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Estudo 1

QUANDO DEUS NÃO FAZ O QUE EU QUERO

Leitura 1: João 12.12-19 (Mt. 21.1-11; Mc.11.1-11; Lc. 19.28-40)


Leitura 2: Lucas 23.13-25. (Mt. 27.11-26; Mc.15.1-15; Lc. 23.1-12; Jo. 18.28-40)

Nestas duas passagens das Escrituras Sagradas, ambas ocorridas na semana


(domingo e sexta, respectivamente) em que ocorreu a Paixão de Cristo (o
termo Paixão, nesse caso, vem do latim, passio, que indica sofrimento). Em
Jo. 12.12-19, observamos o povo reagindo a chegada de Cristo reconhecendo
que ele era o Messias prometido pelo Antigo Testamento. Percebemos isso
pelo modo como cobrem o caminho com suas roupas, o que simbolizava honra
e como agitavam ramos de palmeiras, símbolo de vitória e sucesso. Eles
aguardavam ansiosamente que alguém os libertasse do poder dos romanos,
lhes devolvendo a cidadania judaica, seu país e sua dignidade. Entretanto, se
tivessem prestado atenção a cena que se desenrolava diante deles, teriam
percebido que Jesus veio em paz, montado em um jumento (que traz essa
simbologia), cumprindo a profecia de Zc.9.9. Entretanto, logo essa esperança
se dissipou, quando perceberam que Jesus não usaria de força física para
implantar seu reino, nem estava recrutando um exército para lutar em seu
nome. Então, apenas seis dias depois, podemos ver essas mesmas pessoas
que exultaram com sua chegada gritando “Crucifica-o”!

Para refletir:
1. Se consultarmos o Sl.118.25 veremos a expressão Hosana.
Literalmente seu significado é “Salva-nos, Senhor”. Antes usada como
uma oração pelo povo judeus, nos tempos de Jesus foi banalizada e
usada como uma simples saudação ou grito do povo. Como você acha
que a banalização da Palavra de Deus (como a citada acima), da
oração (orações mecânicas, orações que “determinam” o que Deus
deve fazer, orações sem fé) e o uso do nome de Deus em vão (em
expressões cotidianas como “Meu Deus!” ou “Deus me defenda!”
afetam nossa crença Nele como nosso único e suficiente salvador?
2. No relato contido em João 12, um de nossos textos de referência, vemos
que muitos estavam ali por mera curiosidade à respeito dos milagres de
Jesus, especialmente a ressurreição de Lázaro (Jo. 11; 12.17-18). Essa
curiosidade, não fundamentada na verdade das pregações do Messias,
mas apenas no interesse do que Ele poderia realizar, levou aquela
multidão a ter repulsa por ele, a ponto de pedir a soltura de Barrabás,
que, ironicamente, tinha por primeiro nome, Jesus (nome comum
naquela época). Barrabás era, provavelmente, um zelote, linhagem
judaica que queria libertar o povo através de revoltas populares e
guerras, e estava preso por fomentar motins e participar de um
homicídio. Embora possa parecer absurdo, essas características
parecem ter melhor atendido ao povo de Israel do que as de Jesus, pois
eles queria um salvador político, pouco ligando para a espiritualidade
(naquele tempo, ser judeu se resumia a uma série de regras a serem
cumpridas.) Como nossa visão do que é a salvação, baseados no
que lemos, pode nos influenciar no nosso entendimento sobre a
missão de Jesus?

3. Aquela multidão que na sexta clamava pela condenação de Jesus foi


fortemente influenciada pelos sacerdotes e anciãos (pessoas que,
supostamente, deveriam conduzir o povo com sabedoria, não por
partidarismo), como podemos observar em Mt.27.20. Seis dias antes
foram influenciados pelos relatos dos milagres e do poder manifesto por
Jesus. Em nenhum momento, entretanto, foram levados a refletir sobre o
que de fato estava acontecendo. Como você acha que o fato de, em
muitas situações, nos deixarmos conduzir por outros, o que a
psicologia chama de “efeito manada” (comportamento humano
comum diante de atitudes coletivas, representando a tendência das
pessoas em repetirem ações de um determinado grupo, em busca
de melhores resultados e de se sentirem participantes) molda,
negativamente, nossa forma de adorar e servir a Cristo (Rm.12.1-
2)?

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