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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA IV

Docente: HIPPOLYTE BRICE SOGBOSSI Turma: 01

SÃO CRISTÓVÃO/SE 2022/05

Danilo Rodrigues da Silva Junior

Resenha referente a segunda avaliação de antropologia IV.

O texto a seguir pretende estabelecer um breve diálogo em torno da observação


etnográfica em um bairro periférico de Porto Alegre, um trabalho exercido pela antropóloga
Claudia Fonseca. O foco da resenha será voltado para o capítulo 2 Aliados e Rivais na
Família, do livro Família, fofoca e honra: Etnografia de relações de gênero e violência em
grupos populares (FONSECA,2004).

Desta maneira, a autora inicia o capítulo constatando o desafio que etnólogos tendem
a enfrentar quando os estudos são voltados a formas familiares que se diferenciam da forma
dominante, logo, essas diferenciações serão presenciadas em seu trabalho de campo,
localizado na Vila do Cachorro Sentado. De súbito, nos deparamos com dados expostos por
ela quanto ao modelo familiar, segundo Fonseca, 90% dos casais viviam em uniões
consensuais1, além de que há uma frequência de 25% das famílias que são compostas por

1
Segundo o especialista em direito familiar Josino Ribeiro Neto: “Essas uniões são aquelas em que a
pessoa vive em companhia de cônjuge sem ter casado no civil ou no religioso. A união estável com
contrato registrado em cartório também é considerada consensual”
mães sozinhas com filhos, fora isso, Fonseca aponta a alta taxa de circulação de crianças,
metade das mães com mais de 20 anos tinham ao menos um filho em lar substituto e por fim
durante os dois anos de pesquisa 20% das mulheres se separaram (p.53). A antropóloga não
mede esforços para ilustrar alguns dados empíricos coletados, principalmente porque seu
objetivo ao decorrer do livro é a compreensão dessas configurações familiares, com isso, vai
atrás inclusive de alguns principais conceitos relacionados ao estudo de famílias populares ou
de baixa renda, porém, ela não só expõe conceitos e os utiliza como formas que explicam
perfeitamente a realidade social, a autora pretende acima de tudo, problematizar conceitos
como estratégia de sobrevivência, mulher chefe de família e família matrifocal, expressando
dessa forma, como essa pesquisa de campo ilustrou uma realidade que fintava a capacidade
esclarecedora desses conceitos.

Portanto, a idéia determinada pela autora é de expor os dados de campo para


investigar o que está implícito em torno da organização familiar nos ambientes populares,
logo, procura a versatilidade significativa presente em certos contextos, quando se trata das
noções de parentesco, todavia, não pretendendo negar a universalidade nem a pertinência do
modelo ocidental. Desde então, para esse desafio, Fonseca recorre à antropologia clássica,
sobre a oposição dos parentes consanguíneos e parentes afins. Logo, o objetivo não é expor
sobre a instabilidade conjugal nem seus motivos, mas sim de dar vida a esses arranjos do
cotidiano e por em um tom de relevância essas versatilidades das relações sociais,
explicitando formas menos esperadas da realidade social. (p.54)

Por conseguinte, no que se refere aos conceitos ligados a análise de famílias de baixa
renda, encontra-se a estratégia de sobrevivência, cabe a esse conceito explicar que práticas
particulares de segmentos populares são apenas adaptações às condições de extrema pobreza,
no entanto, Fonseca irá apontar as consequências de um possível determinismo e
reducionismo econômico, dando uma perspectiva extremamente utilitarista ao
comportamento das pessoas, sendo assim, um funcionalismo simplista

Parece ter como pressuposto implícito a naturalidade da unidade conjugal


(como se não fosse ela também uma “estratégia de sobrevivência”) em
oposição à funcionalidade da unidade mãe/filhos (como se não fosse ela
também o produto de um conjunto historicamente determinado de opções
culturais). (FONSECA, 2004, p.59)

Também, o conceito de mulher chefe de família ou família chefiada por mulher, é


constantemente usado para configurar unidades domésticas sem marido, sendo maiores, o
número de consanguíneos matrilaterais, a renda da mulher ou a influência feminina nas redes
de ajuda mútua (p.61). Assim, a mulher , mesmo que na visão do pesquisador, é considerada
o centro das decisões familiares. Sendo assim, esse conceito é problematizado pela autora,
por exemplo, o aumento dessas definições tem origem em três fontes, que podem
comprometer a análise, a primeira se trata da imagem estática da unidade residencial, da
confusão que há entre sistema familiar e unidade doméstica e da imprecisão ao redor do
poder doméstico, feminino ou masculino. Por exemplo, quando se trata da imagem estática
da unidade doméstica, Fonseca cita um questionário que é aplicado uma vez por família, essa
técnica demográfica demonstra vacilação, já que, a organização do grupo doméstico detém
flexibilidade e transformação constante, essas mutações ocorrem diversas vezes até mesmo
durante apenas um ano, a exemplo de separações conjugais, mudanças de moradia,
recasamentos, entre outras diversas mudanças.

Dessa maneira, é perigoso abordar certas tipologias, podendo haver confusões em


torno da noção de sistema familiar e unidade doméstica, afinal, os indivíduos atravessam
arranjos domésticos diferentes em várias etapas do circuito familiar. Portanto, é necessário
entender que as variáveis categorias residenciais se totalizam, sendo imprescindível
investigar como se totalizam, quando e o por que um arranjo doméstico anda de uma
categoria para outra, focalizando o sistema familiar como um processo. (p.62)

Assim sendo, segue a problematização, adentrando no conceito de matrifocalidade,


procura questionar se os homens são realmente ausentes nas unidades mãe/filhos,
principalmente no contexto da Vila, questiona se a mãe é detentora dessa liderança total sobre
seus filhos adultos, tecendo reflexões sobre a questão de poder doméstico. uma vez que o
sistema matrifocal surge enquanto um avanço teórico construído a partir da compreensão do
papel da mulher em relação ao seu laço materno, em contraposição ao lado conjugal que é
menos afetivo, configurando então na mulher um papel de coalizão em diversos aspectos da
realidade social, por mais justo ou claro que pareça, ainda não escapa das divergências e da
complexidade de determinados contextos. para Fonseca, mesmo que a oposição entre
parentes consanguíneos e parentes por aliança seja quase axiomática em muitos grupos
latino-americanos de baixa renda, outras características do próprio sistema matrifocal não
surgem exatamente dessa oposição. Ou seja, temos o exemplo de que no sistema matrifocal, a
autoridade da mãe vai se expandindo com a idade dos filhos, estabelecendo de certo modo,
um bloco político, porém, já vimos anteriormente um alto índice de circulação de crianças,
inclusive a própria autora cita esse fator, sobre pesquisas que constatam esse fator comum em
grupos populares desde a época colonial, estando intrínseco inclusive até a uma tradição
histórica brasileira, sendo um erro pensar isso apenas como uma anti norma (p.58), logo, o
processo em torno da autoridade materna está relacionada com o crescimento da intimidade
entre mãe/filhos durante sua adolescência e passagem para vida adulta, contudo, a
antropóloga indaga sobre como isso ocorreria se diversas mães nem moram com seus filhos
maiores.

Outrossim, é o fator que coloca as relações entre mulheres, no modelo matrifocal, em


um destaque, como as principais associações da rede familiar, e o argumento é que, isso
decorre pelas atividades em comum que elas detém, atribuídas a maternidade, o que para
Fonseca, pode ser um aspecto concluído ou favorecido pela metodologia, já que, pela
facilidade de observação em atividades familiares, e pela busca apressada de casos
matrifocais, ocorre a tendência de queimar etapas (p.65, e a partir de observação em algumas
atividades na Vila do Cachorro Sentado, os resultados seguem um rumo contrário em relação
ao modelo matrifocal, os laços de consanguinidade são importantes nas variáveis
designações, seja homem/homem, homem/mulher, não sendo determinado apenas pelos laços
mulher/mulher, eles são tão importantes quanto, reproduzindo uma rede de ajuda mútua.

Diante disso, a autora questiona se a solidariedade feminina está proporcionalmente


liga a questão materna, e demonstra que a cada 5 mulheres com filhos pequenos, apena suma
dividia o cuidado com alguma parenta (p.65), além do mais em algumas relações, havia uma
presença do pai, mesmo que de fora, com um apoio implícito. Desse modo, ela fortalece sua
argumentação com alguns dados empíricos sobre o estudo da dinâmica residencial,
principalmente sobre seu questionamento aos arranjos matrifocais.

Por outro lado, é destacado a coalizão mãe/filhos, na Vila foram constatados alguns
casos, desde mulheres assalariadas que viviam sem marido e com filhos adolescentes a
situações onde a mulher era de idade e seu filho adulto, situações como essa última inclusive,
não poderiam ser identificados como um caso de mulher chefe, já que o integrante mais novo
servia de contrapeso através de algumas responsabilidades, então, algumas divergências
relacionadas a matrifocalidade vão se mostrando mais presentes, sem esquecer das mães que
não viviam com seus filhos adolescentes. Fonseca constata que a vida reprodutiva das
mulheres começam dos 15 e seguem até 45 anos, e graças a instabilidade conjugal, ambos
servem como fatores e circunstâncias em que a mulher passa a depender durante parte da
vida, de um homem, geralmente pai dos filhos mais novos e que não são parentes dos mais
velhos. Esse fenômeno é importante na pesquisa, pois segundo Fonseca, o destino e a
subsistência da unidade doméstica irá depender do marido/pai, desse modo, o recasamento
aparece como uma ruptura maior que a separação, pois não só ocorre uma mudança de casa,
mas muitas vezes a mulher é obrigada a se desprender de seus filhos anteriores, como se o
que vai ocorrer em seguida, fosse a constituição de uma nova família. Desse jeito, Fonseca
ilustra alguns dados, por exemplo:

A metade das mulheres com mais de 20 anos já entregou pelo menos uma
criança aos cuidados de outrem: consangüíneos (23%), parentes afins (12%),
estranhos (22%) ou à Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor - FEBEM
(32%). (Não soubemos o destino de 11% das crianças “em circulação”).
(FONSECA, 2004, p.69)

Além do mais, a autora afirma que só havia dois ou três homens que sustentavam um
filhastro, mesmo assim, há um relato de que esse possível afeto entre as crianças da namorada
é só no começo, após um tempo, a mulher se vê em uma situação conflitante, visto isso, é
explícito no senso comum do bairro o seguinte, que “homem não é trouxa” por isso, não cria
filhos dos outros (p.69), porém, essa dispersão não é determinante em relação ao
enfraquecimento dos laços afetivos entre mãe e filhos, mas são de grande impacto quanto a
influência dessas crianças nas decisões domésticas, fazendo com que o poder da mulher em
relação ao companheiro seja limitado, mais tarde ela dá exemplos do peso masculino e de que
um filho pode influenciar nas relações de sua mãe e o marido, principalmente no que se trata
em defendê-la.

Outrossim, é de grande importância nessa pesquisa a análise da autora sobre a


interdependência dos esposos, aqui ela se pergunta por que a mulher não se estabelece mais
nas redes sociais, principalmente nas questões empregatícias, e existem fatores como o acesso
privilegiados dos homens aos meios de subsistência, seja nos aspecto de deter mais facilidade
em conseguir um trabalho ou até de receber melhor os seus salários, a autora aponta que na
Vila, entre 53 casais, apenas 4 mulheres são empregadas regularmente (p.71). È ilustrado
inclusive, o fator das crianças na vida da mãe, que conforme investigado, não são os
determinantes para essa conjuntura, nesse meio, é de descrédito para o homem quando uma
mulher sustenta a casa, e mesmo quando ocorre, a autoridade masculina se estende até´o
salário dela, por exemplo, quando os dois recebem, o dinheiro da mulher é obrigatoriamente
voltado para casa, enquanto o do homem, é destinado ao que ele quer fazer, a autora aponta
exemplos de quando o homem utiliza-o com amantes ou até mesmo o manda para sua própria
mãe. Além disso, a mulher que trabalha ganha uma jornada dupla, pois o trabalho doméstico
permanece sendo dela, ou seja, isso não aumenta o status dela e ainda mancha a imagem
pública do marido, esse precisa ser reconhecido socialmente como único provedor (p.74).

Ademais, Fonseca ao se aproximar do fim do capítulo, cita a solidariedade dos laços


de sangue e a precariedade dos laços conjugais, em relação à primeira, há um espírito de
camaradagem que se apresenta, as relações consanguíneas podem ser sintetizadas por algo do
tipo “sangue do meu sangue”, ou seja, esses laços parecem ser privilegiados na Vila,
enquanto os dos parentes afins são de certo modo, efêmeros, tal como “pode ter 50 maridos”,
“mas mãe é uma só” (p.75), por outro lado, quanto os laços conjugais, Fonseca vai apontar a
realidade em torno das questões matrimoniais, vimos no início do texto que a quantidade de
casamentos consensuais é exorbitante, no caso da Vila, poucas pessoas possuem documentos
que possibilitem um casamento por lei, e as questões burocráticas são um peso para que isso
ocorra, além dos pressupostos em torno do pós-casamento, em que muitas mulheres se
queixam do exagerado controle do marido, também há um apontamento sobre questões de
patrimônios e heranças, por exemplos, mulheres que tinham direito a uma pensão de um
falecido pai, mas ao se casarem perderam esse direito, então, o casamento ele não é tão
romantizado nesse contexto, e a autora deixa bastante claro como as relações consanguíneas
vão mostrando maior impacto na vida social, quando expressa o caso de uma irmã que visita
o irmão durante sua detenção, enquanto a mulher havia ido embora no primeiro mês (p.77).

Portanto, Fonseca expõe um tópico sobre a reciprocidade entre irmãos e irmãs,


destrinchando alguns papéis. Em primeiro, a importância do peso masculino, a autora volta a
mencionar o erro do reducionismo econômico, pois essas relações não se encerram por aí, há
um valor simbólico, aqui, ilustra a força que a presença de um homem na casa detém, pois
isso supostamente evitar possíveis assaltos, por outro lado, essa força pode voltar-se contra a
mulher, contudo, se essa tem um irmão, esse tem o direito de intervir. Essas questões vão
além, quando a questão da Dona Marlene é mencionada, essa, que não tem irmão nem pai
próximos, essa tenta garantir aliados masculinos, cultivando amizades adolescentes, com
comidas e conselhos. Assim, Dona Marlene estabeleceu um laço com um jovem maconheiro
(p.80), chefe de um grupo local, que inclusive já evitou que a mesma apanhasse do seu
marido, servindo como uma força apaziguadora.

Por outro lado, existe a contribuição da mulher na rede de parentesco, essas podem
compensar a ausência de uma cônjuge, fornecendo favores domésticos, porém, acima de
tudo, o apoio moral é presente em uma enorme escala. Fonseca cita o exemplo de um jovem
morto em uma briga local, e o papel das mães de ambos os envolvidos:

A mãe de um adolescente morto numa briga local glorificava a memória do


filho: “Era muito trabalhador; gostava mais de ficar em casa comigo do que ir
em baile. Sábado de noite, sempre ficava olhando televisão”. A mãe do
assassino, por sua vez, descrevia o crime como “aquele acidente que meu
filho teve”. Pagava uma fortuna em despesas legais para inocentar seu filho, e
espalhava a ideia de que o crime não era culpa dele, mas sim do caráter
“briguento” da vítima e da sua família. (FONSECA, 2004, p.81)

Sendo assim, é possível ver a defesa da honra masculina através das mulheres, além
disso,vemos o caráter útil da mulher em relação a processos burocráticos que os homens
se mostram inoperantes para esses, e também quando, um homem passa por separação
conjugal e o homem precisa manter suas influências sobre esses, os confia a uma parente,
além do que, mesmo quando está com a mãe, o contato é estabelecido através das avós e
tias paternas.

Por fim, Fonseca traz sutilezas sobre a presença masculina mesmo nas unidades
mães-filhos, apesar da sua taxa de 25%, os números podem enganar, é necessário um
olhar mais profundo, com a finalidade de encontrar especificidades em variáveis arranjos
domésticos, a presença masculina pode aparecer de formas diferentes, principalmente de
acordo com a idade da mulher, pois, mesmo em casos de mulheres “sozinhas” e com
menos de 45 anos, existia um homem assumindo o papel de defensor do lar, sejam
irmãos, ex-maridos ou até amantes. Existe um modelo, em que as mulheres adentram no
“mercado matrimonial” (p.84), por outra perspectiva, mulheres acima dos 45 anos, onde
algumas escolhem não obter marido, outras, com influência da alta taxa de mortalidade e
migração, carecem de homens dessa idade, desse modo, essas procuram morar perto de
seu filho adulto, contudo, boa parte das mulheres que viviam sozinhas, confirmaram estar
nessas condições por escolhas próprias. Logo, o estado conjugal não é em sua totalidade
visto como o único aceitável para uma jovem, por mais que a norma se imponha de forma
coercitiva (p.86), contudo, em idades avançadas a mulher pode exercer sua liberdade de
escolha.

Em conclusão, Finaliza o capítulo, mencionando o debate clássico por volta da


oposição entre consanguíneos e afins, cita inclusive, um dos antropólogos que foi presente
influente durante seus estudos, Radcliffe-Brown, esse que abre uma análise cômica, entre a
relação de um homem e seus sogros, afirmando que, mesmo que não sendo parentes, não
pertencendo ao seu grupo geracional, ainda não são estranhos. Ou seja, não sendo plenamente
familiares, nem estranhos, coincide então em uma situação que abrange as duas coisas ao
mesmo tempo, por causa disso, diversos conflitos se tornaram perceptíveis em sociedades
tradicionais. (p.87), em vista disso, Fonseca deixa em destaque a necessidade e o desafio que
é compreender a questão familiar em variados contextos, principalmente quando se trata de
possíveis oscilações em torno da conjugalidade e a consangüinidade, nas suas interações e em
seus valores simbólicos, não deixando de mencionar é claro, que essas relações devem ser
visualizadas sem reducionismos e a partir da sua contextualização, principalmente em torno
da rede extensa de parentes (p.88).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONSECA, Claudia. Família, fofoca e honra: etnografia de relações de gênero e violência


em grupos populares. 2ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.

¹ Uniões consensuais superam o casamento civil e religioso. São Paulo: JusBrasil, 2014.
Disponível
em:https://arpen-sp.jusbrasil.com.br/noticias/127239479/unioes-consensuais-superam-casame
nto-civil-e-religioso. Acesso em: 23 maio 2022.

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