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Vestindo-se de Cristo
Após a ascensão de Jesus aos céus os seguidores de Jesus continuaram com a prática
do batismo. Os primeiros gentios (= não judeus) aparecem sendo batizados pela
primeira vez em At 10,45: “E os fiéis que eram da circuncisão [ou seja, judeus], que
tinham vindo com Pedro, ficaram estupefatos de verem que também sobre os
gentios se derramara o dom do Espírito Santo”. Na sequência o texto declara
que Pedro “determinou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo” (v. 48).
Temos aí mais uma novidade: além de representar uma simplificação dos complexos
rituais de purificação judaicos, o batismo dos cristãos era inclusivo, uma vez
que era acessível tanto a judeus com a gentios. Além da simplicidade e do caráter
inclusivo, o batismo estava associado ao recebimento do dom (=presente, dádiva).
Quer saber que presente era este? O texto é claro, “o dom do Espírito Santo”. E este
Espírito, recebido por ocasião da conversão e selado no batismo, não é Espírito de
confusão, de discórdia ou de divisão, mas Espírito que inclui em um só corpo
“judeus e gregos, escravos e livres” (1Co 12,13), “homens e mulheres” (Gl 3,28). A
carta de Paulo aos Gálatas chega a dizer que aqueles que se batizam em Cristo
“vestem-se de Cristo” (Gl 3,27).
O batismo nunca pode ser visto de maneira isolada. Ele é apenas um passo na
caminhada cristã que inclui arrependimento, compromisso de mudança de vida,
disposição para aprender e meditar nos ensinamentos de Jesus e de fazer novos
discípulos. Nós batistas, entendemos que o batismo deve ser realizado quando o
indivíduo tem plena consciência de seu significado e das implicações que
essa decisão deve gerar. Por isso não batizamos crianças. Também enfatizamos a
importância do simbolismo original do batismo: a imersão (mergulho nas
águas) como símbolo do abandono da antiga vida e o nascimento para uma vida nova.