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Jesus de Nazare é o Mashiah?

Deixe-me dizer de antemão que este estudo não é uma negação da existência de Jesus de Nazaré como
um personagem histórico. Creio plenamente que no século I, existiu um homem chamado Jesus de
Nazaré, e que fez vários milagres, pregou aos seus contemporâneos e no final foi crucificado e morreu.
Porém, por outro lado, este estudo é feito para saber se Jesus de Nazaré é ou não realmente o Mashiah
prometido ao rei Davi. O cristianismo diz que ele é o Mashiah (Cristo), os judeus ortodoxos afirmam que
não. Quem está certo? Está pergunta cabe ao leitor no fim desde estudo, analisar e tirar as suas próprias
conclusões.

Introdução
Em vários textos do Novo Testamento (NT) Jesus é apontado como sendo o Mashiah (Cristo)
retratado no Antigo Testamento (AT). Texto tais como Mt 16:16-20, Mc 8:29, Mc 14:61, Lc 2:11, 26,
4:41, 9:20, Jo 1:41, 4:25-26, 42, 6:69, 10:24, 11:27, At 17:3, 18:5, 28 etc, são usados para esse fim,
porém nenhum destes textos explicam o por quê de Jesus de Nazaré ser o Mashiah. No entanto, Atos 17:3
e 18:28 diz que Paulo provava aos judeus pelas “escrituras” que Jesus de nazaré era de facto o Mashiah.
Mas, não há relatado de alguma “profecia messiânica” do Antigo testamento em que Paulo cita ou
demostra que de fato Jesus de Nazaré era o Mashiah. Por outro lado, o envangelho de João tenta explicar
porque Jesus de Nazaré era considerado o Mashiah ou Cristo:

“E muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro, verdadeiramente Jesus fez na presença de
seus discípulos. Mas estes, estão escritos, para que possamos crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus,
e para que, crendo, tenhais vida através do seu nome.” Jo 20:30-31

Segundo o evangelho de João, Jesus de Nazaré é o Mashiah, porque ele realizava vários sinais; em
outras palavras, o evangelista atesta que os milagres de Jesus de Nazaré, provam que ele é o Mashiah. O
evangelho de Mateus também caminha no mesmo sentido.

“Ora, quando João ouviu na prisão sobre as obras de Cristo, ele enviou dois dos seus discípulos, a
dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou aguardamos outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e
mostrai a João novamente as coisas que ouvis e vedes: Os cegos recebem a sua visão, e os coxos andam;
os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é pregado o
evangelho.” Mt 11:2-5

Isto me leva a questionar: Jesus de Nazaré é o Mashiah porque realizava milagres ou porque a
profecia sobre o Mashiah se cumpre nele? Existe alguma profecia do Antigo Testamento que aponta que
o Mashiah seria reconhecido por causa dos sinais que ele realizaria? O próprio Jesus não disse que
existiriam falsos cristos que faziam grandes sinais (Mateus 24:24)? Os milagres provam alguma coisa,
neste caso a messiânidade de Jesus de Nazaré? Mas em Deuteronómio está a seguinte advertência:

“Se entre vós se levantar profeta, ou um sonhador de sonhos, e te der um sinal ouum prodígio, E
acontecer o sinal ou o prodígio, de que ele vos tiver falado, dizendo: Sigamos outros deuses, que não
conheces, e vamos sirva-los; não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador de sonhos; porque o
SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais ao SENHOR vosso Deus com todo o vosso
coração, e com toda a vossa alma.” Dt 13:1-3

Note então que o sinal ou prodígio ou milagres não suficientes em si para provar a veracidade de
alguma coisa. Pois no texto acima citado, os sinais podem ser uma provação de Deus. O sinal só é levado
em contam quando tem o Eterno, o único Deus, como foco de toda a adoração, pois quando o sinal é
realizado sem está consideração, o profeta ou sonhador que realizou tal sinal, apregoou rebeldia contra
YAH e deveria ser morto (Dt 13:5).
Quero com isso dizer que Jesus de Nazaré foi um falso profeta? Não; de maneira nenhuma. Apenas
digo que os milagres, sinais, prodígios realizados por ele, não são prova suficiente de sua messiânidade,
como os evangelhos de Mateus e João nos quer fazer acreditar. Só devemos acreditar que Jesus de Nazaré
é de facto o Mashiah, se realmente as profecias do Antigo Testamento se cumprem nele; caso contrário,
nenhuma argumentação será valida a respeito desta questão.

O Conceito do Mashiah
O termo “Mashiah” traduzido é “Cristo” (João 1:41). Mashiah e Cristo são termos sinónimos e o seu
significado literal é o termo “Ungido”. Portanto, o Mashiah (Ungido) é um personagem escolhido por
Deus para realizar a Sua vontade.
No contexto das Escrituras Hebraicas (AT) existiram vários Mashiah ou Ungido do Eterno. Os
sacerdotes ou sumo sacerdotes eram “ungidos” do Eterno (Levítico 4:3, 6:20, Números 3:3), Saul foi
também “Ungido” do Eterno (I Samuel 24:6, 10, 26:9, 11, 16, 23), David foi “Ungido” do Eterno (II
Samuel 5:17, 19:21-22, 22:51, 23:1), a nação de Israel era o “Ungido” do Eterno (I Crónicas 16:22,
Salmos 105:15), Ciro rei da Pérsia também foi “Ungido” do Eterno (Isaías 45:1).
Com o advento dos reis de Israel, o conceito do Mashiah foi associado a realeza. Pode se dizer que os
reis da nação de Israel eram os “Ungidos” ou “Mashiah” do Eterno. E estes reis de Israel eram ungidos
pelos profetas (I Samuel 10:1, 16:13, I Reis 1:39). Davi é um exemplo pratico disso, pois ele foi “ Ungido
Rei sobre todo o Israel” (II Samuel 5:17) e ele é retratado com sendo o “Ungido do Senhor” (II Samuel
23:1, Salmos 18:50); assim sendo, Davi era um “rei messiânico”, ou seja, um “rei Ungido”.
No entanto, embora havia existidos vários reis messiânicos ou ungidos, existem profecia nas
Escrituras Hebraicas que aponta para o surgimento do derradeiro Mashiah de Israel prometido ao rei
Davi. Só para citar alguns textos, temos Isaías cap. 11, Ezequiel cap. 37, Zacarias cap. 6, Miqueias cap. 5
e muitos outros textos.
As profecias retratam a vinda de um Mashiah nos derradeiros dias que será rei sobre Israel e se
assentará no trono de Davi. Os cristãos acreditam piamente que esse Mashiah é ou foi Jesus de Nazaré.
Agora, vamos colocar Jesus de Nazaré como ele é retratado no Novo Testamento (NT), a prova das
Escrituras Hebraicas e descobrir se ele de fato é ou foi o Mashiah prometido ao rei Davi, ou se devemos
esperar um outro em seu lugar.

As Dificuldades do
Messianismo de Jesus de Nazaré

Jesus de Nazaré é Filho de Davi?


Segundo a tradição Judaica um dos requisitos para se reconhecer alguém como o Messias é a sua
descendência davídica (Sl. 132:11; Is. 11:1; Jr. 23:5-6, 33:15-16, II Sm.7:12 seg., etc.). Por descendência
davídica se entende que ele será o “fruto” ou a “semente” “das entranhas” de Davi, ou seja, ele será da
raça e da casa de Davi. Portanto, ele é um filho legítimo da estirpe de Davi e não por qualquer outro
título atribuído. Isso quer dizer que sua descendência davídica não se trata de uma alegoria, mas sim de
um termo legal - em todo sentido da palavra - adquirido por herança hereditária paternal. Por conseguinte
ele será um homem - não um semideus ou sobre-humano - cuja ancestralidade remota aos antigos reis de
Judá. Assim sendo, ele será o Rei legítimo da casa de Davi e governará sobre toda a nação de Israel.
O Novo Testamento – o livro cristão – reconhece a ideia dessa descendência davídica do Messias.
Segundo narra o Evangelho de João, essa ideia estava imprimida na mente dos judeus do primeiro século
da era comum (Jo. 7:41-42), e os cristão atribuíram essa ideia a Jesus de Nazaré. Por exemplo, em Atos se
fala da filiação messiânica davídica de Jesus (At. 2:29-30). Os escritos Paulino dizem que Jesus era filho
de Davi segundo a carne (Rm. 1:3; II Tm. 2:8; At. 13:23). Já na carta aos Hebreus, Jesus era da tribo de
Judá e em Apocalipse ele não só era da tribo de Judá mas era “a raiz e a geração de Davi” (Hb. 7:14; Ap.
5:5; 22:16). Além disso, nos evangelhos sua genealogia remota a Davi (Mt. 1:1; Lc. 3:23-31). Essa ideia
é vital e fundamental para o Cristianismo, pois, sem ela o messianismo de Jesus está fadado ao fracasso e
não tem nenhum valor. Foi essa sobre esse fundamento que o Cristianismo estabeleceu o messianismo de
Jesus fazendo com que ele seja a figura do Messias prometido nas Escrituras Hebraicas.
Embora o Novo Testamento esteja repletas de alusões que retratam Jesus de Nazaré como sendo o
Messias davídico, contem também uma série de dificuldades sérias que põem esse messianismo em
cheque. A ideia agora será explorar essas dificuldades e ver como elas comprometem e prejudica a figura
de Jesus de Nazaré como o Messias e então nos ajudar a compreender o por quê que até aos dias atuais os
judeus não aceitam Jesus como o Messias.

1. As Dificuldades. As primeiras dificuldades surge nos escritos de Mateus. O escritor inicia sua narrativa
dizendo que Jesus era “Filho de Davi…”, (Mt. 1:1). Isso não seria um problema se mais adiante não
tivesse escrito que Maria “foi encontrada grávida [de Jesus] do Espírito Santo” (Mt 1:18). Se ela foi
“encontrada grávida do Espírito Santo” logo Jesus não tem um pai carnal. Ou seja, José – esposo de
Maria - na verdade não era pai de Jesus (1:18-20). E como José era da descendência de Davi, e não
Maria, logo Jesus não pode ser filho de Davi. Que dificuldade isso causa no messianismo de Jesus? Como
dito anteriormente, o Messias judaico será um homem com um pai carnal da descendência do rei Davi.
Se Jesus não tem um pai carnal é inaceitável para o judaísmo ver nele a figura do Messias. A tradição
judaica crê que o Messias será descendente de um homem, – neste caso, descendente do rei Davi – mas
Jesus não se encaixa nessa categoria visto que ele foi concebido pelo Espírito Santo. Segundo essa
dificuldade mateana, Jesus de Nazaré não pode ser o Messias da tradição judaica. E tudo o que foi dito até
aqui é perfeitamente aplicável a narrativa de Lucas, que também relata que Jesus de Nazaré foi gerado
pelo Espírito Santo (Lc. 3:23-31; 26-33).
Mas os defensores alegam que pelo fato de José ser da descendência de Davi e sendo o pai adoptivo
de Jesus, confere ao último a legalidade messiânica. Mas essa objecção é facilmente removida pois as
profecias hebraicas claramente aponta para a figura de um Messias que será literalmente da descendência
de Davi. Em outras palavras, isto é mesmo que dizer que a semente de Davi é passada de geração em
geração até que ela finalmente ela produzisse o Messias prometido. E se isto não é fato, então por quê os
autores dos neotestamentários sentiram a necessidade e fizeram tantos esforços de criar um laço de
parentesco entre Davi e Jesus? Por quê o Novo Testamento atesta em vários lugares de que Jesus é da
descendência de Davi segundo a carne? Mas, segundo Mateus e Lucas, Jesus não era descendente de Davi
segundo a carne. Podemos dizer que estamos perante de uma das contradições do Novo Testamento. Por
uma lado esse livro cristão diz que Jesus de Nazaré não era descendente de Davi (Mt. 1 e Lc. 1) e por
outro temos vários escritos que afirmam que ele é da descendência de Davi segundo a carne.

1.2 Maria é descendente de rei Davi? Creio que ciente da difilculdade levantada nas narrativas mateana e
lucanena sobre a descendencia davidica de Jesus de Nazaré e também na tentativa de reconcilar as duas
genealogias neotestamentarios – contraditoria e diferente um do outro – seus defensores atribuiram a
Maria, mãe de Jesus, a descendencia davidica. Alegam que pela qual existe aparentemente tantos
embaraços e contradições entre as duas genealogias do Novo Tesamento é que os seus escritores
escreveram em prespetivas diferente. Para eles Mateus escreveu a sua genealogia pelo materna de Jesus
enquanto que Lucas levou em considerção o paterno de Jesus. Porém, isto não passam de conjunturas. E é
muito facil desmantelar tais conjuturas. Não há nenhum indicio neotestamentarios que colabora a ideia de
Maria ser da descendencia de Davi. Tanto Lucas como Mateus escreveram sua narrativa genealogica
levando em consideração o lado paternal de Jesus. Mateus comença com Abraão vai até José (Mt 1:1-16)
e Lucas começa com José recua até a Deus (Lc 3:23-38). Além disso, de acordo com a tradição judaica a
descendencia tribal é passada de pai e para filho e nunca de uma mãe para o seu filho. Em todos os
regitos genealogicos das Escrituras Hebraias não se conhece nenhum relato de uma descendencia ser
atribuido a algum individo pelo lado maternal (ver exp. Gn. 5 e 10; Rt. 4:18-22, I Cr. 1 a 8). No entanto
temos fraguimentos neotestamentarios que aponta na direção contraria dos objetores. O grau de
parentesco entre Maria e Elisabete oferece mais uma razão de que a genealogia mateana não a ideia de
que Maria era da descendencia de Davi. Maria era prima de Elisabete, uma descendente da tribo de Levi
juntamente com o seu marido Zacarias (Lc 1:5, 34-36). Percebe-se de que João Batista era na verdade da
família sacedortal – no primeiro seculo o sacerdocio pertencia a elite Saduceu da nação Judaica -
pertencendo a tribo de Levi e que Jesus de Nazaré era seu primo em segundo grau. Apartir disso, há uma
hipotese de que Maria, mãe de Jesus, talvez seja na verdade da mesma tribo de sua prima Elizabete. E se
essa hipotese estiver correta há motivos suficientes para crer de que nem Maria e nem seu filho Jesus
pertenciam a linhagem do rei Davi. Davi não provei da tribo de Levi mas sim da tribo de Judá. Isso
levanta uma questão:

1.3 O Messias é da tribo de Judá ou de Levi?Deixando de lado as várias concepções messianicas sobre o
Messias que existiam entre judaismo nos meados do primeiro seculo a.c., a visão mais comuente aceite
pela tradição judaica é de que a figura de Messias será da tribo de Judá. Senão, qual era a intenção do
autor da carta Hebreus em dizer que Jesus procedeu de Judá? E o Apocalipse itenficar Jesus como sendo
Leão de Judá e raiz de Davi? (Hb. 7:14; Ap. 5:5 2 22:16). Essas redações neotestamentarias foram
escritas e baseadas sobre a ideia judaica da figura Messias davidico (Gn. 49:8-10; Is. 11:1 e Jr. 23:5).
Entretanto, como dito anteriormente a hipotese que talvez se deve extrair da narrativa de Lucas, é de que
Jesus esteja mais perto de ser da tribo de Levi e que torna isso um golpe ao seu messianismo. Porém,
sendo um pouco mais critico, mesmo que Maria fosse da tribo de Judá isso de nada serveria ao
messianismo de seu filho, pois a identidade tribal é passada de pai para filho - Jesus foi gerado do Espirito
Santo e não tendo um pai humano - e não mãe para filho.

1.4. Cortando Gerações. Outra dificuldade ao messianismo de Jesus se torna vísivel quando se faz uma
leitura vertical entre os escritos neotestamentario e entre as Escrituras Hebraicas. Mateus diz que houve
42 gerações de Abraão até Jesus (Mt 1:17) divindo a sua lista em 3 grupos de 14 gerações. Mas para se
obter a uma lista de 42 gerações, o escritor ocultou de sua lista vários nomes em sua genealogia. Nomes
de como Joás, Amazias, Azarias, Jeoaquim, Pedaías, em Crônicas não aparecem na genealogia de Mateus
(Mt. 1:1-18 e de I Cr. 3:9-24). O que torna isso um erro mateano. Pode se ver que o escritor traz varios
presupostos enganosos. Por exemplo Mateus diz que Uzias (Acazias) gerou Jotão quando na verdade ele
era o trisavô de Jotão (Mt. 1:9 // I Cr. 3:11-12). Também diz que Josias era pai de Jeconias quando na
verdade ele era o seu avô (Mt. 1:11 // I Cr. 3:15-16) e do mesmo modo diz que Salatiel gerou Zorobabel
quando na verdade o último era neto do primeiro (Mt. 1:12 // I Cr. 3:17:19). As alegações mateanas não
estão correta e sua lista de 42 gerações foram fundamenta sobre um presuposto falso. E os erros não
param por aqui. Na verdade, a lista genealogica mateana contêm somente 41 nomes* [a última parte de
14 geração citada por Mateus contém apenas 13 e não catorze] dos citados pelo escritor de modo que
falta 1 geração para completar a lista mateana. E se a tudo isso for comparado com a narrativa de Lucas
sobre o mesmo assunto a confusão torna-se ainda maior. A lista de Lucas contém 56 nomes de Abraão a
Jesus. Sua lista contém de 15 nomes a mais do que a lista mateana. Se por hipótese uma geração equivale
a 40 anos existe uma lacuna de pelos menos 600 anos (15x40) entre as duas genealogias
neotestamentária. Isso é uma grande discrepância!
Outra discrepância entre essas genealogias é de que a partir de Davi as duas listas se divergem para se
encontrarem em Salatiel e Zorobabel e novamente se divergem para se recontarem em José e Jesus.
Dentro dessa discrepância encontramos também contradições. Na genealogia de Mateus Jesus descendeu
da linhagem de Salomão e enquanto que Lucas ele descendeu da linhagem de Natã. Salomão e Natã era
irmãos, filhos de Davi com Bate-Saba (I Cr. 3:5). Jesus ou era descendente de Salomão ou ele é era
descendente de Natã. As duas vertentes nesse caso não podem ser ao mesmo a verdade. Ou ambas estão
erradas, ou uma está correta e outra não errada. Continuado com as contradições, Mateus diz que Jeconias
era o pai de Salatiel (Mt. 1:12) e Lucas por sua vez diz que Neri era o pai de Salatiel (Lc 3:27). Em Lucas
Zorobabel era o pai de Resá (Lc. 3:27), mas em Mateus o filho de Zorobabel foi Abiúde (Mt. 1:13). Além
disso, as duas genealogias descordam entre si sobre quem era o “Avô” de Jesus, um diz foi Jacó (Mt
1:15) e outro afirma que foi Heli (Lc 3:23). Mas, como aceitar o messianismo de Jesus se as alegações
genealógicas neotestamentárias são fraudulentas, enganosas e cheios de discrepâncias e contradições?
Ainda se levanta mais uma questão, qual das duas genealogias provam o messianismo de Jesus? Para ser
verdadeiro, penso que nenhuma das qualifica Jesus como Messias, mas antes o desqualifica como tal.

1.5 Natã e Jesus. Segundo a genealogia de Lucas, Jesus era descendente de Natã filho de Davi (Lc. 3:31).
Só pelo fato de Jesus de ter sua filiação ligado a Natã é uma prova de que ele não pode ser Messias. De
acordo com as Escrituras Hebraicas o Messias será da linhagem de Salomão filho de Davi (Sl. 89:3 // I
Cr. 22:8-10 // 28:5). Deus fez uma aliança com Davi de que ele estabeleceria o trono e reino [de Davi] de
geração em geração. O trono e reino de Davi passaria aos seus descendentes. Salomão foi escolhido como
sucessor de seu pai e não Natã. Entretanto o seu o reino foi divido em duas partes de acordo a profecia do
profeta Aías. Uma parte – a qual compreendia as dez tribos - foram dados à Jeroboão enquanto a outra
fora dado a Reboão filho de Salomão para que Davi tivesse sempre uma lâmpada diante do Deus de Israel
(I Re. 11:29-39). Não existe nenhuma alusão das Escrituras Hebraicas que aponta Natã como sucessor do
reino e trono de Davi. Se Jesus é descendente deste homem ele não tem parte do reino e do trono de Davi,
e por conseguinte ele não proveio da dinastia dos reis Judá, e como tal não pode ser Messias, visto que, a
figura de Messias é apresentada pela tradição judaica como sendo um rei da casa de Davi. Portanto, a
genealogia de Lucas não da suporte para o messianismo de Jesus de Nazaré.

1.6 Salomão e Jesus. Ciente de que Mateus apresenta Jesus como descendente de Davi pela dinastia de
Salomão (Mt. 1:1 e 6), os defensores entendem que aqui está fundamentada o messianismo de Jesus.
Porém, uma análise criteriosa mostrará que isso não procede mesmo que aceitemos que Salamão - e não
Natã - foi o ancestral de Jesus. A genealogia mateana cria essa dificuldade quando aponta Jeconias como
um dos descendentes de Salomão na qual passa a genealogia de Jesus de Nazaré.
Em primeiro lugar Josias não era o pai de Jeconias como diz o nosso primeiro evangelho (Mt. 1:11).
Segundo as Escrituras os filhos de Josias foram: Joãna, Salum (ou Jeocaz; ver Jr. 22:11 e II Re. 23:34),
Zedequias (ou Matanias; ver II Re. 24:17) e Jeoaquim (ou Eliaquim; ver II Re. 23:34) [I Cr. 3:15].
Jeoaquim que não aparece na lista genealógica de Mateus era o pai de Jeconias (I Cr. 3:16). Esse tal de
Jeconias ficou conhecido como Joaquim (II Re. 24:6, 12; II Cr. 36:8-10, Jr. 24:1) e também conhecido
como Conias no livro do profeta Jeremias de acordo com algumas versões da Bíblia (Jr. 22:24 ACF,
BKJ). Em segundo lugar de acordo com as profecias de Jeremias, nenhum dos descendentes do rei
Jeconias se assentarão sobre o trono de Davi desde aquele momento em diante (Jr. 22:29-30). De fato, de
acordo com as Escrituras Jeconias ou Joaquim (Conias) não prosperou no trono de Davi porque
Nabucodonosor o prendeu e o deportou para a Babilônia e colocou o seu tio Zedequias no trono de Davi
para reinar em seu lugar (II Re. 24:8-17), e nenhum dos seus descendentes reinou com rei em Judá.
A primícia é, a figura do Messias judaico será um rei da casa de Davi (Jr. 23:5; 33:15; 30:9; Ez. 27:24;
Os 3:5) através da dinastia de Salomão (Sl. 89:3 // I Cr. 22:8-10 // 28:5) e não pela dinastia de Jeconias
(Jr. 22:29-30), e desde que Jesus de Nazaré é descrito como sendo um descendente de Jeconias, ele não
pode ser o Messias prometido a Israel, porque como semente desse rei ele também carrega sobre si a
mesma maldição do seu ancestral. Em outras palavras, Jesus não pode herdar o trono de Davi por causa
da maldição lançada sobre o rei Jeconias. De fato, Jesus nunca foi rei e nem nunca se assentou no trono
de Davi como tal. Como conta o evangelho Joanino, fugiu dessa responsabilidade quando o povo o queria
fazer dele rei (Jo. 6:15, e mesmo que ele fosse um rei, seu reino não era deste mundo como ele mesmo
afirmou (Jo. 18:36).

Conceção Sobre Natural


Um dos fundamentos do Cristianismo e a prova do suposto messianismo de Jesus de Nazaré tem haver
com a sua conceção virginal. Os evangelhos de Mateus e de Lucas colocam a sua conceção como sendo
uma obra “sobrenatural”. Para Mateus, Maria sendo virgem foi encontrada “grávida do Espírito Santo”
(Mt. 1:13, 20), enquanto Lucas narra que um anjo foi enviado a ela – sendo virgem - com uma mensagem
de que o “Espírito Santo” desceria sobre ela e “o poder do Altíssimo” faria sombra sobre ela (Lc 1:34-35),
e então ela ficaria grávida. Em outras palavras, Jesus de Nazaré não teve um pai humano. Não houve
intervenção de nenhum sémen humano (Lc. 1:34). Nisto, o cristianismo viu mais uma profecia Hebraica
cumprida na vida de seu personagem principal. Mas será mesmo que a tradição judaica concebeu a ideia
de que a figura do Messias nasceria de uma virgem? Está era a crença do povo judeu nos meados do
primeiro seculo?
A ideia da tradição judaica da figura de Messias, como foi dito antes, é que ele seria um homem da
dinastia de Davi, um descendente biológico de todos os seus ancestrais. Então de onde o Novo
Testamento foi tirar a ideia de que o Messias nasceria de uma virgem? Como bem diz Mateus essa ideia
foi tira das Escrituras, cintado diretamente uma suposta profecia messiânica do livro do profeta Isaías
(Mt. 1:21-23 // Is. 14).
Porém, antes de consideramos o texto do profeta Isaías, vamos primeiramente analisar verticalmente o
texto dentro do contexto da narrativa mateana. Quando se lê pelo menos os versos 21 até ao 23 do
escritor, percebe algumas dificuldades. Primeiro, a ordem do anjo a José é que o menino deveria ser
chamado Jesus (vs. 21), mas ao citar a profecia de Isaías Mateus se contradiz dizendo que o menino seria
chamado Emanuel (vs. 22). O anjo não conhecia a profecia de Isaías para saber que o menino deveria ser
chamado de Emanuel e não de Jesus? Nesse ao dar o nome de Jesus ele não estaria num engano? Ou será
que o escritor querendo dar suporte a sua ideia de que Jesus é o Messias citou a profecia de Isaías como
base de suas ideias sem sequer ponderar sobre o que anjo falou a José? Ainda mais, pelo qual nome o
menino foi chamado, ele foi chamado de Jesus ou Emanuel? Em todo o Novo Testamento não existe
nenhuma passagem onde Jesus é chamado pelo nome de Emanuel, e pelo o que consta o menino sempre
foi chamado de Jesus desde o seu nascimento (Mt. 1:25).

1. Manipulando o verso de Isaías 7:14. Já dizia o velho ditado que todo o texto tem o seu contexto, e um
texto fora do seu contexto vira um pretexto. E Mateus parece não fugir a regra de criar um pretexto para
dar suporte ao messianismo de Jesus. O texto de Isaías 7:14 é exemplo disso. O escritor mateano ignora
completamente o contexto de Isaías 7 e usa somente uma parte do verso 14 para cumprir o seu propósito.
Compare o texto do profeta e o texto citado pelo escritor (Mt. 1:23 // Is. 7:14). A frase, “portanto, o
Senhor mesmo vos dará um sinal” não aparece no texto mateano. Além disso, ele faz acréscimo – o que é
contra a lei do Torá (Pv. 30:6) – quando diz “que sendo interpretado é Deus connosco”, e ainda faz
parecer que qualquer um podia chamar o menino de Emanuel quando na verdade o texto do profeta
aponta que a mãe chamaria o menino pelo nome de Emanuel.

1.1 Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal. Ao suprimir a primeira parte do verso a impressão que
que o escritor quer passar é que a suposta profecia messiânica seria algo aconteceria muito tempo no
futuro não tendo nada haver com os personagens no tempo que a profecia foi proferida. Mas termo vos
indica que a profecia é destinada a alguém. E para início da conversa esse vos não se refere a Maria, José
ou aos seus contemporâneos, mas sim as pessoas que viviam nos dias do profeta. É preciso analisar Isaías
7:14 dentro do seu contexto. E qual é o contexto do texto? O contexto compreende todo o capítulo 7 e 8
de Isaías.
A história narra que que nos dias de rei Acaz rei de Judá, Rezim rei da Síria e Peca rei de Israel
fizeram uma aliança para atacarem o rei Acaz e Jerusalém, mas não conseguiram vencer (Is. 7:1-2,5-6; II
Re. 16:5). Porém, Rezim conseguiu capturar algumas cidades de Elate (II Re. 16:6) e levou vários judeus
cativos para Damasco (II Cr. 28:5) e Peca rei de Israel também “matou em Judá, cento e vinte mil em um
dia” e levou muitos outros como desposo para a Samaria (II Cr. 18:5-8). Por está causa, Acaz ficou
temeroso e angustiado, pelo que Deus enviou o profeta Isaías e Sear-Jasube com uma mensagem de
esperança que os projetos malignos destes dois reis, Rezim e Peca, não prevaleceria (Is. 7:3-6). Deus por
intermédio do profeta ordena que o rei Acaz pedisse um sinal, quer seja nas profundezas ou nas alturas
(Is. 7:10-11). Qual era o sinal? O sinal dado ao rei era que “virgem” conceberia e daria a luz a um filho.
Este sinal era para os dias do rei Acaz como uma certeza que ele seria livrado das mãos de Rezim e de
Peca. E isso pode ser facilmente comprovado:

“Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis que, uma virgem conceberá e dará à luz um filho e
chamará o seu nome Emanuel. 15 Ele comerá manteiga e mel, para que possa saber rejeitar o mal e
escolher o bem. 16 Porque, antes que a criança saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra que tu
detestas será abandonada de ambos os reis.” (Is. 7:14-16)

A frase, “antes que a criança saiba rejeitar o mal e escolher o bem a terra que ti detestas será
abandonada de ambos os reis”, evidencia que a profecia de Isaías 7:14 era para os dias do rei Acaz e não
uns 500 anos no futuro. Visto que o sinal era para Acaz como pode ele ver o cumprimento da profecia se
ela se cumpriu muito tempo depois de sua morte? Não é uma incoerência da parte de Deus prometer um
sinal ao rei mas este não viveria para ver seu cumprimento? Porém, a profecia teve seu cumprimento e o
rei Acaz experienciou o seu cumprimento. Os primeiros versos do capítulo 8 mostra o cumprimento do
sinal prometido ao rei. O profeta Isaías conhece a profetiza e ela concebe e dá a luz um filho, cujo nome
era Maher-Shalal-hash-haz. Maher-Shalal-hash-haz (Is. 8:3) é o Emanuel (Is 7:14). Compare os versos 4-
19 do sétimo verso e os versos 1-4 do oitavo verso. Os dois testos tratam do mesmo assunto. No verso 4
do oitavo capítulo Samaria e Damasco seriam levados cativos para Assíria que é mesmo tema que aparece
nos versos 4,5, 8-9, 16-19 do sétimo capítulo. Não a como fugir do contexto de que o filho que nasce de
Isaías com a profetiza é o sinal prometido ao rei Acaz. Tanto o profeta como os seus dois filhos eram o
sinal prometido para Acaz e Israel da parte de Deus (Is 8:18). Mas por quê dois nomes diferentes foram
dados a criança? Porque ao mesmo tempo que a criança era um sinal de esperança para Acaz e o reino de
Judá naquele momento de crise pois Deus estaria com eles (Is. 8:10), também era um sinal de castigo e
cativeiro para Samaria e Damasco como o próprio significado do nome Maher-Shalal-hash-haz indica,
isto é, Rápido-Despojo-Presa-Segura.

1.2 Eis que, uma virgem conceberá e dará à luz um filho. Uma análise entre Mateus 1:23 e Isaías 7:14 já
evidenciou que o escritor mateano aplicou o texto de Isaías fora do contexto original. Voltando ao texto
do profeta, será mesmo que ele estava falando literalmente de uma virgem? Existe pelo menos duas
hipóteses que o profeta não estava se referindo a uma virgem. Em primeiro lugar, se Emanuel (Is. 7:14) é
o segundo filho de Isaías (Is 8:1-4), a mãe do menino – a profetiza, mulher de Isaías) - não era virgem.
Emanuel nasce do contacto sexual entre Isaías e a profetiza (Is. 8:3), ou seja, se deitou com um homem
sexualmente para conceber a criança. Além disso, a profetiza sendo a mulher de Isaías ela já era mãe do
primeiro filho do profeta (Is. 7:3). O que leva a crer que em momento algum Isaías estava se referindo a
uma virgem no verso 14. O que nos leva ao nosso segunda hipóteses.
Sem querer entrar muito na questão de língua Hebraica no qual as Escrituras foram escritas, Mateus
usou a versão da Septuaginta que é uma tradução Grega das Escrituras Hebraicas. Onde aparece o termo
virgem é uma má tradução usada pelos autores da Septuaginta. Segundo os especialistas a palavra que a
Septuaginta deveria usar era jovem ou donzela. Se substituímos a palavra virgem por jovem em Isaías
7:14 veremos que todo o contexto dos cap. 7 se alinha de total acordo com o capítulo 8. Embora muitas
traduções das Bíblias modernas trazem a palavra virgem – talvez de proposital - a Bíblia Difusora Frei
Capuchinho, A Nova Tradução na Linguagem de Hoje e a Edição Pastoral usam o termo corretamente,
substituindo virgem por jovem ou donzela:

Por isso, o Senhor, por sua conta e risco, vos dará um sinal. Olhai: a jovem está grávida e vai dar à
luz um filho, e há-de pôr-lhe o nome de Emanuel. BDFC

Pois o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a jovem que está grávida dará à luz um filho e porá nele
o nome de Emanuel. NTLH

Pois saibam que Javé lhes dará um sinal: A jovem concebeu e dará à luz um filho, e o chamará
pelo nome de Emanuel. EP

Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal; eis que uma donzela conceberá e dará à luz um filho,
e por-lhe-á o nome de Emanuel. TB

Portanto, o próprio Jeová vos dará um sinal: Eis que a própria donzela ficará realmente grávida e
dará à luz um filho, e ela há de chamá-lo pelo nome de Emanuel. TNM
Será que o escritor Mateus não sabia que os escritores da Septuaginta fizeram era uma tradução
errónea? Será que ele não conhecia as Escrituras Hebraicas? Ou será que usou propositalmente a tradução
da Septuaginta para apoiar as suas ideias de que Jesus de Nazaré nasceu de uma virgem em comprimento
da profecia? Quem poderá dizer? Porém, uma coisa é certa, a profecia de Isaías 7:14 não tem nada a haver
como uma profecia messiânica e muitos menos tem haver com o nascimento de de Jesus de Nazaré
concebido por uma virgem.
Por causa dessa má tradução de Septuaginta em Isaías 7:14 onde usaram a palavra “virgem”, é que se
baseia toda a crença da “imaculada Maria”. É por isso que hoje Maria é adorada, venerada, tido como
sendo “virgem” para todo o sempre e sendo a própria mãe de “Deus”. Veja até onde levou uma má
tradução há milhares de pessoas.

Os Problemas de Quando e do Local de


Nascimento de Jesus de Nazaré
Na busca de saber se Jesus de Nazaré é de fato é o Messias predito nas Escrituras, existem ainda mais
dificuldades quando se analisa o quando e o local de nascimento dele.

1. Quando Jesus Nasceu?


O mundo, principalmente os cristãos tomam a data 25 de dezembro para o nascimento de Jesus de
Nazaré. Está provado que isto não passa apenas de uma data inventada e adotada do paganismo romano.
Mas, não é sobre isso que tratarei aqui, mas sobre o que Mateus e Lucas falaram da época do nascimento
de Jesus. Mais uma vez veremos que estes dois escritores estão em discordância. Mateus diz que Jesus
nasceu nos dias de rei Herodes, o grande, antes da sua morte (Mt 2:1), e Lucas afirma que foi nos dias de
Quirino (Lc 2:2). Isto não seria um problema se Herodes e Quirino vivessem na mesma época. Porém, o
relato histórico até hoje conhecido os situa desempenhado as suas funções em épocas diferentes. A
história coloca que Herodes nasceu entre 74/73 antes da era comum, e tornou-se rei e em Israel em 37 a.c,
e morreu no ano 4 antes da era comum. Por outro lado, o relato histórico coloca Quirino como governador
da Síria partir do ano 6 da era comum. Então percebe-se que pelo relato histórico existe pelo menos uma
diferença de dez ou mais anos entre os relatos de Mateus e Lucas na questão do nascimento de Jesus. Este
é algo que nenhum cristão pode conciliar. Ou Mateus está certo e Lucas está erado e vice-versa, ou
nenhum dos dois estão certo de quando se deu este acontecimento.
Em todo caso, ambos os evangelhos, mais uma vez coloca Jesus de Nazaré fora do radar de ser o Rei
Mashiah. Mas porquê? Porque de acordo com a profecia o Mashiah veria num tempo em que o Templo de
Jerusalém estaria destruído, ou seja, num tempo em que o Templo não existe. Note a seguinte profecia:

“E dize-lhes: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre os pagãos,
para onde eles foram, e os juntarei de todo lado, e os trarei para a sua própria terra; e eu farei deles
uma nação na terra sobre os montes de Israel, e um rei será rei para todos eles, e eles não serão mais
duas nações, nem devem ser divididos em dois reinos. Nem mais se contaminarão com os seus ídolos,
nem com suas coisas detestáveis, nem com qualquer uma das suas transgressões; mas eu os livrarei de
todas as suas habitações em que pecaram, e os limparei; assim eles serão o meu povo, e eu serei o seu
Deus. E Davi, meu servo, será rei sobre eles, e todos eles terão um pastor; eles também andarão nos
meus juízos e observarão os meus estatutos, e os cumprirão. E habitarão na terra que eu dei a Jacó, meu
servo, em que vossos pais habitaram; e habitarão nela, eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para
sempre, e meu servo Davi será o seu príncipe para sempre. Além disso, eu farei um pacto de paz com
eles; será um pacto perpétuo com eles. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e colocarei o meu
santuário no meio deles para sempre. Meu tabernáculo também estará com eles; sim, e eu serei o seu
Deus e eles serão o meu povo. E os pagãos saberão que eu, o SENHOR, santifico a Israel, quando meu
santuário estiver no meio deles para sempre.” Ezequiel 37:21-28
Tenho muito que dizer sobre está profecia, mas por agora focaremos na parte em que diz que Davi
será rei sobre Israel e onde diz que YAH colocara o seu santuário no meio deles. Davi na profecia acima
citada é uma figura para representar o Mashiah vindouro. Lembre que em Jeremias 23:5, após a morte do
rei Davi, YAH pela boca do profeta Jeremias profetizou que levantaria um Renovo a Davi, que sendo rei
reinará e prosperará. Note que é nesse contexto na profecia acima citada, em que Mashiah reinará sobre a
nação de Israel, que YAH “colocaria” o seu “santuário” ou “tabernáculo” no meio do povo para todo o
sempre. Ora se ele irá colocar o seu santuário no meio do povo, então quer dizer que antes do advento do
Mashiah Israel estaria sem santuário algum. Ou seja, o santuário estaria destruído e o povo estaria
dispersos entre os gentios.
Pois, quer no tempo do rei Herodes e quer no tempo de Quirino, governador da síria, o templo
(santuário) de Jerusalém estava erguido. Lucas em bem claro em dizer que o menino Jesus foi
apresentado no templo oito dias após o seu nascimento (Lc 2:21-22) e templo só foi destruído acerca de
70 anos mais tarde pelos romanos e Judá foi dispersos entre as nações. Mas o Mashiah prometido à Davi
virá para restaurar o tabernáculo (santuário) caído de Davi. Leia a seguinte escritura:

“Pois eis que darei ordem, e sacudirei a casa de Israel entre todas as nações, assim como o grão é
peneirado no crivo, sem que caia na terra um só grão. Todos os pecadores do meu povo morrerão à
espada, os que dizem: o mal não nos alcançará, nem nos impedirá. Naquele dia eu levantarei o
tabernáculo caído de Davi, e fecharei as suas brechas; e levantarei as suas ruínas, e o edificarei como
nos dias da antiguidade; para que eles possuam o restante de Edom, e de todos os pagãos, que são
chamados pelo meu nome, diz o SENHOR, que faz essas coisas. Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que
o lavrador alcançará o ceifeiro, e o que pisa nas uvas ao que lança a semente; e os montes derramarão
vinho doce, e todas as colinas derreterão. E eu farei voltar do cativeiro o meu povo Israel, e eles
reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e beberão o seu vinho; eles farão
pomares, e lhes comerão o fruto. E eu os plantarei em sua terra, e não serão mais arrancados da sua
terra que lhes dei, diz o SENHOR teu Deus.” Amós 9:9-15

“Sacudirei a casa de Israel entre todas as nações” o que isto significa? Lembre-se que a nação de
Israel foi dispersa entre todas as nações, de modo que habita entre os gentios. Portanto, quando YAH diz
que vai sacudi-los de entre estás nações na qual eles estão e traze-los novamente para a sua terra de onde
nunca mais serão arrancados, e neste contexto YAH diz que “naquele dia” irá restaurar o tabernáculo
caído de Davi que esta destruído desde do 70 d.c. Quando YAH restaurar o tabernáculo caído de Davi, é
neste tempo que ele mesmo constituirá o Rei Mashiah sobre a nação de Israel assim como profetizou
Ezequiel no cap. 37. Como já vos disse tenho muito que dizer acerca de quando o Rei Mashiah virá, que o
demostrarei, mas adiante, mas por agora vamos tratar do local de onde Jesus de Nazaré nasceu.

Onde Nasceu Jesus?


De acordo com Mateus Jesus de Nazaré nasceu em Belém da Judeia (Mt 2:1). Mas, analisa comigo
alguns detalhes. Segundo o livro Mateus de onde eram os pais de Jesus? A resposta obvia, é que eles
eram de Belém, pois segundo o relato do escritor os magos do oriente acharam o menino Jesus e seus pais
morando numa casa (2:11). Dali eles avisado por um anjo fogem para o Egito e ali permanecem, para
escapar da morte decreta por Herodes (2:13-15). Após da morte de Herodes José é avisado para retornar
a terra de Israel, e é dito que ele queriam ir para Judeia mas temia ir para lá porque Arquelau reinava no
lugar de Herodes, então avisado por um anjo foi para as partes da Galileia e foram habitar numa cidade
chamada Nazaré que segundo escritor era uma parte de uma profecia, em que o menino Jesus seria
chamado Nazareno (2:19-23).
Ora, segundo Mateus José, Maria e Jesus eram da cidade Belém e foram habitar na Galileia, na cidade
de Nazaré. E segundo o escritor Lucas? Será que Lucas concorda com o relato de Mateus? Vamos
analisar:
Lucas narra que “no sexto mês o anjo Gabriel foi enviado” “a uma cidade da Galileia, chamada
Nazaré”, para anunciar a Maria que que estava desposada com José que ela ficaria gravida (Lc 1:26-31).
Depois da anunciação o anjo também à informa que sua prima Elisabete também estava grávida de modo
que Maria vai visitar a sua prima (Lc 2:36-40) e estar com ela durante 3 meses e voltar “para sua própria
casa” (Lc 2:56). Assim já dá para notar que Maria morava em Nazaré e não em Belém como narra
Mateus. Porém, Lucas não para por aí. Ao narrar sobre a ocasião do nascimento de Jesus diz que José e
Maria que estava grávida subiram “da Galileia, da cidade de Nazaré” para irem “à Judeia, até a cidade de
Davi, que é chamada Belém” por causa do senso decretado por César Augusto e estando ali Maria deu a
luz ao menino Jesus e o colocaram manjedoura porque não encontraram lugar na estalagem (Lc 2:1-7).
Lucas continua narrando que após os dias de purificação de Maria, que segundo a lei de Moisés neste
caso era de trinta e três dias (Lv 12:1-4) saíram de Belém até a Jerusalém apresentar Jesus no templo (Lc
2:21-24). Após esta apresentação no templo e de oferecer todas as coisas segundo a lei mandava, Lucas
nos diz que “eles voltaram à Galileia, para a sua própria cidade, Nazaré” (Lc 2:39).
Porém, uma coisa é certa, embora Mateus e Lucas não concordam de onde de fato eram os pais de
Jesus, ambos afirmam que Jesus nasceu em Belém. O engraçado dessa atribuição ao nascimento de Jesus
em Belém, é que ambos os evangelhos, junto com o de Marcos e João, o identificam como sendo Jesus de
Nazaré, da Galileia (Mt 21:11, Lc 18:37, Mc 1:9, J0 1:45). Ora se se ele nasceu em Belém porque não foi
chamado de Jesus de Belém ou Jesus, o belemita? Porque ele foi apelidado com o nome da cidade em que
viveu em vez da cidade que nasceu? Se era o caso de ser chamado pelo nome da cidade em que viveu,
porque não foi chamado de Jesus de Cafarnaum, a cidade onde ele passou a morar (Mt 4:13)?
No evangelho de João há um relato de que o Mashiah veria de Belém a cidade de Davi (Jo 7:42).
Porém há uma contradição já que no verso 26 do mesmo capítulo diz-se que “nenhum homem saberá” de
onde o Mashiah viria. De um lado temos pessoas afirmando que sabiam de onde Jesus era e que “nenhum
homem saberá” de onde o Cristo era, e por outro lado temos outras pessoas alegando que Cristo viria de
Belém a cidade de Davi. Mesmo que tomamos a expressão do verso de João 7:42 como a verdadeira,
mesmo assim o texto não diz que ele nasceria em Belém, mas sim que veria de Belém. A verdade é que
Jesus é da Galileia (Jo 7:41-42, 52, Mt 26:69), mas o escritor Mateus quer que acreditemos que Jesus de
Nazaré nasceu em Belém em cumprimento da profecia. Vejamos:

“Ora, tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que alguns homens
sábios vieram do Oriente à Jerusalém,” (Mt 2:1; ver também Lucas 2:1-7)

Ora existe alguma profecia da Escritura que relata que o Mashiah nasceria de Belém da Judeia?
Mateus relata que sim, pois diz:

“E quando ele tinha reunido todos os principais sacerdotes e escribas do povo, ele exigiu deles onde
Cristo deveria nascer. E disseram-lhe: Em Belém da Judeia; pois assim está escrito pelo profeta: E tu,
Belém, na terra de Judá, não és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti virá um Governador
que há de governar o meu povo Israel.” Mateus 2:4-6

Mais uma vez Mateus não diz de onde tirou a profecia. Mas sabemos que é uma passagem do livro do
profeta Miqueias. Então vamos comparar o que Miqueias diz com o que está escrito em Mateus e ver se
trata de uma profecia Messiânica e se cumpre na vida de Jesus da Galileia:

“Mas tu, Belém Efrata, embora sejais pequena entre os milhares de Judá, de ti sairá para mim
aquele que é governador em Israel, e cujas saídas tem sido desde os tempos antigos, desde a
eternidade.” Miqueias 5:2

Quando comparados estes dois versos a diferença é enorme. Em Mateus diz “belém, na terra de
Judá” enquanto o profeta declara “Belém Efrata”. Mateus diz “não és a menor”, enquanto o profeta diz
“embora sejais pequenas”. Mateus diz “entre as capitais de Judá” e profeta alega “entre os milhares de
Judá”. Mateus omite a frase “e cujas saídas tem sido desde os tempos antigos, desde a eternidade” atesta
pelo profeta Miqueias, para não dizer que ele não citou os restantes versos da profecia.
Alguns quando confrontados com estes problemas e discrepância entre Mateus e Miqueias, atribuem á
culpa aos “principais sacerdotes e escribas” dizendo que Mateus apenas relatou o que eles disseram. Mais
quem garante que os sacerdotes e escriba disseram exatamente o que está escrito em Mateus? Mateus foi
uma testemunha ocular destes acontecimentos? A meu ver, é mais fácil Mateus colocar essas atribuições
aos sacerdotes e escribas alterando e omitindo o que verdadeiramente estava escrito. Em meu parecer, os
sacerdotes e os escribas eram homens doutorados nas Escrituras, e é impossível que eles adulteram o que
o profeta Miqueias escreveu. Mateus querendo dar apoio ao que escreveu em cap. 2:1 fazendo que está
profecia aplica-se a Jesus de Nazaré, adulterou o texto do profeta Miqueias.

Miqueias 5:2 Uma Profecia Messiânica


É verdade que o texto de Miqueias 5:2 é uma profecia Messiânica, que Mateus tenta aplicar no
nascimento de Jesus de Nazaré, mas isto está tão longe da verdade assim como a terra está distante do
céu. Vamos ler a profecia na intriga e veremos que ela não se aplica a Jesus:

“Mas tu, Belém Efrata, embora sejais pequena entre os milhares de Judá, de ti sairá para mim
aquele que é governador em Israel, e cujas saídas tem sido desde os tempos antigos, desde a eternidade.
Portanto, ele os entregará, até o tempo em que tiver dado à luz aquela que está de parto; então o
restante de seus irmãos retornará aos filhos de Israel. E ele permanecerá e apascentará na força do
SENHOR, na majestade do nome do SENHOR seu Deus; e habitarão, porque agora será engrandecido
até aos confins da terra. E este homem será a paz; quando a Assíria vier à nossa terra, e quando pisar
em nossos palácios, então levantaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens. 6 E
consumirão a terra da Assíria com a espada, e a terra de Ninrode nas suas entradas. Assim ele nos
livrará da Assíria, quando vier à nossa terra, e quando pisar em nossas fronteiras.” Miqueias 5:2-6

Belém Efrata. Aqui Belém Efrata não se trata da cidade da Judeia; isto fica claro quando vemos que
Mateus adulterou a frase para “belém, na terra de Judá”. Belém Efrata aqui se trata de um clã da Judeia,
uma família do qual nasceu o rei Davi. O rei de Davi eram filho de um “homem efrateu” (I Sm 17:12).
Por isso que o profeta usou “entre os milhares de Judá” e não “entre as capitais de Judá” como alega
Mateus. O que a profecia indica, é que do clã (família) efrateu de Belém, embora ela seja a mais pequenas
entre outros milhares de clã da Judeia dali veria o Mashiah prometido. A frase “e cujas saídas tem sido
desde os tempos antigos, desde eternidade” não se refere um ente divino pré-existente, mas fala origem
deste clã de Judá desde dos dias de juízes (Rt 1:1-2), e remota até os dias de Judá (Gn 49:8-12) e até os
dias de Jacó (Nm 24:17) e até mesmo a promessa de Abraão (Gn 12:1-3, 15:4-6). A profecia não faz
referência cidade do nascimento do Rei Mashiah, mas sim faz referência a família de onde ele procederia,
e está família morava em Belém. Em outras palavras o foco da profecia de Miqueias não era sobre a
cidade mais sim a família em que procederia o Rei Mashiah. Portanto, o escritor Mateus comete um
equívoco ao aplicar está profecia a Jesus de Nazaré.
Aquela que está de parto. O verso três da profecia diz que “ele os entregará”. A quem se aplica a
frase? E frase indica que as pessoas que serão entregues até um tempo de que “aquela que está de parto”
dê à luz. Quem é aquela que está de parto? E quando dará à luz? As respostas para estás questões estão no
cap. 4 de Miqueias que diz:

“E a ti, ó torre do rebanho, fortaleza da filha de Sião, a ti virá até mesmo o primeiro domínio; o
reino virá para a filha de Jerusalém. E agora, por que choras em voz alta? Não há rei em ti? O teu
conselheiro pereceu? Apoderou-se de ti dores como a de uma mulher em trabalho de parto? Está em
dores, e trabalha para dar à luz, ó filha de Sião, como uma mulher que está em trabalho de parto;
porque agora sairás da cidade, e habitarás no campo, e irás até Babilônia; ali serás salva; ali o
SENHOR te remirá da mão de teus inimigos.” Miqueias 4:8-10

Então, quem está de parto é a filha de Sião, ou seja, a nação de Israel. Foram eles que foram entregue
a Babilónia (Assíria) e ali ficarão até que a nação de Israel dê à luz ao Rei Mashiah que a de governar
Israel e libertar o seu povo da Assíria (dispersão) para que seus “restantes dos seus irmãos” retornem.
Será a paz. O Rei Mashiah será a paz quando a Assíria atacar a terra de Israel. Isto também não
aplica a Jesus, pois ele nasceu debaixo do império Romano (Lc 2:1, Lc 3:1) e não debaixo de império
Assírio que a muito foi destruído pelo império Babilônico. Jesus de Nazaré nem sequer se levantou em
seus dias contras as crueldades dos romanos quanto mais da Assíria. Jesus também não é homem da paz
predito na profecia, pois ele categoricamente afirmou que não veio trazer a paz a terra mas sim a espada
(Mateus 10:34, Lc 12:49-53), Mas o Rei Mashiah predito na profecia “livrará da Assíria” a nação de
Israel.
Existe ainda alguns aspetos que faço questão de analizar que está dentro do contexto relacionado ao
local do nascimento de Jesus de Nazaré. Rapidamente, analizarei a seguir sobre a “estrela” que guiou os
magos do oriente, depois falerei sobre a “fuga para o egito” de José e a sua família, analizarei tembém
sobre a suposta profecia “do egito chamei o meu filho”, e da matança dos mininos de Belém e por último
falerei sobre o termo “ele será chamado Nazareno”.

A Estrela do Oriente
Falando sobre os acontecimentos na ocasião do nascimento de Jesus de nazaré, o escritor Mateus
relata que uma estrela guiou alguns magos desde do oriente até ao local do nascimento de Jesus (Mateus
2:2, 7-10). O que Mateus deixa transparecer é que os magos do oriente sabiam mais acerca do nascimento
miraculoso do “Mashiah” prometido do que a própria nação de Israel que a muito tempo espera a vinda
do libertador de Israel. Por outro lado, o evangelho de Lucas conta uma história completamente diferente,
ou seja, não houve nenhuma estrela e nem muitos menos magos, mas sim pastores que estavam no campo
e que foram visitados por anjos (Lc 2:8-18).
Voltando ao caso de Mateus sobre a “estrela” e os “magos”, parece aludir a uma profecia das
Escrituras Hebraicas, embora Mateus não afirma claramente (como em outros casos) que este
acontecimento se deu para o cumprimento da profecia. Porém, é necessário mostrar também que este
verso não se aplica a Jesus de Nazaré. Primeiro citarei só uma parte da profecia e depois analisarei o
verso no divido contexto:

“eu o verei, mas não agora; e o contemplarei, mas não de perto. Virá uma estrela de Jacó, e um
cetro subirá de Israel, e ferirá as regiões de Moabe, e destruirá todos os filhos de Sete.” Números 24:17

Parece que foi sobre está passagem que Mateus inventou a história dos magos de oriente no tempo de
nascimento de Jesus. O verso em si descarta a possibilidade de Jesus de Nazaré ser a tal “estrela de Jacó”
pois ele nem mesmo diz uma palavra contra o império romano, quanto mais se levantar como um líder
militar para destruir as regiões de Moabe e os filhos de Sete. Agora leiamos a profecia no seu divido
contexto:

“E agora eis que vou ao meu povo; portanto vem, e eu te advertirei do que este povo fará ao teu povo
nos últimos dias. E ele proferiu a sua parábola, e disse: Fala Balaão, filho de Beor, e fala o homem de
olhos abertos; fala aquele que ouviu os ditos de Deus e o que sabe a ciência de Elyon; o que viu a visão
de Shaddai, que cai, mas com os olhos abertos: eu o verei, mas não agora; e o contemplarei mas não de
perto. Virá uma estrela de Jacó, e um cetro subirá de Israel, e ferirá as regiões de Moabe, e destruirá
todos os filhos de Sete. E Edom será uma possessão; Seir também será uma possessão para os seus
inimigos; e Israel fará proezas. De Jacó virá um que dominará, e destruirá os sobreviventes da cidade.”
Números 24:14-19

A Escritura atesta que Balaão a pediu de Balaque tenta por três vezes amaldiçoar a nação de Israel,
mas em vez de maldição, Balaão por três vezes abençoa a Israel. Depois da tentativa furada de amaldiçoar
o povo de YAH, Balaão profetiza qual será o destino de rei Balaque. Note que no verso 14 diz que a
profecia é para os “últimos dias”. Portanto, “a estrela de Jacó” “virá nos últimos dias” e não antes disso.
“A estrela de Jacó” não é uma referência literal de que quando o Rei Mashiah nasceria seria vista uma
estrela brilhando no céu literalmente, mas ela é usada em sentido figurado para se referir ao Rei Mashiah
prometido que procederia de Jacó que sendo rei (cetro) “dominará”; isto é claramente observado porque
Balaão estava falando por meios de “parábola”. Agora a pergunta é: os dias de Jesus de Nazaré são os
“últimos dias” predito na profecia? Agora se alguém dizer que sim, teremos que aplicar a expressão
“últimos dias” todas as vezes que aparece nas Escrituras Hebraicas, à época em que Jesus nasceu. Mas
Jesus viveu a dois mil anos atrás, de modo que ele não pode ser a “estrela de Jacó” que aparecerá nos
“últimos dias” para destruir as regiões de Moabe e destruir os filhos de Sete. A “estrela de Jacó” ainda
está para se manifestar nos últimos dias.

A Fuga Para o Egito


O escritor de Mateus a todo custo quer provar que Jesus de Nazaré é o Rei Mashiah prometido. Desta
vez ele foca na fuga para o Egito de José e Maria com o menino Jesus (Mt 2:13). Segundo Mateus está
fuga e permanecia de José, Maria e Jesus se deu para cumprir uma profecia das Escrituras Hebraicas (Mt
2:15). Mas se como já demostramos que Mateus inventou a história da visita dos magos do oriente a
Jerusalém baseado em uma profecia que não se aplica em nenhuma circunstância a Jesus de Nazaré, então
a história da fuga para o Egito também é uma farsa, e o relato de Lucas deixa claro que eles nunca foram
para o Egito por ocasião do nascimento afim de escapar do suposto decreto da morte por Herodes.
Lucas nos informa que José e Maria era de uma cidade da Galileia, chamada Nazaré (Lc 1:26, 2:3) e
que por ocasião do nascimento de Jesus, eles foram a Belém porque saiu um decreto de César Augusto
para que todo mundo fosse tributado, e como José era da casa e da linhagem do rei Davi foram para lá.
Enquanto estavam em Belém o menino Jesus nasceu (Lc 2:1-7). Agora vem o ponto essencial que quero
desmontar e é a prova que Jesus e seus pais nunca foram para o Egito. O relato diz que “ao completarem-
se os oito dias para circuncidar o menino…” (Lc 2:21), e ele foi chamado de Jesus. Isto nos mostra que
José e Maria estiveram oito dias em Belém após o nascimento do menino. Isto não é tudo, pois Lucas
continua dizendo:

“E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, eles o levaram para
Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor, (conforme está escrito na lei do Senhor: Todo homem que
abrir o ventre será chamado de santo ao Senhor); e para oferecerem um sacrifício de acordo com o que
foi dito na lei do Senhor: Um par de rolinhas ou dois pombinhos.” Lucas 2:22-24

O que pode se perceber deste versos, é que depois dos pais de Jesus o ter circuncidado no oitavo dia
do seu nascimento, por trinta e três dias Maria esteve no sangue da sua imundice como oredena a lei (Lv
12:1-4, 6-7). Apos esse período, e de elaestar purificada das impurezas do parto, foram a Jerusalém para
apresentar Jesus no Templo e oferecer um par de rolinhas ou dois pombinhos de acordo com a lei de
Moisés. Note bem o que Lucas escreve depois que os pais de Jesus terminaram de fazer todos esses
rituais conforme está escrito na Lei:

“E, havendo concluído todas as coisas segundo a lei do Senhor, eles voltaram à Galileia, para a sua
própria cidade, Nazaré. E o menino crescia, e se fortalecia no espírito, cheio de sabedoria; e a graça de
Deus estava sobre ele. Ora, seus pais iam todos os anos para Jerusalém à festa da páscoa.” Lucas 2:39-
41

O relato deixa claro que eles depois de trinta e três após apresentarem Jesus no templo e fazer tudo o
que a lei ordenava, voltaram para a Galileia, para a sua cidade, chamada Nazaré e ali o menino Jesus foi
criado (Lc 4:16), e que todos os anos seus pais iam para Jerusalém a festa da páscoa até que ele
completou os doze anos. Portanto, a sequência do acontecimento do nascimento de Jesus de Nazaré
segundo Lucas é: de Galileia a Belém, e de Belém a Jerusalém, e de Jerusalém para Galileia, a cidade de
Nazaré. Portanto, o escritor Lucas deixa claro que em nenhum momento houve uma fuga de José, Maria e
Jesus para o Egito.
Porém, baseando em Mateus 2:7 e 16 alguém poderá dizer que Lucas simplesmente não mencionou
este fato, porque naquele momento o menino Jesus já devia ter dois anos de idade, mas isto não passa de
mais um beco sem saída. Já vimos que segundo relato de Lucas eles eram de Nazaré da Galileia e foram a
Belém por causa do senso de César, e naquela ocasião Jesus nasceu e ali estiveram por um mês e três dias
e novamente voltaram a para a sua própria cidade, e cada ano iam a Jerusalém para a festa da pascoa.
O outro problema que surge ao tentar colocar Jesus com dois anos de idade pela ocasião da visita dos
supostos magos está na interpretação forçada do verso 16 de Mateus cap. 2. Note que em momento algum
o verso diz tal coisa. O verso apenas nos informa que foi a dois anos que eles viram a suposta “estrela”.
Tenho plena consciência que os soldados de Herodes sabiam diferenciar um menino de dois anos com
uma criança recém-nascido. O que quero dizer com isto é, que Herodes sabendo que a criança era recém-
nascido, para que não houve falha na execução do menino Jesus mandou que a partir de dois anos todos
os meninos fossem executados. O próprio evangelho de Mateus mostra que a teoria do menino Jesus ter
dois anos de idade naquela ocasião é falsa. Note, o que escreveu no verso dois:

“Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram magos do
Oriente a Jerusalém, Perguntando: "Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Com efeito, vimos" a
sua estrela no seu surgir e viemos homenageá-lo".” Mateus 2:1-2 (Bíblia de Jerusalém)

“Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns
magos vindos do Oriente. E perguntaram: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a
sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.” Mateus 2:1-2 (Difusora)

Ora se o menino era recém-nascido (acaba de nascer) como ele podia ter dois anos de idade? Então
essa teoria é falsa. Portanto, Mateus coloca a fuga para o Egito de José, Maria e Jesus na noite do dia em
que este acabara de nascer, que como já vimos nos relatos de Lucas isto nunca chegou a acontecer.
Portanto, a pergunta é quais dos dois estão certos? Me sinto inclinado a aceitar como verdadeiro o relato
de Lucas e descartar o de Mateus. A seguir demostrarei o porquê disso.

“Do Egito Chamei o Meu Filho”


A razão por não aceitar que o relato de Mateus seja credível está na colocação que ele faz após relatar
a fuga de Jesus com os seus pais para o Egito. Ele afirma:

“E lá permaneceu até a morte de Herodes, para que pudesse se cumprir o que foi dito pelo Senhor
através do profeta, dizendo: Do Egito chamei o meu Filho.” Mateus 2:15

Ora, sempre que alguém menciona que alguma coisa aconteceu para se cumprir o que anteriormente
havia sido profetizado, devemos buscar o lugar onde tal profecia é menciona. Neste caso a profecia está
regista no livro do profeta Oséias. Vamos fazer uma análise sobre este verso assim como é mencionado
em Oseias e ver se ela encaixa na colocação que Mateus faz. Está escrito:

“Quando Israel era criança, eu o amei; e chamei o meu filho para fora do Egito.” Oséias 11:1

Quando se lê esse verso descobri que Mateus está completamente equivocado em sua colocação. Em
primeiro lugar, Mateus não cita a primeira parte do versículo em questão. Em segundo lugar o verso nem
sequer é uma profecia, ela é um relato história do que aconteceu ao povo de Israel no passado. E terceiro
lugar é mais do que claro que o verso fala a respeito de Israel e não um personagem específico. E por
último o filho mencionado no verso é Israel e não Jesus de Nazaré. Este verso não é uma profecia
messiânica. Mateus simplesmente inventa uma profecia sobre um relato histórico para dar suporte a sua
teoria de que Jesus e seus pais haviam fugido para o Egito afim de escapar da sentença de morte decreta
por Herodes. Ademais ao povo de YAH é proibido buscar refugio no Egito. Só existe uma maneira de
povo voltar ao ao Egito, isto é, atravês do cativeiro. Por este motivo, tenho claro em minha mente que o
relato de Mateus sobre a fuga de Egito não é credível. Então fica evidente também que o relato de
matança dos meninos de Belém é mais uma invenção. Isto provarei a seguir.

Raquel Chorando por seus Filhos


Até onde eu sei, não há relatos em nenhuma fonte histórica além de Mateus de que Herodes deu uma
ordem para matar os meninos de Belém por ocasião do nascimento de Jesus. Bem, como já havia dito, se
a fuga do Egito foi uma farsa inventada pelo escritor Mateus, a história também do massacre dos meninos
de Belém também não passa de lenda. Assim como Mateus buscou apoio para sustentar a fuga de Egito,
faz o mesmo no caso de massacre. Ele escreveu:

“Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos homens sábios, irritou-se muito, e mandou
matar todos os meninos que havia em Belém, e em todas as suas fronteiras, de dois anos para baixo,
segundo o tempo que diligentemente inquirira dos homens sábios. Então se cumpriu o que foi dito pelo
profeta Jeremias, dizendo: Ouviu-se em Ramá uma voz, lamentação, pranto e grande luto: Raquel
chorando por seus filhos, não querendo ser consolada, porque já não existem.” Mateus 2:16-18

Agora, Mateus vai direto ao ponto dizendo claramente que este é o cumprimento da profecia feita por
Jeremias. Mais uma vez vamos averiguar o que escreveu o profeta Jeremias e analisar se Mateus está
correto ou se mais uma vez se equivocou. Assim relata o profeta:

“Assim diz o SENHOR: Uma voz foi ouvida em Ramá, lamentação, e choro amargo. Raquel
chorando pelos seus filhos, recusou ser confortada acerca de seus filhos, porque eles já não existem.
Assim diz o SENHOR: Refreia tua voz do choro, e teus olhos das lágrimas, pois tua obra será
recompensada, diz o SENHOR, e eles voltarão da terra do inimigo. E há esperança em teu final, diz o
SENHOR, que teus filhos voltarão para as suas próprias fronteiras.” Jeremias 31:15-16

Ora, se fosse só o verso 15 de Jeremias cap. 31, poderíamos até concordar que esse verso fosse
aplicado no edito de massacre por Herodes. Mas o que se constata, é que mais uma vez Mateus tira o
verso do seu verdadeiro contexto para aplicar a seu bel prazer. Pois, o verso lido no seu devido contexto
mostra claro, que embora esse texto é uma profecia futura, não se aplica ao contexto do nascimento de
Jesus de nazaré. O verso 16 e 17 mostra claro, que Raquel é representação da nação de Israel e não as
mães da cidade de Belém no tempo de rei Herodes. Jeremias está falando do cativeiro e da dispersão do
povo de Israel para a terra dos seus inimigos. A frase “porque já não existem” não se refere à morte
(massacre), mas sim ao cativeiro, pois o verso 16 e 17 mostra claro que “os filhos” de Raquel (Israel)
“voltarão da terra do inimigo” e “voltarão para as suas próprias fronteiras”. Aplicar esses versos como faz
Mateus, é manipular e destorcer o que o profeta Jeremias havia profetizado. Mas isto não é tudo. Vamos
analisar agora a invenção profética mais bizarra de Mateus.

O Nazareno
Mateus escreveu o seguinte após destorcer a profecia de Jeremias:

“Mas, tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu para José em um sonho no Egito,
dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel; porque já estão mortos os
que buscavam a vida do menino. E ele levantando-se, tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de
Israel. Mas ouvindo que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas,
avisado por Deus em sonho, desviou-se para as partes da Galileia. E, ele veio e habitou em uma cidade
chamada Nazaré, para que pudesse se cumprir o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado
Nazareno.” Mateus 2:19-23

Ora, mais uma vez Mateus volta a sua estratégia de usar a profecia sem dizer que profeta (s) fez tal
afirmação. Neste caso, diz que vários profetas disseram que Jesus será chamado de Nazareno. Porém a
pergunta é: quais profetas relataram sobre está profecia? Onde estão estas profecias? Fiz uma busca nos
registos das Escrituras Hebraicas (Velho Testamento), e em nenhum lugar achei algum profeta ou
profecia dizendo tal coisa. Simplesmente está profecia não foi dito ou escrito por nenhum profeta do
Antigo Testamento. E a minha conclusão é obvia: mais uma vez Mateus inventa uma profecia que não se
encontra nas Escrituras. Todas estás discrepâncias e inversões são provas que Jesus de Nazaré não é o Rei
Mashiah prometido.
continuação…. Por Nataniel Lima
O Rei Mashiah, filho YAH ou filho Davi?
No princípio do evangelho de Lucas, Jesus de Nazaré e retrato como sendo o “filho do Altíssimo” e
“filho de Davi” (Lc 1:32). Alguns versos mais adiante o escritor Lucas narra que ele é Cristo (Mashiah), o
senhor, nascido em Belém (Lc 2:11). Mas como Jesus pode ser filho de Davi se o mesmo escritor narra
que ele foi concebido no ventre de uma virgem através do espírito santo? Ademais, de onde surgi a ideia
de que o Mashiah (Cristo) seria o filho de YAH?
Agora quero analise cuidadosamente duas passagens do Novo Testamento que citarei a seguir:
“Jesus respondeu e disse, enquanto ensinava no templo: Como dizem os escribas que Cristo é o filho
de Davi? O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O SENHOR disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha
direita, até que eu faça os teus inimigos por escabelo. Porque, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como
é ele então seu filho? E pessoas comuns o ouviam de boa vontade.” Marcos 12:35-27 (ver Lucas 20:41-
44)

“Enquanto os fariseus estavam reunidos, Jesus os indagou, dizendo: O que pensais vós do Cristo?
De quem ele é filho? Eles disseram-lhe: O filho de Davi. Disse-lhes ele: Como então Davi, em espírito,
lhe chama Senhor, dizendo: Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até eu fazer
os teus inimigos por escabelo? Então se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho? E nenhum
homem era capaz de responder-lhe uma palavra; e daquele dia em diante nenhum homem ousou fazer-
lhe mais perguntas.” Mateus 22:41-46

Segundo os evangelhos o próprio Jesus de Nazaré não acreditava o Mashiah (Cristo) era filho de Davi.
Os fariseus afirmaram que o Mashiah é filho de Davi, mas para Jesus de Nazaré o Mashiah não era seu
filho porque segundo Jesus, o Mashiah era o Senhor de Davi por isso não devia ser seu filho. O
argumento usado por Jesus afim de fazer tal alegação é baseada no Salmos 110. Agora quero analisar
contigo este Salmo e ver se trás alguma caraterística do Mashiah.

O Salmo 110
O Salmo 110 é usada várias vezes no Novo Testamento e aplicada a Jesus de Nazaré (At 2:34, I Co
15:25, Hb 1:13, 10:12-13, Ef 1:20). Segundo o Jesus nos evangelhos este Salmo faz referência ao
Mashiah, então logo para os escritores do Novo Testamento Jesus é Rei Mashiah prometido. Mas se Jesus
é o Mashiah do Salmo 110, logo ele não é filho de Davi, pois ele mesmo como vimos em Mateus 22 e
Marcos 12 descarta a possibilidade de o Mashiah ser um descendente de Davi. Desenvolverei este
pensamento em mais detalhes daqui a pouco. Mas por agora vamos ver a quem o Salmo 110 se refere:

“O SENHOR disse ao meu Senhor: Assenta tu à minha destra, até que eu faça teus inimigos o teu
escabelo.” Salmo 110:1

Este é um Salmo de Davi. Os salmos são canções feitas para louvar e adorar o Altíssimo. Davi
compôs vários salmos ao músico chefe dos levitas para que eles possam cantar no templo do YAH. O
Salmo 110:1 trata-se do próprio rei Davi. Ele é o senhor que está assentado a direita de YAH até que teus
seus inimigos sejam por escabelo. Este cântico na boca dos levitas fica assim: “ O Senhor” referindo-se à
YAH, “disse ao meu Senhor” referindo-se à Davi, “assenta tu à minha destra, até que eu faça teus
inimigos o teu escabelo.”
“até que eu faça teus inimigos o teu escabelo.” Essa promessa foi feita ao próprio rei Davi, e teve o
seu comprimento em seus dias. Salomão falando da construção do templo à Hirão, afirmou que Davi,
“não pôde edificar uma casa para o nome do SENHOR seu Deus, por causa das guerras que estiveram
junto a ele por todos os lados, até que o SENHOR os colocou debaixo das solas dos seus pés” (I Re 5:1-
3). Está é prova de o Salmo 110 se refere ao rei Davi e não há um futuro Mashiah, e muito menos se
refere a Jesus de Nazaré. Agora ao nosso argumento que o Mashiah é o filho de Davi.

Mashiah o Filho de Davi


Já vimos de acordo com Mateus 22 e Marcos 12, que Jesus descarta a probidade de o Mashiah ser o
filho de Davi. Neste quesito mais uma vez o Novo Testamento não está em sintonia. Já vimos claramente
que no início do Evangelho de Lucas, Jesus é retratado com sendo “filho do Altíssimo”. E o mesmo
Lucas narra o seguinte o livro de Atos:

“Homens e irmãos, deixem-me falar-vos francamente do patriarca Davi, que ele morreu e foi
sepultado, e a sua sepultura está entre nós até hoje. Portanto, sendo profeta, e sabendo que Deus lhe
havia jurado com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, ele levantaria o Cristo, para
sentar-se sobre o seu trono;” Atos 2:29-30

Este verso está em contradição direto com o que está narrado em Mateus 22:41-46 e Marcos 12:35-37.
Em Mateus e Marcos Jesus descarta a possibilidade de o Mashiah ser filho de Davi, e em Atos o seu
discípulo Pedro diz o Mashiah é o filho de Davi. O aluno não concorda com o seu mestre. Não é estranho
isso?
Pedro aplica o texto de Atos à Jesus de Nazaré. Porém, ao analisar o texto, o Mashiah não pode ser
Jesus porque, ele não é descendente de Davi, pois foi gerado do espírito santo no ventre de uma virgem de
modo que não teve pais biológico que pertencem a linhagem de Davi. Jesus nunca rei e nunca se assentou
sobre o trono de Davi.
No entanto, podemos apreender uma coisa importante deste texto de Atos. Pedro diz que o Mashiah,
seria um filho de Davi segundo carne. O que o termo segundo a carne significa? O termo segundo a carne
significa que O Mashiah será um homem em todo o sentido da palavra. Em outras palavras, ele será um
descendente gerado através de semente (esperma) de Davi através de gerações. Agora, irei analisar de
onde surgiu a ideia que o Mashiah seria o filho literal de YAH.

Mashiah Filho de YAH?


O Novo Testamento é repleto de textos que afirmam que Jesus é o Mashiah, o filho de YAH. Essa
ideia de que o Mashiah é o filho de Deus em pleno sentido da palavra surgiu do texto do Salmos 2:7 e II
Samuel 7:14. Texto diz:

“Eu declararei o decreto; o SENHOR me disse: Tu és meu Filho; neste dia eu te gerei.” Salmo 2:7

“Eu serei o seu pai, e ele será o meu filho. Se ele cometer iniquidade, eu o castigarei com a vara de
homens, e com as correias dos filhos dos homens;” II Samuel 2:7

Irei analisar estes versos daqui a pouco. Mas antes queria lhe fazer algumas perguntas para reflexões?
Desde quando Jesus é filho de YAH? Ou quando Jesus se tornou o Filho de YAH? Jesus é o filho
preexistente de YAH conforme relata João e Hebreus (Jo 1:1-3, 18, Hb 1:6, 10:5) ou ele foi filho ao
nascer de Maria de acordo com relato de Lucas (Lc 1:31). Ele foi filho de YAH no batismo como Lucas
relatou (Lc 3:22) ou foi filho de YAH depois que foi ressuscitados dos Mortos como o apostolo Paulo
prega (At 13:33, Rm 1:1-3)? O próprio Novo Testamento é confuso à respeito disso. Então, como alguém
pode acreditar que Jesus é o filho de YAH, e o Rei Mashiah?

Salmo 2:7 e II Samuel 7:14


O escritor de Hebreus aplica tanto o Salmo 2:7 como II Samuel 7.14 à Jesus de Nazaré. Primeiramente
focarei no texto Salmo e só depois falarei de do texto de II Samuel.
O escritor de Hebreus (seja lá quem for) afirma que YAH disse que Jesus é o seu filho e que Ele o
gerou. Mas quando YAH gerou Jesus? Para o escritor de Hebreus só pode ser nas eras eternas. Note que
no sexto verso do capítulo um, o escritor afirma que YAH introduziu o “primogénito no mundo”. Ora se
YAH introduziu o primogénito no mundo é porque ele tinha um primogénito para enviar ao mundo.
Portanto, o escritor de Hebreus trata a Jesus como um filho de YAH preexistente. O segundo o escritor, o
próprio Jesus diz que ele é preexistente:

“Pelo que, quando ele veio ao mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me
preparaste.” Hebreus 10:5

Segundo o escritor foi um próprio YAH que formou um corpo para o seu primogénito. Por isso que no
segundo capítulo ele afirmou que Jesus tomou a semente de Abraão. Mas quero que saibas, que Hebreus
10:5 fez Jesus citar o Salmo 40:6. Leia comigo o que realmente está escrito neste salmo:

“Sacrifício e oferta tu não desejaste; os meus ouvidos tu abriste; oferta queimada e oferta pelo
pecado tu não requereste.” Salmos 40:6

De onde o escritor de Hebreus tirou a sentença: “mas um corpo me preparaste”? O que é que “os meus
ouvidos tu abriste” tem haver com, “mas um corpo me preparaste”? Isto só pode ser uma brincadeira de
mau gosto. O escritor de Hebreu fez Jesus alterar a frase do Salmo 40:6 para sustentar a teoria de que ele
foi um filho preexistente de YAH. Porém, isto não é tudo.
Segundo o escritor o verso 1:5 que foi tirada do Salmo 2:7 é uma referência a Jesus de que YAH o
gerou na eternidade passada. Mas, segundo Lucas quando é que o Salmo 2:7 se cumpriu? Vejamos:

“Ora, tendo todo o povo recebido o batismo, e no momento em que Jesus, também batizado, achava
se em oração, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corporal, como pomba. E do
céu veio uma voz: 'Tu és o meu Filho; eu, hoje, te gerei!"” Lucas 3:21 Bíblia de Jerusalém
-Aqui usei a tradução da Bíblia de Jerusalém porque as traduções modernas modificaram a última
parte do verso de Lucas para “Tu és o meu Filho amado, em ti eu me comprazo”, mas forma “original” e
mais antiga é conforme está na tradução da Bíblia de Jerusalém. Note que na tradução da Bíblia de
Jerusalém o Salmo 2:7, segundo Lucas, se cumpriu no batismo de Jesus. Para que isso fique ainda mais
interessante vejamos quando o apóstolo Paulo aplica o Salmo 2:7:

“Deus cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no segundo
Salmo: Tu és o meu filho, eu hoje te gerei.” Atos 13:33

“Acerca de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor, que foi feito da semente de Davi, segundo a carne, e
declarou ser o Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos
mortos,” Rm 1:3-4

Agora, segundo Paulo, Jesus foi filho de YAH na ressurreição, descordando tanto de Hebreus e Lucas.
Portanto, segundo o Novo Testamento o Salmo 2:7 teve três cumprimento. E nenhum dos escritores estão
de acordo de quando realmente se deu o comprimento do salmo em questão. Agora vamos fazer uma
análise do Salmo 2 e ver do que ele se trata:

1 Por que os pagãos se irritam, e os povos imaginam coisas vãs?


2 Os reis da terra se posicionam, e os governantes tomam conselhos juntos, contra o SENHOR e
contra o seu ungido, dizendo:
3 Rompamos as suas ataduras em partes, e lancemos longe de nós as suas cordas.
4 Aquele que se assenta nos céus se rirá; o Senhor os terá em escárnio.
5 Então lhes falará na sua ira, e os aborrecerá no seu desgosto pesaroso.
6 Contudo, pus meu rei sobre o meu santo monte de Sião.
7 Eu declararei o decreto; o SENHOR me disse: Tu és meu Filho; neste dia eu te gerei.
8 Pede-me, e eu te darei os pagãos por tua herança, e as partes extremas da terra por tua possessão.
9 Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os arrebentarás em pedaços como a um vaso de oleiro.
10 Agora, portanto, ó reis, sede sábios; sede instruídos, vós juízes da terra.
11 Servi ao SENHOR com temor, e regozijai-vos com tremor.
12 Beijai o Filho, para que ele não se ire, e pereçais no caminho, porque em breve sua ira se
inflamará. Abençoados são todos aqueles que põem sua confiança nele.

Ps 2:11 Servi o SENHOR com temor, prestai-lhe homenagem com tremor,


Ps 2:12 Para que não se irrite e não pereçais no caminho, pois a sua ira irrompe num instante.
Felizes os que nele confiam! dif

Ps 2:11 Adorem o SENHOR com temor. Tremam e se ajoelhem diante dele;


Ps 2:12 se não, ele ficará irado logo, e vocês morrerão. Felizes são aqueles que buscam a proteção
de Deus! ntlh

Ps 2:11 Sirvam a Javé com temor,


Ps 2:12 prestem-lhe homenagem tremendo, para que ele não se irrite, e vocês pereçam no caminho,
pois a ira dele se inflama depressa. Felizes aqueles que nele se abrigam! past

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