção expográfica como substância para criar tanto as aplicações quanto os suportes
informativos. Com a leitura desse capítulo, é possível conhecer o produto final do trabalho e
imaginar a montagem da mostra no espaço físico a partir de simulações gráficas.
No último segmento, o sexto capítulo, os objetivos do trabalho são revisados e são
feitas as considerações sobre a pesquisa. Com estas resoluções, busca-se qualificar se o
resultado coincide com os planejamentos executados em equipe, além de discorrer sobre as
principais limitações na execução, inferindo melhorias no processo para projetos futuros.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O MUSEU
progresso de conhecimentos novos ligados às coleções das quais ele se encarrega ou às suas
atividades”. Por ser a designada da aquisição e catalogação, Gob e Drouguet (2019)
consideram que a função científica é a que fundamenta as demais, à medida em que fornece
os alicerces necessários para a interpretação e elaboração do discurso.
A função de animação permite que o museu desenvolva ações de fomento cultural,
educativo e turístico na sua região, pois prescreve atividades que envolvam ativamente a
comunidade e atraia novos visitantes, como eventos, oficinas, atividades pedagógicas e outros
(Gob; Drouguet, 2019). Assim, de acordo com as temáticas abordadas e público pretendido,
pode servir como um meio de conscientização socioambiental e auxílio a grupos
marginalizados.
Por fim, a função de exposição engloba todas as atividades de comunicação de um
museu, no fim da sequência da musealização. Como característica da coletividade, todo o
processo de descoberta, aquisição, estudo e reinterpretação de objetos só ganha sentido
quando é comunicado, e o público pode dialogar suas concepções prévias com o que lhe é
apresentado para reconstruir a sua memória e identidade. Assim, a comunicação é feita tanto
por via de publicações científicas, palestras e catálogos, quanto pela exposição, objeto de
análise deste trabalho e descrita a seguir.
2.1.1 A exposição
O argumento máximo de Cury (2005), por outro lado, é de que uma exposição bem
sucedida é aquela que cria uma experiência de qualidade para o visitante, uma vez que ele é o
elemento motivador da ação de comunicação. Não se concebe uma exposição sem pensar no
público ou na interação desejada a partir dela, já que “a exposição não tem importância por si
só” (Cury, 2005, p. 39), mas sim pelo contato entre museu, narrativa e indivíduo.
20
culturais e políticos dos indivíduos, tornam seus assuntos mais estimulantes, reflexivos e
incrementam as capacidades do pensamento crítico” (Valente, 2005, p. 56).
Ainda, a perspectiva histórica da ciência, apresentada ao visitante, tem como
contribuição a ideia de que o conhecimento é uma construção e, portanto, está sujeito a
mudanças conforme novas descobertas são feitas. Isso colabora para desestigmatizar o
processo científico no imaginário popular, e a compreender as suas etapas e princípios.
Sem o designer ou arquiteto, a exposição não sai das ideias. É ele que materializa os
valores embutidos no enunciado central e no seu desenvolvimento conceitual. É ele
também que dá valor ao espaço e torna a experiência do público possível, a
experiência sensorial, interativa e criativa (Cury, 2005, p. 113).
2.2.1 Conceito
De acordo com Bordinhão, Valente e Simão (2017), as escolhas feitas no projeto são
resultado daquilo que se quer alcançar ou transmitir, o seu objetivo, e devem corresponder ao
conceito da exposição. Ter um conceito claro e bem definido auxilia não só a equipe que irá
produzir os desdobramentos de comunicação, mas também fornece ao visitante um ponto de
partida para compreender o discurso que lhe é apresentado, percebendo-o traduzido no
próprio espaço expositor.
O conceito também é exprimido na identidade visual e no título da exposição, que é
uma das primeiras determinações feitas no projeto. Não há restrições para a equipe que irá
escolher o nome em conjunto, mas ele deve ser de fácil identificação pelo público:
A identidade visual para uma exposição, tal qual para uma marca, é um sistema de
cores, tipografias, texturas, composições e assinaturas, criado para distinguir a mostra e
formar harmonia entre todos os espaços (Abreu, 2023). Assim, a relação citada anteriormente
entre conceito e identidade visual pode ser exemplificada pela exposição “Histórias
Brasileiras”, na Figura 2. As diferentes fontes que compõem a assinatura gráfica representam
a pluralidade e diversidade do conteúdo apresentado.
24
Fonte: MASP, 2022. Disponível em: https://masp.org.br/exposicoes/historias-brasileiras. Acesso em: 6 set. 2023.
A divisão dos elementos de identidade visual feita por Peón (2003) caracteriza-os
como “primários”, “secundários" e “acessórios”. Fazem parte dos elementos primários o
símbolo, que é um sinal gráfico ou marca figurativa, o logotipo, uma marca nominativa
formada “por uma combinação de letras e números que possam ser lidos” (Peón, 2003, p. 33),
e a marca, uma combinação ordenada dos outros dois.
Como exemplo, a Figura 3 exibe a assinatura gráfica da exposição “A Língua
Portuguesa em Nós”, composta somente pelo logotipo.
25
Figura 3 - Assinatura da mostra itinerária “A Língua Portuguesa em Nós” do Museu da Língua Portuguesa.
No livro Design como Storytelling (2020), a autora Ellen Lupton fornece ferramentas
de como usar a comunicação visual a serviço de uma narrativa. Segundo Lupton (2020), a
partir de cores, formas e materiais, “os designers mobilizam as emoções das pessoas para
desencadear sentimentos de prazer, desejo, surpresa e confiança” (Lupton, 2020, p. 59).
Visando a criação de uma “experiência de qualidade” para uma exposição, como posto por
Cury (2005, p. 44), entende-se então que elementos visuais podem ser selecionados com o
objetivo de desencadear determinadas sensações e estimular ações desejadas pelo ambiente.
Já para Bayer (1961), a comunicação visual em projetos expográficos deve ser direta,
simples, de fácil percepção e precisa quanto à mensagem passada. O autor coloca o assunto da
exposição como mais importante, e todos os outros recursos são usados para dar apoio a esse
recorte e ênfase aos objetos. Assim, a comunicação visual não deve sobrepujar ou prevalecer
sobre o conteúdo, tornando-o inacessível.
As duas visões sobre o papel da comunicação visual, por Lupton (2020) e por Bayer
(1961), no entanto, não se opõem. Da forma que Lupton (2020) descreve a importância das
emoções no processo de apreensão e criação de memórias, e também na forma que o design
repassa ideias e torna a exploração do ambiente mais agradável e coerente, a comunicação
visual para a autora vai além do acessório e se torna uma importante ponte entre o público e o
conteúdo. Isso facilita a assimilação deste, promovendo a efetivação do propósito do projeto.
Em consonância com as ideias expostas, serão feitas revisões de alguns elementos de
comunicação visual, sendo eles a cor, ritmo, textura e grid.
27
Texturas palpáveis afetam a maneira como uma peça é sentida pela mão, mas
também afetam sua aparência. Uma superfície lisa ou brilhante, por exemplo, reflete
a luz de modo diferente de uma outra, porosa ou fosca. [...] Muitas das texturas que
os designers manipulam não são de maneira alguma experimentáveis fisicamente
pelo observador, pois só existem como efeito ótico, como representação (Lupton;
Phillips, 2008, p. 53).
Com base na descrição de texturas de efeito ótico pelas autoras, é cabível considerar
também as padronagens, grafismos, manipulações fotográficas e outros itens decorativos
usados para trazer complexidade à composição.
Já o grid é um conjunto de linhas-guia que servem como base para criar composições e
alinhar elementos, como textos e imagens (Lupton; Phillips, 2008). Para além disso, o grid
controla o espaço em branco e sistematiza todas as aplicações e materiais gráficos (Lupton;
Phillips, 2008), dado que o grid usado em um display também pode ser utilizado para
formatar o catálogo ou folheto da mostra, alterando a sua escala e proporção.
Como citado no início da subseção, os componentes de comunicação visual impactam
o visitante de tal forma a desencadear sentimentos e influenciar positivamente na experiência,
colocando-os em um patamar de importância que vai além da agradabilidade estética. Além
de trabalharem com emoções, os elementos também são didáticos e auxiliam no entendimento
do conteúdo. Isso pode ser percebido quando os elementos de comunicação visual são usados
para descomplicar o espaço, o que será visto na subseção sobre circuito, e quando entram em
harmonia com a narrativa para torná-la mais coesa e explícita. Desse modo, mostra-se
pertinente expor como ocorre a construção dessa narrativa, apresentada a seguir.
2.2.1.2 Narrativa
Para Bordinhão, Valente e Simão (2017), uma exposição sempre possui uma história
para ser contada por meio dos objetos e do espaço, com começo, meio e fim. Isso é
corroborado pelo preceito de que os objetos são expostos recontextualizados, elegidos não por
aquilo que eles são, mas sim por aquilo que eles representam.
Bordinhão, Valente e Simão (2017), então, sugerem a divisão do espaço em módulos
como uma ferramenta para criar a partir da narrativa. Ou seja, é possível escrever um texto, de
29
extensão variável a depender das dimensões do espaço físico, conectando as mensagens que
devem ser transmitidas pela exposição. Assim, cada “módulo”, espaço ou sala da exposição
pode ser modificado para contar uma parte da narrativa, como assim explicam:
2.2.2 Espaço
2.2.2.1 Circuito
Para Lupton (2020), a relação das pessoas com os produtos é o resultado de sucessões
de experiências ao longo do tempo e, portanto, não são artefatos estáticos. Ela argumenta que
“um hospital, ou aeroporto, consiste em uma sequência de espaços físicos [...]. Os cômodos
de um edifício mudam, de espaçosos a mais entulhados, de claro a escuro, macios ou rígidos,
para dar suporte a diferentes usos” (Lupton, 2020, p. 19). Essa associação entre percepção,
tempo e espaços é particularmente evidente nas exposições, e por isso o circuito é um dos
pontos fundamentais para moldar a experiência da visitação.
Desse modo, conceitua-se o circuito como um caminho pré-determinado ao qual o
público visitante é guiado (Bayer, 1961). Para Gob e Drouguet (2019), o percurso não é
relativo apenas ao deslocamento físico do visitante pelo espaço, pois também dita a
progressão intelectual do conteúdo. Narrativa e circuito, dessa forma, integram-se na
construção da mensagem, uma vez que a aquisição de informações é feita pelo deslocamento
pelo espaço, lendo os suportes ou mesmo entrando em contato com os objetos da coleção.
Importante, também, o destaque feito por Gob e Drouguet (2019) quanto à diferença
entre o circuito planejado pelos idealizadores e o percurso que o visitante efetivamente faz.
Para contornar essa variável, surge a possibilidade de se fazer um percurso estritamente linear,
em que uma sequência de salas são conectadas por uma única passagem, ou de acolher o
poder de escolha do visitante quanto aos caminhos. Em ambos os casos, a narrativa da
exposição deve ser formulada para que seja compreendida sob a perspectiva de vários trajetos,
como argumentam os autores.
Em alguns contextos, é a configuração arquitetônica dos espaços que limita o desenho
do circuito (Gob; Drouguet, 2019), que se torna menos flexível devido ao seu
condicionamento à planta do prédio. Assim, nos casos em que os cômodos não são dispostos
em uma conformação linear, a ordem de salas pode se tornar confusa à perspectiva do
visitante, o que configura uma experiência frustrante e desagradável.
O visitante não deve se sentir perdido, seguir o circuito proposto ou fazer a sua própria
rota são alternativas oferecidas pelos idealizadores da exposição, e é o ato da escolha que
representa a liberdade do público. Para apontar o caminho de forma entendível, em um
31
cenário em que o arranjo das salas pode levar à ambiguidade, Bayer exemplifica a sinalização
do circuito por meio da comunicação visual, como exibido na Figura 5.
“Suportes expositivos físicos são todos aqueles dispositivos que serão utilizados para
dar destaque, apoiar, realçar, proteger e que auxiliam na exposição dos acervos” (Bordinhão;
Valente; Simão, 2017, p. 67), ou seja, são todos os instrumentos que diretamente apresentam
os objetos expostos ao público. Na definição das autoras, são incluídos elementos como
vitrines, módulos, mobiliário, divisórias e paredes.
Os suportes físicos podem ser reaproveitados de outros contextos, como móveis que
são propriedade de um museu, ou produzidos pensando em uma mostra específica. Um
emblemático caso são os cavaletes de cristal da pinacoteca do Museu de Arte de São Paulo, na
Figura 6.
32
2.2.2.3 Luz
2.2.3 Informação
Quadro 1 - Categorias hierárquicas dos textos na exposição segundo Gob e Drouguet (2019).
CATEGORIAS EXTENSÃO MÉDIA
Texto Oferece a oportunidade de divulgação mais explícita do tema da 800 a mil caracteres.
informativo exposição, com textos mais complexos dotados de parágrafos e
entretítulos. Tem caráter independente, ou seja, sua compreensão
não deve depender da leitura dos demais textos.
Contraste A percepção da silhueta das letras é afetada pelo Aplicar letras claras em fundo
grau de contraste entre elas e o fundo, e assim, escuro, ou letras escuras em um
baixos contrastes tornam a leitura mais fatigante. fundo claro. Ainda, evitar excesso
de informação gráfica no fundo.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2023, adaptado de Bordinhão, Valente e Simão, 2017.
Além destas decisões o designer também deve considerar as famílias tipográficas, que
permitem certa diversificação dos pesos de um tipo e seus tamanhos, influenciando na
extensão pretendida para a leitura de um texto. Este funcionamento impacta diretamente na
constituição da hierarquia visual dos textos, citada anteriormente.
Em consonância, Bordinhão, Valente e Simão (2017), indicam certas precauções ao
selecionar uma família tipográfica, indicando seleções conscientes do seu impacto na
legibilidade dos textos. A seguir podem ser vistas algumas figuras adaptadas dos
entendimentos das autoras acerca de tipos e legibilidade.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2023, adaptado de Bordinhão, Valente e Simão, 2017, p. 58.
36
Fonte: Elaborado pelos autores, 2023, adaptado de Bordinhão, Valente e Simão, 2017.
mudanças pela qual a informação pode passar, quando pertinente, para agregar valor à
experiência geral.
A partir deste apanhado de recomendações que buscam contribuir para a solução dos
desafios que a informação encontra dentro de uma exposição, este segmento conclui um
resumo das contribuições mais identificáveis que o Design traz para o desenvolvimento deste
projeto em específico.
Já que o contato direto com esses indivíduos não foi possível no desenvolvimento
deste trabalho acadêmico, a revisão do texto de Molento e Vieira (2016) foi de grande
importância para criar aproximação com o trabalho de campo no Instituto, e permitiu
conhecer um pouco mais da vivência e do cotidiano desses trabalhadores.
Atualmente, o IEC é vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e
Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, e a maior parte do seu trabalho
39
científico é produzido no campus de Ananindeua. Apesar disso, é importante ressaltar que sua
origem está diretamente ligada ao seu emblemático Casarão histórico, onde a reserva técnica
do MEV está localizada.
No primeiro andar, o Casarão possui três salas conectadas entre si e ao corredor, uma
sala ampla usada como auditório para reuniões e apresentações, banheiros e uma escadaria
que leva ao segundo andar. Predominantemente, o piso é composto de uma combinação de
madeiras que formam padrões no chão, e destaca-se que o mosaico formado pelas tábuas
difere em cada componente do primeiro andar. O Casarão ainda possui uma área no subsolo e
um segundo andar, e o seu auditório dá acesso à reserva técnica do Museu.
No contexto da pesquisa de Santos (2015), é possível atribuir ao Casarão uma grande
importância como um monumento patrimonial da saúde na Amazônia. A transformação do
seu significado, primeiro de um bem de uso individual advindo do acúmulo de riquezas para
um símbolo da descentralização da ciência e tratamento da população regional, não é um
processo terminado nos seus anos de uso como sede do IEC. Da mesma forma que objetos
podem ser recontextualizados, a instalação efetiva do MEV pode marcar uma nova
significação para o Casarão, a de aproximação com a comunidade e de um lugar de
conhecimento.
3 PLANEJAMENTO E IDEIA
Os mapas individuais, criados para esta dinâmica, são fichas distribuídas entre os
participantes com seis perguntas de formatos diversos. Eles devem ser preenchidos
individualmente por todos os membros e, depois, lidos em voz alta. O Quadro 3 exibe a
listagem e estrutura das perguntas.
Quadro 5 - Respostas à pergunta MI6, “Enfoques do IEC e o quanto devem ser evidenciados”.
MI6: ENFOQUES DO INSTITUTO EVANDRO CHAGAS
5 - Extremamente
4 votos 2 votos – –
evidenciado
Concluiu-se que o “papel na sociedade” foi marcado como grau de importância cinco
por quatro participantes, e por esse consenso, era o enfoque mais significativo de ser
abordado. Em seguida, “papel na saúde” e “valorização histórica”, respectivamente,
obtiveram maiores pontuações.
As informações coletadas nessa atividade apontaram em uma direção mais focada na
valorização científica como uma prática de assistência direta à população, além do
reconhecimento das ações e relações humanas como fundamentais para esse processo.
O mapa coletivo utiliza as perguntas propostas por Bordinhão, Valente e Simão (2017)
para o planejamento de uma mostra: “Por que fazer?”, “Para quem fazer?” e “O que fazer?”.
Assim, os seus três espaços em branco, destinados a essas três perguntas, devem ser
preenchidos em conjunto com anotações ou post-its.
O objetivo desse instrumento era iniciar debates sobre a justificativa, o público e a
linguagem da exposição, além de aproximar os participantes. Em contraste à ferramenta de
47
mapas individuais, em que cada participante recebeu uma folha própria, a importância do
mapa coletivo reside na dinâmica de ouvir ideias de todos sobre o mesmo tópico e decidir em
conjunto o que é pertinente para então anotar.
Múltipla escolha
Informação alterada
3.3 Qual a data para abertura? conforme seguimento
Pergunta de do projeto
resposta aberta
4.1 Qual o público pretendido? –
Checklist
4 - PÚBLICO
4.2 Como ele se classifica? a) Local; –
b) Regional;
c) Estrangeiro;
5.4 Já há um setor/fornecedor
–
responsável pela montagem?
Fonte: Elaborado pelos autores, 2023.
constante. Contudo, destacam-se aqui as informações que permaneceram inalteradas até a fase
posterior.
Os objetivos e justificativa da exposição foram definidos como: “Mostrar o trabalho
científico do Instituto Evandro Chagas através do seu acervo”.
Sobre o espaço, a mostra será montada no primeiro andar do Casarão localizado na
avenida Almirante Barroso, número 492. As paredes são mais suscetíveis à modificações, mas
reformas estruturais não devem ser feitas, assim como se deve preservar os revestimentos e
adornos em madeira. No espaço faltam reformas de climatização e adequação para maior
acessibilidade, que não serão realizadas até a montagem da exposição. À exemplo, o acesso
ao edifício é feito somente por uma escadaria frontal, dificultando a entrada de pessoas com
mobilidade restrita.
Por conseguinte, foi apontado que as visitações serão feitas por agendamento, uma vez
que o Casarão não possui estrutura adequada para visitações espontâneas. A exposição será
temporária, com duração prevista de um ano.
Em relação ao público, há a prioridade para o interno, que inclui os servidores do
Instituto Evandro Chagas e outros grupos com acesso facilitado, como pesquisadores e alunos
de iniciação científica. O público externo, por outro lado, descreve os grupos que
eventualmente podem entrar em contato com o Casarão, e assim, com a exposição. À
exemplo, tem-se o público escolar e de graduação, uma vez que ações educativas voltadas
para a juventude são ofertadas pelo Museu no auditório do edifício. Foi marcada uma abertura
tanto ao público local, regional e estrangeiro, mas traduções em outras línguas devem ir em
materiais impressos à parte, e não nos suportes.
Quanto aos recursos, a exposição deve ser de baixo custo, utilizando os móveis e
recursos expositivos que o Museu já possui, e materiais podem ser impressos no próprio MEV
ou na plotter da Instituição, que já é utilizada para fins comunicacionais.
Com os dados coletados na primeira dinâmica, iniciou-se um novo momento de
pesquisa e construção de repertório a partir da busca de exposições similares, relatadas na
próxima seção.
Museu Exposição É uma instituição voltada para a pesquisa Karol Gillet, Martha
Paraense “Diversidades científica na Amazônia, porém seus estudos Carvalho e Noberto
Emílio Goeldi Amazônicas”. são desenvolvidos na área da Ferreira.
biodiversidade, sociodiversidade e
ecologia.
Solar Barão de Exposição O seu espaço físico é um solar histórico de José Fernandes Fonseca
Guajará “Águas grande importância patrimonial. As Neto.
Turvas”. exposições montadas respeitam ao máximo
a arquitetura prévia do edifício.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2023.
Então, a análise de conteúdo e forma das exposições foi realizada em duas etapas com
a aplicação de dois instrumentos de coleta de dados, usados nas três exposições selecionadas:
a visita técnica e a ficha de interpretação composicional.
grau de interatividade e como o faziam. Essa primeira fase foi caracterizada pela coleta de
material escrito e fotográfico para análise posterior.
A partir de todo o material coletado nas visitas, foi utilizado o método de interpretação
composicional para organizar essas informações. Muratovski (2016) descreve a ferramenta
como um meio para examinar criticamente e descrever a forma de objetos, imagens ou, como
aplicado neste trabalho, exposições. O método consiste em decompor o objeto de análise
descrevendo-o a partir de perguntas pré-estabelecidas.
As perguntas foram adaptadas das sugestões de Muratovski (2016, p. 164) e do aporte
teórico em design de exposições apresentado no capítulo anterior. O quadro de construção das
perguntas, referenciando os autores nos quais elas se baseiam, é mostrado a seguir.
Baseada em Lupton e
Que texturas podem ser percebidas?
Phillips (2008).
COMUNICAÇÃO
Você consegue identificar elementos, sistemas
VISUAL
estruturais ou formas gerais dentro da composição? Baseadas em
Muratovski (2016).
Que atributos a composição sugere?
Fonte: Elaborado pelos autores, 2023.
Figura 11 - Exemplos fotografados de recursos expográficos visuais nos Espaços de Conhecimento do Centro de
Ciências.
O primeiro módulo, assim, apresenta a área da Física por meio de ilhas expositivas
com objetos que explicam algum conceito por meio do uso ou da demonstração. Comumente,
essas experimentações são mediadas e explicadas por um funcionário do Centro, que nesse
caso pode ser considerado o suporte de informação ali.
Outro exemplo interessante de adaptação da linguagem expositiva aparece no módulo
de Matemática. Por se tratar de uma disciplina abstrata, principalmente para crianças, ele
apresenta como conteúdo brinquedos lúdicos e coloridos que buscam materializar os
conceitos da área por meio de um ambiente concreto e palpável, como mostra a Figura 12.
Um grande destaque dentro da exposição foi o uso da cenografia para valorizar objetos
que, a priori, podem não despertar o interesse do público geral. A Figura 13 representa a
técnica aplicada à uma mesa expositora no módulo de Espécies, que foi dedicada a explicar o
que é uma exsicata. Com uma disposição similar à um diagrama, essa montagem fornece
várias informações diferentes sobre o objeto central, que sozinho poderia não ter tanto
destaque quanto os outros do acervo, mas que ajuda a clarificar o processo científico na área
da botânica.
Como já mencionado, a pertinência desta visita para este projeto também sustenta-se
nas semelhanças que ambos os espaços expositivos possuem ao se localizarem em locais de
grande importância patrimonial. Portanto, possuindo dilemas semelhantes quanto às
dinâmicas do ambiente e modificação de espaços e materiais.
Além da estrutura, o Solar também precisou lidar com a adaptação do mobiliário
original do período, em grande parte para sua transformação em suportes expográficos
adequados. Podem ser observadas adaptações em armários usados como prateleiras
expositoras, e mesas históricas transformadas em aquários para a observação de um grande
número de itens, como destacados na Figura 16.
Conclui-se que a exposição, além de possuir uma grande afinidade projetual com as
dinâmicas deste trabalho, também mostra como o design pode contornar as limitações do
ambiente a partir de soluções criativas. Ela demonstra como a comunicação visual beneficia a
absorção de recortes históricos extensos através da separação temática em módulos e
definição de um circuito estabelecido entre eles, e auxilia o entendimento do público por meio
da construção de um mapa geográfico dos acontecimentos em seu imaginário.
Ainda, a visita à exposição “Águas Turvas” demonstrou como um espaço
arquitetônico pode ser também objeto da exposição, por possuir valor experienciável por si só.
Evidencia-se, então, como neste caso o ambiente é parte indistinguível da composição
museológica e afeta diretamente os elementos expográficos.
Adiante, a aplicação dos conhecimentos adquiridos na pesquisa será vista no
desenvolvimento da ideia do projeto.
A ferramenta de rota temática foi criada com base em dois artigos sobre dinâmicas
grupais em projetos de produto, o “Dinâmicas práticas: Queremos, Gostaríamos e Não
Queremos” de Araújo (2017), e “Modelo de dinâmica para ideação de produto ou serviço” de
Caliari (2021). O segundo material propõe uma prática em três momentos consecutivos, um
de empatia com o público, um de divergência, no qual é feita a ideação a partir dos resultados
da etapa anterior, e um de convergência, para integrar as soluções pensadas.
Visando uma maior adequação ao levantamento de informações que a dinâmica
deveria fazer, alterações foram feitas na condução da atividade até ela possuir características
distintas. A ferramenta de rota temática, assim, é dividida em uma conversa preliminar e três
momentos, um de Geração de objetivos, um de Composição de características e um terceiro
59
Os objetivos devem ser verbos, referenciando os efeitos que a exposição deve ter em
relação ao seu público, e os participantes podem adicionar novos a cada rodada ou votar
naqueles que já foram adicionados por alguém. O propósito desse primeiro momento é
integrar justificativa e público, refletindo sobre as repercussões positivas oriundas do contato
entre patrimônio e visitante. Na finalização, os três verbos que aparecerem com maior
frequência ou obtiverem mais votos serão os objetivos definitivos.
Já no segundo momento (Figura 18), levantam-se ideias para que cada efeito definido
na etapa anterior seja alcançado no projeto, compondo assim uma lista de características. As
sugestões podem ser tanto gerais quanto específicas, e podem abarcar não só a temática, mas
também definições para os recursos expográficos ou a linguagem. Todas as ideias podem ser
anotadas sem filtragem, uma vez que o intuito é conceber um grande número de atributos.
Por fim, no terceiro momento, é feita a validação das principais ideias indicadas
anteriormente. Essa etapa deve esclarecer o que é fundamental, dispensável e o que não deve
ser aplicado no projeto. Desse modo, as características são separadas em três níveis
hierárquicos, como mostra a Figura 19: “Queríamos”, “Gostaríamos” e “Não queremos”.
Durante a conversa preliminar, foi discutido que o título da exposição deveria destacar
os objetos e o seu teor histórico-científico. Assim, o nome foi posteriormente definido como
“Memória & Objetos: Ciência e História Através do Acervo do Instituto Evandro Chagas”.
61
que na camada interior é possível entender a relação mais humana decorrente do uso e das
histórias que os colaboradores possuem com esses objetos.
apresentada como igual, se não mais emblemática que o ofício realizado nas dependências do
Instituto.
Posteriormente, uma visita dedicada à exploração completa do acervo foi efetuada,
onde os designers puderam ater-se à observação livre de cada item como unidade dentro do
apanhado de objetos. Durante esta observação, com a ajuda dos profissionais do Museu,
puderam ser identificadas algumas dimensões mais sensíveis acerca da constituição destes
itens, como as marcas de uso e as evidências de passagem do tempo que acumulavam-se por
cima de cada um. Tais dimensões posteriormente interpretadas como evidências, tanto da
proximidade que por muitas vezes o profissional adquire por seu objeto de trabalho, quanto a
quantidade de história perpassada por esses materiais ao longo de gerações.
Esta observação permitiu também que a quantidade de objetos que estavam fora do
escopo emblemático do trabalho científico fossem vistos com um olhar mais cuidadoso, e
com importância equiparável dentro de certas interpretações, que posteriormente foram
identificadas como dimensões humanas do entendimento de certo objeto ou categoria. Tal
olhar, que também encontrava-se refletido na proposta da exposição, também tem o intuito de
atingir uma esfera mais sensibilizante e afastar-se de pré-concepções erradas acerca do
trabalho científico.
Coube então adotar o entendimento de que um objeto não tem função completa, se não
pelas mãos dos indivíduos que passaram por ele e o deram significado. Esta abordagem abriu
a possibilidade para que itens do acervo que não teriam a oportunidade de serem expostos por
conta de sua natureza, pudessem ser representados também no circuito expográfico.
Para que essa agregação pudesse funcionar em um ambiente com as limitações
espaciais deste projeto sem desequilibrar a natureza principal da exposição, ou
descaracterizá-la totalmente, foi necessário integrar então um conceito de guarda-chuva de
objetos. Definiu-se, então, que em uma mesma ilha expositora um objeto já sinalizado como
emblemático poderia servir como ponto de foco da atenção do visitante, para que nas suas
proximidades pudessem flutuar itens relacionados, porém de menor pregnância visual, que
iriam beneficiar-se do holofote proveniente para expressar sua mensagem particular.
4 DESIGN
Este capítulo discorre sobre as práticas executadas na etapa gerativa com o intuito de
atingir a concepção expográfica, abarcando, assim, as ferramentas de design e processos
criativos. O objetivo da etapa de Design é perfazer a concepção espacial e concepção da
forma da exposição, e integrar ambas na concepção expográfica.
Na primeira, o campo de atuação é a valorização do espaço e planejamento da
experiência do visitante no ambiente, definindo, a partir da planta, as áreas conceituais,
narrativa e circuito. Na segunda, sobre a forma, é feito o direcionamento da composição
visual e definição dos recursos expográficos que serão utilizados. Por fim, como produto da
fase, a concepção expográfica une espaço e forma, representada neste trabalho pelo sistema de
identidade visual que fixa as diretrizes a serem seguidas pelos recursos e aplicações. O
detalhamento das sub-etapas desse momento é apresentado na Figura 21.
4.1.1 Diagnóstico
Para isso, visitou-se o espaço (Figura 22) em dias diferentes, visando tirar medidas e
demarcar as áreas que poderiam ser utilizadas, com as principais averiguações sobre cada
espaço sendo destacadas a seguir.
68
● Sala 1
A Sala 1, conectada ao corredor e à lateral das escadas por uma porta secundária, é a
sala de menor espaço do percurso. Possui duas portas duplas direcionadas à fachada do
Casarão que atuam como janelas (Figura 23). Quando abertas, as folhas dessas janelas
obstruem as paredes na qual estão situadas, sendo necessário escolher entre entrada de luz
natural e quantidade de áreas disponíveis para aplicação de suportes.
Figura 23 - Modelo de janela em direção à fachada do prédio, com folhas abertas e fechadas, respectivamente.
Ainda, devido à falta de climatização adequada, o conteúdo da sala deve ser mais
breve para que o visitante o experiencie mais rapidamente.
● Salas 2 e 3
Com saída para o corredor, as Salas 2 e 3 ainda são ligadas entre si por duas portas
internas. Ambas possuem ar-condicionado funcional na altura de 1,50m do chão, e que,
portanto, não podem ser bloqueados por mobiliário.
Na Sala 2, similarmente à Sala 1, a abertura das janelas direcionadas à fachada do
edifício modifica a área disponível do espaço expositivo. Visando um maior aproveitamento
do ambiente em comparação à Sala 1, a solução mais adequada consiste em alternar a abertura
das folhas das janelas, mantendo as das extremidades abertas para a entrada de luz natural, e
as próximas ao centro da parede, fechadas, possibilitando a desobstrução de área útil.
70
Embora não tenha sido notada grande interferência na área útil do espaço, a abertura
de apenas uma das portas internas também é recomendada, por um controle maior do circuito
entre as salas. Por fim, observou-se que a Sala 3, com portas para a Sala 2, corredor e
auditório, possui maior amplitude entre as três salas. A síntese do diagnóstico das duas salas é
feita por meio da Figura 26.
No ambiente da Sala 3 também há uma janela menor, sem folhas, que permite a
passagem de luz e uma parede ampla, disponível para instalação de suportes informacionais,
ambas exibidas na figura a seguir.
71
Como considerações do diagnóstico, uma das intenções do projeto era que a instalação
da exposição pudesse ser realizada pela própria equipe do Museu, concluindo a condição de
baixo custo apresentada inicialmente. Fato que, pela equipe não possuir um arquiteto dentre
os profissionais idealizadores, limitou a possibilidade de intervenção sob as dinâmicas de
72
iluminação, onde houve preferência pela utilização da luz natural e iluminação difusa habitual
do teto já presente em todos os ambientes.
● Recursos disponíveis
Participantes
Execução Materiais
A primeira sala, que trata da introdução ao papel do Instituto Evandro Chagas e dos
agentes invisibilizados, é denominada de “Memórias Coletivas” (Figura 32). O diagnóstico
demonstrou que o melhor uso de seu espaço físico seria no aproveitamento da parede frontal à
porta de entrada, logo, a sua planta conceitual consiste no atravessamento de duas áreas.
75
O último módulo do percurso ainda conta com a instalação de uma armadilha de rede e
um painel dedicado às armadilhas. Na camada interior da sala, foram selecionadas fotografias
e objetos que contam sobre o papel de assistência às comunidades que esses pesquisadores
desempenharam no interior da Amazônia. Na parte superior do aquário, com o vidro retirado,
são dispostas uma câmera e a seleção de quatro fotografias, enquanto outros objetos são
colocados nas prateleiras inferiores. Na sala, também foi incluída a ideia de um suporte
sonoro, emitindo um relato pessoal da experiência vivida no trabalho de campo, podendo ser
excluído do percurso caso seja economicamente inviável ao MEV.
Com isso, finaliza-se o circuito e o visitante retorna ao corredor, tendo acesso à ficha
técnica da exposição. Na continuidade é utilizada a ferramenta de Jornada Emocional para
simular a interação dos possíveis visitantes com a narrativa construída.
pessoas reais, são então instrumentos para compreender o público da exposição “Memória &
Objetos”, e combinadas com a ferramenta de jornada emocional, permitem a visualização dos
cenários de interação com a exposição.
Com a colaboração dos outros idealizadores, as personas foram construídas a partir das
proposições de Lupton (2020), destacando o grau de familiaridade que elas possuíam com o
tema da exposição e suas expectativas. Já o mapa de jornada emocional foi pensado não para
destacar emoções positivas ou negativas no circuito, mas sim para determinar quais áreas
provocariam maior impacto na experiência. Isto é, o que, dentro da exposição Memória &
Objetos, suscitaria efeitos de reflexão, surpresa, satisfação e reverberação, levando o visitante
a se envolver emocionalmente com o conteúdo. De modo contrário, as áreas de “baixo
impacto” marcam um distanciamento e pouca conexão com o exposto. A Figura 35 explica
como as informações do mapa de jornada emocional são visualmente lidas.
Com três personas para representar o público principal, neste caso o público interno,
fez-se necessária a representação de funcionários do Instituto de diferentes setores. A primeira
persona, Luís Afim, é servidor atuante na área científica e foi construído imaginando um
visitante cujas expectativas seriam subvertidas pela mostra. Seus dados e sua jornada
emocional são descritos na Figura 36.
79
A segunda persona, Ane (Figura 37), do setor administrativo, serviu para representar
um tipo de visitante mais receptivo às ações do Museu, e que também possui conhecimentos
de nível básico sobre a instituição.
80
Por fim, a terceira persona, o técnico Jonas (Figura 38), é caracterizado pelo
saudosismo e por conhecer em profundidade os temas que serão abordados na exposição
devido à sua experiência no Instituto, sendo positivamente surpreendido por isso.
81
Participantes
Ivamara Lima Fernandes, Matheus Alves Herculano da Silva, Ana Paula Freitas e Clarissa Santos.
Itens
Discreto - Expansivo –
Clássico - Moderno –
Disruptivo - Conservador –
Jovial - Maduro –
Leve - Robusto –
Nostálgico - Atemporal –
83
Itens
Realista - Idealista –
Formal - Informal –
Simétrico - Assimétrico –
O instrumento foi aplicado como uma prática colaborativa, logo, não haviam escalas
individuais a serem preenchidas, e a Figura 39 mostra a resposta acordada entre os presentes.
Elementos
● Usar silhuetas dos objetos como moldura ou
iconográficos da
recorte de fotografias.
identidade
Com as diretrizes criativas definidas sobre cada componente da forma, partiu-se para a
tradução desses conceitos na comunicação visual da exposição “Memória & Objetos”.
A assinatura possui uma versão com uso do título principal do trabalho e duas versões
alternativas, com o título integral. Ela foi criada com base em uma família tipográfica
existente, que também aparece dentre as fontes escolhidas para os suportes informacionais,
aplicada em títulos e subtítulos.
Foram escolhidas duas tipografias que criam contraste entre si, uma serifada e uma
sem-serifa geométrica, mas que também harmonizam juntas em uma composição. A
tipografia para textos também foi selecionada pelo fator de legibilidade, possuindo uma altura
de x maior e traços consistentes.
Foi determinada como principal a cor azul, pois não só complementa os tons terrosos e
quentes do ambiente, mas também cria associações com a ciência, conhecimento, maturidade
e reflexão. Ao mesmo tempo em que pode representar distanciamento, também pode evocar a
uma memória do passado com sensibilidade. Para tornar a paleta mais sóbria, o azul é
combinado com o branco e preto, e uma quarta cor, com um tom entre laranja e caramelo, é
utilizada com restrição em detalhes e aplicações fora do ambiente físico.
O grid segue uma construção modular, feita a partir do lado de menor dimensão da
peça em que ele é aplicado. Localizado esse lado, a sua extensão é dividida em três unidades
principais, e cada unidade é dividida em outras cinco unidades secundárias. A Figura 41
exemplifica a construção do grid em peças de proporções diferentes.
Como visualizado a partir da figura, cada quadrado azul representa uma unidade
menor, e cada quadrado amarelo, uma unidade maior, composta do agrupamentos de 25
87
unidades menores. Desse modo, os espaçamentos entre elementos e as margens são definidos
com base na unidade menor da composição, e nas áreas livres o conteúdo é diagramado, tal
como a Figura 42 ilustra.
Dado que o conteúdo de cada desdobramento não havia sido revisado, os materiais
apresentados neste segmento são modelos e propostas que, futuramente, serão revisados e
ajustados para adequação aos textos curatoriais e seleção de imagens oficiais. Logo, as
aplicações desempenham o papel de ilustrar o funcionamento do sistema de identidade visual,
e enquanto algumas foram diagnosticadas como essenciais pela equipe, outras foram
sugeridas pelos designers, sem implementação real expressa.
● Folders informativos
Foram pensadas duas versões para o folder informativo da Memória & Objetos, que
poderiam ser entregues para divulgação ou como suporte informativo do percurso, a depender
do seu conteúdo interno. Para ambos, foi estipulado que a sua configuração viabilizasse uma
produção manual e de baixo-custo: com dimensões para serem fabricados na impressora do
90
MEV, como A4, e com preferência para impressão só na frente da folha; pouco uso de
recortes ou grampos, privilegiando o uso de dobras simples; e sem acabamentos ou facas
especiais.
O primeiro folder (Figura 44) possui uma dobra tipo abertura, em que as frações das
extremidades do papel se juntam escondendo o conteúdo interno. Nessa diagramação, a
história do Instituto é alcançada pelo atravessamento, ou abertura, dos objetos dispostos na
capa. O protótipo da Figura 45 simula a sua leitura.
O segundo folder parte de uma folha A4 dividida em seis frações que são dobradas ao
meio do papel, formando a frente e o verso do folheto, conhecida como dobra em cruz
carteira. A sua construção é clarificada pela Figura 46.
● Materiais de divulgação
Durante a dinâmica de criação de personas, foi estabelecido que a divulgação será feita
principalmente por meio eletrônico e comunicação interna, à exemplo do uso de e-mails
institucionais. Dessa forma, algumas peças digitais (Figura 48) para divulgação em
plataformas diversas foram criadas.
● Convite corporativo
Para justificar a sua produção, o convite pode ser usado para estreitar e firmar relações
com outras instituições museológicas e científicas paraenses, enviando-o não como uma
chamada individual, mas direcionado a grupos de trabalho completos e setores específicos
dessas outras organizações. A Figura 51 exibe o protótipo do convite, com dimensões
próximas ao real e faca especial simplificada, uma vez que foi produzido manualmente com
materiais comuns.
94
Figura 51 - Protótipo do convite corporativo, feito em impressora doméstica com corte manual.
Para os modelos de suportes informativos, tal qual com as outras aplicações, também
foi usado um texto de preenchimento padrão para testar diferentes arranjos e compor a
comunicação visual. Porém, restringiu-se o uso de ilustrações e diagramas em razão da falta
de conteúdo para conduzir a criação desses elementos, priorizando o uso de fotografias do
acervo do MEV.
No Módulo de Memórias Coletivas, foram criados quatro suportes informativos a
serem aplicados na frente e verso dos dois painéis móveis, e outros dois, nas paredes. O
primeiro tipo tem como função apresentar o tema da exposição e o Instituto ao visitante e,
ainda, homenagear os servidores e colaboradores. Como a Figura 52 mostra, os suportes de
parede possuem registros de décadas distintas alinhados horizontalmente, majoritariamente
retratando trabalhadores e pesquisadores nas escadarias do Casarão. Com um enfoque
fotográfico, tendo como texto apenas as legendas, a comunicação visual desses suportes
exprime a narrativa da sala de uma maneira menos impositiva, deixando a mensagem a ser
apreendida por quem anda pelo ambiente.
95
Como a Figura 53 retrata, o título da sala foi posicionado na parte inferior do painel, a
fim de que o texto informativo pudesse ser colocado mais próximo à linha de visão do
96
visitante, na parte superior. Para o verso do painel foi calculada a altura dos aquários, com e
sem o vidro expositor, que seriam postos na frente do suporte. As informações do verso,
portanto, são posicionadas apenas na área não obstruída pelo móvel. As fotografias e suas
legendas também foram aumentadas em comparação à frente do suporte, uma vez que
precisam ser lidas a uma distância de pelo menos cinquenta centímetros.
Foi concebido que os Suportes Informativos 9 e 12 (Figura 54) deveriam seguir uma
abordagem mais visual para passar a informação, destinando-os para diagramas ou
linhas-do-tempo. Enquanto que o do Módulo 2 apresenta somente um padrão de identidade
visual a ser empregado no conteúdo que os idealizadores estabelecerem, o do Módulo 3 foi
usado para destacar os deslocamentos que os pesquisadores faziam pela Amazônia Legal, com
o uso de um mapa com marcações e fotografias dos meios de transporte. Por fim, o Suporte
Informativo 13 possui dimensões horizontalizadas a fim de ser aplicado na parede ampla da
Sala 3, explicando os diferentes tipos de armadilhas que foram usadas nas pesquisas.
Por configurarem apenas modelos e proposições de suportes informativos, não foram
feitos testes de impressão das peças com a produção e material finais, sendo estes a plotter
institucional e os insumos utilizados pelo MEV em outras ações de comunicação. Logo, fica
definido que os protótipos serão produzidos em uma etapa posterior à entrega do Trabalho de
Conclusão de Curso, já com uma prévia do conteúdo oficial.
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informativos de parede, que do mesmo ponto de vista anterior, são obstruídos visualmente
pelos painéis móveis, trazendo o aspecto de surpresa conforme o ambiente é explorado.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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designer e diretora de criação. [S. l.]: MandacaruDesign, 2023. 1 vídeo (39 min). Disponível
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ARAÚJO, Flávio. Dinâmicas práticas: queremos, gostaríamos e não queremos. In: Medium
[S. l.]: UX Collective Brasil, 14 set. 2017. Disponível em:
https://brasil.uxdesign.cc/dinamica-pratica-queremos-nao-queremos-e-gostariamos-96bae260
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BAYER, Herbert. Aspects of design of exhibitions and museums. Curator: The Museum
Journal, [S. l.], v. 4, n. 3, p. 257-288, jul. 1961.
CALIARI, Renato. Modelo de dinâmica para ideação de produto ou serviço. In: Medium. [S.
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LUPTON, Ellen. O design como storytelling. Osasco, SP: Gustavo Gili, 2020. Tradução:
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LUPTON, Ellen; PHILIPS, Jennifer Cole. Novos fundamentos do design. São Paulo: Cosac
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SOUZA, Kelvin Santos de. O Instituto Evandro Chagas na grande imprensa do Pará: 80
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104
MÓDULO 2
NÃO CATALOGADO
Frasco de reagentes
MÓDULO 3
FTMEV 0206
Localizada no acervo do MEV –
Instituto Evandro Chagas. MEV 0042 MEV 0049
Hidrômetro Microscópio e case
MEV 0932
Puçá
114