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A FIDELIDADE ÀS DOUTRINAS CRISTÃS

(Lição 04 – 25 de Janeiro de 2015)

TEXTO ÁUREO
“Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus,
alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens
seguido.” 1Tm 4.6

VERDADE APLICADA
Precisamos estar atentos para não sermos levados por questões
enganosas, por pessoas que se acham detentores de revelações
especiais, disseminadoras de ideias egocêntricas, soberbas e cheias de
vaidades.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Identificar as causas do desvio doutrinário;

► Apontar as consequências do desvio doutrinário;

► Propor um retorno à fidelidade doutrinária.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
I Tm 1.3 - Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses
em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina,

I Tm 1.4 - Nem se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que


mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé;
assim o faço agora.

I Tm 1.5 - Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de


uma boa consciência, e de uma fé não fingida.

I Tm 1.6 - Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas;

I Tm 1.7 - Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que


dizem nem o que afirmam.

INTRODUÇÃO
A doutrina bíblica é a chave para sermos bem sucedidos na
caminhada cristã. Infelizmente, por não ser valorizada, assistimos uma
série de novas “doutrinas” surgindo, não para a glória de Deus e sim
para o próprio homem. Isso tem feito com que a Igreja do Senhor Jesus
experimente um desvio doutrinário e distancie-se do propósito para o
qual Deus designou.

1. DESVIO DOUTRINÁRIO DA IGREJA


Paulo exorta Timóteo a admoestar aos falsos ensinos que estavam
entrando na Igreja (1Tm 1.3). Esse desvio doutrinário se caracteriza
de várias formas, levando cristãos à distorção ou até mesmo ao
abandono da fé. Notemos como esses desvios se caracterizam:

1.1.Abandono do ensino bíblico e entrega às fábulas


Na igreja de Éfeso havia falsos mestres que enfatizavam extensas
genealogias judaicas, crendo que a salvação se baseava em ter uma
linhagem até Abraão. A palavra “fábula” é usada para descrever uma
narrativa fictícia e enganosa, uma história mítica que faz com que os
homens se afastem da verdade. Paulo instrui Timóteo a não permitir a
introdução desses novos métodos de ensino, incompatível com o legítimo
e genuíno Evangelho, pois ele sabia que isso traria deformação e
consequentemente vícios desnecessários à própria doutrina. A Bíblia
ensina no Novo Testamento que precisamos ter a mesma mente de Abraão
para sermos salvos (Rm 5.1,2). Não falo de participar de genealogias.
Nos dias atuais, precisamos estar atentos para não nos deixar levar
por questões enganosas, produzidas por líderes pretensiosos, que se
acham detentores de revelações especiais, disseminando ideias
egocêntricas, soberbas e cheias de vaidades, nos distanciando do
verdadeiro Evangelho (Gl 1.8).

1.2. Não aplicação do estudo das Escrituras


Paulo declara abertamente que os falsos mestres são ignorantes
quanto às verdades das Escrituras (1Tm 1.7). Eles queriam se tornar
“famosos” como mestres da Lei de Deus. Eles eram rasos, insensatos,
pobres no conhecimento de Deus. Eram cegos querendo guiar outros (Mt
15.14). Para quem deseja ensinar as Escrituras é preciso seguir o
exemplo de Esdras (Ed 7.10). Ele propôs, em seu coração, buscar,
cumprir e ensinar a Lei do Senhor. Infelizmente, essa sequência não
está sendo observada por muitos que lidam com o ensino das Escrituras.
Eles não se aplicam ao estudo da mesma, como orienta o apóstolo Paulo
(1 Tm 5.17). A expressão trabalhar dá ideia de um esforço sincero na
busca da compreensão do texto bíblico e do ensino.

1.3. Ensino das Escrituras com motivações impuras


Falsos ensinos, guiados por motivações impuras, são relatados em
diversas partes do Novo Testamento e são um contraste do que Jesus
ensinou (Mt 5.8). Há aqueles que ensinavam visando lucros (2Co 2.17),
outros por inveja e porfia (Fp 1.15), e ainda aqueles que visavam o
domínio do rebanho (1Pe 5.2,3; At 20.30). Esses falsos mestres,
contagiados por interesses próprios, tinham a fé adulterada e suas
almas distanciadas de Deus, submergidas em meio a um labirinto de
vaidades. À semelhança desses falsos ensinadores, ainda hoje existem
pessoas que estão trilhando o mesmo caminho, às quais precisamos estar
atentos, visto que seus ensinos não produzem verdadeira edificação.

Toda e qualquer fidelidade doutrinária é, aos olhos de Deus,


prostituição ou adultério (Tg 4.4). Qualquer desvio ou afastamento
doutrinário é causado por motivações humanas (2Tm 3.1-7). Nos dias
atuais prega-se a ideia do sinergismo, tirando a centralização de
Cristo e colocando em Seu lugar o homem e suas convicções pessoais.
Tais pessoas se tornam opositoras do Evangelho dando importância a
questões supérfluas, que têm com base um egocentrismo desmedido e
oportunista. Não resta dúvida que a cosmovisão atual de muitas igrejas
é antropocêntrica ou humanista. No século 21, o desvio doutrinário
está mais amalgamado, e de certa forma mais forte, pois no recheio se
encontram ideias como o pragmatismo, conceitos neoliberalistas e o
mundanismo, que está sendo assimilado em todos os seus tentáculos pós-
modernistas.

2. CONSEQUÊNCIAS DO DESVIO DOUTRINÁRIO DA IGREJA


Os efeitos do desvio doutrinário são perceptíveis aos olhos de
todos, pois aquele que se distancia do ensino salutar das Escrituras,
passa a ter dificuldades que o igualam às pessoas que não conhecem a
Cristo. Essas atitudes afastam as pessoas da Igreja, e, quando não as
afastam, faz com que se tornem instrumentos para a disseminação de
contendas entre os irmãos.

2.1. Afasta as pessoas da Igreja


O abandono da doutrina cristã afasta as pessoas da Igreja não
somente no âmbito físico, mas, acima de tudo, no âmbito espiritual. A
falta de amor, de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé
sincera promove um afastamento do propósito verdadeiro que foi dado à
Igreja desde sua fundação (At 4.31). O próprio Cristo nos ensinou que
nos últimos dias, por se multiplicar a iniquidade, o amor, qualidade
essencial à vida cristã, se esfriaria (Mt 24.12). Vemos assim que
tanto hoje como na época do apóstolo Paulo algumas igrejas vêm
sofrendo desvios doutrinários e, consequentemente, a perda de valores
fundamentais da fé cristã (1Tm 1.5).

2.2. Produz contenda e não edificação


Os falsos mestres estavam causando divisão e contendas trazendo
enormes prejuízos à obra de Deus. Havia o desejo de um se mostrar
melhor que o outro, gerando assim uma disputa dentro da Igreja. Eles
se tornaram verdadeiros agentes de Satanás, promovendo a desunião
familiar, intrigas entre os irmãos e mal-estar na Igreja. Os que
semeiam contendas entre os irmãos e trazem confusão para o meio da
Igreja são abominação ao Senhor (Pv 6.16-19). Esses desvio acarretava
problemas e divergências de ordem doutrinárias (1Tm 6.3-5; 2Tm 2.14),
pessoal e espiritual (1Co 3.1-3; Tg 4.1).

2.3. Alvo fácil de manipulação


A Igreja deve viver afastada do pecado em todas as suas
manifestações (Rm 6.1,2). O diabo tem usado tudo o que está ao seu
alcance para embaraçar a vida de santidade da Igreja, e seu método
mais poderoso para influenciar os crentes a usar e abusar das coisas
deste mundo são os meios de comunicação de massa (televisão),
internet, jornais, revistas, etc). O uso indevido desses meios, por
cristãos que se encontram despercebidos e insensíveis aos perigos que
os rondam, tem feitos com que os usos e costumes do mundo adentre em
suas vidas e incorpore seu dia a dia sem nenhum temor, enfraquecendo
suas vidas espirituais e tornando-os indiferentes ao propósito de
Deus.

Essa manipulação ocorre por falta de leitura e meditações nas


Escrituras e por não ouvidos aos ensinos pastorais. A consequência
disso é que se tornam preguiçosos e analfabetos espirituais,
ignorantes, meninos inconstantes(Ef 4.11-14). É preciso que leiamos
mais a Bíblia, que oremos mais, que frequentemos mais as reuniões de
ensino da Igreja (1Jo 2.15,17).

3. RETORNO À FIDELIDADE DOUTRINÁRIA


Ao lermos os escritos de Paulo a Timóteo entendemos que a
possibilidade de retorno não foi apenas para os insubordinados de sua
época, mas também para os de hoje. Portanto, esse retorno ocorrerá:

3.1. Quando anunciamos a Palavra com intenção pura


Preservar a Palavra de Deus em nosso coração é o único meio de
nutrir intensões puras, a fim de reter o amor de Deus em nós (Sl
119.11). A Palavra tem em si a condição de promover a purificação do
nosso homem interior discernindo pensamentos e intenções,
possibilitando que o Espírito Santo trate conosco, produzindo assim
uma fé sincera (Hb 4.12). Isso produz no cristão uma mente que está em
constante transformação, dando a este o entendimento necessário para
que viva uma vida de fidelidade, não se conformando com o mundo à sua
volta (Rm12.2). Somente cientes da vontade de Deus poderemos
compreender Seu amor, santificando cada vez mais nossas vidas em Sua
presença, vivendo com um coração puro e uma fé não fingida.

3.2. Quando produz transformação


Em sua ignorância e incredulidade, Paulo, por seu zelo pelo
judaísmo e motivação errada, ridicularizou os ensinos de Jesus e
perseguiu o povo de Deus. Porém, ao ter um encontro com Cristo, sua
vida foi completamente transformada (At 9.1-9). Quando entendemos o
verdadeiro objetivo da doutrina não apenas somos transformados em uma
nova criatura (2Co 5.17), como também recebemos condições para o
crescimento espiritual, (1Pe 2.2) até chegarmos à estatura de varão
perfeito (Ef 4.13).

3.3. Quando à doutrina é transmitida com graça


Consciente de o que faz o homem andar firme na presença de Deus
é o reconhecimento de Sua graça (1Co 1.4-9), Paulo ensina que nada que
façamos por meio de nossos esforços redundará em merecimento diante de
Deus (Ef 2.8,9). O que está em evidência é o Seu favor e o exercício
contínuo da fé, promovida através do conhecimento da Palavra de Deus,
transmitida a nós por meio da vida, ensino e morte de Jesus Cristo.

Ser fiel à doutrina bíblica é uma necessidade urgente a todo


cristão! Devemos estudar e meditar intensamente na Bíblia e nas
doutrinas cristãs para que sejamos defensores da fé (1Tm 1.18). Ser um
cidadão do Reino é ser poderoso na Palavra e na doutrina (Tt 1.9),
batalhando pela fé (Jd 3) para ter o discernimento bíblico e ético que
gera respostas mansas e cheias de temor a Deus (1Pe 3.15). É possível
caminhar nesta vereda conhecendo a Escritura Santa e manejando bem a
espada (2Tm 2.15,16). Lembre-se, a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus
(Rm 10.17), logo não existe fé sem o compromisso com a Palavra.
Compromissados com a vontade de Deus, estaremos inabaláveis, exortados
na doutrina, firmes, sem se desviar da verdade (2Tm 4.1-4).
CONCLUSÃO
Paulo instrui a Timóteo e a nós que nunca devemos nos apegar às
doutrinas cristãs apenas na teoria, mas sim na prática diária, com a
intenção de resgatar aqueles que estão se distanciando. Esse trabalho
feito com amor não fingido, tendo a fidelidade como bandeira, nos fará
firmes até a volta de Cristo.

QUESTIONÁRIO
1. O que significa a palavra “fábula”?
R. Essa palavra é usada para descrever uma narrativa fictícia e
enganosa, uma história mítica (1Tm 1.4).
2. Qual era o objetivo da instrução do apóstolo Paulo?
R. Não permitir a introdução desses novos métodos de ensino,
incompatíveis com o legítimo e genuíno Evangelho (1Tm 1.3).
3. Qual deve ser a nossa posição contra os falsos ensinos?
R. Não nos deixar ser levados por questões enganosas, produzidas por
líderes pretensiosos (Gl 1.8).
4. Quais são as consequências do desvio doutrinário?
R. O afastamento das pessoas da Igreja e a produção de contendas entre
os irmãos (Pv 6.16-19).
5. O que devemos fazer para retornar a fidelidade doutrinária?
R. Anunciar a Palavra com intenção pura, ter a vida transformada pelos
ensinos das Escrituras e transmitir o ensino da graça (1Tm 1.8).

FONTES:
REVISTA BETEL - JOVENS E ADULTOS. Fidelidade. Rio de Janeiro:
Editora Betel – 1º Trimestre de 2015. Ano 25 n° 94.Lição 4 – A
fidelidade às doutrinas cristãs

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