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Orientador:
Prof. Dr. Jorge Madeira Nogueira
Brasília - DF
Maio, 2006
ii
Banca Examinadora:
Prof. Ph.D. Jorge Madeira Nogueira
Profª. Ph.D. Denise Imbroisi
Prof. Dr. Ricardo Coelho de Farias
Brasília – DF
Maio, 2006
iii
AGRADECIMENTOS
Aos Professores Denise Imbroisi, Pedro Zuchi, Charles Curt Mueller, Bernardo
Mueller, Nathércia Schneider, Luciene Rodrigues, Augusto Mendonça e Sérgio
Augusto Batalhone, pela motivação, dedicação e competência demonstrada nesta
difícil “arte de ensinar”.
Aos meus grandes amigos e companheiros, Marco Cícero da Silva, Mário Sérgio
Xavier Regattieri e Sérgio Augusto Batalhone que sempre me ajudaram e
incentivaram, meu eterno e especial agradecimento;
À Vera Lúcia Silva, minha esposa que tanto me incentivou nesta lida e aos meus
eternos filhos e filhas os quais tenho paixão eterna;
RESUMO
ABSTRACT
The motivation of this research is the occurrence of catastrophic accidents, witch led
international organizations to reflexion and to discussion about the damages caused to
enterprises, human being, animals and environment. We have analyzed the accident
occurred in Bhopal, India, in 1984, where the losses caused to health and to the
society well being, the economic, and those relatives to the environment as all,
reflecting lost and/or poorly biodiversity recoverment. We analyze too various
Industrial Risk Analysis and of Environment Economic Evaluation methodologies,
where the presumption were that the amount paid as indenization was far lower than
the impairment effectively caused. Based upon a study realized between Indian
workers, using the Hedonic Wage Method, we reached result consistent with our
presumptions. This study yet intend to contribute as a guide and auxiliary to the
industries/enterprises in new plants implantation or enlargement instrument
concernments to industrial risk analysis.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS iv
RESUMO v
ABSTRACT v
SUMÁRIO vi
LISTA DE QUADROS E TABELAS viii
LISTA DE FIGURAS x
LISTA DE SIGLAS xi
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 12
1.1. Contextualização .................................................................................................... 12
1.2. Objetivos e Relevância .......................................................................................... 12
1.3. O Objeto de estudo................................................................................................. 13
1.4. Método empregado e natureza do estudo............................................................ 14
1.5. Estrutura da Dissertação ....................................................................................... 14
CAPÍTULO 2 - O ESTADO DA ARTE DO GERENCIAMENTO DE RISCO
INDUSTRIAL 16
2.1. Grandes Acidentes Industriais.............................................................................. 16
2.2. Peculiaridades de acidentes químicos ampliados .............................................. 20
2.3. Agravamento dos acidentes ampliados no Brasil............................................... 24
2.4. Agravamento dos acidentes ampliados na Índia ................................................ 25
2.5. Gerenciamento de Risco Industrial ...................................................................... 27
2.5.1. Definições de Análise de Risco Industrial 28
2.6. Descrição das técnicas de Análise de Risco ....................................................... 30
2.6.1. Identificação das 62 metodologias de Análise de Risco 31
2.6.2. Conclusão das 62 metodologias de Análise de Risco 36
2.7. Procedimento global de uma Análise de Risco................................................... 36
2.7.1. Descrição de cenários 38
2.7.2. Critérios de Aceitabilidade de Riscos Industriais 39
2.7.3. O uso na produção 43
2.8. Teoria científica sobre Análise de Risco.............................................................. 45
2.8.1. Uma sinopse de risco 45
2.8.2. Avaliação de Risco 47
2.9. Análises de Risco – Principais Abordagens........................................................ 51
2.9.1. Descrição de metodologias 53
2.9.2. Descrição de procedimentos na aplicação de abrangência de local de risco: 57
2.10. Conclusão do Capítulo........................................................................................... 69
CAPÍTULO 3 - CUSTOS DE QUALIDADE AMBIENTAL 71
vii
QUADRO 2.1 – ACIDENTES QUÍMICOS AMPLIADOS - NÍVEL GLOBAL COM MAIS DE 20 ÓBITOS DE
1972 A 1984......................................................................................................... 21
TABELA 2.1 - PRINCIPAIS VALORES ESTATÍSTICOS DAS VARIÁVEIS ANALISADAS .................. 23
QUADRO 2.2 - INCIDENTES REGISTRADOS EM MHIDAS APÓS O ANO DE 1974 QUE
RESULTARAM EM MAIS DE 100 MORTES .................................................................... 23
QUADRO 2.3 - INCIDENTES OCORRIDOS NO BRASIL NOS ANOS DE 2000 E 2001................. 25
QUADRO 2.4 – DEFINIÇÕES SOBRE RISCO....................................................................... 29
QUADRO 2.5 - CLASSIFICAÇÃO DE METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCO ........................ 33
QUADRO 2.6 - CONEXÕES ENTRE DADOS DE ENTRADA E METODOLOGIAS .......................... 34
QUADRO 2.7 – CRITÉRIOS DE TOLERABILIDADE DE RISCOS SOCIAIS ADOTADOS PELA FEPAM
OUTRA FORMA DE APRESENTAÇÃO DA FIGURA 2.3.................................................... 41
QUADRO 2.8 – ANÁLISE DETERMINÍSTICA DE RISCO - EXEMPLO DE UM ESQUEMA DE MATRIZ
DE RISCO ............................................................................................................... 42
QUADRO 2.9 - ANÁLISE DETERMINÍSTICA DE RISCO ......................................................... 42
QUADRO 2.11 - VALORES DE DANOS E RISCO PARA DIFERENTES PLANTAS
INDUSTRIAIS DE UNIDADES DE SULFOLENO................................................ 57
QUADRO 2.12 - PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE DIFERENTES EVENTOS ACIDENTAIS EM
VÁRIAS UNIDADES EM PLANTAS DE FÁBRICA DE SULFOLENO ....................................... 59
QUADRO 2.13 - LISTA DE IMPORTANTES EVENTOS INICIAIS (EVENTOS BÁSICOS) QUE PODEM
LEVAR A UMA EXPLOSÃO DE REATOR DE PRODUÇÃO DE SULFORETO COM ÍNDICE DE
MELHORIA – IM ..................................................................................................... 60
TABELA 2.3 - RESULTADO DE ANÁLISES DE CONSEQÜÊNCIA PARA ACIDENTE EM REATOR DE
PRODUÇÃO DE SULFORETO (REATOR 1) ................................................................... 62
TABELA 2.4 - EFEITO LETAL DE VÁRIAS POTENCIALIDADES SOBRE A ÁREA DEVIDO A UM
ACIDENTE EM REATOR DE SULFORETO (REATOR 2) ................................................... 63
TABELA 2.5 - RESULTADO DE ANÁLISES DE CONSEQÜÊNCIA PARA ACIDENTE EM REATOR DE
HIDROGÊNIO (REATOR 2)........................................................................................ 63
TABELA 2.6 - EFEITO LETAL DE VÁRIAS POTENCIALIDADES SOBRE A ÁREA DEVIDO A UM
ACIDENTE EM REATOR DE HIDROGÊNIO (REATOR 2) .................................................. 64
TABELA 2.7 - RESULTADO DE ANÁLISES DE CONSEQÜÊNCIA PARA ACIDENTE EM LINHAS DE
TUBO .................................................................................................................... 64
TABELA 2.8 - EFEITO LETAL DE VÁRIAS POTENCIALIDADES SOBRE A ÁREA DEVIDO A UM
ACIDENTE EM LINHAS DE TUBO................................................................................. 65
QUADRO 3.1 – DEFINIÇÕES SOBRE EXTERNALIDADES...................................................... 72
QUADRO 3.2 – CUSTOS DA QUALIDADE AMBIENTAL ......................................................... 75
QUADRO 3.3 - CUSTO DE ADEQUAÇÃO ATRAVÉS DA PREVENÇÃO ..................................... 76
QUADRO 3.4 - CUSTO DE ADEQUAÇÃO ATRAVÉS DE CORREÇÃO....................................... 76
QUADRO 3.5 - CUSTO DE ADEQUAÇÃO ATRAVÉS DO CONTROLE ....................................... 77
QUADRO 3.6 - CUSTO ATRAVÉS DAS FALHAS DE ADEQUAÇÃO .......................................... 77
QUADRO 3.7 - CUSTOS TRATADOS COMO EXTERNALIDADES ............................................ 78
QUADRO 4.1 - VALOR ECONÔMICO TOTAL E TÉCNICAS DE VALORAÇÃO ............................ 81
QUADRO 4.2 - MÉTODOS PARA VALORAÇÃO MONETÁRIA DO MEIO AMBIENTE .................... 83
QUADRO 4.3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DA VALORAÇÃO CONTINGENTE .................... 84
QUADRO 4.4 - RESUMO DE MÉTODOS DE VALORAÇÃO AMBIENTAL ................................... 90
QUADRO 4.5 – ESCOLHA DA TÉCNICA DE VALORAÇÃO ..................................................... 94
QUADRO 5.1 - ÁRVORE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ADVINDOS PELO VAZAMENTO ............ 101
TABELA 5.1 - ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DAS VARIÁVEIS DE ESTUDO E COEFICIENTES
ESTIMADOS DE EQUAÇÕES DE RISCO DE TRABALHO ................................................. 111
TABELA 5.2 – VALOR DE ESTIMATIVA DOS MÍNIMOS QUADRADOS DE EQUAÇÕES SALARIAIS 114
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1 - UM CENÁRIO TÍPICO DE METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCO .................... 37
FIGURA 2.2 - ETAPAS ENVOLVIDAS NO DESENVOLVIMENTO DE UM CENÁRIO DE ACIDENTE DE
MÁXIMA CONFIANÇA ................................................................................................. 38
FIGURA 2.3 – CRITÉRIOS DE TOLERABILIDADE DE RISCOS SOCIAIS ADOTADOS PELA FEPAM
............................................................................................................................. 41
FIGURA 2.4 - DIAGRAMA DE BLOCO SIMPLIFICADO APRESENTANDO VÁRIAS ETAPAS DE
TÉCNICAS E/OU FERRAMENTAS PARA CONDUÇÃO A UMA ANÁLISE DE RISCO ................. 44
FIGURA 2.5 – DESENHO AMBIENTAL DA PLANTA ............................................................... 65
FIGURA 2.6 – CONTORNOS DE RISCO INDICANDO ÁREAS DE IMPACTO PARA UM ACIDENTE
OCORRENDO NO REATOR 1 (ENXOFRE) DEVIDO A RISCO SEVERO (A), ALTO RISCO (B) E
RISCO MODERADO (C). ........................................................................................... 66
FIGURA 2.7 – CONTORNOS DE RISCO INDICANDO ÁREAS DE IMPACTO PARA UM ACIDENTE
OCORRENDO NO REATOR 2 (HIDROGÊNIO) DEVIDO A RISCO SEVERO (A), ALTO RISCO (B)
E RISCO MODERADO (C). ........................................................................................ 66
FIGURA 2.8 – CONTORNOS DE RISCO INDICANDO ÁREAS DE IMPACTO PARA UM ACIDENTE
OCORRENDO EM TANQUES DE ARMAZENAMENTO DEVIDO A RISCO SEVERO (A), ALTO
RISCO (B) E RISCO MODERADO (C). ......................................................................... 67
FIGURA 2.9 – CONTORNOS DE RISCO INDICANDO ÁREAS DE IMPACTO PARA UM ACIDENTE
OCORRENDO EM TANQUES DE ARMAZENAMENTO DEVIDO A RISCO SEVERO (A), ALTO
RISCO (B) E RISCO MODERADO (C). ......................................................................... 68
FIGURA 3.1 – CUSTO EXTERNO ..................................................................................... 73
xi
LISTA DE SIGLAS
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Esta dissertação tem como objetivo principal inferir, com base na análise
ex-post do grande acidente ocorrido na fábrica de Isocianato de Metila – MIC da Union
Carbide em Bhopal, Índia, em dezembro de 1984, se o valor pago como indenização
pelas vidas humanas perdidas foram satisfatórios. Parte-se do pressuposto
econômico de que as firmas buscam maximizar o lucro e de que, na ausência de um
efetivo controle social sobre suas atividades, o nível de dispêndio privado com
13
1
De acordo com Drogaris, apud Freitas et al (1995), são propostos seis índices de gravidade (negligenciável, digno
de nota, importante, severo, muito severo e catastrófico) em basicamente três grupos de parâmetros (potencial de
perigo em função do tipo e quantidade da substância envolvida, conseqüências – saúde, meio ambiente e
materiais – e extensão das medidas externas de intervenção e segurança) para os acidentes químicos ampliados
ocorridos nas Comunidades Européias. Um dos índices empregados no grupo de parâmetros das conseqüências é
o número de óbitos, sendo classificados com “importante” (entre 1 e 4), “severos” (entre 5 e 19), “muito severos”
(entre 20 e 49) e catastróficos (mais de 50).
18
2
Experiência vivida pelo autor na Refinaria Duque de Caxias, da Petrobrás, em 1972, quando da explosão de três
esferas de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), pedaços das mesmas foram deslocados em função de altíssima
pressão no seu interior, produzida pelo calor excessivo, indo parar a distâncias de mais de 500 metros. Um
operário ao subir na esfera para abrir uma válvula de escape que não funcionava direito, foi desintegrado na
explosão.
3
MARS (Major Accidents Report System) é um sistema de informação desenvolvido para as Comunidades
Européias baseado na Diretivo 96/82/EC ("Seveso II") e consiste na catalogação de grandes acidentes industriais
envolvendo substâncias perigosas dos Estados-Membros da União Européia (Kirchsteiger, 2001).
21
QUADRO 2.1 – ACIDENTES QUÍMICOS AMPLIADOS - NÍVEL GLOBAL COM MAIS DE 20 ÓBITOS
DE 1972 A 1984
populações que obtém água para consumo dos rios atingidos, ocorrendo mortes de
peixes em extensão muito grande, podendo atingir algumas centenas de quilômetros.
As incertezas quanto aos efeitos à saúde humana e ao meio ambiente também
provocam sentimentos de medo, insegurança e mesmo pânico e instabilidade social
nas regiões afetadas. No combate ao incêndio da Sandoz, estimou-se que entre 10 e
30 toneladas de contaminantes foram lançadas no rio Reno através das águas
residuais. Houve morte de grande número de peixes numa extensão de 250km
enquanto que se colocou em risco de saúde a população em torno de 12 milhões de
habitantes distribuídos por cidades e vilas ao longo desse rio na França, Alemanha e
Holanda (Freitas et al 1995).
No estudo efetuado por Carol et al (2002) acerca de análise histórica de
severidade de acidentes industriais com substâncias de risco foi utilizada a base de
dados MHIDAS (Major Hazard Incident Data Service), versão de julho de 2001, que
contém 11.729 relatórios em 10.252 incidentes. Foram considerados registros de
acidentes após o ano de 1974, em instalações permanentes (não o transporte) para
número N de fatalidades conhecidas (N > 0) nos cálculos estatísticos, tendo em vista
que os de anos anteriores os incidentes aconteceram em um ambiente de diferenças
tecnológicas, onde medidas de segurança e de planejamento em prevenção de risco
não eram comparáveis com o que atualmente se estuda na prática.
Depois de aplicar critérios de seleção, 1.694 acidentes estavam
disponíveis para análise, do qual 1.254 estavam divulgados pelo Diretório de
Segurança e Confiabilidade - SRD - (Safety and Reliability Directorate) e o restante
por outras tecnologias. Dos 22 campos disponíveis para cada relatório no banco de
dados, só quatro forneceram informações sobre a severidade de acidentes: número
de fatalidades, número de danos, número das pessoas evacuadas e dano à
propriedade. Os acidentes com mais de 100 fatalidades considerados naquele estudo
dão valores estatísticos mostrados na Tabela 2.1. Discrepâncias consideráveis foram
achadas entre fontes de consulta diferentes ao se estabelecer conseqüências de
certos incidentes. Por exemplo, no MHIDAS encontram-se registrados 2001
fatalidades para o acidente de Bhopal, enquanto em outros relatórios e fontes indicam
de 2.500 e 2.800 óbitos (estes são fatalidades “imediatas”; o número acumulado das
mortes para este acidente acredita-se ser muito mais alto) (Carol et al, 2002).
Observa-se que em função do número de acidentes (1.694), a média de óbitos é de
cinco pessoas, porém, o maior número observado de óbitos foi de 2001, com desvio
23
Nº de
Data Cidade País N° mortes Substância Evento
Acidentes
7.861 31/01/96 Shaoyang Coréia 101 Dinamite Explosão
Liberação de
nuvem de gás,
1.098 03/12/84 Bhopal Índia 2.001 Isocianeto de Metila
atingindo uma
área de 42 Km2.
Explosão seguida
989 19/12/82 Tacoa Venezuela 154 Óleo combustível
de fogo.
4
Experiência vivida pelo Autor no período de março de 1965 a junho de 1972 na Refinaria Duque de Caxias –
Petrobrás, e na Fábrica de Metanol anexo à Refinaria de Manguinhos em 1971, Rio de Janeiro.
25
5
Incidentes são compreendidos como eventos inesperados sem sérias conseqüências, embora possam ocasioná-
las, enquanto os acidentes são eventos também inesperados, porém causam danos materiais, lesões e óbitos.
28
Perigo
Característica associada a uma substância, instalação, atividade ou procedimento que representa um
potencial de causar danos aos seres vivos ou ao meio ambiente. Como exemplos de perigo, pode-se
citar: produto a pressões elevadas, manuseio ou uso de substâncias tóxicas, inflamáveis, reativas,
radioativas, corrosivas, explosivas, muito quentes (exemplo: craqueamento catalítico: 760º C) ou muito
frias (Soares, 2001, p.1).
Risco
Incerteza associada a um perigo, com possibilidade de acontecer no futuro, que causa uma redução de
segurança. É a probabilidade de perda ou dano em pessoas, sistemas e equipamentos ou ao meio
ambiente, em um determinado período de tempo enquanto durar seus efeitos, como resultado de uma
situação de perigo. O risco é função da probabilidade ou da freqüência de ocorrência de uma
anormalidade. Observa-se que no tratamento da questão, as pessoas tendem a associar o risco com a
“probabilidade de ocorrência” do evento e não tanto com as “conseqüências”, embora o correto seja a
associação dessas também (Soares, 2001, p.1).
A noção de risco considera, portanto, a existência de uma possível exposição às situações de perigo: os
riscos podem ser maiores com elementos pouco perigosos, dispostos inadequadamente durante longo
tempo, do que um produto muito perigoso, produzido em pequenas quantidades. Do mesmo modo, o
risco de morte de uma pessoa na eventualidade de uma explosão acidental em uma indústria química
depende da magnitude da explosão, do combustível ou do produto envolvido, da probabilidade de
ocorrência e as conseqüências para o organismo humano (Soares, 2001, p.1).
Um tratamento rigoroso de risco requer uma definição mais precisa e que permita sua quantificação.
Uma definição que cumpre estes requisitos é baseada no produto da freqüência prevista para um
determinado sucesso pela magnitude das conseqüências prováveis: Risco = freqüência x magnitude das
conseqüências. Desta forma, um acidente que uma freqüência estimada de ocorrer uma vez a cada 50
anos e suas conseqüências se estimam em uma centena de mortes, o risco é de duas mortes por ano. Se
um acidente com as mesmas características ocorrerem e as perdas são valoradas em 300 milhões de
dólares, o risco é de seis milhões de dólares por ano (Casal et.al, 1999, p.20).
Risco Individual
Probabilidade anual de um indivíduo sofrer algum dano durante ou após um determinado acidente. Os
níveis de danos estão relacionados à perda da vida, ferimentos, danos à propriedade, interrupção da
atividade, necessidade de abandono (evacuação) dos prédios (Christou e Porter, 1999, p.21)
Risco Social
Risco da população na zona de influência de um acidente. Sua avaliação é importante no tocante à
eventualidade de acidentes com conseqüências ambientais. O risco é, em geral, assumido pelas pessoas
em troca de uma necessidade de realizar a ação perigosa. Avalia-se que o risco assumido
29
voluntariamente seja de 10 a 100 vezes maior do que aqueles que a pessoa não assume
voluntariamente (Soares, 2001, p.2).
Análise de riscos
Operação sistemática para descrever e quantificar os riscos associados a uma substância, instalação,
atividade ou procedimento (Soares, 2001, p.2). Por exemplo: a consideração de incertezas no plano de
desenvolvimento de um campo de petróleo afeta a decisão nos processos de produção, e a
quantificação do impacto de tais incertezas permite a análise de risco (Santos e Schiozer, 2003, p.1).
A avaliação de risco e de perigo abrange os bens totalmente adversos de um projeto ou de uma planta
industrial que envolva fogo, calor, combustão, explosão ou inundação, podendo surgir dentro de uma
fábrica ou de um transporte industrial de inflamáveis – considerando-se os polidutos, caminhões,
vagões, balsas, navios. A avaliação é feita na forma de probabilidade de ocorrência do risco e a
segurança depende da localização da fábrica, das precauções de segurança, do grau de treinamento e
agilidade dos funcionários.
QUADRO 2.4 – DEFINIÇÕES SOBRE RISCO
certamente acidente: 90%), P50 (provável, idem 50%) e P10 (otimista, idem 10%); e a
seleção de modelos representativos para cada expectativa.
A análise de sensibilidade é executada comparando-se um modelo
básico (composto normalmente pelo nível mais provável de cada atributo) com todas
as variações de cada nível de cada atributo. Depois da análise de sensibilidade, os
atributos críticos são combinados em uma técnica de árvore derivada e todos modelos
possíveis são simulados. Muitos modelos são normalmente gerados por este
procedimento e alguns deles podem ser escolhidos para representar o alcance do
problema de incerteza. Estes modelos referidos como modelos representativos,
podem ser usados para vários propósitos, tais como verificar a importância da
otimização de estratégia de produção no procedimento de análise de risco (Santos e
Schiozer, 2003).
A história tem revelado que acidentes de grandes proporções são
causados por imperícia, imprevistos, erros humanos, causas acidentais, falhas de
equipamentos, inclusive de segurança, fadiga de materiais, calamidades públicas tais
como enchentes, maremotos, tufões, deslizamentos de terra e outros tantos fatores.
Até os anos 19606, no Brasil, não se considerava a abrangência dos danos, ou seja,
os equipamentos eram trocados ou reparados e a indústria continuava a operar sem
preocupação com a substituição, recuperação e indenização dos danos ambientais;
efetuando-se o pagamento do prêmio de seguros materiais e de vidas humanas.
6
Experiência vivida pelo Autor no período de março de 1965 a junho de 1972 na Refinaria Duque de Caxias –
Petrobrás, Rio de Janeiro, participando na solução de acidentes de alto risco de vida e de grandes proporções,
inclusive explosões e incêndios.
31
Metodologias a
Tipos Entrada de Dados Determinístico e
Determinístico Probabilístico
Probabilístico
Local 2, 3, 4, 5, 7, 8, 11, 13, 23
Qualitativo 26, 27, 30
Unidades de Instalação 14, 15, 18, 19, 21, 22
Planta e Diagrama Redes de Gás ou Fluidos Funcionando 31, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 45, 46, 47 50, 51, 52, 53, 56,
Quantitativo
Barreiras de Segurança, Armazenagem. 40, 41, 42, 43 57, 59, 61, 62
Descrição das Operações, de Tarefas. Aspectos de Reações Físicas e
Qualitativo 2, 3, 7, 8, 10, 11, 14, 16, 19, 20, 21 54
Químicas; Características de Processo.
Processos e Reações
Parâmetros Cinéticos e Calorímetros,
Quantitativo 33, 35, 36, 37, 40, 41, 42, 43
Condições de Funcionamento Normal e de Operação.
Tipos de produtos, propriedades físicas e químicas. Qualitativo 11, 12, 13, 14, 16 26
Produtos 31, 32, 33, 34, 35, 36, 38, 40, 41,
Dados de quantidades toxicológicas. Quantitativo 51, 54, 55, 56, 58
42, 43
Tipo e Probabilidade de Falha, Inicialização e Freqüências de Falha. Qualitativo 1, 12, 23, 24 25 26, 27, 28, 29, 30
Probabilidades e 44, 46, 47, 48, 49,
Freqüências Falhas Humanas, Categorias de Falhas,
Quantitativo 50, 51, 52, 53, 58,
Probabilidade de Exposição.
59, 60
Qualitativo 11, 19
Local do ambiente.
Ambiente Quantitativo 31, 43, 36, 37, 42 51
Dados topográficos e densidade populacional, Padrões.
Qualitativo 4, 5, 13, 14, 18
Início
Aplicação de
técnicas de
Identificação dos Riscos identificação de
risco: checlist,
índices, etc.
Sim
Avaliação do Dano
Avaliação quantitativa
Avaliação qualitativa do dano
Aplicação HAZOP
do dano
para conduzir
esta etapa
Aplicação de
Estimação de freqüência ou técnica de árvore
probabilidade de ocorrência de falha
Estimativa:
i) individual, e Estimação de risco
ii) fatores de risco
social
Início
Usando:
- Dados operacionais
Desenvolvimento de cenários de acidentes - Falhas históricas
- Características químicas
- Parâmetros ambientais
Processo MCS
Usando modelos
apropriados de fogo,
Processos de separação de cenários por explosão, lançamentos e
estimação de dano potencial dispersões tóxicas e
reações de impacto.
Fim
7
Experiência vivida pelo autor no trabalho em refinaria de petróleo.
8
ALARA - “As Low as Reasonably Achievable” (tão baixo quanto razoavelmente atingível). Significa que os riscos
devem ser reduzidos sempre que o custo das medidas necessárias para redução for razoável quando comparado
com os benefícios obtidos em termos de redução de riscos (redução marginal ou diferencial de risco). Às vezes
também mencionado na forma ALARP – “As Low as Reasonably Possible” (tão baixo quanto que possível) (Silva,
2002).
41
Escala logaritmica
F 1e-01/ano
1e-02/ano
Região
-03 intolerável
1e /ano
1e-04/ano
1e-05/ano
Região
1e-06/ano
ALARA
Região
1e-07/ano perfeitamente
tolerável
1e-08/ano
1e-09/ano
1e-10/ano
Figura extraída de Silva (2002, p.15); Christou & Porter (1999, p.22).
FIGURA 2.3 – CRITÉRIOS DE TOLERABILIDADE DE RISCOS SOCIAIS ADOTADOS PELA FEPAM
Identificação de perigo
-Técnica HIRA
Estimação de Risco
Fim
9
Fontes de parâmetro de incerteza são erros de medida, erros de amostragem, de variabilidade, e o uso de dados
de substituto. Erros de medida se referem a erros fortuitos, de imprecisão ou erros sistemáticos, enquanto erros de
amostragem são erros de tamanho de amostra: pequena e/ou nenhuma amostra representativa.
10
A estimação é executada usando-se o Método de Monte Carlo — que é um método de amostragem estatística
para se obter a distribuição de probabilidade dos resultados possíveis de um modelo. A distribuição de
probabilidade de cada variável é desenvolvida usando todos dados avaliados e disponíveis (EPA, 1997b apud
Moschandreas e Karuchit, 2002).
47
Como cada vez mais indústrias são instaladas, mais acidentes vêm
ocorrendo, fazendo-se com que haja maiores preocupações por parte das mesmas e
de órgãos governamentais em se evitar danos e prejuízos. A produção de elementos
poluentes causadores de impactos ambientais, em muitos casos, é resultado de falhas
no processo sobretudo se os valores estiverem em níveis excessivos, ou fora dos
limites previstos nas leis regulamentadoras ou normas (externas ou internas à
empresa) (Soares, 2001).
A Figura 2.4 é um diagrama de bloco simplificado que apresenta várias
etapas de técnicas e/ou ferramentas para condução a uma análise de risco. Os
aspectos de acidentes em indústrias de processo químico são tratados durante uma
49
A topografia da área;
A rede hidráulica;
A habitação e as áreas industriais;
As redes de transporte;
Serviços e instalações públicas, etc.
11
Acidentes são analisados e informados um banco de dados denominado FACTS mantido e atualizado pela The
Netherlands Organization for Applied Scientific Research (TNO), Department of Industrial Safety. Contém
51
informações sobre mais de 18,000 acidentes em processos industriais mundiais, envolvendo substâncias de risco
(Sonnemans e Körvers, 2005, p.6).
52
A análise de perigo e operabilidade denominada como HazOp (Hazard and Operability Study)12 é um método sistemático que aborda técnicas e análises
qualitativas. Para sua aplicação efetua-se um levantamento completo dos fatores operacionais que possam provocar falhas no sistema (Khan, 2001;
HazOp - Análise de Konstandinidou et al, 2003).
Perigos e Esta abordagem (criada por KLETZ na década de 1970) foi introduzida em indústrias químicas para o exame sistemático formal do processo de
Operabilidade engenharia, para avaliar o potencial de perigo de funcionamentos ineficazes de operações. A HazOp tem sido empregada para estimar a avaliação
preliminar de um sistema complexo que se apresentam vários processos que acontecem em seqüência (chamado efeito dominó), ou em paralelos, cada
um deles envolvendo muitas reações químicas e termodinâmicas de risco (Cacciabue, 2000).
Os procedimentos da Metodologia MCS são apresentados por Khan e Abbasi (2002) na Figura 2.2. É um processo que leva em consideração possíveis
acidentes em determinada unidade de produção onde são calculadas distâncias (raios) de abrangência de dano tais como índice tóxico, índice de dano
por fogo e explosão. Em seguida estima-se a probabilidade de cada acidente podendo ser obtida na literatura (freqüências de ocorrência de vários
eventos sob condições diferentes). A estimação da probabilidade mais precisa seria obtida por uma análise de árvore de falha onde é exigido um grande
MCS conjunto de observações, mas também uso de computadores, tempo e custo.
A próxima etapa envolve a metodologia de delineamento de máxima credibilidade de cenários de acidente - uma vez que todos cenários de acidente
acreditáveis tenham sido identificados, eles são estudados adicionalmente para se decidir quais os mais acreditáveis (possíveis de ocorrer). São aqueles
que têm mais alto dano potencial como também alta probabilidade de ocorrência. Pode haver cenários com potencial de dano maior que o mais
acreditável, mas, devido à sua baixa probabilidade de ocorrência, pode não ser qualificado como tão acreditável (Khan e Abbasi, 2002).
A metodologia possui determinadas vantagens em relação às demais metodologias que vinham sendo aplicadas nas indústrias: baixo custo de
implementação demandando pouco tempo de cálculos e é tão precisa como outras metodologias existentes. A metodologia visa a identificar e avaliar
perigos e estimar fatores de risco devido a qualquer acidente ou infortúnio na indústria de processo químico (Khan e Abbasi, 2001). A metodologia
ORA - Análise Ótima envolve quatro etapas: Identificação do risco e triagem; Avaliação de risco (qualitativa e probabilística); Quantificação de perigo ou análise de
de Risco conseqüência; e, Estimação de Risco.
Estas etapas de ORA usadas em cada passo são apresentadas em termos de algoritmo. A estrutura de ORA permite modelagem de prováveis acidentes
baseados na substância química e características de processo, avaliação da forma de ocorrência destes acidentes, estimação detalhada de conseqüências
e, finalmente, predição de fatores de risco.
Khan e Abbasi (2001) propuseram essa técnica para o desenvolvimento da análise de risco que envolve identificação e classificação de risco. O objetivo
dessa análise é identificar as substâncias químicas e unidades de operações que constituem potencial perigo. HIRA é baseada em um atributo múltiplo de
HIRA - Risco e identificação de risco e método detalhado de classificação. São considerados potenciais de perigo em uma unidade como uma função do produto
Análise de químico, capacidade de processamento ou armazenamento, tipo da unidade operacional, condições de operação, e ambiente (localização de outras
Classificação unidades perigosas). Os resultados de HIRA fornecem dois índices: índice de dano de fogo e explosão, e índice de dano tóxico - lançamento tóxico e
perigo de dispersão. A metodologia HIRA é de simples implementação, modular em estrutura e pode ser facilmente automatizada para reduzir tempo de
especialista. Suas maiores características são:
1- Levam em consideração os impactos de várias operações de processo, e os parâmetros associados para identificação de risco;
12
Para maiores detalhes sobre Hazop - Análise de Perigos e Operabilidade consultar Souza (1995, p.36).
54
Envolve identificação de causas de um acidente, freqüência de ocorrência, e contribuição de cada causa para o acidente. É uma metodologia útil, mas
possui algumas limitações encontradas em outras metodologias como: necessidade de grandes volumes de dados e utiliza muito tempo de especialista.
Khan, Husain e Abbasi (2002) combinaram métodos analíticos e técnicas de simulação de Monte Carlo e desenvolveram um software intitulado
PROFAT (Análise Probabilística de Árvore de Falha). Esta metodologia foi desenvolvida para ser conduzida durante avaliações de risco nas indústrias
de processo químico. A metodologia é baseada em um sistema que envolve:
1- Desenvolvimento de uma árvore de falha;
2- Determinação do caminho menor que leva do início de eventos para o evento máximo (acidente maior);
3- Análise de probabilidade.
Análise Probabilística
de Árvore de Falha Com a aplicação do sistema em uma indústria um especialista em análise de risco pode descobrir:
1- O início de eventos que podem eventualmente ocorrer, do mais simples para um acidente grave;
2- Uma série inicial de mínimos acidentes que podem eventualmente ocorrer, do mais simples para um acidente grave;
3- As probabilidades de ocorrência de início de tais eventos;
4- Contribuição relativa de cada acidente no início de tais eventos; e,
5- Identificação do início de eventos com maiores potenciais para causar um evento superior (acidente maior) de forma que estratégias de prevenção de
acidente e planos de preparação de emergência podem ser enfocadas neles.
Os atributos notáveis do sistema são: poder de recuperação para falta de precisão dos dados básicos, processo rápido com requisitos moderados de
capacidade de computação (sofisticação de computadores), facilidade de uso, e podendo ser diretamente utilizado na produção.
A análise de conseqüência envolve avaliação de prováveis conseqüências se um cenário de acidente se materializa. As conseqüências são quantificadas
em termos de raios de dano (o raio da área em que o dano prontamente aconteceria), danos à propriedade (quebra de vidraças, desmoronamento de
edifícios, perda de equipamentos) e efeitos tóxicos (toxidade aguda ou crônica, mortalidade).
Análise de A avaliação de conseqüência envolve uma variedade ampla de modelos matemáticos. Por exemplo, modelos de fonte de materiais são usados para
Conseqüência predizer a taxa de lançamento de material perigoso, o ponto de fulgor, e a taxa de evaporação.
Os modelos para explosões e incêndios são usados para predizer as características dos mesmos. Os modelos de intensidade de impacto são usados para
predizer as zonas de dano devido a fogo, explosão e carga tóxica, e, finalmente, os modelos de gás tóxico são usados para predizer reação humana a
diferentes níveis de exposições ao ser submetido a substâncias químicas tóxicas (Khan e Abbasi, 2001).
É um software (Modeling and simulation of fires and explosions in chemical process industries) que foi desenvolvido especificamente para estimar os
MOSEC - Modelagem impactos de acidentes em indústrias de processo químico envolvendo explosão e/ou fogo (Khan e Abbasi, 2001, p.49). MOSEC compreende o estado da
e simulação de fogo e arte da geração de modelos para lidar com vários tipos de fogo; fagulhas que produzem fogo; bola ou jato de fogo; explosões de vapor de líquido
explosão expandido de gases (submetido a altas temperaturas) – “Boiling Liquid Expanding Vapor Explosions” (BLEVE); explosão de nuvem de vapor químico
confinado ou não; e, explosão proveniente de vazamento.
55
É um software computacional especificamente desenvolvido para estimar as conseqüências (danos potenciais e riscos) devido a lançamento de químicas
tóxicas, acidentalmente ou voluntariamente (Khan e Abbasi, 2001). A estrutura modular de HAZDIG (desenvolvido em um ambiente computacional
orientado a objeto) permite rápido processamento de dados, incorpora modelos mais recentes de estimativa de estabilidade atmosférica e dispersão. Os
HAZDIG - Dispersão pormenores necessários para criação dos modelos são fáceis de se obter: propriedades químicas, condições operacionais, temperatura ambiente, e alguns
de Gases Perigosos parâmetros meteorológicos estão comumente disponíveis. Uma base de dados foi construída em um sistema contendo várias constantes proporcionais e
dados empíricos complexos. É capaz de manejar vários tipos de cenários de liberação, fraca e forte dispersão de gás para o ambiente. A opção de
gráficos permite ao usuário desenhar limites de abrangência em qualquer área industrial, à mão livre ou usando qualquer ferramenta de desenho. A
opção de desenho de contorno possui facilidade de se desenhar vários contornos de danos e risco acerca de desastre.
A maior parte das metodologias de análise de risco lida com acidentes em uma única indústria e, principalmente, muito mais em uma das unidades de
uma indústria. Mas é sempre possível que um acidente maior em uma unidade — fogo ou uma explosão - pode causar um acidente secundário em uma
unidade próxima que, por sua vez, pode ativar um acidente terciário e assim sucessivamente. A probabilidade de tal efeito dominó ou ocorrência de
efeitos em cascata ocorre hoje em dia com a instalação de mais novas indústrias sendo construídas em áreas industriais já congestionadas. Os autores
Khan e Abbasi (2001) desenvolveram uma metodologia automatizada de computador DOMIFFECT - Efeito Dominó (DOMino EFFect Analysis) -
onde se consegue saber:
DOMIFFECT -
a) se efeitos dominó são prováveis de ocorrer em uma dada instalação;
Análise de Efeito
b) se eles produziriam o que seriam os prováveis cenários de acidente; e,
Dominó
c) o que produziriam os prováveis impactos de cenários diferentes.
Finalmente, a ferramenta orienta para estratégias necessárias para se prevenir efeitos dominó, sendo um menu dirigido e interativo capaz de indicar:
1) A estimativa de todos os perigos possíveis de lançamento tóxicos para produzir explosão;
2) Manipulação de interação por meio de eventos acidentais diferentes (geração de cenários de acidente que produzem efeito dominó ou cascata);
3) Estimação de probabilidade de efeito dominó;
4) Estimação de conseqüências de efeito dominó.
Khan, Husain e Abbasi (2002) destacam a necessidade em se desenvolver uma metodologia sistemática e completa para avaliação de risco e de
segurança obtendo-se risco efetivo e confiável. Em seu trabalho de pesquisa, desenvolveram a metodologia SCAP - (Safety, Credible Accidents, and
SCAP - Segurança, Probabilistic Fault Tree Analysis) que se baseia nas seguintes etapas:
Prováveis Acidentes e Etapa 1 – Identificação de perigo e categorização usando SWeHI (Safety Weighted Hazard Index) – Indexador ponderado de perigo, desenvolvido
Árvore de Análise anteriormente pelos autores em 2001, para identificação e classificação dos acidentes.
Probabilística de Etapa 2 – Avaliação quantitativa de perigo – Análise de credibilidade de acidente máximo (ampliado) que é dividida em duas sub-etapas: a – Previsão de
Falhas cenários de acidentes; e, b – Estimação de danos para previsão de cenários de acidentes.
Etapa 3 – Avaliação probabilística – Metodologia de simulação analítica.
Etapa 4 – Quantificação de risco e medida (capacidade) de segurança.
Abrangência de Local Os contornos de risco são o modo mais comum e significante de representar a abrangência de risco. Diferentes níveis de círculos de risco são traçados
de Risco13 em termos de contornos sobre o local. Uma planta da fábrica fornece uma visão clara das áreas sob risco com contornos de riscos desenhados. Esta
13
O procedimento ORA, acima descrito, foi usado para se estudar uma planta típica de uma fábrica química de fabricação de sulfoleno. A indústria foi instalada em um complexo
industrial mais ou menos a 25 km de Thane, Maharastra, Índia. A indústria é cercada por aldeias densamente povoadas: Bandukhadi, Balramkhadi, e Ramnagar, e várias outras
indústrias (Figura 7). O sulfoleno é usado como solvente para a extração de benzeno, tolueno, e xileno, e também usado como matéria-prima para muitas indústrias de processo
de substâncias químicas. O estudo efetuado por Khan e Abbasi (2001) teve os seguintes objetivos: a) Identificar o tipo de perigos presentes em cada local ou unidades da fábrica;
b) Identificar as causas principais básicas de tais perigos; c) Quantificar os perigos em termos de dano provável; d) Quantificar a probabilidade de ocorrência de tais perigos; e, e)
Quantificar fatores de risco. A planta da fábrica de sulfoleno foi dividida em seis unidades diferentes de acordo com o processo / operação envolvidos, sendo: a) armazenamento,
56
representação é particularmente benéfica quando são executados estudos de complexos industriais cercados por diferentes tipos de locais e indústrias.
Esta representação também dá uma idéia direta do efeito dominó ou cascata (Khan e Abbasi, 2001).
QUADRO 2.10 – DESCRIÇÃO DAS METODOLOGIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
b) reator 1 (enxofre), c) unidade de transferência de massa, d) unidade de bomba compressora, e) reator 2 (hidrogênio), e f) unidade de transporte. As substâncias químicas mais
comumente usadas nestas unidades de risco são; i) butadieno, ii) dióxido de enxofre, iii) hidrogênio, e iV) sulfoleno. A identificação e a classificação técnica de perigo (HIRA) foi
aplicada nas diferentes unidades da fábrica. Foram calculados para cada unidade: índices de fogo, índice de dano de explosão e índice de dano tóxico. Os resultados de índices
de HIRA para as diferentes unidades da fábrica são apresentados na Tabela 8. É evidente que unidades de armazenamento, reator 1 (enxofre), reator 2 (hidrogênio), evaporador,
e linhas de tubo números 11 e 19 têm potencial de alto dano. As unidades que constituem risco em estudo foram sujeitas à avaliação de perigo. O procedimento optHAZOP foi
usado para avaliação de perigo qualitativo, enquanto que uma técnica de análise de árvore de falha modificada MFTA (Modified Fault Tree Analysis) foi usada para avaliação
probabilística de risco, estimar a freqüência de ocorrência e a relativa contribuição de cada causa principal para as situações não desejadas.
Indexador de
Indexador
dano por fogo
Unidades Químicas Tipos de danos de dano
ou explosão
tóxico (B)
(A)
Reator 1 Butadieno Fogo e explosão 511,50 56,78
Reator 2 Dióxido Sulfúrico Liberação tóxica 432,12 100,00
Reator 3 Hidrogênio Fogo e explosão 377,12 100,00
Linha 11 Butadieno Fogo e explosão 243,20 25,67
Linha 12 Dióxido Sulfúrico Liberação tóxica 154,67 87,10
Linha 14 Sulfoleno Fogo e Liberação tóxica 138,74 57,60
Linha19 Hidrogênio Fogo, Explosão e Liberação tóxica 341,78 95,67
Reator 1 Butadieno Sulfuroso Fogo, Explosão e Liberação tóxica 467,34 85,67
Reator 2 Hidrogênio, Sulfoleno Fogo, Explosão e Liberação tóxica 415,30 76,67
Dióxido Sulfúrico,
Evaporador Fogo, Explosão e Liberação tóxica 338,34 87,30
Sulfoleno
Bomba 3 Dióxido Sulfúrico Liberação tóxica 67,57 87,56
Bomba 5 Butadieno Fogo e Explosão 63,62 35,41
Bomba 7 Hidrogênio Fogo e Explosão 58,51 21,23
Fonte: Khan e Abbasi (2001 p.52).
A – Indexador de Fogo e Explosão representa raio de danos em metros;
B – Indexador de dano tóxico que representa em percentagem o que uma pessoa pode ser afetada em uma área
de 500 metros de raio;
QUADRO 2.11 - VALORES DE DANOS E RISCO PARA DIFERENTES PLANTAS INDUSTRIAIS DE
UNIDADES DE SULFOLENO
a) Procedimento optHAZOP
Probabilidade de
Unidades Tipo de Risco
Perigo /ano
Armazenamento 1 Fogo e explosão 8,1*e-06
Armazenamento 2 Lançamento tóxico 5,5*e-05
Armazenamento 3 Fogo, explosão e lançamento tóxico 33,4*e-05
Linha 11 Fogo e explosão 1,2*e-03
Linha 12 Lançamento tóxico 3,2*e-03
Linha 14 Fogo, explosão e lançamento tóxico 5,4*e-04
Linha 19 Fogo, explosão e lançamento tóxico 7,05*e-04
Reator 1 Fogo e explosão 3,2*e-05
Reator 2 Fogo, explosão e lançamento tóxico 1,5*e-05
Bomba 2 Lançamento tóxico 2,5*e-03
Bomba 5 Fogo e explosão 3,6*e-03
Bomba 7 Fogo, explosão e lançamento tóxico 3,8*e-03
Fonte: Khan e Abbasi (2001).
QUADRO 2.12 - PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE DIFERENTES EVENTOS ACIDENTAIS EM
VÁRIAS UNIDADES EM PLANTAS DE FÁBRICA DE SULFOLENO
d) Análise de conseqüência
14
BLEVE - explosão de nuvem de vapor líquido fervendo - tem sido visualizado para ambas unidades porque estas
são unidades de armazenamento e operadas com alta pressão (estado liquefeito), conseqüentemente, um
lançamento instantâneo de substâncias químicas causa BLEVE. Este cenário tem sido verificado com estudos
históricos de unidades de armazenamento semelhante.
62
Distância (metros)
Eventos que danificam
200 500 700 1000
Cenário de acidentes: Lançamento tóxico, seguido por dispersão, faísca e fogo
Calor intenso (kW/m2) 3,59 1,62 0,22 0,06
Pico de alta pressão (kPa) 334,10 165,75 51,24 25,16
Onda de choque (m/s) 485,13 365,72 165,45 78,95
Efeito de projétil
Efeito de velocidade (m/s) 433,14 251,65 78,88 34,15
Energia cinética de projétil (kj/m2) 627,34 314,18 198,45 72,34
Fogo: faísca de fogo
Aquecimento intenso (kj/m2) 532,45 334,38 192,55 76,69
Lançamento tóxico e dispersão
Carga tóxica (ppm) 2.277,00 1.198,00 477,00 165,00
Fonte: Khan e Abbasi (2001)
TABELA 2.3 - RESULTADO DE ANÁLISES DE CONSEQÜÊNCIA PARA ACIDENTE EM REATOR DE
PRODUÇÃO DE SULFORETO (REATOR 1)
63
Distância (metros)
Efeitos letais
200 500 700 1.000
(%) Chances de efeitos particulares
Distância (metros)
Efeitos perigosos
200 500 700 1.000
Cenário de acidentes: Lançamento de bola de fogo
Calor intenso (kW/m2) 2,18 0,98 0,14 0,05
Pico de alta pressão (kPa) 193,12 146,76 39,56 18,64
Onda de choque (m/s) 428,41 326,23 131,45 56,45
Efeito de projétil
Efeito de velocidade (m/s) 355,34 198,41 65,24 26,42
2
Energia cinética de projétil (kj/m ) 574,21 245,86 110,34 35,67
Fogo: faísca de fogo
Aquecimento intenso (kj/m2) 471,20 301,30 115,34 56,30
Fonte: Khan e Abbasi (2001)
TABELA 2.5 - RESULTADO DE ANÁLISES DE CONSEQÜÊNCIA PARA ACIDENTE EM REATOR DE
HIDROGÊNIO (REATOR 2)
64
Distância (metros)
Efeitos letais
200 500 700 1.000
(%) Chances de efeitos particulares
100% letal por radiação 100 85 63 25
50% dano devido a onde de choque 87 61 34 18
100% letal devido a gás tóxico 87 61 34 18
100% chances de dano devido a projétil 82 55 23 06
Fonte: Khan e Abbasi (2001).
TABELA 2.6 - EFEITO LETAL DE VÁRIAS POTENCIALIDADES SOBRE A ÁREA DEVIDO A UM
ACIDENTE EM REATOR DE HIDROGÊNIO (REATOR 2)
Distância (metros)
Efeitos perigosos
200 500 700 1000
Distância (metros)
Efeitos letais
200 500 700 1000
(%) Chances de efeitos particulares
3.1. Introdução
3.2. Externalidades
Externalidades - são os efeitos das atividades de produção e consumo que não refletem
diretamente nos preços de mercado, e podem se tornar uma causa de ineficiência
econômica; bens públicos são os bens que podem beneficiar os consumidores, mas cuja
oferta no mercado ou é insuficiente ou é totalmente inexistente. Estes dois fatores
produzem falhas de mercado que dão origem a questões de política pública. Soluções
econômicas existem para as ineficiências que envolvem regulamentações governamentais,
negociações entre as partes, ou o direito de as partes prejudicadas recorrerem à justiça
contra os responsáveis pelas externalidades (Pindick & Rubinfeld, 1999).
demanda). O custo social agregado pode ser determinado pela soma da diferença
entre CMgS e D para todas as unidades produzidas que excedam o nível de produção
eficiente. Esse custo social é representado no Gráfico 1 pela área sombreada,
correspondendo entre as curvas CMgS e D medidas, respectivamente, para os níveis
de produção Q* e Q. Quando há externalidades negativas, o custo médio da produção
privada será inferior ao custo médio social (Pindick & Rubinfeld 1999, p.703,704).
15
Internalizador - termo pouco usado que identifica a vítima da externalidade (Contador, 2000, p.252).
74
16
Bem Comum - Motta (1991, apud Monteiro 2003, p.146) ressalva que há grande dificuldade e complexidade
quando se tenta atribuir valor a alguns bens e serviços ambientais declarados como intangíveis, ou seja: "a maioria
dos serviços ambientais em risco não é transacionada no mercado e, portanto, não tem preço. O fato de não ter
preço não significa que não tenha valor econômico";
75
Prevenção
Controle
Custo de Externalidades
possível. O custo de prevenção produz benefícios, tais como: minimização dos custos
para a sociedade, de disposição final dos resíduos, da produção, melhoria da imagem
da empresa (Quadro 3.3).
4.1. Introdução
Onde:
17
VET – Para se obter uma adequada análise sobre o Valor Econômico Total e o Valor de Existência, consultar
Nogueira e Medeiros (1999) intitulado: “Quanto vale aquilo que não tem valor? Valor de existência, economia
e meio ambiente”, onde são discutidos tratamentos teóricos sobre os valores obtidos nas estimativas do valor de
existência quanto na sua utilização e na implementação de políticas públicas e em estimativas de indenizações
judiciais.
81
Preços Valoração
Hedônicos Contingente Preços
Hedônicos Valoração
Valoração Modificações na Contingente
Contingente Produção de Valoração
Bens Contingente
Custos de Comercializáveis
Viagem
Fonte: Tolmasquim et al (2000 apud Monteiro 2003 p.173); Lima (2000 p.199).
QUADRO 4.1 - VALOR ECONÔMICO TOTAL E TÉCNICAS DE VALORAÇÃO
• do objetivo da valoração;
• das hipóteses assumidas;
• da disponibilização dos dados; e,
• do conhecimento da dinâmica ecológica do objeto que está sendo
valorado.
83
Vantagens Desvantagens
Aplicável à grande quantidade de bens ambientais. Baseado nas intenções de quem responde.
Pergunta por uma decisão atípica de gasto no
Avalia diretamente os vários tipos de benefícios de não-uso.
orçamento familiar.
Pode estimar diretamente a medida correta e bem-estar Depende da criação de um cenário compreensível,
Hicksiana. plausível e significativo.
Onde:
PP – Preço de Propriedade
f – Função hedônica
PROP – Variáveis de Propriedade (valores das propriedades)
NHOOD – Variáveis da Vizinhança
ACCESS – Variáveis de Acessibilidade
ENV – Variáveis Ambientais
Onde, f(PROP, NHOOD, ACCESS, ENV) simplesmente significa uma “função de“
(depende de). Esta equação pode ser adicionalmente expressa como:
B = e*p*R*V
Sendo:
Objetivos
1. Mudanças na
Produtividade Técnica / física
produtividade
4. Custos de Substituição /
Ativos financeiros e ambientais Técnica / física
Restauração
Subjetivos
2. Hedônicos
Valor da
Qualidade ambiental, produtividade Comportamental
Terra/Propriedade
(Rezeler 1993 apud Verma 2001; Van Ierland 1993). O COI não aborda despesas
para se evitar enfermidades (vacinas). Este tipo de custo ou despesa é considerado
como custo preventivo no Método de Preferência Revelada.
demanda. Pearce (1993) afirma que o MCR é freqüentemente utilizado como uma
avaliação do dano causado. Nogueira e Medeiros (1999) afirmam que essa
abordagem é correta nas situações em que é possível argumentar que a reparação do
dano deve acontecer por causa de alguma outra restrição. Pearce (1993) alerta para
os riscos desse procedimento porque ao impor uma reparação à sociedade está
sinalizando que os benefícios excedem os custos, quaisquer que sejam estes.
Outra aplicação da abordagem do custo de reposição é quando se
estabelece uma restrição total a não permitir uma diminuição na qualidade ambiental.
No caso de haver restrições os custos de reposição se apresentam como uma inicial
aproximação dos benefícios ou dano. Restrições desse tipo fundamentam a
abordagem de “projeto-sombra”, que é o nome dado a qualquer projeto voltado para
restaurar o meio ambiente por causa da restrição à sustentabilidade e cujo valor é um
mínimo do dano provocado (Pearce, 1993).
A operacionalização desse método é feita pela agregação dos gastos
efetuados na reparação dos efeitos negativos provocados por externalidades na
qualidade ambiental de um recurso utilizado em uma produção. O MCR considera
apenas os gastos com a reparação dos danos provocados pela redução da qualidade
do recurso ambiental. No MDR enfatiza-se a relação mais prática entre a aplicação de
uma “dose” de poluição e a “resposta” na redução de quantidade produzida de um
bem ou serviço.
Lima (2000) faz referência sobre a técnica, indicando que foi aplicada
por Starkie e Johnson, em seu ‘The Economic Value of Peace and Quiet’ (1975), que
descreve a avaliação dos danos da poluição sonora na Grã-Bretanha. Se C
representa o custo do isolamento acústico, N a avaliação subjetiva do dano causado
pelo ruído e N’ a avaliação subjetiva do dano causado pelo ruído após o isolamento
acústico, o indivíduo adquirirá o equipamento desde que:
N - N’ > C
Impacto Ambiental
Mensurabilidade Mudança na
das Mudanças na Qualidade Ambiental
Produção
Recreação
Custos
Usar Técnica de Médicos
Mudança da Valoração
Produtividade Contingente
18
DAP - Disposição a Pagar;
DAC - Disponibilidade para Aceitar Compensação pela redução do nível e da qualidade de um bem ou serviço
ambiental.
97
5.1. Introdução
Para avaliação dos danos ocorridos foi construída uma “Árvore dos
Impactos Ambientais” (Quadro 5.1) que permitiu uma melhor compreensão dos
impactos causados e a área de influência foi considerada em 42 km2 (equivalente a
1.156 km de raio) mencionada por Carol et al (2002). Com o quadro consegue-se
identificar a metodologia mais adequada na utilização do processo de valoração dos
danos, bem como daqueles passíveis de serem valorados. Os efeitos observados
podem ser analisados por diferentes metodologias de valoração, tendo em vista que
cada impacto produz efeito específico.
A identificação dos impactos e suas respectivas externalidades (efeitos)
ambientais, de modo a identificar o processo de valoração e se indicar o mais
conveniente no processo de internalização dessas externalidades no planejamento de
atividade, poderá ser conclusivo em outro trabalho.
A área de influência foi dividida em duas grandes categorias: Contexto
Natural e Contexto Socioeconômico.
O Contexto Natural foi dividido em Recursos Hídrico e Meio Ambiente, o
Contexto Socioeconômico foi subdividido em População e Atividades Econômicas.
Quanto à população foram avaliados problemas referentes à Saúde e Bem-Estar. O
Bem-Estar refere-se aos problemas ocasionados pelo desconforto sofrido pelas
19
Diz-se que há uma reação química exotérmica quando há liberação de calor para o ambiente após a reação do
contato de um produto com outro.
101
a) Efeitos na Saúde
b) Efeitos no Bem-Estar
Onde:
ValorInt – Valor médio da internação por tipo de doença contraída por uma
pessoa em cada hospital (dólares/pessoa dia);
D – Dias de permanência média por tipo de doença no hospital; e,
Casos – Número de casos registrados de internação por tipo de doença em
relação à média do período levantado (dois anos antes do
acidente).
Onde:
mais segurança, utiliza-se, então, um modelo econométrico que estima uma taxa
média de trade-off de diferentes níveis de risco (Viscusi et al, 2003).
Os pesquisadores Viscusi et al (2003) estimam o risco salarial em
relação aos mercados de salário especificando uma equação econométrica da forma:
w i = f ( β 0 + X 1i β1 + pi β 2 + qi β 3 + φ1 pi + φ2 q i + ε i ) (4)
bem normal, então valores mais altos para φ1 criam compensação de renda e efeitos
aversão ao risco obtida em X2. Variáveis que elevam salário, (i. e., X1) também
possuem um efeito de renda na escolha de risco de trabalho. Primeiras aproximações
ordenadas para p e q podem ser escritas como:
110
(5)
pi = π 0 + π 1 X 1 + π 2 X 2 + π 3 Z + η
qi = δ 0 + δ1 X 1 + δ 2 X 2 + δ 3 Z + η (6)
20
Heteroscedasticidade ou desigual dispersão ou desigual variância; ou seja, significa que a variância
condicional da população de uma variável Y correspondente aos vários valores de X possuem variâncias desiguais
(Gujarati 2000, p.52).
111
21
R2 – É o coeficiente de determinação que mede o grau de ajuste da equação de regressão; ou seja, fornece a
porcentagem da variação total da variável dependente W explicada pela variável explicativa X. Quando o modelo
2
de regressão possui três variáveis ou mais, R representa a proporção da variação em W explicada conjuntamente
pelas variáveis X2 e X3. A quantidade que dá esta informação é conhecida como coeficiente múltiplo de
2
determinação. R varia entre o e 1. Sendo 1, a reta de regressão ajustada que explica 100% da variação em W.
Por outro lado, sendo 0 (zero), o modelo não explica nada da variação em W. Diz-se que o ajuste do modelo de
2
regressão é tanto “melhor” quanto mais próximo R estiver de 1 (Gujarati, 2000, p.192).
112
a favor da hipótese que a demanda por segurança sobe com a renda. Os resultados
estimados das equações de trabalho de risco são usados para estimar tendência
seletiva correta nas equações de salário.
OLS WLS
Variáveis
(1) (2) (3) (4)
Constante -0,4035 (1,379) -0,9621 (2,267) -0,8536 (1,992) -0,0539 (2,201)
Risco Fatal 0,0097 (6,235) 0,0529 (2,237) 0,0388 (1,556) 0,0520 (2,201)
Risco de Dano 0,0045 (5,175) -0,0335 (1,869) -0,0346 (1,873) -0,0205 (1,230)
Idade 0,0665 (3,981) 0,0667 (3,539) 0,0664 (3,504) 0,0677 (3,581)
Idade ao Quadrado -0,0006 (2,513) -0,0006 (2,579) -0,0007 (2,760) -0,0006 (2,614)
Educação do segundo grau 0,0695 (2,064) 0,1639 (3,360) 0,1618 (3,297) 0,1637 (3,349)
Educação secundária mais alta 0,1493 (4,928) 0,3416 (4,208) 0,3346 (4,117) 0,3356 (4,124)
Educação em academia 0,2059 (4,198) 0,2162 (3,433) 0,2221 (3,525) 0,2238 (3,543)
Comunidade Distrital 0,0699 (2,839) 0,0615 (2,303) 0,0636 (2,382) 0,0676 (2,535)
Condição de união 0,2211 (8,634) 0,4680 (3,964) 0,4498 (3,799) 0,4531 (3,830)
Trabalho empresa privada -0,0195 (0,541) 0,1761 (1,675) 0,1628 (1,548) 0,1718 (1,627)
Condição matrimonial 0,0282 (0,701) 0,0332 (0,693) 0,0283 (0,584) 0,0410 (0,854)
Inaptidão 0,0465 (1,035) -0,0178 (0,294) -0,0115 (0,189) -0,0240 (0,393)
Erro-1 ( µ ) _ -0,0584 (2,349) -0,0568 (2,287) -0,0547 (2,198)
Erro-2 ( η ) _ 0,0451 (2,659) 0,0422 (2,480) 0,0412 (2,432)
Erro-1 x Risco fatal _ 0,0007 (2,515) 0,0007 (2,727) 0,0007 (2,598)
Erro-2 x Risco fatal _ -0,0010 (3,115) -0,0010 (2,822) -0,0007 (2,539)
Erro-1 x Risco de dano _ 0,0005 (1,515) 0,0005 (1,490) _
Erro-2 x Risco de dano _ 0,0002 (0,782) 0,0001 (0,632) _
Idade x Risco fatal _ _ 0,0003 (1,492) _
Idade x Risco de dano _ _ 0,0001 (0,534) _
e suas condições de interação foram incluídos junto com variáveis de redução de risco
na equação de salário. Como o modelo é heteroscedástico, utilizou-se a técnica
modificada de tendência de seleção (WLS). Efetuou-se a regressão da equação de
salário em ambas medidas de risco do quadrado residual e os valores preditos desta
regressão foram usados como pesos. Na Coluna 2 da Tabela 5.2 apresentam-se os
resultados de estimação de WLS da equação de salário. Todas as variáveis diferentes
115
maior e prêmio de risco não-fatal mais baixo. Isto ocorre porque um efeito de
substituição dominante induz a trabalhadores com um retorno alto a risco-não fatal
escolher trabalhos mais seguros, e aqueles com um retorno alto a risco fatal obter
trabalhos mais arriscados, gerando amostras acima mencionadas de compensações
diferenciais.
Na Coluna 3 apresentam-se as variáveis de risco interagindo com idade.
Embora estas condições de interação sejam positivas, elas não são significantes por
meio de estatística no nível de 5%. Na Coluna 4 apresentam-se algumas das
condições de interação, que não são significantes na Coluna 3. O valor implícito de
vida reduz sensivelmente para Rs. 55,120 milhões (US$ 3,05 milhões). O nível de
estimação excede os ganhos por idade de vida como também a quantia paga sob
qualquer forma de seguro. A razão é que o valor estimado representa a taxa de riscos
muito pequenos, não a quantia que trabalhador estaria disposto a pagar com a
certeza de extensão de sua vida (pagar para viver mais). Além disso, vida é um artigo
(commodity) inestimável e nenhum dinheiro pode compensar uma pessoa por sua
vida ou sua morte. Os seguros de vida fornecem uma substituição parcial de perda de
salário devido a acidentes.
116
O objetivo principal desta dissertação foi inferir, com base na análise ex-
post do grande acidente ocorrido na fábrica de Isocianato de Metila – MIC da Union
Carbide em Bhopal, Índia, em dezembro de 1984, se o valor pago como indenização
pelas vidas humanas perdidas foram satisfatórios. Buscamos, ainda, como objetivos
secundários, abordar as diversas metodologias da Análise de Risco Industrial e os
métodos de Valoração Econômica do Meio Ambiente; mostrando quais são e quando
devem ser aplicados esses métodos de valoração econômica do meio ambiente
quando da ocorrência de um grande acidente. Buscamos, ainda, propor contribuições
119
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