Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MIRIAM
c) Sobre Pepino II de Herstal, filho de Ansegisel e de Begga (irmã do mordomo Grimoaldo e filha do
mordomo Pepino I de Landen), mordomo da Austrásia (679-714) e da Neustria (687-714):
Quando o major domus Bercharius foi morto, Pepino o Jovem, filho de Ansegisel, veio da Austrásia
para lhe suceder na função (principatus) de major domus. Foi depois desta época que os reis
começaram a ter o nome (de reis) sem ter a sua dignidade (honor)... Nesta época, Godofredo, duque
dos Alamanos, e alguns outros duques ao redor dele recusaram obediência aos duques dos Francos,
pois que eles não iriam mais servir aos reis merovíngios como estavam antes acostumados, e assim
cada um ficou por si. (Erchanberti Brevarium, MGH Scriptores 2, 328. Citado por GEARY, op. cit.
p. 232)
Pepino, após ter mandado o rei Thierry (III) de volta a sua villa de Montmacq-sur-Oise, para
aí ser guardado com honra e veneração, governa, ele mesmo, o reino dos francos. (Annales de Metz,
citado por LEBECQ, S. Les origines franques. p. 181)
Quando Willibrord tiver deixado esta vida, seus irmãos constituirão livremente o abade. Este
deverá mostrar-se fiel em todas as coisas a nós mesmos, a nosso filho Grimoaldo, ao filho deste e aos
filhos de Drogon, nossos netos. (Trecho da carta de doação de 13 de maio de 706 em nome de
Pepino II, em favor da abadia de Echternach, citado por LEBECQ, op. cit., p. 182).
2 - A vida dos últimos merovíngios segundo o cronista Eginhardo da corte carolíngia (séc. IX):
A família dos Merovíngios, na qual os Francos tinham o costume de escolher os seus reis, é
considerada como tendo reinado até Childerico que, sob ordem do pontífice romano Estevão, foi
deposto, teve os cabelos cortados e foi encerrado em um mosteiro. Mas, segundo parece, ela não
terminou apenas com ele, mas já tinha há muito tempo perdido todo o vigor e só se distinguia pelo
vão título de rei. A fortuna e o poder político estavam nas mãos dos chefes da sua casa que eram
chamados de mordomos do palácio e a quem pertencia o poder supremo. O rei só tinha, além do uso
do título, satisfação de sentar-se no trono, com sua longa cabeleira e sua barba, de ali dar audiência
aos embaixadores de diversos países e de encarregá-los, quando retornassem, de transmitir em seu
nome as respostas que lhe haviam sido sugeridas e até ditadas. Salvo o título real, tornado inútil, e os
precários meios de existência que lhe restavam, a guisa de senhor do palácio, ele só possuía de seu
um único domínio, de fraca renda, uma casa e alguns servidores, em pequeno número, a sua
disposição para fornecer-lhe o necessário. Quando se deslocava, montava em um carro puxado por
bois e guiado por um vaqueiro a moda antiga: era assim que ia ao palácio, dirigia-se à assembléia
pública de seu povo, reunida anualmente para tratar dos assuntos do reino, retornando em seguida. A
administração e todas as decisões e medidas a tomar, tanto internas quanto externas, eram da
competência exclusiva do mordomo do palácio. (In: PACAUT, M. Les structures politiques de l'Occident
medieval, pp. 79-80).