Wef 2023

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Os riscos globais
Relatório 2023
18ª Edição
RELATÓRIO DE INSIGHT
Em parceria com Marsh McLennan e Zurich Insurance Group

Janeiro de 2023 Relatório de Riscos Globais 2023
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Relatório de Riscos Globais 2023 2

Conteúdo
4 Prefácio
5 Visão geral da metodologia
6 Sumário executivo
13 Capítulo 1: Riscos Globais 2023: A Crise de Hoje
13 1.1 Crise atual
14 1.2 O caminho para 2025
15 Crise de custo de vida
17 Desaceleração econômica
19 Guerra econômica
21 hiato de ação climática
23 Polarização social
25 1.3 Olhando para o futuro
26 Notas finais
29 Capítulo 2: Riscos Globais 2033: As Catástrofes de Amanhã
29 2.1 O mundo em 2033
31 2.2 Ecossistemas naturais: além do ponto sem volta
35 2.3 Saúde humana: perma-pandemias e desafios de capacidade crônica
38 2.4 Segurança humana: novas armas, novos conflitos
42 2.5 Direitos digitais: privacidade em perigo
46 2.6 Estabilidade econômica: sobreendividamento global
50 Notas finais
57 Capítulo 3: Rivalidades de Recursos: Quatro Futuros Emergentes
57 3.1 Antecipar “policrises”
57 3.2 Policrise: recursos naturais, clima e cooperação
60 3.3 Quatro futuros para 2030
67 Notas finais
69 Capítulo 4: Conclusão: a preparação é possível?
73 Notas finais
74 Apêndice A – Notas Técnicas: Pesquisa Global de Percepção de Riscos 2022-2023
79 Apêndice B – Pesquisa de Opinião Executiva: Percepções de Risco Nacional
96 Reconhecimentos
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Prefácio
Saadia Zahidi
Diretor-gerente
O Relatório de Riscos Globais do ano passado alertou No entanto, atenção e recursos tão necessários estão sendo
que uma recuperação econômica divergente da pandemia de desviados de riscos emergentes ou em rápida aceleração para
COVID-19 arriscava o aprofundamento das divisões em ecossistemas naturais, saúde humana, segurança, direitos digitais
um momento em que a colaboração era necessária com urgência e estabilidade econômica que podem se tornar crises e
para enfrentar os desafios globais iminentes. No entanto, apesar catástrofes na próxima década.
das lições duramente aprendidas sobre a interdependência dos Uma era de baixo crescimento, baixo investimento e baixa
riscos globais, poucos teriam previsto a extensão da instabilidade cooperação prejudica ainda mais a resiliência e a capacidade
que logo se desenrolaria, desta vez impulsionada por uma nova de administrar choques futuros. Reconhecendo a crescente
guerra na Europa. complexidade e incerteza, o relatório também explora as conexões
entre esses riscos. A análise se concentra em uma "policrise"
As consequências econômicas e de saúde da pandemia rapidamente potencial, relacionada à escassez de recursos naturais,
se transformaram em crises agravadas. como alimentos, água e metais e minerais, ilustrando as
As emissões de carbono aumentaram, à medida que a consequências socioeconômicas e ambientais associadas por
economia global pós-pandêmica voltou a crescer. Alimentos e meio de um conjunto de futuros potenciais.
energia tornaram-se armas pela guerra na Ucrânia, levando
a inflação a níveis não vistos em décadas, globalizando uma crise
de custo de vida e alimentando a agitação social. A mudança O relatório é sustentado por nossa Pesquisa Global de
resultante na política monetária marca o fim de uma era Percepção de Riscos anual, que reúne as principais
econômica definida pelo fácil acesso à dívida barata e terá percepções de mais de 1.200 especialistas da rede diversificada
vastas ramificações para governos, empresas e indivíduos, do Fórum Econômico Mundial. desenha
ampliando a desigualdade dentro e entre os países. sobre a inteligência coletiva dos maiores especialistas em riscos
do mundo, incluindo o Conselho Consultivo de Riscos Globais
e a Comunidade de Diretores de Risco, bem como especialistas
Como o conflito entre a Rússia e a Ucrânia temáticos da academia, negócios, governo, comunidade
se aproxima um ano, as economias e sociedades não se internacional e sociedade civil. O relatório também se
recuperarão facilmente de choques contínuos. Na Pesquisa beneficiou muito da experiência das plataformas do Fórum
Global de Percepção de Riscos deste ano, mais de quatro Econômico Mundial, que trabalham diariamente para promover
em cada cinco entrevistados anteciparam uma volatilidade mudanças tangíveis e positivas para o sistema a longo
consistente nos próximos dois anos. A persistência dessas prazo. Somos profundamente gratos aos nossos parceiros de
crises já está remodelando o mundo em que vivemos, dando longa data no desenvolvimento do relatório: Marsh McLennan e
início à fragmentação econômica e tecnológica. Um esforço Zurich Insurance Group.
contínuo para a resiliência nacional em setores estratégicos terá um
custo – que apenas algumas economias podem suportar. A dinâmica
geopolítica também está criando ventos contrários significativos A edição de 2023 do Relatório de Riscos Globais destaca
para a cooperação global, que muitas vezes atua como uma as múltiplas áreas em que o mundo está em um ponto
barreira para esses riscos globais. crítico de inflexão. É um apelo à ação, para nos prepararmos
coletivamente para a próxima crise que o mundo pode enfrentar e,
ao fazê-lo, traçar um caminho para um mundo mais estável e
A 18ª edição do Relatório de Riscos Globais considera esse cenário resiliente.
de tensões geopolíticas latentes e confluência de riscos
socioeconômicos. Ele identifica os riscos percebidos mais
graves para as economias e sociedades nos próximos
dois anos. O foco coletivo do mundo está sendo canalizado
para a “sobrevivência” das crises atuais: custo de vida, polarização
social e política, abastecimento de alimentos e energia,
crescimento morno e confronto geopolítico, entre outros.

Visão geral
da metodologia
A Pesquisa de Percepção de Riscos Globais (GRPS) sustenta Consulte o Apêndice A: Notas Técnicas: Pesquisa de
o Relatório de Riscos Globais há quase duas décadas e é a Percepção de Riscos Globais 2022-2023 para obter mais
principal fonte de dados originais de riscos globais do Fórum detalhes, incluindo definições relevantes para cada um dos 32
Econômico Mundial. O GRPS deste ano reuniu os riscos globais.
principais insights sobre o cenário de riscos globais em
evolução de mais de 1.200 especialistas da academia, Para complementar os dados do GRPS sobre riscos
empresas, governos, comunidade internacional e sociedade civil. globais, o relatório também se baseia na Pesquisa de Opinião
As respostas para o GRPS 2022-2023 foram recolhidas de 7 de Executiva (EOS) do Fórum Econômico Mundial para
setembro a 5 de outubro de 2022. identificar os riscos que representam a ameaça mais grave
para cada país nos próximos dois anos, conforme
identificados por mais de 12.000 líderes empresariais em
“Risco global” é definido como a possibilidade de 121 economias. Quando considerados no contexto do
ocorrência de um evento ou condição que, se ocorrer, GRPS, esses dados fornecem informações sobre as
impactaria negativamente uma proporção significativa preocupações e prioridades locais e apontam para
do PIB global, população ou recursos naturais. O GRPS possíveis “pontos críticos” e manifestações regionais de
2022-2023 incluiu os seguintes componentes: riscos globais. Consulte o Apêndice B: Pesquisa de
Opinião Executiva: Percepções de Risco Nacional para obter mais detalhe
• O Outlook convidou os entrevistados a preverem Por fim, o relatório integra as opiniões dos principais
volatilidade para fornecer contexto para a evolução do especialistas para gerar previsões e apoiar a análise
cenário de riscos globais. dos dados da pesquisa. O Relatório de Riscos Globais reúne
contribuições de mais de 40 colegas nas plataformas do
• A gravidade avaliou o provável impacto percebido dos Fórum Econômico Mundial.
riscos globais em um horizonte de um, dois e 10 anos, Insights qualitativos também foram coletados de mais de
para ilustrar o desenvolvimento potencial de riscos globais 50 especialistas da academia, empresas, governo,
individuais ao longo do tempo. comunidade internacional e sociedade civil por meio de
reuniões comunitárias, entrevistas privadas e workshops
• Consequências pediu aos entrevistados que considerassem temáticos realizados de julho a novembro de 2022. Isso inclui
os impactos potenciais de um risco surgindo, para o Conselho Consultivo de Riscos Globais e o Diretor de
destacar as relações entre os riscos globais e o Riscos Comunidade Oficiais. Consulte Contribuidores para
potencial para agravar crises. obter mais detalhes.
• Preparação para riscos e governança convidada

entrevistados para avaliar a eficácia atual da gestão de
riscos globais e refletir sobre quais partes interessadas
estão em melhor posição para gerenciá-los com eficácia,
para obter oportunidades de ação e colaboração global.
• Questões qualitativas sobre riscos originam conhecimento

especializado para identificar riscos novos e emergentes.

Sumário executivo
Os primeiros anos desta década marcaram um período desenvolvimento após décadas de progresso,
particularmente perturbador na história humana. O retorno desenvolvimento rápido e irrestrito de tecnologias de uso
a um “novo normal” após a pandemia do COVID-19 foi duplo (civil e militar) e a crescente pressão dos impactos e
rapidamente interrompido pela eclosão da guerra na Ucrânia, ambições das mudanças climáticas em uma janela cada
dando início a uma nova série de crises de alimentos e vez menor para a transição para um mundo de 1,5°C.
energia – desencadeando problemas que décadas de Juntos, eles estão convergindo para moldar uma década
progresso tentaram resolver. única, incerta e turbulenta que está por vir.
Com o início de 2023, o mundo enfrenta uma série de O Relatório de Riscos Globais 2023 apresenta os resultados
riscos que parecem totalmente novos e assustadoramente da última Pesquisa de Percepção de Riscos Globais (GRPS).
familiares. Vimos um retorno de riscos “antigos” – inflação, Usamos três prazos para entender os riscos globais. O
crises de custo de vida, guerras comerciais, saídas de Capítulo 1 considera o crescente impacto das crises atuais
capital de mercados emergentes, agitação social (ou seja, riscos globais que já estão se desenrolando)
generalizada, confronto geopolítico e o espectro da guerra sobre os riscos globais mais graves que muitos esperam que
nuclear – que poucos líderes empresariais e formuladores de ocorram no curto prazo (dois anos).
políticas públicas têm experimentado. Estes estão sendo O Capítulo 2 considera uma seleção de riscos que
amplificados por desenvolvimentos comparativamente novos provavelmente serão mais graves no longo prazo (10 anos),
no cenário de riscos globais, incluindo níveis insustentáveis de explorando riscos econômicos, ambientais, sociais,
dívida, uma nova era de baixo crescimento, baixo geopolíticos e tecnológicos emergentes ou em rápida
investimento global e desglobalização, um declínio na aceleração que podem se tornar os riscos de amanhã
FIGURA A Riscos globais classificados por gravidade no curto e longo prazo

"Por favor, estime o impacto provável (gravidade) dos seguintes riscos ao longo de um período de 2 e 10 anos"
2 anos 10 anos
1 Crise de custo de vida 1 Falha em mitigar as mudanças climáticas
2 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 2 Falha na adaptação às mudanças climáticas
3 Confronto geoeconômico 3 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
4 Falha em mitigar as mudanças climáticas 4 Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema
5 Erosão da coesão social e polarização social 5 Migração involuntária em larga escala
6 Incidentes de dano ambiental em grande 6 Crises de recursos naturais

escala
7 Falha na adaptação às mudanças climáticas 7 Erosão da coesão social e polarização social
8 Crime cibernético generalizado e insegurança cibernética 8 Crime cibernético generalizado e insegurança cibernética
9 Crises de recursos naturais 9 Confronto geoeconômico
10 Migração involuntária em larga escala 10 Incidentes de dano ambiental em grande

escala
Categorias de risco Econômico Ambiental geopolítico social Tecnológica
Fonte
Fórum Econômico Mundial Riscos Globais

Pesquisa de Percepção 2022-2023.

Governos e bancos centrais podem enfrentar pressões

inflacionárias obstinadas nos próximos dois anos,
principalmente devido ao potencial de uma guerra
prolongada na Ucrânia, gargalos contínuos de uma
pandemia persistente e guerra econômica estimulando a
dissociação da cadeia de suprimentos. Os riscos negativos
para as perspectivas econômicas também são grandes. Um
desequilíbrio entre as políticas monetária e fiscal aumentará
a probabilidade de choques de liquidez, sinalizando
uma desaceleração econômica mais prolongada e
sobreendividamento em escala global. A continuação da
inflação impulsionada pela oferta pode levar à estagflação,
cujas consequências socioeconômicas podem ser graves,
dada uma interação sem precedentes com níveis
historicamente altos de dívida pública. A fragmentação
econômica global, as tensões geopolíticas e a reestruturação
mais difícil podem contribuir para uma dívida generalizada nos próximos 1
Mesmo que algumas economias experimentem uma

crises. O Capítulo 3 imagina futuros de médio prazo, aterrissagem econômica mais suave do que o esperado,
explorando como as conexões entre os riscos emergentes o fim da era das taxas de juros baixas terá ramificações
descritos nas seções anteriores podem evoluir coletivamente significativas para governos, empresas e indivíduos. Os
para uma “policrise” centrada na escassez de recursos efeitos indiretos serão sentidos de forma mais aguda
naturais até 2030. O relatório conclui considerando as pelas partes mais vulneráveis da sociedade e pelos Estados
percepções do estado comparativo de preparação para esses já frágeis, contribuindo para o aumento da pobreza, fome,
riscos e destacando facilitadores para traçar um curso protestos violentos, instabilidade política e até colapso do Estado.
para um mundo mais resiliente. Abaixo estão as principais As pressões econômicas também irão corroer os ganhos
conclusões do relatório. obtidos pelas famílias de renda média, estimulando o
descontentamento, a polarização política e os
apelos por melhores proteções sociais em países de todo o mundo.
O custo de vida domina os riscos Os governos continuarão a enfrentar um perigoso ato de
equilíbrio entre proteger uma ampla faixa de seus cidadãos de
globais nos próximos dois anos,
uma crise prolongada de custo de vida sem incorporar a
enquanto o fracasso da ação climática inflação – e atender aos custos do serviço da dívida à
domina a próxima década medida que as receitas são pressionadas por uma crise
econômica, uma transição cada vez mais urgente para novos
sistemas energéticos e um ambiente geopolítico
A próxima década será caracterizada por crises menos estável. A nova era econômica resultante pode ser
ambientais e sociais, impulsionadas por tendências de crescente divergência entre países ricos e pobres e o
geopolíticas e econômicas subjacentes. A “crise do custo de primeiro retrocesso no desenvolvimento humano em
vida” é classificada como o risco global mais grave nos décadas.
próximos dois anos, com pico no curto prazo. “Perda de
biodiversidade e colapso do ecossistema” é visto como um dos
riscos globais de deterioração mais rápida na próxima A fragmentação geopolítica impulsionará
década, e todos os seis riscos ambientais figuram entre os 10
a guerra geoeconômica e aumentará o
principais riscos nos próximos 10 anos. Nove riscos são
apresentados nos 10 principais rankings, tanto no curto quanto
risco de conflitos em vários domínios
no longo prazo, incluindo “Confronto geoeconômico” e
“Erosão da coesão social e polarização social”, ao lado A guerra econômica está se tornando a norma, com
de dois novos participantes no ranking: “Crime cibernético confrontos crescentes entre as potências globais e a
generalizado e insegurança cibernética” e “Migração intervenção estatal nos mercados nos próximos dois anos.
involuntária em grande escala”. As políticas econômicas serão usadas defensivamente, para
construir autossuficiência e soberania de potências rivais,
mas também serão cada vez mais implantadas ofensivamente
para restringir a ascensão de outros. O armamento
Com o fim de uma era econômica, geoeconômico intensivo destacará as vulnerabilidades de
segurança impostas pela interdependência
a próxima trará mais riscos de
comercial, financeira e tecnológica entre economias
estagnação, divergência e globalmente integradas, arriscando um ciclo crescente de
angústia desconfiança e dissociação. À medida que a geopolítica
supera a economia, um aumento de longo prazo na produção
ineficiente e no aumento dos preços torna-se mais provável.
As consequências econômicas do COVID-19 e da guerra na Pontos críticos geográficos que são críticos para o
Ucrânia provocaram uma inflação vertiginosa, uma rápida funcionamento eficaz do sistema financeiro e econômico global,
normalização das políticas monetárias e iniciaram uma era de em particular na Ásia-Pacífico, também representam uma preocupação c
baixo crescimento e baixo investimento.

Os entrevistados do GRPS prevêem que os confrontos

interestaduais permanecerão em grande parte de natureza
econômica nos próximos 10 anos. No entanto, o recente
aumento nos gastos militares e a proliferação de novas
tecnologias para uma gama mais ampla de atores
podem levar a uma corrida armamentista global em tecnologias emergentes.
O cenário de riscos globais de longo prazo pode ser
definido por conflitos em vários domínios e guerra assimétrica,
com a implantação direcionada de armamento de nova
tecnologia em uma escala potencialmente mais destrutiva
do que a observada nas últimas décadas. Os mecanismos
transnacionais de controle de armas devem se adaptar
rapidamente a esse novo contexto de segurança, para
fortalecer os custos morais, reputacionais e políticos
compartilhados que atuam como um impedimento à escalada acidental e intencional.
A tecnologia exacerbará as
desigualdades, enquanto os riscos da
segurança cibernética continuarão
sendo uma preocupação constante
O setor de tecnologia estará entre os alvos centrais de

políticas industriais mais fortes e maior intervenção estatal. Os esforços de mitigação climática e
Estimulados por auxílios estatais e gastos militares, bem como
adaptação climática são configurados para
por investimentos privados, a pesquisa e o desenvolvimento
de tecnologias emergentes continuarão em ritmo acelerado uma troca arriscada, enquanto a
na próxima década, gerando avanços em IA, computação natureza entra em colapso
quântica e biotecnologia, entre outras tecnologias. Para
os países que podem pagar, essas tecnologias
fornecerão soluções parciais para uma série de crises Os riscos climáticos e ambientais são o foco central das
emergentes, desde o enfrentamento de novas ameaças percepções de riscos globais na próxima década – e são os
à saúde e uma crise na capacidade de saúde até o aumento riscos para os quais parecemos estar menos preparados. A
da segurança alimentar e a mitigação do clima. Para aqueles falta de um progresso profundo e coordenado nas metas
que não podem, a desigualdade e a divergência climáticas expôs a divergência entre o que é cientificamente
crescerão. Em todas as economias, essas tecnologias também necessário para alcançar o zero líquido e o que é politicamente
trazem riscos, desde o aumento da desinformação e viável. As crescentes demandas de recursos dos setores
desinformação até uma rotatividade incontrolavelmente rápida público e privado de outras crises reduzirão a velocidade e a
em empregos de colarinho azul e branco. escala dos esforços de mitigação nos próximos dois anos,
juntamente com o progresso insuficiente no apoio à adaptação
No entanto, o rápido desenvolvimento e implantação de necessário para as comunidades e países cada vez mais
novas tecnologias, que geralmente vêm com protocolos afetados pelos impactos das mudanças climáticas.
limitados que regem seu uso, apresentam seu próprio
conjunto de riscos. O entrelaçamento cada vez maior de
tecnologias com o funcionamento crítico das sociedades À medida que as crises atuais desviam recursos dos riscos que
está expondo as populações a ameaças domésticas diretas, surgem a médio e longo prazo, os encargos sobre os
incluindo aquelas que buscam destruir o ecossistemas naturais aumentarão devido ao seu papel
funcionamento social. Juntamente com o aumento do crime ainda subestimado na economia global e na saúde global do
cibernético, as tentativas de interromper recursos e planeta. A perda da natureza e as mudanças climáticas
serviços habilitados para tecnologia crítica se tornarão mais estão intrinsecamente interligadas – uma falha em uma
comuns, com ataques previstos contra agricultura e água, esfera afetará a outra. Sem mudanças políticas ou investimentos
sistemas financeiros, segurança pública, transporte, energia significativos, a interação entre os impactos das mudanças
e infraestrutura de comunicação doméstica, espacial e climáticas, a perda de biodiversidade, a segurança
submarina. Os riscos tecnológicos não se limitam apenas a alimentar e o consumo de recursos naturais acelerará o
atores desonestos. A análise sofisticada de conjuntos de dados colapso do ecossistema, ameaçará o suprimento de
maiores permitirá o uso indevido de informações pessoais alimentos e os meios de subsistência em economias vulneráveis
por meio de mecanismos legais legítimos, enfraquecendo ao clima, amplificará os impactos dos desastres naturais e
a soberania digital individual e o direito à privacidade, mesmo em limitará o progresso futuro sobre mitigação climática.
regimes democráticos bem regulamentados.

FIGURA B Perspectivas globais de curto e longo prazo

"Qual das seguintes opções melhor caracteriza sua perspectiva para o mundo no curto prazo (2 anos) e no longo prazo (10 anos)?
2% 2%
2 anos 13% 69% 14%
10 anos 20% 34% 26% 11% 9%
Pontos de inflexão progressivos e crises persistentes que levam a resultados catastróficos
Consistentemente volátil em economias e setores com choques múltiplos acentuando trajetórias divergentes
Ligeiramente volátil com surpresas localizadas ocasionais

Volatilidade limitada com relativa estabilidade
Estabilidade renovada com um renascimento da resiliência global
Fonte
Fórum Econômico Mundial, Pesquisa Global
de Percepção de Riscos 2022-2023.
As crises de alimentos, combustível choque global está diminuindo. Nos próximos 10 anos, menos
países terão margem fiscal para investir em crescimento futuro,
e custos exacerbam as vulnerabilidades
tecnologias verdes, educação, assistência e sistemas de
sociais, enquanto o declínio dos saúde. A lenta decadência da infraestrutura e serviços públicos
em mercados em desenvolvimento e avançados pode ser
investimentos no desenvolvimento humano
relativamente sutil, mas o acúmulo de impactos será altamente
corroem a resiliência futura
corrosivo para a força do capital humano e do desenvolvimento –
um mitigador crítico para outros riscos globais enfrentados.
As crises agravadas estão ampliando seu impacto nas sociedades,
afetando os meios de subsistência de uma seção muito mais
ampla da população e desestabilizando mais economias no
mundo do que comunidades tradicionalmente vulneráveis e Estados À medida que a volatilidade em vários
frágeis. Com base nos riscos mais graves que devem impactar em
2023 – incluindo “Crise de abastecimento de energia”, “Aumento
domínios cresce em paralelo, o risco
da inflação” e “Crise de abastecimento de alimentos” – uma de policrises se acelera
crise global de custo de vida já está sendo sentida. Os impactos
econômicos foram amortecidos por países que podem pagar, Choques simultâneos, riscos profundamente interconectados
mas muitos países de baixa renda estão enfrentando várias crises: e erosão da resiliência estão dando origem ao risco de policrises
dívida, mudança climática e segurança alimentar. As pressões – onde crises díspares interagem de tal forma que o impacto
contínuas do lado da oferta correm o risco de transformar a atual geral excede em muito a soma de cada parte. A erosão da
crise do custo de vida em uma crise humanitária mais ampla nos cooperação geopolítica terá efeitos em cascata no cenário de riscos
próximos dois anos em muitos mercados dependentes de globais no médio prazo, inclusive contribuindo para uma
importações. potencial policrise de riscos ambientais, geopolíticos e
socioeconômicos inter-relacionados relacionados à oferta e
A agitação social e a instabilidade política associadas não serão demanda de recursos naturais.
contidas nos mercados emergentes, pois as pressões econômicas
continuam a esvaziar a faixa de renda média. A crescente frustração
dos cidadãos com as perdas no desenvolvimento humano e O relatório descreve quatro futuros potenciais centrados em
o declínio da mobilidade social, juntamente com uma lacuna escassez de alimentos, água, metais e minerais, todos os quais podem
cada vez maior em valores e igualdade, representam um desafio desencadear uma crise humanitária e ecológica – de guerras de
existencial para os sistemas políticos em todo o mundo. A eleição de água e fome à superexploração contínua de recursos ecológicos
líderes menos centristas, bem como a polarização política entre as e uma desaceleração na mitigação e adaptação climática .
superpotências econômicas nos próximos dois anos, também
podem reduzir ainda mais o espaço para a resolução coletiva de Dadas as relações incertas entre os riscos globais, exercícios de
problemas, fraturando alianças e levando a uma dinâmica mais volátil. previsão semelhantes podem ajudar a antecipar possíveis conexões,
direcionando medidas de preparação para minimizar a escala
e o escopo das policrises antes que elas surjam.
Com uma crise no financiamento do setor público e preocupações de
segurança concorrentes, nossa capacidade de absorver o próximo

Nos próximos anos, como continua, as crises alavancar a interconectividade entre os riscos globais
simultâneas incorporam mudanças estruturais no cenário pode ampliar o impacto das atividades de mitigação de
econômico e geopolítico, acelerando os outros riscos riscos – fortalecer a resiliência em uma área pode ter um
que enfrentamos. Mais de quatro em cinco efeito multiplicador na preparação geral para outros riscos
Os entrevistados do GRPS antecipam uma volatilidade relacionados. Como uma perspectiva econômica em
consistente nos próximos dois anos, no mínimo, com choques deterioração traz compensações mais difíceis para os
múltiplos acentuando trajetórias divergentes. No entanto, os governos que enfrentam preocupações sociais, ambientais e
inquiridos são geralmente mais optimistas a longo prazo. de segurança concorrentes, o investimento em resiliência
Pouco mais da metade dos entrevistados antecipa uma deve se concentrar em soluções que abordem múltiplos riscos,
perspectiva negativa, e quase um em cada cinco como o financiamento de medidas de adaptação que
entrevistados prevê volatilidade limitada com estabilidade trazem co-benefícios de mitigação climática, ou investimento
relativa – e potencialmente renovada – nos próximos 10 anos. em áreas que fortalecem o capital humano e o desenvolvimento.
De fato, ainda há uma janela para moldar um futuro Alguns dos riscos descritos no relatório deste ano estão
mais seguro por meio de uma preparação mais eficaz. próximos de um ponto crítico. Este é o momento de agir de
Abordar a erosão da confiança nos processos forma coletiva, decisiva e com uma visão de longo prazo
multilaterais aumentará nossa capacidade coletiva de para traçar um caminho para um mundo mais positivo,
prevenir e responder a crises transfronteiriças inclusivo e estável.
emergentes e fortalecer as barreiras que temos para
lidar com riscos bem estabelecidos. Além disso,
FIGURA C Cenário de riscos globais: um mapa de interconexões
Uso de armas Uso de armas de

destruição em massa de destruição em massa Conflito interestadual Conflito interestadual
Resultados adversos Resultados adversos
de tecnologias de fronteira de tecnologias de fronteira Confronto Geoeconômico

Confronto Geoeconômico
Ineficácia de Ineficácia das
Cibercrime generalizado Cibercrime generalizado
Concentração de energia digital Concentração de energia digital instituições multilaterais instituições multilaterais
e ciberinsegurança e ciberinsegurança
Desigualdade digital Desigualdade digital Ataques terroristas Ataques terroristas
Desinformação e Desinformação e
desinformação desinformação
Detalhamento da infra-estrutura crítica Detalhamento
da infra-estrutura crítica da informação infraestrutura da informação
Ambiental Incidentes de
danos ambientais Incidentes de danos
Desastres naturais e Desastres naturais

colapso do estado colapso do estado
e clima extremo clima extremo
Falha na mitigação Falha na mitigação das
mudanças climáticas mudanças climáticas
Migração involuntária em
grande escala Migração involuntária em grande escala
Perda de biodiversidade e Perda de biodiversidade

Erosão da coesão social Erosão da coesão social
e colapso do ecossistema colapso do ecossistema
Proliferação de atividades econômicas ilícitas Falha de Falha de

Recursos naturais Crises de recursos
Proliferação de atividades econômicas ilícitas adaptação às mudanças climáticas
naturais Crises
Mental grave Deterioração
adaptação às mudanças climáticas
grave da saúde mental Deterioração da saúde
Colapso de uma cadeia de abastecimento sistemicamente

Doenças infecciosas Doenças infecciosas Condições crônicas de saúde Condições crônicas de saúde
importante Cadeia de abastecimento importante do sistema
Crise de emprego Crise de emprego
Colapso ou falta de infraestrutura pública Colapso ou falta Falha em estabilizar trajetórias de preços Falha em estabilizar trajetórias de preços
de infraestrutura e serviços públicos infraestrutura e serviços
Crise da dívida Crise da dívida
Crise do custo de vida Crise do custo de vida

Recessão econômica prolongada Recessão
econômica prolongada
Estouro da bolha de ativos Estouro da bolha de ativos
Nós Arestas
Influência do risco Influência relativa
Alto Alto
Médio Médio
Baixo Baixo Econômico Ambiental social

Categorias de risco geopolítico Tecnológica
Fonte

FIGURA D Atualmente manifestando riscos

“Por favor, classifique os 5 principais riscos atualmente manifestados em ordem de quão severo você acredita que seu impacto será em nível global em 2023”
1 2 3 4 5
Crise de abastecimento de energia Crise de custo de vida inflação crescente Crise de abastecimento de alimentos Ataques cibernéticos
em infraestrutura crítica
Fonte Categorias de risco Econômico Ambiental geopolítico social Tecnológica

FIGURA E Riscos globais classificados por gravidade

"Por favor, estime o impacto provável (gravidade) dos seguintes riscos ao longo de um período de 2 e 10 anos"
Curto prazo Longo prazo
1 Crise de custo de vida 1 Falha em mitigar as mudanças climáticas
2 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 2 Falha na adaptação às mudanças climáticas
3 Confronto geoeconômico 3 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
4 Falha em mitigar as mudanças climáticas 4 Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema
6 Incidentes de danos ambientais em grande escala 6 Crises de recursos naturais
8 Cibercrime generalizado e insegurança cibernética 8 Cibercrime generalizado e insegurança cibernética
9 crises de recursos naturais 9 Confronto geoeconômico
10 Migração involuntária em grande escala 10 incidentes de danos ambientais em grande escala
11 crises de dívida 11 Desinformação e desinformação
12 Falha em estabilizar trajetórias de preços 12 Ineficácia das instituições multilaterais e da cooperação internacional
13 Recessão económica prolongada 13 conflito interestadual
14 conflito interestadual 14 crises de dívida
15 Ineficácia das instituições multilaterais e da cooperação internacional 15 Crise do custo de vida
16 Desinformação e desinformação 16 Detalhamento da infraestrutura de informações críticas
17 Colapso de uma indústria ou cadeia de suprimentos sistemicamente importante 17 Concentração de energia digital
18 Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema 18 Resultados adversos das tecnologias de fronteira
19 crises de emprego 19 Falha em estabilizar trajetórias de preços
20 doenças infecciosas 20 Doenças crônicas e problemas de saúde
21 Uso de armas de destruição em massa 21 Recessão económica prolongada
22 estouros de bolha de ativos 22 Colapso do Estado ou grave instabilidade
23 Deterioração grave da saúde mental 23 crises de emprego
24 Detalhamento da infraestrutura de informações críticas 24 Colapso de uma indústria ou cadeia de suprimentos sistemicamente importante
25 Colapso do Estado ou grave instabilidade 25 Deterioração grave da saúde mental
26 Doenças crônicas e problemas de saúde 26 Colapso ou falta de infraestrutura e serviços públicos
27 Colapso ou falta de infraestrutura e serviços públicos 27 doenças infecciosas
28 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 28 Uso de armas de destruição em massa
29 Concentração de energia digital 29 Proliferação de atividades econômicas ilícitas
30 ataques terroristas 30 Desigualdade digital e falta de acesso a serviços digitais
31 Desigualdade digital e falta de acesso a serviços digitais 31 estouros de bolha de ativos
32 Resultados adversos das tecnologias de fronteira 32 ataques terroristas
Fonte Categorias de risco Econômico Ambiental geopolítico social Tecnológica

FIGURA F Percepções sobre preparação e governança
Nome do risco Preparação para riscos Governança de risco

Por favor, indique a eficácia atual da gestão de riscos, Qual conjunto de partes interessadas pode gerenciar o
levando em consideração os mecanismos existentes para risco com mais eficiência?
prevenir a ocorrência do risco ou se preparar para mitigar
seu impacto
Ataques terroristas
Doenças infecciosas
Detalhamento da infraestrutura de informações críticas
Explosões de bolhas de ativos
Doenças crônicas e condições de saúde
Uso de armas de destruição em massa
Colapso ou falta de infraestrutura e serviços públicos
Recessão econômica prolongada
Resultados adversos das tecnologias de fronteira
Proliferação de atividades econômicas ilícitas
Crime cibernético generalizado e insegurança cibernética
crises de emprego
Colapso do estado ou instabilidade grave
Desigualdade digital e falta de acesso a serviços digitais
Colapso de uma indústria ou cadeia de suprimentos sistemicamente importante
Falha em estabilizar trajetórias de preços

Crises de dívida
conflito interestadual
Ineficácia das instituições multilaterais e da cooperação internacional

Confronto geoeconômico
Concentração de energia digital

Deterioração grave da saúde mental
Incidentes de dano ambiental em grande escala
Crise de custo de vida
Migração involuntária em larga escala
Erosão da coesão social e polarização social

Desastres naturais e eventos climáticos extremos
Crises de recursos naturais
Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema

Desinformação e desinformação
Falha na adaptação às mudanças climáticas
Falha em mitigar as mudanças climáticas
0 25 50 75 100 0 25 50 75 100
Categoria de risco Percepção parte interessada
Econômico Altamente ineficaz Governo local

Ambiental Ineficaz governo nacional
geopolítico Eficácia indeterminada Bilateral
social Altamente efetivo Vários países
Tecnológica Eficaz Regional
Organização Internacional
Negócios
Fonte Cooperação público-privada


Janeiro de 2023 Relatório de Riscos Globais 2023 Crise de hoje
1 Riscos Globais 2023:

Crise de hoje
1.1 crises atuais
Com o cenário global dominado por riscos manifestos, que provavelmente serão mais graves em dois
apresentamos este ano três prazos para entender os anos e 3) riscos que provavelmente serão mais graves
riscos globais: 1) crises atuais (ou seja, riscos globais em 10 anos. Este capítulo aborda as perspectivas
que já estão se desenrolando), 2) riscos para os dois primeiros prazos. A maioria dos respondentes ao
FIGURA 1.1 Atualmente manifestando riscos

“Por favor, classifique os 5 principais riscos atualmente manifestados em ordem de quão severo você acredita que seu impacto será em nível global em 2023”
N.º superior
dos entrevistados
Crise de abastecimento de energia
inflação crescente
Ataques cibernéticos
em infraestrutura crítica
Crise de abastecimento de alimentos
Interrupções nas cadeias de suprimentos

globais de produtos não alimentícios
Compartilhamento
respondentes
de
Armamento da política
econômica
Falha em definir e cumprir
Crise de débito as metas nacionais de net-zero
Enfraquecimento dos direitos humanos
Ondas contínuas de COVID-19
Falhas estruturais nos Implantação de armas nucleares
sistemas de saúde
Implantação de armas químicas e biológicas
Classificação Classificação mais alta
Fonte


A Pesquisa Global de Percepção de Riscos (GRPS) 2022-2023 dinâmicas geopolíticas – com a difusão de poder entre países de
elegeu “Crise de abastecimento de energia”; “Crise do custo diferentes sistemas políticos e econômicos – estão coincidindo
de vida”; “Inflação crescente”; “Crise de abastecimento de com uma paisagem econômica em rápida mudança,
alimentos” e “Ciberataques em infraestrutura crítica” estão dando início a uma era de baixo crescimento, baixo investimento
entre os principais riscos para 2023 com maior potencial de e baixa cooperação e um declínio potencial no desenvolvimento
impacto em escala global (Figura 1.1). humano após décadas de progresso.
Aqueles que estão fora do top 5 do ano, mas continuam
preocupados, incluem: falha no cumprimento
metas zero; armamento da política econômica; enfraquecimento O resultado é um cenário de riscos globais que parece totalmente
dos direitos humanos; uma crise da dívida; e falha das cadeias de novo e estranhamente familiar. Há um retorno de riscos
abastecimento não alimentares. “antigos” que são compreendidos historicamente, mas
vivenciados por poucos nas atuais gerações de empresários
As manchetes de notícias em todo o mundo tornam esses e formuladores de políticas públicas. Além disso, há
resultados pouco surpreendentes. No entanto, suas implicações desenvolvimentos relativamente novos no cenário de risco
são profundas. Nosso “novo normal” global é um retorno ao global. Estes incluem níveis historicamente altos de
básico – alimentação, energia, segurança – problemas que dívida pública e, em alguns casos, do setor privado; o ritmo
nosso mundo globalizado pensava estar em uma trajetória para cada vez mais acelerado do desenvolvimento tecnológico e seu
resolver. Esses riscos estão sendo amplificados pela saúde entrelaçamento sem precedentes com o funcionamento
persistente e pelo excesso econômico de uma pandemia crítico das sociedades; e a crescente pressão dos impactos
global; uma guerra na Europa e sanções que impactam uma e ambições das mudanças climáticas em um período de
economia globalmente integrada; e uma crescente corrida transição cada vez mais curto. Juntos, eles estão convergindo
armamentista tecnológica sustentada pela competição para moldar uma década de 2020 única, incerta e turbulenta.
industrial e maior intervenção estatal. Mudanças estruturais
de longo prazo para
1.2 O caminho para 2025

A evolução complexa e rápida do cenário de riscos globais está Houve algumas diferenças notáveis entre as respostas dos
aumentando a sensação de desconforto. Mais de quatro em cada entrevistados do governo e das empresas, com “Crises de dívida”,
cinco respondentes do GRPS anteciparam uma volatilidade “Falha em estabilizar trajetórias de preços”, “Falha em
consistente nos próximos dois anos, no mínimo, com choques mitigar as mudanças climáticas” e “Falha na adaptação às
múltiplos acentuando trajetórias divergentes (Figura 1.10). mudanças climáticas” apresentando mais destaque para
os governos, e “Crime cibernético generalizado e insegurança
cibernética” e “Incidentes de danos ambientais em larga escala”
Os entrevistados do GRPS veem o caminho para 2025 apresentando maior valor para os negócios (Figura 1.3).
dominado por riscos sociais e ambientais, impulsionados
por tendências geopolíticas e econômicas subjacentes
(Figura 1.2). As seções a seguir exploram os casos mais graves
FIGURA 1.2 Riscos globais classificados por gravidade no curto prazo (2 anos)
1 Crise de custo de vida 6 Incidentes de dano ambiental em grande

escala
2 Desastres naturais e clima extremo 7 Falha na adaptação às mudanças climáticas

eventos
3 Confronto geoeconômico 8 Cibercrime generalizado e insegurança cibernética
4 Falha em mitigar as mudanças climáticas 9 Crises de recursos naturais
Fonte


FIGURA 1.3 Gravidade por parte das partes interessadas no curto prazo (2 anos)
Governo Negócios
1 Crise de custo de vida 1 Crise de custo de vida
2 Desastres naturais e clima extremo 2 Desastres naturais e clima extremo
3 Falha em mitigar as mudanças climáticas 3 Confronto geoeconômico
4 Confronto geoeconômico 4 Crime cibernético generalizado e insegurança cibernética
5 Falha na adaptação às mudanças climáticas 5 Incidentes de dano ambiental em grande escala
6 crises de dívida 6 Erosão da coesão social e

polarização
7 Erosão da coesão social e 7 Falha em mitigar as mudanças climáticas

polarização
8 Falha em estabilizar trajetórias de preços 8 Crises de recursos naturais
9 Cibercrime generalizado e insegurança cibernética 9 Crises de dívida
10 Recessão econômica prolongada 10 Falha na adaptação às mudanças climáticas
Fonte

riscos globais que muitos antecipam nos próximos dois anos, Embora as cadeias de suprimentos globais tenham se adaptado
no contexto dos crescentes impactos e constrangimentos parcialmente, com pressões significativamente menores do
impostos pelas inúmeras crises que hoje se fazem sentir. que o pico registrado em abril do ano passado,3 os choques de
São elas: crise do custo de vida, desaceleração econômica, guerra preços nas necessidades básicas superaram
geoeconômica, hiato de ação climática e polarização social. significativamente a inflação geral nesse período (Figura 1.4).
Descrevemos as tendências atuais associadas a cada risco, O Índice de Preços da FAO atingiu o nível mais alto desde sua
abordamos brevemente as razões por trás deles e observamos criação em 1990, em março do ano passado.4 Estima-se que os
suas implicações emergentes e efeitos indiretos. preços da energia permaneçam 46% acima da média em 2023
em relação às projeções de janeiro de 2022.5 O relaxamento
das políticas de COVID-19 da China pode aumentar ainda mais
os preços da energia e das commodities - e testará a
Crise de custo de vida resiliência das cadeias de suprimentos globais se as mudanças

nas políticas permanecerem imprevisíveis à medida que as infecções aumenta
Classificado como o risco global mais grave nos próximos dois A crise do custo de vida foi amplamente percebida pelos
anos pelos entrevistados do GRPS, uma crise global de custo entrevistados do GRPS como um risco de curto prazo, com pico
de vida já está aqui, com pressões inflacionárias atingindo de gravidade nos próximos dois anos e diminuindo depois
desproporcionalmente aqueles que menos podem pagar. disso. Mas a persistência de uma crise global de custo de vida
Mesmo antes da pandemia de COVID-19, o preço das pode resultar em uma proporção crescente das partes mais
necessidades básicas – itens não descartáveis, como vulneráveis da sociedade sem acesso às necessidades básicas,
alimentos e moradia – estava aumentando.1 Os custos alimentando agitação e instabilidade política. As interrupções
aumentaram ainda mais em 2022, principalmente devido a contínuas na cadeia de suprimentos podem levar a um
interrupções contínuas nos fluxos de energia e alimentos núcleo de inflação rígido, principalmente em alimentos e
da Rússia e Ucrânia. Para conter os preços domésticos, cerca de energia. Isso poderia alimentar novos aumentos nas taxas de juros,
30 países introduziram restrições, incluindo proibições de aumentando o risco de sobreendividamento, uma desaceleração
exportação, em alimentos e energia no ano passado, econômica prolongada e um ciclo vicioso para o planejamento
aumentando ainda mais a inflação global.2 Apesar da última fiscal.
extensão, a ameaça iminente de a Rússia sair do Acordo de
Exportação de Grãos do Mar Negro levou a uma volatilidade Apesar de alguma melhora durante a pandemia, a dívida das
significativa no preço de commodities essenciais. famílias tem aumentado em alguns

FIGURA 1.4 Aumento de preços em necessidades básicas, 2020-2022
Alta renda Renda média alta

30 30
25 25
20 20
15 15
(porcentagem)
Inflação
10 10
5 5
0 0
-5 -5
janeiro maio setembro janeiro maio setembro janeiro maio setembro janeiro maio setembro janeiro maio setembro janeiro maio setembro
de 2020 de 2021 de 2022 de 2020 de 2021 de 2022
Renda média-baixa Baixa renda

30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
-5 -5
janeiro maio setembro maio setembro janeiro maio setembro maio setembro janeiro maio setembro maio setembro janeiro maio setembro janeiro maio setembro janeiro maio setembro
de 2020 de 2021 de 2022 de 2020 de 2021 de 2022
CPI todos os itens Alimentos e bebidas não alcoólicas Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis
Fonte Observação
FMI, Índice de Preços ao Consumidor. Inflação média homóloga, por grupo de rendimentos.
economias. As taxas globais de hipotecas atingiram seu nível mais alto em preocupações, deixando os países emergentes e em desenvolvimento com
mais de uma década. Algumas estimativas sugerem que o aumento das muito menos espaço fiscal para proteger suas populações no futuro.
taxas equivale a um aumento de 35% nos pagamentos de hipotecas para
os proprietários.6 A inflação dos aluguéis também seguiu o exemplo –
nos Estados Unidos Tanto a acessibilidade quanto a disponibilidade de necessidades básicas
Nos Estados Unidos da América, estima-se que atinja um pico de mais de podem alimentar a instabilidade social e política. No ano passado,
8% em maio deste ano, antes de diminuir,7 afetando apenas o aumento dos preços dos combustíveis levou a protestos
desproporcionalmente os grupos socioeconômicos mais baixos, com maior em cerca de 92 países, alguns dos quais resultaram em convulsões
probabilidade de alugar, mas menos capazes de pagar aumentos nos preços dos aluguéis.
políticas e mortes, juntamente com greves e ações industriais.10 O
Os aposentados também serão afetados, pois as pensões não impacto da insegurança continuará a ser sentido de forma mais aguda
acompanharão o ritmo da inflação mais alta.8 Custos mais altos de em estados já vulneráveis – incluindo Somália, Sudão, Sudão do Sul e a
alimentos, energia e moradia, causando rendas reais mais baixas, República Árabe da Síria – mas também pode exacerbar a instabilidade
resultarão em compensações nos gastos essenciais, piorando os em países que enfrentam crises simultâneas de alimentos e dívidas,
resultados de saúde e bem-estar das comunidades. como Tunísia, Gana, Paquistão, Egito e Líbano.11
Os impactos econômicos são muitas vezes atenuados por políticas fiscais

expansivas e programas governamentais em países que
podem arcar com eles.9 As economias avançadas continuam a implementar Uma combinação de eventos climáticos extremos e oferta restrita
medidas, muitas das quais têm uma abordagem abrangente - variando pode levar a atual crise do custo de vida a um cenário catastrófico de
de limites nas contas de eletricidade, descontos em combustível e fome e angústia para milhões em países dependentes de importações
subsídios passagens de transporte público para consumidores, controle ou transformar a crise energética em uma crise humanitária nos
de exportação de alimentos, isenção de impostos, auxílio estatal mercados emergentes mais pobres.
aprimorado e apoio às empresas afetadas. A pressão resultante sobre
os saldos fiscais pode exacerbar a sustentabilidade da dívida Escassez de energia - como resultado de desligamentos do
fornecedor ou danos naturais, acidentais ou intencionais

a oleodutos e redes de energia – pode causar Desaceleração econômica

apagões generalizados e fatalidades se combinado com
condições meteorológicas extremas sazonais. Há também
uma possibilidade material de ocorrer uma crise global de A edição do ano passado do Relatório de Riscos
abastecimento de alimentos em 2023, com a continuação Globais alertou que a inflação, a dívida e o aumento das
da guerra na Ucrânia, o efeito defasado de um aumento no taxas de juros eram riscos emergentes. Hoje, governos
preço de fertilizantes no ano passado e o impacto de e bancos centrais – liderados por mercados desenvolvidos,
condições climáticas extremas na produção de alimentos em notadamente os Estados Unidos da América, a zona do
regiões importantes. As estimativas sugerem que mais de euro e o Reino Unido da Grã-Bretanha – caminham na
800.000 hectares de terras agrícolas foram destruídos corda bamba entre administrar a inflação sem
pelas enchentes no Paquistão – aumentando desencadear uma recessão profunda ou prolongada e
significativamente os preços das commodities em um proteger os cidadãos de uma crise econômica. crise de vida
país que já enfrentava uma inflação recorde de 27% . África, ao mesmo tempo em que atende a cargas de dívida
Norte de África e África Austral, agravando a insegurança historicamente altas. Os respondentes do setor público ao
alimentar.13 GRPS classificaram as crises da dívida (nº 6), falha em
estabilizar trajetórias de preços (nº 8) e “recessão econômica
prolongada” (nº 10) entre os 10 principais riscos nos próximos dois anos
Embora algumas regiões prevejam rendimentos acima da
média no próximo ano, choques inesperados de Gerenciar a inflação é uma preocupação mundial. A “inflação
produção ou transporte em exportadores importantes – rápida e/ou sustentada” também foi destacada como um dos
incluindo escassez de água na Holanda e secas e perda cinco principais riscos nos próximos dois anos em 89 dos
de insetos em grande escala nos Estados Unidos da países pesquisados no EOS, um aumento significativo
América e no Brasil14 – ou controles impostos por esses desde 2021 (Figura 1.5). Foi classificado como a
países podem desestabilizar ainda mais a segurança principal ameaça em vários países do G20 – incluindo
alimentar global, explorada no Capítulo 3: Rivalidades de Brasil, Coreia do Sul e México – embora as pressões
recursos. “Graves choques ou volatilidade nos preços de inflacionárias tenham afetado tanto as economias
commodities” foi um dos cinco principais riscos nos desenvolvidas quanto as em desenvolvimento. As taxas
próximos dois anos em 47 países pesquisados pela de inflação subiram acima de 80% na Argentina e
Pesquisa de Opinião Executiva (EOS) do Fórum, Türkiye, enquanto Zimbábue, República Bolivariana da
enquanto “Graves crises de oferta de commodities” foram Venezuela, Líbano, República Árabe da Síria e Sudão
registradas como um risco mais localizado, como um registraram inflação de três dígitos. A inflação nos Estados
dos principais -cinco preocupações em 34 países, incluindo Unidos da América atingiu um pico superior a 9% em junho
na Suíça, Coréia do Sul, Cingapura, Chile e Türkiye. Os do ano passado e atingiu recordes no Reino Unido da Grã-
efeitos catastróficos da fome e da perda de vidas também Bretanha e na zona do euro em outubro, em 11,1% e 10,6%,
podem ter efeitos colaterais mais distantes, à medida que respectivamente, forçando as taxas de juros a subir e infligindo
aumenta o risco de violência generalizada e a migração involuntária. mais prejuízos aos economias emergentes.15
FIGURA 1.5 Percepções de risco nacional: inflação

"Quais são os cinco riscos com maior probabilidade de representar a maior ameaça ao seu país nos próximos dois anos?"
A. Falha em estabilizar trajetórias de preços, 2021 B. Inflação rápida e/ou sustentada, 2022
Classificação Classificação
1 10 20 30 1 10 20 30
Fonte
Pesquisa de Opinião Executiva do Fórum Econômico Mundial 2022.

As projeções mais recentes do FMI antecipam um declínio Mesmo que as consequências econômicas permaneçam
da inflação global de quase 9% em 2022 para 6,5% este ano comparativamente contidas, prevê-se que o crescimento
e 4,1% em 2024, com uma desinflação mais acentuada nas global desacelere para 2,7% em 2023, com cerca de um terço
economias avançadas.16 No entanto, os riscos negativos da economia mundial enfrentando uma recessão técnica –
para as perspectivas são grandes . A complexidade da o terceiro perfil de crescimento mais fraco em mais de 20
dinâmica inflacionária está criando um ambiente de política anos.18 Essa desaceleração será liderado por mercados
desafiador tanto para o setor público quanto para os bancos avançados, com crescimento projetado caindo para 1,1% em
centrais, dada a combinação de fatores de demanda e oferta, 2023, enquanto as maiores economias – UE, China e Estados
incluindo uma guerra prolongada na Ucrânia e crise de oferta Unidos da América – enfrentam desafios contínuos de
de energia associada, potencial para sanções crescentes e crescimento. No entanto, para as economias em
gargalos contínuos de uma pandemia persistente ou novas desenvolvimento, existe o risco de mais dificuldades
fontes de controles do lado da oferta. econômicas e trade-offs mais difíceis. Uma inflação
persistentemente alta e uma contenção mais desordenada
aumentarão a probabilidade de crescimento econômico
Dado o baixo desemprego atual nas economias estagnado, choques de liquidez e sobreendividamento em
avançadas, as pressões persistentes sobre os preços escala global. Os importadores de energia, em particular,
provavelmente levarão a taxas de juros mais altas para evitar sofrerão o impacto dos preços mais altos da energia
o desâncora da inflação. Os bancos centrais aceleraram a decorrentes de um dólar americano fortalecido, mas sua força contínua est
normalização pós-pandemia da política monetária. Quase 90%
(33 de 38) dos bancos centrais monitorados pelo Bank for Os fluxos de capital globalizados nas últimas décadas
International Settlements aumentaram as taxas de juros em aumentaram a exposição dos mercados emergentes e em
2022, uma mudança drástica em relação às condições desenvolvimento ao aumento das taxas de juros,
financeiras frouxas que caracterizaram a década anterior.17 especialmente aqueles com uma alta proporção de dívida
Com um rápido aumento nas taxas, o risco de as denominada em dólares, como Argentina, Colômbia e
consequências não intencionais e o erro de política são altos, Indonésia.19 Restrição precoce da política monetária em
com possível superação levando a uma recessão econômica muitos mercados – incluindo Brasil, México, Chile, Peru e
mais profunda e prolongada e a uma possível recessão global. Colômbia – exposição inicial minimizada. Mas enquanto alguns
países recorreram a intervenções cambiais
FIGURA 1.6 Dívida soberana em default
600
500
400
bilhões
US$
300
200
100
4
Dívida
inadimplente
pública
parcela
pública
global
dívida
global
como
da
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Ano
Economias avançadas Mercados emergentes e economias de fronteira Países pobres altamente endividados
Outros países em desenvolvimento
Fonte
Banco do Canadá e Banco da Inglaterra, 2022.20

para limitar a depreciação da moeda e as cargas do serviço tecnologias verdes ou construir resiliência futura em
da dívida, a maior volatilidade continua a impulsionar a educação, saúde e sistemas ecológicos, com impactos
demanda por ativos dos EUA. Isso levou a saídas de capital exacerbados pelos mais poderosos e desproporcionalmente
recordes de mercados com condições macroeconômicas mais fracas. suportados pelos mais vulneráveis, conforme explorado no
fundamentos, com investidores já retirando US$ 70 bilhões Capítulo 2.6: Estabilidade econômica.
de fundos de títulos de mercados emergentes até outubro
do ano passado.21
guerra geoeconômica
As agendas de crescimento, incluindo o pivô crítico para
economias mais verdes, têm sido baseadas na O “confronto geoeconômico” foi classificado como o terceiro
disponibilidade de dívida barata. A medida em que os risco mais grave nos próximos dois anos pelos entrevistados
países podem continuar a financiar o desenvolvimento do GRPS. Os confrontos interestaduais foram antecipados
dependerá da política interna e da dinâmica da dívida. A pelos entrevistados do GRPS e do EOS para permanecer
recente crise do Sri Lanka fornece um exemplo muito real dos em grande parte de natureza econômica no curto prazo. O
riscos crescentes para a segurança e a saúde humana que confronto geoeconômico – incluindo sanções, guerras
podem surgir de dificuldades econômicas, onde o calote da comerciais e triagem de investimentos – foi considerado uma
dívida e a escassez de moeda estrangeira limitaram as das cinco principais ameaças nos próximos dois anos entre 42
importações; acesso interrompido a alimentos, combustível, países pesquisados pela EOS e apresentado como o principal
saúde e eletricidade; e levou a protestos violentos e à risco em muitos países do leste e sudeste asiático, entre
renúncia do presidente. outros. Em comparação, o “conflito interestadual” foi classificado
como um dos cinco maiores riscos em 28 países pesquisados
A escala de inadimplência da dívida soberana pode pela EOS (Figura 1.7).
aumentar significativamente nos mercados emergentes mais
fracos nos próximos dois anos, tanto em termos do valor O armamento da política econômica entre potências
percentual da dívida global total quanto do número de globalmente integradas destacou as vulnerabilidades
estados em inadimplência (Figura 1.6). Embora seja impostas pela interdependência comercial, financeira
improvável, na trajetória atual, atingir níveis globalmente e tecnológica - tanto para o setor público quanto para o privado.
desestabilizadores, a proporção de países com ou em alto risco O conflito na Ucrânia desencadeou a imposição de sanções,
de sobreendividamento já dobrou em relação aos níveis de a nacionalização de atores-chave e a apropriação de ativos
2015.22 Isso aumentará a influência global das nações pelo governo, como a apreensão pela Alemanha das
credoras e aumentará a fragilidade do estado como a participações de empresas de energia russas em
capacidade de lidar com crises simultâneas de alimentos e refinarias locais no ano passado.24 Os riscos reputacionais
energia serão limitadas.23 Alguns países serão incapazes e legais para as operações de empresas multinacionais
de conter choques futuros, investir em crescimento futuro e em certos mercados também cresceram :
FIGURA 1.7 Percepções de risco nacional: confronto interestadual

A. Confronto geoeconômico B. Conflito interestadual
1 10 20 30 1 10 20 30
Fonte

empresas de bens de consumo enfrentaram boicotes depois também foi contemplado pelos Estados Unidos da América.27
de continuar a fornecer produtos de primeira necessidade à
Rússia, e uma empresa europeia de energia foi acusada
de “cumplicidade em crimes de guerra” devido a ligações Juntas, essas tendências em direção à guerra
com um campo de gás russo.25 geoeconômica correm o risco de criar repercussões
generalizadas. A implantação mais ampla de alavancas
Face às vulnerabilidades evidenciadas pela pandemia e econômicas para atender às metas geopolíticas arrisca um ciclo
depois pela guerra, a política económica, em particular nas vicioso e crescente de desconfiança. As ramificações financeiras
economias avançadas, está cada vez mais orientada para e tecnológicas podem destacar outras vulnerabilidades, levando
objetivos geopolíticos. Os países estão buscando construir os estados a reduzir proativamente outras interdependências em
“autossuficiência”, sustentada pela ajuda estatal, e alcançar a nome da segurança nacional e da resiliência nos próximos dois
“soberania” de potências rivais, por meio de cadeias de suprimentos anos. Isso pode gerar resultados contrários ao objetivo
globais de onshoring e “friend-shoring”. pretendido, reduzindo a resiliência e o crescimento da produtividade
Medidas defensivas para aumentar a produção local e minimizar e marcando o fim de uma era econômica caracterizada por
a interferência estrangeira em indústrias críticas incluem capital, mão de obra, commodities e bens mais baratos e
subsídios, triagem de investimentos mais rígida, políticas globalizados.
de localização de dados, proibição de vistos e exclusão de
empresas de mercados importantes. Isso provavelmente continuará a enfraquecer as
alianças existentes à medida que as nações se voltam para
Embora inicialmente impulsionadas pelas tensões entre os dentro, com uma maior intervenção estatal percebida
Estados Unidos da América e a China, muitas políticas são como uma “corrida para o fundo”. Mais pressão será
de natureza extraterritorial ou foram adotadas de forma colocada sobre os mecanismos multilaterais de governança
semelhante por outros mercados, com efeitos de propagação que agem como atenuantes desses riscos, refletindo
em uma ampla gama de indústrias. Por exemplo, a Suíça potencialmente a politização da Organização Mundial da
está considerando pela primeira vez a introdução de um Saúde (OMS) durante a pandemia do COVID-19 e a quase
regime geral de triagem de investimento estrangeiro direto paralisia da aplicação do comércio em questões mais
intersetorial. A expansão da ajuda estatal para apoiar a controversas pela Organização Mundial do Comércio Organização
autossuficiência em “produtos estrategicamente Mundial do Comércio (OMC) nos últimos anos.28
importantes”, incluindo mitigação e adaptação climática, também Provavelmente também incorporará a importância de
aumentou a concorrência dentro dos blocos globais. A UE já esferas geopolíticas mais amplas de influência em mercados
levantou preocupações sobre a Lei de Redução da Inflação “dependentes”, com potências globais exercendo
dos EUA, que inclui créditos fiscais significativos e subsídios extensivamente comércio, dívida e poder tecnológico.
para tecnologias verdes locais.26 Embora alguns mercados em desenvolvimento e emergentes
possam exercer recursos críticos como alavanca, considerados
no Capítulo 3: Rivalidades de recursos, controles antecipados
Alavancas econômicas também estão sendo usadas para sobre capital, trabalho, conhecimento e fluxos tecnológicos correm
restringir proativamente a ascensão de rivais. Isso inclui a o risco de ampliar a divisão de desenvolvimento.
exclusão de empresas estrangeiras, uso extensivo da regra
de produto estrangeiro direto e controles de exportação Além disso, as esferas de influência não estarão restritas
de tecnologias-chave e propriedade intelectual, bem como apenas às potências globais, nem aos mercados em
amplas restrições aos cidadãos e entidades que trabalham desenvolvimento e emergentes “dependentes”. A influência e o
com empresas estrangeiras designadas. A introdução de um alinhamento do Oriente Médio na política regional e global
regime de triagem de investimentos no exterior mudarão. Embora o desafio de mais

Embora a diversificação econômica a longo prazo continue

sendo uma distração significativa internamente, a atual crise
energética aumentará o capital econômico, militar e político
de vários países nos próximos dois anos.
Os laços comparativos dos Estados Unidos da América e da
China terão ramificações significativas para o equilíbrio de
poder na região, bem como para a dinâmica militar global,
consideradas mais adiante no Capítulo 2.4: Segurança humana.
29
As estratégias para aumentar a segurança também podem

ter um custo econômico mais amplo. As tensões geopolíticas
intensificadas correm o risco de enfraquecer ainda mais o
cenário econômico, resultando em inflação persistente
ou crescimento deprimido, mesmo que as pressões atuais diminuam.
Se on-shoring e friend-shoring continuarem a ser priorizados
– particularmente em setores estratégicos como
tecnologia, telecomunicações, sistemas financeiros, agricultura,
mineração, saúde e produtos farmacêuticos – os consumidores
provavelmente enfrentarão custos crescentes no futuro. À medida
que aumentam os custos de conformidade com sistemas
políticos e econômicos divergentes, as empresas multinacionais
podem escolher pragmaticamente um lado, acelerando a
divergência entre vários modelos de mercado.
Embora se destine a reduzir os riscos associados a o que é cientificamente necessário e o que é politicamente
perturbações geopolíticas e econômicas, cadeias de conveniente. As pressões atuais devem resultar em um
suprimentos encurtadas também podem aumentar ponto de inflexão, incentivando os países importadores
involuntariamente a exposição a riscos geograficamente de energia a investir em fontes de energia renováveis “seguras”,
concentrados, incluindo escassez de mão de obra, agitação mais limpas e mais baratas . , pelo menos no curto prazo. Por
civil, pandemias e eventos climáticos naturais. Os riscos exemplo, a UE gastou pelo menos 50 bilhões de euros em novas
geopolíticos impostos por hotspots geográficos que são e ampliadas infraestruturas e suprimentos de combustíveis
críticos para o funcionamento eficaz do sistema financeiro e fósseis, e alguns países reiniciaram usinas elétricas a carvão.33
econômico global, em particular na Ásia-Pacífico, também
representam uma preocupação crescente.
hiato de ação climática Apesar de algumas ações governamentais de longo prazo

sobre a transição energética, como a Lei de Redução da
Inflação dos EUA e o plano REPowerEU da UE, é
Apesar de 30 anos de defesa e diplomacia climática global, improvável que o impulso geral para a mitigação climática acelere
o sistema internacional tem lutado para fazer o progresso rapidamente nos próximos dois anos. As negociações na
necessário em relação às mudanças climáticas. Conferência das Partes da UNFCCC (COP27) não
A falha potencial em lidar com esse risco global existencial entrou conseguiram chegar a um acordo muito necessário para eliminar
pela primeira vez no topo do ranking do Relatório de gradualmente todos os combustíveis fósseis, revelando a
Riscos Globais há mais de uma década, em 2011. Hoje, os dificuldade de equilibrar as necessidades de curto prazo
níveis atmosféricos de dióxido de carbono, metano e óxido com as ambições de longo prazo. Os formuladores de políticas
nitroso atingiram recordes. As trajetórias das emissões tornam são cada vez mais confrontados por compromissos percebidos
muito improvável que as ambições globais de limitar o aquecimento entre segurança energética, acessibilidade e sustentabilidade. A
a 1,5°C sejam alcançadas.30 dura realidade de 600 milhões de pessoas na África sem acesso
à eletricidade ilustra o fracasso em entregar mudanças
A A falha em mitigar a mudança climática é classificada como para aqueles que precisam e a atração contínua de soluções
uma das ameaças mais graves no curto prazo, mas é o risco rápidas movidas a combustíveis fósseis – apesar dos riscos
global para o qual estamos menos preparados, com 70% de ativos ociosos, desafios de segurança energética de
dos entrevistados do GRPS classificando as medidas existentes combustíveis fósseis exportados commodities e emissões de
para prevenir ou se preparar para a mudança climática como carbono ao longo da vida que excedem o limite de 1,5°C.
“ineficaz” ou “altamente ineficaz”
(Figura 4.1). Segundo o Painel Intergovernamental sobre Também há um crescente reconhecimento de que não apenas
Mudanças Climáticas (IPCC), a chance de quebrar a meta o ritmo da transição, mas também a eficácia e a integridade
de 1,5°C já em 2030 é de 50%. Os compromissos atuais são importantes: os litígios climáticos estão aumentando e as
assumidos pelo setor privado do G7 sugerem um aumento de preocupações com a subnotificação de emissões e a
2,7°C até meados do século, muito acima das metas traçadas lavagem verde desencadearam pedidos de nova supervisão
no Acordo de Paris.31 regulatória para a transição para o líquido zero.34 Enquanto
alguns países tornaram a divulgação obrigatória, grande parte
do mundo corporativo ainda não avaliou ou começou a
Acontecimentos recentes expuseram uma divergência entre gerenciar seus riscos climáticos. Na falta de

de sinais políticos mais claros e regulamentação e aplicação relatório, o impacto desses eventos afeta desproporcionalmente os
consistentes, os esforços de mitigação serão moldados pelo países de baixa e média renda. Isto
ativismo climático cada vez mais disruptivo, aumentando a registrado como um dos cinco principais riscos em 25 países
probabilidade de ativos ociosos – assim como pessoas. pesquisados pela EOS, em particular nos estados costeiros em
Uma transição justa que apoie aqueles que perderão com a desenvolvimento na América Latina, África e Sudeste Asiático.
descarbonização é cada vez mais invocada por países
fortemente dependentes de indústrias de combustíveis fósseis como À medida que inundações, ondas de calor, secas e outros eventos
uma razão para desacelerar os esforços. Esses desafios, no contexto climáticos extremos se tornam mais graves e frequentes, um
de um cenário econômico em deterioração e custos de insumos conjunto mais amplo de populações será afetado.
inflacionados, podem adiar investimentos em métodos de produção Paralelamente, uma consolidação dos recursos dos setores
mais ecológicos – particularmente em indústrias mais público e privado pode estabelecer compensações emergentes e
pesadas e “mais sujas”.35 prementes entre recuperação de desastres, perdas e danos,
adaptação e mitigação. Embora a mitigação climática tenha sido
Tudo isso implica que os riscos de uma transição mais lenta e amplamente favorecida em relação à adaptação em termos de
desordenada (extensivamente abordada no Relatório de Riscos financiamento até o momento, particularmente no setor privado,38
Globais do ano passado) agora se tornaram realidade, levando os resultados da EOS indicam que a adaptação climática pode
potencialmente a terríveis consequências planetárias e sociais. agora ser vista como uma preocupação mais imediata no curto
Qualquer retrocesso nas ações governamentais e privadas prazo pelos líderes empresariais. O fracasso na mitigação das
continuará a amplificar os riscos para a saúde humana (explorados mudanças climáticas apareceu apenas entre os cinco principais
no Capítulo 2.3: Saúde humana) e estimular a deterioração do capital riscos nos próximos dois anos em uma economia, a Zâmbia,
natural, conforme discutido no Capítulo 2.2: Ecossistemas naturais. A enquanto o fracasso na adaptação às mudanças climáticas foi
mudança climática também se tornará cada vez mais um um dos cinco principais riscos em 16 países, como a Holanda,
importante fator de migração e há indícios de que já contribuiu para o onde ficou em primeiro lugar (Figura 1.8). O desvio de atenção e
surgimento de grupos terroristas e conflitos na Ásia, Oriente recursos para a adaptação pode retardar ainda mais o progresso
Médio e África.36 nas metas de aquecimento global nas economias que
continuam sendo os maiores contribuintes para as emissões
de gases de efeito estufa (GEE).39
De fato, com 1,2°C de aquecimento já no sistema, o efeito
agravante de uma mudança climática já está sendo sentido,
ampliando os desafios humanitários, como a insegurança alimentar, Apesar dos planos para uma meta global de adaptação a
e acrescentando outra conta pesada aos saldos fiscais já ser acordada na COP28, também houve progresso
tensos.37 Nos resultados do GRPS , “Desastres naturais insuficiente em relação ao apoio necessário para infraestrutura e
e eventos climáticos extremos” foi considerado o populações já afetadas pelas consequências das mudanças
climáticas. A adaptação não foi adequadamente financiada, com
segundo risco mais grave nos próximos dois anos. Tal como acontece 34% do financiamento climático atualmente alocado para
com muitos dos riscos globais apresentados na edição deste ano, adaptação em todo o mundo.40
FIGURA 1.8 Percepções de risco nacional: ação climática

A. Falha na adaptação às mudanças climáticas B. Falha na mitigação das mudanças climáticas
1 10 20 30 1 10 20 30
Fonte

Nem novos investimentos em infraestrutura ou decisões de Polarização social

alocação de capital consideram adequadamente os riscos
atuais e futuros. Investidores e formuladores de políticas estão
se prendendo a futuros caros, que provavelmente serão “Erosão da coesão social e
arcados pelos mais vulneráveis. Desentendimentos sobre polarização” tem subido nos níveis de gravidade
o que constitui adaptação e a falta de metas e práticas percebida nos últimos anos.43 Definida como a perda de
recomendadas compartilhadas, estruturas e métricas capital social e a fratura de comunidades que levam ao
regulatórias robustas aumentam o risco de superação e declínio da estabilidade social, do bem-estar individual e
superação dos esforços de adaptação. coletivo e da produtividade econômica, foi classificada
como a quinta pior crise global risco enfrentado no curto
Os limites à adaptação também são cada vez mais evidentes. prazo pelos respondentes do GRPS. Também foi visto
Isso foi destacado pela agenda de Perdas e Danos que, como um dos riscos mais fortemente influenciados na rede
depois de décadas à margem do discurso climático, agora global, desencadeado por muitos outros riscos
alcançou o mainstream. potenciais de curto e longo prazo – incluindo crises de
Um novo mecanismo de financiamento foi provisoriamente dívida e instabilidade do estado, crises de custo de vida e
acordado na COP27, embora a contribuição para esse fundo inflação, uma desaceleração econômica prolongada e
pelas economias de alta emissão permaneça incerta. migração climática (Figura 1.9).
Mesmo quando mais financiamento é desbloqueado, existe o
risco de ignorar ou evitar a proteção climática contra futuros Uma lacuna cada vez maior em valores e igualdade está
desastres, à medida que os governos se esforçam para representando um desafio existencial tanto para os
fornecer ajuda e apoio em áreas atingidas por desastres. Os sistemas autocráticos quanto para os democráticos, à medida
mecanismos baseados no mercado para administrar choques que as divisões econômicas e sociais se traduzem em
financeiros são inadequados e podem diminuir ainda mais divisões políticas. A polarização em questões como
nos próximos dois anos. Há um risco de retirada das imigração, gênero, direitos reprodutivos, etnia, religião, clima
seguradoras de algumas áreas de cobertura de e até secessão e anarquismo44 têm caracterizado recentes
catástrofes naturais, com a lacuna no seguro estimada em eleições, referendos e protestos em todo o mundo – dos
US$ 117 bilhões em 2020 para US$ 161 bilhões em 2021.41 Estados Unidos da América e China à República
Apenas 7% das perdas econômicas decorrentes de eventos Islâmica do Irã. A crescente frustração dos cidadãos com as
de inundação em mercados emergentes – e 31 % em lacunas percebidas na ação governamental direta, no
economias avançadas - foram cobertos por seguros nos últimos 20 anos.42
desenvolvimento humano e na mobilidade social manifestada
FIGURA 1.9 Interconexões de risco: a erosão da coesão social
Concentração de energia digital conflito interestadual
Desigualdade digital Ataques terroristas
Desinformação e
desinformação
colapso do estado
Migração
involuntária em larga escala
Erosão da coesão social
Proliferação de
Deterioração atividades econômicas ilícitas
grave da saúde mental
Doenças infecciosas Condições crônicas de saúde

Referência
crises de emprego
Colapso ou falta de infraestrutura Falha em estabilizar trajetórias de preços

e serviços públicos
Crises de dívida

Recessão econômica
prolongada
Nós bordas bordas
Alto Alto
Médio Médio
Fonte

em protestos civis frequentemente divisivos e indisciplinados câmaras. Foi percebido como um risco moderadamente grave
no ano passado. Mais protestos foram observados entre janeiro e pelos entrevistados do GRPS, ficando em 16º lugar no curto
outubro do que em todo o ano de 2021.45 prazo. As restrições regulatórias e os esforços educacionais
provavelmente não acompanharão o ritmo, e seu impacto se
As consequências da polarização social são vastas, expandirá com o uso mais generalizado de tecnologias de
variando de um obstáculo ao crescimento à agitação civil e automação e aprendizado de máquina, de bots que imitam
ao aprofundamento das fissuras políticas. E há indícios de que o texto escrito por humanos a
aumento da polarização está contribuindo para o declínio deepfakes de políticos.51
das democracias e o aumento concomitante de regimes
híbridos, com a parcela da população mundial vivendo em A polarização mina a confiança social e, em alguns casos,
países autocratizados subindo de 5% em 2011 para 36% refletiu mais as lutas pelo poder dentro de uma elite política do que
em 2021. Apenas 13% da população mundial vive as divisões subjacentes nas ideologias.52 Freqüentemente, a
atualmente sob uma democracia liberal, em comparação com polarização endurecida em questões-chave leva a impasses
44% vivendo sob uma autocracia eleitoral.46 governamentais. "Oscilações" entre os partidos a cada ciclo
eleitoral podem impedir a adoção de uma perspectiva política
de longo prazo, causando maior conflito, especialmente ao
A erosão do centro social e político corre o risco de se navegar pelas perspectivas econômicas difíceis e incertas dos
autoperpetuar. As divisões incentivam a adoção de plataformas próximos anos. Além disso, embora menos provável em estados
políticas mais extremas e de curto prazo para galvanizar um mais robustos democraticamente, uma presença crescente
lado da população e perpetuar as crenças populistas. de anocracias (aquelas formas de governo que são parte
Notavelmente, a disputa entre dois candidatos ou cargos democracia, parte autocracia, referidas no Capítulo 2.5:
não centristas costuma ser acirrada.47 Embora anunciada Direitos digitais) e partidarismo pode radicalizar a polarização.
como um ressurgimento de movimentos de esquerda, a
eleição presidencial brasileira de 2022 foi vencida pelo Isso pode levar ao aumento da incidência de campanhas de
presidente Lula por 1,8 pontos - a menor margem registrada ameaças e violência política, crimes de ódio, protestos violentos e
desde que se tornou uma nação democrática.48 Como tal, uma até guerra civil.53
grande proporção da população pode se sentir alienada e
irritada com a liderança no mandato seguinte, agindo como um A polarização social e política também pode reduzir ainda
multiplicador das preocupações sociais existentes e da mais o espaço para a solução coletiva de problemas para
agitação civil. Isso é amplificado ainda mais pelas mídias enfrentar os riscos globais. A extrema direita foi eleita na Itália e
sociais, que aumentam a polarização e a desconfiança nas agora é o segundo maior partido da Suécia, enquanto a
instituições ao lado do engajamento político.49 esquerda ressurgiu na América Latina.
Eleições nacionais ocorrerão em vários países do G20 nos
próximos dois anos, incluindo Estados Unidos da América,
“Desinformação e desinformação” são, juntos, um África do Sul, Türkiye, Argentina, México e Indonésia. A
potencial acelerador para a erosão da coesão social, bem eleição de líderes menos centristas e a adoção de políticas
como uma consequência. Com o potencial de desestabilizar mais “extremas” nas superpotências econômicas podem fraturar
a confiança nas informações e nos processos políticos,50 alianças, limitar a colaboração global e levar a uma dinâmica
tornou-se uma ferramenta importante para agentes geopolíticos mais volátil.
propagarem crenças extremistas e influenciar eleições por meio do
eco da mídia social

1.3 Olhando para o futuro
A forma como os riscos se desenrolam nos próximos dois estão incorporando mudanças estruturais no cenário econômico e
anos tem ramificações para a próxima década. Quase um em geopolítico que acelerarão outras ameaças globais enfrentadas nos
cada cinco entrevistados do GRPS se sentiu otimista sobre as próximos 10 anos. E como a confluência das crises atuais
perspectivas para o mundo a longo prazo, prevendo volatilidade distrai o foco
limitada com estabilidade relativa – e potencialmente e recursos de riscos que surgem no horizonte de médio a longo
renovada – nos próximos 10 anos (Figura 1.10). No entanto, mais da prazo, podemos enfrentar cargas crescentes sobre os
metade antecipou pontos de inflexão progressivos e crises ecossistemas naturais e humanos. Alguns desses riscos estão
persistentes que levariam a resultados catastróficos nos próximos de um ponto crítico, mas há uma janela para
próximos 10 anos, ou volatilidade consistente e trajetórias moldar um futuro mais seguro.
divergentes. Compreendê-los é vital.
Notavelmente, os grupos etários mais jovens eram mais esperançosos
para o futuro: um em cada três entrevistados com menos de 40 O próximo capítulo considera os possíveis choques globais
anos mudou para uma postura neutra ou positiva ao longo do para os quais nos dirigimos na próxima década, destacando
período de tempo mais longo. desenvolvimentos preocupantes decorrentes das crises
de hoje que estão corroendo a resiliência e a estabilidade do
Os choques dos últimos anos – principalmente a guerra na sistema global.
Ucrânia e a pandemia de COVID-19 – refletiram e aceleraram Ele destaca uma série desses riscos emergentes – os choques
uma mudança histórica na ordem global. Riscos mais graves no de amanhã – que podem ser reduzidos por meio de atenção e ação
curto prazo coletiva hoje.
FIGURA 1.10 Perspectiva global de curto e longo prazo "Qual das

seguintes opções melhor caracteriza sua perspectiva para o mundo no curto prazo (2 anos) e no longo prazo (10 anos)?
2% 2%
2 anos 13% 69% 14%
10 anos 20% 34% 26% 11% 9%
Pontos de inflexão progressivos e crises persistentes que levam a resultados catastróficos
Consistentemente volátil em economias e setores com choques múltiplos acentuando trajetórias divergentes
Ligeiramente volátil com surpresas localizadas ocasionais

Volatilidade limitada com relativa estabilidade
Estabilidade renovada com um renascimento da resiliência global
Fonte

Notas finais
1. Bogmans, Christian, Andrea Pescatori e Ervina Prifti, “Quatro fatos sobre o aumento dos preços dos alimentos no
consumidor”, blog do FMI, 24 de junho de 2021, https://www.imf.org/en/Blogs/Articles/2021/06/24/four -fatos-sobre o aumento
dos preços dos alimentos para o consumidor; Hoffer, Brice, “Em ascensão: Crescimento do setor global de imóveis para
locação”, UBS, 2021, https://www.ubs.com/content/dam/assets/asset-management-reimagined/global/insights/asset- class-
perspectives/real-estate/docs/white-paper-on-the-rise.pdf.
2. Georgieva, Kristalina, Gita Gopinath e Ceyla Pazarbasioglu, “Por que devemos resistir à fragmentação geoeconômica –
e como”, Blog do FMI, 22 de maio de 2022, https://www.imf.org/en/Blogs/Articles/2022/05/22 / blog-por-que-devemos-resistir-à-
fragmentação-geoeconômica.
3. Federal Reserve Bank of New York, Global Supply Chain Pressure Index, https://www.newyorkfed.org/ research/policy/gscpi#/
interactive, acessado em 27 de outubro de 2022.
4. Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), FAOSTAT: Consumer Price Indices, https://
www.fao.org/faostat/en/#data/CP, acessado em 27 de outubro de 2022.
5. Guénette, Justin-Damien e Jeetendra Khadan, 2022, “O choque energético pode minar o crescimento global por anos”, blogs
do Banco Mundial, 22 de junho de 2022.
6. Anstey, Chris, “O que está acontecendo na economia mundial: taxas de hipoteca implacáveis”, Bloomberg. com, 6 de
outubro de 2022, https://www.bloomberg.com/news/newsletters/2022-10-06/what-s-happening in-the-world-economy-
unforgiving-mortgage-rates; Dickler, Jessica, “Outro aumento da taxa de juros do Federal Reserve está a caminho: veja como
isso pode afetá-lo”, CNBC, 31 de outubro de 2022, https://www. cnbc.com/2022/10/31/another-fed-rate-hike-is-onthe-way-heres-
how-it-could-impact-you.html.
7. Zhou, Xiaoqing e Jim Dolmas, “A inflação de aluguel deve acelerar e moderar em meados de 2023”, Federal Reserve Bank
de Dallas, 16 de agosto de 2022.
8. Pearce, Graham, Kate Bravery, Adrienne Cernigoi e Sumer Drall, “Risco e aposentadoria: onde estão os futuros hotspots
financeiros?”, Marsh McLennan, setembro de 2022, https://www.marshmclennan.com/insights/publications/2022/ setembro/risk-
and-retirement-where-are-the-future-financeiro-hotspots.html.
9. Credit Suisse Research Institute, Relatório Global de Riqueza 2022: Perspectivas líderes para navegar no futuro, 2022,
https://www.credit-suisse.com/about-us/en/reports-research/global-wealth-report.
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by,fastest%20annual%20rate%20ever%20recorded, acessado em 14 de novembro de 2022; Federal Reserve Bank de
Nova York, dívida total das famílias ultrapassa US$ 16 trilhões no segundo trimestre de 2022; Aumento de saldos de hipoteca,
empréstimo para automóveis e cartão de crédito, 2 de agosto de 2022.
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de outubro de 2022, https://www.bbc.com/news/world-63185186.
11. Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Guerra na Ucrânia intensifica riscos de segurança
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c/1603647/.
12. Haq, Mifrah, “Pakistan Faces Hunger Crisis as Floods Wash Away Crops, Livestock”, Nikkei Asia, 13 de setembro de 2022,
https://asia.nikkei.com/Economy/Natural-disasters/Pakistan-faces-hunger-crisis-as inundações-lavagem-colheitas-pecuária.
13. Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Perspectivas de colheitas e situação alimentar,
setembro de 2022, 14 de novembro de 2022, https://www.fao.org/3/cc2300en/cc2300en.pdf.
14. Hance, Jeremy, “Problemas nos trópicos: os insetos terrestres do Brasil estão em declínio”, Mongabay, 5 de outubro de
2022; Jepsen, Sarina, “A Suprema Corte da Califórnia decidiu que as abelhas podem ser protegidas pela Lei de Espécies
Ameaçadas da Califórnia”, Xerces Society for Invertebrate Conservation, 22 de setembro de 2022.
15. Trading Economics, Inflation Rate, https://tradingeconomics.com/country-list/inflation rate?continent=world,

acessado em 14 de novembro de 2022; Amaro, Silvia, “Inflação na zona do euro atinge alta recorde de 10,7% à medida que o
crescimento desacelera acentuadamente”, CNBC, 31 de outubro de 2022.
16. FMI, World Economic Outlook Report de outubro de 2022: Combatendo a crise do custo de vida, outubro de 2022,
2022, https://www.imf.org/en/Publications/WEO/Issues/2022/10/11/world-economic -outlook outubro-2022.
17. Banco de Compensações Internacionais, taxas de política do banco central, https://www.bis.org/statistics/cbpol. htm?
m=2679, acessado em 27 de outubro de 2022.
18. FMI, World Economic Outlook Report de outubro de 2022: Combatendo a crise do custo de vida, outubro de 2022,
2022, https://www.imf.org/en/Publications/WEO/Issues/2022/10/11/world-economic -outlook outubro-2022.
19. Echavarria, Paulina Restrepo e Praew Grittayaphong, “Dívida pública denominada em dólares na Ásia e na América Latina”,
Federal Reserve Bank of St Louis, 3 de agosto de 2021, https://www.stlouisfed.org/on-the economy/2021/august /exposição-
dólar-dívida-pública-ásia-américa-latina.
20. Beers, David, et. al, “BoC-BoE Sovereign Default Database: What's new in 2022”, Banco do Canadá, https://
www.bankofcanada.ca/wp-content/uploads/2022/08/san2022-11.pdf, acessado em 14 de novembro de 2022 .

Notas finais
21. Wheatley, Jonathan, “Saídas de fundos de títulos de mercados emergentes atingem US$ 70 bilhões em 2022”, Financial Times,
2 de outubro de 2022.
22. Chabert, Guillaume, Martin Cerisola e Dalia Hakura, "A reestruturação da dívida das nações mais pobres requer uma
coordenação mais eficiente", Blogs do FMI, 7 de abril de 2022.
23. Schnabel, Isabel, Discurso: Uma nova era de inflação de energia: climaflation, fossilflation e greenflation, 17 de março de
2022, discurso apresentado no The ECB and its Watchers XXII Conference, Frankfurt, https://www.ecb.europa.eu/press /key/
date/2022/html/ecb.sp220317_2~dbb3582f0a.en.html, acessado em 14 de novembro de 2022.
24. Leggett, Theo, “A Alemanha assume o controle das participações nas refinarias de petróleo da Rosneft”, BBC, 16 de setembro
de 2022, https://www.bbc.com/news/business-62924071.
25. Bryan, Kenza e Sarah White, “Total acusado de ser cúmplice de crimes de guerra russos na Ucrânia”, Financial Times, 14
de outubro de 2022; Gretler, Connie, “A Nestlé defende sua posição na Rússia dizendo que a comida é um direito básico em
meio à guerra”, Bloomberg, 7 de abril de 2022.
26. Bounds, Andy, “UE acusa os EUA de quebrar as regras da OMC com incentivos à energia verde”, Financial Times, 6 de novembro
de 2022.
27. Liu, Qianer, Kathrin Hille e Yuan Yang, “Os principais fornecedores de equipamentos de chip do mundo interrompem os negócios com a
China”, Financial Times, 13 de outubro de 2022.
28. Farge, Emma, “A OMC pode chegar a acordos sobre tópicos 'difíceis' até o início de 2024 - chefe da OMC”, Reuters, 27
de setembro de 2022; Gruszczynski, Lukasz e Margherita Melillo, “The Uneasy Coexistence of Expertise and Politics in the
World Health Organization”, International Organizations Law Review, 24 de março de 2022.
29. Moonakal, Nadeem Ahmed, “O impacto e as implicações da crescente influência da China no Oriente Médio”, The Diplomat,
9 de julho de 2022.
30. Dados de 2021. Organização Meteorológica Mundial, Boletim de Gases de Efeito Estufa, 26 de outubro de 2022.
31. Davis, James e Robert Bailey, “Missing the Mark”, Oliver Wyman & CDP, 2022, https://www. oliverwyman.com/our-
expertise/insights/2022/sep/cdp-temperature-ratings.html.
32. Mulder, Nicholas, The Sanctions Weapon, Finance & Development, junho de 2022; Papathanasiou, Demetrios, “As
energias renováveis são a chave para uma energia verde, segura e acessível”, Blogs do Banco Mundial, 21 de junho de 2022,
https://blogs.worldbank.org/energy/renewables-are-key-green-secure-affordable- energia.
33. Hancock, Alice, “A nova energia suja da Europa: o 'mal inevitável' dos combustíveis fósseis em tempo de guerra”, Financial Times,
6 de setembro de 2022.
34. Grupo de especialistas de alto nível do secretário-geral da ONU sobre compromissos de emissões líquidas zero de entidades
não estatais, questões de integridade, 8 de novembro de 2022, https://www.un.org/en/climatechange/high-level-expert group.
35. The Economist, Alemanha enfrenta uma ameaça iminente de desindustrialização, 11 de setembro de 2022, https://
www.economist.com/business/2022/09/11/germany-faces-a-looming-threat-of-deindustrialisation?itm_source= parsely-api.
36. Silke, Andrew e John Morrison, “Gathering Storm: An Introduction to the Special Issue of Climate Change and Terrorism”,
Terrorism and Political Violence, vol. 35, iss 5, 5 de julho de 2022, pp. 883-893.
37. Para obter mais detalhes sobre a complexa ligação entre eventos climáticos extremos e causas antropogênicas, consulte
Organização Meteorológica Mundial, Atlas of Mortality and Economic Losses from Weather, Climate and Water Extremes (1970–
2019), WMO-No. 1267, 2021. See More
38. Portner, Hans-Otto (ed.) e outros. al, Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability, IPCC, 2022.
39. Bellon, Matthieu e Emmanuele Massetti, “Princípios Econômicos para Integrar a Adaptação às Mudanças Climáticas na Política
Fiscal”, FMI, março de 2022; Portner, Hans-Otto (ed.) et. al, Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability,
IPCC, 2022.
40. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Adaptation Gap Report 2022, 1º de novembro de 2022.
41. Bevere, Lucia e Federica Remondi, Sigma: Catástrofes naturais em 2021: as comportas estão abertas, Swiss Re Institute, 30
de março de 2022.
42. Ibid.
43. Anteriormente descrito como “Profunda instabilidade social” no GRPS.
44. Ganesh, Janan, “A anarquia é um futuro mais provável para o oeste do que a tirania”, Financial Times, 21 de junho de 2022.
45. Carnegie Endowment for International Peace, Global Protest Tracker, 2022, 9 de novembro, https:// carnegieendowment.org/
publications/interactive/protest-tracker.

Notas finais
46. V-Dem Institute, Democracy Report 2022: Autocratization Changing Nature?, Universidade de Gotemburgo, 2022, https://
www.v-dem.net/documents/19/dr_2022_ipyOpLP.pdf; Somer, Murat e Jennifer L.
McCoy, “Polarização perniciosa, autocratização e estratégias de oposição”, Democratização, vol. 28, 12 de janeiro de
2021; McCoy, Jennifer e Benjamin Press, O que acontece quando as democracias se tornam perniciosamente
polarizadas?, Carnegie Endowment for International Peace, 18 de janeiro de 2022.
47. Buschschlüter, Vanessa, “Eleição no Brasil: Lula faz um retorno impressionante”, BBC, 31 de outubro de 2022.
48. Mano, Ana e Anthony Boadle, “Brazil's Bolsonaro Silent on Lula Victory, Transition Talks Begin”, Reuters, 1 de
novembro de 2022, https://www.reuters.com/world/americas/lula-wins-brazilian-election bolsonaro-has -não-
concedido-2022-10-31/.
49. Lewandowsky, Stephan, et. al, “O declínio global da democracia está ligado às mídias sociais? Nós vasculhamos as
evidências para descobrir”, The Conversation, 8 de novembro de 2022.
50. Favaro, Marina, Neil Renic e Ulrich Kühn, Negative Multiplicity: Forecasting the Future Impact of Emerging
Technologies on International Stability and Human Security, Institute for Peace Research and Security Policy, setembro
de 2022.
51. Lai, Samantha, Uso indevido e desinformação de dados: Tecnologia e as eleições de 2022, Brookings Institute, 21 de
junho de 2022.
52. Lee, Amber Hye-Yon, “Confiança social em tempos polarizados: como as percepções da polarização política afetam a
confiança dos americanos uns nos outros”, Comportamento político, vol. 44, nº. 3, 18 de março de 2022, pp.
1533-1544; Carothers, Thomas e Andrew O'Donohue, Como entender a propagação global da polarização
política, Carnegie Endowment for International Peace, 1º de outubro de 2019.
53. Walter, Barbara, “Por que deveríamos nos preocupar com a possibilidade de os EUA se tornarem uma 'anocracia'
novamente? Por causa da ameaça de guerra civil”, The Washington Post, 24 de janeiro de 2022, https://
www.washingtonpost.com/opinies/2022/01/24/why-should-we-worry-that-us-could-become -an-anocracia-novamente-
porque-ameaça de guerra civil/.

Janeiro de 2023 Relatório de Riscos Globais 2023 Catástrofes de amanhã
2 Riscos Globais 2033:

Catástrofes de amanhã
2.1 O mundo em 2033
À medida que os riscos destacados no capítulo Com base nos resultados do GRPS, o cenário de riscos
anterior se desdobram hoje, a atenção e os recursos tão globais de longo prazo também é dominado pela deterioração
necessários estão sendo desviados dos riscos globais que dos riscos ambientais (Figura 2.1). Mais especificamente,
podem se tornar os choques e crises de amanhã. A os riscos relacionados ao clima e à natureza lideram os 10
Pesquisa de Percepção de Riscos Globais (GRPS) principais riscos, por gravidade, que devem se manifestar
aborda um horizonte de um, dois e 10 anos. O capítulo um na próxima década. Diferenciados como riscos separados
abordou o período atual e de dois anos, concentrando-se pela primeira vez no GRPS, Falha na mitigação das
no desdobramento atual e nos riscos de curto prazo. mudanças climáticas e Falha na adaptação às mudanças
Este capítulo se concentra no terceiro período de tempo: climáticas lideram o ranking como os riscos mais graves em
riscos que podem ter o impacto mais severo nos próximos escala global, seguidos por Desastres naturais e eventos
10 anos. climáticos extremos e
“Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema”.
FIGURA 2.1 Riscos globais classificados por gravidade a longo prazo (10 anos)
1 Falha em mitigar as mudanças climáticas 6 Crises de recursos naturais
3 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 8 Cibercrime generalizado e insegurança cibernética
4 Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema 9 Confronto geoeconômico
5 Migração involuntária em larga escala 10 Incidentes de dano ambiental em grande

escala
Fonte

A comparação dos prazos de dois e 10 anos fornece uma piora das pontuações ao longo do período de 10 anos,
imagem das áreas de preocupação crescente, decrescente e indicando as preocupações dos entrevistados sobre o aumento
contínua de acordo com os entrevistados do GRPS da gravidade desses riscos no longo prazo.
(Figura 2.2). O canto superior direito do gráfico indica os riscos “A migração involuntária em grande escala sobe para o
globais percebidos como os mais graves, tanto no curto quinto lugar no período de 10 anos, enquanto a erosão
quanto no longo prazo. da coesão social e a polarização social são percebidas
Essas são áreas consistentes de preocupação global e, sem como um pouco mais severas no longo prazo.
dúvida, de atenção. Quatro riscos ambientais têm

Os riscos que estão crescendo em gravidade A extrema direita do gráfico indica que o risco mais
a longo prazo incluem “perda de biodiversidade proeminente de hoje, a “crise do custo de vida”, deve
e colapso do ecossistema” e “desinformação e cair em gravidade no longo prazo.
desinformação”. Entre outros riscos tecnológicos, Em direção ao centro, as pontuações dos riscos
conforme indicado na extrema esquerda do gráfico, geopolíticos foram mistas, com o “Uso de armas de
“Desigualdade digital e falta de acesso a serviços digitais” destruição em massa” permanecendo consistente,
e “Resultados adversos das tecnologias de fronteira” “Colapso do Estado ou instabilidade grave” e
também devem se deteriorar significativamente ao longo “Ineficácia das instituições multilaterais” piorando e o
do período de 10 anos. conflito interestatal percebido como diminuindo em gravidade.
As pontuações de múltiplos riscos sociais também estão Este ano, analisamos cinco clusters de riscos emergentes
piorando, incluindo “Grave deterioração da saúde ou em rápida aceleração – extraídos dos
mental”, “Colapso ou falta de infraestrutura e domínios econômico, ambiental, social, geopolítico e
serviços públicos” e “Doenças crônicas e problemas tecnológico, respectivamente – que podem se tornar
de saúde”. Em contraste, riscos econômicos a crise de amanhã. Exploramos seus motivadores atuais
como “falha em estabilizar trajetórias de preços”, e implicações emergentes e abordamos brevemente as
“uma desaceleração econômica prolongada”, “colapso oportunidades para prevenir e reformular esses
de uma indústria ou cadeia de suprimentos resultados agindo hoje.
sistemicamente importante” e “estouro da bolha de ativos”
devem cair ligeiramente na severidade esperada ao longo do prazo de 10 anos.
FIGURA 2.2 Gravidade relativa dos riscos ao longo de um período de 2 e 10 anos
Maior 6.0
gravidade Falha em mitigar as mudanças climáticas
Falha na adaptação às mudanças climáticas Desastres naturais e

clima extremo
Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema Migração

involuntária Crises de recursos naturais
em larga escala
Erosão da coesão social e
Crime cibernético generalizado polarização social
e insegurança cibernética
Incidentes de dano ambiental em
5.0 Ineficácia das instituições multilaterais e da grande escala
cooperação internacional

conflito interestadual Crises de dívida
Resultados adversos das Crise de custo de vida

Falha em estabilizar
tecnologias de fronteira
trajetórias de preços
Gravidade
prazo
longo
a
Recessão econômica
prolongada
desigualdade digital
Estouro da bolha de ativos
Ataques terroristas
4.0
Colapso ou falta de infraestrutura
e serviços públicos
3.3
3.3 4.0 5.0 6.0
Gravidade de curto prazo Maior

gravidade
Fonte Observação
Fórum Econômico Mundial Riscos Globais A gravidade foi avaliada em uma escala de Likert de 1 a 7 [1 – Baixa gravidade, 7 – Alta gravidade].

Esses incluem: • Direitos digitais: a evolução potencial dos dados

e a insegurança cibernética, dada a erosão lenta e
• Ecossistemas naturais: riscos de deterioração para insidiosa da autonomia digital dos indivíduos,
capital natural (“ativos” como água, florestas e colocando a privacidade em perigo.
organismos vivos) devido aos crescentes trade-offs e
mecanismos de feedback relacionados à mudança • Estabilidade económica: crises de dívida crescentes,
climática, levando-nos além do ponto sem retorno. com repercussões no contágio financeiro, bem como
no colapso dos serviços sociais, emergindo de um acerto
• Saúde humana: riscos crônicos que estão sendo de contas global sobre a dívida e levando a problemas
agravado por sistemas de saúde tensos que enfrentam sociais.
os efeitos sociais, econômicos e de saúde da
pandemia de COVID-19. Os grupos de riscos emergentes ou em rápida aceleração
identificados este ano não pretendem ser exaustivos. Em
• Segurança humana: uma reversão nascente vez disso, eles visam fornecer análises específicas de tópicos,
na desmilitarização e crescente vulnerabilidade dos estimular ações preventivas e atenção e servir como
estados com armas nucleares a tecnologias emergentes, exemplos para a aplicação de análises semelhantes a uma
emergindo de novas armas e conflitos em vários domínios. variedade de outros domínios de risco futuros.
2.2 Ecossistemas naturais: além do ponto sem volta

A biodiversidade dentro e entre os ecossistemas já está para uma mistura perigosa (Figura 2.3). Dado que mais da
diminuindo mais rapidamente do que em qualquer outro metade da produção econômica mundial é estimada como
ponto durante a história humana.1 Ao contrário de outros moderada a altamente dependente da natureza, o colapso
riscos ambientais, a perda de biodiversidade e o colapso do dos ecossistemas terá consequências econômicas e sociais
ecossistema não foram vistos como uma preocupação de longo alcance. Estes incluem o aumento da ocorrência de
premente pelos entrevistados do GRPS no curto prazo. No doenças zoonóticas, uma queda no rendimento das
entanto, acelera em gravidade percebida, subindo para o 4º colheitas e no valor nutricional, crescente estresse hídrico
lugar no período de 10 anos (Figura 2.1). exacerbando conflitos potencialmente violentos, perda de
meios de subsistência dependentes de sistemas
As intervenções humanas impactaram negativamente um alimentares e serviços baseados na natureza, como a
ecossistema natural global complexo e delicadamente polinização, e inundações cada vez mais dramáticas, aumento
equilibrado, desencadeando uma cadeia de reações. Nos do nível do mar e erosão da degradação dos sistemas naturais
próximos 10 anos, a interação entre perda de biodiversidade, de proteção contra inundações, como prados de água e manguezais coste
poluição, consumo de recursos naturais, mudança
climática e fatores socioeconômicos fará com que
FIGURA 2.3 Agravando as crises ambientais
Incidentes de
dano ambiental Falha em mitigar as
mudanças climáticas
Desastres naturais e
clima extremo
Perda de biodiversidade
e colapso do ecossistema
Falha na adaptação às mudanças
climáticas
Referência
Crises de recursos
naturais
Condições crônicas de saúde
Nós bordas bordas
Alto Alto
Médio Médio
Fonte

Os ecossistemas terrestres e marinhos estão enfrentando e outros desastres naturais já estão degradando soluções
vários pontos de pressão devido à sua contribuição baseadas na natureza para a mudança climática, como
subestimada para a economia global, bem como para a saúde incêndios florestais usados para compensação de carbono .
global do planeta. Embora não sejam os únicos impulsionadores, agravar os impactos das mudanças climáticas. Danos
no centro dessa potencial catástrofe estão as principais contínuos aos sumidouros de carbono por meio do
compensações e os mecanismos de feedback emergentes desmatamento e do degelo do permafrost, por exemplo, e
das crises atuais. Sem mudanças políticas ou investimentos um declínio na produtividade do armazenamento de carbono
significativos, as complexas ligações entre a mitigação das (solo e oceano) podem transformar esses ecossistemas em
mudanças climáticas, a insegurança alimentar e a degradação fontes “naturais” de emissões de carbono e metano.8 O colapso
da biodiversidade acelerarão o colapso dos ecossistemas. iminente da Groenlândia e As camadas de gelo da Antártica
Ocidental podem contribuir para o aumento do nível do mar
e inundações costeiras, enquanto a “morte” dos recifes de
Acelerando exponencialmente a perda da corais de baixa latitude, os berçários da vida marinha,
certamente afetará o abastecimento de alimentos e os
natureza e as mudanças climáticas
ecossistemas marinhos mais amplos.
A perda da natureza e as mudanças climáticas estão

intrinsecamente interligadas – uma falha em uma esfera
afetará a outra, e atingir o zero líquido exigirá medidas de
mitigação para ambas as alavancas.2 Se não formos Trade-offs entre segurança alimentar e
capazes de limitar o aquecimento a 1,5°C ou mesmo 2°C, o conservação da natureza
impacto contínuo de desastres naturais, mudanças de
temperatura e precipitação se tornarão a causa dominante da
perda de biodiversidade, em termos de composição e função A mudança no uso da terra continua sendo a ameaça mais
(Figura 2.4).3 Ondas de calor e secas já estão causando eventos prolífica à natureza, de acordo com muitos especialistas.9 A
de mortalidade em massa (um único dia quente em 2014 matou agricultura e a pecuária ocupam mais de 35% da superfície
mais mais de 45.000 raposas voadoras na Austrália), enquanto terrestre da Terra e são os maiores impulsionadores diretos do
o aumento do nível do mar e fortes tempestades causaram as declínio da vida selvagem globalmente. A atual crise de
primeiras extinções de espécies inteiras . por ecossistemas de acessibilidade e disponibilidade de suprimentos de alimentos
florestas, algas e ervas marinhas.5 posiciona os esforços para conservar e restaurar a
biodiversidade terrestre em desacordo com a segurança
alimentar doméstica, conforme explorado no Capítulo 3: Rivalidades de recur
Esforços de conservação e soluções baseadas na natureza

Os impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas podem (que podem oferecer co-benefícios para a biodiversidade) lutarão
restringir ainda mais seus efeitos de mitigação. Maior gravidade para serem comercialmente competitivos com práticas
e frequência de eventos climáticos extremos agrícolas intensivas e focadas no rendimento, particularmente em
FIGURA 2.4 Impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas
Confiança na atribuição às mudanças climáticas
Mudanças na estrutura do ecossistema Mudanças de alcance de espécies Mudanças no tempo (fenologia)
Ecossistemas Terrestre Água fresca oceano Terrestre Água fresca oceano Terrestre Água fresca oceano
Global Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto
África Alto Alto Alto Alto Lim. evidência Alto Lim. evidência Baixo Baixo
Ásia Alto Médio Alto Baixo Médio Lim. evidência Baixo Baixo Médio
Australásia Alto Alto Alto Alto Lim. evidência Alto Alto Lim. evidência Baixo
América Central e do Sul Alto Alto Alto Alto Alto Alto Lim. evidência Lim. evidência Baixo
Europa Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto
América do Norte Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto
pequenas ilhas Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Lim. evidência Médio
ártico Alto Médio Alto Alto Alto Alto Alto Médio Alto
antártica Médio Lim. evidência Médio Médio Lim. evidência Médio Médio Lim. evidência Lim. evidência
região mediterrânea Alto Lim. evidência Alto Alto Médio Alto Alto Lim. evidência Médio
Floresta tropical Alto Lim. evidência N/D Médio Lim. evidência N/D Lim. evidência Lim. evidência N/D
regiões montanhosas Alto Alto N/D Alto Médio N/D Alto Baixo N/D
desertos Alto N/D N/D Alto N/D N/D Lim. evidência N/D N/D
hotspots de biodiversidade Alto Lim. evidência Alto Alto Lim. evidência Alto Alto Lim. evidência Não avaliado
Fonte
IPCC, 2022.6

nações agrárias densamente povoadas. Incentivos estatais para No entanto, há um mecanismo de feedback mais existencial a
aumentar a produção local e reduzir a dependência de ser considerado: a biodiversidade contribui para a saúde e
importações – em uma reação às atuais pressões resiliência do solo, plantas e animais, e seu declínio coloca em
geopolíticas e de abastecimento – podem custar a risco tanto a produção de alimentos quanto o valor nutricional.18
preservação do ecossistema. A tecnologia fornecerá Isso poderia alimentar o desmatamento e aumentar os preços
soluções parciais nos países que podem pagar. Por exemplo, dos alimentos , ameaçam os meios de subsistência locais e
prevê-se que o mercado global de agricultura vertical cresça a contribuem para doenças e mortalidade relacionadas com
uma taxa anual composta de 26% e atinja US$ 34 bilhões a alimentação (explorado no Capítulo 2.3: Saúde humana).
até 2033.10 Essas técnicas de produção agrícola aumentam a Também pode levar à migração involuntária em grande escala,
produção de alimentos por unidade de área com uma pegada um novo participante no Top 10 do ranking da pesquisa
menor de água e biodiversidade, mas na verdade podem ser GRPS (Figura 2.1) e analisado no capítulo 'Barreiras à
mais carbono intensivo e pode ter uma pegada de terra indireta Migração' do Relatório de Riscos Globais do ano passado.
que excede a agricultura de campo aberto em algumas
regiões.11
Novas frentes de batalha entre
Dada uma perspectiva econômica altamente
incerta, os mercados em desenvolvimento e emergentes
ecossistemas e fontes de energia “verdes”
podem ter dificuldades para fechar a lacuna de
financiamento para aumentar a produtividade agrícola. A A transição para a energia limpa é fundamental para a
pressão sobre a biodiversidade provavelmente será mitigação das mudanças climáticas, reduzindo a pegada de
ainda mais amplificada pelo desmatamento contínuo para carbono da energia em comparação com os combustíveis
processos agrícolas, com uma demanda associada por terras fósseis. No entanto, a rápida expansão da infraestrutura
agrícolas desmatadas adicionais,12 especialmente em verde em busca de segurança energética pode ter
áreas subtropicais e tropicais com biodiversidade densa, como impactos não intencionais nos ecossistemas domésticos
a África Subsaariana e o Sudeste Asiático.13 e mais amplos, já que as dependências e os riscos
Biodiversidade e preservação de ecossistemas podem ser para os ecossistemas naturais dessas tecnologias são,
apoiados por meio do uso expandido de financiamento atualmente, menos bem compreendidos. Embora a
concessional e reestruturação da dívida: 58 países em infraestrutura de energia renovável possa ser “positiva para a
desenvolvimento expostos à mudança climática têm quase natureza” – por exemplo, parques eólicos atuando como um
US$ 500 bilhões em pagamentos de ressarcimento de dívida “porto seguro” para a recuperação de populações
coletiva com vencimento nos próximos quatro anos.14 O aumento marinhas e do fundo do mar – fontes verdes de energia
da implantação de trocas de dívida por natureza, por também podem causar degradação ambiental, como
exemplo, poderia ser orientado para a conservação e restauro. perda de habitat, som e poluição eletromagnética,
Na verdade, esse tipo de reestruturação está sendo introdução de espécies não indígenas e mudanças nos padrões
realizado pelo Equador, Sri Lanka e Cabo Verde.15 migratórios dos animais.19
No entanto, esses mecanismos podem contribuir para
desafios de curto prazo de insegurança alimentar, As tecnologias de energia renovável também dependem
aumento do custo de vida e queda da receita do governo.16 de capital natural não renovável e abiótico (metais e
Além disso, as comunidades indígenas podem estar minerais, conforme explorado no Capítulo 3: Rivalidades de
desproporcionalmente em risco com essas atividades. A recursos). Estes são provenientes da geosfera, que,
“conservação de fortalezas” pode interferir na posse de terras indígenas e já foi associada
juntamente a despejos
com a hidrosfera, forçadosoehabitat
fornecem até fatalidades.17
físico para
o ecossistema global. Esses recursos geralmente estão
concentrados em países com má governança de mineração
nascente, artesanal e ilícita, ou regulamentações
ambientais e sociais menos rigorosas – aumentando a
probabilidade de destruição mais generalizada da
natureza e devastação de comunidades locais e grupos
indígenas. A mineração de elementos de terras raras em
Myanmar e na República Democrática do Congo já causou
desmatamento generalizado, destruição do habitat
de espécies ameaçadas e poluição da água, e tem sido
associada a abusos dos direitos humanos e financiamento de
grupos de milícias.20 Ao oferecer a possibilidade de
desenvolvimento socioeconômico desenvolvimento e
diversificação, a expansão da mineração de metais verdes em
áreas ricas em natureza ou ecologicamente sensíveis, como
o Estado Plurinacional da Bolívia e a Groenlândia, tem o
potencial de desestabilizar os lençóis freáticos e perturbar os
ecossistemas.21 A pressão para avançar com o mar profundo
a mineração também envolve riscos significativos, devido aos
impactos desconhecidos nos ecossistemas oceânicos
críticos.22
Está claro que tanto a escala quanto o ritmo necessários

para a transição para uma economia verde exigem
novas tecnologias. No entanto, algumas dessas tecnologias

correm o risco de impactar os ecossistemas naturais de restaurar 30% dos ecossistemas degradados do planeta.
novas maneiras, com oportunidades limitadas para resultados Esses passos significativos confirmam que a comunidade
de “teste de campo”. A urgência da mitigação das mudanças global reconhece que os riscos associados à perda da
climáticas está incentivando a implantação de novas natureza, produção de alimentos, geração de energia e mudança
tecnologias, potencialmente com testes e protocolos menos climática não podem ser totalmente mitigados isoladamente.
rigorosos. As tecnologias de remoção de carbono serão No entanto, a tradução em ação dos setores público e privado
particularmente essenciais para alcançar um mundo líquido zero ainda precisa ser vista, principalmente devido ao progresso
se as emissões antropogênicas não diminuírem suficientemente limitado nas metas anteriores de biodiversidade – e clima – até o
ou se as emissões de recursos naturais continuarem a momento.
aumentar. A edição de genes para aumentar a
produtividade da captura natural de carbono, a Embora a relação entre clima e natureza aumente a probabilidade
geoengenharia para remoção de carbono23 e o gerenciamento de uma série de ciclos de feedback crescentes e potencialmente
da radiação solar representam grandes riscos futuros – desde irreversíveis, ela também pode ser aproveitada para ampliar o
o aumento do estresse hídrico, “roubo” de nutrientes e redistribuição de doenças
impacto até
dasoatividades
choque dedeterminação
mitigação de riscos. Dadas as
e o armamento de tecnologias de aerossóis estratosféricos.24 crescentes compensações financeiras e de capacidade, o
Consequências não intencionais relacionadas a “edições” investimento em resiliência deve se concentrar em
tecnológicas na atmosfera, biosfera, hidrosfera e geosfera soluções que criem preparação para riscos múltiplos. Ao
podem ocorrer rapidamente, aumentando o risco de eventos restaurar a biodiversidade nos solos, por exemplo, a agricultura
acidentais de extinção. regenerativa tem o potencial de armazenar grandes
quantidades de carbono.
Atuando hoje O foco na preservação da biodiversidade deve impulsionar e

priorizar a adaptação local e a resiliência da comunidade – e,
ao fazê-lo, contribuir para a mitigação das mudanças
Evitar pontos de inflexão requer uma combinação de esforços climáticas globalmente. Práticas alteradas de manejo da terra,
de conservação, intervenções para transformar o sistema como reflorestamento, microirrigação e sistemas
alimentar, estratégias de mitigação do clima aceleradas e positivas agroflorestais, são uma forma de baixo custo de aumentar a
para a natureza e mudanças nos padrões de consumo e resiliência a climas extremos. A proteção e a restauração da
produção. Isso envolve realinhar incentivos e atualizar biodiversidade marinha, como os sistemas de mangue, podem
estruturas de governança, alimentadas por melhores dados aumentar, em vez de competir, com a produtividade e
e ferramentas para capturar as interdependências de segurança da cadeia alimentar doméstica. Também pode
alimentos, clima, energia e ecossistemas. apoiar indústrias e meios de subsistência locais e fornecer
proteção contra condições climáticas extremas. Essas
atividades também produzem co-benefícios em nível global,
Já há sinais iniciais de mudanças nessa direção. A como o aumento do sequestro de carbono e a regulação do
crescente visibilidade e influência de iniciativas multilaterais e clima, oferecendo fluxos de receita potenciais para nações
lideradas pelo mercado, como o em desenvolvimento na forma de créditos de carbono.
Força-tarefa para divulgações financeiras relacionadas à natureza Da mesma forma, a ampliação de práticas como preservação
(TFND) com lançamento previsto para o final deste ano, biocultural, gestão de comunidades indígenas e integração do
são desenvolvimentos positivos. A 15ª Conferência das Partes conhecimento tradicional na produção e cultivo de
da Convenção da Diversidade Biológica (CBD COP15) resultou alimentos pode fornecer benefícios socioeconômicos e
no acordo Montreal-Kunming, estabelecendo novas metas globais ambientais duplos.25
para 2030, como a reforma de sistemas de subsídios
prejudiciais ao meio ambiente e

2.3 Saúde humana: perma-pandemias e desafios

crônicos de capacidade
A saúde pública global está sob pressão crescente e os
sistemas de saúde em todo o mundo correm o risco de se
tornarem inadequados para o propósito. A pandemia de
COVID-19 ampliou ainda mais os espectros sempre presentes
e os riscos emergentes à saúde física e mental, incluindo
resistência antimicrobiana (AMR), hesitação vacinal e
doenças nutricionais e infecciosas causadas pelo
clima (descrito em 'Falso positivo: sistemas de saúde sob
novas pressões ' em nossa edição de 2020, publicada
antes da pandemia). Dadas as crises atuais, a saúde mental
também pode ser exacerbada pelo aumento de estressores
como violência, pobreza e solidão.
Há também um risco crescente de um ciclo de “pânico-

negligência”. À medida que o COVID-19 recua das
manchetes, a complacência parece estar se estabelecendo na
preparação para futuras pandemias e outras ameaças
globais à saúde. Os sistemas de saúde enfrentam o
esgotamento dos trabalhadores e a escassez contínua
em um momento em que a consolidação fiscal corre o risco de
desviar a atenção e os recursos para outros lugares. Surtos de
doenças infecciosas mais frequentes e generalizados em meio
a um cenário de doenças crônicas na próxima década
correm o risco de levar os sistemas de saúde esgotados à beira e a perda da natureza estão aumentando o surgimento e
do fracasso em todo o mundo.26 ressurgimento de doenças, incluindo doenças fúngicas
invasivas, enquanto o aquecimento global está aumentando o
número de meses adequados para transmissão
Os tremores secundários da pandemia de doenças existentes, como malária e dengue.30 Espera-
se também que as mudanças climáticas exacerbem
encontram crises de saúde silenciosas
a desnutrição à medida que a insegurança alimentar aumenta.
O aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera pode
Os resultados globais de saúde foram enfraquecidos pela resultar em deficiências de nutrientes nas plantas e até na
pandemia de COVID-19, com efeitos prolongados. absorção acelerada de minerais pesados, que têm sido
Evidências iniciais apontam para uma condição pós-COVID-19 associados ao câncer, diabetes, doenças cardíacas e
impactando a qualidade de vida e o status ocupacional dos crescimento prejudicado.31
indivíduos – contribuindo para ausências no trabalho e
aposentadorias precoces, mercados de trabalho mais A expansão das fontes de doenças se combinará com
restritos e um declínio na produtividade econômica. O cargas de doenças persistentes para consolidar uma carga
impacto econômico resultante é estimado em cerca de crescente de saúde nas economias em
US$ 140-600 bilhões para até US$ 3,7 trilhões nos Estados desenvolvimento e avançadas. Houve uma mudança notável
Unidos da América, e perto de AUD$ 5 bilhões por ano na em relação às doenças não transmissíveis na última década
Austrália se os custos atuais persistirem, refletindo a perda (Figura 2.5), ligada ao crescimento e envelhecimento da
de qualidade de vida, perda de rendimentos e produção, e população, juntamente com a cobertura defasada dos
maiores gastos com assistência médica.27 A pandemia sistemas de saúde. Uma implicação chave é a resultante
também desviou recursos de outras doenças perda de saúde funcional e aumento de incapacidades, em vez
como rastreamento de câncer e tuberculose,28 e as de mortes. Os avanços médicos tornaram possível que as
campanhas de imunização foram suspensas. pessoas vivam com múltiplas comorbidades (como
As taxas de vacinação contra a poliomielite caíram para o nível diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e depressão),
mais baixo em 14 anos, talvez dando início ao retorno da cepa mas elas permanecem complexas e caras de administrar.
selvagem à África em 2021.29 As pessoas estão vivendo mais anos com problemas de saúde
e em breve poderemos enfrentar uma reversão mais
Além do impacto prolongado do COVID-19, é provável sustentada nos ganhos de expectativa de vida além da
que os estresses potenciais impostos pelas mudanças influência da pandemia.
climáticas e pela perda da natureza sobre a saúde
aumentem, variando de poluição do ar e maior exposição a Notavelmente, embora algumas cargas de doenças
dias de ondas de calor úmidos (que aumentam o estresse estejam crescendo, todos os riscos relacionados à saúde
térmico nos humanos), a acesso interrompido a água segura caíram aproximadamente no terço inferior das classificações
e saneamento e aumento de doenças transmitidas pela de risco global do GRPS nos períodos de dois e 10 anos
água devido a inundações. Urbanização, mudança de uso da terra (Figura 2.2). “Doenças infecciosas” despencou em risco

FIGURA 2.5 Perda de saúde funcional
Maior
participação
Dor na região lombar
Distúrbios de dor de cabeça transtornos depressivos
Perdas auditivas relacionadas à idade e outras perdas auditivas relacionadas à idade e outras perdas auditivas
Outros distúrbios musculoesqueléticos Outros distúrbios musculoesqueléticos

Diabetes mellitus Diabetes mellitus
Participação
todos
YLD
os
de
doenças ginecológicas
Transtornos de ansiedade
Parte
inferior
-100% -50% 0 +50% +100%
Mudança percentual (2009-2019)
Tipos de doença Não comunicável Transmissíveis, maternas, neonatais e nutricionais
Fonte Observação
IHME, 2020.32 Alteração percentual anual para anos vividos com incapacidade (YLD) de 2009 a 2019.
percepções, do sexto risco mais grave em escala global nos resultados podem ter sido muito piores na ausência de ação
próximos 10 anos no Relatório de Riscos Globais do ano rápida, as comparações destacam o potencial de crises
passado, para o 27º lugar este ano. Além disso, mulheres que silenciosas para criar danos crescentes e descontrolados.
responderam ao GRPS avaliaram consistentemente os
riscos relacionados à saúde como mais graves do que
suas contrapartes masculinas. Doenças crônicas e
condições de saúde e Deterioração grave da saúde Desafios crônicos de capacidade
mental foram classificadas em 13º e 14º lugar pelas entrevistadas
do sexo feminino, com o colapso ou falta de infraestrutura e
serviços públicos relacionados em 19º lugar, em comparação À medida que a carga de doenças cresce e a inovação
com as classificações de 23º, 28º e 27º, respectivamente, amplia o escopo do que a medicina pode tratar, a demanda
pelos entrevistados do sexo masculino. inexorável por assistência médica enfrenta desafios crônicos de
capacidade. A pandemia de COVID-19 interrompeu a
O declínio na percepção de risco provavelmente é prestação de serviços de prevenção e tratamento, resultando
impulsionado pela fadiga pandêmica e pela tendência em um acúmulo de atendimento hospitalar e comunitário
humana de se concentrar em crises novas, recentes e mais visíveis. que pode ser difícil de resolver.
No entanto, crises “silenciosas” com impactos cumulativos Mais de 7 milhões de pessoas no Reino Unido da Grã-Bretanha
podem ultrapassar rapidamente um evento catastrófico isolado. (mais de um décimo da população) aguardavam atendimento
A pandemia de COVID-19 foi associada a quase 6,6 médico não emergencial em setembro de 2022, enquanto
milhões de mortes em todo o mundo no momento da 10% dos postos de trabalho permaneciam vagos enquanto o
redação deste artigo, observando que esse número provavelmente Serviço Nacional de Saúde lutava para reter pessoal.36
aumentará com o levantamento das restrições rigorosas do
COVID-19 pela China após três anos.33 Em comparação,
cerca de 4,95 milhões de mortes foram associadas com bactérias É provável que os sistemas de saúde enfrentem pressões
resistentes a medicamentos (AMR) apenas em 2019, com financeiras crescentes – com cortes orçamentários ou perda de
cerca de 1,27 milhão delas consideradas diretamente receita, bem como custos mais altos de bens e mão de obra
atribuíveis à AMR.34 Estima-se que a poluição do ar – à medida que a inflação persiste, as economias crescem
seja responsável por mais 9 milhões de mortes no lentamente ou estagnam e os governos repriorizam os
mesmo ano, correspondendo a uma em cada seis mortes gastos para atender a preocupações sociais e de segurança
em todo o mundo .35 Embora existam limitações para a mais salientes. Mesmo antes da pandemia de COVID-19
coleta e análise de dados em todos os três casos, e os casos de COVID-19
agravar a escassez de pessoal, a Organização Mundial da Saúde (OMS)

previu um déficit global de 15 milhões de profissionais de

saúde até 2030.37 Alguns sistemas de saúde estão vendo o
declínio da produtividade à medida que funcionários experientes
saem devido à exaustão, esgotamento e preocupações com
a equipe e a segurança do paciente. As lacunas de
habilidades e infraestrutura prejudicam ainda mais a capacidade,
pois a equipe fica sobrecarregada com desafios para os quais
não está adequadamente equipada ou apoiada para resolver,
levando a mais greves por salários e níveis de pessoal.
Espera-se que a inflação médica continue a superar o crescimento

do PIB em muitos países,38 e as pressões financeiras
sobre as populações trabalhadoras se intensificarão à
medida que as taxas de dependência aumentarem. Os
Estados Unidos da América já gastam quase 20% de seu PIB
em saúde, mesmo antes de sua maior coorte populacional (os
“Baby Boomers”) se aposentar.39 Governos, seguradoras ou
empregadores podem responder limitando a cobertura e
transferindo uma proporção maior do custos para os
indivíduos, reduzindo o acesso e a acessibilidade dos
cuidados de saúde. Os sistemas de saúde de dois níveis, já
predominantes em muitas economias avançadas e em
desenvolvimento, podem se fortalecer ainda mais, com um setor
privado lucrativo atendendo pacientes com maior capacidade e
disposição para pagar, enquanto as pessoas mais pobres ambiente, alguns dos quais podem ter efeitos compostos não
continuam dependendo de serviços públicos cada vez mais intencionais em doenças específicas. Por exemplo, a falta
precários.40 de proteção LGBTQ tem sido associada a piores resultados
de saúde relacionados ao HIV, devido à consequente evitação
Uma incompatibilidade persistente entre demanda e oferta de cuidados de saúde.43 As crises atuais podem prejudicar
gradualmente enfraquece a capacidade dos sistemas de saúde, ainda mais os resultados de saúde e a equidade. Estresse
mesmo em países mais ricos, de lidar e se adaptar, corroendo a financeiro crônico e racionamento de itens essenciais – como
qualidade dos cuidados e diminuindo o acesso aos cuidados ter que escolher entre aquecimento e alimentação – terão
de saúde. Sistemas de saúde frágeis podem rapidamente ficar impactos físicos e psicológicos de longo prazo, mesmo em
sobrecarregados por um ou mais eventos catastróficos. Um pessoas saudáveis.44 A menor confiança nas instituições públicas
ataque cibernético em grande escala, guerra, evento climático já resultou em respostas pandêmicas menos eficazes e em
extremo ou doenças infecciosas novas ou reemergentes podem crescente desinformação e a desinformação podem aumentar
desencadear o colapso do sistema de saúde em uma ou mais ainda mais a hesitação em vacinar, o que já levou ao
regiões, resultando em um aumento repentino de mortes por ressurgimento de doenças erradicadas localmente, como
todas as causas. A deterioração mais gradual dos sistemas de a poliomielite.45 Esses padrões podem ser reforçados, pois há um
saúde também enfraqueceria a saúde geral, aumentaria as claro aumento na erosão da coesão social (consulte o Capítulo
disparidades de saúde, desaceleraria a atividade econômica e 1.2: polarização).
prejudicaria a estabilidade política e social à medida que uma rede de segurança se desintegrasse.
Sindemias socioeconômicas As tensões geopolíticas podem limitar o co-desenvolvimento e o

compartilhamento de novos avanços científicos, limitando
as respectivas habilidades para lidar com riscos sempre
Combinado com sistemas de saúde frágeis, existe o risco de presentes, como a RAM, bem como novos. As restrições à
aumento de “sindemias”: um conjunto de problemas de saúde exportação aplicadas a remédios e produtos médicos
simultâneos que se reforçam mutuamente e afetam o estado podem causar uma crise humanitária e levar ao controle de ainda
geral de saúde de uma população, no contexto de ambientes mais recursos existenciais – principalmente alimentos – com
políticos, estruturais ou sociais.41 O O conceito tem sido efeitos agravantes na saúde. As disparidades no acesso aos
aplicado há muito tempo à pesquisa do HIV. cuidados de saúde também podem piorar entre e dentro dos
Mais recentemente, ela foi considerada no contexto da pandemia países como resultado de
de COVID-19 e da carga de doenças crônicas, que resultaram desigualdade econômica. Por exemplo, embora avanços como a
em taxas mais altas de morbidade e mortalidade entre medicina personalizada, genômica e proteômica possam
comunidades socialmente desfavorecidas.42 Um padrão melhorar consideravelmente os resultados de saúde para
semelhante pode ocorrer agora em nível sistêmico: deterioração condições crônicas e degenerativas, eles vêm com preços altos que
social , contextos econômicos e políticos contribuirão para podem restringir o uso generalizado; as terapias genéticas podem
doenças endêmicas e levarão a piores resultados de saúde custar mais de US$ 2 milhões.46 Um aumento na instabilidade e
para comunidades selecionadas. conflito do estado limitaria ainda mais a entrega de ajuda,
interromperia os programas de vacinação e colocaria em risco os
profissionais de saúde. Isso ficou evidente no caso dos
A desigualdade e os conflitos nos valores sociais podem trabalhadores de vacinação contra a poliomielite mortos no
precipitar mudanças regulatórias em relação à educação, emprego, Afeganistão no ano passado.47
moradia, gênero, imigração e

Atuando hoje Paralelamente, instituições e sistemas de saúde nacionais e

globais precisam ser fortalecidos diante de múltiplos desafios. A
inovação na prestação de cuidados, pessoal e modelos de
É essencial que incorporemos lições suadas em financiamento são necessários para que os sistemas de saúde
preparação para a próxima iteração de crises de saúde. forneçam prevenção de doenças, detecção precoce e
Um foco contínuo em políticas e intervenções de saúde cuidados complexos de forma econômica para uma população
pública pode ter impactos descomunais nos níveis nacional e cada vez mais frágil e com doenças crônicas.
regional, já que grande parte da carga de doenças crônicas Também há potencial para a saúde colher as vantagens dos
é, de fato, evitável.48 A obtenção de ganhos de saúde pública avanços tecnológicos e da transformação digital que outros setores
exigirá que governos e empresas promovam as condições que adotaram, como aumentar a capacidade com tecnologia e combinar
sustentam bem-estar e incentivar estilos de vida saudáveis, como atendimento virtual e presencial para reduzir custos.
boa alimentação, ar puro, habitação segura e coesão social.
Também existem oportunidades para fortalecer a saúde

Agências de saúde pública, provedores de saúde e financiadores pública em todos os países, especialmente nas áreas de
podem desempenhar um papel fundamental ao melhorar as interações vigilância e preparação para pandemias, colaboração científica e
e a coordenação entre diferentes partes do sistema de saúde mitigação de fatores de ameaças globais, como mudanças climáticas
para compartilhar informações, expandir a capacidade e melhorar a e RAM. É fundamental que se evite o nacionalismo sanitário face
saúde geral da população. O planejamento de longo prazo ajudará à
os governos a avaliar e gerenciar melhor os riscos do sistema de das considerações geopolíticas e de segurança já em curso
saúde, assim como o alinhamento de políticas que afetam direta hoje. A colaboração contínua e os fluxos de informações no campo
ou indiretamente a saúde (como políticas agrícolas que impulsionam da saúde, produtos farmacêuticos e ciências da vida sustentam
o uso de antibióticos e aumentam o risco de RAM). Governos e os esforços para garantir que nossa compreensão e capacidade
empresas também precisarão adicionar uma dimensão de saúde à possam continuar a abordar com eficácia os riscos emergentes à
crise saúde.
planos de preparação para resistir a riscos emergentes.
2.4 Segurança humana: novas armas, novos conflitos
Os resultados do GRPS sugerem que a guerra econômica e de confrontos entre potências globais. Antes de 2022, a
informação continuará a representar uma ameaça mais grave do militarização havia caído em todas as regiões, com dados
que o conflito intenso na próxima década. Interestadual recentes mostrando um declínio geral em quase 70% dos países
conflito e uso de armas de destruição em massa foram classificadas cobertos pelo Índice de Paz Global 2022 nos últimos 15 anos.49
com menor gravidade antecipada em comparação com Mesmo entre 2021 e 2022, as participações de armas nucleares e
“confronto geoeconômico” e armas pesadas, gastos militares, importações de armas e taxas de
Desinformação e desinformação sobre o pessoal das forças armadas diminuíram (Figura 2.6). No entanto,
Período de tempo de 10 anos (Figura 2.2). o mundo ainda se tornou menos pacífico, com mais manifestações
violentas, conflitos externos e intensos conflitos internos durante o
As últimas décadas foram definidas pela não implantação das armas mesmo período de quinze anos.50
mais poderosas da humanidade e nenhuma ação direta

FIGURA 2.6 Tendências pré-2022 em militarização e conflito
Armas nucleares e pesadas

Mortes por conflito externo
impacto do terrorismo
Despesas militares (% PIB)

taxa de encarceramento
Percepção da criminalidade
importação de armas
Taxa de pessoal das forças armadas
manifestações violentas
Taxa policial
taxa de homicídio
Conflitos internos travados
Conflitos externos travados
Financiamento de manutenção da paz da ONU
Acesso a armas pequenas

Crime violento
Instabilidade política
Refugiados e IDPs
Intensidade dos conflitos internos
Relações com países vizinhos

Intensidade dos conflitos internos
Escala de terror político
Mortes por conflitos internos
-6 -4 -2 0 +2 +4 +6
% de mudança na pontuação média
Fonte Observação
PEI, 2022. See More Mudança percentual na pontuação global por indicador, 2021-2022.
A inversão da tendência de desmilitarização aumentará o PIB, que, se alcançado por todos os membros, representaria
risco de conflito, numa escala potencialmente mais um aumento no orçamento total de 7% em termos reais .
destrutiva. A crescente desconfiança e suspeita entre as armamento.54
potências globais e regionais já levou à repriorização
dos gastos militares e à estagnação dos mecanismos de
não proliferação. A difusão do poder econômico,
tecnológico e, portanto, militar para vários países e atores
está conduzindo a mais recente iteração de uma corrida O setor privado deve impulsionar cada vez mais o
armamentista global. desenvolvimento de tecnologias militares, gerando
Ao contrário das dinâmicas de poder anteriores que foram avanços na fabricação de semicondutores, IA,
moldadas por armas de dissuasão, a próxima década computação quântica, biotecnologia e até fusão nuclear,
pode ser definida pela devastação de ataques de precisão e entre outras tecnologias.55 Muitas delas são de uso geral
conflitos expandidos. com aplicações civis, mas são também um multiplicador
de força do poder militar, aprimorando as capacidades de
armas autônomas, guerra cibernética e capacidades
Novos arquitetos militares e defensivas.
arquitetura As tecnologias emergentes estarão cada vez mais sujeitas

a limites impostos pelo Estado aos fluxos
transfronteiriços de talentos, IP, dados e tecnologias
A década de 2010 viu os gastos militares globais crescerem subjacentes (como equipamentos de litografia ultravioleta
de acordo com o PIB e os orçamentos governamentais extrema) e recursos (como metais e minerais críticos),
(5% dos gastos, abaixo dos 12% no início dos anos para restringir o aumento comparativo de rivais estrangeiros.
1990).51 No entanto, hoje, os gastos militares globais O foco e o investimento aprimorados impulsionarão as
como proporção do PIB estão aumentando, impulsionados inovações - os gastos globais com pesquisa e
predominantemente por gastos mais altos pelos Estados desenvolvimento atingiram 2,63% em 2021, o maior nível
Unidos da América, República Islâmica do Irão, Rússia, em décadas.56 Com certeza haverá vários arquitetos
Índia, China e Arábia Saudita. O Japão anunciou uma (Figura 2.7), com inovações paralelas e ecossistemas
proposta para dobrar seu orçamento de defesa para interoperáveis que não apenas prejudicarão as
US$ 105 bilhões (2% de seu PIB) em maio do ano eficiências e esforços duplicados – mesmo antes do
passado, e o Catar aumentou os gastos em 434% aperto das condições de mercado, estimava-se que a
desde 2010 em resposta aos bloqueios.52 A guerra fragmentação tecnológica resultasse em perdas de até
na Ucrânia – assim como a condenação morna por alguns 5% do PIB para muitas economias57 – mas também pode aumentar o
atores geopolíticos importantes - levou a promessas
recentes de membros da OTAN de atingir ou exceder a meta de 2%Inovações
de impulsionadas por militares em campos relevantes

FIGURA 2.7 Pesquisa e desenvolvimento difundidos
50
45
40
35
Estados Unidos
30
China
investimento
Participação
relativa
P&D
(%)
em
do
25
20
15
10
Japão
Alemanha
5 Coréia
França
Rússia
0
1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Fonte Observação
Serviço de Pesquisa do Congresso, 2022.58 Participação em P&D global de economias selecionadas, 2000-2020. P&D global inclui os gastos dos países da OCDE,
Argentina, China, Romaina, Rússia, Cingapura, África do Sul e Taiwan, China. Participação calculada em termos de
paridade de poder de compra.
têm benefícios indiretos para produtividade econômica e alguns estados.62 Espera-se que as armas de energia
resiliência social, incluindo medicina personalizada e direcionada façam um progresso significativo na próxima
preventiva, modelagem climática e desenvolvimento de década, com o potencial de desativar satélites, eletrônicos,
ciência de materiais. A influência dos blocos crescerá, unindo sistemas de comunicação e posicionamento, e algumas
estreitamente alianças em segurança, investimento, dessas armas podem ser mais econômicas do que as munições
comércio, inovação, talento e padrões. Por exemplo, Austrália, tradicionais.63 Computação quântica podem ser aproveitados
Japão, Coréia do Sul e Nova Zelândia foram recentemente para identificar novos materiais para uso em tecnologias
convidados a participar de uma cúpula da OTAN pela furtivas, e a guerra cibernética e de informação será implantada
primeira vez . e expansão militar de potências maiores.60 para atingir vulnerabilidades em tecnologias militares cada
No entanto, o Sul Global também corre o risco de ficar sem vez mais sofisticadas, que podem variar de campanhas de
segurança e avanços tecnológicos mais amplos. Por exemplo, desinformação a hacking de hardware em sistemas de defesa
a difusão de tecnologias de uso dual pode ser restringida ou nuclear.64
sujeita a altos royalties, ampliando a desigualdade global.
É importante ressaltar que essas tecnologias estão

surgindo em paralelo – com potencial para impactos
simultâneos e compostos na segurança global.65 O teste
e a demonstração de capacidades aprimoradas podem
desestabilizar relações geopolíticas e acelerar uma
corrida armamentista, mesmo na ausência de ataques
Tecnologias de próxima geração e convencionais ou nucleares. Essa corrida também retardará o
conflitos de vários domínios desenvolvimento e a adesão a normas, padrões e protocolos de

segurança que regem o desenvolvimento e o uso dessas
tecnologias, deixando questões fundamentais sem resposta –
Novas tecnologias mudarão a natureza da ameaça à como como buscar campos como a computação quântica, sem
segurança nacional e internacional, com aumento de conflitos simultaneamente desestabilizar os sistemas de criptografia
em vários domínios que obscurecem a definição do mundo e acelerar uma corrida armamentista global.66
da guerra convencional. “Futuros campos de batalha” Como resultado, a autorregulação do setor privado provavelmente
e os métodos de confronto estão se expandindo, aumentará, assim como as campanhas dos consumidores
abrangendo a terra, o mar, o ar, o ciberespaço e o contra aplicações militares de tecnologias, como a coalizão
espaço sideral (explorado no Capítulo Crowding and “Stop Killer Robots”.
Competition in Space no Relatório de Riscos Globais do ano
passado).61 As capacidades de armas antissatélites e hipersônicas
já foram demonstradas por Embora as normas sociais e globais que restringem o uso

de armamento nuclear permanecem altos, a busca desenfreada maior número de lançamentos anuais de mísseis balísticos no
de armamento de menor rendimento e tecnologias ano passado, e há uma escalada da retórica no contexto
militares defensivas mais fortes podem minar a percepção de da guerra na Ucrânia.71 A possibilidade de acordos de
segurança fornecida por armas nucleares, colocando em compartilhamento nuclear ou mesmo aquisição potencial
risco um delicado equilíbrio estratégico. em circunstâncias limitadas foi levantada em alguns estados não
As tecnologias emergentes aumentam a vulnerabilidade nucleares, como como o Japão e a Coreia do Sul.72 As
real ou percebida dos países a ataques, incluindo os negociações sobre o renascimento do Plano de Ação
com armas nucleares.67 As tecnologias avançadas de detecção, Abrangente Conjunto (JCPOA) também pararam.73 Embora
especialmente uma vez habilitadas pela computação quântica, os Estados Unidos da América e a Rússia tenham
poderiam teoricamente expor capacidades de segundo ataque continuado a aderir ao Novo Tratado START, e o
(armas nucleares móveis) para direcionamento e eliminação desarmamento tecnicamente continua , os estoques militares
em tempo real .68 O potencial para armas nucleares de menor utilizáveis de ambos os países - respondendo por 90% de todas
rendimento e mais direcionadas já questionou a viabilidade do as armas nucleares - permaneceram estáveis em 2021.74
atual limite de ativação do “guarda-chuva nuclear” dos
Estados Unidos da América. Uma corrida armamentista
crescente pode fazer com que os países revertam o princípio
do primeiro uso para aumentar a dissuasão. Um aumento de atores desonestos
Juntas, essas novas tecnologias estão aumentando a Proliferação de tecnologias mais destrutivas e novas
retórica e a pressão sobre os mecanismos de governança o armamento militar pode permitir novas formas de
existentes. Isso pode levar a um aumento guerra assimétrica, permitindo que poderes e indivíduos
o inventário global de ogivas nucleares pela primeira vez menores tenham um impacto maior em nível nacional e global. Os
desde a Guerra Fria,69 aumentando o risco de confrontos limiares financeiros, de informação e inteligência são mais
acidentais, mal calculados ou deliberados, com resultados baixos em muitas tecnologias de dupla utilização.
devastadores. Os países com armas nucleares continuam a Por exemplo, os avanços nas biotecnologias podem permitir
modernizar arsenais e desenvolver novos tipos de sistemas a criação de patógenos por pequenos grupos ou mesmo
de lançamento; no final do ano passado, os Estados Unidos da indivíduos.75 Drones de baixo custo que utilizam inteligência de
América revelaram seu primeiro novo bombardeiro enxame podem ser usados para atacar unidades de alto valor,
estratégico com capacidade nuclear em mais de três incluindo bases e tanques de combustível.76 Os dados
décadas. O Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, disponíveis mais recentes sugerem uma consolidação das
que entrou em vigor no início de 2021, continua a ser exportações de armas, com a América do Norte e a Europa
contestado por todos os nove estados declarados com respondendo por 87% de todas as exportações de
armas nucleares.70 A Coreia do Norte conduziu o armas de 2017-2021, juntamente com um declínio da China e
FIGURA 2.8 Principais impulsionadores do conflito interestatal
Crime cibernético generalizado

e insegurança cibernética conflito interestadual
Ataques terroristas Ineficácia das

instituições multilaterais
Desinformação e
desinformação Confronto
geoeconômico
Uso de armas de
destruição em massa colapso do estado
Referência
Migração
involuntária em larga escala
Erosão da coesão social
Crises de recursos
naturais
Nós bordas bordas
Alto Alto
Médio Médio
Fonte

Rússia.77 No entanto, qualquer difusão futura de participação com avanços em tecnologias de uso duplo, principalmente a
de mercado aumentará a probabilidade de sistemas militares computação quântica.
avançados serem compartilhados com mais adversários, em uma
área geográfica mais ampla.78
Atuando hoje
O custo mais baixo e a disseminação potencial de armas
convencionais ou químicas, biológicas ou nucleares para atores Um ambiente internacional que corre maior risco de conflito
desonestos corroerá ainda mais o "monopólio da violência" do e a atribuição menos transparente de envolvimento não
governo. Isso pode aumentar a vulnerabilidade dos estados e convencional pode enfraquecer os custos morais, reputacionais
alimentar a migração, a corrupção e a violência que podem se e políticos compartilhados que atuam parcialmente como
espalhar pelas fronteiras. 79 Drones já foram usados por atores um impedimento ao emprego de armamento destrutivo, incluindo
não estatais na Síria, Líbia e Iêmen, e drones militares e civis o envolvimento nuclear. Sem dúvida, o fortalecimento
foram usados por forças de segurança formais, grupos dos acordos e normas de controle de armas, desarmamento e
paramilitares e não combatentes na Ucrânia.80 Apesar da não-proliferação, abrangendo formas existentes e novas de
transparência e responsabilidade limitadas, houve também tem tecnologias militares, são essenciais para proporcionar
havido uma crescente dependência de milícias privadas e transparência. Isso também pode reduzir o risco de escalada não
serviços de segurança para proteger ativos e infraestrutura, intencional, por exemplo, limitando o transbordamento de
incluindo embarcações, navegação comercial, plataformas offshore conflitos entre domínios, como um ataque cibernético em
e portos. e direito internacional em contextos de conflito, pós- infraestrutura crítica que se transforma em uma troca destrutiva
conflito e tempos de paz.81 direcionada com armas autônomas letais.83 O estabelecimento
de normas será essencial para garantir o equilíbrio correto é
atingido para que a inovação tecnológica possa continuar a ser
aproveitada para melhorar os resultados socioeconômicos da
humanidade.
A distinção entre as esferas civil e militar está se tornando cada vez

mais indistinta: essas tecnologias expõem as populações
a ameaças domésticas diretas, muitas vezes com o objetivo de No entanto, alcançar o controle efetivo de armas será
destruir o funcionamento da sociedade. ainda mais desafiador do que no passado. Isso exigirá o
Isso inclui a interrupção física e virtual de recursos e serviços envolvimento de uma gama mais ampla de atores – incluindo
críticos em nível local e nacional, como agricultura e água, pesquisadores acadêmicos e o setor privado – devido ao uso
sistemas financeiros, segurança pública, transporte, energia e duplo de muitas dessas tecnologias. Os desenvolvimentos
infraestrutura de comunicação doméstica, espacial e estão superando rapidamente os processos de governança global.
submarina. “Decomposição de Uma corrida armamentista crescente dificultará ainda
mais a colaboração, mas a regulamentação de novas tecnologias
infraestrutura de informação crítica” foi classificado de armas para controlar a proliferação e o uso só pode ser
empatado em 16º lugar pelos entrevistados do GRPS alcançada por meio da cooperação transnacional. O primeiro passo
em termos de gravidade percebida nos próximos 10 anos, deve incluir maior reconhecimento pelas potências globais do
mas sua relação com o conflito interestadual não foi destacada valor estrategicamente benéfico para acordos sobre questões-
(Figura 2.8). Tentativas concertadas de ataques cibernéticos chave de controle de armas. No longo prazo, novas estratégias
contra a Ucrânia foram feitas no ano passado, inclusive contra de governança global que se adaptem a esse novo contexto
serviços de comunicação, sites financeiros e redes elétricas. O de segurança devem ser exploradas para amenizar as
roubo de dados e a tecnologia deep fake também buscaram preocupações das nações e evitar uma espiral de instabilidade
impedir o acesso a serviços, visando fluxos de refugiados, e destruição acidental ou intencional.
remédios, alimentos e suprimentos de emergência.82 O
funcionamento crítico de economias inteiras só ficará mais exposto
2.5 Direitos digitais: privacidade em perigo
As ferramentas digitais - aplicativos de IA cada vez mais sofisticados, Conforme destacado no capítulo 'Dependências Digitais e
computação de ponta interoperável e dispositivos de Internet das Vulnerabilidades Cibernéticas' do Relatório de Riscos
Coisas (IOT), tecnologias autônomas - sustentam o funcionamento Globais do ano passado , a atividade maliciosa no ciberespaço
das cidades e da infraestrutura crítica hoje e desempenharão um está crescendo, com ataques mais agressivos e sofisticados
papel fundamental no desenvolvimento de soluções resilientes aproveitando a exposição mais ampla. Foi visto como uma
para as crises de amanhã. No entanto, esses desenvolvimentos ameaça persistente pelos entrevistados do GRPS, bem como
também dão origem a novos desafios para os Estados que tentam um forte impulsionador de outros riscos (Figura 2.9).
administrar o mundo físico existente e esse domínio digital em rápida
expansão. A proliferação de dispositivos de coleta de dados e tecnologias
de IA dependentes de dados podem abrir caminhos para
Com base nos resultados do GRPS, “Crime cibernético novas formas de controle sobre a autonomia individual.
generalizado e insegurança cibernética” é um novo participante no Os indivíduos estão cada vez mais expostos ao uso indevido de
ranking dos 10 principais riscos mais graves da próxima década. dados pessoais pelo setor público e privado,

FIGURA 2.9 Interconexões de risco: insegurança cibernética
Resultados adversos Crime cibernético generalizado

das tecnologias de fronteira e insegurança cibernética

Desigualdade digital Ataques terroristas
Desinformação e
desinformação
Detalhamento da
infraestrutura de informações críticas
Referência
Proliferação de
atividades econômicas ilícitas
Nós bordas bordas
Alto Alto
Médio Médio
Fonte
variando de discriminação de populações vulneráveis e sofisticados por meio de novas tecnologias e técnicas
controle social a armas potencialmente biológicas.84 de coleta e análise de dados. Os exemplos mais citados
são as tecnologias de identificação biométrica. Em
Nem todas as ameaças à autonomia digital e à reconhecimento aos riscos potenciais à privacidade e à
soberania dos indivíduos são de natureza maliciosa. liberdade de movimento, algumas empresas auto-
Conjuntos de dados maiores e análises mais sofisticadas regulamentaram a venda de reconhecimento facial para
também aumentam o risco de uso indevido de aplicação da lei, e o uso dessa tecnologia em espaços públicos
informações pessoais por meio de mecanismos legais enfrenta uma proibição futura na UE.88 Preocupações também
legítimos, enfraquecendo o direito humano à estendem-se ao uso de tecnologias biométricas para
privacidade,85 mesmo em regimes democráticos e fortemente regulamentados.
analisar emoções.
As incursões legais na privacidade podem ser motivadas Outras formas de monitoramento já estão se tornando
por considerações de segurança pública, prevenção e comuns. Ferramentas automatizadas baseadas em IA, como
resposta ao crime, desenvolvimento econômico e melhores chatbots, coletam uma grande quantidade de dados pessoais
resultados de saúde. A privacidade de dados pessoais e para funcionar de maneira eficaz. A mudança em massa para o
sensíveis está sob pressão crescente por questões trabalho em casa durante a pandemia levou ao rastreamento
de segurança nacional, combinando a proteção das sociedades de trabalhadores por meio de câmeras, monitoramento de
e dos Estados e o desejo de obter uma vantagem teclas, software de produtividade e gravações de áudio –
competitiva tecnológica e econômica. práticas que são permitidas pela legislação de proteção de
dados em certas circunstâncias, mas que coletam dados
mais profundos e sensíveis do que os anteriores. mecanismos.89
Privacidade comercializada
Mais insidiosamente, a disseminação de dados em rede
está aumentando o potencial de vigilância por um número
O direito à privacidade, conforme se aplica às informações crescente de atores do setor público e privado, apesar da
sobre indivíduos, incorpora dois elementos principais: o direito proteção regulatória rigorosa.90 À medida que nossas
de não ser observado e o direito de controlar o fluxo de vidas se tornarem cada vez mais digitalizadas na
informações quando observado.86 À medida que mais próxima década, nossa “experiência cotidiana” será
dados são coletados e o poder das tecnologias emergentes registrados e mercantilizados por meio de dispositivos
aumenta nos próximos década, os indivíduos serão visados habilitados para internet, infraestrutura mais inteligente e
e monitorados pelos setores público e privado em um grau cidades “inteligentes” – uma forma passiva, difundida e
sem precedentes, muitas vezes sem anonimato ou persistente de observações em rede que já estão sendo
consentimento adequado.87 usadas para criar perfis direcionados.91 Esse padrão só
será aprimorado pelo metaverso, que poderia coletar e rastrear
As tecnologias de vigilância estão se tornando cada vez mais dados ainda mais sensíveis, incluindo facial

expressões, marcha, sinais vitais, padrões de ondas cerebrais e empresas, particularmente no que se refere a investigações
inflexões vocais.92 terroristas, apesar das implicações mais amplas para a
segurança contínua dos dados dos civis.104
Os indivíduos geralmente consentem com a coleta de dados para o
uso benéfico associado do serviço ou produto, dada a onda de O potencial de uso indevido será especialmente problemático
novas e mais fortes políticas de proteção de dados em muitos para usuários que residem em países com registros de
mercados.93 No entanto, à medida que a coleta, comercialização direitos digitais insatisfatórios, estruturas regulatórias de
e compartilhamento de dados cresce, o consentimento em uma proteção inadequadas ou tendências autoritárias. Formas de
área pode revelar muito mais do que o pretendido quando repressão digital para reprimir revoltas politicamente
agregada a outros pontos de dados. motivadas, como o uso de spyware para rastrear atividades
Isso é conhecido como "efeito mosaico", que dá origem a dois de ativistas, já estão gerando violações significativas de
riscos principais à privacidade: reidentificação e divulgação de direitos humanos no Oriente Médio.105 Relatórios
atributos.94 Pesquisas sugerem que 99,98% dos residentes nos recentes também destacaram possíveis violações de
EUA podem ser reidentificados corretamente em qualquer direitos digitais na África decorrentes da rápida expansão
conjunto de dados - incluindo aqueles que são fortemente de programas biométricos que incluem registro eleitoral,
amostrados e anonimizados - usando 15 atributos CCTV com reconhecimento facial, registro obrigatório de
demográficos.95 Os pesquisadores usaram essa teoria para cartão SIM e registro de refugiados.106 À medida que mais
descobrir as preferências políticas dos usuários de mercados emergentes procuram progredir em seus planos de
streaming,96 comparar o DNA de bancos de dados de pesquisa cidades inteligentes, a coleta de dados confidenciais dos cidadãos
disponíveis publicamente para indivíduos selecionados pode expor as sociedades a riscos adicionais se mal
aleatoriamente,97 e vincular registros de faturamento médico governadas e protegido.107
de um conjunto de dados aberto para pacientes individuais.98
Em termos consequentes, isso significa que uma As preocupações de segurança apresentadas por dados
organização internacional pode compartilhar dados anônimos com confidenciais e seu potencial abuso são bem reconhecidas pelos governos.
governos parceiros para apoiar respostas de crise eficazes e Os países adotaram políticas de localização de dados mais
eficientes. No entanto, quando combinado com outros conjuntos amplas, regulamentação mais rígida de colaborações
de dados, pode permitir a identificação e rastreamento de de pesquisa e baniram algumas empresas estrangeiras de certos
refugiados vulneráveis e pessoas deslocadas – ou comprometer mercados, incluindo telecomunicações, equipamentos de
a localização de campos e as cadeias de abastecimento de vigilância e aplicativos móveis, para limitar a coleta e posse de
bens essenciais.99 Dados sobre raça, etnia, orientação sexual dados confidenciais por estados não aliados.108 No
e status de imigração podem ser obtido legalmente em alguns entanto, menos atenção está sendo dada ao potencial de
mercados e reidentificado em graus variados, permitindo superação e abuso desses dados em nome de
assédio civil e abuso. Em um desses exemplos, a orientação
sexual de um padre foi obtida por meio da compra de dados segurança nacional. A erosão lenta e legal da soberania digital
de localização de smartphones e anunciada por uma publicação dos indivíduos pode ter consequências não intencionais e de longo
religiosa.100 alcance para o controle social e a erosão das democracias –
inclusive, por exemplo, comprometendo a liberdade de imprensa.
Anocracias habilitadas para dados
O direito à privacidade não é absoluto; é trocado pela vigilância

do governo e pelo policiamento preventivo para fins de
segurança nacional.
No entanto, o potencial de vigilância dos dados significa que
o acesso a informações confidenciais pode
cada vez mais ser obtido sem o devido processo ou
transparência.101 Em alguns casos, as leis de proteção de
dados que exigem consentimento renunciam efetivamente às
proteções legais contra vigilância eletrônica de comunicações
privadas e dados de localização.102
Nos Estados Unidos da América, os dados são agregados e

vendidos no mercado aberto com restrições regulatórias limitadas,
o que significa que as agências de fiscalização podem
comprar dados de localização GPS sem mandados ou
divulgação pública. Por exemplo, teoricamente, a polícia poderia
usar dados automatizados de placas de carros (obtidos por
organizações do setor privado e público) para processar abortos
fora do estado – levando o Google a anunciar que excluiria
automaticamente os dados de localização para usuários
que visitam sites relacionados. centros.103 Há também uma
pressão política e regulatória crescente para enfraquecer os
mecanismos de criptografia adotados por empresas privadas

Crescentes trade-offs entre

inovação e segurança
Os dados são um importante fator de produção, e a coleta

e os fluxos são essenciais para alimentar a inovação
para maior produtividade econômica (incluindo automação),
bem como usos socialmente benéficos.109 Aplicações mais
expansivas e inovadoras de IA e outras tecnologias
emergentes exigirão agregação de dados entre setores e
público-privados.
A centralização e consolidação de alguns
tipos de dados podem oferecer uma vantagem competitiva
às economias, como por meio de melhores resultados
de saúde associados a avanços em biotecnologia.110 No
entanto, os governos também podem lutar cada vez
mais para equilibrar o dano potencial da perda de privacidade
com os benefícios do desenvolvimento mais rápido de
tecnologias emergentes.
Ao mesmo tempo, para enfrentar a crescente

concentração de dados nas mãos de um pequeno
Com o número de empresas do setor privado, os governos
podem pressionar cada vez mais por políticas de dados abertos
de fontes do setor público e privado, espelhando movimentos nível permitirá mecanismos de compartilhamento de dados
regulatórios recentes da UE em torno de espaços de dados transfronteiriços mais eficazes e menos complicados para
e mercados.111 Tais políticas – como a criação de fundos públicos impulsionar a inovação, garantindo proteção adequada para os
de dados para fins de pesquisa – provavelmente afetará empresas indivíduos.
e indústrias nacionais, bem como países aliados. Isso pode
beneficiar inovações mais amplas e difusas, mas também O desenvolvimento de uma taxonomia, padrões de dados e
expandirá os riscos, pois permitem violações de privacidade definição legal mais globalmente consistentes de informações
em uma escala muito maior. A privacidade influenciará pessoais e confidenciais é um facilitador essencial. Essas
fortemente esses acordos: o governo dos EUA estruturas devem reconhecer que a sensibilidade pode
recentemente se comprometeu a aumentar as aumentar a partir de inferências baseadas em dados que são habilitadas
salvaguardas para fluxos de dados transatlânticos, inclusive por grandes conjuntos de dados, a proliferação de redes sociais
de atividades de inteligência dos EUA.112 on-line e a indefinição de dados pessoais e industriais na
implantação da IOT e na implementação de cidades "mais
inteligentes".115 Por exemplo, uma empresa foi recentemente
No entanto, muitos desses conjuntos de dados ainda multada sob o GDPR da UE ( Regulamento Geral de Proteção
podem estar sujeitos à ameaça de reidentificação, mesmo de Dados) para publicidade direcionada que inferiu uma condição
com desenvolvimentos recentes em tecnologias de médica (considerada como uma categoria especial de dados)
aprimoramento da privacidade, como dados sintéticos, com base no histórico de compras.116
aprendizado federado e privacidade diferencial.113
Pesquisas sugerem que bancos de dados e tecnologias Multas historicamente severas por perda de dados
confidenciais, como pools de dados biológicos e também estão ajudando a mudar a avaliação de custo-
sequenciamento de DNA já estão vulneráveis a ataques.114 benefício em relação ao investimento em medidas de
Os dados de saúde confidenciais são governados de forma segurança cibernética, mas ainda restam dúvidas sobre os
inconsistente e a criação de grandes pools de dados pessoais direitos individuais de ação, danos e compensação em casos
está criando alvos lucrativos para cibercriminosos, de violação.117 Caberá às organizações considerar a ética de
especialmente devido ao ambiente geopolítico menos coleta e uso de dados para minimizar considerações de
estável e às normas limitadas que atualmente regem a guerra reputação além da conformidade regulatória. Além disso,
cibernética . As consequências potenciais do roubo em larga estimulado pelo aumento de ataques cibernéticos e leis de dados
escala de informações biométricas ou genômicas são amplamente mais rígidas, o descarte voluntário e a destruição de dados
desconhecidas, mas podem permitir armas biológicas pessoais podem se tornar uma prioridade mais forte – com
direcionadas. potenciais co-benefícios ambientais de minimizar as
necessidades de armazenamento de dados. Finalmente,
os governos também precisarão desenvolver recursos de
Atuando hoje emergência para responder a violações de dados e violação de
privacidade para minimizar as repercussões subsequentes.
Em nível nacional, uma colcha de retalhos de regimes de política

de dados fragmentados em nível local ou estadual aumenta o
risco de abusos acidentais e intencionais de dados de uma
maneira que não foi considerada pelo consentimento original do
indivíduo. Harmonização de políticas a nível nacional

2.6 Estabilidade econômica: sobreendividamento global
A ameaça de uma crise da dívida soberana está se formando,

com a dívida pública crescendo à medida que as taxas de juros caem.
Os governos alavancaram dinheiro barato para investir no
crescimento futuro e ajudar a estabilizar sistemas financeiros em
dificuldades, fornecendo apoio fiscal maciço durante a pandemia e
protegendo famílias e empresas da atual crise do custo de vida. No
entanto, altos níveis de dívida podem não ser sustentáveis em
condições econômicas mais apertadas.
A rápida e generalizada normalização das políticas monetárias,

acompanhada por um dólar americano mais forte e um sentimento de
risco mais fraco, já aumentou as vulnerabilidades da dívida que
provavelmente permanecerão intensificadas por anos.
A estagflação em escala global, combinada com níveis

historicamente altos de dívida pública, pode ter vastas
consequências.118 Mesmo com uma aterrissagem mais suave, as
consequências da diplomacia da armadilha da dívida e da
reestruturação mais difícil aumentam o risco de sobreendividamento – e
até inadimplência – se espalhando para mercados sistemicamente
mais importantes, paralisando o sistema econômico global. Além disso,
mesmo uma consolidação fiscal comparativamente ordenada pode exacerbar a inflação salarial – o que significa que pode ser
provavelmente afetará os gastos com capital humano e desenvolvimento, necessário um aumento significativo no desemprego para conter a
ameaçando, em última análise, a resiliência de economias e sociedades inflação ao consumidor. A inflação prolongada impulsionada pela oferta
diante de pode levar a aumentos mais dolorosos nas taxas de juros, mesmo em
o próximo choque global, qualquer que seja a forma que possa assumir. meio a uma desaceleração do crescimento, levando a uma
aterrissagem mais difícil e a uma dívida mais generalizada.
Uma economia emergente e em desenvolvimento sistemicamente
O aumento do preço da dívida mais importante – como México, África do Sul e Polônia – pode
enfrentar dificuldades nos próximos anos, aumentando o risco de
contágio financeiro.124
A dívida bruta do governo geral nas economias avançadas
atingiu 112% do PIB em 2022, em comparação com cerca de 65% Conforme alertado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a
do PIB para mercados emergentes e em descalibração entre as políticas fiscal e monetária pode exacerbar
desenvolvimento.119 No entanto, conforme identificado no Capítulo 1.2, ainda mais isso, e em mercados inesperados.125 Questões
Recessão econômica, alguns mercados em desenvolvimento sobre a independência dos bancos centrais correm o risco de
e emergentes estão sentindo os impactos do aperto política desancorar as expectativas do mercado e intervenção monetária para
monetária e a deterioração das condições econômicas primeiro e neutralizar políticas fiscais inflacionárias só aumentará o risco de
mais agudamente. Por exemplo, Gana chegou recentemente a um um mal-estar econômico mais longo. A quase crise do Reino Unido
acordo com o FMI sobre um resgate de US$ 3 bilhões e a Zâmbia está da Grã-Bretanha em setembro do ano passado é um exemplo da
buscando concluir a reestruturação de US$ 15 bilhões em dívida externa instabilidade potencial que pode surgir. Espera-se que os juros a
no início deste ano. Uma recessão global de base ampla no ano120 pagar sobre a dívida pública do país atinjam £ 120,4 bilhões no ano
poderia conter a inflação e limitar os aumentos das taxas de juros, mas fiscal encerrado em março de 2023, acima dos £ 69,9 bilhões, o maior
há um risco maior de crise do balanço de pagamentos no curto prazo, já registrado.126 O Banco da Inglaterra elevou as taxas de 0,1% em
juntamente com uma crise de crédito no médio e longo prazo.121 dezembro de 2021 para 3,5% . em dezembro de 2022, mas foi forçado
Emergentes os bancos do mercado também detêm uma proporção a intervir com um programa emergencial de flexibilização quantitativa em
maior da dívida pública interna, com o potencial de aflição se setembro para conter a reação do mercado ao estímulo fiscal
espalhar para bancos, famílias e fundos de pensão.122 Mercados proposto pelo governo do Reino Unido.127 Na ausência de um
emergentes maiores exibindo um risco elevado de inadimplência incluem choque global, o “poder de veto” dos mercados limitará cada vez mais
Argentina, Egito, Gana, Quênia, Tunísia, Paquistão e Türkiye.123 expansão fiscal, mesmo em economias avançadas.128
Os riscos negativos são grandes e outro choque global pode resultar em

uma desordem econômica mais profunda e prolongada. A estagflação
continua sendo um risco grave para muitas economias. As crises atuais, A nova geopolítica da dívida
como a guerra na Ucrânia e os impactos persistentes do
COVID-19, ainda estão afetando os insumos básicos, incluindo mão de
obra, energia e alimentos. Restrição contínua nos principais mercados de Por enquanto, a proporção de inadimplência versus dívida pública
trabalho global total permanece muito baixa pelos padrões históricos

e muito abaixo dos picos experimentados na década de 1980 outros credores estatais, bem como o setor privado, continuarão a
(Figura 1.6). No entanto, isso reflete em parte o complicar as tentativas de reestruturação. Por exemplo, apenas
crescimento dos níveis absolutos da dívida pública. Apesar dos três países – Chade, Etiópia e Zâmbia – estão atualmente em
empréstimos de emergência recordes do FMI e de uma alocação tratamento sob o Quadro Comum do G20 para o Tratamento da
de US$ 650 bilhões em direitos de saque especiais,129 mais de Dívida.
54 países precisam atualmente de alívio da dívida, Todos permanecem sem solução, refletindo uma
representando menos de 3% da economia global. No dinâmica geopolítica e econômica desafiadora, bem como
entanto, esses países representam 18% da população global uma falta de transparência.131
e respondem por mais de 50% das pessoas que vivem na
pobreza extrema.130 O medo de contágio e maior fuga de O apelo para que as economias mais ricas intervenham
capitais pode enfraquecer a sustentabilidade da dívida em um bilateralmente está crescendo – provavelmente aumentando as
número crescente de países de baixa renda. A escala de tensões geopolíticas de longo prazo. A China tornou-se um
inadimplência da dívida influenciará a profundidade da grande credor bilateral para muitos países de baixa renda
reestruturação disponível, com alguns países credores hesitando e, segundo algumas estimativas, tornou-se o maior credor
em resgatar estados em dificuldades em termos suficientemente oficial globalmente.132 Os exportadores de energia, como o
concessionários, devido ao seu próprio espaço fiscal mais Oriente Médio e os Estados Unidos da América, também estão
restrito e às crescentes necessidades domésticas. Também bem posicionados para avançar na lacuna a médio prazo.
pode haver uma mudança da assistência ao desenvolvimento Abordagens de soft power renovadas e diplomacia da
no exterior para empréstimos para continuar a apoiar o armadilha da dívida poderiam redesenhar as linhas políticas
desenvolvimento e exercer o poder econômico. Isso tem um regionais e globais, impulsionando blocos monetários e
custo interno menor, mas agrava a dívida possivelmente exacerbando as pressões sobre os países em
carga sobre esses mercados e aumenta o risco de uma desenvolvimento, à medida que as cadeias de suprimentos
onda maior de defaults no futuro. mudam para espelhar alianças econômicas.133 Essa tendência
também pode desestabilizar a dinâmica de segurança, pois a
Não é apenas a escala, mas a complexidade da potencial dívida é alavancada para atrair as economias em
reestruturação da dívida e a necessidade de cooperação global desenvolvimento para a expansão militar de potências maiores (ver Capítulo
que determinarão até que ponto os incumprimentos podem ser
contidos (Figura 2.10). Os credores se expandiram para incluir No entanto, à medida que o número de defaults soberanos
entidades quase soberanas e o setor privado, como aumenta, os países credores e as empresas podem ficar mais
comerciantes e produtores de commodities. expostos ao contágio da dívida, incluindo bancos
Embora esta expansão tenha proporcionado novas vias de sistemicamente importantes, fundos de pensão e credores
financiamento, a coordenação de socorro entre estatais. Isso irá interagir com outros domésticos
organizações internacionais, o “Clube de Paris” e vulnerabilidades da dívida, incluindo o setor privado
FIGURA 2.10 A composição da dívida pública
A. Dívida bilateral do governo geral
180B
Outro Bilateral
160B Índia
Arábia Saudita
140B
120B
100B China
(bilhões)
US$
80B
60B
40B
Clube de Paris
20B
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Fonte Observação
Banco Mundial, banco de dados de Estatísticas da Dívida Internacional.134 Dívida Bilateral do Governo para 68 dos 72 países da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) por credor.

FIGURA 2.10 A composição da dívida pública
B. Dívida do governo geral
300B
250B Multilateral
200B
(bilhões)
US$ 150B
Bilateral, excluindo
100B China
China
Credores privados,
obrigações
50B Credores privados,
bancos
Credores privados,
0 outros
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Fonte Observação
Banco Mundial, banco de dados de Estatísticas da Dívida Internacional.134 Dívida do Governo Geral para 68 dos 72 países da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) por tipo de credor.
e entidades estatais,135 para aumentar a exposição das áreas de maior necessidade social, incluindo gastos
agregada e pressionar a solvência até mesmo de economias em bens públicos e infra-estrutura.
emergentes avançadas e grandes. Um incumprimento da Além do custo financeiro crescente dos desastres
dívida soberana numa economia sistemicamente importante naturais, as economias emergentes e em desenvolvimento
pode resultar numa proliferação sistémica com um impacto precisarão gastar uma proporção maior do PIB na transição
devastador à escala global. verde e na infraestrutura sustentável, com ramificações indiretas
para outros gastos e serviços públicos.137 Por outro lado,
dentro dos limites de pressões inflacionárias, as economias
Um déficit de investimento iminente avançadas podem continuar a alavancar um financiamento

mais acessível para o desenvolvimento econômico, como uma
política industrial mais forte, para sustentar a transição
Mesmo na ausência de uma crise global, a “década perdida” energética, ampliando a divisão entre os países. A
de desenvolvimento dos anos 1980 na América Latina e na consolidação fiscal necessária nas economias emergentes
África Subsaariana fornece um exemplo muito real da crise e em desenvolvimento também pode depender fortemente de
econômica e humanitária que pode surgir de um calote da dívida cortes de gastos, que podem remover rapidamente a
soberana, incluindo quedas cambiais, colapsos na produção, proteção social disponível para populações vulneráveis e de
crises de custo de vida e rápido aumento da pobreza. Os 41 baixa renda, aumentando a pobreza e a desigualdade dentro
países que não pagaram suas dívidas na primeira metade dos países, juntamente com a agitação social e política.
da década precisaram de oito anos, em média, para atingir
seu PIB per capita pré-crise.136 A sobreendividamento e a
reestruturação também terão impacto sobre o investimento. No entanto, em uma era econômica estruturalmente
diferente de baixo crescimento e baixo investimento, mesmo as
De acordo com os resultados do GRPS, o risco de crises de economias avançadas precisarão fazer concessões. O aumento
dívida diminui em gravidade percebida no período de do desemprego, a agitação social e a polarização política,
tempo mais longo, mas o colapso ou a falta de infraestrutura e até mesmo a rotatividade impulsionada pela tecnologia em
e serviços públicos torna-se mais grave. empregos de colarinho azul e branco podem influenciar a
A capacidade de financiar produtividade e resiliência priorização das despesas correntes em relação às despesas
contínuas será prejudicada pela dinâmica econômica e política, de capital de longo prazo, enquanto considerações de
tanto em nível global quanto nacional. segurança podem significar que há menos margem fiscal
para despesas sociais e desenvolvimento ambiental a médio
As economias avançadas terão mais autonomia para prazo. O resultado potencial é a despriorização do investimento
investir em prioridades futuras, enquanto os mercados e a lenta decadência da infraestrutura e dos serviços públicos,
em desenvolvimento podem ser mais dependentes das tanto nos mercados em desenvolvimento quanto nos
demandas do credor, o que significa que o dinheiro pode ser desviado avançados.138 Cerca de dois quintos dos países de renda baixa e média-ba

cortou os gastos com educação em uma média de maior implantação de acordos de dívida para o desenvolvimento
13,5% desde 2020, que, apesar de uma pequena recuperação, (consulte o Capítulo 2.2: Ecossistemas naturais), particularmente
caiu novamente em 2022.139 sistemas públicos que relacionados à adaptação positiva ao clima, para ajudar a
também enfrentam pressão crescente de populações quebrar a correlação entre a exposição à mudança climática e
envelhecidas em economias avançadas e populações em a vulnerabilidade da dívida.141 No entanto, isso não deve
rápida expansão em alguns mercados em desenvolvimento. ser limitado apenas a preocupações ambientais. As
Este é um risco de combustão lenta: os impactos são sutis, emissões de títulos sociais já aumentaram sete vezes, para
retardados e cumulativos por natureza, mas podem ser US$ 148 bilhões em 2022, visando saúde, educação e
altamente corrosivos no impacto geral para a força do capital pequenas e médias empresas.142 Embora as trocas de
humano e do desenvolvimento – um mitigador crítico para dívidas possam não criar espaço fiscal além do objetivo
o impacto e a probabilidade de outros riscos globais. específico, a condicionalidade vinculada aos ODS pode
aumentar a disposição dos credores considerar o alívio da
dívida, especialmente para países onde outras formas de
apoio fiscal, incluindo amortizações e doações condicionais,
podem ser menos prováveis.143
Atuando hoje Finalmente, é improvável que consigamos dobrar a dívida na

mesma medida para amortecer a próxima crise.
Uma abordagem mais proativa para os países que ainda não
Em reconhecimento aos riscos impostos à estabilidade estão à beira do sobreendividamento pode ajudar a mitigar o
financeira mais ampla, reduções oportunas e mais profundas risco sistêmico de contágio da dívida soberana.
da dívida poderiam permitir um retorno mais rápido ao O reconhecimento de crises simultâneas – dívida, impactos
progresso do desenvolvimento para países vulneráveis e climáticos e segurança alimentar – pode ser integrado a
tornar menos provável um calote futuro. O setor privado uma maior flexibilidade e a formas mais concessionais de
poderia ser incentivado a participar da reestruturação da financiamento disponíveis para mercados vulneráveis.
dívida por meio de uma variedade de mecanismos, Com respeito particular à agenda climática, há uma
incluindo a emissão de novos títulos com proteções legais expectativa crescente de que os pacotes incluam doações,
mais fortes, compromissos de reintegração de perdas e em vez de depender apenas de empréstimos que aumentam
instrumentos de recuperação de valor – com os últimos os encargos da dívida geral.144 A subscrição bilateral e
permitindo que os credores privados lucrem com multilateral de riscos também pode permitir fluxos muito
desenvolvimentos positivos em países devedores em o necessários de capital privado, enquanto o apoio a projetos de
longo
futuro, como instrumentos vinculados ao PIB na Costa Rica, Argentina, prazo
Grécia que podem ajudar a atrair capital privado, como o
e Ucrânia.140
Fundo de Resiliência e Sustentabilidade do FMI, também é
Como mecanismo complementar a uma crítico.145
reestruturação mais abrangente da dívida, pode haver

Notas finais
1. Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), O
relatório de avaliação global sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos, 2019, https://ipbes.net/sites/default/
files/2020-02/ipbes_global_assessment_report_summary_for_policymakers_en.pdf.
2. Surminski, Swenja, Claudio Saffioti e Sumer Drall, “Embracing Nature: How Businesses Can Engage with New Environmental
Imperatives”, Marsh McLennan, 27 de setembro de 2022, https://www.marshmclennan. com/content/dam/mmc-web/
insights/publications/2022/setembro/Marsh%20McLennan%20 Embracing%20Nature_Sep27.pdf.
3. World Wildlife Foundation (WWF), Living Planet Report 2022: Construindo uma sociedade positiva para a natureza,
2022, https://wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/lpr_2022_full_report.pdf; Habibullah, Muzafar Shah, Badariah
Haji Din, Siow-Hooi Tan e Hasan Zahid, “Impacto da mudança climática na perda de biodiversidade: evidência global”,
Ciência Ambiental e Pesquisa de Poluição, vol. 9, 3 de agosto de 2021, pp. 1073-1081.
2022, https://wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/lpr_2022_full_report.pdf.
5. Pörtner, Hans-Otto (Ed.), et al., Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability, Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), 2022, https://www.ipcc.ch/report/ar6/wg2 /.
6. Ibid.
7. Mais de um quinto do buffer pool total foi esgotado em menos de uma década. Veja: Badgley, Grayson, et. al, “O buffer
pool de compensações de carbono florestal da Califórnia está severamente subcapitalizado”, Frontiers in Forests and Global
Change, 5 de agosto de 2022.
8. GATTI, Luciana V. et al., “Amazônia como fonte de carbono ligada ao desmatamento e mudanças climáticas”, Nature, vol.
595, 2021, pp. 388-393; Organização Meteorológica Mundial, Boletim de Gases de Efeito Estufa, 2022; Hook, Leslie e
Chris Campbell, “Caçadores de metano: o que explica o aumento dos potentes gases de efeito estufa?”, Financial Times,
23 de agosto de 2022.
2022, https://wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/lpr_2022_full_report.pdf.
10. Kenneth Research, análise de mercado de agricultura vertical 2022-2033, 31 de outubro de 2022.
11. Weidner, Till, “Uma visão holística da pegada de carbono e uso da terra da agricultura vertical”, Agritecture, 9 de maio de
2022. https://www.agritecture.com/blog/2022/5/9/a-holistic-look-at- agricultura vertical com pegada de carbono e uso da
terra; Weidner, Till, Aidon Yang, Florian Forster e Michael W. Hamm, “As condições regionais moldam o nexo alimentar,
energia e terra da agricultura interna de baixo carbono”, Nature Food, vol. 3, 2022, pp. 206-216, https://www. nature.com/
articles/s43016-022-00461-7.
12. Lambin, Eric F. e Patrick Meyfroidt, “Mudança global no uso da terra, globalização econômica e escassez iminente de terras”,
Anais da Academia Nacional de Ciências 108, vol. 9, 2011, pp. 3465–3472, https://doi.org/10.1073/pnas.1100480108.
13. Tilman, David, Michael Clark, David R. Williams, Kaitlin Kimmel, Stephen Polasky e Craig Packer, “Future Threats to
Biodiversity and Pathways to Their Prevention”, Nature, vol. 546, nº. 7656, 2017, pp. 73–81, https://doi.org/10.1038/
nature22900.
14. White, Natasha, “Swaps de dívida por natureza ganham força entre os países em desenvolvimento”, Bloomberg, 7
de novembro de 2022, https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-11-07/debt-for-nature- opção de troca de oferta
para países em desenvolvimento?leadSource=uverify%20wall.
15. Baldwin, Clare, Marc Jones e Simon Jesspo, “Banqueiros apostam bilhões em uma nova onda de acordos de dívida
por natureza”, Reuters, 17 de novembro de 2022, https://www.reuters.com/business/cop/bankers-bet- bilhões-new wave-
debt-for-nature-deals-2022-11-17/.
16. Karlsruher Institut für Technologie. “Comércio entre biodiversidade e segurança alimentar no uso da terra”, Science Daily,
18 de fevereiro de 2022, https://www.sciencedaily.com/releases/2022/02/220218100712.htm.
17. Tzay, José Francisco Calí, “Povos Indígenas Ainda Sofrem com a Pobreza, Mudanças Climáticas e Perda de Terras
Ancestrais, Destaque dos Delegados no Terceiro Comitê”, Septuagésima Sétima Sessão da Assembleia Geral das
Nações Unidas, 16ª Reunião, Nova York, 12 de outubro de 2022, https:/ /press.un.org/en/2022/gashc4350. doc.htm.
18. Comissão da FAO sobre Recursos Genéticos para Alimentos e Agricultura, Biodiversidade para Alimentos e Agricultura,
2019, https://www.fao.org/state-of-biodiversity-for-food-agriculture/en/,.
19. Gasparatos, Alexandros, et al., “Energia renovável e biodiversidade: implicações para a transição para uma economia
verde”, Renewable and Sustainable Energy Reviews, vol. 70, 2017, pp 161-184, https://www. sciencedirect.com/science/
article/pii/S1364032116304622#s0060.
20. Kang, Dake, Victoria Milko e Lori Hinnant, “'The Sacrifice Zone': Myanmar bears cost of green energy”, AP News, 9 de
agosto de 2022, https://apnews.com/article/technology-forests-myanmar-75df22e8d7431a675 7ea4a426fbde94c ; Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUD), Os recursos minerais da República Democrática do Congo podem
fornecer um caminho para a paz?, 20 de setembro de 2022; Global Witness, montanhas envenenadas de Myanmar, 9 de
agosto de 2022, https://www.globalwitness.org/en/campaigns/natural-resource-governance/ myanmars-poisoned-mountains/.

Notas finais
21. Marsh, René, “Bilionários estão financiando uma enorme caça ao tesouro na Groenlândia enquanto o gelo
desaparece”, CNN, 8 de agosto de 2022, https://edition.cnn.com/2022/08/08/world/greenland-melting-mineral-mining
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Notas finais
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109. Subcomitê de Finanças do Senado sobre Responsabilidade Fiscal e Crescimento Econômico, Testemunho de Samm Sacks:
Audiência sobre Promoção da Concorrência, Crescimento e Proteção da Privacidade no Setor de Tecnologia, 7 de dezembro de
2021; Subcomitê de Finanças do Senado sobre Responsabilidade Fiscal e Crescimento Econômico, Testemunho por escrito de
Stacey Gray, Conselheira Sênior, Fórum do Futuro da Privacidade, 7 de dezembro de 2021.
110. Robbins, Sam e Chia-Shuo Tang, “How Asia's Digital Governance Beacon Balances Data Privacy and the 'Public Good'”, The
Diplomat, 20 de outubro de 2022.
111. Parlamento Europeu, Governança de dados: por que a lei de compartilhamento de dados da UE é importante?, 6 de abril de
2022, https://www.europarl.europa.eu/news/en/headlines/society/20220331STO26411/data-governance-why-is- a lei de
compartilhamento de dados da UE é importante.
112. Casa Branca dos EUA, Ordem Executiva para Melhorar as Salvaguardas para as Atividades de Inteligência de Sinais dos Estados Unidos,
7 de outubro de 2022.
113. Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Melhorando o acesso e o compartilhamento de
dados: reconciliando riscos e benefícios para a reutilização de dados em todas as sociedades, 2019, https://www.oecd-ilibrary.
org/sites/15c62f9c-en/index.html?itemId=/content/component/15c62f9c-en; Escritório do Comissário de Privacidade do
Canadá, blog Privacy Tech-Know: Privacy Enhancing Technologies for Businesses, 12 de abril de 2021, https://www.priv.gc.ca/
en/blog/20210412/; Stadler, Theresa, Bristea Oprisanu e Carmela Troncoso, Synthetic Data – Anonymisation Groundhog Day,
Cornell University, 24 de janeiro de 2022, https://arxiv.org/abs/2011.07018; Sei, Yuichi, Hiroshi Okumura e Akihiko Ohsuga,
“Reidentificação em conjuntos de dados incompletos diferencialmente privados”, IEEE Open Journal of the Computer
Society, vol. 3, 20 de maio de 2022, https://ieeexplore.ieee.org/document/9779455.
114. Fayans, Iliya, et al., “Ameaças à segurança cibernética na era da genômica microbiana: implicações para a saúde pública”,
Eurosurvellance, vol. 25, não. 6 de 2020; Vinatzer, Boris A., et al., “Cyberbiosecurity Challenges of Pathogen Genome
Databases”, Frontiers in Bioengineering and Biotechnology, vol. 7, 15 de maio de 2019; Arshad, S., et al., “Análise de desafios
de segurança e privacidade para aplicativos e bancos de dados de DNA-genômica”, Journal of Biomedical Informatics, julho de
2021.
115. Saglam, Rahime Belene, Jason RC Nurse e Duncan Hodges, “Informações pessoais: percepções, tipos e evolução”, Journal of
Information Security and Applications, vol. 66, maio de 2022.
116. Information Commissioner's Office, varejista de catálogos Easylife multa £ 1,48 milhão por quebrar leis de proteção de
dados e marketing eletrônico, 6 de outubro de 2022, https://ico.org.uk/about-the-ico/media-centre/news-and-blogs/ 2022/10/
catálogo-retalhista-easylife-fined-148-million/.
117. Marsh e Microsoft, “The State of Cyber Resilience 2022”, 2022, https://www.marsh.com/us/services/cyber-risk/insights/the-state-
of-cyber-resilience.html.
118. Roubini, Nouriel, “Estamos indo para uma crise estagflacionária diferente de tudo que já vimos”, TIME, 13 de outubro de 2022,
https://time.com/6221771/stagflation-crisis-debt-nouriel-roubini/.
119. Fundo Monetário Internacional, Dívida bruta do governo geral: porcentagem do PIB, https://www.imf.org/external/
datamapper/GGXWDG_NGDP@WEO/OEMDC/ADVEC/WEOWORLD, acessado em 11 de dezembro de 2022.
120. O Banco Mundial. 2022. O risco de recessão global em 2023 aumenta em meio a aumentos simultâneos nas taxas. 15
de setembro de 2022. https://www.worldbank.org/en/news/press-release/2022/09/15/risk-of-global-recession in-2023-rises-amid-
simultaneous-rate-hikes
121. Ibid.
122. Pazarbasioglu, Ceyla e Carmen Reinhart, “Iluminando a dívida”, Fundo Monetário Internacional (FMI). Março de 2022.
https://www.imf.org/en/Publications/fandd/issues/2022/03/Shining-a-light-on-debt Pazarbasioglu-Reinhart.
123. Subran, Ludovic, “Reverse Currency War Is Hitting Emerging Markets Hard”, South China Morning Post, 20 de outubro de 2022,
https://www.scmp.com/comment/opinion/article/3196468/federal-reserves-inflation fight- deixa-mercados-emergentes-respostas-
embaralhamento.
124. Allianz, “A guerra cambial reversa coloca os mercados emergentes em risco”, 29 de setembro de 2022, https://www.
allianz-trade.com/en_global/news-insights/economic-insights/emerging-markets-debt-sustainability-risks. html.

Notas finais
125. Adrian, Tobias e Gaspar, Vitor. 2022. “Como a contenção fiscal pode ajudar a combater a inflação”. blog do FMI. 21 de
novembro de 2022.
126. Governo do Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido, finanças do setor público, Reino Unido: outubro de 2022, 22
de novembro de 2022, https://www.ons.gov.uk/economy/governmentpublicsectorandtaxes/publicsectorfinance/bulletins/
publicsectorfinances/october2022; Governo do Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido, finanças do setor público, Reino
Unido: março de 2022, 26 de abril de 2022, https://www.ons.gov.uk/economic/governmentpublicsectorandtaxes/
publicsectorfinance/bulletins/publicsectorfinances/march2022.
127. Banco da Inglaterra, Por que as taxas de juros subiram?, 4 de novembro de 2022, https://www.bankofengland. co.uk/
knowledgebank/why-are-interest-rates-in-the-uk-going-up#:~:text=On%203%20November%20
2022%2C%20we,loan%2C%20mortgage%20or% 20poupança%20conta.
128. Carlsson-Szlezak, Philipp e Paul Swartz, “Por que o mercado vetou o orçamento do Reino Unido – e o que isso significa para a
mudança na natureza dos estímulos em todo o mundo”, Fortune, 27 de setembro de 2022, https://fortune. com/2022/09/27/
market-vetoed-uk-budget-truss-pound-change-nature-stimulus-economy-carlsson szlezak-swartz/.
129. Georgieva, Kristalina e Ceyla Pazarbasioglu, “The G20 Common Framework for Debt Treatments Must Be Stepped Up”,
blog do FMI, 2 de dezembro de 2021, https://www.imf.org/en/Blogs/Articles/2021/12/02/ blog120221a-g20-estrutura-comum-para-
tratamentos-de-dívidas-deve-ser-aprimorada.
130. Jensen, Lars, Evitando 'Too Little Too Late' on International Debt Relief, Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), UNDP Development Futures Series Working Papers, 11 de outubro de 2022, https://www. undp.org/
publications/dfs-avoiding-too-little-too-late-international-debt-relief.
131. Ibid.
132. Ibid.
133. Sharma, Ruchir, “Um mundo pós-dólar está chegando”, Financial Times, 28 de agosto de 2022, https://www.ft.com/content/
989b2e50-e8b5-474c-86a3-190c6881b235?desktop=true&segmentId=7c8f09b9-9b61 -4fbb
9430-9208a9e233c8#myft:notification:daily-email:content.
134. Banco Mundial, Estatísticas da Dívida Internacional, https://databank.worldbank.org/source/international-debt statistics,

acessado em 13 de dezembro de 2022.
135. Grupo do Banco Mundial, Relatório de Desenvolvimento Mundial 2022: Financiamento para uma Recuperação Equitativa,
2022, https://www.worldbank.org/en/publication/wdr2022.
136. Ibid.
137. Wolf, Martin, “Atraso só torna a ação climática mais urgente”, Financial Times, 8 de novembro de 2022, https://www.ft.com/
content/5198e3ba-997f-4db5-8310-3a68ae91d9f2?emailId=153c65f9-db1b-495c -8385-
7912d487ef5c&segmentId=22011ee7-896a-8c4c-22a0-7603348b7f22.
139. Banco Mundial, dois terços dos países mais pobres estão cortando orçamentos de educação devido ao COVID-19 [comunicado
à imprensa], 22 de fevereiro de 2021, https://www.worldbank.org/en/news/press-release/2021/02/ 22/dois-terços-dos-países-mais-
pobres-estão-cortando-os-orçamentos-da-educação-devido-à-covid-19; Banco Mundial, financiamento para a educação estagnado
ou em declínio, apesar das necessidades crônicas de aprendizado pós-COVID-19 [comunicado à imprensa], 28 de junho de
2022, https://www.worldbank.org/en/news/press-release/2022/06/ 28/financiamento-para-educação-estagnado-ou-em
declínio-apesar-das-necessidades-de-aprendizagem-crônicas-pós-covid-19.
140. Lee, Nancy, “Restructuring Sovereign Debt to Private Creditors in Poor Countries: What's Broken?”, Centro para o Desenvolvimento
Global, 5 de agosto de 2020, https://www.cgdev.org/publication/restructuring-sovereign-debt private-creditors- países-pobres-o
que está quebrado.
141. Jensen, Lars, Evitando 'Too Little Too Late' on International Debt Relief, Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), UNDP Development Futures Series Working Papers, 11 de outubro de 2022, https://www. undp.org/
publications/dfs-avoiding-too-little-too-late-international-debt-relief.
143. Chamon, Marcos, Erik Klok, Vimal Thakoor e Jeromin Zettelmeyer, Debt-for-Climate Swaps: Analysis, Design, and
Implementation, Fundo Monetário Internacional (FMI), IMF Working Papers, 12 de agosto de 2022, https://www.imf. org/en/
Publications/WP/Issues/2022/08/11/Debt-for-Climate-Swaps-Analysis-Design-and Implementation-522184.
144. Pilling, David, Joseph Cotterill e Camilla Hodgson, “A África do Sul adverte que o pacote climático de US$ 8,5 bilhões
arrisca alimentar o fardo da dívida”, Financial Times, 4 de novembro de 2022, https://www.ft.com/content/
e6653b1d-2302-4e44-81bb -38dc608d303d?desktop=true&segmentId=7c8f09b9-9b61-4fbb-9430-
9208a9e233c8#myft:notification:daily-email:content.
145. Wolf, Martin, “Atraso só torna a ação climática mais urgente”, Financial Times, 8 de novembro de 2022, https://www.ft.com/
content/5198e3ba-997f-4db5-8310-3a68ae91d9f2?emailId=153c65f9-db1b-495c -8385-
7912d487ef5c&segmentId=22011ee7-896a-8c4c-22a0-7603348b7f22.

Janeiro de 2023 Relatório de Riscos Globais 2023 Rivalidades de recursos: quatro futuros emergentes
3 Rivalidades de recursos:
Quatro Futuros Emergentes
3.1 Antecipando “policrises”
O capítulo um e o capítulo dois destacaram os riscos emergentes consequências inesperadas. Tendo isso em mente, este capítulo
e em rápida aceleração ao longo do período atual de dois e dez explora como as conexões entre os riscos emergentes descritos nas
anos para fornecer análises sobre os riscos que estão se seções anteriores podem evoluir até 2030. Este ano, exploramos
desenrolando atualmente ou aqueles que podem se tornar o as Rivalidades de Recursos - um potencial agrupamento de riscos
próximo choque global. No entanto, esses riscos presentes e futuros ambientais, geopolíticos e socioeconômicos inter-
também podem interagir uns com os outros para formar uma “policrise” relacionados relacionados à oferta e demanda de recursos naturais. A
– um grupo de riscos globais relacionados com efeitos compostos, intenção não é delinear exaustivamente todos os cenários, mas
de modo que o impacto geral exceda a soma de cada parte.1 fornecer uma abordagem estruturada para identificar potenciais
futuros para a policrise que pode ser desencadeada, fornecendo
uma estrutura para uma melhor preparação e esforços de mitigação
O pensamento de cenário pode ser uma ferramenta útil para de risco hoje.
permitir uma melhor antecipação de policrises, pois os principais
impulsionadores podem interagir de maneiras imprevistas e levar a
3.2 Policrise: recursos naturais, clima e

cooperação
Uma lacuna crescente entre demanda

e oferta de recursos naturais
As crises da cadeia de suprimentos dos últimos anos destacaram a

necessidade de resiliência em setores estratégicos tradicionais.
O acesso confiável e barato às necessidades mais básicas –
alimentos, água e energia – sustenta o funcionamento crítico das
sociedades. Dados iniciais sugerem que as crises atuais estão
causando uma reversão preocupante do progresso recente. Mais 200
milhões de pessoas enfrentaram insegurança alimentar aguda no
ano passado em comparação com 2019, e o número de pessoas
em todo o mundo sem eletricidade aumentou para cerca de
774 milhões, o equivalente aos níveis pré-pandêmicos.2 Conforme
observado no Capítulo 1.2, Custo de vida crise, crises de
abastecimento desta natureza podem ser altamente
desestabilizadoras, expondo a fragilidade dos Estados e levando
à perda de vidas, violência generalizada, agitação política e
migração involuntária.
A demanda por alimentos, água e metais e minerais críticos

está aumentando. Isso reflete uma série de fatores, incluindo está projetado para aumentar 1,4% ao ano na próxima década,
o crescimento populacional contínuo, previsto para chegar a 8,5 concentrado em países de baixa e média renda, contra um aumento de
bilhões até 2030,3 e o avanço socioeconômico, com um 1,1% ao ano na produção.4 Uma estimativa coloca a lacuna
esforço para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) entre a demanda e a oferta de água em 40% até 2030, com um
da ONU até a data-limite de 2030. Consumo global de alimentos aumento dramático e desigual da demanda entre

países.5 A expansão contínua em energia segura e renovável Juntos, o conjunto de preocupações emergentes de demanda
e infraestrutura relacionada também impulsionará a demanda e oferta em torno dos recursos naturais já estão se
exponencial por metais e minerais críticos finitos.6 Significativa tornando uma área de alarme crescente. Os
mesmo em termos absolutos, a demanda anual por esses respondentes do GRPS identificaram relações fortes e ligações
recursos, como grafite, lítio e cobalto, está prevista para bidirecionais entre “Crises de recursos naturais” e os outros
atingiu 450% dos níveis de produção de 2018 até 2050,7 riscos identificados nos capítulos anteriores (Figura 3.1),
apontando para a potencial policrise que pode evoluir no médio
prazo.
FIGURA 3.1 Policrise dos recursos naturais
Perda de biodiversidade
e colapso do ecossistema
Falha em mitigar as
mudanças climáticas
Incidentes de Falha na adaptação às mudanças climáticas

dano ambiental
Desastres naturais e
clima extremo
Referência
Confronto
geoeconômico
conflito interestadual Colapso de uma cadeia de

suprimentos sistemicamente importante
Nós bordas bordas
Alto Alto
Médio Médio
Fonte
Cooperação e clima como forças- não pode ser evitado. Preços de commodities persistentemente
altos retardam a mitigação climática – apesar das ambições –
chave para a disrupção e aumentam as pressões inflacionárias em cadeias de
valor mais amplas, enquanto o estresse hídrico leva
No horizonte de 2030, dois fatores críticos determinarão a uma crise humanitária e de saúde crescente, mas
a trajetória de nossa capacidade de combinar oferta e comparativamente contida, nos países em desenvolvimento.
demanda por esses recursos, bem como a escala da
policrise associada: 1) o grau de cooperação global que • Restrições de recursos - o perigo de
permite o fluxo de recursos através das fronteiras nacionais , e angústia divergente: as crises atuais chamam a atenção
2) o impacto das mudanças climáticas na oferta de recursos e retardam a ação climática, expondo os países mais
naturais e na velocidade da transição de baixo carbono (Caixa vulneráveis à fome e aos choques energéticos,
3.1). mesmo quando os países cooperam para resolver
parcialmente as restrições. Na ausência de intervenção, a
Juntos, esses dois eixos levam a quatro futuros hipotéticos escassez de água e minerais experimentada no cenário
para 2030: de colaboração de recursos atua como um multiplicador
de riscos mais amplos. Uma crise humanitária de vários
• Colaboração de recursos – o perigo da escassez recursos surge nos mercados em desenvolvimento, à
natural: medidas eficazes de ação climática e medida que os recursos alimentares e hídricos são afetados
cadeias de abastecimento flexíveis possibilitadas pela pelas consequências físicas das mudanças climáticas,
cooperação global absorvem amplamente os impactos juntamente com interrupções globais no comércio,
das mudanças climáticas na produção de alimentos. No estabilidade política e crescimento econômico.
entanto, a escassez de água e metais e minerais

• Competição de recursos - o perigo de a dinâmica geopolítica exacerba a escassez

autarquias de recursos: a desconfiança impulsiona induzida pelo clima de alimentos e água. Isso resulta
a autossuficiência em países de alta renda, limitando em uma crise verdadeiramente global de vários recursos,
até certo ponto a necessidade de rivalidade por comida e com impactos socioeconômicos generalizados que excedem
água, mas ampliando as divisões entre os países. A aqueles enfrentados em outros futuros, tanto em
intervenção do Estado está centrada no recurso mais escopo quanto em escala, incluindo refugiados de fome
exposto a uma concentração na oferta – metais e e escassez de água. A guerra geoeconômica é
minerais críticos – levando a escassez, guerras de generalizada, mas confrontos mais agressivos entre
preços e transformação de modelos de negócios em todas Estados tornam-se um dos poucos meios para garantir o
as indústrias. Recurso abastecimento de necessidades básicas das populações.
mudanças de poder, impulsionando a formação de novos
blocos, bem como cunhas em alianças existentes entre Dada a natureza da policrise em cada cenário, enfrentamos
países ricos e pobres em minerais, enquanto o várias vantagens e desvantagens ambientais e socioeconômicas.
potencial para conflitos acidentais ou intencionais A seção a seguir descreve um conjunto ilustrativo, mas
aumenta. não exaustivo, de futuros de médio prazo para ajudar a apoiar
líderes empresariais e formuladores de políticas na preparação
• Controle de recursos - o perigo do recurso para – e prevenção – da progressão das crises que enfrentamos
guerras: juntamente com o armamento de metais e minerais hoje.
explorados na competição de recursos,
CAIXA 1 estrutura de futuros
FIGURA 3.2 FIGURA 3.2 Policrise de recursos naturais: Policrise de recursos outros esforços de mitigação do clima, bem como uma
naturais: quadro de futuros quadro de futuros
adaptação mais rápida.
Ação climática acelerada Ação climática acelerada • Ação climática lenta: trade-offs entre
metas ambientais, sociais e de segurança retardam a
priorização de atenção e recursos para lidar com a
Geoecon
Coopera Recurso Competição
de recursos
Colaboração de
recurso Colaboração de recurso

mudança climática. Até 2030, houve progresso
insuficiente ou ineficaz em relação ao apoio à
adaptação necessário para proteger a infraestrutura
e as populações das mudanças nas condições
climáticas. Juntamente com esforços relativamente
lentos de mitigação, isso resultou em danos
Controle de controle de Recurso Restrições
contínuos aos ecossistemas naturais e em um
recurso de recurso de recursos Restrições
geoeconômico
Confronto
impacto financeiro e humanitário crescente.
Ação climática lenta Ação climática lenta

Paralelamente, a intensidade do hiato demanda-oferta de
Fonte Fonte recursos naturais refletirá os mecanismos
Relatório de riscos globais 2023. Relatório de riscos globais 2023.
pelo qual os estados procuram aumentar a segurança
em recursos-chave. Consideramos até que ponto
Usamos dois drivers globais – confronto a evolução do confronto geoeconômico, destacada no
geoeconômico e velocidade de ação climática – para Capítulo 1.2, Guerra econômica, poderia criar condições
criar quatro futuros que podemos enfrentar até 2030, de escassez, ao considerar duas extremidades de um
considerando possíveis implicações com base na evolução continuum (eixo x):
desses riscos e suas interações (Figura 3.2).
• Cooperação geoeconômica: caracterizada por diálogo aberto
e colaboração econômica e comercial em larga escala,
Primeiro, exploramos os riscos potenciais de falha na mas nem sempre bem-sucedida, entre potências por
adaptação às mudanças climáticas e falha nos esforços de meio de mecanismos e fóruns bilaterais e multilaterais
mitigação do clima, descritos no Capítulo 1.2, Hiato relevantes. Bem
de ação climática, e até que ponto essas falhas podem princípios estabelecidos que regem as políticas comerciais e
resultar em condições de escassez, em um continuum (y os auxílios estatais sejam respeitados.
-eixo):
• Confronto geoeconômico: direto e
• Ação climática acelerada: a ação climática e o confrontos indiretos entre potências globais e regionais
financiamento e inovação associados são priorizados. através do exercício extensivo do poder econômico,
Até 2030, vemos impactos persistentemente em industrial e tecnológico hard ou soft. Há uma colaboração
expansão, mas amplamente bem administrados, das limitada em questões econômicas e comerciais globais
mudanças climáticas, perda da natureza, desastres e um colapso ou paralisia dos mecanismos de
naturais e eventos climáticos extremos em nível global, cooperação, bem como de alianças.
juntamente com uma transição energética mais rápida e

3.3 Quatro futuros para 2030
Os riscos permanecem: alguns recursos naturais são escassos,

Colaboração de recursos mesmo em um mundo geopoliticamente cooperativo e adaptado ao
clima. A demanda por metais e minerais críticos geograficamente
– o perigo da escassez natural concentrados aumentou dramaticamente, refletindo um impulso por
fontes de energia renováveis e seguras após a guerra na
Ação climática acelerada
Ucrânia e uma urgência renovada de ambições líquidas zero
nos últimos anos. Apesar dos depósitos de recursos suficientes na
geoeconômi
cooperação Competição
de recursos
Colaboração
de recursos
maioria dos minerais,9 esse aumento exponencial na demanda
provou ser difícil de atender por meio de uma rápida expansão da
oferta. A escassez resultou inicialmente de exploração limitada e
requisitos de capital significativos, mas o aumento dos preços das
commodities posteriormente ajudou a escalar a produção, com
geoeconômico
Confronto
Controle de Restrições
recursos de recursos empresas agora visando depósitos anteriormente considerados
inextraíveis por razões econômicas ou tecnológicas.
Ação climática lenta
Até 2030, o mundo estará sujeito a impactos climáticos mais No entanto, a escassez de materiais-chave continua sendo uma
generalizados e dramáticos – mas estamos preparados. preocupação de curto e médio prazo, devido aos atrasos na produção.
Capital, propriedade intelectual e inovações tecnológicas Além disso, as preocupações ambientais limitaram a
fluem de forma relativamente livre através das fronteiras (eixo x). extração doméstica em vários países avançados e alguns
Iniciativas multilaterais e lideradas pelo mercado abriram uma série economias emergentes, bem como por mineradoras multinacionais
de mecanismos de financiamento e inovação para apoiar a proteção com sede no Ocidente.
climática contra futuros desastres e uma rápida mudança para O escrutínio de investidores, indústrias downstream e do público
os esforços de mitigação do clima (eixo y). levou a processos de aprovação mais longos e a padrões ambientais e
Em resposta à pressão pública, os governos priorizaram sociais mais rigorosos.
amplamente os gastos para adaptação – e, em alguns casos, mitigação Por exemplo, desde o início da década de 2020, a expansão da
– juntamente com outras preocupações sociais e de segurança, mineração de lítio em Portugal foi significativamente atrasada
amortecendo o impacto das mudanças climáticas nas vulnerabilidades devido a aprovações ambientais; os projetos no Canadá e na
sociais. Neste futuro, a escala de alimentos foi apoiada por fluxos Austrália diminuíram devido a preocupações relacionadas às
internacionais de financiamento e tecnologia, e a escassez foi comunidades indígenas; e uma espécie rara de trigo sarraceno
silenciada por cadeias de suprimentos flexíveis. Os impactos limitou a mineração doméstica em locais importantes nos Estados
negativos concentram-se principalmente em recursos que enfrentam Unidos da América.10
barreiras ao comércio ou escala: água e minerais críticos.
Os preços mais altos das commodities geraram impactos

Os declínios na produtividade agrícola provocados pelo clima foram inflacionários ao longo da cadeia de valor mais ampla, explorados mais
enfrentados com uma série de medidas na maioria dos detalhadamente (e sentidos de forma mais aguda) na seção sobre
países, com intervenções baseadas no clima e na natureza a competição por recursos. Isso incentivou alguns países e empresas
ajudando a transformar os sistemas alimentares em regenerativos, multinacionais a acelerar os esforços para se voltar para a
inteligentes em relação ao clima e saudáveis. O compartilhamento economia circular como forma de garantir e diversificar o
global de dados e tecnologias permitiu que medidas fornecimento de minerais e metais críticos, reduzindo a
preventivas de adaptação mais eficazes fossem tomadas, como o necessidade de extração e as emissões associadas. As coalizões da
uso direcionado de sementes resistentes a inundações e indústria estão trabalhando com governos focados no futuro para
secas em algumas regiões geográficas vulneráveis. Embora a estabelecer os incentivos, estruturas políticas, padrões e certificações e
degradação ambiental continue a ameaçar a aquicultura e a pesca, capacidades focadas na circularidade que são necessárias para
as medidas de adaptação baseadas na natureza fortaleceram escalar.11 Em alguns mercados, os modelos de negócios estão sendo
as redes alimentares domésticas (ver Capítulo 2.2: Ecossistemas transformados para diminuir a demanda e aumentar tanto a
Naturais). recuperação recuperação potencial e real de metais e minerais,
mitigando parcialmente a lacuna demanda-oferta daqui para frente.
A alocação de risco começou a se afastar das forças de trabalho e

comunidades vulneráveis. O fardo
de choques climáticos contínuos foi parcialmente compensado Apesar desses esforços e ambições climáticas contínuas,
por meio de ações de adaptação, financiadas por produtos financeiros os preços mais altos e a escassez estão diminuindo o ímpeto para a
adequados, incluindo seguro de índice baseado em clima, produtos de transição de energia verde no curto prazo. Em economias de
empréstimo relacionados ao clima, linhas de crédito garantidas baixa renda sem local
e saídas de risco bem gerenciadas de eventos extremos ativos de minerais e metais, a promessa de apoio com infra-estrutura
geografias propensas.8 Os choques de oferta resultantes de desastres de energia verde é parcialmente não cumprida, e alguns estão
naturais são rapidamente absorvidos por cadeias de abastecimento considerando reverter para fontes de energia intensivas em
flexíveis e orientadas pelo mercado, e a insegurança alimentar global carbono para garantir energia.12
continua a diminuir lentamente.
A capacidade de dimensionar o abastecimento de água também foi

FIGURA 3.3 Nível de estresse hídrico por grande bacia hidrográfica, 2018
Estresse hídrico
Sem estresse (0-25%) Baixo (25-50%) Médio (50-75%) Alto (75-100%) Crítico (>100%)
Fonte Observação
FAO, banco de dados Aquastat, 2022.13 Nível de estresse hídrico (ODS 6.4.2) por grande bacia hidrográfica (ano de referência 2018). É calculado como a razão
entre (a) a quantidade total de recursos de água doce retirados nos três setores econômicos (Agricultura, Serviços
e Indústria) e (b) o total de recursos renováveis de água doce depois de subtrair a quantidade de água necessária para
apoiar os serviços ambientais existentes .
restrito. As medidas de monitoramento, eficiência e Apesar dos fortes ventos contrários no início da década de
produção de água foram priorizadas pelas cidades, governos 2020, a cooperação geoeconômica é retomada na segunda
locais e nacionais para lidar com as secas mais frequentes e metade da década, com um comércio global mais forte, bem
severas e a crescente pegada hídrica da produção de alimentos. A como esforços na cooperação climática (eixo x), espelhando
água continua fortemente subsidiada, mas o preço é usado para a colaboração de recursos . No entanto, o financiamento
reduzir a demanda e incentivar o investimento do setor privado e doméstico – e, portanto, o investimento geral – em medidas de
das famílias em soluções reutilizáveis e eficientes em água, adaptação, bem como inovação tecnológica, não acompanhou
incluindo coleta de água da chuva e escoamento de águas os impactos climáticos até o momento (eixo y), dadas as
pluviais. Alguns países limitaram o uso de controles de prioridades concorrentes, uma lacuna crescente de
preços ao uso industrial, enquanto outros os aplicam de forma seguro e custos contínuos de recuperação de desastres.
mais ampla entre as populações, alimentando ainda mais a Neste futuro, mesmo a coordenação internacional não pode lidar
inflação, as pressões do custo de vida e a agitação. Mas com a tripla escassez de alimentos, água e energia nas
mesmo quedas significativas na demanda e no desperdício de água nações mais vulneráveis, com problemas prolongados
não acompanharam o impacto das mudanças climáticas nos recursos induzidos pelo clima e interrupções no comércio e estabilidade
hídricos nas regiões mais expostas (Figura 3.3). política e econômica.
A capacidade de escalar o abastecimento por meio de

mecanismos como dessalinização e purificação difere entre os Na ausência de intervenção apropriada, a
países por razões geográficas e econômicas. disponibilidade de água é agora uma preocupação em todas as regiões.
A segurança hídrica continua ameaçada em alguns desses países, O derretimento da neve, o degelo glacial e a disponibilidade de
com impactos regionais crescentes de crises de higiene e saúde, água subterrânea diminuíram, enquanto 10% da área terrestre
migração urbana, deslocamento interno e migração involuntária. global experimentou um aumento de fluxos fluviais
extremamente altos e baixos no mesmo local. A cooperação
geopolítica contínua é evidente por meio do
envolvimento generalizado na gama de mecanismos multilaterais
Restrições de recursos - que regem esses recursos, desde a Convenção de 1992 sobre
a Proteção e Uso de Cursos de Água Transfronteiriços e
o perigo de angústia divergente Lagos Internacionais (Convenção da Água) e a Convenção de 1997

sobre a Lei dos Usos Não Navegacionais de Cursos de Água
Internacionais (Convenção de Cursos de Água), a acordos
bilaterais e regionais.
geoeconômi
de recursos
Colaboração
de recursos
No entanto, o estresse hídrico atua como um

multiplicador da escassez de outros recursos essenciais. Na
geoeconômico
Confronto
Controle de Restrições ausência de uma adaptação efetiva, a produtividade agrícola
recursos de recursos
é severamente impactada pelas mudanças climáticas,
divergindo em intensidade entre as regiões. Os rendimentos das
Ação climática lenta colheitas caíram em volume e valor nutricional devido ao calor, alterando

incluindo Brasil, África do Sul, China, Alemanha e Estados Unidos da

América, direcionando cada vez mais esses mercados para fontes
alternativas de energia.
Mesmo na ausência de choques ou restrições geopoliticamente

alimentadas, as pressões contínuas sobre os preços de
alimentos, água e energia resultaram em uma crise
prolongada de custo de vida em mercados selecionados,
conduzindo a greves salariais, protestos violentos e instabilidade do estado.
Os impactos socioeconômicos também começaram a se espalhar
para economias mais avançadas, com risco de desindustrialização
parcial causada pela escassez combinada de energia e água. A
paralisação do transporte marítimo de comércio está
interrompendo com mais regularidade as cadeias de
abastecimento globais, pressionando os transportes rodoviários e
ferroviários e diminuindo o crescimento econômico global.19
Indústrias estratégicas intensivas em energia e água, como a
fabricação de semicondutores, localizadas em áreas com
padrões climáticos, extremos de precipitação seca e úmida e recursos inseguros, tornaram-se novos hotspots geopolíticos,
mudanças na distribuição de insetos, pragas e doenças.14 A aumentando o risco de disputas prolongadas e possíveis conflitos.
produção agrícola nos Estados Unidos da América diminuiu em
geral devido à diminuição
produção de arroz, milho, soja e trigo.15 Os rendimentos
agrícolas russos caíram nas regiões mais produtivas do sul do Competição por recursos
país e não foram totalmente compensados pela expansão
de terras aráveis no norte do país, onde os solos permanecem
– o perigo das autarquias de recursos
menos produtivos.16 As mudanças climáticas afetaram reduziu os Ação climática acelerada
rendimentos de arroz, trigo e milho em 8% na China.17

Sem esforços concentrados de conservação e restauração,
geoeconômica
cooperação
o aquecimento e a acidificação dos oceanos causaram declínios
em larga escala na aquicultura e na pesca, ameaçando não
Competição
de recursos
Colaboração
de recursos
apenas a segurança alimentar, mas também os meios de

subsistência em alguns dos países mais expostos ao clima
países. geoeconômico
Confronto Controle de Restrições
Os países de alta latitude, alta renda e alta tecnologia são

comparativamente menos impactados, seja devido aos Ação climática lenta
impactos climáticos contidos por enquanto ou alavancando a

inovação rápida para enfrentar os desafios de segurança alimentar
e hídrica.18 Cadeias de suprimentos globais de fluxo livre ajudaram Neste futuro, há uma ação climática acelerada até 2030 (eixo y),
a distribuir o impacto geral nos níveis de produção de alimentos, mas as potências globais estão buscando a autossuficiência em
mas os países com maior insegurança de recursos são os recursos essenciais, deixando muitos países emergentes e em
vulneráveis a duas crises prolongadas: dívida e mudança desenvolvimento comparativamente expostos.
climática. Dada a fuga prolongada de capitais no início da O confronto geopolítico intensificado está focado no recurso
década e sem espaço fiscal para acelerar as medidas de adaptação mais concentrado geograficamente: metais e minerais (eixo x).
(consulte o Capítulo 1.2, Recessão econômica), esses países
tornaram-se ainda mais dependentes de importações, incapazes de
escalar a produção de alimentos para atender às demandas de Antecipando a deterioração do ambiente geopolítico, a
crescimento populacional, dado o estresse hídrico e a deterioração autossuficiência em fontes de produção de alimentos foi
das condições do solo. ampliada em países que podem pagar, juntamente com o foco
na adaptação, conforme considerado na colaboração de
recursos . Comida
O fornecimento de energia verde também está em risco. As a produtividade foi aprimorada, em parte por meio da
empresas que extraem metais e minerais críticos em regiões com tecnologia, como a edição genética de culturas, mesmo na
escassez de água enfrentam interrupções ou fechamentos ausência de ampla cooperação multilateral em tal tecnologia. Um
regulares das operações ou são forçadas a investir em fontes de foco mais nítido na produtividade das terras agrícolas existentes,
água que não competem diretamente com o consumo humano, mudanças na dieta e reduções na perda e desperdício de
exacerbando parcialmente a escassez, conforme descrito em alimentos estão sendo utilizados como alavancas.
Colaboração de recursos . Isso eleva ainda mais os preços das A eficiência nas práticas agrícolas, no uso da terra e nos sistemas
commodities, retardando a implantação da infraestrutura de alimentares permitiu que alguns países dissociassem as tendências
energia verde. Paralelamente, a frequência e a gravidade das de segurança alimentar e biodiversidade, abordando
ondas de calor e das secas forçaram as fontes de energia verde – parcialmente os estimados 33% da produção global de
biocombustíveis, hidrelétricas e nuclear – a cortes periódicos de alimentos anteriormente desperdiçados por meio de produção e
produção, e algumas estão prestes a se tornar ativos ociosos. O consumo insustentáveis.
fornecimento elétrico foi desestabilizado no curto prazo para
muitos países, Embora isso tenha levado a uma maior produção de alimentos

FIGURA 3.4 Relevância de metais e minerais críticos
Cadeias de abastecimento indicativas: principais produtores e consumidores
Óleo e gás rio acima Refino/minstream Consumo
Óleo NÓS Arábia Saudita Rússia NÓS China Rússia NÓS China Índia
Gás natural NÓS Rússia Irã Rússia Catar Austrália NÓS Rússia China
tecnologias limpas Mineração Em processamento Material da bateria Célula/pacote de bateria Implantação de veículo elétrico
Cobre Chile Peru China Chile China Coreia Japão China NÓS Coréia China NÓS UE
Mineração Em processamento polissilício Painel solar instalação de sistema fotovoltaico
Lítio Austrália Chile China Chile China Coréia Alemanha China Coréia Canadá China UE NÓS
Níquel Indonésia China Indonésia China Coréia Alemanha China Coréia Canadá China UE NÓS
Mineração Em processamento Turbina eólica e componentes instalação de vento
Cobalto RDC China China Índia NÓS Espanha Alemanha China UE NÓS
Terras raras China China China Índia NÓS Espanha Alemanha China UE
Fonte Observação
Leruth, e outros. 2022.20 Os maiores produtores e consumidores são apenas indicativos.
em geral, em muitas economias avançadas, os benefícios diversificação geográfica. Por exemplo, na primeira metade da
não foram amplamente compartilhados, com década de 2020, os Estados Unidos dependiam 100% da
divergência significativa no nível de segurança alimentar importação líquida de 14 minerais essenciais, incluindo gálio,
entre os países. Mesmo com a continuação do comércio global grafite natural, índio e vanádio.22 Na época, a China era o
de proteínas, a escassez e os preços mais altos atingiram principal produtor de 16 dos 32 minerais estratégicos,
os grupos socioeconômicos mais baixos, principalmente os incluindo os recursos acima mencionados,
países em desenvolvimento e emergentes, principalmente representando 98%, 82%, 58% e 66%, respectivamente, da
aqueles menos capazes de escalar a produção de alimentos produção total mundial.23
na ausência de apoio internacional. Isso inclui partes da
África, América Central e do Sul, Pequenos Estados
Insulares em Desenvolvimento (SIDS) e Sul da Ásia, onde Com uma tendência à remilitarização (ver Capítulo 2.4:
muitas economias enfrentaram crises triplas de quase uma Segurança humana), esses recursos estratégicos se
década: dívida, crescimento populacional e mudança tornaram uma das principais frentes da guerra econômica na
climática. A pobreza global, crises de meios de subsistência segunda metade da década. Apesar das prioridades fiscais
sensíveis ao clima, desnutrição e doenças relacionadas concorrentes, mais estados têm procurado diversificar a oferta
à dieta, instabilidade do estado e migração involuntária por meio da extração doméstica, quando disponível,
aumentaram, prolongando e espalhando a instabilidade e as embora muitos enfrentem restrições ambientais descritas em
crises humanitárias descritas no Capítulo 1.2, Crise do Colaboração de recursos.
custo de vida . A capacidade aprimorada de processamento e refino
tem sido visada principalmente por estados com
Metais e minerais críticos são uma área chave de reservas limitadas de recursos (Figura 3.5). A resiliência,
confronto geopolítico devido à sua concentração geográfica. especialmente para mercados dependentes de importações,
Esses recursos não são apenas essenciais para a traduziu-se parcialmente em redundâncias, com a formação
captura, armazenamento e eficiência de energia renovável, de estoques de materiais-chave exacerbando as crises de
mas também continuam a ser aproveitados para uma ampla abastecimento. A triagem de entrada de investimentos – que
gama de outras aplicações industriais, incluindo usos finais apenas as economias avançadas foram capazes de arcar
tecnológicos e militares (Figura 3.4).21 O índio faz parte das com o custo de oportunidade – foi expandida para
telas sensíveis ao toque como bem como painéis solares; mineração e indústrias relacionadas para minimizar a
compostos de lítio são utilizados pela indústria interferência estrangeira. Outros países seguiram o
farmacêutica; o cobalto tem múltiplas aplicações exemplo do Canadá, ordenando que certas empresas
aeroespaciais, mas também é de interesse crescente estrangeiras diminuíssem os investimentos em
como catalisador para a produção de hidrogênio verde; e o mineração devido às ameaças percebidas à segurança
vanádio é usado como insumo para baterias em escala industrial, nacional.24 Com opções limitadas, a triagem de
bem como uma liga de aço em reatores nucleares, veículos investimentos externos agora está sendo contemplada
espaciais e porta-aviões. A lacuna de oferta e demanda por mercados dependentes de importações como uma
resultante descrita em Colaboração de recursos é alavanca potencial, embora a maioria das grandes
exacerbada neste futuro porque potências continua a alavancar investimentos cada vez mais
de rivalidades geopolíticas, expondo a fragilidade das cadeias dirigidos pelo estado em mercados emergentes de exportação
de abastecimento globais com oportunidades limitadas para na América Latina e na África como forma de garantir o acesso a esses rec

FIGURA 3.5 Reservas de metais e minerais críticos
Austrália Cuba Rep. Democrática do Congo Indonésia Marrocos, 1% Rússia Outros
Cobalto 18% 3% 7% 46% 8% 3% 3% 8%
Canadá China, 1% Filipinas EUA, 1%
Brasil China Madagáscar Coreia do Norte, 1% Türkiye
Grafite 22% 23% 8% 8% 6% 28%
Índia, 3% Moçambique Tanzânia Uzbequistão, 2%
Argentina Austrália Chile China Outro
Lítio 10% 26% 42% 7% 3% 12%
Portugal, 1% EUA
Austrália Brasil China Indonésia Rússia Outro
Níquel 22% 17% 3% 22% 5% 8% 21%
Canadá, 2% Filipinas EUA, 1%
Rússia África do Sul Zimbábue, 2%
Metais do
6% 90%
grupo da platina
Canadá, 1% EUA, 1%
Fonte Observação
IEA, Relatório Especial do World Energy Outlook: O Papel dos Minerais Críticos As referências a 1% referem-se a <1%.
nas Transições de Energia Limpa, 2022, Estudo Geológico dos EUA,
Resumos de Commodities Minerais (vários), 2022.25
A importância e a influência dos blocos aliados A escassez artificialmente inflada por rivalidades
aumentaram, com os países construindo e geoeconômicas e volatilidade de preços, inclusive de
favorecendo cadeias de suprimentos domésticas e produtos relacionados, como baterias e semicondutores,
“confiáveis” em sua busca por segurança de recursos. repercutiu nas cadeias de suprimentos de vários setores.
A distribuição geográfica de numerosos metais e minerais garantiuSeguiram-se
uma cadeias de abastecimento mais curtas que
grau de interdependência mútua. Por exemplo, o Brasil refletem alianças geopolíticas. A intervenção do Estado
escalou a produção de lítio, elementos de terras raras e tornou-se mais comum e rigorosa, com o planejamento
níquel, mas permaneceu dependente de outros para do governo alocando direta e indiretamente os recursos
refino e de vizinhos para outros recursos, como cobre e disponíveis para indústrias prioritárias; alguns seguiram
cobalto.26 A UE e o Canadá continuaram sua parceria o exemplo do México, renacionalizando ativos
estratégica em matérias-primas, estendendo o escopo do associados a metais e minerais essenciais.28 Vários
acordo vai além do desenvolvimento e financiamento setores “civis” foram forçados a se adaptar a uma maior
de projetos minerais críticos para aumentar a colaboração concorrência intersetorial. Por exemplo, a Tesla
em tecnologias relacionadas.27 construiu uma refinaria de lítio nos Estados Unidos da
América,29 e um aumento nos acordos de aquisição
rapidamente se transformou em investimentos diretos e
No entanto, o nacionalismo de recursos também gerou rachaduras mais integração vertical, criando novos desafios
em alianças existentes – tornando-se a próxima para as regulamentações de competitividade.
Airbus vs. Boeing – com disputas surgindo primeiro em
torno da aplicação de ajuda estatal para impulsionar as Vários mercados em desenvolvimento e emergentes
indústrias domésticas de mineração e processamento. se tornaram beneficiários líquidos desse interesse
O uso crescente da isenção de segurança nacional na crescente dos setores público e privado, incluindo
OMC também paralisou cada vez mais os mecanismos Indonésia, Marrocos e o triângulo do lítio do Estado
multilaterais de comércio, tornando-os ineficazes para Plurinacional da Bolívia, Argentina e Chile. No entanto,
enfrentar o confronto geopolítico em um mundo onde a resiliência esses
local epaíses tiveram que andar na corda bamba, pois
a segurança é priorizada sobre a vantagem comparativa as potências globais exercem controle por meio do
e a eficiência. Mecanismos bilaterais são elevados em comércio, investimento e laços tecnológicos e buscam
importância como o principal veículo para disputas. restringir o acesso de estados rivais. Juntamente com a
nacionalização reforçada, isso levou ao relativamente

criação recente da OMEC: uma organização de países

exportadores de minerais, semelhante à OPEP.30 Embora o
boom de recursos tenha oferecido um caminho para o
crescimento de alguns desses países, para outros o foco
nesses ativos criou um fenômeno de “doença holandesa”
ou levou ao aumento da corrupção, desigualdade,
violência e crises humanitárias.31
Além disso, atividades ilícitas e o risco de escalada acidental

ou intencional em uma guerra quente por recursos
aumentou, particularmente nas zonas fronteiriças e nos bens
comuns globais. As restrições à exportação de minerais
colocaram uma pressão ascendente sobre mecanismos
internacionais mais amplos de governança e fiscalização
que supervisionam novas zonas de exploração – incluindo
aquelas relacionadas à mineração em águas internacionais,
regiões polares e no espaço. À medida que a busca por novas
fontes minerais se volta para o oceano, as jurisdições
marítimas nacionais são cada vez mais controversas, com
uma proporção crescente de território sob disputa.32
Controle de recursos
resultou em ainda mais emissões, incluindo o metano muito
- o perigo das guerras de recursos
potente. A agricultura intensiva e ineficiente exacerbou a
degradação do solo, o estresse hídrico, a poluição e o declínio da
capacidade de produção. Isso criou compensações
geoeconômi
de recursos
Colaboração
de recursos domésticas mais amplas, principalmente com setores diretamente
dependentes de recursos biológicos, com impactos indiretos
para o crescimento econômico e a produtividade e a
velocidade da transição verde.
geoeconômico
Confronto
Controle de Restrições A terra arável tem sido cada vez mais priorizada para a
agricultura, afastando-se dos biocombustíveis e da
infraestrutura de energia verde.
Ação climática lenta
Semelhante às restrições de recursos, o estresse hídrico

agora é generalizado. Nos países em desenvolvimento, isso
Até 2030, o investimento em medidas de adaptação não afeta particularmente mulheres e meninas responsáveis pela
acompanhou os impactos climáticos até o momento (eixo y). coleta de água, com impactos indiretos nos resultados de
Ao mesmo tempo, a dinâmica geopolítica transformou a crise dos saúde e educação. A escassez mais generalizada, combinada
recursos naturais de uma crise de acessibilidade em uma de com a paralisia dos mecanismos de cooperação internacional,
disponibilidade (eixo x), criando uma crise econômica, exigiu um certo grau de nacionalismo hídrico, resultando em
ambiental e humanitária em cascata em quase todos os países disputas prolongadas entre países vizinhos .
selecionados – mas mesmo esses
permanecem expostos através de efeitos transfronteiriços. Neste
futuro, as consequências socioeconómicas resultantes excedem
o âmbito e a escala de todos os outros futuros, e a intervenção uma arma e um alvo, refletindo os conflitos de água e o terrorismo
do Estado torna-se ainda mais agressiva, expandindo-se para do passado na Índia, Paquistão e Afeganistão.35 Além disso, há
além do confronto económico para garantir o abastecimento das abuso menos visível e esgotamento de reservas compartilhadas
necessidades das populações. de águas subterrâneas “não renováveis”, como na África do Saara
e no Oriente Médio, aumentando o risco de conflito.36
Com base nas restrições de recursos, as preocupações de
acessibilidade e disponibilidade estão aumentando a desigualdade.
Refletindo a competição por recursos, fontes autossuficientes As condições de escassez consolidaram inicialmente a
de produção de alimentos foram ampliadas, mas com influência dos blocos geopolíticos, refletindo fortemente as
compartilhamento limitado de inovação e financiamento, dependências do comércio de recursos brutos, bem como os
o ponto de inflexão do crescimento geral da produtividade na fluxos de inovação e informação. Cada vez mais, no entanto, a
agricultura já passou. Sem políticas efetivas, financiamento e desconfiança entre as potências globais está exacerbando
suporte tecnológico para práticas de adaptação, as comunidades artificialmente as crises de abastecimento em escala global.
e países socioeconômicos mais baixos recorreram a Além da competição por recursos, todos os três recursos são
mudanças na escolha de culturas e grandes mudanças nos padrões armados por países ricos em recursos sempre que
de uso da terra para manter o atual crescimento da produção.33 A possível, tanto como ferramentas ofensivas quanto defensivas de uma forma
agricultura tornou-se um fator ainda maior de emissões globais . ambiente geopolítico de soma zero (consulte o Capítulo 1.2,
Guerra econômica). Neste mundo, a exportação de recursos
O desmatamento para plantações e pastagens levou ao logo suplantará o investimento como medida de soft power
desmatamento e o aumento da pecuária global, embora a economia

o poder continuará a ser aproveitado para alcançar a insegurança energética e hídrica torna-se um fator de
objetivos estratégicos por meios indiretos mais sutis. polarização social, agitação civil e instabilidade política em
Enfrentando escassez real ou percebida, os estados economias avançadas e em desenvolvimento. Torna-se
continuam a exercer controle rápido e regular sobre os também um motor do terrorismo transfronteiriço, com
principais recursos para proteger sua própria população, o impactos devastadores devido à proliferação de
que romperá alianças, aprofundará as condições de armamento de alta tecnologia (ver Capítulo 2.4: Segurança humana).
escassez e resultará em tensões comerciais crescentes
que restringem o fluxo de tecnologias climáticas. Exposta Neste futuro, tem havido pouco incentivo – ou espaço
em múltiplas frentes, a intervenção do Estado cresce em fiscal – para investir em mudanças climáticas e
uma gama mais ampla de indústrias, incluindo a proteção ambiental. A superexploração e a poluição
renacionalização de indústrias. – a tragédia dos bens comuns globais – se expandiram,
mas continuam impunes ou não descobertos, e os
Os confrontos se estendem regularmente além da acordos e regulamentos existentes são regularmente
esfera econômica. Conflitos transfronteiriços e violados ou não aplicados.
violência tornaram-se mais comuns como uma das A fome voltou em uma escala nunca vista no século
poucas maneiras pelas quais os Estados podem passado. A escala absoluta das crises humanitárias e
garantir o fornecimento de recursos estratégicos. Os ambientais mostra uma paralisia e ineficácia mais amplas
hotspots refletem mudanças nos padrões de biodiversidade, dos principais mecanismos multilaterais para lidar com as
maior competição por estoques de alimentos terrestres e crises enfrentadas pela ordem global, espiralando
marinhos e a necessidade premente de metais e minerais para baixo em uma policrise que se autoperpetua e se
que sustentam energia segura e desenvolvimento tecnológico. Comida,
acumula.

Notas finais
1. Tooze, Adam, “Bem-vindo ao mundo da policrise”, Financial Times, 28 de outubro de 2022, https://www. ft.com/content/
498398e7-11b1-494b-9cd3-6d669dc3de33. .
2. Programa Alimentar Mundial, Insegurança alimentar aguda: números explicados, 11 de novembro de 2022, https://docs.
wfp.org/api/documents/WFP-0000130762/download/; Cozzi, Laura, et al., “Pela primeira vez em décadas, o número de pessoas
sem acesso à eletricidade deve aumentar em 2022”, Agência Internacional de Energia (IEA), 3 de novembro de 2022,
https://www.iea .org/commentaries/pela-primeira-vez-em-décadas-o-número-de-pessoas-sem-acesso-à-eletricidade-está-
definido-para-aumentar-em-2022.
3. ONU, Portal de Dados da Divisão de População da ONU, https://population.un.org/dataportal/home, acessado em 28

de novembro de 2022.
4. Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO), OCDE-FAO Agricultural Outlook 2022-2031, OCDE e FAO, 29 de junho de 2022.
5. Painel de Recursos Internacionais do Programa Ambiental da ONU, Opções para Desacoplar o Crescimento Econômico do
Uso e Poluição da Água, 2015, https://www.resourcepanel.org/reports/options-decoupling economic-growth-water-use-and-
water-pollution.
6. Agência Internacional de Energia (IEA), The Role of Critical Minerals in Clean Energy Transitions, 2021, https://www.iea.org/
reports/the-role-of-critical-minerals-in-clean-energy-transitions.
7. Hund, Kirsten, et al., Minerals for Climate Action: The Mineral Intensity of the Clean Energy Transition, Banco Internacional
de Reconstrução e Desenvolvimento e Banco Mundial, 2020, https://pubdocs. worldbank.org/en/961711588875536384/
Minerals-for-Climate-Action-The-Mineral-Intensity-of-the Clean-Energy-Transition.pdf.
8. Jack, Kelsey e Nick Wilkinson, Risco e resiliência: adaptação agrícola às mudanças climáticas nos países em
desenvolvimento, International Growth Center (IGC), 2022, https://www.theigc.org/wp-content/ uploads/2022/03/Kelsey
-and-Wilkinson-Growth-breve-março-2022.pdf.
9. KPMG, Resourcing the Energy Transition: Making the World Go Round, 2021, https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/xx/
pdf/2021/03/resourcing-the-energy-transition.pdf; Arndt, Nicholas T., et al., “Future Global Mineral Resources”,
Geochemical Perspectives, vol. 6, não. 1, 2017, pp. 1-171, https://www.geochemicalperspectives.org/online/v6n1/.
10. Fleming, Sam, Alice Hancock e Peter Wise, “EU cava para mais lítio, cobalto e grafite em impulso de energia verde”,
Financial Times, 16 de agosto de 2022, https://www.ft.com/content/363c1643-75ae-4539 - 897d-ab16adfc1416; Karim,
Naimul, “Australian miner salts on Quebec rare earth projects mid First Nation Resistance”, Financial Post, 13 de outubro de
2022, https://financialpost.com/commodities/mining/ australian-miner-bails-on-quebec-rare- projetos de terra em meio à
resistência da primeira nação; Donnelly, Patrick, “Ação judicial iniciada buscando a proteção final de espécies ameaçadas
de extinção para o raro trigo mourisco de Tiehm de Nevada”
[Comunicado à imprensa], Centro de Diversidade Biológica, 25 de outubro de 2022; Barber, Gregory, “The Lithium Mine
versus the Wildflower”, Wired, 17 de junho de 2022, https://www.wired.com/story/lithium-mine-for-batteries versus-the-
wildflower/.
11. Fórum Econômico Mundial, “Transformação Circular das Indústrias: Desbloqueando Novo Valor em um Mundo com
Limitação de Recursos”, 2023.
12. Thomas, Helen, “A mineração não está cumprindo seu próprio hype”, Financial Times, 9 de novembro de 2022, https://www.
ft.com/content/140fb908-ba2e-4fcf-8a02-74e80991b5cf?desktop=true&segmentId=7c8f09b9-9b61-
4fbb-9430-9208a9e233c8#myft:notification:daily-email:content.
13. Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Nível de Estresse Hídrico (SDG 6.4.2) por grande
bacia hidrográfica, https://data.apps.fao.org/catalog/iso/40bc32f6-1467-44ac-8f7c -3d67cbb1cbd7, acessado em 16 de
dezembro de 2022. Conley, Heather A. e Cyrus Newlin, “Climate Change Will Reshape Russia”, Centro de Estudos
Estratégicos e Internacionais, 2021, https://www.csis.org/analysis/climate change-will -remodelar-russia.
14. Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Relatório Especial sobre Mudanças Climáticas e Terra:
Segurança Alimentar, 2022.
15. Fundo de Defesa Ambiental, Como a mudança climática afetará os rendimentos de milho, soja e trigo dos EUA: uma análise em
nível de condado das cargas climáticas e necessidades de adaptação no meio-oeste, 2022.
16. Conley, Heather A. e Cyrus Newlin, “Climate Change Will Reshape Russia”, Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais,
2021, https://www.csis.org/analysis/climate-change-will-reshape-russia.Ibid.
17. Li, Man, “Climate Change to Adversely Impact Grain Production in China by 2030”, blog do International Food Policy Research
Institute (IFPRI), 13 de fevereiro de 2018, https://www.ifpri.org/blog/climate-change adversamente-impact -grain-production-
china-2030.
18. Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Sexto Relatório de Avaliação: Grupo de Trabalho II (WGII),
28 de fevereiro de 2022, https://www.ipcc.ch/assessment-report/ar6/.
19. Thomas, Helen, “O clima é um problema da cadeia de suprimentos que não pode ser ignorado”, Financial Times, 17 de
agosto de 2022, https://www.ft.com/content/94375406-fb66-4f51-bb70-03e5ac7ec8ec?desktop= true&segmentId
=7c8f09b9-9b61-4fbb-9430-9208a9e233c8#myft:notification:daily-email:content.

Notas finais
20. Leruth, Luc, Adnan Mazarei, Pierre Régibeau e Luc Renneboog, 22-12 A Energia Verde Depende de Minerais Críticos. Who
Controls the Supply Chains?, Peterson Institute for International Economics, https://www.piie.com/publications/working-
papers/green-energy-depends-critical-minerals-who controls-supply-chains.
21. Dempsey, Harry, “Rio Tinto alerta para o excesso de globalização nas cadeias de suprimentos de metais críticos”, Financial
Times, 11 de outubro de 2022, https://www.ft.com/content/6da95eb8-6def-43a9-9eb0-8a026781c31c?deskt op
=true&segmentId=7c8f09b9-9b61-4fbb-9430-9208a9e233c8#myft:notification:daily-email:content.
22. US Department of the Interior US Geological Survey, Mineral Commodity Summaries 2022, 31 de janeiro de 2022, https://
pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2022/mcs2022.pdf.
23. Ibid.
24. Sevastopulo, Demetri e Edward White, “Canada ordena empresas chinesas a alienar participações em minas de
lítio”, Financial Times, 3 de novembro de 2022, https://www.ft.com/content/6ca9a470- 59ee-4809-8a5b-35f6073c9907?
desktop =true&segmentId=7c8f09b9-9b61-4fbb-9430- 9208a9e233c8#myft:notification:daily-email:content.
25. Agência Internacional de Energia (IEA), Relatório Especial do World Energy Outlook: The Role of Critical Minerals in Clean
Energy Transitions, https://www.iea.org/reports/the-role-of-critical-minerals-in-clean-energy transições, 2022; US Geological
Survey, Mineral Commodity Summaries 2022: Nickel, https://pubs.usgs. gov/periodicals/mcs2022/mcs2022-nickel.pdf; Lithium,
https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2022/mcs2022-lithium.pdf; Platinum Group Metals, https://pubs.usgs.gov/periodicals/
mcs2022/mcs2022-platinum.pdf; Cobalt, https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2022/mcs2022-cobalt.pdf; Grafite, https://
pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2022/mcs2022-graphite.pdf.
26. Wilson Center, Critical Mineral Maps, 17 de março de 2022, https://www.wilsoncenter.org/article/critical mineral-maps.
27. Natural Resources Canada, Declaração Conjunta do Ministro de Recursos Naturais do Canadá e do Comissário
Europeu para o Mercado Interno, 19 de julho de 2021, https://www.canada.ca/en/natural-resources canada/news/2021/07/joint-
statement -por-canadas-ministro-dos-recursos-naturais-e-europeu-comissário-do-mercado-interno.html.
28. Bond, David E., Francisco de Rosenzweig e Samuel Scoles, “O México nacionaliza o lítio; estabelece empresa estatal”,
White & Case, 9 de setembro de 2022, https://www.whitecase.com/insight-alert/mexico-nationalizes-lithium-sets-state-owned-
company.
29. O'Kane, Sean, “Tesla confirma planos para construir refinaria de lítio no Texas”, Bloomberg, 20 de outubro de 2022, https://
www.bloomberg.com/news/articles/2022-10-19/tesla-confirms-plans- construir-refinaria-de-lítio-no texas.
30. KPMG, Resourcing the Energy Transition: Making the World Go Round, 2021, https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/xx/
pdf/2021/03/resourcing-the-energy-transition.pdf; Dempsey, Harry e Mercedes Ruehl, “Indonésia considera cartel de estilo Opep
para metais de bateria”, Financial Times, 31 de outubro de 2022, https://www.ft.com/content/
0990f663-19ae-4744-828f-1bd659697468?desktop= true&segmentId=7c8f 09b9-9b61-4fbb-9430-9208a9e233c8#myft:notification:daily-
email:content.
31. Schipani, Andres, “Como a RDC se tornou o campo de batalha de uma guerra por procuração por recursos preciosos”,
Financial Times, 27 de outubro de 2022, https://www.ft.com/content/26125730-3113-4946-982a-989e2ac be472?
desktop=true&segmentId=7c8f09b9-9b61-4fbb-9430-9208a9e233c8#myft:notificação:email diário:conteúdo.
32. Kyodo News, navio da China com o maior canhão de todos os tempos entra nas águas do Japão perto de Senkakus, 25 de
novembro de 2022, https://english.kyodonews.net/news/2022/11/cf16e72c5cb6-china-ship-with-largest-ever-cannon entra -japan-
waters-near-senkakus.html.
33. Pugh, TAM, et al., “Análogos climáticos sugerem potencial limitado para intensificação da produção em terras de cultivo
atuais sob mudanças climáticas”, Nature Communications, vol. 7, não. 12608, 20 de setembro de 2016, https://
www.nature.com/articles/ncomms12608.
34. Al-Monitor, Egito alerta para impasse na disputa da barragem do Nilo, 27 de setembro de 2022, https://www.al-monitor. com/
originals/2022/09/egypt-warns-stalemate-nile-dam-dispute.
35. Ashraf, Tamanna e Shlomi Dinar, “Represas, Terrorismo e Resposta do Nacionalismo da Água à Globalização e Desenvolvimento:
O Caso do Sul da Ásia”, Terrorismo e Violência Política, vol. 34, nº. 5, 3 de junho de 2022, pp. 958-978, https://www.tandfonline.com/
doi/abs/10.1080/09546553.2022.2069449.
36. Água da ONU, Relatório de Desenvolvimento da Água das Nações Unidas 2022: Água Subterrânea: Tornando o Invisível
Visível, 21 de março de 2022.

Janeiro de 2023 Relatório de Riscos Globais 2023 Conclusão: a preparação é possível?
4 Conclusão:
a preparação é possível?
Enquanto os choques contínuos se desenrolam, o mundo misturado. A subestimação – e, portanto, a falta

está em uma encruzilhada. À medida que entramos em uma de preparação para – riscos macro emergentes (como
era de baixo crescimento, baixo investimento e baixa cooperação, “rinocerontes cinzentos” e “cisnes negros”) refletem desafios
as ações que tomamos hoje ditarão nosso futuro cenário de risco. impostos por altos níveis de incerteza, baixos níveis de
Devemos garantir que o enfrentamento das crises atuais não informação, dados conflitantes e vieses cognitivos.
prejudique a visão de longo prazo. No entanto, o progresso sistemático é possível. A identificação
e previsão de riscos aprimoradas podem ser um facilitador
Eventos recentes e atuais, como o COVID-19 e a crise do essencial para a tomada de decisões estratégicas, definição
custo de vida, estão corroendo constantemente os ganhos de agenda e medidas de resiliência, ajudando a priorizar áreas
econômicos, educacionais e relacionados à saúde em uma que se beneficiariam da coleta e monitoramento de dados,
proporção cada vez maior da população, com uma controles e recursos de riscos e redundâncias.
divergência crescente entre países avançados e em
desenvolvimento. Isso, por sua vez, está interagindo com uma A primeira tarefa da previsão é identificar
multiplicidade de riscos ambientais e geopolíticos – mudança desenvolvimentos futuros, riscos e oportunidades. Tanto a
climática, colapso do ecossistema, conflitos em vários domínios – varredura do horizonte quanto o planejamento de cenários
para ameaçar ainda mais a segurança e a estabilidade são ferramentas úteis que podem examinar e desenvolver
das sociedades em todo o mundo. “sinais fracos” em fontes de dados qualitativos e quantitativos
para antecipar melhor as tendências emergentes. Métodos
Neste contexto, as abordagens defensivas, fragmentadas e estabelecidos podem ajudar a cristalizar divergências de
orientadas para a crise são míopes e muitas vezes perpetuam especialistas,1 enquanto uma maior distinção entre risco e
ciclos viciosos. A falta de preparação para riscos de longo incerteza – conhecimento imperfeito, de modo que a probabilidade
prazo desestabilizará ainda mais o cenário de riscos globais, não pode ser quantificada ou conhecida cientificamente – ajudará
trazendo compensações cada vez mais difíceis para a desafiar as suposições centrais. Maiores níveis de
formuladores de políticas e líderes empresariais que lutam para incerteza devem mudar o foco do provável para o possível:
lidar com crises simultâneas. É necessária uma abordagem o estudo dos resultados potenciais precisa ser expandido
rigorosa de previsão e preparação, pois pretendemos reforçar para garantir que a mitigação e preparação de riscos abordem
nossa resiliência a riscos de longo prazo e traçar um caminho todo o escopo de possíveis impactos.2 Isso é então
para um mundo mais próspero. complementado pelo monitoramento de riscos, que se
concentra em fornecer alerta precoce para quando riscos
Cada risco requer esforços conjuntos, específicos e específicos estão prestes a se materializar para permitir
personalizados, mas vários princípios transversais medidas avançadas de preparação.
podem apoiar a preparação em todos os temas.
Nesta seção final, descrevemos quatro princípios para a Outra etapa para aprimorar a previsão de riscos é explorar a
preparação nesta nova era de choques simultâneos: 1) dinâmica da mudança, mapear as interconexões entre os
fortalecer a identificação e previsão de riscos, 2) recalibrar riscos, incluindo as dependências entre os sistemas críticos.
o valor presente dos riscos “futuros”, 3) investir na preparação para Métodos mais sofisticados de análise de riscos
riscos em vários domínios e 4) fortalecer a preparação e interconectados (além de relações lineares) podem apoiar
cooperação de resposta. a avaliação e priorização de recursos de risco. Os riscos
mais influenciados ou expostos a outros riscos serão os mais
difíceis de mitigar, enquanto aqueles que exercem uma
influência desproporcional no resultado da rede podem ser
Melhorar a identificação e priorizados como pontos-chave de intervenção. A necessidade de
uma visão sistêmica e abordagem dos riscos globais se reflete
previsão de riscos na crescente demanda para a nomeação de Diretores Nacionais
de Risco e Resiliência, para espelhar o papel cada vez mais
Uma ampla gama de disciplinas visa reunir informações sobre o importante do Diretor de Riscos no setor privado. Embora o
futuro, desde economia, gestão de negócios, fundos de mandato desta função possa variar na prática, ele reflete a
investimento e seguros, até planejamento urbano, necessidade de uma visão transversal e de toda a sociedade
climatologia, virologia e proteção civil - mas o histórico em em relação à previsão de riscos externos, mitigação e gestão de
torno do uso da previsão para aprimorar os esforços de mitigação crises.3
de riscos restos

Repensando os riscos "futuros" gerenciar crises, especialmente quando milhões de vidas e

meios de subsistência estão em risco. No entanto, quando
esses riscos se manifestam, os recursos e a atenção geralmente
Vieses cognitivos canalizam a atenção do público para são desviados da abordagem dos riscos globais, especialmente
eventos recentes e “catastróficos”. Os imperativos aqueles que constituem as causas profundas de catástrofes
empresariais e políticos tendem a priorizar riscos com locais ou aqueles que podem surgir fora dos prazos relevantes
impacto direto, imediato e localizado, como escassez de para os líderes de hoje.
alimentos, combustível ou outras commodities ou desastres
ambientais locais. Isso é necessário para Isso pode distorcer os esforços de preparação no público
FIGURA 4.1 Percepções sobre preparação e governança
Nome do risco Preparação para riscos Governança de risco

Por favor, indique a eficácia atual da gestão de riscos, Qual conjunto de partes interessadas pode gerenciar o
levando em consideração os mecanismos existentes para risco com mais eficiência?
prevenir a ocorrência do risco ou se preparar para mitigar
seu impacto
Ataques terroristas
Doenças infecciosas
Detalhamento da infraestrutura de informações críticas
Explosões de bolhas de ativos
Uso de armas de destruição em massa
Colapso ou falta de infraestrutura e serviços públicos
Recessão econômica prolongada
Resultados adversos das tecnologias de fronteira
Proliferação de atividades econômicas ilícitas
Crime cibernético generalizado e insegurança cibernética
crises de emprego
Colapso do estado ou instabilidade grave
Desigualdade digital e falta de acesso a serviços digitais
Colapso de uma indústria ou cadeia de suprimentos sistemicamente importante
Falha em estabilizar trajetórias de preços

Crises de dívida
Ineficácia das instituições multilaterais e da cooperação internacional


Incidentes de dano ambiental em grande escala
Migração involuntária em larga escala
Erosão da coesão social e polarização social

Desastres naturais e eventos climáticos extremos
Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema

Falha na adaptação às mudanças climáticas
Falha em mitigar as mudanças climáticas
0 25 50 75 100 0 25 50 75 100
Categoria de risco Percepção parte interessada
Econômico Altamente ineficaz Governo local

Ambiental Ineficaz governo nacional
geopolítico Eficácia indeterminada Bilateral
social Altamente efetivo Vários países
Tecnológica Eficaz Regional
Organização Internacional
Negócios
Fonte Cooperação público-privada


e do setor privado. Para um melhor planejamento e

preparação, as instituições devem desancorar a priorização
de risco de incentivos de curto prazo. Apesar de figurar
regularmente nos primeiros lugares do ranking, os riscos
globais mais graves – relacionados principalmente ao clima e à
natureza – são aqueles para os quais ainda estamos menos
preparados. A maioria dos entrevistados do GRPS avaliou as
medidas existentes para prevenir ou se preparar para a
falha na mitigação das mudanças climáticas, falha na
adaptação às mudanças climáticas e perda de biodiversidade e
colapso do ecossistema como ineficazes ou altamente ineficazes
(Figura 4.1). Da mesma forma, a maioria dos entrevistados
considerou a preparação inadequada para desinformação
e desinformação, erosão da coesão social e polarização
social, migração involuntária e crise do custo de vida.
A crescente conscientização global sobre esses riscos é clara, mas

outras ações provavelmente continuarão bloqueadas, devido à
percepção de crises e compensações localizadas e de curto
prazo. Sem minimizar a necessidade de uma resposta eficaz, a
priorização excessiva dos desafios atuais pode rapidamente cair
em um ciclo de choques globais contínuos, em que os recursos
são absorvidos pelo gerenciamento de crises, em vez de
direcionados para a preparação para riscos futuros. Desafios resiliência multidomínio de longo prazo. Nem todos os riscos
complexos não podem ser resolvidos apenas pela tomada de globais representam uma compensação de preparação, e as
decisões de curto prazo – e, no entanto, o pensamento de soluções que atendem às necessidades atuais e aos riscos
longo prazo por si só é insuficiente diante das crises que se futuros podem reequilibrar a relação custo-benefício para o
desenrolam atualmente. investimento necessário. Por exemplo, o investimento em saúde
e educação, princípios fundamentais da gestão das necessidades
Para quebrar o ciclo, os líderes empresariais e os atuais em todas as sociedades, bem como do capital humano de
formuladores de políticas precisam abraçar a complexidade e longo prazo e do desenvolvimento econômico, fortalece a
adotar uma visão dupla que equilibre de forma mais eficaz o resiliência da sociedade a múltiplos choques e riscos,
atual gerenciamento de crises com uma lente de longo incluindo a mudança climática.
prazo. Por exemplo, após a pandemia de COVID-19, os
governos não precisarão apenas direcionar recursos para Além disso, muitos riscos globais têm o potencial de impactar
estabilizar os sistemas de saúde em dificuldades, mas, ao economias e sociedades de maneira análoga, com
mesmo tempo, trabalhar para garantir que os ambientes consequências semelhantes. Por exemplo, ataques
conducentes à disseminação de doenças zoonóticas cibernéticos, agitação social ou clima extremo podem causar
são adequadamente monitorados, a pesquisa de ganho de a interrupção da infraestrutura de informações críticas; ou, em
função é regulamentada e as solicitações de síntese para escala mais catastrófica, erupções vulcânicas e guerras
biolaboratórios são rastreadas para evitar futuros surtos de podem prejudicar a segurança alimentar.5 Fortalecer os
transbordamentos naturais, acidentes e agentes de ameaça.4 esforços de resiliência em áreas críticas, portanto, compensa
em todos os cenários e melhora a preparação para uma
multiplicidade de riscos, conhecidos e desconhecidos, e de curto
Investir em preparação para e longo prazo.
riscos em vários domínios e setores

Após choques recentes – pandemia, inflação, guerra, entre
outros – os governos nacionais estão cada vez mais focados
Além disso, as ações tomadas para enfrentar os desafios em abordar vulnerabilidades em sistemas críticos, incluindo
atuais devem, no mínimo, evitar exacerbar os riscos futuros, como possíveis interrupções de alimentos, água, abrigo, serviços
o potencial compromisso entre segurança alimentar, perda da básicos de comunicação e segurança pública, e desenvolvendo
natureza e mudança climática. respostas em vários domínios. Um projeto de lei foi
As crises recentes testemunharam um nível extraordinário apresentado nos Estados Unidos da América para formar um
de intervenção fiscal para proteger indivíduos e empresas comitê interinstitucional para avaliar todos os riscos catastróficos
dos impactos financeiros das crises – da pandemia do globais nos próximos 30 anos e desenvolver estratégias para
COVID-19 aos preços da energia. garantir a continuidade das operações e infraestrutura crítica se
Embora necessárias e talvez inevitáveis nas circunstâncias esses riscos surgirem.6 Além disso, o governo do Reino Unido
em questão, resta saber até que ponto essas ações rápidas e está desenvolvendo uma ferramenta para medir a resiliência
de grande escala resultarão em preocupações com a socioeconômica aos principais riscos de contingências civis,
sustentabilidade da dívida e até que ponto elas desviaram a para fornecer uma visão mais sutil e baseada em dados sobre
atenção dos tomadores de decisão de outros riscos destacados como os riscos impactam em diferentes comunidades e grupos.7
neste relatório.
Por outro lado, muitas ações de curto prazo também podem atuar À medida que os riscos globais se tornam mais
como estabilizadores mais amplos, incorporando e acelerando interligados, a preparação também precisa se tornar mais uma

responsabilidade compartilhada entre setores, com governos paisagem, levando a uma espiral de desconfiança,
locais e nacionais, empresas e sociedade civil, cada um jogando diminuindo as salvaguardas contra a destruição econômica
com seus pontos fortes, em vez de modelos tradicionais de mutuamente assegurada e moedas e ferramentas
governos abordando falhas de mercado quando elas ocorrem.8 tecnológicas menos influentes. Mesmo áreas
Por exemplo, parcerias público-privadas podem ajudar a tradicionalmente abertas à colaboração, como a pesquisa
fechar lacunas importantes em inovação, financiamento, climática internacional, estão ameaçadas. Por exemplo,
governança e implementação de medidas de preparação dados sobre as florestas boreais da Rússia – o maior estoque
para riscos emergentes e bem estabelecidos, como de carbono terrestre do planeta – não estão mais
insegurança alimentar e hídrica, sistemas de educação e saúde disponíveis para pesquisa científica internacional por causa da
enfraquecidos e regulamentação insuficiente de tecnologias guerra na Ucrânia.11
de uso duplo ou abordagem da lacuna de seguro iminente
relacionada à guerra cibernética.9 Colaborações inovadoras As organizações internacionais continuarão a
também pode minimizar a exposição geral a impactos desempenhar um papel essencial na preparação global,
potenciais, já que organizações em várias regiões e setores mesmo quando enfrentam ventos contrários significativos que
raramente estão expostas aos mesmos riscos ao mesmo correm o risco de degradar as barreiras existentes para lidar
tempo. com questões bem estabelecidas. Houve numerosos exemplos
Por exemplo, é altamente improvável que data centers de de politização e paralisia parcial de mecanismos e organizações
diferentes instituições em diferentes regiões geográficas internacionais importantes em crises recentes.
sejam expostos aos mesmos riscos cibernéticos ou Essas pressões podem impedir o desenvolvimento de
climáticos extremos, o que significa que a mitigação eficaz normas e acordos significativos necessários para mitigar os
pode incluir backups regulares dos sistemas uns dos outros.10 riscos globais emergentes – desde a proliferação de tecnologias
militares até o governo dos bens comuns globais.
Revigorar processos e organizações multilaterais é fundamental
Reconstruir e fortalecer a para o futuro da preparação e gerenciamento de riscos globais.
cooperação global de
preparação para riscos Além disso, a cooperação específica nos níveis setorial, bilateral
e regional se tornará ainda mais importante nesse ambiente.
Embora a preparação nacional para riscos possa aumentar a Processos robustos de troca de dados e monitoramento
capacidade das sociedades e economias de se recuperarem colaborativo já foram estabelecidos para alguns riscos
de choques, a maioria dos riscos globais não é 'propriedade' globais (desastres naturais, eventos climáticos extremos
de ninguém e fica fora do controle direto de qualquer entidade e ataques terroristas, entre outros). Além disso, os dados
do setor público ou privado - o que significa que muitos riscos de código aberto e o desenvolvimento de cenários ajudaram a
globais são enfrentados com mais eficácia por meio de uma aumentar a eficácia das respostas individuais aos riscos,
ação global coordenada. Os entrevistados do GRPS compartilharam como o extenso trabalho realizado pelo IPCC para desenvolver
suas opiniões sobre quais partes interessadas estavam mais uma variedade de cenários climáticos que melhoraram a
bem preparadas para lidar com os principais riscos cobertos compreensão, informaram as estratégias de descarbonização
pela pesquisa (Figura 4.1). A maioria considera os governos e permitiram o alinhamento coletivo na ciência alvos baseados
nacionais, os esforços de vários países e as organizações em No entanto, os esforços são mais incipientes ou
internacionais como as partes interessadas mais relevantes inexistentes em outras áreas, como a trajetória de longo
para governar esses riscos globais – reconhecendo que os prazo e o impacto da IA transformadora.
riscos globais são complexos e a preparação eficaz pode
exigir ação nos níveis local, nacional, regional e global. Maior colaboração entre indústrias e entre países – em termos
de financiamento coordenado, pesquisa e compartilhamento de
A cooperação internacional atingiu níveis inimagináveis até dados – é fundamental para ajudar a identificar sinais fracos
um século atrás. de ameaças emergentes tanto em nível nacional quanto
No entanto, a recente sobrecarga de crises voltou o foco das global.
nações para dentro e as perspectivas emergentes para a
cooperação internacional estão se deteriorando. As ações Em uma perspectiva de riscos complexos, deve haver um
tomadas para fortalecer a resiliência nacional podem se melhor equilíbrio entre a preparação nacional e a
autoperpetuar. Por exemplo, os controles de estoque e cooperação global. Precisamos agir juntos, para traçar um
exportação podem exacerbar diretamente a escassez global caminho para sair das crises em cascata e construir uma
e posicionar as dependências comerciais, financeiras e preparação coletiva para o próximo choque global, qualquer
tecnológicas como uma vulnerabilidade estratégica, que seja a forma que possa assumir. Os líderes devem abraçar
estimulando uma maior desintegração. Da mesma a complexidade e agir de acordo com uma visão equilibrada
forma, a busca de objetivos de segurança doméstica e para criar um futuro compartilhado mais forte e próspero.
global pode ter consequências não intencionais para a geopolítica.

Notas finais
1. Gabinete do Governo do Reino Unido para a Ciência, “The Futures Toolkit: Tools for Futures Thinking and Foresight
across UK Government”, novembro de 2017, https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/ system/
uploads/attachment_data/file /674209/futures-toolkit-edition-1.pdf
2. Courtney, Hugh, Jane Kirkland e Patrick Viguerie, “Strategy Under Uncertainty”, Harvard Business Review, 1997,
https://hbr.org/1997/11/strategy-under-uncertainty.
3. Foroohar, Rana, “Wanted: a resiliency tsar for the US Government”, Financial Times, 23 de maio de 2021, https://
www.ft.com/content/add77982-a162-4a29-a588-47c5cf121b28; Wilson, Colin, “Should the UK have a Chief
Risk Officer?”, blog do governo do Reino Unido, 20 de abril de 2022, https://actuaries.blog.gov. uk/2022/04/20/
should-the-uk-have-a-chief-risk-officer/.
4. Esvelt, K., "Atrasar, detectar, defender: preparando-se para um futuro no qual milhares podem liberar uma
nova pandemia", Centro de Política de Segurança de Genebra (GCSP), novembro de 2022, https://dam.gcsp.ch/files/
doc / gcsp-geneva-paper-29-22.
5. Avin, Shahar, Bonnie C. Wintle, Julius Weitzdörfer, Seán S. Ó hÉigeartaigh, William J. Sutherland e Martin J. Rees,
“Classificando riscos catastróficos globais”, Futuros, vol. 102, 2018, pp. 20-26.
6. Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais do Senado dos EUA, Peters apresenta projeto de lei
bipartidário para garantir que o governo federal esteja preparado para riscos catastróficos [comunicado à imprensa],
30 de junho de 2022, https://www.hsgac.senate.gov/media/majority-media/ peters-apresenta-lei-de-lei-bipartidária-para-
garantir-que-o-governo-federal-está-preparado-para-riscos-catastróficos-#:~:text=A%20Global%20Catastrophic%20Risk%20M
itigation,plans%20for%20the%20risks% 20 identificados.
7. UK Government Cabinet Office, "The UK Government Resilience Framework", 19 de dezembro de 2022, https://
www.gov.uk/government/publications/the-uk-government-resilience-framework/the-uk Government-resilience-
framework- html.
8. Smith-Bingham, Richard, "Partnering with Purpose", Marsh McLennan, novembro de 2021, https://www.
marshmclennan.com/content/dam/mmc-web/insights/publications/2021/november/Marsh_McLennan
National_Preparedness_Commission_Partnering-with-Purpose_vF.pdf.
9. LaMorte, Dylan e Joshua Gold, “Insurance Companies Move to Expand Scope of War Exclusions”, Risk Management
Magazine, 23 de novembro de 2022, https://www.rmmagazine.com/articles/article/2022/11/23/insurers-
move -para-expandir-as-exclusões-de-guerra.
10. Kaplan, Robert S. e Annette Mikes, “Managing Risks: A New Framework”, Harvard Business Review, junho de 2012.
11. Heal, Alexandra, “The Ancient Subarctic Forests at Risk from Climate Change and War”, Financial Times, 11 de setembro
de 2022, https://www.ft.com/content/e59c800f-3704-4504-91b0-06e583d9cd42?desktop=tru
e&segmentId=7c8f09b9-9b61-4fbb-9430-9208a9e233c8#myft:notification:daily-email:content.

Apêndice A
Notas Técnicas: Riscos Globais
Pesquisa de Percepção 2022-2023
Um “risco global” é a possibilidade de ocorrência de Para garantir a legibilidade, os nomes de alguns dos riscos
um evento ou condição que, se ocorrer, impactaria globais foram abreviados nas figuras.
negativamente uma proporção significativa do PIB A parte do nome completo usado na abreviação está em
global, população ou recursos naturais. negrito.
A Tabela A.1 apresenta a lista de 32 riscos globais e

definições adotadas na Pesquisa de Percepção de
Riscos Globais 2022-2023.
TABELA A.1 Definições de riscos globais
riscos globais Descrição
Explosões de bolhas de ativos Os preços de habitação, fundos de investimento, ações e outros ativos tornam-se cada vez mais desconectados da economia real, levando
a uma forte queda na demanda e nos preços. Inclui, mas não está limitado a: criptomoedas, preços de energia, preços de imóveis e mercados de
ações.
Colapso de uma indústria ou cadeia de suprimentos Colapso de uma indústria global sistemicamente importante ou cadeia de suprimentos com impacto na economia global, nos mercados
sistemicamente importante financeiros ou na sociedade, levando a um choque abrupto na oferta e demanda de bens e serviços sistemicamente importantes em escala
global. Inclui, mas não está limitado a: energia, alimentos e bens de consumo de alta rotatividade.
Crises de dívida As finanças corporativas ou públicas lutam para pagar o acúmulo de dívidas, resultando em falências em massa ou
insolvências, crises de liquidez ou defaults e crises de dívida soberana.
Falha em estabilizar trajetórias de preços Incapacidade de controlar o nível geral de preços de bens e serviços, incluindo commodities. Incluindo um
aumento incontrolável (inflação) ou diminuição (deflação) de preços.
Proliferação de atividades econômicas ilícitas Proliferação global de atividades econômicas ilícitas e violência potencial que prejudicam o avanço e o crescimento econômico devido ao crime
organizado ou às atividades ilícitas de empresas. Inclui, mas não se limita a: fluxos financeiros ilícitos (por exemplo, evasão fiscal); e
comércio e tráfico ilícitos (por exemplo, falsificação, tráfico humano, comércio de vida selvagem).
Recessão econômica prolongada Crescimento global próximo de zero ou lento, durando muitos anos, levando a períodos de estagnação; ou uma contração global (recessão ou
depressão).
Perda de biodiversidade e colapso do Graves consequências para o meio ambiente, a humanidade e a atividade econômica devido à destruição dos recursos naturais
ecossistema capital decorrente do resultado da extinção ou redução de espécies tanto terrestres quanto marinhas
ecossistemas.
Falha na adaptação às mudanças climáticas Falha de governos, empresas e indivíduos em aplicar, promulgar ou investir em medidas eficazes de mudança climática para se adaptar às
mudanças climáticas, como a falta de infraestrutura resiliente ao clima.
Falha em mitigar as mudanças climáticas Falha de governos, empresas e indivíduos em aplicar, promulgar ou investir em medidas eficazes de mitigação das mudanças climáticas,
como a descarbonização da atividade econômica.
Incidentes de dano ambiental em grande escala Perda de vidas humanas, perdas financeiras e/ou danos aos ecossistemas como resultado da atividade humana e/ou falha em
coexistem com ecossistemas animais. Incluindo a desregulamentação de acidentes industriais, derramamentos de óleo e radioativos
contaminação.
Desastres naturais e eventos climáticos extremos Perda de vidas humanas, danos aos ecossistemas, destruição de propriedades e/ou perdas financeiras em escala global devido
a eventos climáticos extremos. Inclusive de base terrestre (por exemplo, terremotos, incêndios vulcânicos), à base de água (por exemplo,
inundações), atmosféricas (por exemplo, ondas de calor) e extraterrestres (por exemplo, ataques de cometas e tempestades geomagnéticas).

TABELA A.1 Definições de Riscos Globais
Crises de recursos naturais Grave escassez de suprimentos de commodities e recursos naturais em escala global como resultado da superexploração humana e/ou má gestão
de recursos naturais críticos. Inclui, mas não está limitado a: produtos químicos, alimentos, minerais e água.
Confronto geoeconômico Desdobramento de alavancas econômicas por potências globais ou regionais para desacoplar interações econômicas entre nações,
restringindo bens, conhecimento, serviços ou tecnologia com a intenção de obter vantagem geopolítica e consolidar esferas de influência. Inclui,
mas não está limitado a: medidas monetárias, controles de investimento, sanções, auxílios estatais e subsídios e controles comerciais de
energia, minerais e tecnologia.
Ineficácia das instituições multilaterais e Ineficácia dos mecanismos de cooperação internacional devido ao enfraquecimento das instituições multilaterais globais
da cooperação internacional ou acentuada fragmentação geopolítica. Inclui, mas não está limitado a processos que sustentam a coordenação em:
finanças, meio ambiente, ajuda humanitária, pandemias de saúde e comércio.
conflito interestadual Conflitos bilaterais ou multilaterais beligerantes entre Estados que se manifestam como ataques cibernéticos, guerras por procuração ou guerra quente.
Colapso do estado ou instabilidade grave Colapso de um estado com significado geopolítico devido à erosão das instituições e do estado de direito, civis internos
agitação e golpes militares, ou os efeitos de grave instabilidade regional ou global.
Ataques terroristas Ataques terroristas de grande escala ou persistentes de pequena escala realizados por atores não estatais com objetivos ideológicos, políticos ou
religiosos, resultando em perda de vidas, ferimentos graves ou danos materiais causados por armas biológicas, químicas, nucleares ou
radiológicas ou outros meios.
Uso de armas de destruição em massa Implantação de armas biológicas, químicas, cibernéticas, nucleares, radiológicas ou de IA autônoma, resultando em perda de vidas, destruição e/
ou crises internacionais.
Doenças crônicas e condições de saúde Aumento em larga escala de condições crônicas de saúde física. Inclui, mas não está limitado a, condições ligadas a
hábitos de consumo excessivo e atividade econômica que libera poluentes nocivos no ar, na água ou nos alimentos
através de práticas agrícolas, industriais e domésticas.
Colapso ou falta de infraestrutura e serviços públicos Inexistência ou falência generalizada dos sistemas de segurança social e erosão dos benefícios da segurança social, juntamente com infra-
estruturas e serviços públicos desiguais ou insuficientes. Inclui, mas não se limita à falta de invalidez e benefícios familiares, bem como
moradia adequada e acessível, educação pública, cuidados com crianças e idosos, saúde, sistemas de transporte e desenvolvimento urbano.
Crise de custo de vida Incapacidade significativa entre amplos setores da população de manter seu estilo de vida atual devido a aumentos no custo de bens essenciais
que não são acompanhados por um aumento na renda familiar real.
crises de emprego Deterioração estrutural das perspectivas de trabalho ou padrões de trabalho. Inclui, mas não está limitado a: erosão
dos direitos dos trabalhadores; salários estagnados; desemprego e subemprego crescentes; deslocamento devido a
automação; mobilidade social estagnada; e incompatibilidades geográficas ou setoriais entre a oferta de trabalho e
demanda.
Erosão da coesão social e polarização social Perda de capital social e fratura de comunidades levando ao declínio da estabilidade social, individual e coletiva
bem-estar e produtividade econômica. Inclui, mas não está limitado a: violência civil persistente e potencialmente violenta
agitação; e desigualdades reais ou percebidas em oportunidades por idade, faixa de renda, etnia e raça,
formação educacional, características demográficas e afiliação política.
Doenças infecciosas Propagação massiva e rápida de vírus, parasitas, fungos ou bactérias que causam um contágio descontrolado de doenças infecciosas,
resultando em uma epidemia ou pandemia com perda de vidas e perturbação econômica. Inclui, mas não está limitado a: doenças zoóticas,
liberações acidentais ou intencionais de patógenos naturais ou produzidos pelo homem, ressurgimento de doenças pré-existentes devido a níveis
mais baixos de imunidade e aumento da resistência antimicrobiana.
Migração involuntária em larga escala Migração involuntária em larga escala e deslocamento através ou dentro de fronteiras, decorrente de: persistente
discriminação e perseguição, falta de oportunidades de avanço econômico, violência natural ou provocada pelo homem
desastres naturais e conflitos internos ou interestaduais.
Desinformação e desinformação Informações falsas persistentes (deliberadas ou não) amplamente disseminadas pelas redes de mídia, deslocando o público
opinião de forma significativa para a desconfiança em fatos e autoridade. Inclui, mas não se limita a, divulgação
por: estados, figuras públicas, organizações de mídia e redes de indivíduos.
Deterioração grave da saúde mental Disseminação em larga escala de distúrbios de saúde mental ou desigualdade crescente globalmente em vários grupos demográficos, o
que afeta negativamente o bem-estar, a coesão social e a produtividade. Inclui, mas não está limitado a: ansiedade, demência, depressão,
solidão e estresse.

TABELA A.1 Definições de Riscos Globais
Resultados adversos das tecnologias de Consequências negativas intencionais ou não intencionais dos avanços tecnológicos sobre indivíduos, empresas, ecossistemas e/ou
fronteira economias. Inclui, mas não está limitado a: IA, interfaces cérebro-computador, biotecnologia, geoengenharia, computação quântica e o
metaverso.
Detalhamento da infraestrutura de informações Deterioração, sobrecarga ou desligamento de infraestrutura ou serviços físicos e digitais críticos, levando à quebra de internet,
críticas dispositivos celulares, serviços públicos ou satélites. Decorrente de, mas não limitado a, ataques cibernéticos, danos físicos intencionais
ou não intencionais ou tempestades solares.
Desigualdade digital e falta de acesso a serviços Acesso fragmentado ou desigual a redes e tecnologias digitais decorrente de subinvestimento, baixa
digitais habilidades, poder de compra insuficiente ou restrições do governo sobre tecnologias.
Concentração de energia digital Concentração de ativos digitais críticos, capacidades ou conhecimento entre um pequeno número de indivíduos, empresas ou estados
que podem controlar o acesso a tecnologias digitais e exigir preços discricionários.
Decorrente, mas não limitado a, falha da regulamentação antitruste, investimento inadequado no ecossistema de inovação ou controle estatal
sobre tecnologias-chave.
Crime cibernético generalizado e insegurança Ciberespionagem ou crimes cibernéticos cada vez mais sofisticados. Inclui, mas não está limitado a: perda de privacidade, perda de dados
cibernética fraude ou roubo e espionagem cibernética.
Notas técnicas modificado e/ou expandido para refletir novas formas pelas
quais os riscos podem se materializar e os possíveis
resultados adversos que podem causar. No entanto, para
A Pesquisa de Percepção de Riscos Globais (GRPS) é a garantir a comparabilidade ao longo do tempo, embora nomes
fonte original de dados sobre riscos do Fórum Econômico e definições tenham sido modificados, o conceito fundamental
Mundial, aproveitando a experiência da extensa rede de cada risco permaneceu consistente com o das versões
de líderes acadêmicos, empresariais, anteriores da pesquisa.
governamentais, da sociedade civil e do pensamento do Fórum.
As respostas da pesquisa foram coletadas de 7 de setembro a
5 de outubro de 2022 do World Economic
Metodologia
Comunidades multissetoriais do Fórum.
O GRPS 2022–2023 foi ainda mais refinado este ano para

Atualizações do GRPS 2022-2023 reunir percepções mais granulares de risco e incorporar
novas abordagens à gestão e análise de riscos. O GRPS
2022–2023 foi composto por seis seções:
A lista de 32 riscos globais incluídos na pesquisa foi atualizada
em 2022.
1. Perspectivas para o Mundo pediu aos respondentes que
Dois novos riscos foram adicionados em resposta às tendências caracterizassem suas perspectivas para o mundo no
econômicas, geopolíticas e ambientais observadas: curto prazo (dois anos) e no longo prazo (10 anos).
Os entrevistados receberam cinco opções: (1) Pontos
1. “Crise do custo de vida” de inflexão progressivos e crises persistentes
levando a resultados catastróficos, (2) Consistentemente
2. “Desinformação e desinformação” voláteis em economias e setores com choques
múltiplos acentuando trajetórias divergentes, (3)
Além disso, “Falha na ação climática” foi delineado em dois Ligeiramente voláteis com surpresas localizadas
riscos separados: ocasionais, (4) Volatilidade limitada com estabilidade
relativa, e (5) Estabilidade renovada com ressurgimento
1. “Falha na adaptação às mudanças climáticas” da resiliência global. Uma contagem simples para
cada uma das cinco opções foi calculada. O
2. “Falha na mitigação das mudanças climáticas” resultado é ilustrado na Figura 1.10.
Os nomes e definições dos riscos restantes foram revisados

e, quando aplicável, mesclados, 2. Atualmente Manifestando Riscos questionados

entrevistados para classificar os cinco principais riscos em conta qualquer mecanismo em vigor para prevenir a
entre 14 riscos pré-selecionados em ordem de quão ocorrência do risco ou se preparar para mitigar seu
severo eles acreditam que seu impacto será em nível impacto. O entrevistado recebeu 10 riscos globais
global em 2023. A classificação final é a classificação selecionados aleatoriamente e foi solicitado a avaliar a
média estimada pelos entrevistados, ponderada pelo eficácia atual com base em cinco opções: (1)
número de entrevistados que selecionou o risco Altamente ineficaz, (2) Ineficaz, (3)
específico. Opções incluídas: Ondas contínuas de Eficácia indeterminada, (4) Efetiva e (5)
COVID-19, Crise de custo de vida, Ataques Altamente efetivo. Uma contagem simples do número de
cibernéticos em infraestrutura crítica, Crise da vezes que um risco foi identificado em cada nível da
dívida, Implantação de armas químicas e biológicas escala de eficácia de cinco pontos foi calculada com base
em escala catastrófica, Implantação de armas nucleares nisso. O resultado é ilustrado na Figura 4.1.
em escala catastrófica, Interrupções nas cadeias
de suprimentos globais para bens não-alimentícios, Os entrevistados foram solicitados a identificar até
Crise de abastecimento de energia, Falha em definir e três partes interessadas que podem gerenciar com
cumprir metas nacionais de zero zero, Crise de eficácia os riscos mais graves identificados na
abastecimento de alimentos, Aumento da inflação, Falhas Seção 3. Os entrevistados poderiam escolher entre as
estruturais nos sistemas de saúde, Enfraquecimento dos oito entidades a seguir: governo local, governo nacional,
direitos humanos e Armamento da política econômica, bilateral, multinacional, regional, organização
como sanções e controles comerciais . Para garantir a internacional, empresas , cooperação público-privada.
legibilidade, os nomes de alguns dos riscos globais foram Uma contagem simples do número de vezes que uma
abreviados nas figuras. A parte do nome completo parte interessada foi identificada como
usado na abreviação está em negrito. efetivo foi calculado nesta base. O resultado
é ilustrado na Figura 4.1.
O resultado é ilustrado na Figura 1.1.
6. Perspectivas futuras para o mundo capturou a visão dos
3. Gravidade global 2 anos e 10 anos pediu aos entrevistados entrevistados sobre a cooperação global nos próximos
que estimassem o impacto provável (gravidade) 10 anos. Os entrevistados foram convidados a
para cada um dos 32 riscos globais, em uma escala de escolher entre três opções: (1) Convergência de
1 a 7 [1 – baixa gravidade, 7 – alta gravidade], em dois base ampla para uma ordem baseada em regras
ano e período de 10 anos. multilaterais, (2) Fraturas entre economias
Os entrevistados foram solicitados a avaliar a concorrentes que se consolidam em blocos e novas
gravidade, considerando o impacto nas populações, no estruturas de cooperação e (3) Divisão em larga
PIB ou nos recursos ambientais em escala global. Eles escala de economias em blocos concorrentes com
também foram autorizados a nomear qualquer outro padrões, valores e paradigmas divergentes com
risco considerado ausente dos 32 riscos globais. Uma colaboração limitada.
média simples com base nas pontuações selecionadas Uma contagem simples para cada uma das três opções
foi calculada. Os resultados são ilustrados na Figura 1.2 e foi calculada.
na Figura 2.1.
Limiares de conclusão Um
4. As Consequências de Riscos Globais visam total de 1.316 respostas ao GRPS foram recebidas.
entender as possíveis consequências dos riscos, para Destes, 1.249 foram mantidos, usando como limite pelo
criar um mapa de rede do cenário global de riscos. menos uma resposta não demográfica.
Os entrevistados receberam 10 riscos globais
selecionados aleatoriamente (da lista completa de 32 • Perspectivas para o Mundo: 1.244 respondentes
riscos globais) e, em seguida, foram solicitados a selecionou pelo menos uma das opções de perspectiva
selecionar até cinco riscos globais (da lista completa) mundial de curto e longo prazo.
prováveis de serem acionados por cada um dos 10
riscos se materializando. Nos resultados visuais, – Perspectivas de curto prazo para o mundo: 1.233
“Nodes: Influência do risco” é baseado em uma
contagem simples de todas as relações – Perspectivas de longo prazo para o mundo: 1.231
bidirecionais identificadas pelos entrevistados.
“Edges: Relative influence” é baseado em uma contagem • Manifestando riscos atualmente: 1.180
simples do número de vezes que o risco foi identificado como consequência.
entrevistados classificaram pelo menos um risco manifesto.
No entanto, o visual não mostra todas as conexões:
relações mais fracas identificadas por menos de 25% dos • Gravidade global 2 anos e 10 anos: 1.091 entrevistados
entrevistados não foram incluídas como arestas. avaliaram a gravidade de pelo menos um risco em um
"Crises de emprego" não foi oferecido como um período de tempo.
risco selecionado aleatoriamente, e é mostrado apenas
como uma consequência. “Recessão econômica – Gravidade a curto prazo: 1.086
prolongada” não foi apresentada como consequência,
sendo apenas apresentada como causa. – Gravidade a longo prazo: 999
5. Preparação para Riscos e Governança • Consequências dos riscos globais: 877 entrevistados
pediu aos entrevistados que indicassem a eficácia associaram pelo menos um risco de materialização com seu
atual da gestão de riscos em todas as economias consequência.
e várias partes interessadas, levando

• Preparação para riscos e governança: 869 entrevistados • Distribuição da amostra: 1.249 respondentes
responderam pelo menos uma das questões de que responderam pelo menos uma questão não demográfica
preparação e governança. foram utilizados para calcular a distribuição da amostra
por local de residência (região), sexo, idade, área de
– 839 entrevistados pontuaram a eficácia atuação e tipo de organização.
nível para pelo menos um risco
– 789 entrevistados mapearam pelo menos uma parte A Figura A.2 apresenta algumas estatísticas
interessada contra pelo menos um risco descritivas importantes e informações sobre os perfis dos
respondentes.
• Perspectivas futuras para o mundo: 869 entrevistados responderam
à pergunta Perspectivas futuras para o mundo.
FIGURA A.2 Composição da amostra da pesquisa
Gênero Grupo de idade
30%
Outros, 2%
23%
20%
Feminino,
33%
11%
10%
Macho,
4%
2%
65%
<30 30-39 40-49 50-59 60-69 >69 Não preenchido
Organização Região
Organização não governamental

(ONG), 9% América Latina
eo
Caribe, 11%
Europa, 36%
Internacional Não preenchido, 1% subsaariana
Setor Privado, 54%
Organização, África, 12%
11%
Sul
Ásia, 5%
Governo, 14%
Oriente Médio e
Norte da África, 6%
Academia, Leste Asiático e
Outros, 5% 13%
Pacífico, 14%
América do Norte,
Ásia Central, 2%
13%
Fonte


Apêndice B
Pesquisa de opinião executiva:
Percepções de Risco Nacional
A Figura B.1 apresenta a lista de 35 riscos que foram Para garantir a legibilidade, os nomes de alguns dos riscos
incorporados à Pesquisa de Opinião Executiva (EOS) globais foram abreviados nas figuras. A parte do
do Fórum Econômico Mundial de 2022, que foi nome completo usado na abreviação está em negrito.
administrada entre abril e setembro de 2022.
Os riscos são comparáveis aos do GRPS (Pesquisa
de Percepção de Riscos Globais), mas são aplicados em
um nível mais granular para refletir as possíveis
manifestações de riscos globais de curto prazo e em nível de país.
TABELA B.1 Lista de riscos
Estouro da bolha de ativos Ataques terroristas
Colapso de uma indústria sistemicamente importante Armas de destruição em massa
Crises de dívida Colapso ou falta de serviços sociais e infraestrutura pública
Proliferação de atividades econômicas ilícitas Crise de custo de vida
Estagnação econômica prolongada Crise no emprego e nos meios de subsistência
Inflação rápida e/ou sustentada Erosão da coesão social e do bem-estar
Choques ou volatilidade graves nos preços das commodities (por Doenças infecciosas
exemplo, energia, alimentos, metais)
Perda da biodiversidade azul (marinha/água doce) e colapso Migração involuntária em larga escala
do ecossistema
Falha na adaptação às mudanças climáticas Desinformação
Falha na mitigação das mudanças climáticas Danos causados pela poluição para a saúde humana
Perda da biodiversidade terrestre e colapso do ecossistema Deterioração grave da saúde mental
Danos ambientais causados pelo homem Desilusão juvenil generalizada
Desastres naturais e eventos climáticos extremos Automação e deslocamento de postos de trabalho
Graves crises de abastecimento de commodities Detalhamento da infraestrutura de informações críticas

(incluindo energia, alimentos, água) através de ataques cibernéticos
Confrontos geoeconômicos (incluindo Concentração de poder digital e monopólios

sanções, guerras comerciais, triagem de investimentos)
Contestação geopolítica de recursos estratégicos (incluindo Falha nas medidas de segurança cibernética (incluindo perda de privacidade,
tecnologia, energia, minerais) fraude ou roubo de dados, espionagem cibernética)
conflito interestadual Falta de serviços digitais generalizados e desigualdade digital
colapso do estado
Fonte

A Figura B.2 apresenta os cinco principais riscos para cada uma “Risco 1” indica o risco selecionado com mais frequência
das 121 economias pesquisadas. em cada economia. Os riscos empatados são apresentados
em ordem alfabética, sendo o empate indicado por
Mais de 12.000 entrevistados receberam a seguinte pergunta: numeração. Por exemplo, em Angola, dois riscos (“Inflação rápida
“Quais são os cinco riscos com maior probabilidade de e/ou sustentada” e “Crises de emprego e meios de
representar a maior ameaça ao seu país nos próximos dois subsistência”) estão empatados em primeiro lugar e, portanto,
anos?” e foram solicitados a selecioná-los de uma lista de 35 riscos. nenhum risco listado em segundo lugar.
TABELA B.2 Os cinco principais riscos identificados pela Pesquisa de Opinião Executiva (EOS)
Albânia Armênia Bangladesh
1 doenças infecciosas 1 conflito interestadual 1 Inflação rápida e/ou sustentada
2 Falha nas medidas de segurança cibernética 2 Inflação rápida e/ou sustentada 2 crises de dívida
3 Inflação rápida e/ou sustentada 3 Erosão da coesão social 3 Choques graves nos preços das commodities
4 contestação geopolítica de recursos 4 Choques graves nos preços das commodities 4 Danos ambientais causados pelo homem
5 Graves crises de oferta de commodities 5 Confronto geoeconômico 5 contestação geopolítica de recursos
Argélia Austrália Barbados
1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Crise de custo de vida 1 Desastres naturais e clima extremo
eventos
2 Crise de custo de vida 2 crises de dívida 2 Crise de custo de vida
3 Desigualdade digital 2 Inflação rápida e/ou sustentada 3 Inflação rápida e/ou sustentada
4 contestação geopolítica de recursos 4 confronto geoeconômico 4 Choques graves nos preços das commodities
5 conflito interestadual 5 Falha na adaptação às mudanças climáticas 5 crises de dívida
Angola Áustria Bélgica
1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Crise de custo de vida
1 Crise de emprego e meios de subsistência 2 Choques graves nos preços das commodities 2 Inflação rápida e/ou sustentada
3 Crise de custo de vida 3 Detalhamento da infraestrutura crítica 3 Falha na adaptação às mudanças climáticas
4 Colapso de serviços e infraestrutura pública 4 confronto geoeconômico 4 crises de dívida
5 Graves crises de oferta de commodities 5 contestação geopolítica de recursos 5 Confronto geoeconômico
Argentina Bahrein Benim
1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Crise de custo de vida 1 Crise de custo de vida
2 crises de dívida 2 crises de dívida 2 Choques graves nos preços das commodities
2 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 3 Choques graves nos preços das commodities 3 Crises de emprego e meios de subsistência
4 colapso do estado 4 Estagnação econômica prolongada 4 Inflação rápida e/ou sustentada
5 Graves crises de oferta de commodities 4 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Graves crises de oferta de commodities

Bolívia (Estado Plurinacional da) Bulgária Chade
1 Estagnação econômica prolongada 1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Crise de emprego e meios de subsistência
1 Desigualdade digital 2 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 2 contestação geopolítica de recursos
3 Crises de emprego e meios de subsistência 3 Crise de custo de vida 3 Perda da biodiversidade terrestre e colapso do
ecossistema
4 colapso do estado 4 conflito interestadual 4 Perda da biodiversidade azul e colapso do

ecossistema
5 Danos ambientais causados pelo homem 5 colapso do estado 5 crises de dívida
5 crises de dívida 5 Desigualdade digital

Camboja
5 Erosão da coesão social 1 confronto geoeconômico 5 Concentração de energia digital

Bósnia e Herzegovina Chile
1 Graves crises de oferta de commodities 2 Desigualdade digital 1 Inflação rápida e/ou sustentada
1 colapso do estado 4 contestação geopolítica de recursos 2 Erosão da coesão social
3 Choques graves nos preços das commodities 5 Falha na adaptação às mudanças climáticas 3 Proliferação de atividades econômicas ilícitas
4 Desigualdade digital 4 graves crises de abastecimento de commodities

Camarões
5 Crise de custo de vida 1 Crise de custo de vida 5 colapso do estado
2 crises de dívida
Botsuana China
1 Crise de custo de vida 3 Desigualdade digital 1 confronto geoeconômico
2 colapso do estado 4 Crises de emprego e meios de subsistência 2 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
3 Graves crises de oferta de commodities 5 contestação geopolítica de recursos 3 Inflação rápida e/ou sustentada
4 Falha nas medidas de segurança cibernética 4 doenças infecciosas

Canadá
5 crises de dívida 1 Crise de custo de vida 5 contestação geopolítica de recursos
2 crises de dívida 5 estouro da bolha de ativos

Brasil
1 Inflação rápida e/ou sustentada 3 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Concentração de energia digital
2 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 4 Falha na adaptação às mudanças climáticas

Colômbia
3 Confronto geoeconômico 5 estouro da bolha de ativos 1 Inflação rápida e/ou sustentada
4 Choques graves nos preços das commodities 2 Desigualdade digital

cabo Verde
4 Crises de emprego e meios de subsistência 1 crises de dívida 3 Crises de emprego e meios de subsistência
2 Crise de custo de vida 4 colapso do estado
3 Confronto geoeconômico 5 Crise de custo de vida
4 Inflação rápida e/ou sustentada
5 Crise de emprego e meios de subsistência

Congo (República Democrática do) Dinamarca El Salvador
1 Desigualdade digital 1 Detalhamento da infraestrutura crítica 1 crises de dívida
2 colapso do estado 2 Inflação rápida e/ou sustentada 2 colapso do estado
3 crises de dívida 3 Choques graves nos preços das commodities 3 Crise de custo de vida
5 conflito interestadual 4 confronto geoeconômico 4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
5 Crise de custo de vida 5 estouro da bolha de ativos 5 Crise de emprego e meios de subsistência
5 Concentração de energia digital

República Dominicana Estônia
1 Crise de custo de vida 1 Graves choques nos preços das commodities

Costa Rica
1 Crise de custo de vida 2 crises de dívida 2 Confronto geoeconômico
2 crises de dívida 3 Inflação rápida e/ou sustentada 3 conflito interestadual
3 Detalhamento da infraestrutura crítica 4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 5 Graves crises de oferta de commodities
4 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Choques graves nos preços das commodities 5 Inflação rápida e/ou sustentada
5 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 5 Crise de custo de vida

Equador
1 Estagnação econômica prolongada

Costa do Marfim Finlândia
1 Crise de custo de vida 2 Desigualdade digital 1 confronto geoeconômico
2 crises de dívida 3 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 2 Estagnação econômica prolongada
3 ataques terroristas 3 Crises de emprego e meios de subsistência 3 Choques graves nos preços das commodities
4 Inflação rápida e/ou sustentada 5 colapso do estado 4 conflito interestadual
5 Falha nas medidas de segurança cibernética 4 Inflação rápida e/ou sustentada

Egito
1 crises de dívida
Chipre França
1 Inflação rápida e/ou sustentada 2 Inflação rápida e/ou sustentada 1 crises de dívida
2 Crise de custo de vida 3 Crise de custo de vida 2 Choques graves nos preços das commodities
3 Falha na adaptação às mudanças climáticas 4 Estagnação econômica prolongada 3 Inflação rápida e/ou sustentada
3 Confronto geoeconômico 5 Choques graves nos preços das commodities 3 Crise de custo de vida
5 Graves crises de oferta de commodities 3 Erosão da coesão social
Tcheca
2 graves crises de abastecimento de commodities
3 Choques graves nos preços das commodities
4 contestação geopolítica de recursos
5 conflito interestadual

Geórgia Guatemala Hungria

1 Crise de custo de vida 1 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 1 Inflação rápida e/ou sustentada
2 conflito interestadual 2 Colapso de serviços e infraestrutura pública 2 Crise de custo de vida
3 Confronto geoeconômico 3 Estagnação econômica prolongada 3 Estouro da bolha de ativos
3 Concentração de energia digital 4 colapso do estado 4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
5 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Desigualdade digital 4 Detalhamento da infraestrutura crítica
Alemanha Honduras Índia
1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Desigualdade digital
2 Choques graves nos preços das commodities 2 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 2 contestação geopolítica de recursos
3 conflito interestadual 3 colapso do estado 3 Crise de custo de vida
4 graves crises de abastecimento de commodities 4 Crises de emprego e meios de subsistência 4 crises de dívida
4 contestação geopolítica de recursos 5 Crise de custo de vida 5 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
Gana RAE de Hong Kong, China Indonésia

1 crises de dívida 1 confronto geoeconômico 1 crises de dívida
2 Crise de custo de vida 2 Estagnação econômica prolongada 2 conflito interestadual
3 Danos ambientais causados pelo homem 3 Estouro da bolha de ativos 2 Inflação rápida e/ou sustentada
4 Crises de emprego e meios de subsistência 4 Crise de custo de vida 4 Desigualdade digital
5 Falha nas medidas de segurança cibernética 5 doenças infecciosas 5 contestação geopolítica de recursos
Grécia Hungria Irlanda
1 Crise de custo de vida 1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Inflação rápida e/ou sustentada
2 Choques graves nos preços das commodities 2 doenças infecciosas 2 Crise de custo de vida
2 Inflação rápida e/ou sustentada 3 Confronto geoeconômico 3 Confronto geoeconômico
4 crises de dívida 4 Crise de custo de vida 4 Choques graves nos preços das commodities
5 conflito interestadual 5 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 5 Falha na adaptação às mudanças climáticas
5 Confronto geoeconômico 5 Choques graves nos preços das commodities

Israel Jordânia Kuwait
1 Crise de custo de vida 1 crises de dívida 1 Inflação rápida e/ou sustentada
2 ataques terroristas 2 graves crises de abastecimento de commodities 1 Crise de custo de vida
3 conflito interestadual 2 Crise de custo de vida 3 Choques graves nos preços das commodities
4 confronto geoeconômico 4 Choques graves nos preços das commodities 4 Danos ambientais causados pelo homem
5 estouro da bolha de ativos 5 Crise de emprego e meios de subsistência 4 conflito interestadual
Itália Cazaquistão Quirguistão
1 crises de dívida 1 confronto geoeconômico 1 conflito interestadual
2 conflito interestadual 2 Inflação rápida e/ou sustentada 2 crises de dívida
2 Inflação rápida e/ou sustentada 3 contestação geopolítica de recursos 3 colapso do estado
4 Falha na adaptação às mudanças climáticas 4 conflito interestadual 4 graves crises de abastecimento de commodities
5 estouro da bolha de ativos 5 Choques graves nos preços das commodities 5 doenças infecciosas
Jamaica Quênia República Democrática do Laos
1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 crises de dívida 1 Inflação rápida e/ou sustentada
2 Crise de custo de vida 2 Crise de custo de vida 2 Choques graves nos preços das commodities
3 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 3 Crises de emprego e meios de subsistência 3 doenças infecciosas
4 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 4 contestação geopolítica de recursos 4 Crise de custo de vida
5 Choques graves nos preços das commodities 5 Falha na adaptação às mudanças climáticas 5 Crise de emprego e meios de subsistência
Japão Kosovo Letônia
1 confronto geoeconômico 1 Danos ambientais causados pelo homem 1 Inflação rápida e/ou sustentada
2 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 1 Inflação rápida e/ou sustentada 2 conflito interestadual
3 Estagnação econômica prolongada 1 Crise de custo de vida 3 Crise de custo de vida
4 Choques graves nos preços das commodities 4 confronto geoeconômico 4 Crises de emprego e meios de subsistência
5 contestação geopolítica de recursos 5 Falha nas medidas de segurança cibernética 5 crises de dívida
5 Desigualdade digital

Lesoto Malásia México
1 contestação geopolítica de recursos 1 Crise de custo de vida 1 Inflação rápida e/ou sustentada
2 Colapso de serviços e infraestrutura pública 2 Inflação rápida e/ou sustentada 2 Proliferação de atividades econômicas ilícitas
3 Desigualdade digital 3 crises de dívida 2 Estagnação econômica prolongada
4 Colapso de uma indústria sistemicamente importante 4 confronto geoeconômico 4 colapso do estado
5 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 5 Danos ambientais causados pelo homem 4 Erosão da coesão social
5 Graves crises de oferta de commodities

Libéria Mongólia
1 Crise de custo de vida 5 Choques graves nos preços das commodities 1 crises de dívida
2 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Estagnação econômica prolongada 2 Danos ambientais causados pelo homem
3 Estagnação econômica prolongada 5 Falha nas medidas de segurança cibernética 3 Confronto geoeconômico
4 Crises de emprego e meios de subsistência 4 Crises de emprego e meios de subsistência

Mali
5 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 1 contestação geopolítica de recursos 5 conflito interestadual
2 Crise de emprego e meios de subsistência

Lituânia Montenegro
1 Graves choques nos preços das commodities 3 Confronto geoeconômico 1 Crise de custo de vida
2 conflito interestadual 4 ataques terroristas 2 Confronto geoeconômico
3 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Detalhamento da infraestrutura crítica 3 Estagnação econômica prolongada
4 confronto geoeconômico 4 Falha na adaptação às mudanças climáticas

Malta
5 Graves crises de oferta de commodities 1 Crise de custo de vida 5 Danos ambientais causados pelo homem
2 Danos ambientais causados pelo homem 5 Graves crises de oferta de commodities

Luxemburgo
1 Inflação rápida e/ou sustentada 3 Inflação rápida e/ou sustentada 5 crises de dívida
2 Crise de custo de vida 4 Choques graves nos preços das commodities 5 Crise de emprego e meios de subsistência
3 Choques graves nos preços das commodities 5 Desigualdade digital

Marrocos
4 graves crises de abastecimento de commodities 1 Crise de custo de vida

maurício
5 Confronto geoeconômico 1 Crise de custo de vida 2 Inflação rápida e/ou sustentada
2 crises de dívida 2 Choques graves nos preços das commodities

Malauí
1 crises de dívida 3 Inflação rápida e/ou sustentada 4 graves crises de abastecimento de commodities
2 Crise de custo de vida 4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 5 crises de dívida
3 Estagnação econômica prolongada 5 Choques graves nos preços das commodities
5 Falha na adaptação às mudanças climáticas


Namíbia Nigéria Panamá
1 crises de dívida 1 ataques terroristas 1 Crise de emprego e meios de subsistência
2 Crise de custo de vida 2 crises de dívida 2 crises de dívida
3 Crises de emprego e meios de subsistência 3 Crise de custo de vida 3 Desigualdade digital
5 Falha na adaptação às mudanças climáticas 4 graves crises de abastecimento de commodities 4 Crise de custo de vida
5 Estagnação econômica prolongada 5 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Proliferação de atividades econômicas ilícitas
5 Desigualdade digital 5 Crise de emprego e meios de subsistência 5 Inflação rápida e/ou sustentada
Nepal Macedônia do Norte Paraguai
1 contestação geopolítica de recursos 1 Crise de custo de vida 1 Estagnação econômica prolongada
2 crises de dívida 2 crises de dívida 2 Colapso de serviços e infraestrutura pública
3 Danos ambientais causados pelo homem 3 Danos ambientais causados pelo homem 2 Desigualdade digital
4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 4 Inflação rápida e/ou sustentada 4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
5 Desigualdade digital 5 Estagnação econômica prolongada 5 colapso do estado
Holanda Omã Peru
1 Falha na adaptação às mudanças climáticas 1 crises de dívida 1 colapso do estado
2 Inflação rápida e/ou sustentada 2 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 2 Desigualdade digital
3 Confronto geoeconômico 3 Choques graves nos preços das commodities 3 Inflação rápida e/ou sustentada
3 contestação geopolítica de recursos 3 Crise de custo de vida 4 Proliferação de atividades econômicas ilícitas
5 Crise de custo de vida 5 contestação geopolítica de recursos 5 Crise de emprego e meios de subsistência
5 Proliferação de atividades econômicas ilícitas

Nova Zelândia Filipinas
1 Crise de custo de vida 1 Desastres naturais e eventos climáticos extremos

Paquistão
2 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Concentração de energia digital 2 crises de dívida
3 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 2 Falha nas medidas de segurança cibernética 3 Inflação rápida e/ou sustentada
4 Estouro da bolha de ativos 3 Inflação rápida e/ou sustentada 4 Desinformação
5 crises de dívida 4 crises de dívida 5 contestação geopolítica de recursos
5 colapso do estado

Polônia Ruanda Serra Leoa
2 Detalhamento da infraestrutura crítica 1 Crise de custo de vida 2 Inflação rápida e/ou sustentada
3 Confronto geoeconômico 3 Choques graves nos preços das commodities 3 crises de dívida
4 Crises de emprego e meios de subsistência 4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
5 conflito interestadual 5 conflito interestadual 4 colapso do estado
4 Crises de emprego e meios de subsistência

Portugal Arábia Saudita
1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Crise de custo de vida 4 Desigualdade digital
2 Crise de custo de vida 2 conflito interestadual

Cingapura
3 crises de dívida 3 Inflação rápida e/ou sustentada 1 confronto geoeconômico
4 Choques graves nos preços das commodities 4 Choques graves nos preços das commodities 2 Inflação rápida e/ou sustentada
5 Estagnação econômica prolongada 4 Detalhamento da infraestrutura crítica 3 Graves crises de oferta de commodities
4 Falha nas medidas de segurança cibernética 4 Choques graves nos preços das commodities
Catar
1 Crise de custo de vida 5 Crise de custo de vida

Senegal
2 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 1 Crise de custo de vida
Eslováquia
2 Confronto geoeconômico 2 crises de dívida 1 Inflação rápida e/ou sustentada
4 contestação geopolítica de recursos 2 Crise de emprego e meios de subsistência 2 Choques graves nos preços das commodities
4 Choques graves nos preços das commodities 4 Inflação rápida e/ou sustentada 3 Graves crises de oferta de commodities
4 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Graves crises de oferta de commodities 4 Estouro da bolha de ativos
4 Falha nas medidas de segurança cibernética 4 conflito interestadual

Sérvia
1 confronto geoeconômico
Romênia Eslovênia
1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Graves choques nos preços das commodities 1 Graves choques nos preços das commodities
2 Confronto geoeconômico 3 conflito interestadual 2 Confronto geoeconômico
3 conflito interestadual 4 Crise de custo de vida 3 Inflação rápida e/ou sustentada
4 Choques graves nos preços das commodities 5 estouro da bolha de ativos 4 graves crises de abastecimento de commodities
4 Crise de custo de vida 5 Graves crises de oferta de commodities 5 contestação geopolítica de recursos

África do Sul Suécia Trindade e Tobago
1 colapso do estado 1 Inflação rápida e/ou sustentada 1 Crise de custo de vida
2 crises de dívida 2 Crise de custo de vida 2 Desigualdade digital
2 Colapso de serviços e infraestrutura pública 3 crises de dívida 3 Graves crises de oferta de commodities
2 Crise de custo de vida 4 Falha na adaptação às mudanças climáticas 3 Inflação rápida e/ou sustentada
5 Crise de emprego e meios de subsistência 5 ataques terroristas 5 Desilusão juvenil generalizada
5 Confronto geoeconômico
Coreia do Sul Tunísia
1 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Colapso de uma indústria sistemicamente importante 1 crises de dívida
2 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 2 colapso do estado

Suíça
3 Graves crises de oferta de commodities 1 Graves choques nos preços das commodities 3 Graves crises de oferta de commodities
3 Choques graves nos preços das commodities 2 graves crises de abastecimento de commodities 4 Crise de custo de vida
5 estouro da bolha de ativos 3 Confronto geoeconômico 5 Inflação rápida e/ou sustentada
5 crises de dívida 3 Inflação rápida e/ou sustentada

Türkiye
5 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 1 Inflação rápida e/ou sustentada

Espanha
1 Inflação rápida e/ou sustentada 5 contestação geopolítica de recursos 2 Crise de emprego e meios de subsistência
2 crises de dívida 5 Quebra de infraestrutura crítica por meio de ataques 3 conflito interestadual
cibernéticos
3 Crise de custo de vida 4 graves crises de abastecimento de commodities

Taiwan, China
4 Crises de emprego e meios de subsistência 1 confronto geoeconômico 5 crises de dívida
5 contestação geopolítica de recursos 2 Inflação rápida e/ou sustentada 5 Choques graves nos preços das commodities
5 Proliferação de atividades econômicas ilícitas 3 doenças infecciosas

Ucrânia
4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 1 Graves crises de oferta de commodities

Sri Lanka
1 crises de dívida 4 Choques graves nos preços das commodities 2 conflito interestadual
2 Crise de custo de vida 3 Migração involuntária em larga escala

tailândia
3 colapso do estado 1 crises de dívida 3 Falha nas medidas de segurança cibernética
3 Inflação rápida e/ou sustentada 2 Crise de custo de vida 5 Automação e deslocamento de postos de trabalho
5 Graves crises de oferta de commodities 3 Danos ambientais causados pelo homem
4 Desigualdade digital
5 Confronto geoeconômico

Emirados Árabes Unidos Uruguai Zâmbia
1 Crise de custo de vida 1 Graves choques nos preços das commodities 1 crises de dívida
3 Choques graves nos preços das commodities 3 Estagnação econômica prolongada 3 Falha na adaptação às mudanças climáticas
4 contestação geopolítica de recursos 3 Crise de custo de vida 4 contestação geopolítica de recursos
5 Confronto geoeconômico 5 Automação e deslocamento de postos de trabalho 5 Falha na mitigação das mudanças climáticas
5 Falha nas medidas de segurança cibernética

Venezuela (República Bolivariana da) Zimbábue
1 Graves crises de oferta de commodities 1 Inflação rápida e/ou sustentada
Reino Unido da Grã-Bretanha
1 Crise de custo de vida 2 Colapso de serviços e infraestrutura pública 2 Crise de custo de vida
2 crises de dívida 3 colapso do estado 3 Confronto geoeconômico
3 Inflação rápida e/ou sustentada 3 Inflação rápida e/ou sustentada 4 Colapso de serviços e infraestrutura pública
4 Falha na adaptação às mudanças climáticas 5 Confronto geoeconômico 5 Graves crises de oferta de commodities
5 Perda da biodiversidade terrestre e colapso do 5 Estagnação econômica prolongada

ecossistema
5 conflito interestadual 5 Desigualdade digital
5 estouro da bolha de ativos

Vietnã
República Unida da Tanzânia
1 Inflação rápida e/ou sustentada 2 doenças infecciosas
2 crises de dívida 3 contestação geopolítica de recursos
3 Crises de emprego e meios de subsistência 4 Desastres naturais e eventos climáticos extremos
4 contestação geopolítica de recursos 5 Falha nas medidas de segurança cibernética

Iémen
1 Graves crises de oferta de commodities
Estados Unidos da América
1 crises de dívida 2 Colapso de serviços e infraestrutura pública
2 Inflação rápida e/ou sustentada 3 colapso do estado
3 Confronto geoeconômico 4 Detalhamento da infraestrutura crítica
4 Crise de custo de vida 5 Proliferação de atividades econômicas ilícitas
5 Falha na adaptação às mudanças climáticas

Institutos parceiros
O Centro para a Nova Economia e Sociedade do Fórum Econômico Mundial tem o prazer
de reconhecer e agradecer as seguintes organizações como seus valiosos
Institutos parceiros:
Albânia Bangladesh
Instituto de Estudos Contemporâneos, Tirana Centro de Diálogo de Políticas - CPD
Universidade e faculdade de negócios Dra. Fahmida Khatun, Diretora Executiva
Helton Cevi, Coordenador do Projeto Dr. Khondaker Golam Moazzem, Diretor de Pesquisa
Artan Hoxha, Presidente do ISB e Administrador do Ratia Rehnuma, Pesquisadora Associada
TBU Chowdhury Fariha, estagiário de pesquisa
Oltjon Valisi, coordenador assistente do projeto
Universidade
Argélia de Barbados das Índias
Centre de Recherche En Economie Appliquée Ocidentais Jonathan G. Lashley,
Pour Le Développement - CREAD pesquisador sênior Don
Yacine Belarbi, Diretor Marshall, professor Kenisha Chase, assistente de pesquisa
Khaled Menna, Diretor de Macroeconomia e
Integração econômica Benim
Instituto de Pesquisa Empírica em Economia
Angola Política - IREEP
Jobartis Leonard Wantchekon, presidente
João Freitas, Country Manager Stéphania Houngan, Pesquisadora Associada
Luis Verdeja, Diretor
Estado Plurinacional da Bolívia, Costa Rica,
Argentina República Dominicana, El Salvador, Honduras,
IAE Business School, Universidade Austral Panamá
Eduardo Fracchia, Diretor do Departamento Acadêmico de Escola de Negócios INCAE
Economia Ronald Arce, Pesquisador
Martin Calveira, Economista de Pesquisa Enrique Bolaños, Presidente
Octavio Martínez, Diretor
Armênia
Centro de Estudos de Economia e Valores Bósnia e Herzegovina
Sevak Hovhannisyan, membro do conselho e sênior Escola de Economia e Negócios da Universidade de
Associado Sarajevo
Jasmina Selimovic, Dean
Austrália, Bélgica, Canadá, Indonésia, Itália, Zlatko Lagumdzija, Professor
Suécia, Reino Unido, Estados Unidos Amra Kapo, Professor Associado
Dynata
Thomas Huff, Gerente de Projetos Sênior Botsuana
Steffen Bott, vice-presidente de vendas Centro Nacional de Produtividade de Botswana
Valentyna Chuikina, Diretora Associada de Contas Letsogile Batsetswe, consultor de pesquisa e
Estatístico
Áustria Zelda Okatch, Serviços de Informação e Pesquisa
Instituto Austríaco de Pesquisa Econômica - WIFO Gerente
Gabriel Felbermayr, Diretor Christopher Diswai, Diretor Executivo
Michael Peneder, líder do projeto
Alexandros Charos, especialista em pesquisa Brasil
Fundação Dom Cabral
Bahamas, The Carlos Arruda, Professor de Inovação e
Government and Public Policy Institute, University of the Competitividade
Bahamas Zhivargo Laing, Diretora Hugo Tadeu, Professor de Inovação
Executiva Jeannie D. Gibson, Assistente Miguel Costa, Assistente de Investigação
de Política
Bulgária
Bahrein Centro de Desenvolvimento Econômico
Conselho de Desenvolvimento Econômico do Bahrein Maria Prohaska, Diretora
Khalid Humaidan, Diretor Executivo Ivanina Simeonova, gerente de projetos
Nada Al-Saeed, Diretor Executivo
Rima AlKilani, Diretora Executiva
Fatema Alatbi, executiva sênior
Sara Ishaq, executiva sênior

Cambodia Ramatou Fall, Diretor de Clima Empresarial

Nuppun Research and Consulting Co., Ltd Pisey Khin, Simon Meledje, Chefe de Planejamento e Monitoramento
Diretor Chanthan Tha, Bernadine Yeble N'Guessan, oficial de pesquisa
Pesquisador Dalen Vyla,
Assistente de Pesquisa Chipre
Confederação de Empregadores e Indústria do Chipre -
Camarões OEB
Compétitivité Camarões Antonis Frangoudis, Diretor do Departamento de Desenvolvimento
Hermann Fotie Ii, Secretário Permanente de Negócios e Assuntos Econômicos
Tanankem Belmondo Voufo, Expert Investment Banco do Chipre
Clima Kyriacos Antoniou, Diretor de Governança
Jean Baptiste Nsoe Nkouli, Competitividade Andreas Alexandrou, Gerente de Estratégia e
Especialista em Observatório Percepções dos clientes
Cambodia República Checa

Nuppun Research and Consulting Co., Ltd Khin Pisey, Escola de Negócios de Pós-Graduação CMC
Diretor Geral Pong Vanny, Pesquisador Tomáš Janÿa, Diretor Executivo
Kimhong Sin, Assistente de
Pesquisa Dinamarca
Instituto Tecnológico Dinamarquês
cabo Verde Stig Yding Sørensen, Especialista Sênior
Investigação INOVE Andreas Bjerre Lunkeit, Consultor
Frantz Tavares, CEO
Jerónimo Freire, Gestor de Projetos Equador
Júlio Delgado, Diretor Escola de Pós-Graduação em Administração da ESPAE -
ESPOL
Chade Sara Wong, professora
Groupe de Pesquisas Alternativas Et de Tania Tenesaca, Coordenadora do Projeto
Monitoramento Du Projet Pétrole-Tchad-Camarões Xavier Ordeñana, Dean
Simael Mbairassem, Economista responsável pela Jack Zambrano, assistente de pesquisa
Pesquisa e Políticas Públicas
Maoundonodji Gilbert, Diretor Geral Egito
Centro Egípcio de Estudos Econômicos - ECES
Chile Abla Abdel Latif, Diretor Executivo e Diretor de
Escola de Governo, Universidade Adolfo Ibañez Pesquisar
Carolina Apablaza, Diretora Salma Bahaa El Din, Economista Sênior
Patrício Aroca, Prof. Ahmed Maged, assistente de pesquisa
Isabella Cuneo, Doutoranda Hossam Khater, assistente de pesquisa
Mohamed Khater, assistente de pesquisa
China
Dataway Horizon Estônia
Linling Qiao, gerente geral Instituto Estoniano de Pesquisa Econômica -EKI
Yuming Zhi, Diretor de Pesquisa Marje Josing, Diretora
Zhuyu Yao, Gerente de Projetos Sênior
Finlândia
Colômbia Instituto de Pesquisa ETLA da Economia Finlandesa
Departamento Nacional de Planejamento da Colômbia Aki Kangasharju, Diretor Geral
Consejo Privado de Competitividad Päivi Puonti, chefe de previsão
Jorge Ivan Gonzalez, Diretor Geral, Departamento de Ville Kaitila, Pesquisador
Planejamento Nacional
Camilo Rivera Perez, Diretor Técnico, Inovação e França
Desenvolvimento do Setor Privado Negócios França
Sara Patricia Rivera, Consultora, Inovação e Private RCassagnes Louise, Economista
Desenvolvimento Setorial Marcias Manuel, Chefe de Serviço: Estudos Económicos
Congo, República Democrática da
Congo-Invest Consulting Geórgia
Teza Bila Minlangu, Administrador Centro TSU de Análise e Previsão
Faila Tabu Ngandi, Diretor Geral Vakhtang Charaia, Diretor
Bertin Muderhwa, Chefe do Serviço de Estudos e Otar Anguridze, Chefe do Conselho
Estatísticas da Federação de Shota Gulbani, Especialista
Negócios do Congo Mariam Lashkhi, gerente de projetos
Mamuka Tsereteli, especialista
Costa do Marfim
Centre de Promotion des Investissements en
Costa do Marfim - CEPICI
Solange Amichia, CEO

Alemanha Shulette Cox, vice-presidente de pesquisa, defesa e

Instituto de Inovação e Tecnologia do implementação de projetos
Inovação VDI/VDE + Technik GmbH Conselho Nacional de Competitividade Jamaica
Michael Nerger, Líder do Projeto Sharifa Powell, Consultora Gerente de Projetos
Gana Japão
Associação das Indústrias de Gana Universidade de Waseda
Yaw Adu-Gyamfi, Presidente Jusuke Ikegami, professor
Seth Twum-Akwaboah, CEO Mitsuyo Tsubayama, Coordenador
John Defor, Diretor, Política e Pesquisa Shoko Miya, Coordenador
Grécia Jordânia
SEV Federação Grega de Empresas Ministério do Planejamento e Internacional
Michael Mitsopoulos, Diretor - Negócios Cooperação da Jordânia
Meio Ambiente e Assuntos Regulatórios Hadram Al Fayes, Diretor
Athanasios Printsipas, Consultor Sênior - SEV Ghada Issa, Chefe da Divisão de Competitividade
Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável Thamer Masarweh, Pesquisador
Guatemala Cazaquistão
FUNDESA Centro de Iniciativas Estratégicas LPP
Juan Carlos Paiz, Presidente do Conselho de Administração Olzhas Khudaibergenov, sócio sênior
Juan Carlos Zapata, CEO Yerbol Tulegenov, Sócio Associado
Fernando Spross, Investigador Associado Symbat Aliaskarova, consultor
Priscilla González, Coordenadora de Assuntos Corporativos
Quênia
RAE de Hong Kong, China Universidade de Nairóbi
Câmara Geral de Comércio de Hong Kong Karuti Kanyinga, Professor de Pesquisa e Diretor,
Simon Ngan, Diretor, Política e Pesquisa IDS
Wilson Chong, Economista Sênior Vincent Mugo, Assistente de Projeto IDS
Paul Kamau, Professor Pesquisador Associado, IDS
Hungria
KOPINT-TÁRKI Pesquisa Econômica Ltda Kosovo*, Macedônia do Norte
Peter Vakhal, Pesquisador Associado Sênior Éva Câmara Econômica do Noroeste da Macedônia
Palócz, CEO Drilon Iseni, Diretor Executivo
Durim Zekiri, Gerente de Operações
Islândia Miranda Ajdini, Associada Jurídica
O Centro Islandês para Estudos do Futuro
Karl Friðriksson, Gerente Diretor Kuwait
Universidade do Kuwait
Índia Fahad Al-Rashid, presidente do comitê
LeadCap Knowledge Solutions Pvt Ltd - Adel Al-Husainan, Membro do Comitê
Empreendimentos LeadCap Majed Jamal Al-Deen, Membro do Comitê
Sangeeth Varghese, diretor administrativo e CEO
Vidyadhar Prabhudesai, Diretor e COO Quirguistão
Instituto de Política Econômica
Irlanda Marat Tazabekov, presidente
Confederação Irlandesa de Empresas e Empregadores - Lola Abduhametova, Coordenadora
IBEC Irina Kandybko, gerente
Geraldine Anderson, chefe de pesquisa
República Democrática do Laos
Israel Empresa e Consultores de Desenvolvimento Co.

Associação de Fabricantes de Israel - MAI Ltd - EDC
Ron Tomer, presidente Buakhai Phimmavong, sócio-gerente Thipphasone
Rubi Ginel, CEO Inthachack, administrador do escritório
Dan Catarivas, Gerente Geral de Comércio Exterior e
Divisão de Relações Internacionais Letônia
Itai Nakash, Subgerente Geral, Divisão de Comércio Exterior e Escola de Economia de Estocolmo em Riga
Relações Internacionais Arnis Sauka, chefe do Centro de Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento
Jamaica
Mona Escola de Negócios e Gestão - Lesoto
MSBM, Universidade das Índias Ocidentais, Mona Fundação do Setor Privado do Lesoto - PSFL
David McBean, Diretor Executivo Thabo Qhesi, CEO
Franklin Johnston, Diretor Bokang Tsoanamatsie, oficial de relações públicas
Yvette Cameron-Harris, Administradora de Projetos Qothoase Khofane, Pesquisador
Corporação de Promoções da Jamaica - JAMPRO

Libéria, Serra Leoa Mongólia

GQRDOTCOM Limited - GQR Fórum Sociedade Aberta - OSF
Omodele Jones, CEO Erdenejargal Perenlei, Diretor Executivo
Oyunbadam Davaakhuu, Gerente de Programa
Lituânia
Agência de Inovação Lituânia Montenegro
Jone Kalendiene, chefe de pesquisa e análise Instituto de Estudos e Prognósticos Estratégicos
Divisão - ISSP
Irena Karelina, Analista Maja Drakic Grgur, Coordenadora do Projeto
Veselin Vukotic, Presidente
Luxemburgo
Câmara de Comércio de Luxemburgo Marrocos
Christel Chatelain, Diretora de Assuntos Econômicos O Centro de Políticas para o Novo Sul
Departamento Dr Karim El Aynaoui, Presidente Executivo
Jean-Baptiste Nivet, Economista Sr. Asmaa Tahraoui, gerente sênior de conhecimento
Sidonie Paris, Economista Abdelaaziz Ait Ali, Diretor de Pesquisa Econômica
Departamento
Malauí
Confederação das Câmaras de Malawi Moçambique
comércio e Indústria Centro Africano para a Transformação Económica
Chanceler Kaferapanjira, Chefe do Executivo (ACET)
Madalitso Kazembe, Diretor, Ambiente de Negócios e Advocacy John Asafu Adjaye, membro sênior - econômico
de Políticas Programa de Gestão e Governança
Manfred Maguru, Analista Econômico Edward Brown, diretor sênior de pesquisa e política
Chancy Mkandawire, analista econômico Compromissos
Confederação das Associações Empresariais de
Malásia Moçambique
Corporação de Produtividade da Malásia Roque Magaia, Economista
Dato' Abdul Latif Abu Seman, Diretor Geral
Zahid Ismail, vice-diretor geral Namíbia
Dr. Mazrina Mohamed Ibramsah, Diretor Adjunto Instituto de Investigação em Políticas Públicas - IPPR
Em geral Ndapunikwa Fikameni, pesquisador associado
Wan Fazlin Nadia Wan Osman, Diretor Salmi Shigwedha, pesquisador associado
Graham Hopwood, diretor
Mali
Mali Economia Aplicada e Teórica Instituto
Grupo de Pesquisa - GREAT de Competitividade e Desenvolvimento do Nepal - CODE
Massa Coulibaly, Diretor Executivo Dr.
Wélé Fatoumata Binta Porca, Pesquisadora Ramesh C. Chitrakar, Diretor de Projeto/Coordenador do
Badiégué Diallo, Administrativo e Financeiro País
Assistente Abhinandan Baniya, Membro Associado da Equipe
Menaka Shrestha, Membro da Equipe
Malta Centro de
Malta Competitiva - Foundation for National Amsterdã para Inovação Empresarial da Holanda ,
Competitividade Universidade de Amsterdã Henk
Adrian Said, Associado Volberda, Diretor e Professor Kevin Heij,
Mateus Castillo, Associado Inovação Sênior Pesquisador Pieter van den
Brink, Assistente de pesquisa Nina Versluijs,
maurício Assistente de pesquisa Jochem Bouman,
Conselho de Desenvolvimento Econômico Assistente de pesquisa
Sanroy Seechurn, chefe de departamento
Ken Poonoosamy, CEO Nova Zelândia
Dooshala Ramjutun-Ramlaul, Gerente BusinessNZ
Kirk Hope, CEO
México Kathryn Asare, gerente de comunicações
Instituto Mexicano para la Competitividad -
IMCO Nigéria
Valéria Moy, Diretora Geral Grupo de Cúpula Econômica da Nigéria - NESG
Ivania Mazari, Gerente de Programa Laoye Jaiyeola, CEO
ministério da economia Dr. Olusegun Omisakin, Diretor de Pesquisa e
Jorge Eduardo Arreola Cavazos, Diretor Geral de Desenvolvimento
Competitividade e Concorrência Sodik Olofin, Economista
Carlos Rubén Altamirano Márquez, Diretor
Fernando Tonatiuh Parra Calvo, Subdiretor de
Competitividade

Omã Ruanda
Gabinete Nacional de Competitividade - NCO Diretoria de Desenvolvimento de
Dr. Salim Abdullah Al Shaikh, Chefe Interino do NCO Ruanda Delphine Uwase, Ag. Chefe do Departamento
Juhaina Saleh Al Balushi, Pesquisadora Econômica de Estratégia e Competitividade
Jawaher Sultan Al Habsi, Analista de Negócios Kennedy Kalisa, Analista de Estratégia
Richard Kayibanda, Ag. Diretor de Estratégia e
Paquistão Conformidade
Mishal Paquistão
Amir Jahangir, CEO Arábia Saudita
Puruesh Chaudhary, Diretor Universidade Alfaisal
Amna Sabahat Bhutta, Diretora Mohammed Kafaji, vice-reitor de garantia de qualidade e
credenciamento
Paraguai Centro Nacional de Competitividade Eiman
Fundação Paraguaia para a Cooperação e Habbas Al-Mutairi, CEO do Centro Nacional de
Desenvolvimento Competitividade Waleed Al-
Martin Burt, CEO Rudaian, Vice-CEO do Centro Nacional de Competitividade
Luis Fernando Sanábria, CEO Salman Al-Tukhaifi, Gerente
Sol Urbieta, Assistente de Gestão geral Abdulrahman M. Al-Ghamdi, Gerente
de Projetos
Peru
Centro de Desenvolvimento Industrial do Senegal
Sociedade das Indústrias Universidade Cheikh Anta Diop de Dacar
Luis Tenório, Diretor Executivo Thierno Thioune, Directeur du Centre de Recherches
Maria Elena Baraybar, assistente de projetos Economias Aplicadas
Benoni Sanchez, chefe de sistemas
Sérvia
Filipinas Fundação para o Avanço da Economia
Makati Business Club - MBC - FRENTE
Roxanne Lu, Diretora de Programas Aleksandar Radivojeviÿ, Coordenador

Trisha Teope, Diretora de Programas Estrangeiros Dejan Molnar, Diretor
Polônia Cingapura
Banco Nacional da Polônia Conselho de Desenvolvimento Econômico de Cingapura
Piotr Boguszewski, Consultor Econômico Cheng Wai San, Diretor e Chefe
Piotr Szpunar, Diretor Teo Xinyu, Diretor Executivo, Sênior
Portugal Eslováquia
Fórum de Administradores de Empresas - FAE Aliança Empresarial da Eslováquia - PAS
Paulo Carmona, Presidente Peter Serina, Diretor Executivo
Mariana Marques dos Santos, Vogal do Conselho de Administração Robert Kiÿina, Membro do Conselho
PROFORUM Associação para o Desenvolvimento da
Engenharia Eslovênia
Ilidio De Ayala Serôdio, Vice-Presidente Instituto de Pesquisa Econômica
Helena Roquette, Secretária Peter Stanovnik, Prof.
Sonja Uršiÿ, Assistente de Pesquisa Sênior
Qatar Universidade de Ljubljana, Faculdade de Economia
Qatari Businessmen Association - QBA Social and Mateja Drnovšek, Professor Titular
Economic Survey Research Institute, Qatar University Issa
Abdull Salam Abu África do Sul
Issa, Secretária Geral Sarah Abdallah, Vice-Gerente Unidade de Negócios África do Sul
Geral Maria Jusay, Secretária Executiva Prof. Tyson Thamsanqa Sibanda, Política Econômica
Kaltham Al Ghanim, Diretor, Instituto de Gerente
Pesquisa Social e Econômica Raymond Carasig , Olivier Serrao, Diretor Executivo de Política Econômica
Especialista Sênior de Suporte a Pesquisas Cas Coovadia, CEO
Coreia do Sul
Romênia Instituto de Desenvolvimento da Coreia
Associação de Mulheres Empreendedoras Inho Song, Diretor Executivo, Centro de Informação e Educação
Desenvolvimento - ADAF Econômica
A Câmara de Comércio e Indústria de Joohee Cho, Chefe, Unidade de Análise de Opinião Pública
Romênia Boyoung Han, Pesquisador Associado Sênior, Público
Rotaru Cornélia, Presidente Unidade de Análise de Opinião
Rotaru Gela, Analista de Negócios
Savu Cristina, Especialista em Comunicação

Espanha Ucrânia
Escola de Negócios IESE CASE Ucrânia, Centro de Desenvolvimento Social e Econômico
Pascual Berrone, Professor, Diretor do Pesquisar
Centro Internacional de Competitividade Dmytro Boyarchuk, Diretor Executivo
María Luisa Blázquez, Pesquisadora Associada Vladimir Dubrovskiy, Economista Líder
Oksana Kuziakiv, Conselheira Sênior
Sri Lanka
Instituto de Estudos Políticos do Sri Lanka - IPS Emirados Árabes Unidos
Kithmina Hewage, economista de pesquisa Centro Federal de Competitividade e Estatística
Tharindu Udayanga, assistente de pesquisa Hanan Ahli, Diretor Geral da
Centro de Competitividade e Estatística
Suíça Rashed Abdulkarim Al Blooshi, subsecretário de
Universidade de St.Gallen, Centro de Inovação em Departamento de Desenvolvimento Econômico, Abu Dhabi
Serviços Financeiros Hend Abdulla, Analista
Tobias Trütsch, Diretor Administrativo
Uruguai
Taiwan, China Universidade ORT Uruguai
Instituto de Pesquisa Econômica de Taiwan Isidoro Hodara, Prof.
Chen, Yi-Man, pesquisador Bruno Gili, Prof.
Tsuo, I-Chun, pesquisador assistente Frederico Monetti, Prof.
Tanzânia República Bolivariana da Venezuela

REPOA Ltda Conselho Venezuelano de Promoção de Investimentos
Donald Mmari, Diretor Executivo Jennyn Osorio, Gerente de Assuntos Econômicos
Lucas Katera, Diretor de Colaborações e Jorge García, Gerente de Business Intelligence
Capacitação
Cornel Jahari, pesquisador e gerente de campo Vietnã
Instituto de Desenvolvimento da Cidade de Ho Chi Minh
tailândia Estudos - HIDS
Escola de Negócios Chulalongkorn Tran Hoang Ngan, Diretor
Kanyarat (Lek) Sanoran, Professor Assistente e Trieu Thanh Son, chefe de gestão da Rereach
Reitor assistente na Dean's Office Nguyen Manh Quan, Pesquisador
Wilert Puriwat, professor e reitor
Nat Kulvanich, Professor Assistente Iémen
Clube de negócios do Iêmen - YBC
Trindade e Tobago Fathi Abdulwase Hayel Saeed, Presidente
Escola Global de Negócios Arthur Lok Jack Ghadeer Ahmed Almaqhafi, Diretor Executivo
Raynardo Hassanally, Coordenador de Relações com Alumni Safa Abdullah Alsayaghi, gerente de projetos
Balraj Kistow, Diretor do Programa
Ron Sookram, Coordenador Acadêmico Zâmbia
Universidade da Zâmbia
Tunísia Joseph Simbaya, Diretor
Institut Arabe des Chefs d'Entreprises Chitalu Chama Chiliba, Diretor Assistente e Sênior
Majdi Hassen, Diretor Executivo Pesquisador
Hager KARAA, Chefe do Departamento de Estudos Patricia Funjika, Pesquisadora
Türkiye Zimbábue
TÜSIAD, Competitividade da Universidade Sabanci Comissão Nacional de Competitividade
Fórum - REF Philip Phiri, Diretor Executivo
Esra Durceylan Kaygusuz, Diretora Brighton Shayanewako, Diretor, Competitividade
Sezen Uÿurlu Sum, Especialista em Projetos Douglas Muzimba, Economista Chefe, Internacional
Competitividade
Elizabeth Magwaza, Economista

Reconhecimentos
Contribuintes
Título de Sofia
Líder, Riscos Globais
Saadia Zahidi
Diretor administrativo, Fórum Econômico Mundial
No Fórum Econômico Mundial, uma dívida de gratidão é devida ao Professor Klaus

Schwab (Fundador e Presidente Executivo) e Børge Brende (Presidente), sob cuja orientação
este relatório foi produzido.
Este relatório contou fortemente com a dedicação e experiência dos colegas do Fórum
Econômico Mundial: Attilio di Battista, Ellissa Cavaciuti-Wishart, Kateryna Karunska, Kevin
Kohler, Ricky Li, Dorsey Lockhart, Gayle Markovitz, Cam Powers, Samuel Werthmüller e
Yann Zopf.
Gostaríamos de agradecer aos nossos Parceiros Estratégicos, Marsh McLennan e

Zurich Insurance Group, e particularmente John Doyle (Presidente e Diretor Executivo
da Marsh McLennan) e Mario Greco (Diretor Executivo do Zurich Insurance Group).
Agradecimentos também a Peter Giger (Group Chief Risk Officer, Zurich Insurance
Group) e Carolina Klint (Managing Director, Risk Management Leader Continental Europe,
Marsh).
Agradecimentos especiais são devidos a John Scott (Chefe de Riscos de

Sustentabilidade, Zurich Insurance Group) e Richard Smith-Bingham (Diretor
Executivo, Marsh McLennan Advantage) por suas contribuições ao longo do planejamento e
redação do relatório.
O relatório beneficiou-se muito da visão e experiência dos membros do Conselho

Consultivo de Riscos Globais: Rolf Alter (Hertie School of Governance), Gabriella
Bucher (Oxfam), Sharan Burrow (International Trade Union Confederation), Winnie Byanyima
(UNAIDS), Marie-Valentine Florin (International Risk Governance Center), Charles Godfray
(Oxford Martin School), Al Gore (Generation Investment Management), Pascal Lamy
(Jacques Delors Institute), Robert Muggah (Igarapé Institute), Moisés Naím (Carnegie
Endowment for International Peace ), Carlos Afonso Nobre (Universidade de São
Paulo), Naomi Oreskes (Harvard University), Jonathan D. Ostry (Georgetown
University), Carol Ouko-Misiko (Institute of Risk Management), Eduardo Pedrosa (Pacific
Economic Cooperation Council), Danny Quah (National University of Singapore), Daniel
Ralph (Cambridge Center for Risks Studies), Samir Saran (Observer Research
Foundation), John Scott (Zurich Insurance Group), Richard Smith-Bingham (Marsh
McLennan), Effy Vayena (Swiss Federal Institute of Technology Zurique), Charlotte
Warakaulle (CERN), Beatrice Weder di Mauro (Graduate Institute Geneva), Ngaire
Woods (Universidade de Oxford) e Alexandra Zapata (Nova América).
Também gostaríamos de agradecer à SalesForce (Justine Moscatello, Diretora de Customer

& Executive Engagement) e Lovelytics pelo design da visualização interativa de dados de
riscos globais.
Agradecemos também aos nossos parceiros acadêmicos: a Universidade Nacional

de Cingapura, a Oxford Martin School da Universidade de Oxford e a Universidade
da Pensilvânia.

Agradecemos aos seguintes indivíduos de nossos Parceiros Estratégicos e

Comunidades de Risco.
Marsh McLennan: Amy Barnes, Kate Bravery, Helga Birgden, Rico Brandenburg, Erica
Davis, Missy DeAngelis, Bruno Dotti, Liz Elliot, Gunes Ergun, Guillermo Franco, Lorna
Friedman, Jason Groves, Kavitha Hariharan, Ben Hoster, Rachel Juay, Marshall Lee , Paul
Mee, Luca Moneta, Shilpa Pankaj, Maurizio Quintavalle, Deepakshi Rawat, Graeme
Riddell, Nick Salter, Reid Sawyer, Ben Simpfendorfer, Toshin Sequeira, Swenja
Surminski, Daniel Tannebaum e Rupert Watson.
Zurich Insurance Group: Paige Adams, Ines Bourbon, Laura Castellano, Matt Holmes,
Stefan Kröpfl, Guy Miller, Pavel Osipyants e Robert Wyse.
Comunidade de Chief Risk Officers: Fatma Al-Suwaidi (Qatar National Bank), Stacy
Allen (Lord Abbott), Christian Bluhm (UBS AG), Brenda Boultwood (Fundo Monetário
Internacional), Manoj Chawla (Emirates NBD), Adam Farber (Boston Consulting
Group ), Carlo Ferraresi (Generali), Sebastian Fritz-Morgenthal (Bain & Company
Inc.), Peter Giger (Zurich Insurance Group), Jan Hansen (Novartis), Arun Hari (Gulf
International Bank), Bahare Heywood (Clifford Chance LLP), Alfred Kibe (Mastercard),
Giselle Lim (Takeda Pharmaceutical Company), Maria Martinez (McKinsey &
Company), Domingo Mirón (Accenture), Jody Myers (US International Development
Finance Corporation), Heike Niebergall-Lackner (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) ,
Fiachre O'Neil (PayPal), Sarah Otte (Deloitte), Deepak Padaki (Infosys Limited), Hanne
Raatikainen (Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados),
Nidhi Seksaria (Mahindra Group), Taalib Shah (Barclays), Lakshmi Shyam-Sunder
(Banco Mundial), Richard Smith-Bingham (Marsh McLennan), Matthew Snyder (Centene
Corporation), Iliyana Tsanova (Comissão Europeia) e Jacob van der Blij (GAVI).
Um agradecimento especial aos especialistas que contribuíram para nossas consultas

temáticas: Cindy Arnson (The Woodrow Wilson International Center for Scholars),
Alison Bewick (Nestlé), Agnes Callamard (Amnistia Internacional), Arne Cartridge (Yara),
Era Dabla-Norris (FMI) , David Edwards (Education International), Bridget Fawcett (Citi),
Luca Gattinni (Banco Europeu de Investimento), Florence Gaub (Conselho Europeu),
Charles Godfray (Oxford Martin School), Günter Hemrich (FAO), Anne Kreuger (John
Hopkins School of Estudos Internacionais Avançados), Charles North (Parceria Global
para Educação), Henk Ovink (Governo da Holanda), Megan Palmer (Universidade de
Stanford), Eric Parrado (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Dan Rice (Walmart),
Olaf Schulz (Nokia), Hersh Shah (Instituto de Gerenciamento de Risco), Jen Sovada
(SandboxAQ), Christian Spano (Conselho Internacional de Mineração e Metais), Richard
Threlfall (KPMG), Andrew Williamson (Huawei Technologies), Ngaire Woods
(Universidade de Oxford), Eden Woon (Instituto Asiático de Tecnologia).
Este relatório contou com a expertise de nossos colegas que contribuíram para
nossas consultas temáticas: Silja Baller, Filipe Beato, Emma Benameur, Kimberly Bennet,
Felipe Bezamat, Morgan Booher, Kimberley Botwright, Sebastian Buckup, Gretchen
Bueermann, Diego Bustamante, Kevin Doxzen, Liming Chen, Jaci Eisenberg, Genesis
Elhussein, Kay Firth-Butterfield, Nancy Gillis, Fernando Gomez, Philipp Grosskurth,
Guillaume Hingel, Rebecca Ivey, Ariel Kastner, Purushottam Kaushik, Rebecca King,
Andrej Kirn, Benjamin Larsen, Espen Mehlum, Kelly McCain, Chido Munyati, Jayant
Narayan, Kim Piaget, Jörgen Sandström, David Sangokoya, Miriam Schive, Grigory
Shutko, Kristian Teleki, Federico Torti, Tim van den Bergh, Irene Varoli e Eric White.
Agradecemos aos seguintes colegas por seu tempo e ajuda na revisão: Sean de Cleene,
Daniel Dobrygowski, Abdellah Hmamouche, Anis Nassar, Supheakmungkol Sarin, Tania
Strauss, Alessandro Valentini e Priya Vithani.
Além dos mencionados acima, estendemos nossos agradecimentos aos seguintes

colegas: Sakshi Bhatnagar, Beatrice Di Caro, Kateryna Gordiychuk, Jamie Mathew John,
Gulipairi Maimaiti, Eoin Ó Cathasaigh, Robin Pomeroy, Vesselina Ratcheva e Katja
Rouru.
Design e Produção: Obrigado a todos os envolvidos no design e produção do

relatório deste ano: Mike Fisher (edição), Jacopo Poletto (Design) e Beatrice
Lattuada (Design).

O Fórum Econômico Mundial,

comprometido em
melhorar o estado do mundo,
é a Organização Internacional
para a Cooperação Público-Privada.
O Fórum envolve os
principais líderes políticos,
empresariais e outros líderes da
sociedade para moldar as
agendas globais, regionais e da indústria.
Fórum Econômico Mundial

91-93 rota de la Capite
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Relatório de Riscos Globais 2023 2

5 Visão geral da metodologia

13 Capítulo 1: Riscos Globais 2023: A Crise de Hoje

13 1.1 Crise atual

14 1.2 O caminho para 2025

15 Crise de custo de vida

21 hiato de ação climática

25 1.3 Olhando para o futuro

29 Capítulo 2: Riscos Globais 2033: As Catástrofes de Amanhã

29 2.1 O mundo em 2033

31 2.2 Ecossistemas naturais: além do ponto sem volta

35 2.3 Saúde humana: perma-pandemias e desafios de capacidade crônica

38 2.4 Segurança humana: novas armas, novos conflitos

42 2.5 Direitos digitais: privacidade em perigo

46 2.6 Estabilidade econômica: sobreendividamento global

57 Capítulo 3: Rivalidades de Recursos: Quatro Futuros Emergentes

57 3.1 Antecipar “policrises”

57 3.2 Policrise: recursos naturais, clima e cooperação

60 3.3 Quatro futuros para 2030

69 Capítulo 4: Conclusão: a preparação é possível?

74 Apêndice A – Notas Técnicas: Pesquisa Global de Percepção de Riscos 2022-2023

79 Apêndice B – Pesquisa de Opinião Executiva: Percepções de Risco Nacional

Relatório de Riscos Globais 2023 3

Relatório de Riscos Globais 2023 4

• Preparação para riscos e governança convidada

• Questões qualitativas sobre riscos originam conhecimento

Relatório de Riscos Globais 2023 5

FIGURA A Riscos globais classificados por gravidade no curto e longo prazo

2 Desastres naturais e eventos climáticos extremos 2 Falha na adaptação às mudanças climáticas

3 Confronto geoeconômico 3 Desastres naturais e eventos climáticos extremos

4 Falha em mitigar as mudanças climáticas 4 Perda de biodiversidade e colapso do ecossistema

5 Erosão da coesão social e polarização social 5 Migração involuntária em larga escala

6 Incidentes de dano ambiental em grande 6 Crises de recursos naturais

7 Falha na adaptação às mudanças climáticas 7 Erosão da coesão social e polarização social

9 Crises de recursos naturais 9 Confronto geoeconômico

10 Migração involuntária em larga escala 10 Incidentes de dano ambiental em grande

Categorias de risco Econômico Ambiental geopolítico social Tecnológica

Fórum Econômico Mundial Riscos Globais

Relatório de Riscos Globais 2023 6

Governos e bancos centrais podem enfrentar pressões

Mesmo que algumas economias experimentem uma

Relatório de Riscos Globais 2023 7

Os entrevistados do GRPS prevêem que os confrontos

O setor de tecnologia estará entre os alvos centrais de

Relatório de Riscos Globais 2023 8

FIGURA B Perspectivas globais de curto e longo prazo

2 anos 13% 69% 14%

10 anos 20% 34% 26% 11% 9%

Pontos de inflexão progressivos e crises persistentes que levam a resultados catastróficos

Ligeiramente volátil com surpresas localizadas ocasionais

Estabilidade renovada com um renascimento da resiliência global

Relatório de Riscos Globais 2023 9

FIGURA C Cenário de riscos globais: um mapa de interconexões

Uso de armas Uso de armas de

Resultados adversos Resultados adversos

de tecnologias de fronteira de tecnologias de fronteira Confronto Geoeconômico

Desigualdade digital Desigualdade digital Ataques terroristas Ataques terroristas