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Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

U.C. 21159
Matemática Financeira
12 de Julho de 2019

- INSTRUÇÕES -
• O Exame tem a duração máxima de 2 horas e 30 minutos.
• O estudante deverá responder à prova na folha de ponto e preencher o cabeçalho e
todos os espaços reservados à sua identificação, com letra legı́vel.
• Verifique no momento da entrega da(s) folha(s) de ponto se todas as páginas estão
rubricadas pelo vigilante. Caso necessite de mais do que uma folha de ponto, deverá
numerá-las no canto superior direito.
• Em hipótese alguma serão aceites folhas de ponto dobradas ou danificadas, respostas
apresentadas a lápis ou em folhas de rascunho.
• Os telemóveis deverão ser desligados durante toda a prova e os objectos pessoais dei-
xados em local próprio da sala de exame.
• A prova é constituı́da por 4 páginas e termina com a palavra FIM. Verifique o seu
exemplar e, caso encontre alguma anomalia, dirija-se ao professor vigilante nos pri-
meiros 15 minutos da mesma, pois qualquer reclamação sobre defeito(s) de formatação
e/ou de impressão que dificultem a leitura não será aceite depois deste perı́odo.
• Utilize uma letra legı́vel e unicamente as cores azul ou preta para a caneta de escrita.
• É permitido o uso de máquina de calcular, mas não é permitida a utilização de quais-
quer elementos de consulta.
• Os formulários para aplicação encontram-se devidamente indicados na folha
de prova.
• Justifique todas as suas respostas, apresentando todos os cálculos necessários.
• Este exame tem a cotação total de 20 valores distribuı́dos do seguinte modo:

Grupo I Grupo II Grupo III


Questões 1.a) 1.b) 2 1.a) 1.b) 2 3 1.a) 1.b) 2.a) 2.b)
Cotações 1,5 3,0 2,5 0,5 2,0 1,0 2,0 1,5 2,5 1,5 2,0
Totais 7,0 5,5 7,5
GRUPO I (7 valores)

(4,5 val.) 1. Determinado capital é posto a render a uma taxa de juro de 8% ao ano, tendo-lhe sido
aplicado um desconto no valor de 900 e.
5
(1,5 val.) a) Se, na modalidade desconto por dentro, o perı́odo de vencimento do capital é 4
do perı́odo de vencimento associado à modalidade desconto por fora, determine o
valor do capital final, Cn .

Resolução:
Por hipótese, o capital é colocado a render a uma taxa de juro anual, i = 0,08,
sendo-lhe aplicado um desconto, D = 900 e.
Sejam td e tf os perı́odos de vencimento do capital nas modalidades desconto por
dentro e desconto por fora, respetivamente.
Com base no formulário, determinemos as expressões de td e tf em função de Cn .

Na modalidade desconto por dentro, Dd = D = 900 e, e temos:

Dd = Cn−t × i × td ⇔ 900 e = Cn−t × 0,08 × td ,


900 e 11.250 e
td = =
0,08 × Cn−t Cn−t

Por outro lado, de acordo com a definição de desconto, temos

Dd = Cn − Cn−t ⇔ Cn−t = Cn − Dd ⇔ Cn−t = Cn − 900 e

Pelo que,
11.250 e
td =
Cn − 900 e

Na modalidade desconto por fora, Df = D = 900 e, e temos:

Df = Cn × i × tf ⇔ 900 e = Cn × 0,08 × tf ,

isto é,
900 e 11.250 e
tf = =
0,08 × Cn Cn

5
Como, por hipótese, sabemos que td = tf , então
4
 
11.250 e 5 11.250 e 1 5
= × ⇔ 11.250 e × − =0 ⇔
Cn − 900 e 4 Cn Cn − 900 e 4 Cn

4 Cn − 5 × (Cn − 900 e) − Cn + 4.500 e


⇔ =0 ⇔ =0 ⇔
4 Cn (Cn − 900 e) 4 Cn (Cn − 900 e)

2
⇔ − Cn + 4.500 e = 0 ∧ Cn 6= 0 ∧ Cn − 900 e 6= 0 ⇔ Cn = 4.500 e

Concluı́mos então que o valor do capital final, Cn , é de 4.500 e.

(3 val.) b) Tendo em conta o valor de Cn determinado em a), calcule o perı́odo de vencimento


do capital, nas modalidades:
(0,8 val.) i) desconto por dentro;

Resolução:
De acordo com a), vamos considerar Cn = 4.500 e.
Neste caso, temos Dd = D = 900 e, e, de acordo com a expressão de td
estabelecida em a), obtemos
11.250 e 11.250 e
td = = = 3.125 anos.
Cn − 900 e 4.500 e − 900 e

Converta-se a parte decimal de td (0,125 anos) em meses. Com efeito,


1 ano 12 meses
= ,
0,125 anos x meses
resulta que x = 12 × 0,125 = 1,5 meses.
Por outro lado, 0,5 meses corresponde a 15 dias (já que se considera, no con-
texto financeiro, que 1 mês é composto por 30 dias).

Deste modo, concluı́mos que o perı́odo de vencimento do capital na modali-


dade desconto por dentro é de 3 anos, 1 mês e 15 dias.

(0,7 val.) ii) desconto por fora;

Resolução:
Neste caso, temos Df = D = 900 e, e, de acordo com a expressão de tf
estabelecida em a), obtemos
11.250 e 11.250 e
tf = = = 2,5 anos = 2 anos e 6 meses
Cn 4.500 e
Logo, o perı́odo de vencimento do capital na modalidade desconto por fora é
de 2 anos e 6 meses.

(1,5 val.) iii) desconto composto.

Resolução:
Neste caso, temos Dc = D = 900 e.
Designando por tc o perı́odo de vencimento do capital na modalidade desconto
composto, então, de acordo com a fórmula fornecida no formulário, temos
h i
t
Dc = Cn−t × (1 + i) − 1c

3
Como conhecemos Cn e não Cn−t , expressemos Dc em função de Cn .
Com efeito, recorrendo à definição de desconto,

Dc = Cn − Cn−t ⇔ Cn−t = Cn − Dc

obtemos que: h i
Dc = (Cn − Dc ) × (1 + i) tc − 1 ⇔
h i
⇔ t
900 e = (4.500 e − 900 e) × (1,08) − 1
c ⇔
h
t
i 900 e
⇔ 900 e = 3.600 e × (1,08) − 1
c ⇔ (1,08) tc = 1 + ⇔
3.600 e

⇔ ln(1,08) tc = ln(1,25) ⇔ tc × ln(1,08) = ln(1,25) ⇔

ln(1,25)
⇔ tc = ≈ 2,9 anos
ln(1,08)

Converta-se a parte decimal de tc (0,9 anos) em meses. Com efeito, através


da relação de proporcionalidade:
1 ano 12 meses
= ,
0,9 anos x meses
vem que x = 12 × 0,9 = 10,8 meses.
Por outro lado, convertendo a parte decimal de x (0,8 meses) em dias, vem
que:
1 mês 30 dias
= ,
0,8 meses y dias
isto é, que y = 30 × 0,8 = 24 dias.

Logo, o perı́odo de vencimento do capital na modalidade desconto composto


é 2 anos, 10 meses e 24 dias.

(2,5 val.) 2. Um banco dispõe uma sucessão crescente de três capitais para investimento, com
perı́odos de vencimento: t1 = 180 dias, t2 = 1 ano e 3 meses e t3 = 27 meses,
respetivamente.
Sabe-se que o montante do 1o capital, C1 , é de 2.000 e e que os montantes do 2o e 3o
capitais, C2 e C3 , embora desconhecidos, diferem de 500 e i.e. C3 − C2 = 500 e .
Pressupondo um vencimento médio de 15 meses e uma taxa de avaliação de 12% ao
ano para a sucessão de capitais considerada, determine C2 e C3 .

Resolução:
O banco dispõe de uma sucessão crescente de capitais: C1 = 2.000 e, C2 e C3 , com
C3 = C2 + 500 e, associados aos perı́odos de vencimento:

4
180
t1 = 180 dias = anos = 0,5 anos;
360
 
3
t2 = 1 ano e 3 meses = 1 + anos = 1,25 anos;
12
27
t3 = 27 meses = anos = 2,25 anos ,
12
respetivamente, pois, num contexto financeiro, 1 ano = 12 meses = 360 dias.
Por outro lado, sabemos que o vencimento médio é
15
t = 15 meses = anos = 1,25 anos
12
e que a taxa de avaliação é r = 0,12. Sendo esta uma taxa anual, daı́ a conversão de
todas as unidades temporais consideradas acima em anos.
De acordo com o formulário, o valor do capital único de substituição da sucessão de
capitais considerados é dado por:
Ccomum = C1 + C2 + C3 = 2.000 e + C2 + C2 + 500 e = 2.500 e + 2 C2

Por outro lado, Ccomum satisfaz a outra fórmula fornecida, dependente da sucessão de
capitais e seus perı́odos de vencimento, a qual resultará numa equação em C2 , após
substituição das variáveis de valor ou expressão conhecidos. Com efeito,
3
(1 + r)t Ck (1 + r)−tk ⇔
X
Ccomum =
k=1

⇔ 2.500 e+2 C2 = (1,12)1,25 × 2.000 e×(1,12)−0,5 +C2 ×(1,12)−1,25 +(C2 +500 e)×(1,12)−2,25
 

⇔ 2.500 e+2 C2 = 2.000 e×(1,12)1,25−0,5 + C2 ×(1,12)1,25−1,25 + (C2+500 e)×(1,12)1,25−2,25

⇔ 2.500 e + 2 C2 = 2.000 e × (1,12)0,75 + C2 + C2 × (1,12)−1 + 500 e × (1,12)−1 ⇔

2 − 1 − (1,12)−1 × C2 = 2.000 e × (1,12)0,75 + 500 e × (1,12)−1 − 2.500 e ⇔


 

2.000 e × (1,12)0,75 + 500 e × (1,12)−1 − 2.500 e


⇔ C2 = ≈ 1.155,98 e
1 − (1,12)−1
Deste modo,
C3 = C2 + 500 e = 1.155,98 e + 500 e = 1.655,98 e

Concluı́mos então que os montantes do 2o e 3o capitais, C2 e C3 , são 1.155,98 e e


1.655,98 e, respetivamente.

5
GRUPO II (5,5 valores)

(2,5 val.) 1. Um negociante pretende liquidar uma dı́vida de 650 e contraı́da por empréstimo,
mediante pagamentos diários de 10 e ao financiador, à taxa mensal nominal de 12%.

(0,5 val.) a) Identifique, justificando, o tipo de renda praticado.

Resolução:
A renda é de amortização de termos constantes, pois uma dı́vida é liquidada
mediante pagamentos periódicos, neste caso diários, de capital constante, no valor
de 10 e.

(2 val.) b) Ao fim de quantos dias a dı́vida é liquidada pelo negociante?

Resolução:
Temos uma renda de amortização de valor atual, R(0) = 650 e, de termo cons-
tante, T = 10 e, que é pago diariamente, a uma taxa de juro mensal nominal de
12%, imensal = 0,12.
Pretende-se determinar, n, o número de dias ao fim dos quais a dı́vida é liquidada,
isto é, o número de pagamentos da renda de amortização.
Face à perı́odicidade dos pagamentos da renda, há que estabelecer a taxa de juro
diária aplicada, idiária , por meio da sua relação de proporcionalidade com a taxa
de juro mensal, imensal . Com efeito,
imensal 0,12
idiária = = = 0,004 ,
30 30
atendendo a que, no contexto financeira, 1 mês tem 30 dias.
Assim, e de acordo com o formulário, obtemos:

1 − (1 + idiária )−n 1 − (1,004)−n


R(0) = T × ⇔ 650 e = 10 e × ⇔
idiária 0,004

1 − (1,004)−n 650 e
⇔ = ⇔ 1 − (1,004)−n = 65 × 0,004 ⇔
0,004 10 e

⇔ (1,004)−n = 0,74 ⇔ ln(1,004)−n = ln(0,74) ⇔

ln(0,74)
⇔ −n ln(1,004) = ln(0,74) ⇔ n = − ≈ 75,43 dias
ln(1,004)

Concluı́mos então que a dı́vida é liquidada pelo negociante ao fim de 76 dias.


(Só após o 76o dia, o montante pago ultrapassa o montante da dı́vida, permitindo
liquidá-la).

6
(1 val.) 2. Qual o valor de resgate de um Papel Comercial, adquirido por 2.350 e e emitido com
desconto, durante um trimestre e à taxa de juro anual de 15% ?

Resolução:
Temos um Papel Comercial, com valor de aquisição, V A = 2.350 e, emitido com
desconto, à taxa de juro anual de 15%, i = 0,15, durante um trimestre, isto é, com
prazo de vencimento,
t = 3 meses = 3 × 30 dias = 90 dias ,
tendo em conta que, num contexto financeiro, um mês tem 30 dias.
Deste modo, e de acordo com o formulário, o valor de resgate, V N, do Papel Comercial
é de:
   
i×t 0,15 × 90
VN = VA× 1+ = 2.350 e × 1 + ≈ 2.438,13 e.
360 360

(2 val.) 3. Uma empresa contraiu um empréstimo que será amortizado mediante pagamentos de
juros mensais simples, no valor de 250 e, sendo o capital devolvido no final do prazo.
Sabendo que 4.500 e foi o montante total pago a tı́tulo de juros e 20.000 e o montante
entregue na última prestação da amortização, calcule, justificando:
(0,6 val.) i) o perı́odo de amortização do empréstimo;

Resolução:
Seja n o número de meses ao longo dos quais o empréstimo é amortizado.
Uma vez que Jk = 250 e é o valor do juro mensal e que 4.500 e é o montante
total pago a tı́tulo de juros, então
n
X 4.500 e
Jk = 4.500 e ⇔ n × 250 e = 4.500 e ⇔ n= = 18 meses
250 e
k=1

Concluı́mos então que o perı́odo de amortização do empréstimo é de 18 meses (ou


de 1 ano e meio).

(0,6 val.) ii) o montante do empréstimo;

Resolução:
Seja C0 o montante do empréstimo.
Uma vez que, na última prestação da amortização, é pago o capital C0 acrescido
do juro mensal, Jk = 250 e, e que tal corresponde a 20.000 e, por hipótese, então
C0 + Jk = 20.000 e ⇔ C0 + 250 e = 20.000 e ⇔
⇔ C0 = 20.000 e − 250 e = 19.750 e.
Concluı́mos então que o montante do empréstimo tem o valor de 19.750 e.

7
(0,8 val.) iii) a taxa de juro anual aplicada.

Resolução:
A partir do montante do empréstimo, C0 , e da taxa de juro mensal, imensal ,
aplicada, a fórmula do cálculo do juro simples mensal, Jk , é dada por:

Jk = C0 × imensal .

Uma vez que se pretende saber a taxa de juro anual, ianual , há que estabelecer
a relação da taxa de juro mensal, imensal , com ianual , por meio da relação de
proporcionalidade:
ianual
imensal = ,
12
tendo em conta que 1 ano tem 12 meses.
Como Jk = 250 e, por hipótese, e C0 = 19.750 e, de acordo com ii), então

ianual 250 e
250 e = 19.750 e × ⇔ ianual = × 12 ≈ 0,152
12 19.750 e

Concluı́mos então que a taxa de juro anual aplicada é de 15,2%.

GRUPO III (7,5 valores)

(4 val.) 1. Uma seguradora emitiu um empréstimo obrigacionista, titulado com obrigações de


valor nominal individual de 4 e. A seguradora pagará cupões bimensais, à taxa anual
de 15%, e a amortização será efetuada ao par, através de quotas bimensais constantes
de capital, durante 1 ano. Sabe-se que o juro que recai sobre as obrigações amortizadas
em cada bimensalidade é do valor de 300 e.

(1,5 val.) a) Determine, justificando:


(0,7 val.) i) o número de obrigações, m, a amortizar em cada bimensalidade;

Resolução:
Por hipótese, o valor nominal de cada obrigação é Vn = 4 e, a seguradora
paga cupões bimensalmente, a uma taxa de juro anual de 15%, ianual = 0,15,
e o juro que recai sobre as obrigações amortizadas em cada bimensalidade é
Jbimensal = 300 e.
Tendo em conta que o juro é aplicado bimensalmente, então há que estabelecer
a taxa de juro bimensal (relativa a 2 meses) com base na sua relação de
proporcionalidade com a taxa de juro anual. Com efeito,
ianual 0,15
ibimensal = = = 0,025 ,
6 6
12
atendendo a que 1 ano (ou 12 meses) é composto por = 6 bimensalidades.
2
8
Sendo m o número de obrigações a amortizar em cada bimensalidade, cujo
valor nominal correspondente é m × Vn , então o juro, Jbimensal , é:

Jbimensal = m × Vn × ibimensal

Deste modo,
300 e
300 e = m × 4 e × 0,025 ⇔ m= = 3.000 obrigações
0,1 e
Concluı́mos então que 3.000 obrigações são amortizadas em cada bimensali-
dade.

(0,4 val.) ii) o número total, N, de obrigações emitidas;

Resolução:
Em cada bimensalidade (isto é, a cada 2 meses), são amortizadas m = 3.000
obrigações, de acordo com i). Uma vez que o perı́odo de amortização é de 1
12
ano e que este é composto por = 6 bimensalidades, então o número total,
2
N, de obrigações emitidas é:

N = 3.000 × 6 = 18.000 obrigações.

(0,4 val.) iii) o valor da quota bimensal de capital, M , a amortizar.

Resolução:
O valor da quota bimensal de capital, M , a amortizar, corresponde ao valor
nominal das obrigações emitidas em cada bimensalidade, isto é, a

M = m × Vn = 3.000 × 4 e = 12.000 e ,

tendo em conta que m = 3.000 obrigações são amortizadas em cada bimensa-


lidade, de acordo com i), e que Vn = 4 e é o valor nominal de cada obrigação.

(2,5 val.) b) Elabore o quadro de amortização do empréstimo, colocando os 8 itens seguintes:

1. Tempo 5. No de Obrigações a amortizar (m)


2. No de Obrigações vivas 6. Amortização (M )
3. Valor Nominal das Obrigações vivas 7. Prestação (Ck )
4. Juros (Jk ) 8. No de Obrigações mortas
Resolução:
Para elaborar o quadro de amortização de acordo com os itens discriminados, pro-
cedamos a alguns cálculos preliminares que justifiquem os valores a eles atribuı́dos.

Para o item 1, Tempo, que se abreviará por T, temos as 6 bimensalidades (ou


prestações) que ocorrem num ano: 1, 2, 3, 4, 5 e 6.

9
O item 5, No de Obrigações a amortizar, é constante em cada bimensalidade,
m, sendo 3.000 o seu valor, de acordo com a)i).

A partir do valor de m, podemos preencher os itens 2 e 8, No de Obrigações


vivas e No de Obrigações mortas, que designaremos por Nviv e Nmor , res-
petivamente. Com efeito, tendo em conta o número total de obrigações emi-
tidas, N = 18.000, de acordo com a)ii), partimos inicialmente dum total de
18.000 obrigações vivas e 0 obrigações mortas, ocorrendo um decréscimo de 3.000
obrigações vivas por bimensalidade, o que é compensado com um acréscimo
do mesmo número para as obrigações mortas, até que no final todas as 18.000
obrigações sejam amortizadas.

Para o item 3, Valor Nominal das Obrigações vivas, Vnviv , há que multiplicar
o número de obrigações vivas, Nviv , pelo seu valor nominal individual, Vn , isto é

Vnviv = Nviv × Vn = Nviv × 4 e

O item 4, Juros, diz respeito aos juros bimensais produzidos pelas obrigações
vivas existentes, o que, de acordo com a taxa de juro bimensal, ibimensal = 0,025,
calculada em a)i), são dados por:

Jk = Vnviv × ibimensal = Vnviv × 0,025 , k = 1, . . . , 6

O item 6, Amortização, é constante em cada bimensalidade, M , sendo o seu


valor de 12.000 e, de acordo com a)iii).

O item 7, Prestação, será o valor da amortização pago bimensalmente acrescido


dos juros produzidos, isto é, Ck = M + Jk , k = 1, . . . ,6.

Reunidos todos os elementos de cálculo necessários para os itens considerados, o


quadro de amortização é dado no que se segue.

T No Obg. Val. Nom. Juros No Obg. Amortiz. Prestação No Obg.


vivas Obg.vivas (Jk ) amortiz. (M ) (Ck ) mortas
(Nviv ) (Vnviv ) (m) (Nmor )
[Nviv × 4 e] [Vnviv × 0,025] [M + Jk ]
1 18.000 72.000 e 1.800 e 3.000 12.000 e 13.800 e 3.000
2 15.000 60.000 e 1.500 e 3.000 12.000 e 13.500 e 6.000
3 12.000 48.000 e 1.200 e 3.000 12.000 e 13.200 e 9.000
4 9.000 36.000 e 900 e 3.000 12.000 e 12.900 e 12.000
5 6.000 24.000 e 600 e 3.000 12.000 e 12.600 e 15.000
6 3.000 12.000 e 300 e 3.000 12.000 e 12.300 e 18.000

(3,5 val.) 2. Determinado empréstimo é amortizado mediante pagamentos de quotas trimestrais no


valor de 10.000 e, durante 1 ano, e com juros no valor de 300 e na última prestação.

10
(1,5 val.) a) Calcule a taxa de juro anual aplicada na amortização.

Resolução:
Por hipótese, M = 10.000 e é o valor do capital fixo de cada quota trimestral
para amortização do empréstimo.
Por outro lado, uma vez que o perı́odo da amortização é de 1 ano, e este possui
12 meses
= 4 trimestres ,
3 meses
então temos n = 4 prestações e o juro relativo à última prestação, ou seja ao 4a
trimestre, tem o valor J4 = 300 e, de acordo com o enunciado.
Tendo em conta que cada prestação é trimestral, há que estabelecer a taxa de
juro correspondente, itrim , com base na relação de proporcionalidade com a taxa
de juro anual, ianual , através de:
ianual
itrim = ,
4
pois 1 ano tem 4 trimestres como vimos acima.
Atendendo ao formulário, podemos calcular o valor do capital do empréstimo, C0 ,
por meio de:
C0 C0
M= ⇔ 10.000 e = ⇔ C0 = 10.000 e × 4 = 40.000 e
n 4
e, por outro lado, o valor de J4 é dado por:

J4 = C0 − 3 × M × itrim

Deste modo, temos


ianual
300 e = (40.000 e − 3 × 10.000 e) × ⇔ 300 e = 2.500 e × ianual ⇔
4
300 e
⇔ ianual = = 0,12
2.500 e
Logo, o valor da taxa de juro anual aplicada na amortização é de 12%.

(2 val.) b) Tendo em conta o valor obtido anteriormente, calcule a carga financeira total.

Resolução:
Por hipótese, M = 10.000 e, e, por a), n = 4, C0 = 40.000 e e ianual = 0,12.
Ainda por a), sabemos que podemos obter o valor da taxa juro trimestral, itrim ,
que é aplicada em cada prestação da amortização, através de:
ianual 0,12
itrim = = = 0,03
4 4

11
Pelo formulário, a carga financeira total, CF T , é dada por:
4
X Jt  
CF T = , com Jt = C0 − (t − 1)M × itrim
t=1
(1 + itrim ) t

e sabemos, por hipótese, que J4 = 300 e. Calculemos então J1 , J2 e J3 . Com


efeito,
Jt = [40.000 e − (t − 1) × 10.000 e] × 0,03 , t = 1,2,3.
Pelo que,
J1 = 40.000 e × 0,03 = 1.200 e
J2 = (40.000 e − 10.000 e) × 0,03 = 900 e
J3 = (40.000 e − 2 × 10.000 e) × 0,03 = 600 e

Logo, o valor da carga financeira total é:


1.200 e 900 e 600 e 300 e
CF T = 1
+ 2
+ 3
+ = 2.829,02 e
(1,03) (1,03) (1,03) (1,03)4

FIM
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