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03 Falta de Espiritualidade

I Corintios 3.1 a 9 e 4.14 a 21

A espiritualidade cristã é uma expressão de devoção


que envolve o cristão em todas as dimensões de sua
vida. na relação consigo, com Deus, com o próximo e
com o meio ambiente, de terminando positivamente a
maneira de pensar, falar e agir.

Através da confissão, do louvor, da adoração, da


meditação, do jejum, da oração e de outras atitudes e
práticas cristãs, o crente exercita sua espiritualidade.
Quando há espiritualidade, a igreja vai bem; quando
não há, vai muito mal.

Diante disso, o presente estudo tem por objetivo


despertar o povo de Deus quanto às tristes
consequências da falta de espiritualidade, buscando
promover entre o povo de Deus uma espiritualidade
autêntica e mais visível.
CONTEXTUALIZAÇÃO

As questões tratadas por Paulo nos capítulos 3 e 4,


envolvendo a espiritualidade cristã, trazem
advertências e orientações, tanto para os membros da
igreja quanto para a liderança. O apóstolo exorta à
igreja, mostrando que as dissensões demonstram falta
de espiritualidade. A severidade da exortação é
amenizada por uma carinhosa admoestação.

Atualmente, também, percebe-se que muitos crentes


têm deixado a desejar na demonstração de uma
autêntica espiritualidade: percebe-se, ainda. que
alguns líderes não têm tratado a questão conforme as
orientações bíblicas. Daí, a importância da presente
abordagem acerca do problema da falta de
espiritualidade.

APLICAÇÕES

1. A falta de espiritualidade é demonstrada através


de atitudes mesquinhas
Essas atitudes mesquinhas são referidas no texto,
como segue:

. Ciúmes e contendas (3.3)

– Em Corinto, a falta de espiritualidade era notória.


Havia ciúmes e brigas entre membros da igreja Apesar
de ser algo extremamente vergonhoso e
constrangedor, tais atitudes ainda se repetem em
muitas igrejas hoje. A inveja e o ciúme continuam a
provocar contendas e divisões, dificultando o relaciona
mento entre alguns crentes e afetando o bem-estar da
igreja.

Na Carta aos Colossenses, Paulo recomenda algumas


virtudes que podem evitar ou corrigir essa
constrangedora situação (C13.12-16)

■ Disputas partidárias (3.4 - 9) –

A unidade cristã estava prejudica da, em função das


preferências de cada grupo. Uns se diziam de Paulo,
outros, de Apolo. Eles deixaram de compreender que
Paulo e Apolo eram apenas instrumentos nas mãos do
Senhor. "Enquanto os cristãos condicionarem a própria
fé à preferência por um pregador ou líder, demonstram
fé imatura. Agindo assim, estão sendo levados por
princípios que dividem e que são contrários ao princípio
básico que provém do Espírito: a unidade em Jesus
Cristo" (EP).

A atitude de endeusamento ou subestimação, desse ou


daquele pastor, ou líder, revela imaturidade e
carnalidade, pois, na verdade, ninguém é coisa alguma
3,7) Sendo assim, devemos substituir as disputas
partidárias pela cooperação (3, 8, 9);

■ Deturpação do evangelho (3.11) –

A falta de espiritualidade chega ao ponto de excluir a


centralidade de Cristo como o único fundamento,
deturpando assim o evangelho. Tal deturpação ocorria
em Corinto, como consequência das disputas;

▪ Supervalorização da sabedoria humana (3.18 - 23)


A sabedoria humana não é segura como critério único
e absoluto de avaliação. Segundo Leon Morris, "as
coisas de Deus não devem ser avaliadas de acordo
com as normas dos filósofos. Nunca devemos ser
sábios aos nossos próprios olhos, especialmente em se
tratando das coisas espirituais (Rm 12.16);

Julgamentos indevidos (4.4)

O tratamento que eles estavam dispensando aos


líderes, também demonstrava falta de espiritualidade.
Estavam fazendo um julgamento que não lhes cabia,
que não era de sua competência. Por isso Paulo lhes
diz: "não julguem ninguém antes da hora; esperem o
julgamento final, quando o Senhor vier (4.5, BLH). Essa
atitude, tão comum em nossas igrejas, quando algumas
pessoas assumem as prerrogativas de emitir juízos,
muitas vezes precipitados e infundados, é condenada
na Palavra de Deus e deve ser repudiada M1 7.1-3;1
4.11-12);

■ Autossuficiência (4.8) –
No entender de Leon Morris, "os coríntios não sentiam
falta de nada. Longe de progredirem na fé cristã,
estavam se aproximando da ideia estoica de
autossuficiência." Paulo ironiza a comunidade (4.8) e,
em seguida, contrasta a situação imaginária da igreja
com a real situação dos apóstolos (4.9-13). Essa
atitude dos coríntios nos faz lembrar também da igreja
de Laodiceia (Ap 3.14-22)

Por todas as atitudes aqui alistadas, os coríntios se


mostraram demasiadamente imaturos e pouco
espirituais. E você e sua igreja, como estão nessas
questões?

2. A falta de espiritualidade é desastrosa para a


vida cristã

Prejudica o crescimento na fé –

A falta de espiritualidade afeta diretamente o


crescimento pessoal. Por isso, devemos cultivar a
espiritualidade individualmente; não podemos ficar
dependendo dos outros nessa questão (1 Tm 1.18.19;
11 Tm 2.1.14.15). Devemos nos esforçar para fazer a
diferença (Tt 1.10-16: 2.1). Se não assumirmos tal
postura, o nosso crescimento ficará prejudicado por
causa dos outros;

Prejudica a unidade –

Já no primeiro capítulo da Carta, Paulo faz uma


exortação à unidade, tocando nas questões que fazem
parte do texto básico deste estudo (1.10-13). Quando
não há espiritualidade, não tem como haver unidade,
pois, esta é fruto e a mais veemente expressão
daquela. E oportuna a recomendação de Paulo aos
efésios (Ef 4.1-6);

Prejudica o testemunho-

A falta de espiritualidade enfraquece o testemunho da


igreja perante o mundo. Quando não há espiritualidade,
também não há amor e nem obras; e, segundo a Bíblia,
são essas atitudes que fortalecem o testemunho da
igreja (Mt 5.16; Jo 17.21).
3. A falta de espiritualidade precisa ser confrontada

Esse é um dos propósitos de Paulo ao escrever essa


carta. Mas, como e com que objetivo, a falta de
espiritualidade deve ser confrontada?

Com autoridade e amor (3.1-2; 4.14-21) –

Ao constatar que eles permaneciam crianças em Cristo,


Paulo se sente no dever de agir como pai. E essa ação
paternal se dá com autoridade e amor Pastores e
presbíteros devem se sentir desafiados a agir dessa
forma também (Il Tm 2.24,25). Agir com autoridade é
ter condições de se colocar como modelo para os
crentes (v.16; 1 Pe 5.1-3), E agir com amor é valorizar
mais o ser humano do que o problema.

É Matthew Henry quem disse: "É uma característica


feliz a do ministro do evangelho que possui espírito de
amor e mansidão como qualidades predominantes,
sem que com isso perca sua justa autoridade";

Com o objetivo de promover a maturidade cristã


- O propósito pelo qual a falta de espiritualidade deve
ser confrontada é a promoção da maturidade cristã. A
falta de espiritualidade é o oposto da maturidade. E o
cristão é chama do a crescer na fé, amadurecendo
espiritualmente (Ef 4.15-16. 1 Pe 2.1-2; 1 Pe 3.17-18).

A igreja irá bem, na medida em que os crentes tiverem


a convicção de que a falta de espiritualidade deve ser
superada pela maturidade crista. Tal convicção deve
nos motivar a buscar dia após dia a maturidade.

DISCUSSÃO

1. Em sua igreja, que sinais com provam a falta de


espiritualidade crista por parte de alguns?

2. Como vencer a falta de espiritualidade e alcançar a


maturidade cristã?

3. Na liderança de sua igreja, a autoridade e o amor têm


estado presentes na confrontação da falta de
espiritualidade?

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