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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CURSO: SERVIÇO SOCIAL


DISCIPLINA: RELAÇÕES DE GÊNERO E FEMINISMOS
PROFESSORA: MARIA DO SOCORRO FERREIRA OSTEME
ALUNO(A): ANA KEITY PEREIRA BEZERRA

O filme AS SUFRAGISTAS, lançado em outubro de 2015, retrata o


movimento sufragistas que aconteceu na Inglaterra, no inicio do século XX. O
filme apresenta de forma esclarecedora a resistência de sobreviver frente ao
sistema capitalista, sob as explorações na relação trabalho e capital, e
desperta, ainda, outra questão que ultrapassa as questões sociais de classe,
que são as relações sociais de sexo. Ficando clara a cultura dominante
masculina, onde o homem pode dominar todos os espaços inclusive e
principalmente os de poder, e do mundo externo.

Nos primeiros minutos do filme, temos um resumo sobre o contexto


histórico do enredo, cenas de mulheres trabalhando nas fábricas, enquanto a
narração destas nos apresenta a uma discussão entre homens no parlamento,
discutindo sobre a crença de que mulheres não possuíam equilíbrio mental
para exercer julgamentos em assuntos políticos.

Em seguida, nos deparamos com a protagonista, Maud Watts e sua


vida. Maud é como muitas mulheres da classe trabalhadora do início do século
XX (1912): uma esposa, uma mãe, uma funcionária de uma fábrica. Ela segue
um padrão aparentemente tranquilo, até que um dia se depara em meio a uma
confusão causada por algumas mulheres que estavam atirando pedras em
vitrines, enquanto clamavam pelo direito ao voto feminino. Estas mulheres
faziam parte do movimento Sufragista, ou seja, o grupo de mulheres e
simpatizantes que estavam lutando pelo direito do voto feminino.
Ao longo do filme, é comum observar as péssimas condições de trabalho
em que aquelas mulheres eram submetidas, sem contar os inúmeros abusos
verbais e sexuais a que estavam expostas. Portanto, é fácil compreender a
ânsia que estas mulheres tinham por liberdade, direito e um tratamento digno.
Mas apesar de tudo isso, Maud não se identifica como uma Sufragista. Ela só
passa a considerar-se uma Sufragista, quando percebe que a situação chegou
a tal ponto, que ela não pode mais fechar os olhos e fingir que nada acontecia.

O filme apresenta ainda cenas fortes, quando retrata as prisões das


mulheres militantes da causa. Muitas das sufragistas foram presas mais de
uma vez e várias vezes recorriam a greves de fome, e quando ficavam muito
tempo sem ingerir alimentos, eram forçadas a isto, através de sondas nasais.
Ao sair da prisão, cada uma delas recebia uma medalha de honra das mãos de
suas companheiras de causa, por tudo o que suportaram em nome do
movimento.

Com o decorrer do filme, Maud decidi declarar-se uma Sufragista,


entende que a lei não está ao seu lado, e então luta para que novas leis sejam
criadas. A partir daí, o filme apresenta uma Maud diferente do início, cada vez
mais militante, criando e distribuindo jornais e até agindo de forma mais
violenta, como causando algumas explosões, todas feitas no intuito de chamar
a atenção da mídia. E com sucesso. Através da ação de Emily, as Sufragistas
conseguem finalmente e com muito sacrifício, a atenção que buscavam da
mídia.

Após muitos anos de sacrifício e de uma luta que levou à prisão mais de
mil mulheres britânicas, em 1918, o direito de votar foi concedido às mulheres
com idade superior a 30 anos. Em 1925, a lei reconheceu o direito das mães
sobre seus filhos e em 1928, as mulheres igualaram o seu direito de voto ao
dos homens.

Ainda nos dias de hoje, é possível encontrar mulheres que estão


acostumadas com suas vidas de tal forma, que não percebem que ainda existe
muito a ser feito em relação aos direitos das mulheres. Algumas mulheres
chegam a declarar que não são feministas, ou que não precisam do feminismo,
mas o ponto é que se somos feministas, é porque precisamos ser. Precisamos
lutar pelos nossos direitos e pela igualdade de gênero, pois, se não o fizermos,
ninguém o fará por nós.

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