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10. QUEM É CRISTO?

O messias prometido

Você sabe o significado da palavra messias? Bem, messias é


uma palavra que significa ungido. Serve para designar
alguém que recebe óleo sobre a cabeça como sinal do favor
divino. Ungir a cabeça de alguém com óleo era um sinal de
que tal pessoa fora escolhida como rei em Israel (1Sm 16,13
e Sl 89,20). Até mesmo um rei estrangeiro como Ciro foi
chamado messias pelo profeta Isaías (45,1). Esse título foi
dado a Ciro porque ele era visto como um ungido de Deus,
enviado para libertar os judeus levados como prisioneiros
para a Babilônia.
Messias, ou ungido, é uma
Com o tempo a palavra messias passou a ser pessoa escolhida por Deus para
usada para se referir a um ungido especial, um propósito especial. O rei
capaz de restaurar Israel como nos tempos Ciro, embora não tenha sido
antigos. Todos esperavam um rei como Davi. israelita, foi chamado de
messias pelo profeta Isaías
Acontece que o Novo Testamento foi escrito
(45,1). Ele recebeu este título
em grego e a palavra grega para messias é porque libertou os judeus que
cristo. É aí que começa a confusão. foram levados como
prisioneiros para a Babilônia.
Nosso propósito aqui é falar do Cristo (com
“C” maiúsculo). Então preste atenção: uma vez
que Jesus foi percebido como “o messias” prometido, logo foi tratado como “Jesus, o
Cristo”, ou simplesmente “Jesus Cristo”. Então não confunda: Cristo não é o
sobrenome de Jesus, mas um título que foi associado a seu nome. Dizendo de outra
forma: Jesus é “o Cristo”, “o Messias”, “o Ungido”. Não um ungido qualquer, mas “o
Ungido”, “o Cristo”. Mas o nascimento desse messias despertou a ira de um rei...

Um messias que inaugura um reino

No tempo de Jesus, Herodes governava boa parte do que foi o antigo Israel. Assim
que tomou conhecimento de que este messias prometido - o “rei dos judeus” (Mt 2,2)
- nasceria em Belém, Herodes ficou profundamente perturbado (ora, ELE era o atual
rei dos judeus!). Sentindo-se ameaçado, este rei mandou matar todos os meninos de
Belém com menos de dois anos (Mt 2,1-18). A família de Jesus, seguindo o conselho
de um anjo, partiu para o Egito a fim de salvar a criança (Mt 2,13). Bem tenso o
nascimento de Jesus, não acha?
O plano deu certo. A família de Jesus retornou do Egito e foi viver em Nazaré, na
região da Galileia (Mt 2,23). A Bíblia diz que em Nazaré Jesus crescia “em sabedoria,
em estatura e em graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). Essa cidade não
gozava de boa fama entre os judeus mais piedosos, como revela Natanael em Jo 1,46:
“De Nazaré pode sair algo bom?”. A resposta de Filipe a Natanael foi a seguinte:
“vem e vê”, mostrando que o berço não define o caráter das pessoas.

Embora Herodes estivesse preocupado com esse “messias libertador”, esperado como
uma espécie de novo rei Davi, habilidoso nas batalhas; ou um novo Moisés, capaz de
afogar os cavalos do exército inimigo com o movimento de um cajado, o reino que
Jesus anunciava não era terreno. Ele jamais pretendeu tomar o trono de Herodes. Na
região da Galileia, onde iniciou se ministério fazendo seus primeiros discípulos (Mt
4,18.23-24), Jesus seguia anunciando as boas novas do Reino de Deus. Um reino
sem castelos, sem lanças, sem injustiça. Um Reino que está no meio de nós (Lc 17,20-
21) e que é formado por nós sob a direção de Cristo.

Um messias Filho de Deus

Uma classe religiosa poderosa de Jerusalém, tomando conhecimento dos seus feitos,
decidiu acompanhá-lo de perto. A relação entre Jesus e essa gente não foi amigável.
Jesus reinterpretava leis religiosas (ou simplesmente ignorava, cf. Mt 8,2-3 – ver Lv
5,2 e Lv 13,22), rejeitava antigos costumes (Mt 15,2) e pregava um Deus próximo,
sem a necessidade dos complexos rituais de purificação (Mt 9,2). Leprosos,
prostitutas e aleijados eram vistos por ele não como indivíduos de segunda classe,
mas como pessoas que carecem do amor e perdão divino como qualquer outra (Mt
18,10-14).

Os religiosos de Jerusalém também ficaram furiosos com o fato de Jesus aceitar o


título de “Filho de Deus” (Jo 11,27) e algumas honras que deveriam ser dadas
exclusivamente ao messias prometido (Lc 19,38-40). O ódio que cultivavam por Jesus
aumentou ainda mais quando ele expulsou alguns religiosos que usavam o Templo
para explorar financeiramente as pessoas. Jesus ficou muito indignado, pois
percebeu que o Templo havia se transformado num “covil de ladrões” (Mc 11,17).

O Novo Testamento revela o Cristo como aquele que redime, livra ou isenta as
pessoas dos pecados (Lc 1,77; 24,47). É por isso que a estátua erguida no Corcovado,
no Rio de Janeiro, chama-se “Cristo Redentor”. É confiando nessa promessa que
podemos dizer: “Cristo é meu Senhor e salvador”.

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