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LITERATURA NACIONAL I PERIODO DE FORMAÇÃO

DOCENTE: DR. WELBERT FEITOSA PINHEIRO


EQUIPE:

MARIA RITA DE KÁSSIA DA SILVA SOUSA

Susana Silva

Eduarda Beatriz de jesus Silva.

Thayla Fontes Vieira

Josiane Silva
Padre Antônio Vieira (1608-1697) foi um
religioso, escritor e orador português, a
principal expressão do Barroco Literário
da língua portuguesa. Escreveu cerca de
200 sermões, nos quais revela
conhecimento político, social e religioso.
Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa,
na Rua do Cônego, próximo a Sé, no dia 6
de fevereiro de 1608. Filho de Cristóvão
Vieira, funcionário da coroa, e de Maria de
Azevedo, tinha sete anos quando seu pai foi
nomeado para o cargo de escrivão em
Salvador. Estudou no colégio dos jesuítas e
com 15 anos ingressou na Companhia de
Jesus, iniciando seu noviciado
Os sermões do Padre Antônio Vieira fazem parte
do Barroco e apresentam características como:
culto ao contraste, rebuscamento da linguagem,
além do uso de antíteses e paradoxos. Além de
sermões, Vieira também escreveu cartas, textos
proféticos, poesia e teatro.aprodução literária
desse período revela a tentativa de evasão,
caracterizada por uma linguagemrebuscada –
cultismo – e por um jogo de idéias mais
raciocínio lógico – conceptismo

Alfredo bosi( 1993) observa: O sermão é


exemplar como um xadrez de conflitos sociais,
dados os interesses em jogo, obrigando o
discurso ora a avançar até posiçoes extremas,
ora a compor uma linguagem de compromisso.
No fundo, o pregador acha-se dividido entre
uma lógica maior, de raiz universalista,
tendencialmente igualitária, e uma retorica
menor, que trabalha ad hoc, particularista e
interesseira. (BOSI,1993,p.134)
SERMÃO DOS
BONS ANOS
Pe. Antonio Vieira, em 1º de
janeiro de 1642, pregou o
"Sermão dos Bons Anos", em
Lisboa na Capela Real, que
teve um forte teor político, no
qual criticou os tempos nos
quais Portugal foi controlado
por castelhanos e no qual
associou o sebastianismo a
João IV e à restauração da
independência de Portugal.
ESTRUTURA DO SERMÃO

O sermão está estruturado


em 8 capitulos, divididos
em:

Introito ou Exórdio:
a apresentação,
introdução do
assunto. Capitulos 1 e
2.

Desenvolvimento ou
argumento: defesa
de uma ideia com
base na
argumentação.
Capitulos 3, 4,5 e 6.

Peroração: parte
final, conclusão.
Capitulo 7 e 8.
Oi gente! Vou discorrer um
pouquinho sobre o Sermão
dos Bons Anos. Mas para isso
precisamos entender um
pouco o contexto da época.

l gu m as g u e rra s ,
a ss a va p o r a
Portugal p ein o h a vi a
e te rr as e o se u r
por posses d
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espanhó e u m r ei
a p a ra às m ão s d
Portugal v o lt
português

Então o Padre Antônio


Vieira em 1° de janeiro de
1642 pregou o Sermão dos
Bons Anos.

Logo de início o padre indaga: como prometer


bons anos a Portugal em tempos de guerras e em
tempo de felicidades?
Como poderei eu seguramente prometer bons
anos a Portugal, em tempo que o vejo, por uma
parte com as armas nas mãos, por outra com as
mãos cheias de felicidades?
Diante do exposto, podemos entender aqui nesse primeiro
capítulo é que Portugal passava por tempos difíceis,
dificultoso por estarem enfrentando guerras e morte do
seu monarca e súditos.
Olá pessoal, sou a Maria Rita.
E vamos, conhecer mais um
pouco sobre o sermão dos bons
anos, do Pe. Antônio Vieira.

É importante ressaltar, que Pe.


Vieira baseia-se nos versículos 13 e
19 de João, momento em que jesus
diz ao seus discípulos: “Desde já vo-
lo digo antes que suceda, para que,
quando suceder, creiais que eu
sou.”(VIEIRA,1998) Então, isso
significa ter fé e acreditar naquilo
que não se vê, que ainda não
aconteceu.

Após destacar essa questão,


Vieira inicia um novo paragrafo
afirmando:

“Tais eu considero eu os sucessos nunca imaginados de


nosso Portugal, que como excessivamente nos acreditam,
assim excedem todo o crédito. Quis Deus que fossem
tantos anos antes, e tão vulgarmente profetizados estes
sucessos, não tanto para os esperarmos futuros , quanto
para os crermos presentes; não para nos alentarem a
esperança antes de sucederem, mas para confirmarem a fé
depois de sucedidos.” (VIEIRA, 1998)
Com base nesse excerto, Vieira
afirma que as profecias não são
para alertarem a esperança de
sucederem, mas sim, confirmar a
fé depois de sucedidos.

Pe. Vieira explica como os milagres


acontecem e destaca “que por duas
razões se persuadem mal os homens a
crer algumas coisas: ou por muita
dificultosas, ou por muito desejadas. O
desejo e a dificuldade fazem as coisas
pouco criveis.”(VIEIRA,1998) Assim,
Vieira apresenta a história de Sara,
mulher de Abrão que não podia ter
filhos e a de Pedro, que preso conseguiu
se libertar com ajuda de um anjo que lhe
quebrou as cadeias.

“Que Sara depois de noventa anos! Que a


coroa de Portugal depois de sessenta! o que
não teve quando estava na flor de sua idade, o
que não teve quando estava com todas as suas
forças, o visse alcnaçar de tão envelhecida e
quebrada.” ( VIEIRA,1998)

Portugal estava diante do mesmo milagre


que felicitou Sara algo e dificultoso
aconteceu depois de muita espera.
" Assim como Madalena, cega de amor,
chorava às portas da sepultura de
cristo, assim Portugal, sempre amante
dos seus reis, insistia ao sepulcro de el
rei D. Sebastião, chorando e
suspirando por ele ; e assim como
madalena ao mesmo tempo tinha a
Cristo presente e vivo, e via com seus
olhos e lhe falava e não o conhecia,
porque estava encoberto e disfarçado,
assim tinha Portugal tinha presente e
vivo a el- rei nosso senhor, o via lhe
falava e não o conhecia."

" Nem mais nem menos Portugal,


depois da morte de seu último rei,
buscava - o por esse mundo,
perguntava por ele, não sabia onde
estava, chorava, suspirava, gemia e o
rei vivo e verdadeiro deixava - se de
estar encoberto e não se manifestava,
porque não era ainda chegada; a
ocasião; porém, tanto que o reino,
aminoso sobre suas forças, se deliberou
a dizer resolutamente: eu o levantarei
e sustentarei com meus braços, então
se descobriu o encoberto senhor,
porque então era chegado o tempo."
Recebeu de cristo o golpe da circuncisão deu a
princípio à redução do mundo, não antes, nem
depois se não pontualmente aos oito dias?

》A razão foi porque as coisas que fez Deus, e as


que se hão de fazer bem feitas, não se fazem antes
nem depois, se não a seu tempo. O tempo
assinalado nas escrituras para a circuncisão era o
dito oitavo, como se lê no Genesis e no Levitico.E
por isso se circuncidou cristo, sem se antecipar
nem dilatar, aos oito dias.

Da mesma se deu princípio a redução e


restauração de Portugal em tais dias e em
tal ano, no celebradissimo de 40, porque
esse era o tempo oportuno e decretado por
Deus e não antes nem depois, como
homens quiseram.

Agora pergunto: que razão teve a lei para


mandar que a circuncisão se fizesse ao oitavo
dia?

》 A circuncisão naquele tempo era o remédio


do pecado original como hoje é o batismo, bem
que com diferente perfeição, e a liberdade das
Almas cativas pelo pecado, por quê não
mandava Deus que circuncidassem os meninos
logo quando nasciam, ou ao terceiro, ou ao
quarto dia se não ao oitavo.
Olá, me chamo Josiane. E
vou apresentar alguns
fragmentos do sermão dos
bons anos.

Como se deu a vitória de Portugal sobre


castela e a Vitória dos filisteus sobre Sansão?

A providência divina pediu que esperasse a


ocasião oportuna do ano de quarenta, em que
Castela estava tão embaraçada com inimigos,
tão apertada com guerra de dentro e de fora,
para que na diversão de suas impossibilidades
se lograsse mais seguro a nossa resolução.
Sabemos que Deus tem o tempo certo para tudo.

Quanto a sanção, os Filisteus


esperaram a traição de Dalila: quando
os Filisteus, quiseram levantar a
contra Sansão, aguardaram a que
Dalila lhe tivesse presas atadas as
mãos, e então deram sobre ele.

Em quantos Sansão está com as


mãos atadas corta-lhes os cabelos
no mesmo tempo, e acabou-se
Sansão. Assim o podiam vencer os
filisteus com muita facilidade, que
doutra maneira não seria tão fácil.
Porque senão lhes cortar-se os
cabelos, teria forças para desatar as
mãos, e se desatasse as mãos, seria
necessário muita força para lhe
cortar os cabelos.
Haviam três razões para que Cristo recebesse a
circuncisão?

S. Bernardo e Eusébio Emisseno Dizem que foi


a circuncisão de Cristo: vinha Cristo, como rei
e Redentor do mundo, a remi-lo e restaura-lo.
E a primeira coisa que fez como a mais
necessária e importante, foi estreitar- se em
sua pessoa, cercear demasias, cortar
superfluidades, e fazer uma premática geral
com seu exemplo
Na segunda razão é do santo Epifácil, e disse
que foi que quis o redentor confirmar dessa
maneira e honrar a circuncisão, pelo que antes
de sua vinda- bem advertido, mais muito
melhor imitado. decretou Deus que a
circuncisão, lhe confirmassem suas antigas
honras, havendo o respeito ao bem que tinha
servido, e o mesmo decreto se passou cá e com
muita razão.
A terceira razão, recebeu Cristo a circuncisão
porque como autor da lei nova, queria tirar
do mundo a circuncisão. Muito lhe doeu a
Cristo. Gotas de sangue lhe custou
contêmporizar com a circuncisão: foi
necessário dissimular com dor para remediar
com sucesso.

Mas por que se chamou o salvador? Porque não


tomou outro nome? Foi já que havia de tomar o
nome do ofício, e não da pessoa, porque não se
chamou o rei, porque chamou o salvador?

Deixou Cristo o nome de rei, e tomou o de Salvador,


porque estimava mais um nome de Piedade do que
o título de majestade. O nome de rei dizia imperar,
o nome de Salvador dizia libertar.
Olá, me chamo Eduarda
Beatriz! Vem comigo para
finalizarmos o sermão dos
bons anos, de Padre
Antônio Vieira!?

Então vemos, de que toda


aquela profecia de que se
falou durante todo sermão,
foram compridas, mais
tudo que foi dito, foram
benefícios cumpridos, da
mão de Deus! E é através
dessas profecias que foram
compridas no passado que
devemos segurar o futuro.

Portanto, por mais que Portugal tenha


passado por guerras e tempos difíceis,
muitas felicidades e coisas boas logo
virão nos anos seguintes, era só levar
Deus adiante e a frente de tudo com fé
humana.
Finalizo, esse belo sermão,
com a proposta de que não
devemos faltar a esperança e
muito menos a fé.
E termino citando um trecho
do sermão: "Deus sobre tudo
porque, sobre tudo amarmos a
Deus, cumprindo
perfeitamente sua vontade,
sem dúvida se inclinará o
senhor a ouvir e satisfazer os
afetos da nossa".
REFERÊNCIAS

BOSI,Alfredo.História concisa da literatura


brasileira. São Paulo: Perspectiva, 1980.

VIEIRA, Padre Antônio.Sermão dos bons


anos. 1998.

AGRADECEMOS A TODOS
PELA ATENÇÃO!

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