Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Material Teórico
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Engrenagens Cilíndricas de
Dentes Retos (ECDR) e Engrenagens
Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
• Introdução;
• Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos – ECDR;
• Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais – ECDH.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Compreender e consolidar os conceitos relativos ao dimensionamento de engrenagens
cilíndricas de dentes retos (ECDR) e engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais (ECDH).
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
Introdução
As engrenagens estão presentes na quase totalidade dos sistemas que trans-
mitem torque ou potência, de um conjunto motor para um conjunto movido (ou
consumidor). Uma importante característica das engrenagens é que podem, de
acordo com sua configuração, alterar (aumentar ou reduzir) algumas condições
da transmissão, tais como a rpm (rotação por minuto), a velocidade angular e o
torque (principalmente).
Figura 1 – Engrenagens
Fonte: Getty Images
Histórico
A história das engrenagens vem de longa data e, desta forma, não temos a inten-
ção (e nem tampouco condições) de transcrevê-la aqui de forma integral. Contudo,
sabe-se que um aparato chamado de “Carroça chinesa”, usada supostamente na
peregrinação pelo deserto de Gobi nos tempos pré-bíblicos, já possuía rudimenta-
res engrenamentos.
8
Provavelmente, as primeiras engrenagens eram de madeira ou de algum outro
material de fácil manuseio, compostas simplesmente por pedaços desses materiais
inseridos ao longo de uma roda ou de um disco.
Figura 2
Fonte: Adaptado de Getty Images
Definição
Engrenagem é todo elemento composto por uma “dentadura” externa ou inter-
na, com os objetivos de: transmitir potência; transferir movimento sem deslizamen-
to; multiplicar esforços; gerar trabalho.
Figura 3 – Engrenagens
Fonte: Getty Images
9
9
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
Classificação
Como já relatado anteriormente, há variados tipos de engrenagens, e entre as
principais podemos destacar:
• Engrenagens Cilíndricas;
• Engrenagens Cônicas;
10
• Engrenagens Helicoidais;
• Engrenagens Retas (Cremalheiras);
• Engrenagem Planetárias;
• Parafusos sem fim;
• Outras.
11
11
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
Figura 13 – Outras
Fonte: Divulgação
É bastante óbvio que cada tipo de engrenagem está associado a uma determinada
aplicação. E, para determinar o tipo específico de engrenagem a ser utilizado, devemos
conhecer os carregamentos (as cargas) e as solicitações a que o sistema estará submetido.
Padronização
Todas as engrenagens atualmente são padronizadas quanto ao tamanho e ao
formato do dente. As diretrizes e as normas sobre engrenagens são estabelecidas
por vários institutos de padronização, dentre os quais se destacam: a AGMA –
American Gear Manufacturers Association, a ABNT e a DIN.
Fabricação
Os processos de fabricação mais utilizados para a confecção (manufatura) de
engrenagens são: Usinagem, Fundição e Conformação.
Usinagem
Este processo é divido em dois grupos:
• Usinagem com a utilização de ferramenta: consiste basicamente no uso de
uma fresa chamada de módulo, brochamento, entre outros;
• Usinagem por geração: é o processo mais usado industrialmente, e consiste
no uso de uma fresa caracol (hob) em uma cremalheira de corte, ou outros.
12
Fundição
Consiste na deposição / vazamento / injeção de material metálico em estado
líquido em moldes. Entre os processos mais utilizados estão: por gravidade, sob
pressão e em camadas.
Figura 15
Fonte: Acervo do Conteudista
Conformação
As engrenagens são concebidas através do uso dos processos de forjamento,
extrusão, trefilação, laminação ou estampagem.
Figura 16
Fonte: Acervo do Conteudista
13
13
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
Tabela 1
Vel. Per. (m/s) Qualidade
<2 11 a 12
2a3 10 a 11
3a4 9 a 10
4a5 8 a 10
5 a 10 7a9
10 a 15 6a7
> 15 6
Engrenagens Cilíndricas
de Dentes Retos – ECDR
Tipo de engrenagem na qual os dentes são paralelos entre si e em relação ao
eixo. São as engrenagens mais comuns e de mais baixo custo, pois apresentam
maior facilidade de construção.
Figura 17
Fonte: Acervo do Conteudista
14
Características geométricas ECDR
Figura 18
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 19
Fonte: Acervo do Conteudista
15
15
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
Figura 20
Fonte: Acervo do Conteudista
16
Dimensionamento ECDR
Critério de desgaste ou pressão no flanco do dente
Para dimensionar engrenagens e pinhões com ângulo de pressão α = 20° e nú-
mero de dentes de até 40, utiliza-se a seguinte expressão (para o aço):
æ T ö÷ æç i ± 1 ÷ö
b × d 02 = (5, 72 ×1011 )× çç ÷× ç ÷× fs
èç Padm 2 ø÷ çè i ± 0,14 ø÷
æ 0, 487 × HB ö÷
Padm = çç ® é Pa = N / m 2 ùúû , éêë N / mm 2 ùúû
çè W 1/6 ÷ø÷ êë
• Onde:
» HB: dureza Brinell [Pa = N/m2], [N/mm2];
» W: Fator de durabilidade [Asimensional].
æ 60 × n p × h ÷ö
W = çç ÷
çè 106 ÷÷ø
• Onde:
» np: rotação do pinhão [rpm];
» h: duração do par [horas] – (Normalmente entre 104 a 105 horas).
17
17
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
b/d0≤1,2 b/d0≤0,75
Biapoiada Em balanço
18
Forças atuantes
Figura 21
• Carga Tangencial (Ft): esta carga é a responsável pela movimentação das
engrenagens; trata-se também da carga que causa o momento fletor (flexão)
no pé do dente, tendendo a rompê-lo. A força tangencial (Ft) é determinada
pela equação:
T 2×T
Ft = =
r0 d0
» Onde:
» Ft: Força tangencial [N];
» T: Torque [N.mm];
» r0: raio primitivo [mm];
» d0: dâmetro primitivo [mm].
Figura 22
• Carga Radial (Fr): Esta carga é a que age na direção radial da engrenagem, e
é obtida pela tangente do ângulo de pressão α:
Fr
tg a = ® Fr = Ft × tg a
Ft
» Onde:
» Fr: Força radial [N];
» Ft: Força tangencial [N];
» α: ângulo de pressão [graus];
19
19
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
• Carga Resultante (Fn): Como o próprio nome diz, é a carga resultante das
componentes radial e tangencial, sendo obtida por Pitágoras:
Ft Ft
® Fn = cos a =
Fn cos a
Fr Fr
2 2 sena = ® Fn =
Fn = Ft + Fr ou Fn sena
Tabela 5
Engrenamento Externo
N. de dentes 10 18 24 40 80 100
q 5,2 3,5 3,2 2,9 2,6 2,5
Engrenamento Interno
N. de dentes 20 30 50 70 100 200
q 1,7 1,9 2,1 2,2 2,3 2,4
20
Exercício de Fixação – ECDR
Deve-se dimensionar um par de engrenagens cilíndricas de dentes retos de forma a
trabalhar, com segurança, em um eixo de transmissão que recebe um carregamento
uniforme por um período (tempo
de serviço) de 10 horas diárias
no máximo. Um motor com
potência de 11KW e rotação de
1140 rpm é o responsável pelo
acionamento desta transmissão.
O material da engrenagem deverá
ser o SAE 4340. Considerar b/
d0=0,25 α=20° Z1=12 dentes
(pinhão) Z2=38 dentes (coroa).
Desconsiderar as perdas. Figura 23
• Torque no pinhão
P
T
11000
T
2 . . N
60
T 92,14 N . m
• Relação de transmissão
Z2
i=
Z1
38
i=
12
i = 3,16
• Fator de durabilidade
60 . N . h
W =
106
60 . 1140 . 104
W =
106
W = 684
• Pressão admissível
0, 487 . HB
Padm = 1
W6
Padm = 984 . 106
N
Pa =
m2
21
21
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
»» Substituindo 2 em 1:
0, 25 . d 0 . d 02 8, 2248 . 105
8, 2248 . 105
d 03
0, 25
d 0 0, 069m 69mm
d0
m
Z
69
m
12
m 5, 75 0, 00575m
d0n = mn . Z1
d0n = 5 . 12
d0n = 60 mm = 0,06m
22
• Com o diâmetro primitivo recalculado, obtém-se o valor da largura:
b . d 0n 2 = 82248 mm3
82248
b=
602
=b 22 = , 8 mm 0, 0228m
• Obtenção do fator de forma (q): Como o pinhão possui 12 dentes, pela tabe-
la o fator “q” será igual 5,0. Tensão máxima que age no pé do dente:
Ft . q .
máx mat
b . mn
3071, 3 . 5 . 1
máx
22 . 8 . 5
máx 134, 7 N / mm 2 134, 7 Mpa
Ft . q.
b
mn . 4340
3071, 3 . 5. 1
b
5 . 130
b 23, 6mm 0, 0236m
23
23
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
• Características da Coroa
Engrenagens Cilíndricas
de Dentes Helicoidais – ECDH
24
Tabela 7 – Formulário ECDH
Denominação Símbolo Fórmula
do
Número de dentes Z z=
m
tn0
Módulo normal mn mn =
p
mn
Módulo frontal ms ms =
cos b0
Passo frontal ts0 ts0 = ms . ρ
Passo Normal tn0 tn0 = ms . π
ts0
Espessura do dente frontal Ss0 Ss0 = (folga nula do flanco)
2
ts0
Vão entre dentes frontal Ls0 Ls0 = (folga nula do flanco)
2
tn0
Espessura do dente normal Sn0 Sn0 = (folga nula do flanco)
2
tn0
Vão entre dentes normal Ls0 Ln0 = (folga nula do flanco)
2
Altura comum do dente h h = 2 . mn
Altura da cabeça do dente hk hk = mn
Altura total do dente hz hz = 2,2 . mn
Altura do pé do dente hf hf = 1,2 . mn
Folga da cabeça Sk Sk = 0,2 . mn
do 2A
Ângulo da hélice β0 sec b0 = =
Zmn Z1× mn (i + 1)
Ângulo de pressão normal αn0 αn0 = 20º DIN 867
tg an0
Ângulo de pressão formal αs0 tg a s0 =
cos b0
Largura do dente b A ser dimensionado/adotado
Z1 + Z 2
Distância entre centros A A= ms
2
Número imaginário Z
Zi Zi =
de dentes cos3 b0
25
25
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
Dimensionamento – ECDH
Critério de desgaste no flanco do dente
Mt i ±1
b1 × do12 = 2 × f 2 2
×
P ×j p i
adm
Figura 26
26
Tabela 9 – Fator φp – Fator de correção da hélice.
Obtido através do ângulo de correção de hélice βo
φp 1,00 1,11 1,22 1,31 1,40 1,47 1,54 1,60 1,66 1,71
βo 0º 5º 10º 15º 20º 25º 30º 35º 40º 45º
• Onde:
Tabela 9
» Ft: Força tangencial [kgf];
e Serviço
» q: Fator de forma;
0,8 Serviços pesados
» b: Largura do pinhão [cm]; 1,0 Serviços normais
» mn: Módulo normal [m]; 1, Serviços leves
» e: Fator de carga.
27
27
UNIDADE Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos (ECDR) e
Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais (ECDH)
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Elementos de Máquinas 1 e 2 – Módulos Especiais Mecânica
GORDO, N.; FERREIRA, J. Elementos de Máquinas 1 e 2 – Módulos Especiais
Mecânica – Apostila do SENAI – Telecurso 2000.
Elementos de máquinas de Shigley
BUDYNAS, R.; NISBETT, J. K. Elementos de máquinas de Shigley. 4ª edição.
Porto Alegre: Grupo GEN. 2006. (e-Book)
Elementos de máquinas
CHAGAS, G. M. P. Elementos de máquinas – Apostila - IFSC (Instituto Federal de
Santa Catarina) 3ª. Edição. Jaraguá do Sul: IFSC, 2009
Projeto de Componentes de Máquinas
JUVINALL, R. C.; MARSHEK, K. M. Projeto de Componentes de Máquinas, 4ª
edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2007. (e-Book)
Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais
MELCONIAN, S. Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais. São Paulo: Editora
Saraiva. 2012. (e-Book)
Elementos de máquina em projetos mecânicos
MOTT, R.L. Elementos de máquina em projetos mecânicos. 5ª edição. São Paulo:
Pearson 2015. (e-Book)
Desenho Técnico Moderno
SILVA, A.; RIBEIRO, C. T.; DIAS, J.; SOUSA, L. Desenho Técnico Moderno,
4ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2006. (e-Book)
Avaliação da Confiabilidade de Novos Produtos
TERUEL, M. L. Avaliação da Confiabilidade de Novos Produtos. Dissertação de
Mestrado – FEI São Bernardo do Campo, 2012.
28
Referências
COLLINS, A.; BUSBY, J.; HENRY, R.; STAAB, G. H. Projeto Mecânico de
Elementos de Máquinas. São Paulo: LTC, 2006.
29
29