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MAT001: Cálculo Diferencial e Integral I

Professor John MacQuarrie

Derivada
Vamos obter nessa seção ferramentas muito poderosas para entender funções contı́nuas.
Considere uma função f (x) e o gráfico dela

f (x)

Seja a um ponto no eixo x. Queremos saber a inclinação do gráfico de f no ponto a. Isto é, a
inclinação da reta tangente à curva de f no ponto (a, f (a)):

(a, f (a))

f (x)

x
a

reta tangente

Vamos calcular a inclinação dessa reta usando limites. Seja x 6= a um ponto. Podemos calcular a
inclinação m(x) da reta que passa pelos pontos (a, f (a)), (x, f (x)) facilmente:

f (x) − f (a)
m(x) = .
x−a

1
y

• m(x1 ) = f (x1 )−f (a)


x1 −a

• •
f (x2 )−f (a)
m(x2 ) = x2 −a

x
a x3 x2 x1

Observe que quando x fica perto de a, a inclinação da reta que passa pelos pontos (a, f (a)), (x, f (x)) fica
perto da inclinação da curva f (x) no ponto a.
Exemplo. f (x) = x2 , a = −1.
y

• ×
×

×
× x

Os pontos deste gráfico têm a forma (x, x2 ). Vamos calcular as inclinações de umas retas que passam
por (−1, (−1)2 ) = (−1, 1) = (a, f (a)) e outros pontos da curva, usando a equação m(x) = f (x)−f
x−a
(a)
.

(x, f (x)) Equação Inclinação

12 −(−1)2
(1, 1) 1−(−1) 0

02 −(−1)2
(0, 0) 0−(−1) −1

(−0.5)2 −(−1)2
(−0, 5 , 0, 25) −0.5−(−1) −1, 5

0,81−(−1)2
(−0, 9 , 0, 81) −0,9−(−1) −1, 9.

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A fórmula para calcular a inclinação da reta que passa pelos pontos (−1, 1), (x, x2 ) é

f (x) − f (−1) x2 − 1
m(x) = = .
x − (−1) x+1

A inclinação da curva no ponto −1 será


x2 − 1
lim .
x→−1 x + 1

Vamos calculá-lo:
x2 − 1 (x − 1)
(x
+1)

lim = lim = lim x − 1 = −1 − 1 = −2.
x→−1 x + 1 x→−1 x+1
   x→−1

Este método funciona em geral. Dados uma função f e um ponto P = (a, f (a)) da curva de f ,
calculamos as inclinações das retas que passam pelos pontos P e Q, quando Q tende a P . Obtemos
assim uma sequência de inclinações e definimos a inclinação da curva f no ponto P = (a, f (a)) ser o
limite dessa sequência (se ele existir).

P = (a, f (a))


Q = (x, f (x))

x
a

Definição. Considere uma função f definida num ponto a e numa vizinhança de a. Se o limite

f (x) − f (a)
f 0 (a) := lim
x→a x−a

existir e for finito, diremos que f é derivável (ou diferenciável) em a. O valor de f 0 (a) é chamado
de derivada de f no ponto a, e representa a inclinação da reta tangente ao gráfico de f no ponto
P = (a, f (a)).
Mais um pouco de notação: podemos pensar em

“x − a” sendo “distância entre x e nosso ponto a”


“f (x) − f (a)” sendo “distância correspondente entre os valores de f ”.

Por isso, escrevemos

∆x :=x − a
∆f :=f (x) − f (a).

Notação
df ∆f
= lim
dx ∆x→0 ∆x
Também poderı́amos pensar em h = x − a, a “distância”(mas observe que pode ser negativa!). Agora,
temos x = a + h e a fórmula é
f (a + h) − f (a)
f 0 (a) = lim
h→0 h

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Exemplo. Calcule a derivada da função f (x) = x2 + x no ponto a. Qual é a inclinação da função f no
ponto x = 1?
R: Vamos usar a definição
f (a + h) − f (a)
f 0 (a) = lim .
h→0 h
Temos
f (a + h) − f (a)
f 0 (a) = lim
h→0 h
   
(a + h)2 + (a + h) − a2 + a
= lim
h→0 h
2 2 2
= lim
a + 2ah + h + a +h−a −a 
h→0 h
2
2ah  + h + h
= lim

h→0 h

= lim 2a + h + 1
h→0
= 2a + 1.

No ponto x = 1, a inclinação da função f (x) é


f 0 (1) = 2 · 1 + 1 = 3.

inclinação = 3
y

O gráfico é: •

x
1

Observe que uma função contı́nua em a não tem que ser derivável em a: a função f (x) = |x| é
contı́nua em todo ponto de R. Mas
f (x) − f (0) |x| − |0| x
lim+ = lim+ = lim+ = 1
x→0 x−0 x→0 x x→0 x
f (x) − f (0) −x
lim = lim− = −1.
x→0− x−0 x→0 x
então a derivada não é bem-definida no ponto x = 0:
y

f (x) = |x|


x

tangente da curva |x|


não faz sentido
no ponto x = 0.

Mas:

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Teorema. Se f é derivável em a, então f é contı́nua em a.
Demonstração. Já que f é derivável em a, sabemos que o limite

f (x) − f (a)
f 0 (a) = lim
x→a x−a
existe e é finito. Segue das propriedades dos limites que
  
f (x) − f (a)
lim f (x) − f (a) = lim · (x − a)
x→a x→a x−a
 
f (x) − f (a)
= lim · lim (x − a) (p2)
x→a x−a x→a

= f 0 (a) · 0
= 0.

Isto é, f (x) → f (a) quando x → a. Ou seja, f é contı́nua em a.

Derivada como função


Dada uma função f e um ponto a, podemos calcular a inclinação de f no ponto a. Isto é, f 0 (a). Então,
a derivada de f também é uma função:
f 0 : a 7→ f 0 (a).
Já que f 0 é uma função, vamos chamar a variável por x em vez de a.

x 7→ f 0 (x).

Então, dada uma função f , obtemos mais uma função f 0 , definida por

f (x + h) − f (x)
f 0 (x) := lim
h→0 h
e chamada derivada de f .
Esta perspectiva é muito útil:
Exemplo. Existe um ponto na curva f (x) = x2 + x onde a curva de f tem inclinação 51?
R: Já calculamos que a inclinação de f no ponto a é

f 0 (a) = 2a + 1.

Vamos considerar f 0 como função

f 0 (x) : R → R
x 7→ 2x + 1.

Agora, vamos resolver a equação f 0 (x) = 51. Isto é,

2x + 1 = 51.

A solução é
2x = 50,
x = 25 .
Então, no ponto (25, f (25)) = (25, 252 + 25) = (25, 650) a curva tem inclinação 51.

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Derivar as potências inteiras xp
Vamos mostrar que quando f (x) = xp , p ∈ Z, então

f 0 (x) = pxp−1

Dados x e h, precisamos calcular (x + h)n , n ∈ N+ :

(x + h)1 = x + h
(x + h)2 = x2 + 2xh + h2
(x + h)3 = x3 + 3x2 h + 3xh2 + h3 = x3 + 3x2 h + h2 (3x + h)
(x + h)4 = x4 + 4x3 h + h2 (6x2 + 4xh + h2 )
..
.

Em geral, (x + h)n = xn + nxn−1 h + h2 (algum polinómio).


Agora, seja f (x) = xp , p ∈ N+ .
(x + h)p − xp
f 0 (x) = lim
h→0 h
p p−1
x
 + px h + h2 (algum polinómio) − p
x
= lim
h→0 h
= lim pxp−1 + h(algum polinómio)
h→0
= pxp−1 + 0
= pxp−1 .

Então temos o fato procurado quando p > 0.


Quando p = 0: f (x) = x0 = 1. Neste caso o gráfico é horizontal, então f 0 (x) = 0.
Quando a potência é negativa, escreva f (x) = xp = 1/xq , onde q = −p > 0. Observe que xp não é
definida no ponto x = 0. Quando x = 6 0:
1 1
0 (x+h)q − xq
f (x) = lim
h→0 h
xq (x+h)q
(x+h)q xq − (x+h)q xq
= lim
h→0 h
xq − (x + h)q
= lim
h→0 (x + h)q xq h

(x + h)q − xq
  
−1
= lim
h→0 (x + h)q xq h
1
= − 2q · qxq−1 (pelo resultado com q ∈ N+ )
x
= −qxq−1−2q
= (−q)x(−q)−1
= pxp−1 .

Então, demonstramos que para qualquer p ∈ Z, a derivada de f (x) = xp é

f 0 (x) = pxp−1 .

Derivar as funções trigonométricas


Para calcular a derivada de sen(x), se lembre que

sen(h)
lim =1
h→0 h

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Também precisaremos de:
cos(h) − 1
lim =0
h→0 h
O cálculo é:
cos(h) − 1 (cos(h) − 1)(cos(h) + 1)
lim = lim
h→0 h h→0 h(cos(h) + 1)
2
cos (h) − 1
= lim
h→0 h(cos(h) + 1)

sen2 (h)
= − lim
h→0 h(cos(h) + 1)

sen(h) sen(h)
= − lim
h→0 h cos(h) + 1
sen(h) sen(h)
= − lim lim
h→0 h h→0 cos(h) + 1
= −1 · 0 = 0.

Também precisaremos da identidade trigonométrica

sen(x + h) = sen(x)cos(h) + cos(x)sen(h).

Seja f (x) = sen(x). Temos

sen(x + h) − sen(x)
f 0 (x) = lim
h→0 h
sen(x)cos(h) + cos(x)sen(h) − sen(x)
= lim
h→0 h
    
cos(h) − 1 sen(h)
= lim sen(x) + cos(x) (limites finitos)
h→0 h h
   
cos(h) − 1 sen(h)
= lim sen(x) + lim cos(x) (prop de limites)
h→0 h h→0 h
= sen(x) · 0 + cos(x) · 1
= cos(x).

Então,
sen0 (x) = cos(x)

Também temos (exercı́cio!):


cos0 (x) = −sen(x)
Vamos ver logo como derivar produtos e quocientes de funções. Com tais ferramentas, vamos demonstrar
(já que tan(x) = sen(x)
cos(x) ) que
1
tan0 (x) = 1 + tan2 (x) =
cos2 (x)

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Derivar funções exponenciais e logarı́tmicas
Vamos derivar a função f (x) = ax , com a um número > 0. Temos
f (x + h) − f (x)
f 0 (x) = lim
h→0 h
ax+h − ax
= lim
h→0 h
a a − ax
x h
= lim
h→0 h
ax (ah − 1)
= lim
h→0 h
h
a −1
= ax lim
h→0 h

h 0+h 0 h
Observe que limh→0 a h−1 = limh→0 a h−a . Isto é, limh→0 a h−1 é a inclinação da curva ax no ponto
x = 0. Em particular, este número é finito. O valor dele depende de a:
y f (x) = 3x

f (x) = 2x

Vamos escolher a base mais fácil:


Definição. O número e é o número tal que
eh − 1
lim = 1.
h→0 h
Agora, seja f (x) = ex . Temos
eh − 1
f 0 (x) = ex · lim
h→0 h
x
=e ·1
= ex .
Isto é, a derivada da função ex é ex de novo!

(ex )0 = ex

Seja ln(x) := loge (x). A derivada de ln(x) também tem uma descrição linda:

ln(x)0 = 1/x

Vamos provar isso na próxima parte.

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Regras de derivação
Vamos obter nessa seção várias ferramentas fundamentais pros estudos de derivadas. Sejam f, g funções
deriváveis.
Reg.1 (constantes): Para qualquer constante λ ∈ R,
(λf (x))0 = λf 0 (x)

Demonstração.
λf (x + h) − λf (x)
(λf (x))0 = lim
h→0 h
 
f (x + h) − f (x)
= lim λ
h→0 h
f (x + h) − f (x)
= λ lim
h→0 h
0
= λf (x).

Exemplo. f (x) = 3x2 . Então


f 0 (x) = 3 · (x2 )0 (pela regra)
= 3 · 2x
= 6x.
Reg.2 (somas):
(f (x) + g(x))0 = f 0 (x) + g 0 (x)

Demonstração.
(f (x + h) + g(x + h)) − (f (x) + g(x))
(f (x) + g(x))0 = lim
h→0 h
 
f (x + h) − f (x) g(x + h) − g(x)
= lim +
h→0 h h
f (x + h) − f (x) g(x + h) − g(x)
= lim + lim
h→0 h h→0 h
= f 0 (x) + g 0 (x)

Exemplo. f (x) = sen(x) + cos(x).


f 0 (x) = sen0 (x) + cos0 (x) (pela regra)
= cos(x) − sen(x).
Reg.3 (do produto):
(f (x)g(x))0 = f 0 (x)g(x) + f (x)g 0 (x)

Demonstração.
f (x + h)g(x + h) − f (x)g(x)
(f (x)g(x))0 = lim
h→0 h
f (x + h)g(x + h) f (x)g(x + h) f (x)g(x + h) f (x)g(x)
= lim − + −
h→0 h h h h
 
f (x + h) − f (x) g(x + h) − g(x)
= lim g(x + h) + f (x)
h→0 h h
f (x + h) − f (x) g(x + h) − g(x)
= lim lim g(x + h) + f (x) lim
h→0 h h→0 h→0 h
= f 0 (x)g(x) + f (x)g 0 (x).

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Exemplo. Calcule a derivada da função f (x) = x2 sen(x).
R: Pela regra do produto, temos
(x2 sen(x))0 = (x2 )0 sen(x) + x2 sen0 (x)
= 2x sen(x) + x2 cos(x).
Reg.4 (da cadeia):
0
[f (g(x))] = f 0 (g(x)) · g 0 (x)

Essa regra parece mais “óbvia”com notação diferente. Seja u = g(x). Então f (g(x)) = f (u). A regra
da cadeia diz:
df df du
= ·
dx du dx
Exemplo. Calcule a derivada da função sen(x2 ).
R: Sejam f (x) = sen(x) , g(x) = x2 . Agora
sen(x2 ) = sen(g(x)) = f (g(x)).
Regra da cadeia:
f (g(x))0 = f 0 (g(x)) · g 0 (x)
= cos(x2 ) · (x2 )0
= cos(x2 ) · 2x.
Usando a outra notação, seja u = x2 . Então sen(x2 ) = sen(u). Temos
d
sen(u) = cos(u)
du
du d 2
= x = 2x.
dx dx
Regra da cadeia:
d d du
sen(x2 ) = sen(u) ·
dx du dx
= cos(u) · 2x
= cos(x2 ) · 2x.
 0
1
Exemplo (“geral”). Seja g(x) derivável tal que g(x) 6= 0. Calcule g(x) .

R: Seja f (u) = 1/u = u−1 . Temos


df
= −u−2 = −1/u2 .
du
Seja u = g(x) e observe que 1/g(x) = f (g(x)). Então
0 df df du
(1/g(x)) = = · = (−1/u2 ) · g 0 (x)
dx du dx
= −g 0 (x)/u2
g 0 (x)
=− .
g(x)2

Exemplo. Calcule a derivada de ln(x).


R: Sabemos que x = eln(x) . Logo
(eln(x) )0 = x0 = 1.
Mas usando a regra da cadeia com u = ln(x) e f (u) = eu , obtemos
df df du
1 = (eln(x) )0 = = · = eln(x) · ln0 (x) = x · ln0 (x),
dx du dx
logo ln0 (x) = 1/x .

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Vamos usar esta regra para demonstrar:

Reg.5 (quociente):
0
f 0 (x)g(x) − f (x)g 0 (x)

f (x)
=
g(x) g(x)2

Demonstração.
 0
f (x) 0
= (f (x) · 1/g(x))
g(x)
= f 0 (x) · 1/g(x) + f (x)(1/g(x))0 (regra do produto)
f 0 (x)
 0 
−g (x)
= + f (x)
g(x) g(x)2
0
f (x)g(x) f (x)g 0 (x)
= −
g(x)2 g(x)2
f (x)g(x) − f (x)g 0 (x)
0
= .
g(x)2

sen(x)
Exemplo. Vamos calcular tan0 (x). Temos tan(x) = cos(x) , então, pela regra do quociente:

 0
sen(x)
tan0 (x) =
cos(x)
sen0 (x)cos(x) − sen(x)cos0 (x)
=
cos2 (x)
cos2 (x) + sen2 (x)
= .
cos2 (x)

Podemos simplificar esta expressão por separar a fração, para obter

cos2 (x) sen2 (x)


tan0 (x) = + = 1 + tan2 (x),
cos2 (x) cos2 (x)

ou usando a identidade cos2 (x) + sen2 (x) = 1, para obter


1
tan0 (x) = .
cos2 (x)

Derivar xa quando a 6∈ Z
Vamos usar o relacionamento entre ex e ln(x), junto com a regra da cadeia, para calcular a derivada de
f (x) = xa em geral. Se lembre que

x = eln(x)
 a
=⇒ xa = eln(x)
= ea ln(x) .

Sejam
u(x) = a ln(x) , f (u) = eu .

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Então f (u(x)) = ea ln(x) = xa . Pela regra da cadeia:
df df du
= ·
dx du dx
= eu · a/x
1
= ea ln(x) · a
x
1
= xa · a
x
= axa−1
Isto é, a mesma fórmula vale para todo a ∈ R.
Mais geralmente, considere a função f (x) = eg(x) . Seja
u = g(x).
A regra da cadeia diz que
 0 df du
f 0 (x) = eg(x) = ·
du dx
= eu · g 0 (x).
Obtemos a fórmula
 0
eg(x) = g 0 (x)eg(x)

Exemplo. Derive f (x) = ax .


x
R: ax = eln(a) = ex ln(a) . Então,
 0
(ax )0 = ex ln(a)
= (x ln(a))0 ex ln(a)
= ln(a)ex ln(a) (ln(a) uma constante)
= ln(a)ax
Obtemos
(ax )0 = ln(a)ax

Derivadas logarı́tmicas
A regra da soma é mais fácil usar do que a regra do produto. Às vezes, seria útil converter um produto
para uma soma usando o logaritmo:

ln(ab) = ln(a) + ln(b)

Seja
f (x) = h1 (x)h2 (x) . . . hn (x)
onde cada hi (x) é derivável e positiva. Temos
ln(f (x)) = ln (h1 (x)h2 (x) . . . hn (x))
= ln (h1 (x)) + ln (h2 (x)) + . . . + ln (hn (x)) .
Derive os dois lados:
0 0
cadeia → 1/f (x) · f 0 (x) = ln (h1 (x)) + . . . + ln (hn (x)) ← soma
0
f (x) h01 (x) h0n (x)
= + ... + ← cadeia
f (x) h1 (x) hn (x)
Logo, obtemos:
h0 (x) h0 (x)
 
0
f (x) = f (x) 1 + ... + n
h1 (x) hn (x)

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Derivar uma função inversa
Suponha que uma função f possui inversa f −1 numa região. Quando a gente souber a derivada de f ,
como calcular a derivada de f −1 ? Temos

f (f −1 (x)) = x ∀x.

Derivando os dois lados (usando a regra da cadeia no lado esquerdo), obtemos

f 0 (f −1 (x)) · (f −1 )0 (x) = 1.

Logo,
0 1
f −1 (x) =
f 0 (f −1 (x))

Exemplo. Calcule a derivada loga (x)0 .


R: Já sabemos que
• loga (x) é a função inversa de ax ,

• (ax )0 = ln(a) · ax ,
então usando a fórmula
1
(f −1 )0 (x) = com f (x) = ax
f 0 (f −1 (x))
obtemos
1 1
(loga (x))0 = d
= .
dloga (x) a
loga (x) ln(a) · aloga (x)
Isto é,
1
(loga (x))0 =
ln(a) · x

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