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Elementos de

Máquinas I
Material Teórico
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Lincoln Ribeiro Nascimento

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Engrenagens Cilíndricas
de Dentes Retos

• Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar ao aluno as características geométricas, os esforços presentes e o dimen-
sionamento de engrenagens cilíndricas de dentes retos aplicadas em uma transmis-
são de potência e movimento.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos


As engrenagens são rodas dentadas utilizadas para a transmissão de potência e
movimento de um eixo motor (que possui movimento de rotação) para outro eixo
que passará a ter esse movimento de rotação (eixo movido).

Dependendo do número de dentes das engrenagens, haverá um aumento ou


uma redução na velocidade de rotação entre o eixo motor e o eixo movido.

A Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos (ECDR) possui formato cilíndrico e os


dentes são perpendiculares às faces da engrenagem.

Na figura 1 é possível visualizar um exemplo de engrenagem cilíndrica de dentes retos.

Figura 1 – Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos (ECDR)


Fonte: Acervo do conteudista

Porém, na prática, costuma-se utilizar em desenho técnico mecânico uma re-


presentação mais simplificada para engrenagens, conforme ilustrado na figura 2.

Figura 2 – Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos – Vistas Simplificadas


Fonte: Acervo do conteudista

8
Características Geométricas da Engrenagem
Cilíndrica de Dentes Retos
Ao se desenhar, dimensionar ou construir uma engrenagem cilíndrica de dentes
retos, devem ser conhecidas ou determinadas diversas dimensões que representam
características geométricas dessa engrenagem.

Na figura 3 é possível visualizar as principais características geométricas de uma


engrenagem cilíndrica de dentes retos.

Figura 3 – Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos – Principais Características Geométricas


Fonte: Acervo do conteudista

Na tabela 1 é possível visualizar a descrição e o método de cálculo das dimen-


sões que aparecem na figura 3, além de outras dimensões que podem ser úteis du-
rante o dimensionamento e fabricação de engrenagens cilíndricas de dentes retos.
Os valores contidos na tabela foram obtidos no livro Elementos de Máquinas,
capítulo 6, páginas 96 a 971, disponível na biblioteca virtual da universidade.
Tabela 1 – Principais características geométricas de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos
Descrição Símbolo Equação Unidade de Medida

d0
Número de dentes da engrenagem z z= [z] = Adimensional
m

t0
Módulo m m= [m] = mm
π
Passo t0 t0 = m ⋅ π [t0] = mm
Diâmetro Primitivo d0 d0 = m ⋅ z [d0] = mm

Vão entre os dentes no diâmetro primitivo l0 t0 [l0] = mm


l0 =
2

1
MELCONIAN, Sarkis. Elementos de Máquinas. 10. ed. Ed. Érica, São Paulo, 2013.

9
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UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Descrição Símbolo Equação Unidade de Medida

s0 t0
Espessura do dente no diâmetro primitivo s0 = [so] = mm
2
Altura do pé do dente hf hf = 1,2 ⋅ m [hf] = mm
Diâmetro interno ou Diâmetro do “pé” do dente df df = d0 – 2 ⋅ hf [df] = mm
Altura da cabeça do dente hk hk = m [hk] = mm
Diâmetro externo ou diâmetro da “cabeça” do dente dk dk = d0 + 2 ⋅ hk [dk] = mm
Largura do dente b ---- [b] = mm
Ângulo de pressão a 20° [a] = º
Fonte: MELCONIAN, Sarkis, 2013

Esforços na transmissão de potência em uma ECDR


O contato entre os dentes da engrenagem motora e os da engrenagem movida
em uma transmissão de potência ocorre na região do diâmetro primitivo. Dessa
forma, a força tangencial atuante na transmissão irá agir exatamente no diâmetro
primitivo das 2 engrenagens.

Na figura 4 é possível visualizar os esforços na transmissão de potência entre


duas engrenagens cilíndricas de dentes retos.

Figura 4 – Esforços na transmissão entre 2 Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR)


Fonte: Acervo do conteudista

Os esforços representados na figura 4 são:


• Ft → Força Tangencial;
• Fr → Força Radial;
• Fres → Força Resultante.

Qual é a força responsável pelo movimento e transmissão de potência em uma engrenagem


Explor

cilíndrica de dentes retos?

10
A força responsável pelo movimento e transmissão de potência das engrena-
gens é a Força Tangencial. Ela atual no diâmetro primitivo das engrenagens.

A relação entre a Força Tangencial e o Momento torçor atuante na engrenagem


pode ser determinada através da equação 1.

Mt = Ft  r0 (1)

Onde:
• Ft → Força Tangencial;
• r0 → Raio primitivo;
• Mt → Momento Torçor ou Torque.

O raio primitivo, por sua vez, pode ser calculado através da equação 2.

d0
r0 = (2)
2
Onde:
• r0 → Raio primitivo;
• d0 → Diâmetro primitivo.

A tangente do ângulo de pressão da engrenagem é a razão entre a Força Radial


e a Força Tangencial atuante na engrenagem, conforme a equação 3.

Fr
tan   (3)
Ft
Onde:
• Ft → Força Tangencial;
• Fr → Força Radial;
• α → Ângulo de Pressão.

Finalmente, a intensidade da força resultante pode ser obtida através da equa-


ção 4, onde foi aplicado o Teorema de Pitágoras.

Fres  ( Ft ) 2  ( Fr ) 2 (4)

Onde:
• Ft → Força Tangencial;
• Fr → Força Radial;
• Fres → Força Resultante.

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11
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Dimensionamento de uma Engrenagem


Cilíndrica de Dentes Retos

Qual é o principal objetivo do dimensionamento de uma engrenagem cilíndrica


Explor

de dentes retos?

O principal objetivo do dimensionamento é determinar o valor da largura mí-


nima (b) do dente da engrenagem menor (pinhão). Entende-se que, uma vez de-
terminada a largura mínima do pinhão, pode-se adotar essa mesma largura para
a engrenagem maior (coroa). A largura do dente da engrenagem nesse caso, será
também a largura mínima da engrenagem.

Porém, para uma engrenagem ser considerada bem dimensionada, deve se con-
siderar também a razão entre a largura da engrenagem e o diâmetro primitivo do
pinhão, conforme condições a seguir:
b
• Para engrenagens biapoiadas → ≤ 1,2
d0

b
• Para engrenagens em balanço → ≤ 0,75
d0
Explor

Qual a diferença entre uma engrenagem biapoiada e uma engrenagem em balanço?

Uma engrenagem é considerada biapoiada quando o eixo onde ela está monta-
da possui 2 apoios. Por outro lado, uma engrenagem é considerada em balanço,
quando o eixo onde essa engrenagem está montada possui apenas 1 apoio, ou
seja, a outra extremidade está livre. Na figura 5 é possível visualizar um exemplo de
engrenagem em balanço e outro de uma engrenagem biapoiada.

Figura 5 – Exemplos de Engrenagem em balanço e biapoiada


Fonte: Acervo do conteudista
Explor

Quais são os critérios utilizados para se dimensionar uma engrenagem cilíndrica de dentes retos?

12
As engrenagens cilíndricas de dentes retos devem ser dimensionadas através de
2 critérios:
• Critério de Pressão ou Critério de resistência ao desgaste;
• Critério de Resistência à Flexão no pé do dente.

A seguir, esses 2 critérios serão apresentados.

Critério de Pressão
O dimensionamento da engrenagem através da utilização do critério de pressão,
ou de resistência ao desgaste, consiste em dimensionar a engrenagem de tal forma
que ela possa resistir ao desgaste provocado pela pressão e atrito entre os dentes
do pinhão e da coroa durante a transmissão de potência.

De uma forma geral, é possível dizer que, ao se utilizar, no projeto de uma en-
grenagem, um material com uma boa dureza superficial, irá se obter, como conse-
quência, uma vida maior para essa engrenagem.

Para se dimensionar uma engrenagem pelo critério de pressão, deve-se observar


os seguintes passos:

• Passo 1: Determinação do fator de durabilidade

O fator de durabilidade trata de um valor numérico adimensional que relaciona a


duração real da engrenagem e a duração, caso ela tivesse vida infinita.

A vida infinita teórica de uma engrenagem seria de 1000000 de ciclos.

O fator de durabilidade (Wi) pode ser determinado através da equação 5.

60  n p  h
Wi  (5)
106
Onde:
• np → Número de rotações do pinhão em rpm;
• h → Previsão de duração da engrenagem em horas;
• Wi → Fator de durabilidade (Adimensional).

• Passo 2: Calcular a Pressão Admissível

A pressão admissível na superfície do dente pode ser determinada através da


equação 6.

0, 487  HB
Padm  1
(6)
Wi 6

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13
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Onde:
n
• Padm → Pressão admissível em ;
mm 2
• HB → Dureza do Material na Escala Brinell;
• Wi → Fator de durabilidade (Adimensional).

• Passo 3: Calcular o Volume Mínimo da Engrenagem


A equação 7 deve ser utilizada para se determinar o chamado volume mínimo da
engrenagem. Porém, ao se utilizar a equação 7, deve-se atender, ao mesmo tempo,
aos seguintes critérios:
• Engrenagens fabricadas em aço;
• Número de dentes do pinhão deve ser entre 18 e 40 dentes;
• O ângulo de pressão deve ser de 20°.
Mt i 1
b1  d 012  5, 72  105    (7)
Padm i  0,14
2
Onde:
• b1 → Largura do pinhão em mm;
• d01 → Diâmetro primitivo do pinhão em mm;
• Mt → Momento toçor no pinhão em N ⋅ mm
N
• P → Pressão admissível em ;
adm
mm 2
i → Relação de Transmissão (Adimensional).
ϕ → Fator de serviço (tabelas) de acordo com a aplicação (Adimissional)
Os sinais positivos (+) que aparecem na equação 7 devem ser utilizados quando
o engrenamento for externo; e os sinais negativos (-) devem ser utilizados quando
o engrenamento for interno (planetário).
Na figura 6 é possível visualizar um exemplo de engrenamento interno, onde as
engrenagens menores (pinhões), na cor azul, se movimentam dentro da engrena-
gem maior (coroa), na cor vermelho.
Na figura 7 é possível visualizar um exemplo de engrenamento externo, onde
não ocorre a presença de uma engrenagem “dentro” da outra.

Figura 6 – Exemplo de engrenamento interno Figura 7 – Exemplo de engrenamento externo


Fonte: Wikimedia Commons Fonte: iStock/Getty Images

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Critério de Resistência a Flexão no Pé do dente
O dimensionamento da engrenagem, utilizando-se somente o critério de pressão
ou de resistência ao desgaste, não é suficiente para se garantir o funcionamento
durante toda a vida prevista no projeto. É necessário também considerar a possibi-
lidade de a força tangencial atuante no dente da engrenagem causar um momento
fletor nesse dente, o que pode levar à ruptura dele.

Sendo assim, a Tensão máxima de flexão atuante no dente deve ser sempre
menor do que a tensão admissível do projeto, calculada levando-se em conta o
material utilizado e a aplicação do projeto.

Ou seja:

σmáx < σ

O valor da tensão máxima de flexão atuante no projeto pode ser obtido através
da equação 8.

Ft  q  
 máx  (8)
bm
Onde:
• σ → Tensão Admissível
• σmáx → Tensão máxima de flexão no pé do dente
• Ft → Força tangencial
• q → Fator de forma
• ϕ → Fator de serviço (tabelas) de acordo com a aplicação (Admensional)
• b → Largura do dente ou da engrenagem
• m → Módulo normalizado da engrenagem

Na figura 8 é possível visualizar um possível efeito da tensão de flexão no pé do


dente da engrenagem, que se trata da ruptura do dente.

Figura 8 – Exemplo de possível efeito da tensão de flexão no pé do dente


Fonte: Acervo do conteudista

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UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Exemplo de Aplicação
Exemplo 1

Dimensionar o par de engrenagens de dentes retos da figura. Dados:


• Nmotor = 10000 W;
• nmotor = 1200 rpm;
• Material das Engrenagens: Aço SAE 4340;
• Dureza do material: 60 HRC;
• Duração da engrenagem: 10000 horas (previsão);
• Adotar: Carga uniforme;
• Trabalho diário: 10 horas;
• z1 = 30 dentes;
• z2 = 120 dentes;
• a = 20º.

1. Critério de Pressão
Passo 1: Momento Torçor no pinhão
A relação entre o Momento torçor e a potência do motor é dada por:
2   n
N motor  M t 
60
60  N motor
 Mt
2   n
60  10000 W
 M t1
2  3,14  1200
79,6178 N ⋅ m = Mt1
Porém, vamos multiplicar o resultado por 1000; têm-se também o valor do mo-
mento torçor em N ⋅ mm:
79617,8 N ⋅ m = Mt1

Passo 2: Relação de Transmissão


A relação de transmissão em função do número de dentes das engrenagens é
dada por:

z2
i12 =
z1
120
i12 =
30
i12 = 4

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Passo 3: Fator de Durabilidade (Wi)

60  n p  h
Wi 
106
60  1200 rpm  10000 horas
Wi 
106
Wi = 720

Passo 4: Dureza do Material em Brinell (HB)

Para se obter o valor da dureza Brinell do material, vamos consultar a tabela dispo-
nível no livro Elementos de Máquinas, de Sarkis Melconian, capítulo 6, página 98.

Figura 9 – Tabela de Dureza Brinell


Fonte: MELCONIAN, Sarkis, 2013

Para o Aço SAE 4340 têm-se:

N
Aço SAE 4340 – Dureza Brinell = 6000HB = 6000
mm 2
Passo 5: Pressão Admissível (Padm)

A pressão admissível é dada pela seguinte equação:

0, 487  HB
Padm  1
W6
N
0, 487  6000
Padm  mm 2
1
6
720
N
Padm = 976,02 = 976,02 Mpa
mm 2

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UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Passo 6: Fator de Serviço (ϕ)

Para se obter o fator de serviço, vamos consultar a tabela AGMA disponível no


livro Elementos de Máquinas, capítulo 6, páginas 104 a 107, de Sarkis Melconian.

Consultando a tabela AGMA, para eixo de transmissão com carga uniforme e


10 horas diárias, têm-se:

ϕ=1

Figura 10
Fonte: MELCONIAN, Sarkis, 2013

Passo 7: Volume mínimo do pinhão

O volume mínimo do pinhão para o critério de pressão é obtido através da se-


guinte equação:

Mt i 1
b1  d 012  5, 72  105   
Padm i  0,14
2

79617, 8 N  mm 4 1
b1  d 012  5, 72  105   
 N 
2
4  0,14
 976, 02 
 mm 2 
b1  d 012  57737, 56 mm 3

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Isolando b1, tem-se:

57737, 56
b1 = (1)
d 012

Passo 8: Relação entre a largura da engrenagem e o diâmetro primitivo

b1
 1, 2  Engrenagens bi  apoiadas
d 01

Adotado:
b1
 0, 8  b1  0, 8  d 01
d 01
b1 = 0, 8  d 01
(2)

Passo 9: Diâmetro primitivo do pinhão

Igualando-se as equações I e II, tem-se:


b1  b1
57737, 56
0, 8  d 01 
d 012
57737, 56
d 01
3

0, 8
57737, 56
d 01 
0, 8
d 011  41, 63 mm

Passo 10: Módulo da engrenagem

A relação entre o módulo e o diâmetro primitivo é dada pela seguinte equação:

d0 = m ⋅ z

Para o pinhão, tem-se:

d 01  m  z1
d 01
m
z1
41, 63 mm
m
30
1, 388 mm  m

O módulo define qual a ferramenta (fresa) a ser utilizada na fabricação da en-


grenagem. Esse módulo é normalizado. Sendo assim, vamos definir o módulo

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UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

normalizado consultando a tabela de Módulos Normalizados, disponível no livro


Elementos de Máquinas, capítulo 6, página 99, de Sarkis Melconian.

Figura 11
Fonte: MELCONIAN, Sarkis, 2013

Como o incremento é de 0,25mm, isso significa que o módulo entre 1 e 4 mm


varia da seguinte forma:
Tabela 2
1,00
1,25
1,50
1,75
2,00
...

Sendo assim, o módulo calculado (1,388 mm) está entre 1,25 e 1,50 mm.
Vamos adotar o maior valor. Logo, módulo normalizado será igual a 1,50 mm.

m = 1,5 mm (Normalizado)

Passo 11: Recálculo do diâmetro primitivo do pinhão

Agora que temos o módulo normalizado, devemos recalcular o diâmetro primi-


tivo do pinhão utilizando esse novo módulo.

d01 = 1,5mm ⋅ 30
d01 = 45mm

Passo 12: Cálculo da largura do pinhão (Critério de pressão)

Utilizando a relação entre a largura e o diâmetro primitivo do pinhão (Equação 3),


tem-se:

b1 = 0,8 ⋅ d01 (3)


b1 = 0,8 ⋅ 45mm
b1 = 36mm (Largura do pinhão)

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2. Critério de Resistência à Flexão no pé do dente

Passo 1: Fator de forma (q)

O fator de forma (q) é obtido consultando a tabela de Fator de forma disponível


no livro Elementos de Máquinas, capítulo 6, página 102, de Sarkis Melconian.

Figura 12 – Fator de Forma q


Fonte: MELCONIAN, Sarkis, 2013

Vamos adotar o valor mais próximo, ou seja, como o pinhão tem 30 dentes,
adotaremos o fator de forma para 28 dentes para engrenamento externo.

q = 3,1

Passo 2: Cálculo da Força Tangencial


A relação entre a Força tangencial e o Momento torçor no pinhão é dada pela
seguinte equação:
d 01
Mt1  Ft  r01  r01 
2
d 01
Mt1  Ft 
2
2  Mt1
 Ft
d 01
2  79617, 8 N  mm
 Ft
45 mm
3538, 57N  Ft

Passo 3: Cálculo da Tensão Máxima de Flexão no pé do dente


O valor da tensão máxima de flexão no pé do dente é dado pela seguinte equação:
Ft  q  
 máx 
bm
3538, 57 N  3,1  1
 máx 
36mm  1, 5mm
N
 máx  203,14
mm 2

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UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Passo 4: Tensão Admissível


O valor da tensão admissível a ser utilizada para o dimensionamento de engre-
nagens, pode ser obtida consultando a tabela de Tensão Admissível, disponível no
livro Elementos de Máquinas, capítulo 6, página 110, de Sarkis Melconian.
N
Para p Aço SAE 4340 →   170
mm 2

Figura 13 – Tensões ideais para os materiais no dimensionamento de engrangens


Fonte: MELCONIAN, Sarkis, 2013

Passo 5: Análise do resultado


O valor da tensão máxima de flexão no pé do dente é maior do que o valor da
tensão admissível. Dessa forma, haveria a ruptura do dente da engrenagem.
Sendo assim, vamos recalcular a largura do pinhão utilizando o valor da tensão
admissível para o material.

Passo 6: Recálculo da Largura do pinhão


Isolando b1 na equação de tensão máxima de flexão e adotando a tensão admis-
sível para o Aço SAE 4340, tem-se:
F  q 
 máx  t
bm
Ft  q  
b
 m
3538, 57 N  3,1  1
b
N
170  1, 5mm
mm 2
b = 43,, 02mm

3. Resultado Final

Para o pinhão, tem-se:

z1 = 30 dentes
b1 = 43,02mm
d01 = 45mm

22
Para a coroa, tem-se:

z2 = 120 dentes
b2 = b1 = 43,02mm
d02 = 180mm

Onde:

d02 = m ⋅ z2
d02 = 1,5mm ⋅ 120
d02 = 180mm

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UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Elementos de Máquinas
Leia o capítulo 6 (p 95-130) da obra de Sarkis Melconiam, disponível na Biblioteca
Virtual da Universidade, no item “E-books – Minha Biblioteca”. Nesse texto serão
apresentados mais exemplos de dimensionamento de engrenagens cilíndricas de
dentes retos.
Elementos de Máquina de Shigley
Leia o capítulo 13 da parte 3 (p. 655-715) da obra de Richard G. Budynas e J.
Keith Nisbett, disponível na Biblioteca Virtual da Universidade, no item “E-books –
Minha Biblioteca”. Nesse texto será apresentado uma breve introdução aos tipos e
características de engrenagens.

Vídeos
Telecurso 2000 - Elementos de Maquinas - 32 Engrenagens I
Vídeo que trata de engrenagens e aplicações.
https://youtu.be/udn-kRpSdhQ
Telecurso 2000 - Elementos de Maquinas - 32 Engrenagens II
Vídeo que trata de um aprofundamento nos tipos e características de engrenagens.
https://youtu.be/R1Ew5HkfvQw

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Referências
BUDYNAS, R. G., NISBETT, J. K. Elementos de Máquinas de Sigley. 10. Ed.
Porto Alegre: Ed. AMGH, 2016.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. Ed. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 2010.

MELCONIAN, S. Elementos de Máquinas. 10. Ed. São Paulo: Ed. Érica, 2013.

MELCONIAN, S. Mecânica técnica e resistência dos materiais. 19. Ed. São


Paulo: Ed. Érica, 2013.

PEREIRA, C. P. M. Mecânica dos materiais avançada. 1. Ed. Rio de Janeiro: Ed.


Interciência, 2014.

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