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UNIVERSIDADE SAVE

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Hidrologia Geral
Capítulo III

ESTATÍSTICA APLICADA A HIDROLOGIA


Docente: Eng. Mário António Chico
Contactos: (+258) 84/865780435
Email: m.chicomk435@gmail.com
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

▪ REVISÃO DOS CONCEITOS DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


▪ CORRELAÇÃO E REGRESSÕES
▪ TESTES DE ALEATORIEDADE
▪ DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE

▪ RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA

▪ Hidrologia lida com variáveis naturais: Precipitação, evaporação, escoamento.

▪ Processos físicos que as determinam são demasiado complexos para ser possível uma abordagem
unicamente determinística.

▪ Caracterização estatística (variável aleatória) e estocástica (variável aleatória função do tempo)

▪ As variáveis hidrológicas são aleatórias pois não seguem uma lei de certeza.
REVISÃO DOS CONCEITOS

▪ variável aleatória χ é uma variável que toma valores não resultantes de processos e leis
físicas ou relações matemáticas bem determinadas, sendo por isso atribuídos à sorte ou ao
acaso, como, por exemplo, o número de pontos no lançamento dum dado.
▪ Uma variável aleatória pode ser discreta ou contínua.
▪ Discreta só pode tomar um determinado número finito de valores, como acontece, por exemplo, com
o número de dias de chuva num ano.
▪ Contínua quando, num determinado intervalo de valores, limitado ou não, pode tomar qualquer valor
dentro desse intervalo, como é o caso, por exemplo, da precipitação anual.
REVISÃO

A população Ω é o conjunto de todos os valores que podem ser assumidos por uma variável
aleatória.
Designa-se por amostra a parte observada da população.
Um acontecimento Ai é qualquer subconjunto da população.
A frequência (ou frequência relativa) dum acontecimento Ai é definida por:
𝑛
𝑓𝑟 =
𝑁
AXIOMAS DE A. KOLMOGOROV

A moderna teoria das probabilidades baseia-se num conjunto de axiomas apresentado

por Kolmogorov em 1933:


𝑷(𝑨𝒊) ≥ 𝟎;
𝑷 𝑨∪𝑩 =𝑷 𝑨 +𝑷 𝑩 −𝑷 𝑨∩𝑩
𝑷 𝑨 ∩ 𝑩 = 𝑷 𝑨 ∕ 𝑩 ∗ 𝑷 𝑩 = 𝑷 𝑩Τ𝑨 ∗ 𝑷 𝑨

Deste último axioma deduz-se que os acontecimentos A e B são independentes, se:


𝑷 𝑨∩𝑩 =𝑷 𝑨 ∗𝑷 𝑩
OUTRAS PROPRIEDADES

Dos axiomas deduz-se igualmente que a probabilidade do acontecimento impossível é:


𝑷 ∅ =𝟎

A probabilidade complementar de um evento é:


ഥ =𝟏−𝑷 𝑨
𝑷 𝑨
A probabilidade de qualquer sub-acontecimento B tal que B ⊂ 𝐴 é:
P(B) ≤ P(A)
FUNÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO E DURAÇÃO

Amostra de N valores duma variável aleatória ordenada por ordem crescente


x1≤x2≤... ≤xN
P (χ ≤ xi) = i/N = F(xi)–função de distribuição empírica (FDE)
Amostra ordenada por ordem decrescente x1≥x2≥... ≥xN
P (χ ≥ xi) = i/N = G(xi)–função de duração
i/N –estimador com viés, usar i/(N+1)
FUNÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO E DURAÇÃO

P(χ ≤ xi) + P (χ ≥ xi) = F(xi) + G(xi)= P (χ ≤ xi) + P(χ >xi) + P(χ =xi) = 1 + P(χ = xi)

P (χ = xi) = 0 (var. contínua), F + G = 1

P (χ = xi) ≥ 0 (var. discreta), F + G ≥ 1


FUNÇÕES DE DENSIDADE E DE MASSA

Função de massa de probabilidade P(χ = x) – para variável discreta


Para variável contínua, função densidade de probabilidade f(x):

Descreve a probabilidade relativa de uma variável aleatória tomar um valor dado


FUNÇÕES DE PROBABILIDADES
DIVERSAS FUNÇÕES DE DENSIDADE
PERÍODO DE RETORNO

Período de retorno é intervalo médio entre ocorrências sucessivas do acontecimento

O período de retorno do acontecimento (χ xi) relaciona-se com a probabilidade de excedência, G(xi),


ou de não excedência, F(xi), pelas expressões:

T(xi) = 1 / G(xi) = 1 / {1-F(xi)}

Importa deixar bem claro que o conceito de período de retorno não está associado a qualquer ideia
de repetição cíclica e regular do acontecimento. Se, por exemplo, um acontecimento tem um
período de retorno de 10 anos, isso não quer dizer que tal acontecimento ocorre regularmente de 10
em 10 anos.
RISCO HIDROLÓGICO

Acontecimento(χ ≥x) com uma probabilidade de ocorrência G(x) relativamente baixa, portanto F(x) alta
Probabilidade de não ocorrência do acontecimento em N anos sucessivos será [F(x)]N
Risco hidrológico R(x,N) -probabilidade de que o acontecimento ocorra pelo menos uma vezem N
anos sucessivos.
1º Exemplo) Uma barragem levará 6 anos a ser construída. A sua construção far-se-á com a
protecção de ensecadeiras e desvio do rio através de galerias (como se fez, por exemplo, com a
barragem de Cahora-Bassa). Se adoptar como caudal de dimensionamento das galerias o
correspondente a uma cheia com o período de retorno T = 20 anos, qual é a probabilidade das
ensecadeiras serem galgadas durante a construção?
R = 1 - F(x)6 = 1 - [1 - G(x)]6 = 1 - [1 - 1/T(x)]6

Como T = 20, R = 0.265.


RISCO HIDROLÓGICO
PARÂMETROS ESTATÍSTICOS DA POPULAÇÃO E
DA AMOSTRA

Trata-se de uma forma sintética de apresentar as principais características da população ou da amostra,


em relação às quais interessa definir:
▪ a tendência central;
▪ a dispensão;
▪ a assimetria;
▪ os quantis.
TENDÊNCIA CENTRAL

Os parâmetros que caracterizam a tendência central indicam à volta de que valor se distribuem os
valores da população ou da amostra.

Média:

Mediana – Valor que divide a população ou a amostra em duas partes de igual probabilidade

Se N ímpar, m = int(N/2) + 1

Se N for par:
DISPERSÃO

Os parâmetros que caracterizam a dispersão indicam se os elementos da população ou da amostra


estão muito ou pouco concentrados em torno da média. Os parâmetros mais utilizados são:
Variância:

O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. Note-se que o desvio padrão é expresso nas
mesmas unidades que a média e que os elementos da amostra ou da população.
O coeficiente de variação é a relação entre o desvio padrão e a média:
ASSIMETRIA
Quantis

▪ Quartis
▪ Decis
▪ Percentis
EXEMPLO

Determinar os parâmetros estatísticos da série hidrológica


de precipitação (polegadas e mm)
• Média
• Mediana
• Variância e desvio padrão
• Coeficiente de variação
CORRELAÇÃO E REGRESSÃO LINEARES

A correlação e regressão lineares constituem


uma das ferramentas mais utilizadas em
Hidrologia, essencialmente para:

▪ preencher falhas numa série de registos;

▪ estender uma série hidrológica a partir de


outras mais longas.

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