Revista da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Rio de Janeiro

Ano 14 No. 146 Abril de 2008 - Distribuição Dirigida

Entrevista com Marcelo Cardoso, novo vice- Ser Humano, o maior capital da CENF
presidente de Desenvolvimento da Natura
A sustentabilidade numa locadora pertinho Artigo exclusivo:
de você A corda bamba da confiança

Parceira da ABRH-RJ A RHnews tem o apoio Patrocinador de Gestão da ABRH-RJ

da Qualitymark Editora

RHnews •abril 2008 • 

 RHnews • abril 2008 •
 editorial

Sustentabilidade, a trilha do sucesso.

Trazer para o centro da estratégia de negócios a responsabilidade social empresarial (RSE), vista
no contexto mais amplo do triple botton line, faz com que as organizações trilhem o caminho da
sustentabilidade e alcancem um resultado positivo comum: passam a ser mais competitivas, atraem
e retêm mais facilmente talentos, além de ganhar acesso a novas oportunidades de mercado.

Nossa Reportagem do Mês mostra a razão pela qual cada vez mais companhias privadas e públicas
estão levando a sério as práticas de responsabilidade social e os compromissos com o meio ambiente,
implementando em suas operações iniciativas que envolvem seu pessoal direto, fornecedores,
comunidades do entorno e até de localidades mais distantes.

Leyla Nascimento
Em Tendências, a jornalista Myrna Silveira Brandão, diretora cultural da ABRH-RJ e autora do livro
“Luz, Câmera, Gestão - A Arte do Cinema na Arte de Gerir Pessoas”, fala sobre os filmes que são
Presidente Executiva
referência em matéria de sustentabilidade, títulos disponíveis numa locadora pertinho de você.

Na seção A gestão com pessoas mudou a minha empresa, a CENF mostra a importância do ser humano,
abrangendo seus colaboradores diretos e a comunidade onde atua, para o sucesso de sua estratégia
de negócio.

Ainda nesta edição, o Artigo Especial “A corda bamba da confiança” e a Entrevista exclusiva com
Marcelo Cardoso, novo vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional da Natura, que dá uma
prévia dos temas que abordará como conferencista em nosso congresso anual, em junho próximo,
cujas inscrições estão a todo vapor.

Boa leitura a todos!

SUMÁRIO
4
TENDÊNCIAS
A sustentabilidade numa locadora pertinho de você

5
ENTREVISTA
Marcelo Cardoso
Co-criadores do próximo salto evolutivo

8
REPORTAGEM DO MÊS
Sustentabilidade, novo paradigma de fazer negócios e
gerir pessoas

11
A GESTÃO COM PESSOAS MUDOU A MINHA EMPRESA
Ser Humano, nosso maior capital

12
ARTIGO ESPECIAL
A corda bamba da confiança

14
ACONTECE
Confira alguns cursos que a ABRH-RJ prepara para o mês

RHnews •abril 2008 • 


A sustentabilidade
numa locadora
pertinho de você
Cada vez mais os profissionais da área
de gestão com pessoas se conscientizam da
importância crescente do desenvolvimento
sustentável e da necessidade de que
ele faça parte da estratégia de negócios
da empresa.
Embora seja um conceito que vem
sendo falado e discutido há mais de
vinte anos, em nenhum outro momento
a questão da sustentabilidade adquiriu
uma abrangência que, além de transformar
reflexões e atos isolados num processo
que envolve governos, empresas e a
sociedade, tem direcionado seu foco para
o equilíbrio entre os pilares econômico,
ambiental e social, conforme concebido
por John Elkington, um dos especialistas
no assunto.
Não é surpresa, portanto, que no
mundo globalizado e multifacetado de
hoje fosse inevitável que o cinema também
despertasse para a importância do tema,
não apenas nos aspectos relacionados
com a questão ambiental, mas também na
busca de um melhor relacionamento entre
os seres humanos.
Assim, filmes que propiciam
a oportunidade de debates sobre a
importância de a sustentabilidade fazer
parte da cultura corporativa também
evidenciam que ela deve ser um item
fundamental entre as preocupações dos
líderes no mundo atual.
Talvez, por isso, muitos títulos retratem
histórias reais como “A Qualquer Preço”,
de Steven Zaillian, que narra a batalha
judicial do advogado Jan Schlichtmann
contra duas empresas num processo
de contaminação da água potável, que
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tendências
Por Myrna Silveira Brandão*
resultou na morte de diversas crianças de
uma pequena cidade.
Na mesma linha, “A Música do
Coração”, de Wes Craven, conta a
história de Roberta Guaspari – professora
de violino numa escola para alunos
carentes – mostrando a importância
de projetos ligados à inclusão social e
cidadania, e como podem ajudar pessoas
marginalizadas a mudarem o rumo de
suas vidas.
“Planeta Sagrado”, de Jon Long
e Karen Fernandez Long, é outro
exemplo e uma verdadeira aula para a
conscientização e preservação do meio
ambiente e das relações entre as pessoas.
O filme enfatiza que nós vivemos num
planeta interconectado, o que faz com que
qualquer coisa destrutiva que aconteça
num lugar distante, ou com outra espécie
viva, afete todas as demais.
Na abordagem de um assunto delicado
como a Síndrome de Down, “Do Luto
à Luta”, de Evaldo Mocarzel, é uma
prova contundente de que uma grande
parcela do problema se deve a paradigmas
preestabelecidos, modelos mentais
arraigados, marginalização dos envolvidos
e, acima de tudo, desconhecimento da
dimensão real do assunto.
Por último, o curta-metragem “Xeque-
mate – o Xadrez das Cores”, de Marco
Schiavon, mostra como o racismo e o
preconceito têm raízes complexas e
profundas, que ainda hoje colocam
os negros em situação de absoluta
desigualdade. Entre outros problemas,
eles estão entre os empregados menos
remunerados, suas oportunidades de
mobilidade social são sempre menores
e as coisas pioram mais ainda quando
se trata de mulher e pobre, como é o
caso da personagem do filme. Em www.
portacurtas.com.br é possível assistir ao
filme gratuitamente.
Esses são apenas alguns exemplos.
Vale lembrar ainda de “Uma Verdade
Inconveniente”, de Davis Guggenheim,
um excelente documentário em que o
diretor acompanha o ex-vice presidente
dos Estados Unidos, Al Gore, em seu
vigoroso alerta sobre os perigos do
aquecimento global.
São exemplos que vêm ao encontro
das afirmações de Koffi Annam, ex-
Secretário Geral das Nações Unidas, que
na sua gestão tornou-se um marco na
luta pelos direitos humanos: “Nós temos
conhecimento, recursos e tecnologia para
resolver esse problema, só precisamos
disparar a nossa vontade”.
* Myrna Silveira Brandão é jornalista,
administradora, crítica de cinema e diretora
cultural da ABRH-RJ. Autora do livro “Luz,
Câmera, Gestão - A Arte do Cinema na Arte de
GerirPessoas”, Qualitymark Editora.
 entrevista
Marcelo Cardoso

Co-criadores do próximo salto evolutivo

Por Simone Silva Jardim

Uma de suas mais fortes crenças é que uma carreira de sucesso não se mede por salários milionários ou quanto poder uma
pessoa conquista dentro de uma organização. Para Marcelo Cardoso, ex-CEO do Parque Hopi Hari e, a partir de maio, vice-
presidente de Desenvolvimento Organizacional da Natura, nada supera, em valor, a trajetória de vida de uma pessoa que guia
suas realizações para ser um ser humano integral, sempre conectado a um propósito de evolução que contempla suas necessidades
materiais, emocionais e espirituais.
“As pessoas realmente capazes são as que antes de buscar fora, encontram respostas dentro de si. Elas têm uma capacidade
natural de se virar do avesso e enfrentar seus fantasmas e não têm vergonha de suas limitações. Um profissional, não importa a
posição que ocupa, deve buscar a multidisciplinaridade e estudar um pouco de Filosofia, Psicologia, Sociologia, as descobertas
relacionados à inteligência artificial. Juntando um pouco disso tudo, mais o compromisso com sua maturidade psicológica e
espiritual, é que ele consegue fazer uma real diferença nesse nosso tempo de tantas incertezas e novos horizontes”, avalia.
Graduado em Administração de Empresas, com extensão na Kellogg-Northwestern de Chicago, Cardoso vai proferir palestra no
Congresso ADMIRÁVEL TEMPO NOVO - A (R)Evolução Humana para uma Gestão Transformadora, que a ABRH-RJ realizará
nos dias 22 a 24 de junho.

RHnews - O Senhor vive, agora, um momento de transição,

saindo da consultoria DBM para assumir, em maio, a vice-
presidência de Desenvolvimento Organizacional da Natura.
Sabemos que teve grande peso em sua decisão o fato de
a companhia de cosméticos ter explicito em sua missão o
compromisso com a evolução espiritual de seus colaboradores.
Que relevância este aspecto pode ter na gestão com pessoas e
no alcance de resultados financeiros pelas empresas?
Marcelo Cardoso - Meu propósito de vida sempre foi trazer a
consciência espiritual para o ambiente de trabalho. Se o objetivo
é ter um profissional sempre motivado e que dê resultados para
a organização, ele tem que ser tratado como um ser humano
integral, portanto, uma pessoa que tem um corpo físico, um corpo
ou dimensão emocional e um corpo ou dimensão espiritual. O
corpo físico se relaciona com o tempo cronológico, o corpo
emocional ou sutil se relaciona com o tempo psicológico e o corpo
espiritual ou causal se relaciona com o tempo cosmológico.
“Que impacto o que faço e penso causa no
RHnews –O que acontece se uma dessas dimensões de
tempo for ignorada? outro? Quando uma pessoa, na sua vida
Marcelo Cardoso - Nenhum desses tempos pode ser privada ou dentro de uma organização,
dissociado, seja na vida pessoal, seja na vida profissional. É
uma das coisas que considero mais bonitas neste planeta, pois não consegue responder a esta pergunta,
é o segredo que está por trás da evolução de todos e de tudo.
Detalhe: a dimensão espiritual não se confunde com a religião; a doença está instalada.”
ao contrário, a transcende e exige muita disciplina e trabalho
individual. Ser espiritual também não é o mesmo que ser bonzinho que começam sua jornada espiritual equivocadamente abrem
ou aquele que sempre dá a outra face para bater. No ambiente de mão de lidar com a energia do dinheiro. Quem tem a premissa de
trabalho, quando está ativa a dimensão espiritual, as pessoas não ter uma jornada espiritual autêntica deve se apropriar da energia
se fazem de vitimas ou retribuem de forma irrefletida a agressão do dinheiro, que não é boa nem ruim, é apenas um veículo que
recebida. Elas conseguem oferecer, sim, um outro ponto de vista permite adquirir drogas, mas também pode acelerar o aprendizado
para a situação, fazem o contraponto. Também é muito comum e o desenvolvimento das pessoas pela compra de bons livros,
entre gestores de RH, ao tentar lidar com essa questão no ambiente pela realização de viagens de autoconhecimento e tantos outros
organizacional, ouvir de muitos funcionários que a empresa caminhos que levam ao ser humano integral.
nada tem de espiritual porque só pensa em resultados. Em minha RHnews - Explique melhor esses três tempos e como os
recente viagem à Índia, ouvi algo muito acertado no ashram do gestores de RH podem lidar com eles de forma consciente.
mestre espiritual Sri Aurobindo, que a energia do dinheiro tem Marcelo Cardoso - No século passado, Alberto Einstein
a mesma vibração da energia erótica, a qual nos proporciona destruiu uma grande barreira ao lançar sua Teoria da Relatividade.
realização e poder de criação nesta vida. A maioria das pessoas Muitos físicos que o precederam chegaram bem perto de sua

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RHnews••abril
abril 2008 • 
 entrevista
Marcelo Cardoso
descoberta, só não conseguiram porque estavam apegados à idéia
newtoniana de que existia tão-somente um tempo e um espaço
absolutos. Einstein colocou o tempo e o espaço como coisas
relativas em relação ao observador. É impressionante como, de lá
para cá, ainda permanecemos apegados à mesma lógica de tempo
cronológico, o que eu chamo de 24X7, 24 horas, sete dias por
semana. Só a titulo de exemplo, as pessoas que trabalham muitas
horas costumam afirmar que não têm tempo para a família, os
amigos, o lazer, vivências relacionadas ao tempo psicológico.
RHnews - Essa mesma alegação fazem muitas pessoas que
estão tentando uma nova colocação no mercado de trabalho e
que, em tese, têm mais tempo livre.
Marcelo Cardoso - É verdade. Elas têm todo o tempo livre,
ou seja, poderiam usar da energia psíquica para buscar sua
recolocação e, ao mesmo tempo, experimentar novas formas de
relacionamento humano e de crescimento espiritual, mas limitam
sua vida ao tempo cronológico – pensam no que perderam no
passado e o que podem vir a sofrer no futuro.
RHnews - Como ter uma relação mais consciente com o
tempo cosmológico?
Marcelo Cardoso – O filosofo francês Pierre Teilhard de
Chardin e Sri Aurobindo falam que, pela primeira vez na história
do planeta, os seres humanos podem estar conscientes do próximo
salto evolutivo porque temos uma nova consciência do tempo.
Passamos da condição de sermos apenas um impulso da natureza,
animais mamíferos, para o de seres pensantes e co-criadores do
próximo salto evolutivo. Cada um de nós decide se vai ter ou
não uma qualidade de presença. Se eu estou dando a você esta
entrevista com minha energia realmente presente, ouvindo-a e
me conectado com você, esse é um tempo com qualidade que
compartilho, mas se estiver disperso em meu computador ou
preocupado com outras coisas que tenho a fazer no dia de hoje,
não há qualidade nesse tempo psicológico que passamos juntos.
Por sua vez, o tempo cosmológico ou espiritual tem a ver com o
significado que dou à minha vida e qual o propósito que guia meu
viver. Só vivo neste tempo se eu estiver conectado ao momento
presente, senão desperdiço minha oportunidade cósmica de
arquiteto e co-criador na transformação no planeta.
RHnews - Os gestores de RH têm dado a devida atenção a
essas novas formas de relacionamento?
 RHnews • março
abril 2008
2008• •
Marcelo Cardoso – Fico muito triste quando vejo organizações
que restringem a gestão de RH à adoção de certas ferramentas. A
premissa para a gestão com pessoas é o relacionamento e para
se relacionar as pessoas, de lideres a subordinados, têm que se
abrir, ficar vulneráveis. As pessoas em posição de comando têm
muita dificuldade de fazer esse exercício. Hoje, no mercado de
trabalho, a maioria dos profissionais porta e comporta-se com
máscaras. Isso impõe ao ambiente organizacional uma patologia
generalizada. Minha tese é que todo resultado produzido nas
“Meu propósito de vida sempre foi trazer
a consciência espiritual para o ambiente
de trabalho. Se o objetivo é ter um
profissional sempre motivado e que dê
resultados para a organização, ele tem
que ser tratado como um ser humano
integral.”
organizações, ou grande parte dele, é fruto da energia psíquica que
vem da busca, pelas pessoas, do atendimento a três necessidades
básicas: sobrevivência, pertencimento e auto-estima. Essa
hierarquia de necessidades foi pensada pelo psicólogo americano
Abraham Maslow.
Rhnews - Qual o resultado de se viver no nível das
necessidades básicas?
Marcelo Cardoso - O inconsciente das pessoas acaba sendo
mais forte do que elas mesmas e o movimento que fazem é sempre
em busca do atendimento dessas três necessidades básicas. Isso
faz com que as relações dentro e fora das organizações adoeçam,
pois as três necessidades básicas estão pautadas pelo egoísmo ou
individualismo. Em geral, as pessoas só interagem pensando em si
mesmas. Volto a insistir. A premissa de qualquer relação extrapola
esse limite, pois alcança um quarto nível, o nós, o qual faz com que
cada um pergunte a si: - Que impacto o que faço e penso causa no
outro? Quando uma pessoa, na sua vida privada ou dentro de uma
organização, não consegue responder a esta pergunta, a doença
está instalada.
RHnews •abril 2008 • 
 reportagem do mês
O conceito de desenvolvimento
sustentável está balizado na expressão
triple bottom line, lançada nos anos 1980
pela consultoria inglesa SustainAbility.
Refere-se a um conjunto de indicadores
utilizados para a avaliação do desempenho
econômico das empresas e de suas ações
de responsabilidade social e ambiental. É a
principal ferramenta do Índice Dow Jones
de Sustentabilidade e também é a base do
Índice de Sustentabilidade Empresarial
(ISE) da Bovespa.
Alguns especialistas, no entanto, têm
sugerido agregar um quarto aspecto ao
tripé de sustentabilidade empresarial, o
qual levaria em conta o que uns chamam
de “espiritualidade”, outros de “cultura”
e outros ainda de “gestão da mente”. No
âmbito das corporações, é certo afirmar
que o triple bottom line por si só tem
impulsionado novas visões na gestão
com pessoas, no relacionamento com os
stakeholders e até na forma de investir e
maximizar lucros.
Divisores de águas
Trazer para o centro da estratégia de
negócios da empresa a responsabilidade
social empresarial (RSE), vista nesse
contexto mais amplo do triple botton
line (pessoas, lucros e planeta), é como
lançar mão de uma equação matemática
cujo resultado final não deixa margem
para dúvidas. Assim, as companhias que
trilham o caminho da sustentabilidade
passam a exibir um perfil comum: são
mais competitivas, facilmente atraem e
retêm talentos e ganham acesso a novas
oportunidades de mercado.
Esta conclusão faz parte de dois
relatórios que são divisores de águas,
pois demonstram que cada vez mais
 RHnews • abril 2008 •
Sustentabilidade,
novo paradigma de fazer
negócio e gerir pessoas
organizações privadas e públicas levam
a sério as práticas de responsabilidade
social e os compromissos com o meio
ambiente, implementando em suas
operações iniciativas que envolvem seus
colaboradores diretos, fornecedores,
comunidades do entorno e até de
localidades mais distantes.
O relatório da Economist Intelligence
Unit, chamado “Fazendo o bem: as
empresas e o desafio da sustentabilidade”,
questionou 1.254 executivos e descobriu
que metas sociais e ambientais são
consideradas prioridade para um maior
número de empresas de grande crescimento
do que para aquelas com declínio de valor
em estoques. Entre as práticas citadas está
a melhoria da performance dos direitos
humanos e ambientais na cadeia de
fornecimento (40% versus 18%), redução
das emissões de gases do efeito estufa
(38% versus 24%) e desenvolvimento de
produtos e serviços inovadores que lidam
com problemas sociais e ambientais (49%
versus 35%).
Apesar dos autores do relatório
apontarem que as descobertas não
demonstram uma relação causa-efeito
entre as práticas sustentáveis e o aumento
do valor, as empresas questionadas que
apresentaram um crescimento de 50%
ou mais no preço dos estoques ao longo
dos últimos três anos também são as
que mais investem em atividades de
responsabilidade social.
O segundo estudo, de abrangência
global, foi conduzido pelo IBM Institute
for Business Value, chamado “Alcançando
o Crescimento Sustentável através da
Responsabilidade Social Corporativa”,
questionou 250 empresas líderes e
descobriu que 68% delas estão atualmente
Por Simone Silva Jardim
engajadas em práticas de RSE. Foram
entrevistados altos executivos e diretores
de estratégia dos setores bancário,
petroquímico, de bens de consumo,
eletrônico, de energia e utilities, varejista
e automotivo.
O relatório do IBM Institute
contém uma “curva de crescimento”,
a qual demonstra o progresso que uma
empresa alcança na implementação de
compromissos com a sustentabilidade,
começando simplesmente com o
atendimento a normas legais, progredindo
para economias provenientes, por
exemplo, de operações de eficiência
energética, o que por sua vez pode levar a
abertura de novos mercados ou inovações
em produtos.
O fator que impulsiona essas novas
atitudes nas organizações, conclui o IBM
Institute, é a influência cada vez maior de
clientes que, em virtude de sua capacidade
de pesquisar e de compartilhar informações
na internet, ficam sensibilizados com
questões como as mudanças climáticas,
segurança de produtos, práticas de trabalho
e responsabilidade financeira corporativa,
até se as companhias estão devolvendo à
comunidade uma porção de seu lucro.
No Brasil, há que se registrar uma
iniciativa da IBM. O grupo investe no
conceito green, que não se restringe à
comercialização de produtos e soluções
em Tecnologia de Informação (TI) menos
prejudiciais à natureza, mas visa criar
uma maior conscientização no meio
corporativo. A iniciativa está conectada
ao Projeto Big Green, que já recebeu
investimentos globais da ordem de US$
1 bilhão e ao qual 30 empresas brasileiras
já aderiram.
Com essa iniciativa, a IBM informa

que procura viabilizar não apenas a oferta de produtos que
consomem menos energia, consolidam servidores e racionalizam
o armazenamento das informações. A corporação espera também
criar o que chama de “educação ambiental em cadeia”, que leva
todas as partes à prática de ações de responsabilidade social.
“A multiplicação das iniciativas corporativas de
sustentabilidade só evidencia a transição inevitável, e já em
curso, para um novo paradigma de fazer negócios, caminho que se
traduz na necessidade de uma expansão da consciência individual
e coletiva. Os gestores com pessoas têm uma oportunidade
ímpar de vislumbrar e trazer para a realidade novos horizontes.
Este ano, por sua importância crucial, estas questões merecerão
destaque em nosso congresso anual, que será aberto no dia 22 de
junho com importantes conferencistas que explorarão a gestão
transformadora nas escala individual, organizacional e planetária”,
informa a presidente da ABRH-RJ Leyla Nascimento.
Envolvimento interno é vital
Empresas que buscam se consolidar como socialmente
responsáveis têm de trabalhar com afinco para envolver,
primeiramente, seus funcionários e colaboradores diretos. Eles
devem ser estimulados a adotar os valores e comportamentos
éticos nos quais a organização pretende fundamentar suas práticas
de sustentabilidade.
”Nessa direção, há vários cases de sucesso. Um ponto comum
entre essas experiências de referência é o trabalho cooperativo
entre as áreas de recursos humanos, comunicação interna e
marketing. Juntos, elas elaboram estratégias criativas para a
“Metas sociais e ambientais são
consideradas prioridade para um número
crescente de empresas em franca ascensão
no mercado global, comportamento
que tende a aumentar ainda mais sua
eficiência operacional e a satisfação de
seus públicos interno e externo.”
disseminação mais eficiente das mensagens, inclusive por meio de
novas mídias, e com eficácia conseguem comprometer o publico
interno”, destaca Leyla Nascimento, presidente da ABRH-RJ e
diretora do Instituto Capacitare.
Tempos atrás, a multinacional varejista Wall Mart ambicionava
ser referência mundial em responsabilidade socioambiental e
reportagem do mês
logo percebeu que para atingir certas metas traçadas por seu staff,
como usar apenas energia renovável e alcançar o desperdício zero,
seria impossível se não houvesse conscientização e engajamento
de todos os funcionários.
No Brasil, uma das saídas encontradas pelo Wall Mart foi uma
parceria com o Instituto Akatu, organização não-governamental
que defende o consumo consciente. Por meio dessa união, a ONG
promoveu uma série de atividades com o objetivo de mudar
comportamentos. Foi lançado o chamado “Projeto Pessoal para a
Sustentabilidade” (PPS), um estímulo para que cada funcionário
ou colaborador direto repensasse suas atitudes, abraçando a
oportunidade de estabelecer por decisão própria metas simples
para contribuir com a saúde do planeta.
Para dar exemplo, o próprio presidente da empresa, Vicente
Trius, virou protagonista de um filme em que interpreta um
bem-humorado super-herói. Numa das cenas, ele combate o
desperdício da água, interferindo na lavagem de um carro e num
banho demorado. A iniciativa não poderia ter sido mais acertada,
pois não deixa dúvida que a diretoria acredita no projeto e está
fazendo, como todos, sua parte.
“Nenhuma empresa conseguirá alcançar uma performance
sustentável sem a participação ativa dos funcionários. As
organizações são pessoas. Se elas não tiverem motivações
pessoais, dificilmente a empresa atingirá seus objetivos. Também
não se constrói um programa de sustentabilidade com foco em um
público A ou B. É preciso criar formas transversais para chegar a
todos eles”, diz a diretora de Responsabilidade Social da ABRJ-
RJ e coordenadora de Desenvolvimento Social da Ponte S.A,
Sonia Couto.
Em território fluminense, o Sistema Firjan e o Sebrae têm
tido papel fundamental. Estimulam indústrias de todos os portes
a trazer para seu planejamento estratégico a sustentabilidade,
oferecendo acesso à informação especializada e consultorias
técnicas, promovendo a conscientização e a aplicação de
recursos na proteção ambiental e na elevação da qualidade
de vida dos trabalhadores. As entidades motivam, facilitam e
orientam as organizações para a prática continuada e crescente da
responsabilidade social, considerando-a como uma estratégia de
crescimento e longevidade de apoio ao desenvolvimento integral
do estado do Rio de Janeiro e de contribuição às políticas públicas
do País.
A construção de uma civilização mais sustentável e eqüitativa
é o objetivo abraçado por um número de pessoas, organizações
e governos que, ano a ano, tem crescido. Cada qual num grau
diferente de compromisso, mas tudo leva a crer que, neste século
21, o sentido original do verbo “competir” (ir juntos para algum
lugar) dará o norte para todos nós.
RHnews •abril 2008 • 
 reportagem do mês

Compêndio reúne ferramentas de gestão sustentável utilizadas em 33 países

Com patrocínio da Petrobras, Comgas e
apoio cultural deAngloAmerican,AES Tietê
e da Lei de Incentivo à Cultura - Ministério
da Cultura, foi lançado o ‘Compêndio para
Sustentabilidade - Ferramentas de Gestão
de Responsabilidade Socioambiental: Uma
Contribuição para o Desenvolvimento
Sustentável’, idealizado e organizado por
Anne Louette, administradora de empresas
e coordenadora do Instituto AntaKarana.
O objetivo do trabalho é disponibilizar
ferramentas de gestão aos setores público e
privado e organizações não-governamentais
(ONGs) que desejam avançar na
implementação da sustentabilidade em
seu dia-a-dia. Em outubro de 2007, o
Compêndio para a Sustentabilidade
foi apresentado no Fórum Mundial da
Economia Responsável, em Paris, sendo
considerado uma ferramenta de apoio bem-
estruturada para orientar decisões em prol
do desenvolvimento sustentável.
A publicação reúne ferramentas de apoio à
gestão sustentável utilizadas em 33 países,
ilustrando a diversidade de instrumentos
disponíveis no mundo. “Se quisermos
orientar o desenvolvimento sustentável para
o bem-estar comum na sociedade, devemos
utilizar os instrumentos disponíveis que
auxiliem na construção desses resultados.
Quanto mais essas ferramentas forem
aplicadas e aprimoradas, mais as
organizações terão condições de integrar as
práticas de responsabilidade socioambiental
às suas atividades cotidianas”, destaca
Anne Louette.
Para a idealizadora do Compêndio, mesmo
com grandes problemas sociais, o Brasil
tem registrado vários avanços. “Com as
ferramentas adequadas, que considerem
os pilares econômico, ambiental e
social de forma sustentável, o País tem
potencial para se destacar no mundo”.
Anne demonstra especial preocupação
com o pilar econômico. “A empresa não
pode estar preocupada apenas com o lucro
imediato. Nesse campo, é preciso rever o
processo produtivo”, destaca.
“Precisamos de mais gestores visionários,
que enxerguem que, sem sustentabilidade,
terão problemas no futuro. Ainda temos
empresários não suficientemente lúcidos
para entender que a sustentabilidade é
um bom negócio para todos”, resume.
Anne toma como exemplo desse tipo
de comportamento a China, que vem
crescendo vertiginosamente, mas às custas
de muita poluição, “caminhando para um
sucesso de curto prazo”, acrescenta.
As ferramentas apresentadas no
Compêndio atendem às necessidades
das organizações em diversas etapas de
gestão, contribuindo para processos de
aprendizagem, auto-avaliação, prestação
de contas e incorporação de princípios
de responsabilidade socioambiental nas
atividades. O levantamento também revela
a diversidade e a convergência existente
nas várias ferramentas desenvolvidas por
centros de pesquisa e organizações ainda
pouco divulgadas no Brasil, servindo
de parâmetro para análise do que está
acontecendo ao redor do mundo quando o
assunto é a sustentabilidade.
O Compêndio foi concebido para estar em
processo constante de atualização. No site
www.institutoatkwhh.org.br/compendio,
os usuários cadastrados e as próprias
organizações que criaram as ferramentas
poderão inserir novas informações, sugerir
mudanças, compartilhar dúvidas, soluções
ou experiências bem-sucedidas.
O levantamento procurou manter a
integridade das informações e respeitar
a forma pela qual o seu conteúdo é
apresentado por seus mentores, de modo
a trazer ao leitor um retrato fiel de como as
ferramentas foram concebidas e com qual
finalidade são utilizadas.

O Aurélio da Sustentabilidade

AconsultoriaApoena Social criou um glossário de Sustentabilidade,
à disposição em seu site www.apoenasocial.com.br, juntamente
com notícias, artigos e outros textos explicativos para que o
internauta possa se aprofundar no tema. Abaixo, alguns termos
de destaque, também utilizados nesta matéria:
Indicadores = Dados ou informações numéricas que quantificam
as entradas (recursos ou insumos), saídas (produtos) e o
desempenho de processos, produtos e da organização como um
todo. Os indicadores são utilizados para acompanhar e melhorar
os resultados ao longo do tempo.
Stakeholder = Termo amplamente utilizado para designar as
partes interessadas, qualquer indivíduo ou grupo que possa afetar
a empresa com suas ações, ou ser por ela afetado.
Sustentabilidade = Ter sustentabilidade significa assegurar o
sucesso do negócio a longo prazo e ao mesmo tempo contribuir
para o desenvolvimento econômico e social da comunidade, um
meio ambiente saudável e uma sociedade estável.
A sustentabilidade tem três amplos componentes, geralmente
descritos como as pessoas, os lucros e o planeta, ou seja, os
aspectos sociais, econômicos e ambientais. A sustentabilidade
é, às vezes, chamada de “responsabilidade social corporativa”
ou de “cidadania corporativa”.
Triple Bottom Line = A necessidade de as empresas considerarem
em seus negócios as três dimensões descritas acima: as pessoas,
os lucros e o planeta.

10 RHnews • abril 2008 •


Vivemos na era do conhecimento, mas
não somente com foco em infra-estrutura
e tecnologia. “Uma empresa que não volta
suas ações para seu maior potencial, o
capital humano, está condenada a uma
curta sobrevivência. A maior força de
uma empresa está no intelecto de seus
funcionários e, como nas demais empresas
do Sistema Cataguazes-Leopoldina (SCL),
a valorização dos recursos humanos é
uma das prioridades na Companhia de
Eletricidade de Nova Friburgo”, afirma
Gabriel Alves Pereira Júnior, diretor-
presidente da Companhia de Eletricidade
de Nova Friburgo.
Mas valorizar um funcionário vai muito
além da questão monetária. Desde 1997,
quando a CENF passou a integrar o SCL,
várias ações são desenvolvidas dentro
da política de valorização do capital
humano.
A CENF acredita que ninguém melhor
que os próprios funcionários para ajudar
a implantar boas idéias e sugestões. Por
isso, busca sempre ouvi-los. Em 2003,
a companhia contratou uma pesquisa de
opinião entre os colaboradores, aplicada
pela Consultoria Price Waterhouse Coopers,
para saber o que eles pensavam sobre a
administração. O resultado, considerado
excelente pela coordenadoria da pesquisa,
mostrou que 64% das respostas aprovaram
o sistema de gestão da CENF.
A partir dessa pesquisa histórica, a
concessionária vem implantando uma série
de ações que visem a participação efetiva
de seus funcionários e o contato estreito
A gestão com pessoas
mudou minha empresa
Ser Humano,
nosso maior capital
com a administração; entre eles o Programa
de Incentivos, que premia as melhores
sugestões apontadas pelos colaboradores
e o “Encontro com a Diretoria”, que coloca
em contato direto funcionários e diretores
para um aberto bate-papo.
Outro indicador positivo da política
de valorização de pessoal na CENF é
o aumento do quadro de funcionários,
mostrando a preocupação da empresa em
não sobrecarregar seus trabalhadores e
primar pela melhoria contínua dos serviços
prestados aos consumidores.
Para manter o aprimoramento intelectual
de seus funcionários, a empresa investe,
de forma constante, em treinamentos
nas áreas comercial e de atendimento ao
consumidor; comportamental, técnica
e operacional, sendo que grande parte
desses cursos é voltada para a segurança
do trabalho. Essas ações envolvem 100%
dos colaboradores da CENF.
Em 2000, a CENF implantou o incentivo
à educação, que oferece bolsas de estudos
em cursos técnicos, de graduação e pós-
graduação aos funcionários com mais de
um ano de contratação, responsabilidando-
se por 50% das mensalidades.
A CENF também dispõe de um excelente
Plano de Benefícios, que garante até um
salário mínimo a título de salário-creche
para filhos de funcionárias com idade
máxima de seis anos e auxílio de um salário
mínimo a filhos de funcionários com
necessidades especiais. A empresa ainda
oferece tíquete-alimentação, assistência
médica e odontológica, seguro de vida,
prêmio-aposentadoria e participação nos
lucros e resultados.
A CENF também tem forte atuação social
em Nova Friburgo, com destaque para
ações na comunidade tais como:
Criação da Usina Cultural que abriga
o Pró-Memória, a Escola de Cordas
Campesina Friburguense, com 300
alunos estudando música, o Coral CENF,
Galeria de Arte e a Sala Maestro Joaquim
Naegele;
Preparação para transformar as áreas
no entorno das usinas da empresa em
RPPN (Reserva Particular do Patrimônio
Natural);
Doações de mudas da Mata Atlântica
nativa para replantio na região;
Patrocínio das equipes principal e
do infanto-juvenil de futebol do
Friburguense;
Captação de donativos para entidades
filantrópicas e assistenciais de Nova
Friburgo através da conta de energia.
A CENF é uma empresa que tem sua
cultura organizacional formada nos
princípios do trabalho, competência e
honestidade. Assegurar a qualidade da
energia elétrica fornecida ao mercado
é um objetivo constante da CENF. Para
isto, a empresa investe permanentemente
em novas tecnologias da distribuição e no
treinamento de seus funcionários. Dentro
ou fora de suas instalações, o ser humano
é reconhecido como o maior capital da
companhia.
RHnews •abril 2008 • 11
 Artigo especial da Qualitymark
www.qualitymark.com.br

A CORDA BAMBA
DA CONFIANÇA
Por Jody Urquhart*

A confiança afeta o resultado final. Os empregados tratam os

clientes do mesmo modo como são tratados. Se você não cumpre
as promessas que faz aos empregados, eles não vão cumprir as
promessas que fazem aos clientes.
As pessoas só têm negócios com aqueles em quem confiam. A
confiança de um cliente em uma empresa começa pela confiança
da empresa em seus empregados. Em seu livro Reclaiming Higher
Ground, Lance Secretan afirma: “Nossa sociedade sofre com a
decadência da verdade”.
Dizer a verdade dá resultado. Em muitas empresas, mais de
um terço do orçamento vai para funções como controle, relatórios
e procedimentos. Muitos desses controles só existem por causa da
falta de confiança. Confiar é muito menos dispendioso.
5. Pedem opiniões e sugestões, e depois as ignoram.
Por exemplo: um gerente pede sugestões sobre como
Destruindo a confiança
melhorar o serviço. Um empregado oferece duas boas idéias;
ninguém diz nada nem volta ao assunto. O empregado sente
Aqui estão seis atitudes das empresas e profissionais que
que o gerente não quer realmente a opinião dele. Claro que você
destroem a confiança:
não vai usar todas as idéias, mas é essencial dar uma resposta.
Demonstra que você ouviu.
1. Não fazem o que dizem.
6. Tudo é monitorado, desde o número de dias de
Por exemplo: a empresa tem o slogan “O atendimento ao
afastamento por doença à produtividade.
cliente é nossa prioridade número um”; no entanto, você entra na
loja e não é cumprimentado, não aceitam seu cheque, o pessoal é
desinteressado e são feitas mudanças que afetam você sem pedir
Definindo o Que é Confiança no Trabalho
a sua opinião.
2. Fazem promessas que não podem cumprir.
Aqui estão as quatro qualidades que, na minha opinião,
Por exemplo: o gerente diz que vai dar a todos os funcionários
definem um ambiente de trabalho onde existe confiança:
um aumento no mês que vem.
3. Sonegam informações.
1. Comunicação franca.
Por exemplo: existem áreas na empresa que são proibidas
Os empregados falam aberta e informalmente, havendo
a alguns empregados. As informações só chegam a poucos. As
trocas entre pessoas e entre departamentos. As opiniões de
reuniões acontecem a portas fechadas.
todos são valorizadas igualmente. Quando há oportunidade, os
4. Não permitem que os empregados tenham opinião.
empregados são incluídos e envolvidos. Sugestões e opiniões são
Por exemplo: a empresa sempre segue certos procedimentos.
bem-recebidas e levadas em consideração. Os gerentes ouvem
São muitas as regras, projetadas de modo a impedir que as pessoas
os empregados.
pensem sobre o que devem fazer.

12 RHnews • abril 2008 •

 Artigo especial da Qualitymark
www.qualitymark.com.br

2. Empregados com autonomia.

Os empregados são incentivados a usar o próprio
discernimento para resolver problemas. As regras são uma
orientação e não uma solução.
3. Todos são responsáveis.
Dos gerentes ao pessoal de todos os níveis, as promessas são
cumpridas. Ninguém diz que uma coisa vai acontecer sem que os
recursos e sistemas estejam instalados. Envolva todo o grupo e
faça todos responsáveis. Invista em compromissos.
4. Os gerentes dão o exemplo das decisões.
Enquanto os gerentes não puderem dar o exemplo, não
esperam que ninguém mais o faça. Têm cuidado para que tudo
que é escrito seja verdadeiro. Sabem que não têm apenas um
objetivo, mas o compromisso de fazer acontecer.
A atitude do empregado em relação ao trabalho é, em geral,
um reflexo da atitude da empresa em relação a ele. Serviço só pode
ser prioridade quando as pessoas se tornam prioridade.

Quando as pessoas percebem a confiança no ambiente

profissional, dizem coisas como: “Eles nunca me decepcionaram”,
“Eles cumprem o que prometem”, “Sei que eles têm em mente o AÇÃO
que é melhor para mim” ou “Ele sabe o que está dizendo; e quando Envolva todo o grupo e faça
não sabe, reconhece”.
Você tem ouvido seu pessoal falar assim? todos responsáveis.
Invista em compromissos.
* Jody Urquhart é treinadora e consultora. Contato: 1-877-750-1900.

RHnews •abril 2008 • 13

 acontece

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com mais de 1000 profissionais
e organizações.
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desenvolvido pelo Grupo GP e exclusivo aos associados da ABRH-RJ. Ao longo do ano serão RH-RIO e o CONARH, Congresso
oito debates sobre as principais tendências da área de gestão com pessoas. O evento da vez Nacional sobre Gestão de
Pessoas, e nos cursos de MBA da
será conduzido pelos especialistas Ana Beatriz Fernandes, gerente de gestão e planejamento
Academia ABRH-RJ.
Estratégico da MPX Energia e membro do Grupo Gestão de Pessoas (GP) da ABRH-RJ e João
Pertencer a uma associação
Arquimedes Cesário da Silva, gerente de estratégia e desempenho empresarial da TBG – Trans.
de classe que tem visibilidade,
Brás. Gasoduto Bolívia Brasil LTDA e diretor de performance da ABRH-RJ. O encontro acontece competência e qualidade
das 9h às 11h no Auditório da ABRH-RJ - Av. Presidente Vargas, 463 - Sala 1.102 – Centro. nas atividades que promove
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